infraestrutura, logÍstica e energia brasil (2008 ......(minério de ferro, soja, etc.), por tanto,...

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APOIO: REALIZAÇÃO: PORTOS Os projetos em infraestrutura portuária concentraram-se na região Sudeste e Nordeste, em especial na construção do “Super Porto de Açu”, no Rio de Janeiro, e na ampliação e modernização do Porto de Pecém, no Ceará. Dos 20 projetos portuários financiados pelo BNDES, apenas essas duas obras concentram 66% dos investimentos. AEROPORTOS A maior parte dos recursos foram investidos nos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). Também foi financiado o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante (RN). Em todos os casos analisados houve concessão (parcial ou total) de obra pública, no entanto os recursos para modernização saíram do BNDES. RODOVIAS, PONTES E FERROVIAS A metade dos projetos concentram-se em São Paulo e Rio de Janeiro, com ênfase na construção de rodovias. A malha ferroviária está voltada em sua maior parte para o escoamento de commodities minerais e agrícolas (minério de ferro, soja, etc.), por tanto, se concentram nas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Norte. Poucos investimentos foram alocados para melhorar a rede ferroviária de transporte público. TRANSPORTE PÚBLICO 98,3% dos investimentos se concentram na ampliação das redes de metrô e BRT nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. No resto do país, as capitais se encontram numa situação crítica no tocante à mobilidade urbana. O BNDES parece não se importar com esse fato. TERMINAIS MULTIMODAIS, DE ARMAZENAMENTO E CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS Houve expansão significativa na capacidade de trafegar e armazenar as commodities e mercadorias de exportação nas áreas de influência dos principais portos do país, como o Porto de Santos. Os 62 projetos financiados conformam complexos logísticos que atuam de forma conjunta e integram o interior com os principais portos. DUTOS DE TRANSPORTE (PETRÓLEO, ETANOL, GÁS), PLATAFORMAS MARÍTIMAS, REFINARIAS Foi o setor em que mais pesadamente o Banco investiu. A maior parte dos investimentos voltou-se se para a ampliação da capacidade de exploração do pré-Sal. 40 projetos nessa área concentraram 23,67% dos investimentos totais do Banco entre 2008 e parte de 2014. ESTALEIROS, NAVIOS E REBOCADORES Área vinculada diretamente com a exploração do pré-Sal: a maior parte dos estaleiros construídos ou modernizados se dedicaram à construção dos navios e rebocadores para o desenvolvimento das atividades nos novos campos marinos. O BNDES apostou na revitalização da indústria naval brasileira, bastante limitada nos últimos anos. SIDERURGIA E MINERAÇÃO EM LARGA ESCALA Os investimentos nessa área beneficiaram fundamentalmente grandes empresas como Vale, Anglo American, Companhia Brasileira de Alumínio, Usiminas e Tyssenkrup. Com recursos equivalentes a 8% dos investimentos do Banco no período analisado, foi reforçada a reprimarização da economia nacional. PROJETOS HIDRELÉTRICOS DE GRANDE, MÉDIO E PEQUENO PORTE A geração de hidreletricidade foi uma das prioridades para o BNDES. Os recursos foram destinados a financiar um total de 110 projetos e representaram 16,67% dos investimentos totais do Banco. Os grandes projetos hidrelétricos concentram-se na região Norte. PROJETOS TERMELÉTRICOS A termeletricidade responde por 65% da capacidade adicionada à rede elétrica nacional em 2013; assim, os investimentos do BNDES sustentaram a considerável expansão desse tipo de energia. As usinas termelétricas são alimentadas maiormente por gás natural (35,4%) e biomassa (30,4%). O petróleo e derivados é utilizado apenas em 15% dos casos. PROJETOS NUCLEARES Todos os recursos destinados a projetos nucleares se concentraram na construção da Usina Termonuclear (UTN) Angra III e seu respectivo sistema de transmissão. O custo total da obra se estima em aproximadamente R$ 13 bilhões. Os aportes do Banco representam, praticamente, metade desse valor. PROJETOS EÓLICOS Setor de acelerado crescimento nos últimos anos, o BNDES financiou a montagem de toda uma nova indústria, incluindo as primeiras fábricas para a produção de equipamentos. Estimativas falam de uma demanda de até 9 GW em 2018 e novos investimentos no valor de R$ 40,5 bilhões. A indústria concentra-se fundamentalmente nas regiões Nordeste (RN, CE, BA) e Sul (RS). PROJETOS SUCROALCOOLEIROS Apontam para três atividades complementares dentro do funcionamento das usinas: produção de açúcar, produção de álcool e produção de energia elétrica a partir do bagaço, mediante a implementação/ampliação de unidades industriais. A maior parte dos recursos foram aplicados no Estado de São Paulo. NOVAS LINHAS DE TRANSMISSÃO Há uma tendência clara para a concentração regional das novas linhas de transmissão: o Sudeste, Centro Oeste e Sul, em conjunto, respondem por 47,35% do total de projetos financiados pelo Banco. Esse porcentual aumenta se consideramos os investimentos interestaduais que beneficiam essas regiões. A informação disponível permite afirmar que a infraestrutura de “escoamento” da eletricidade produzida no Norte do país beneficia as regiões privilegiadas pelo modelo de desenvolvimento vigente, onde se concentra grande parte da produção de minérios e outras commodities, assim como os centros de armazenagem e exportação e o grosso da população urbana. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA ENERGIA MG SP RJ INVESTIMENTOS DO BNDES INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E ENERGIA BRASIL (2008-2014) 24% 10% 9% 8% 3% 3% 2% 1% 17% 10% 7% 4% 2% R$ 289,4 BILHÕES 68,5 27,7 24,5 23,2 9,5 8,9 6,5 2,4 36,6 * 11,5 ** 27,9 19,3 11,7 6,1 4,5 * GRANDES PROJETOS (acima de 500 MW) ** PEQUENOS E MÉDIOS PROJETOS (abaixo de 500 MW) EM R$ BILHÕES INVESTIMENTOS DO BNDES (2008-2014) EM INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E ENERGIA INVESTIMENTOS DO BNDES (2008-2014) EM OUTRAS ÁREAS 44% (R$ 289,4 BI) R$ 654,1 BILHÕES 56% (R$ 364,7 BI)

