informe de previdência socialentre 2019 e 2050 o brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9%...

19
Outubro/ 2019 Volume 31 / Número 10 Informe de Previdência Social Artigo Envelhecimento demográfico e seguridade social: a experiência da Espanha * Andrea Velasco Rufato Nota Técnica Resultado do RGPS de Setembro / 2019

Upload: others

Post on 28-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

Outubro/ 2019 Volume 31 / Número 10

Informe de Previdência Social

Artigo

Envelhecimento demográfico e seguridade social: a experiência da Espanha

* Andrea Velasco Rufato

Nota Técnica

Resultado do RGPS de Setembro / 2019

Page 2: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

MINISTRO DA ECONOMIA Paulo Roberto Nunes Guedes SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO Rogério Simonetti Marinho SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA Leonardo José Rolim Guimarães SUBSECRETÁRIO DE REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Rogerio Nagamine Costanzi COORDENADOR-GERAL DE ESTUDOS PREVIDENCIÁRIOS Emanuel de Araújo Dantas CORPO TÉCNICO Andrea Velasco Rufato Andrei Suárez Dillon Soares Avelina Alves Lima Neta Fábio Costa de Souza Feruccio Branco Bilich José Maurício Lindoso de Araújo ELABORAÇÃO Fábio Costa de Souza REVISÃO Emanuel de Araújo Dantas O Informe de Previdência Social é uma publicação mensal do Ministério da Economia - ME, de responsabilidade da Subsecretaria de Regime Geral de Previdência Social e elaborada pela Coordenação-Geral de Estudos Previdenciários. Também disponível na internet, no endereço: www.previdencia.gov.br É permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte. ISSN da versão impressa 2318-5759 Correspondência Ministério da Economia - ME • Subsecretaria de Regime Geral de Previdência Social Esplanada dos Ministérios Bloco F, 7º andar, Sala 750 • 70059-900 – Brasília-DF Tel. (061) 2021-5011. Fax (061) 2021-5408 E-mail: [email protected]

Page 3: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO E SEGURIDADE SOCIAL1 A EXPERIÊNCIA DA ESPANHA

Andrea Velasco Rufato2

INTRODUÇÃO3

O objetivo desse artigo é apresentar a experiência espanhola em matéria de políticas de seguridade social. O panorama demográfico espanhol é marcado pelo aumento da esperança de sobrevida e envelhecimento da população, com consequente aumento da taxa de dependência, ou seja, redução do número de pessoas em idade de trabalhar que financia, com suas contribuições, cada aposentadoria. Em 2050, estima-se que 40% da população espanhola terá mais de 65 anos. Essa será a taxa de envelhecimento mais alta entre os países da OCDE, somente superada por Japão e Coreia. Essas mudanças impõem desafios tanto para o financiamento dos sistemas públicos de aposentadorias e pensões quanto para o mercado de trabalho. Para se adaptar à nova realidade o país tem implementado um conjunto de ações integradas que buscam reforçar a sustentabilidade do sistema, aproveitar os conhecimentos e experiência da população idosa e favorecer o aumento da vida ativa para além da idade legal de aposentadoria.

O Brasil também enfrenta os desafios do envelhecimento demográfico, por isso a experiência da Espanha pode servir para apontar alguns caminhos. O envelhecimento da população brasileira tem ocorrido de forma acelerada. De acordo com dados da projeção do IBGE 2018, no período entre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de 58 milhões de pessoas, o que representará 25,5% do total da população brasileira. Por isso, a recente reforma no sistema previdenciário brasileiro buscou fortalecer a sustentabilidade financeira e atuarial do sistema. Além disso, estão sendo discutidas medidas que tem por objetivo aumentar a empregabilidade da população e criar oportunidades de trabalho e negócio.

Conhecer experiências internacionais sobre políticas de seguridade social, seja em aspectos exitosos, para avaliação de modelos exemplares, seja em aspectos problemáticos, para análise de obstáculos, é um importante passo para construção de políticas adequadas. Deve-se sempre considerar as singularidades de cada região e estar consciente de que não existe um modelo único de seguridade social. A escolha de um modelo deve estar de acordo com a realidade local, garantindo a melhoria na qualidade de vida da população através de uma proteção social mais justa e sustentável.

