inglaterra revoluÇÃo e hegemonia

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1 INGLATERRA: REVOLUÇÃO E HEGEMONIA Durante mais de um século, as guerras entre as potências dominaram o cenário europeu como forma de afirmação dos Estados modernos. Pela força das armas, o Estado assegurava o domínio de seu território e de suas colônias, consolidava o controle de rotas comerciais, garantia sua influência em lutas dinásticas e disputava com outros Estados a hegemonia na Europa. Com tantos interesses em jogo, o continente europeu havia se transformado num verdadeiro barril de pólvora. As explosões não tardariam. Entre 168 e 1763, a Europa foi sacudida por um infindável numero de conflitos, como a Guerra dos trinta anos (1618 e 1648). Seriam décadas de enfrentamento, dos quais Inglaterra emergiria como a grande potência europeia, pronta para conquistar a hegemonia mundial. Até que isso ocorresse, a Inglaterra passou internamente por dois processos de transformação: A revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688 1689). 1. A GUERRA DOS TRINTA ANOS: Espanha, França, Inglaterra, Holanda. No início do século XVII, esses quatro países disputavam entre si a hegemonia da Europa Ocidental. Suas forças militares se equivaliam. A Inglaterra e a Holanda eram fortes no mar. A França detinha o maior exercito. A Espanha, senhora também de Portugal pela União Ibérica, dominava o maior império colonial. Na parte Oriental da Europa, o poderoso império Turco já controlava a Grécia e toda a península Balcânica e ameaçava o sacro império Romano-Germânico. O equilíbrio era precário e instável entre todas essas potencias. O primeiro conflito a eclodir foi a Guerra dos Trinta anos, que começou em 1618 provocada por problemas religiosos e políticos. Por essa época, a dinastia dos Habsburgo procurava impor o absolutismo e a religião católica a seus súditos do Sacro Império Romano-Germânico, formado por cerca de trezentos pequenos principados autônomos. Revoltados com a imposição, os príncipes protestantes, organizados na Liga Evangélica, entraram em choque com as forças do governo, sofrendo fragorosa derrota em 1620.

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Durante mais de um século, as guerras entre as potências dominaram o cenário europeu como forma de afirmação dos Estados modernos. Pela força das armas, o Estado assegurava o domínio de seu território e de suas colônias, consolidava o controle de rotas comerciais, garantia sua influência em lutas dinásticas e disputava com outros Estados a hegemonia na Europa. Com tantos interesses em jogo, o continente europeu havia se transformado num verdadeiro barril de pólvora. As explosões não tardariam. Entre 168 e 1763, a Europa foi sacudida por um infindável numero de conflitos, como a Guerra dos trinta anos (1618 e 1648). Seriam décadas de enfrentamento, dos quais Inglaterra emergiria como a grande potência europeia, pronta para conquistar a hegemonia mundial. Até que isso ocorresse, a Inglaterra passou internamente por dois processos de transformação: A revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688 – 1689).

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    INGLATERRA: REVOLUO E HEGEMONIA

    Durante mais de um sculo, as guerras entre as potncias dominaram o

    cenrio europeu como forma de afirmao dos Estados modernos. Pela fora

    das armas, o Estado assegurava o domnio de seu territrio e de suas colnias,

    consolidava o controle de rotas comerciais, garantia sua influncia em lutas

    dinsticas e disputava com outros Estados a hegemonia na Europa. Com

    tantos interesses em jogo, o continente europeu havia se transformado num

    verdadeiro barril de plvora. As exploses no tardariam. Entre 168 e 1763, a

    Europa foi sacudida por um infindvel numero de conflitos, como a Guerra dos

    trinta anos (1618 e 1648). Seriam dcadas de enfrentamento, dos quais

    Inglaterra emergiria como a grande potncia europeia, pronta para conquistar a

    hegemonia mundial. At que isso ocorresse, a Inglaterra passou internamente

    por dois processos de transformao: A revoluo Puritana (1640) e a

    Revoluo Gloriosa (1688 1689).

    1. A GUERRA DOS TRINTA ANOS:

    Espanha, Frana, Inglaterra, Holanda. No incio do sculo XVII, esses

    quatro pases disputavam entre si a hegemonia da Europa Ocidental. Suas

    foras militares se equivaliam. A Inglaterra e a Holanda eram fortes no mar.

    A Frana detinha o maior exercito. A Espanha, senhora tambm de

    Portugal pela Unio Ibrica, dominava o maior imprio colonial. Na parte

    Oriental da Europa, o poderoso imprio Turco j controlava a Grcia e toda a

    pennsula Balcnica e ameaava o sacro imprio Romano-Germnico. O

    equilbrio era precrio e instvel entre todas essas potencias.