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Page 1: INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E ENERGIA BRASIL (2008 ......(minério de ferro, soja, etc.), por tanto, se concentram nas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Norte. Poucos investimentos

APOIO:

REALIZAÇÃO:

PORTOS Os projetos em infraestrutura portuária concentraram-se na região Sudeste e Nordeste, em especial na construção do “Super Porto de Açu”, no Rio de Janeiro, e na ampliação e modernização do Porto de Pecém, no Ceará. Dos 20 projetos portuários financiados pelo BNDES, apenas essas duas obras concentram 66% dos investimentos.

AEROPORTOS A maior parte dos recursos foram investidos nos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). Também foi financiado o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante (RN). Em todos os casos analisados houve concessão (parcial ou total) de obra pública, no entanto os recursos para modernização saíram do BNDES.

RODOVIAS, PONTES E FERROVIAS A metade dos projetos concentram-se em São Paulo e Rio de Janeiro, com ênfase na construção de rodovias. A malha ferroviária está voltada em sua maior parte para o escoamento de commodities minerais e agrícolas (minério de ferro, soja, etc.), por tanto, se concentram nas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Norte. Poucos investimentos foram alocados para melhorar a rede ferroviária de transporte público.

TRANSPORTE PÚBLICO 98,3% dos investimentos se concentram na ampliação das redes de metrô e BRT nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. No resto do país, as capitais se encontram numa situação crítica no tocante à mobilidade urbana. O BNDES parece não se importar com esse fato.

TERMINAIS MULTIMODAIS, DE ARMAZENAMENTO E CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOSHouve expansão significativa na capacidade de trafegar e armazenar as commodities e mercadorias de exportação nas áreas de influência dos principais portos do país, como o Porto de Santos. Os 62 projetos financiados conformam complexos logísticos que atuam de forma conjunta e integram o interior com os principais portos.

DUTOS DE TRANSPORTE (PETRÓLEO, ETANOL, GÁS), PLATAFORMAS MARÍTIMAS, REFINARIAS Foi o setor em que mais pesadamente o Banco investiu. A maior parte dos investimentos voltou-se se para a ampliação da capacidade de exploração do pré-Sal. 40 projetos nessa área concentraram 23,67% dos investimentos totais do Banco entre 2008 e parte de 2014.