Esse artigo está dividido em quatro partes. Em um primeiro momento, apresentamos um breve panorama do sistema de seguridade social espanhol e as principais reformas que foram realizadas. Em seguida abordarmos a questão da sustentabilidade democrática do sistema. Na terceira parte serão apresentadas as políticas de envelhecimento ativo, mostrando o que tem sido feito na Espanha para promover a conciliação entre trabalho e aposentadoria e para a promoção do emprego de pessoas com idade mais avançada. Por fim, apontamos as principais conclusões.

1. O SISTEMA DE SEGURIDADE ESPANHOL E O DESAFIO DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

O atual sistema de seguridade social espanhol pode ser descrito utilizando-se o esquema clássico dos três pilares. O primeiro pilar é o não-contributivo: possui caráter assistencial, é financiado por impostos e oferece renda de compensação para necessidades básicas por meio de benefícios não-contributivos. São garantidas, para as pensões inferiores ao valor mínimo, os chamados "complementos por mínimos", consistentes na diferença entre o valor da pensão reconhecida e o mínimo estabelecido anualmente4.

Já o segundo pilar é contributivo, obrigatório e com prestações definidas. Trata-se de um sistema de repartição simples, financiado por contribuições sociais e de gestão pública. Está vinculado ao exercício profissional e tem por objetivo proporcionar renda de substituição de salários. Atende aos princípios da universalidade, solidariedade intergeneracional, equidade e igualdade de direitos. Busca garantir o nível de bem-estar mediante prestações adequadas, mantendo a proporcionalidade entre o que é pago e o que é recebido. No sistema contributivo, a idade de aposentadoria varia entre 65 e 67 anos de idade, dependendo do número de contribuições.

O terceiro pilar, de previdência complementar, é um sistema de capitalização, com gestão privada e adesão voluntária.

A pedra angular para a sustentabilidade do sistema de seguridade espanhol são os dois primeiros pilares, que constituem o sistema público de pensões. Em 2011 e 2013 foram realizadas revisões paramétricas para fortalecê-lo financeiramente a longo prazo. A reforma de 2011 estabeleceu um aumento progressivo da idade de aposentadoria de 65 para 67 anos até 2027; aumento do número mínimo de contribuições de 15 para 25 anos até 2022 e aumento no número de contribuições para receber o benefício integral de 35 para 38 anos e seis meses até 2025.

1 As ideias e opiniões expressas nesse artigo são de inteira responsabilidade de sua autora e não refletem, necessariamente, a posição de qualquer instituição à qual esteja vinculada. 2 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Mestre em Antropologia de Orientação Pública pela Universidade Autônoma de Madri/Espanha. Atualmente em exercício na Coordenação Geral de Estudos Previdenciários da Subsecretaria do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Economia. 3 Esse artigo é resultado de dois seminários realizados em parceria com o Ministério do Trabalho, Migrações e Seguridade Social da Espanha (MITRAMISS), por intermédio da Embaixada da Espanha no Brasil. Desde 2012, foram realizadas várias trocas de experiências entre técnicos dos dois países que resultaram em publicações, eventos e documentos de cooperação. Em 2019, no âmbito da Subsecretaria do Regime Geral de Previdência Social, foram realizados dois seminários: Envelhecimento populacional e mercado de trabalho: sustentabilidade do sistema e adequada proteção social (semana de 23/09 a 27/09); e Resultados socioeconômicos das reformas do sistema público de previdência social na Espanha (semana de 30/9 a 03/10). 4 O salário mínimo espanhol para o ano de 2019 é equivalente a EUR 900,00.

Page 4: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

Já a reforma de 2013 instituiu dois novos parâmetros para o cálculo das pensões. Um deles é o Fator de Sustentabilidade (FS) que irá incidir sobre o cálculo da pensão inicial e moderar esse valor pelo aumento na esperança de vida. Sua finalidade é manter a proporcionalidade entre as contribuições e as prestações esperadas, garantindo às gerações presentes e futuras o recebimento de prestações adequadas e suficientes. A lei estabelece que sua aplicação não diminuirá o valor das aposentadorias, mas limita seu aumento. Trata-se de uma regra transparente que assegura um sistema de pensões autossustentável e fortalecido perante as tensões demográficas e condições econômicas que mudam ao longo do tempo. A previsão é que a fórmula comece a ser aplicada em 2023.