    O primeiro conflito a eclodir foi a Guerra dos Trinta anos, que comeou

    em 1618 provocada por problemas religiosos e polticos. Por essa poca, a

    dinastia dos Habsburgo procurava impor o absolutismo e a religio catlica a

    seus sditos do Sacro Imprio Romano-Germnico, formado por cerca de

    trezentos pequenos principados autnomos. Revoltados com a imposio, os

    prncipes protestantes, organizados na Liga Evanglica, entraram em choque

    com as foras do governo, sofrendo fragorosa derrota em 1620.

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    Nesse momento, as protestantes Inglaterra e Holanda, junto Frana,

    catlica, preocupadas com o fortalecimento dos Habsburgo, intervieram no

    conflito, apoiando o rei da Dinamarca, que disputava territrios como o Sacro

    Imprio. Em 1629, as foras do Sacro Imprio derrotaram a Dinamarca. E

    seguida, a Sucia entrou em conflito contando com o apoio da Frana, mas foi

    igualmente vencida em 1632. Com a derrota dos Suecos, a Frana aliou-se

    Holanda, declarando guerra Espanha e invadiu o Sacro Imprio. Em 1648, o

    exrcito francs sitiou Viena, na capital da ustria e sede dos Habsburgo. A

    paz foi selada pelo Tratado de Westflia, que concedeu Frana os territrios

    da Alscia e da Lorena, antes pertencentes ao Sacro-Imprio. O acordo

    obrigou ainda a Espanha a reconhecer a independncia da Holanda.

    2. A QUEDA DA MONARQUIA INGLESA:

    Em 1603, a morte da rainha Elizabeth I deixou vago o trono da

    Inglaterra. Na ausncia de herdeiros diretos, j que a rainha no tinha filhos, a

    Coroa foi entregue a seu primo, Jaime Stuart, rei da Esccia. To logo assumiu

    o trono Jaime I, como se tornaria conhecido, entrou em rota de coliso com

    amplos setores da sociedade inglesa. Para comear, quis restaurar o

    absolutismo, invocando a teoria da origem divina dos reis e perseguindo os

    puritanos. Ao mesmo tempo, tentou estabelecer novos impostos. Foi o bastante

    para que sua poltica provocasse srias divergncias com o parlamento. A

    morte do rei, em 1625, s fez piorar a situao. Seguindo a mesma trilha, o

    filho e sucessor de Jaime, Carlos I, tentou impor o anglicanismo aos calvinistas

    escoceses, dissolveu o Parlamento e restaurou antigos impostos. Todas essas

    medidas como eram de esperar, criaram um clima de guerra entre o rei e o

    Parlamento.

    A Revoluo Puritana.

    Durante os reinados de Henrique VIII e de Elizabeth I, no sculo XVI, a

    economia inglesa passara por um perodo de grande desenvolvimento

    comercial. Por essa poca, surgiram grandes empresas monopolistas, como a

    Companhia das ndias Orientais. Essas companhias, entretanto, impediam a

    livre concorrncia barravam o acesso das pequenas e mdias companhias de

    comrcio ao mercado. Como consequncia, a burguesia inglesa acabou se

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    dividindo em relao poltica econmica do governo. Enquanto os grandes

    comerciantes apoiavam o monoplio, os pequenos e os mdios empresrios

    lutavam contra a exclusividade de mercado, reivindicando a liberdade de

    comercio. Com o surgimento da dinastia Stuart, os problemas se agravaram.

    Tanto Jaime I quanto seu filho, Carlos I, praticaram uma poltica mercantilista

    estrita, favorecendo a grande burguesia e a nobreza em detrimento dos

    pequenos e mdios empresrios. Esses setores tinham representantes em um

    dos rgos do parlamento, a Cmara dos Comuns; o outro rgo era a Cmara

    dos lordes, na qual a nobreza tinha assento.

    Desde a Magna Carta de 1215, ficara estabelecido que o rei no

    poderia criar novos impostos sem a aprovao do parlamento. A burguesia,

    agora muito mais forte do que no sculo XIII, no estava disposta a abrir mo

    dessa conquista. A poltica absolutista dos Stuart exigia grandes recursos

    financeiros para o rei, que s seria possvel com o aumento dos impostos e o

    consequente aumento da arrecadao. Para agravar a situao, em 1628

    Carlos I resolveu dissolver o Parlamento. As tenses chegaram ao limite. Em

    1640, os calvinistas escoceses invadiram o territrio ingls, rebelando-se

    contra Carlos I, que tentava impor a eles a religio anglicana.

