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INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE DA ESPÉCIE Combretum leprosum Mart. Ana Lúcia Rodrigues da Silva (PQ) 1 , Cléia Rocha de Sousa * (PQ) 1 , Jane Eire Silva Alencar de Menezes (PQ) 2 , Cleonilda Claita Carneiro Pinto (IC) 2 , Neiva Gisele de Sousa Góes (IC) 2 e Sônia Maria Oliveira Costa (PQ) 3 *[email protected] 1 Universidade Estadual do Ceará – UECE - Faculdade de Educação de Crateús- FAEC, Rua José Furtado S/N, Prédio do CAIC, 63700-000 Crateús-CE. 2 Universidade Estadual do Ceará – UECE – Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI, Av. Monsenhor Tabosa S/N, 62500-000 Itapipoca-CE. 3 Universidade Estadual do Ceará – UECE, Av. Parajana S/N, 60740-000 Fortaleza-CE. Palavras chave: Acetilcolinesterse, Combretaceae, Combretum leprosum. 1. INTRODUÇÃO: A espécie Combretum leprosum Mart. (Combretaceae) é uma planta encontrada no norte do Brasil, conhecida popularmente como mufumbo ou mofumbo ou cipoaba 1 . A família Combretaceae compreende 20 gêneros, com aproximadamente 600 espécies distribuídas na Ásia, África e nas Américas 2 , onde a grande maioria é do gênero Combretum com aproximadamente 370 espécies. Na literatura há vários registros da utilização de plantas da família Combretaceae em medicina popular, especialmente na África e Índia, onde este gênero apresenta cerca de 10% de suas espécies citadas na literatura com uso etnofarmacológico principalmente no tratamento do câncer, lepra, febres tropicais e cólicas 3-5 , incluindo ainda atividades antibacteriana, antiprotozoária, citotóxica, analgésica, antiinflamatória, hepatoprotetora e antiviral 1 . A doença de Alzheimer é uma desordem neurológica degenerativa, que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Considerando que os inibidores da acetilcolinesterase (AChE), tomando- se como base a hipótese colinérgica que são amplamente utilizados no tratamento da doença 6 . Nesse trabalho, relata-se a avaliação preliminar da ação inibidora da AChE dos Extratos Etanólicos das folhas, flores e casca do caule de C. leprosum com resultados promissores 7,8 . 2. METODOLOGIA: 150 g de folhas, 100 g de flores e 370 g de cascas do caule de Combretum leprosum foram trituradas mecanicamente, secas a temperatura ambiente e posteriormente submetidas à extração exaustiva com etanol a frio. As soluções resultantes foram evaporadas a temperatura ambiente, fornecendo 20,2 g, 8,0 g e 12,3 g respectivamente de material denominados EEFOCL, EEFLCL e EECCCL (extrato etanólico das folhas, flores e cascas do caule de Combretum leprosum, respectivamente). As amostras, entre elas os extratos etanólicos das folhas, flores e cascas de C. leprosum foram dissolvidas em solvente apropriado e feitas diluições até um fator de 1 μg/mL e aplicadas em uma placa cromatográfica de alumínio (5,0 μL). A placa foi borifada com as soluções de ácido 5,5’- ditiobis-[2-nitrobenzóico] (reagente de Ellman, DTNB, 1μM) e iodeto de acetilcolina (ACTI, 1μm). Após 3 minutos, foi borrifada com a enzima acetilcolinesterase (AchE, 3U/mL) e, decorrido um tempo de 5 minutos, ocorreu o aparecimento de uma coloração amarela contrastando com a zona onde houve inibição da enzima. Como controle positivo foi usado a cafeína. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A atividade anticolinesterase apresentada pelos extratos etanólicos de C. leprosum foram avaliados em CCD, frente à enzima acetilcolinesterase. O resultado deste teste encontram-se descrito na Tabela 1, e como pode ser observado, os extratos testados apresentaram excelente atividade, comparada com o controle positivo (cafeína), que apresentou um halo de inibição de 6,0 mm.

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Page 1: INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE DA ESPÉCIE … · INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE DA ESPÉCIE Combretum leprosum Mart. Ana Lúcia Rodrigues da Silva (PQ)1, Cléia Rocha de Sousa

INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE DA ESPÉCIE Combretum leprosum Mart.

Ana Lúcia Rodrigues da Silva (PQ)1, Cléia Rocha de Sousa* (PQ)1, Jane Eire Silva Alencar de Menezes (PQ)2, Cleonilda Claita Carneiro Pinto (IC)2, Neiva Gisele de Sousa Góes (IC)2 e Sônia

Maria Oliveira Costa (PQ)3 *[email protected]

1 Universidade Estadual do Ceará – UECE - Faculdade de Educação de Crateús- FAEC, Rua José Furtado S/N, Prédio do CAIC, 63700-000 Crateús-CE. 2 Universidade Estadual do Ceará – UECE – Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI, Av. Monsenhor Tabosa S/N, 62500-000 Itapipoca-CE. 3 Universidade Estadual do Ceará – UECE, Av. Parajana S/N, 60740-000 Fortaleza-CE.