Outro parâmetro criado, nesse período, foi o Índice de Revalorização Anual, que estabelece uma restrição orçamentária, buscando igualar as receitas e os gastos previdenciários. Esse índice não impede um aumento anual das aposentadorias e pensões, desde que dentro de limites estabelecidos. Sua principal função é limitar a discricionariedade da tomada de decisões. A aplicação dessa fórmula tem sido alvo de manifestações por parte da população e por isso vem sendo adiada e o reajuste das aposentadorias e pensões continua sendo realizado pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC).

Esses mecanismos foram criados para prevenir o crescimento de déficits estruturais e recorrentes do sistema, que ameaçam o princípio de estabilidade orçamentaria ao qual a constituição espanhola está obrigada. Espera-se que sua aplicação possa garantir a médio e longo prazo o equilíbrio entre gastos e receita do sistema público de pensões.

Atualmente, a Espanha possui um déficit estrutural equivalente a algo entorno a 1,3% e 1,5% do PIB, decorrente em grande parte da queda das contribuições (principalmente nos períodos de crise) e do aumento do gasto com aposentadorias. Em 2017, esse gasto foi equivalente a 11,9% do produto interno bruto (PIB). A previsão é de que, sem a implementação dos mecanismos criados para conter o crescimento do déficit estrutural do sistema, esse gasto aumentaria, chegando a representar 13,4% do PIB em 2048.

Novas reformas paramétricas do sistema espanhol devem ser efetuadas para melhorar a sustentabilidade no longo prazo, dentre elas a alteração nos requisitos de acesso a aposentadoria. Também estão sendo elaboradas novas propostas que compreendem ações para melhorar a eficiência do sistema público de pensões, como a luta contra fraude e incentivo ao adiamento voluntário da aposentadoria, além de reformas que aumentam o emprego e a produtividade.

2. A SUSTENTABILIDADE DEMOCRÁTICA

O conceito de sustentabilidade democrática utilizado nas reformas do sistema de seguridade espanhol é entendido de forma abrangente e engloba, além da sustentabilidade financeira, a sustentabilidade demográfica, jurídica, social e política. A sustentabilidade financeira requer um sistema que não gere um déficit permanente, ou seja, equilíbrio fiscal do sistema. Já a sustentabilidade demográfica está relacionada a taxa de dependência, ou seja, número de trabalhadores em idade ativa em relação aos aposentados.

Por sua vez, a sustentabilidade social requer a preservação das questões sociais. Medidas que não são socialmente aceitas não devem ser implementadas. Nesse sentido, os partidos políticos e governo espanhol retificaram a aplicação dos novos parâmetros para o cálculo das pensões criados pelas reformas de 2013 e mantiveram o reajuste das aposentadorias e pensões de acordo com IPC em 2018 e 2019. Além disso, as reformas no sistema foram realizadas de maneira gradual, com previsão de mudanças que não sejam imediatas, mas que serão aplicadas no futuro, gradualmente, obtendo assim uma maior aceitação social.

A sustentabilidade jurídica está relacionada ao cumprimento do disposto na constituição. Na Espanha, a constituição prevê a manutenção de um sistema público de seguridade social para todos os cidadãos que garanta a assistência e prestações sociais suficientes perante situações de necessidade, especialmente em caso de desemprego (Art. 40). Também prevê a garantia da suficiência econômica dos cidadãos durante a terceira idade, mediante pensões adequadas e periodicamente atualizadas (Art. 50).

Por fim, a sustentabilidade política implica na adoção de medidas de consenso para que as reformas necessárias sejam aprovadas e o sistema de pensões seja retirado da confrontação política, evitando a prevalência de decisões políticas em favor de medidas que são populares no curto prazo, mas que poderiam agravar ainda mais a situação fiscal da previdência no futuro.

Em 1995, os partidos políticos da Espanha firmaram o chamado Pacto de Toledo com objetivo de excluir o sistema de proteção social da luta partidária e garantir a implementação das reformas necessárias. Desde então, essa comissão se reúne periodicamente para revisar o sistema e elaborar propostas com o máximo de consenso político possível. As recomendações do Pacto de Toledo serviram de base para a criação do Fundo de Reserva da Seguridade Social – uma espécie de colchão financeiro que permite cobrir o pagamento das pensões contributivas em casos de necessidades pontuais. Outra recomendação do Pacto de Toledo foi a separação e especificação das fontes de financiamento da seguridade social, de modo que as pensões contributivas sejam financiadas pelas contribuições do trabalhador e das empresas e as pensões não contributivas sejam financiadas por impostos. O pacto também apoiou a manutenção do poder aquisitivo das pensões mediante reajuste automático das mesmas em função do índice de preços ao consumidor (IPC).