    O rei foi obrigado a convocar o parlamento, que no se reunia havia 12

    anos. O parlamento se tornou ento a grande caixa de ressonncia do dio

    acumulado da burguesia puritana contra os Stuart. Em 1642 teve incio a

    guerra civil. De um lado, as foras do rei, do outro, as do parlamento, liderada

    por Oliver Cromwell. Os aliados do rei, chamados de cavaleiros, eram em sua

    maioria membros da antiga nobreza catlica ou anglicana. No exrcito do

    parlamento estavam os cabeas redondas, grupo formado pela pequena e

    mdia nobreza, pela burguesia e por boa parte da populao ligada aos oficiais

    urbanos em geral calvinistas. No curso da luta, surgiram no exrcito de

    Cromwell setores mais radicais, como os niveladores, que lutavam pelo

    sufrgio universal. Em 1648, o rei foi definitivamente derrotado.

    Preso pelos cabeas redondas, enfrentou um julgamento sumrio e foi

    decapitado em 1649. A monarquia. A Cmara dos Lordes e a Igreja Anglicana

    foram abolidas e a repblica instaurada, ou Commonwelth, sob o comando de

    Cromwell.

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    A ditadura de Cromwell.

    Formalmente, a monarquia tinha sido extinta. Na prtica, porm, os

    ingleses viveriam sob a ditadura exercida por Oliver Cromwell que, em 1653,

    seria declarado Lorde Protetor da Inglaterra, cargo vitalcio e hereditrio. O

    governo de Cromwell caracterizou-se por adotar uma agressiva poltica e

    fortalecimento do comrcio internacional da Inglaterra. Em 1653, o Parlamento

    aprovou o Ato de Navegao, pelo qual somente barcos ingleses ou dos pases

    de origem das mercadorias podiam transport-las ate os portos da Inglaterra.

    A medida acabou provocando uma guerra com a Holanda (1652 -1654).

    Vitoriosa, a Inglaterra saiu do conflito como a grande potncia naval da Europa.

    Internamente, Cromwell esmagou a faco dissidente dos niveladores,

    enforcando seus lideres, e estabeleceu a supremacia poltica da burguesia.

    Desprezando as reinvindicaes das camadas populares, Cromwell

    argumentava que a pobreza era uma punio divina para os pecados dos

    menos afortunados. Oliver Cromwell morreu em 1658 e foi sucedido pelo filho,

    Richard, que ficou menos de um ano no poder. Sem habilidade para manter o

    apoio poltico dos grandes proprietrios, Richard seria destitudo do cargo pelo

    parlamento que restaurou a monarquia dos Stuart. Em 1660, o trono passou s

    mos de Carlos II, filho de Carlos I, orei decapitado. Com o retorno dos Stuart

    ao poder, teve incio a Restaurao, que se estenderia pelos reinados de

    Carlos II (1660-1685) e de Jaime II (1685-1688).

    A Revoluo Gloriosa.

    Carlos II e, principalmente, seu sucessor Jaime II insistiram em adotar

    polticas semelhantes s de seus antecessores Stuart. Centralizaram o poder,

    governaram de forma autoritria e favoreceram abertamente catlicos e

    anglicanos em detrimento dos calvinistas. Alm disso, feriram os brios e os

    interesses comerciais dos ingleses ao aproximar-se da Frana, que havia se

    tornado a maior concorrente do pas no comrcio internacional.

    Diante disso, em 1688 o Parlamento decidiu depor o rei. Para o trono foi

    escolhido o prncipe holands Guilherme de Orange. Casado com uma filha de

    Jaime II, Guilherme III foi coroado em novembro 1689 como Guilherme III. Os

    acontecimentos de 1688 e 1689 constituram a Revoluo Gloriosa, assim

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    chamada porque se deu sem derramamento de sangue. Ao assumir o trono, o

    novo rei se comprometeu a respeitar e cumprir o Bill of Rights (declarao de

    Direitos), votado pelo Parlamento. O documento reafirmava e ampliava a lista

    de direitos da populao inglesa que o soberano no poderia violar.

    3. A SUPREMACIA INGLESA:

    A Frana, governada pela dinastia Bourbon, saiu da Guerra dos Trinta

    anos como a nao hegemnica da Europa. O desfecho do conflito e a nova

    posio do pas no continente estimularam as pretenses do monarca francs,

    Lus XIV, de exercer o papel de rbitro entre as demais naes. Essa

    pretenso, nunca consumada, acabou envolvendo a Frana em outros

    conflitos. O primeiro deles consistiu em mais de uma disputa entre os Bourbon

    e os Habsburgo. A origem dessa guerra foi sucesso do trono espanhol.