Palavras chave: Acetilcolinesterse, Combretaceae, Combretum leprosum. 1. INTRODUÇÃO:

A espécie Combretum leprosum Mart. (Combretaceae) é uma planta encontrada no norte do Brasil, conhecida popularmente como mufumbo ou mofumbo ou cipoaba1. A família Combretaceae compreende 20 gêneros, com aproximadamente 600 espécies distribuídas na Ásia, África e nas Américas2, onde a grande maioria é do gênero Combretum com aproximadamente 370 espécies. Na literatura há vários registros da utilização de plantas da família Combretaceae em medicina popular, especialmente na África e Índia, onde este gênero apresenta cerca de 10% de suas espécies citadas na literatura com uso etnofarmacológico principalmente no tratamento do câncer, lepra, febres tropicais e cólicas3-5, incluindo ainda atividades antibacteriana, antiprotozoária, citotóxica, analgésica, antiinflamatória, hepatoprotetora e antiviral1.

A doença de Alzheimer é uma desordem neurológica degenerativa, que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Considerando que os inibidores da acetilcolinesterase (AChE), tomando-se como base a hipótese colinérgica que são amplamente utilizados no tratamento da doença6. Nesse trabalho, relata-se a avaliação preliminar da ação inibidora da AChE dos Extratos Etanólicos das folhas, flores e casca do caule de C. leprosum com resultados promissores7,8.

2. METODOLOGIA:

150 g de folhas, 100 g de flores e 370 g de cascas do caule de Combretum leprosum foram trituradas mecanicamente, secas a temperatura ambiente e posteriormente submetidas à extração exaustiva com etanol a frio. As soluções resultantes foram evaporadas a temperatura ambiente, fornecendo 20,2 g, 8,0 g e 12,3 g respectivamente de material denominados EEFOCL, EEFLCL e EECCCL (extrato etanólico das folhas, flores e cascas do caule de Combretum leprosum, respectivamente).

As amostras, entre elas os extratos etanólicos das folhas, flores e cascas de C. leprosum

foram dissolvidas em solvente apropriado e feitas diluições até um fator de 1 µg/mL e aplicadas em uma placa cromatográfica de alumínio (5,0 µL). A placa foi borifada com as soluções de ácido 5,5’-ditiobis-[2-nitrobenzóico] (reagente de Ellman, DTNB, 1µM) e iodeto de acetilcolina (ACTI, 1µm). Após 3 minutos, foi borrifada com a enzima acetilcolinesterase (AchE, 3U/mL) e, decorrido um tempo de 5 minutos, ocorreu o aparecimento de uma coloração amarela contrastando com a zona onde houve inibição da enzima. Como controle positivo foi usado a cafeína. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

A atividade anticolinesterase apresentada pelos extratos etanólicos de C. leprosum foram avaliados em CCD, frente à enzima acetilcolinesterase. O resultado deste teste encontram-se descrito na Tabela 1, e como pode ser observado, os extratos testados apresentaram excelente atividade, comparada com o controle positivo (cafeína), que apresentou um halo de inibição de 6,0 mm.

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Tabela 1: Dados do teste de inibição de acetilcolinesterase para a espécie C. leprosum.

Amostras Halos de inibição (mm)

Folhas 7,0

Flores 6,0

Cascas do caule 8,0

Padrão- cafeína 6,0

* Concentração das amostras e padrão = 2 mg/mL 4. CONCLUSÃO:

A planta estudada foi identificada pelo Prof. Dr. Edson Nunes como Combretum leprosum Mart., pertencente à família Combretaceae, onde uma excicata encontra-se depositada no Herbário Prisco Bezerra do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará sob o nº de registro 41.027. Os dados preliminares a partir dos extratos etanólicos ressaltam o potencial anticolinesterásico de espécies de Combretum como fonte potencial na elaboração de drogas naturais que possam vir a auxiliar no tratamento do mal de Alzheimer.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. PIETROVSKI, E. F. et al. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 83 (2006) 90-99. 2. QUIRINO, Z. G. M.; MACHADO, I. C. Rev. Brás. de Botânica, 2 (2001) 24. 3. PETTIT, R. G. et al. J. Med. Chem., 38 (1995) 1666. 4. CASTLENDEN, I. R. et al. J. Med. Chem., 38 (1985) 1177. 5. OGAN, A. V. Planta Medica, 2 (1972) 21, 210. 6. TREVISAN, M. T. S.; MACEDO, F. V. V.; MEENT, M.; RH ELLMAN, G. L. Biochem Pharmacol. 7 (1961) 88. 7. RHEE, I. K.; MEENT, M. V.; INGKANINAN, K.; VERPOORTE, R. J. Chromatogr A. 915 (2001) 217. 8. ELLMAN, G. L. Biochem Pharmacol. 7 (1961) 88.