3. POLÍTICAS DE ENVELHECIMENTO ATIVO

Para além dessas reformas, o Estado também tem adotado estratégicas de promoção do envelhecimento ativo, que vão desde as políticas de emprego a medidas que promovem a igualdade e a não discriminação da pessoa idosa. As consequências do envelhecimento da população podem ser entendidas desde duas perspectivas diferentes. A partir de um primeiro ponto de vista, resultaria na saída do mercado de trabalho e, portanto, na necessidade de proteção passiva da população com idade avançada. Desde uma perspectiva mais atual, o envelhecimento é visto como algo que requer a inserção social da população de idade mais elevada, incluindo a possibilidade de manutenção ou reincorporação dessa população

Page 5: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

no mercado de trabalho. E com base nessa segunda perspectiva foram desenvolvidas as estratégias de envelhecimento ativo para favorecer o alargamento da vida ativa para além da idade legal de aposentadoria, reforçar a sustentabilidade do sistema e aproveitar os conhecimentos e experiência da população idosa.

3.1. Conciliação entre aposentadoria e trabalho

Na Espanha, por via de regra, a aposentadoria é incompatível com o trabalho, tanto o trabalho assalariado quanto o trabalho por conta própria. Mas essa regra tem sido flexibilizada, permitindo que o aposentado possa conciliar trabalho e aposentadoria. A conciliação é válida em alguns casos. Um deles é quando o aposentado exerce trabalho por conta própria cujos ingressos anuais totais não superem o valor do salário mínimo. Nesse caso, não há redução no valor da aposentadoria.

Os aposentados que retornam ao mercado de trabalho com uma jornada parcial e recebem acima do salário mínimo, podem optar pela aposentadoria flexível. Nesse caso, o valor do benefício será reduzido de acordo com a jornada de trabalho, que pode ser de 25 a 50% do período integral. O retorno a condição de aposentado é sempre possível e a vantagem desse tipo de aposentadoria é que o tempo trabalhado computa como tempo cotizado, fazendo com que, ao encerrar o contrato laboral, o valor da aposentadoria seja recalculado.

Em 2013 foi criada uma nova modalidade de aposentadoria – aposentadoria ativa - que traz a possibilidade de compatibilizar o recebimento de 50% do benefício com a realização de um trabalho por conta própria ou como assalariado, que poderá ser em período integral. Ao cessar a atividade laboral o aposentado volta a receber 100% do valor da aposentadoria. A partir de 2017, essa lei passou a permitir que, nos casos de trabalhadores por conta própria, quando houver a contratação de pelo menos um trabalhador empregado, a quantia da pensão compatível com o trabalho irá alcançar 100% - aposentadoria ativa plena.

A conciliação entre aposentadoria e trabalho permite que o trabalhador possa reduzir sua carga de atividades aos poucos e em alguns casos, até mesmo aumentar o valor do benefício final da aposentadoria.

3.2. Estratégia Global para o Emprego dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Idade Avançada

As políticas públicas nascem em boa parte como consequência da conjuntura econômica e de emprego específicos de um determinado período e para dar respostas a diferentes situações. Por muito tempo, as políticas de emprego tiveram foco na incorporação de pessoas mais jovens ao mercado de trabalho na Espanha. Condições dignas de trabalho para a população mais jovem são imprescindíveis e, se pensarmos no longo prazo, contribuem para que essas pessoas se mantenham no mercado de trabalho por mais tempo. No entanto, sem desconsiderar a importância dessas políticas, os trabalhadores e trabalhadoras de idade mais avançada também foram se constituindo um coletivo específico de políticas de emprego na Espanha, principalmente a partir de 2011, quando foi lançada a “Estrategia Global para el Empleo de los Trabajadores y las Trabajadoras de Más Edad”.

O documento, também chamado de “Estratégia 55 e Mais”, constitui um marco geral das políticas de promoção do emprego para pessoas em idade mais avançada e orienta a atuação das administrações públicas. A estratégia propõe medidas para favorecer a manutenção do emprego e contribuir com a prolongação da vida laboral, como o apoio ao trabalho autônomo e maior sensibilização social sobre os valores positivos da população de trabalhadores de maior idade, com ênfase na responsabilidade social das empresas. Para melhorar as condições de trabalho, especialmente no que se refere a saúde e segurança no trabalho são propostas medidas relacionadas à avaliação de riscos, cuidados com saúde, formação e informação sobre saúde e segurança no trabalho para os trabalhadores com mais idade. E com o objetivo de promover a reincorporação ao mercado de trabalho, a estratégia propõe medidas de fomento à orientação profissional, requalificação profissional e a revisão do sistema de incentivos às empresas.