    Em 1700, morreu Carlos II da Espanha. Antes de morrer, como no tinha

    herdeiros diretos, o rei legou por testamento a Espanha e todos os seus

    domnios a um neto de Lus XVIV, Felipe, duque de Anjou. A coroao de

    Felipe como rei da Espanha como o titulo de Felipe V foi reconhecida por todos

    os soberanos europeus, exceto pelo imperador da ustria. Entretanto, a

    situao mudou completamente quando Lus XIV concedeu ao neto a Coroa

    Francesa. A possibilidade de que a Espanha e Frana viessem a se unir sob a

    mesma Coroa assustou os demais pases europeus. Essa mudana de atitude

    permitiu que o imperador Habsburgo, da ustria, atrasse a Inglaterra e a

    Holanda para uma aliana contra os Bourbon.

    Guerra de Sucesso da Espanha.

    Em 1702, os trs Estados deram incio s hostilidades contra a Frana e

    a Espanha, desencadeando a Guerra de Sucesso da Espanha. A guerra

    prolongou-se por vrios anos levando ambos os lados ao esgotamento. A paz

    foi negociada a partir de 1713 pelos Tratados de Utrecht e de Ramstadt.

    Segundo os acordos, Felipe de Anjou foi confirmado no trono da

    Espanha, com a condio de que esse pas e a Frana jamais se unissem; a

    Inglaterra obteve Gibraltar e Minorca da Espanha e recebeu da Frana os

    territrios da terra nova e da nova Esccia, localizado na Amrica do norte.

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    A Inglaterra foi, sem dvida, a principal beneficiaria do conflito, que

    intensificou o eclipse da Espanha como potncia europeia e mundial iniciando

    com sua derrota na Guerra dos trinta anos, em 1648. Alm dos territrios, os

    ingleses conquistaram o monoplio do trafico de africanos escravizados para

    as colnias espanholas da Amrica e o direito de enviar anualmente, para essa

    regio, um navio com mercadorias, o chamado navio de permisso.

    Esse direito abriria uma brecha por meio da qual a Inglaterra realizaria

    lucrativos contrabandos nos domnios espanhis. A supremacia inglesa na

    Europa e no mundo seria confirmada pela Guerra dos Sete anos (1756

    1763). Nesse conflito, os ingleses aliaram-se Prssia, regio do Sacro

    Imprio-Germnico que havia se tornado reino em 1701. Mais uma vez, o

    inimigo era a Frana, aliada agora ustria, Rssia e Espanha.

    O conflito estendeu-se para o Oriente e para a Amrica do Norte,

    constituindo um primeiro ensaio de guerra mundial. Terminou com a vitria da

    Inglaterra que, pelo Tratado de Paris (1763), arrebatou da Frana e da

    Espanha os territrios do Canad e da Flrida e anexou a ndia a seu imprio

    em crescimento. Essas conquistas coincidiram com o comeo da Revoluo

    Industrial, processo que teve incio na Inglaterra na segunda metade do sculo

    XVIII. Com as conquistas, os ingleses passaram a ter fcil acesso fontes de

    matrias-primas, como o algodo indiano, do qual a nascente indstria txtil do

    pas tanto dependia. Alm disso, estavam assegurados Inglaterra os

    mercados de consumo para tecidos de algodo (e outros artigos), produzidos a

    baixo custo pela indstria txtil e lanado em quantidade cada vez maior no

    comrcio internacional.

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    PARA SISTEMATIZA OS ESTUDOS1

    1. A Guerra dos Trinta anos comea no Sacro Imprio e logo se espalha

    por outras regies da Europa, envolvendo interesses diversos. Explique a

    Guerra dos trinta anos e suas consequncias.

    2. As revolues inglesas do sculo XVII chegaram ao fim com a

    Revoluo Gloriosa de 1688 -1689. Que mudanas essas revolues

    provocaram na Inglaterra?

    3. Em 1700, Carlos II, rei da Espanha, morreu sem deixar herdeiros

    diretos, fato que transformou no estopim de uma sangrenta luta armada

    na Europa, conhecida como Guerra de Sucesso. Descreva o quadro

    politico europeu que propiciou o incio do conflito e depois comente suas

    consequncias.

    4. A Inglaterra foi sem duvida a principal beneficiaria nos conflitos que

    levaram as guerras. Quais fatores propiciaram a supremacia inglesa na

    Europa e no Mundo?

    1 Material elaborado pelo prof. Elicio Lima para sistematizar situaes de aprendizagem na sala de aula, a intertextualidade desse trabalho consiste em um dialogo entre as obras: Histria: Volume nico: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. So Paulo: tica, 2005. Histria global volume nico: Gilberto Cotrim. 8. ed. So Paulo: Saraiva, 1995. (Feitas algumas adaptaes e grifos para facilidade o

    processo didtico ensino aprendizagem - 2015). Sequencia didtica - Segundo ano do ensino mdio.

    INGLATERRA: REVOLUO E HEGEMONIA Situao de aprendizagem 10 Histria - Prof. Elicio Lima

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