ESTALEIROS, NAVIOS E REBOCADORES Área vinculada diretamente com a exploração do pré-Sal: a maior parte dos estaleiros construídos ou modernizados se dedicaram à construção dos navios e rebocadores para o desenvolvimento das atividades nos novos campos marinos. O BNDES apostou na revitalização da indústria naval brasileira, bastante limitada nos últimos anos.

SIDERURGIA E MINERAÇÃO EM LARGA ESCALA Os investimentos nessa área beneficiaram fundamentalmente grandes empresas como Vale, Anglo American, Companhia Brasileira de Alumínio, Usiminas e Tyssenkrup. Com recursos equivalentes a 8% dos investimentos do Banco no período analisado, foi reforçada a reprimarização da economia nacional.

PROJETOS HIDRELÉTRICOS DE GRANDE, MÉDIO E PEQUENO PORTE A geração de hidreletricidade foi uma das prioridades para o BNDES. Os recursos foram destinados a financiar um total de 110 projetos e representaram 16,67% dos investimentos totais do Banco. Os grandes projetos hidrelétricos concentram-se na região Norte.

PROJETOS TERMELÉTRICOS A termeletricidade responde por 65% da capacidade adicionada à rede elétrica nacional em 2013; assim, os investimentos do BNDES sustentaram a considerável expansão desse tipo de energia. As usinas termelétricas são alimentadas maiormente por gás natural (35,4%) e biomassa (30,4%). O petróleo e derivados é utilizado apenas em 15% dos casos.

PROJETOS NUCLEARESTodos os recursos destinados a projetos nucleares se concentraram na construção da Usina Termonuclear (UTN) Angra III e seu respectivo sistema de transmissão. O custo total da obra se estima em aproximadamente R$ 13 bilhões. Os aportes do Banco representam, praticamente, metade desse valor.

PROJETOS EÓLICOSSetor de acelerado crescimento nos últimos anos, o BNDES financiou a montagem de toda uma nova indústria, incluindo as primeiras fábricas para a produção de equipamentos. Estimativas falam de uma demanda de até 9 GW em 2018 e novos investimentos no valor de R$ 40,5 bilhões. A indústria concentra-se fundamentalmente nas regiões Nordeste (RN, CE, BA) e Sul (RS).

PROJETOS SUCROALCOOLEIROSApontam para três atividades complementares dentro do funcionamento das usinas: produção de açúcar, produção de álcool e produção de energia elétrica a partir do bagaço, mediante a implementação/ampliação de unidades industriais. A maior parte dos recursos foram aplicados no Estado de São Paulo.

NOVAS LINHAS DE TRANSMISSÃO Há uma tendência clara para a concentração regional das novas linhas de transmissão: o Sudeste, Centro Oeste e Sul, em conjunto, respondem por 47,35% do total de projetos financiados pelo Banco. Esse porcentual aumenta se consideramos os investimentos interestaduais que beneficiam essas regiões. A informação disponível

permite afirmar que a infraestrutura de “escoamento” da eletricidade produzida no Norte do país beneficia as regiões privilegiadas pelo modelo de desenvolvimento vigente, onde se concentra grande parte da produção de minérios e outras commodities, assim como os centros de armazenagem e exportação e o grosso da população urbana.

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

ENERGIA

MG

SP

RJ

INVESTIMENTOS DO BNDESINFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E ENERGIA

BRASIL (2008-2014)

24%

10%

9%

8%3%3%

2%

1%

17%

10%

7%4%

2%

R$

289,4BILHÕES

68,5

27,724,5 23,2

9,5 8,96,5

2,4

36,6*

11,5**

27,9

19,3

11,7

6,1 4,5

* GRANDES PROJETOS (acima de 500 MW)

**PEQUENOSE MÉDIOSPROJETOS (abaixo de 500 MW)

EM R$ BILHÕES

INVESTIMENTOS DO BNDES (2008-2014)EM INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E ENERGIA

INVESTIMENTOS DO BNDES (2008-2014) EM OUTRAS ÁREAS

44%(R$ 289,4 BI)

R$

654,1BILHÕES

56%(R$ 364,7 BI)