Atualmente, por meio de uma atualização, adequação e modernização do sistema de Seguridade Social, o governo espanhol oferece incentivos econômicos para que as empresas contratem pessoas com idade mais avançada. As bonificações podem chegar a EUR1.300 ao ano por cada contratação e a EUR 1.500 em caso de contratação de mulheres com mais de 45 anos em setores, por exemplo, onde a representação feminina seja baixa.

Para incentivar a conservação dos postos de trabalho de pessoas em idades mais avançadas, foram criadas medidas que proíbem a discriminação por razão de idade no mercado de trabalho, não permitindo, por exemplo, a imposição de limitações, preferências ou especificações de idade nas ofertas de trabalho e o estabelecimento de diferenças de salário em função da idade. Também são oferecidos cursos de formação profissional específicos para maiores de 45 anos. Foram lançados programas universitários e cursos especialmente pensados para pessoas maiores de 50 anos – programas conhecidos como “Universidades para maiores” ou “Aulas da Experiência”, com foco no ensino de novas tecnologias, idiomas e empreendedorismo.

CONCLUSÕES

A experiência da Espanha nos ensina um novo olhar sobre a questão da sustentabilidade do sistema previdenciário e sobre as consequências do envelhecimento populacional. Para garantir a sustentabilidade democrática, ela deve ser considerada de forma abrangente, envolvendo não apenas o aspecto financeiro, mas também os aspectos jurídicos, social, político e demográfico.

Em relação às consequências do envelhecimento populacional, elas deixam de ser relacionadas apenas a uma necessidade de proteção passiva da população com idade avançada e passam a ser vistas como algo que requer a sua inserção social, incluindo a possibilidade de manutenção ou reincorporação dessa população no mercado de trabalho.

Page 6: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

Nesse sentido, são importantes as políticas que tratam a conciliação entre aposentadoria e trabalho, criando mecanismos de transição entre atividade e inatividade. Por fim, a integração entre políticas de seguridade social e de emprego é fundamental para reduzir os casos de aposentadorias precoces e aumentar a idade ativa laboral. É necessário a promoção do trabalho decente que possa melhorar a qualidade de vida e aproveitar a experiência das pessoas com idade mais avançada.

Page 7: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

RECEITAS E DESPESAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SETEMBRO / 2019

RESULTADO DAS ÁREAS URBANA E RURAL Em setembro de 2019, a arrecadação líquida urbana, incluída a arrecadação COMPREV, foi de R$ 31,9 bilhões, registrando uma redução de

1,4% (-R$ 442,0 milhões) em relação a agosto de 2019 e elevação de 5,9% (+R$ 1,8 bilhão) na comparação com setembro de 2018. Já a arrecadação líquida rural foi de R$ 715,5 milhões, evidenciando um crescimento de 7,9% (+R$ 52,2 milhões), em relação a agosto de 2019, e queda de 11,7% (-R$ 94,5 milhões) quando comparada a setembro de 2018.

A despesa com pagamento de benefícios urbanos, incluídas as despesas com sentenças judiciais urbanas e Comprev, foi de R$ 53,9 bilhões,

em setembro de 2019, registrando um aumento de 31,7% (+R$ 13,0 bilhões) em relação a agosto de 2019 e de 4,9% (+R$ 2,5 bilhões), entre setembro de 2019 e o mês correspondente de 2018. A despesa rural, incluídas as sentenças judiciais rurais, foi de R$ 12,2 bilhões, em setembro de 2019, evidenciando uma diminuição de 3,8% (-R$ 479,5 bilhões) em relação a agosto deste ano e crescimento de 2,6% (+R$ 309,1 milhões), quando comparada ao mês correspondente de 2018, conforme se pode observar na Tabela 1.

TABELA 1 Evolução da Arrecadação Líquida, Despesa com Benefícios Previdenciários e Resultado Previdenciário, segundo a clientela urbana e rural – setembro/2018, agosto/2019 e setembro/2019 e Acumulado de janeiro a setembro (2018 e 2019) – Em R$ milhões de setembro/2019 (INPC)

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

Em setembro de 2019, as clientelas urbana e rural apresentaram necessidade de financiamento de R$ 22,1 bilhões e R$ 11,5 bilhões,

respectivamente. Ressalta-se que o pagamento do 13º salário, normalmente dividido em duas parcelas (setembro e dezembro), tem impacto em quatro meses

no fluxo caixa do RGPS. Isso ocorre devido à antecipação para os meses imediatamente anteriores ao pagamento de cada parcela (agosto e novembro) dos benefícios previdenciários de até 01 salário mínimo, de acordo com a Lei nº 11.665, de 29/04/2008. Assim, nesse mês foi paga a maior parte da parcela prevista, cerca de R$ 17,3 bilhões, afetando mais fortemente a despesa urbana.

No mês ( Set/2019 ) R$ 33,52

Acumulado em 2019 R$ 166,13

Últimos 12 meses R$ 207,28

Necessidade de Financiamento (INPC de Set/2019)

set/18 ago/19 set/19 Var. % Var. %

( A ) ( B ) ( C ) ( C / B ) ( C / A ) 2018 2019

1. Arrecadação Líquida (1.1 + 1.2 ) 30.896,8 32.967,0 32.577,2 (1,2) 5,4 286.010,1 294.224,0 2,9

1.1 Arrecadação Líquida Urbana Total 30.086,8 32.303,7 31.861,7 (1,4) 5,9 278.039,7 288.131,9 3,6

1.1.1 Arrecadação Líquida Urbana 29.072,2 31.609,7 31.174,0 (1,4) 7,2 266.871,4 279.868,5 4,9

1.1.2 Compensação Desoneração da Folha de Pagamento 1.014,6 692,6 685,8 (1,0) (32,4) 11.168,3 8.239,4 (26,2)

1.1.3 Comprev - 1,4 1,9 37,0 - - 24,1 -

1.2 Arrecadação Líquida Rural 810,0 663,3 715,5 7,9 (11,7) 7.970,4 6.092,1 (23,6)

2. Despesa com Benefícios (2.1 + 2.2 + 2.3) 63.288,6 53.582,8 66.096,1 23,4 4,4 447.845,8 460.355,2 2,8

2.1 Benefícios Previdenciários 61.895,7 52.151,9 64.608,4 23,9 4,4 432.835,6 442.772,9 2,3

2.1.1 Urbano 50.232,3 39.769,8 52.655,4 32,4 4,8 340.875,8 350.257,1 2,8

2.1.2 Rural 11.663,3 12.382,1 11.953,0 (3,5) 2,5 91.959,8 92.515,8 0,6

2.2 Passivo Judicial 1.085,2 1.155,6 1.210,3 4,7 11,5 12.817,9 15.133,9 18,1

2.2.1 Urbano 880,7 881,2 986,4 11,9 12,0 10.096,9 11.967,6 18,5

2.2.2 Rural 204,5 274,4 223,9 (18,4) 9,5 2.721,1 3.166,4 16,4

2.3 Comprev 307,8 275,3 277,4 0,8 (9,9) 2.192,3 2.448,4 11,7

3. Resultado Previdenciário (1 - 2) (32.391,8) (20.615,8) (33.519,0) 62,6 3,5 (161.835,8) (166.131,1) 2,7

3.1 Urbano (1.1 - 2.1.1 - 2.2.1 - 2.3) (21.334,0) (8.622,7) (22.057,6) 155,8 3,4 (75.125,3) (76.541,1) 1,9

3.2 Rural (1.2 - 2.1.2 - 2.2.2) (11.057,9) (11.993,1) (11.461,4) (4,4) 3,6 (86.710,5) (89.590,0) 3,3

Item Var. %

Acumulado no Ano

Page 8: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

De janeiro a setembro de 2019, a arrecadação líquida urbana (incluída a arrecadação Comprev) totalizou R$ 288,1 bilhões, registrando um aumento de 3,6% (+R$ 10,1 bilhões) em relação ao mesmo período de 2018. Já a arrecadação rural registrou R$ 6,1 bilhões, recuo de 23,6% (-R$ 1,9 bilhão) nessa mesma comparação. Nesse período, a despesa com o pagamento de benefícios previdenciários urbanos e rurais (incluídas as sentenças judiciais e Comprev) foram de R$ 364,7 bilhões e R$ 95,7 bilhões, nessa ordem, ou seja, cresceu 3,3% (+R$ 11,5 bilhões) no meio urbano e 1,1% (+R$ 1,0 bilhão) no meio rural.

GRÁFICO 1 Evolução da Arrecadação Líquida, Despesa com Benefícios Previdenciários e Resultado Previdenciário, segundo a clientela urbana e rural - Acumulado até setembro - R$ bilhões de setembro/2019 – INPC

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

No acumulado de 2019, o meio urbano registrou um déficit de R$ 76,5 bilhões. Já no meio rural, a necessidade de financiamento foi de R$ 89,6 bilhões, 3,3% (+R$ 2,9 bilhões) a mais que o valor registrado no mesmo período de 2018.

Destaca-se ainda que a elevada necessidade de financiamento do meio rural, fruto do baixo valor de arrecadação, quando comparado ao

pagamento de benefícios na área rural, é consequência da política de inclusão previdenciária, destinada aos trabalhadores rurais que vivem em regime de economia familiar. Para esses trabalhadores foi estabelecida uma forma de custeio sobre a comercialização da produção rural, o que, na maioria dos casos, é muito pequena ou inexistente.

RESULTADO EM CONJUNTO DAS ÁREAS URBANA E RURAL A arrecadação líquida da Previdência Social, em setembro de 2019, foi de R$ 32,6 bilhões, queda de 1,2% (-R$ 389,8 milhões) frente a

agosto de 2019 e, em relação ao mesmo mês de 2018, cresceu 5,4% (+R$ 1,7 bilhão). As despesas com benefícios previdenciários, em setembro de 2019, foram de R$ 66,1 bilhões, registrando aumento de 23,4% (+R$ 12,5 bilhões) em relação a agosto de 2019 e de 4,4% (+R$ 2,8 bilhões), na comparação com o mês correspondente de 2018, o que resultou numa necessidade de financiamento de R$ 33,5 bilhões, conforme se pode ver na Tabela 2.

Conforme citado anteriormente, no mês de setembro, a despesa apresenta um valor adicional, em torno de R$ 17,3 bilhões, relativo à

antecipação de metade do 13º salário dos benefícios previdenciários.

288,1

364,7

6,1

95,7

-

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

Arrecadação Líquida Pagamento de Benefícios Arrecadação Líquida Pagamento de Benefícios

URBANA RURAL

R$

bilh

õe

s

Page 9: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

TABELA 2 Arrecadação Líquida, Benefícios Previdenciários e Saldo Previdenciário – setembro/2018, agosto/2019 e setembro/2019 e acumulado de janeiro a setembro (2018 e 2019) – Valores em R$ milhões de setembro/2019 – INPC

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, a arrecadação líquida e as despesas com benefícios previdenciários chegaram,

respectivamente, a R$ 294,2 bilhões e R$ 460,4 bilhões, resultando na necessidade de financiamento de R$ 166,1 bilhões. Comparando com o mesmo período de 2018, a arrecadação líquida cresceu 2,9% (+R$ 8,2 bilhões) e as despesas com benefícios previdenciários 2,8% (+R$ 12,5 bilhões).

Entre os principais fatores que contribuíram para o crescimento da despesa com benefícios previdenciários, pode-se citar: (I) o reajuste

concedido ao salário mínimo, em janeiro de 2019, que em agosto determinou o valor recebido por 65,1% dos beneficiários da Previdência Social; (II) o crescimento vegetativo, natural, do estoque de benefícios; (III) reajuste dos benefícios com valor superior a 1 salário mínimo, concedido em janeiro de 2019, com base no INPC do período de janeiro a dezembro de 2018.

RECEITAS CORRENTES E MERCADO DE TRABALHO As receitas correntes somaram R$ 33,0 bilhões, em setembro de 2019, registrando uma redução de 1,3% (-R$ 421,9 milhões), frente ao mês

de agosto de 2019 e cresceu 2,4% (+R$ 779,0 milhões), quando comparadas ao valor de setembro de 2018. Em relação a agosto de 2019, a rubrica Empresas em Geral diminuiu 1,3% (-R$ 269,1 milhões), assim como Órgãos do Poder Público – Recolhimento em GPS, que registrou queda de 8,6% (-R$ 260,9 milhões). Já as rubricas Pessoa Física e Setores Desonerados cresceram, respectivamente, 4,2% (+R$ 37,6 milhões) e 3,1% (+R$ 25,5 milhões), como mostra o gráfico 2.

set/18 ago/19 set/19 Var. % Var. % Acumulado no ano

( A ) ( B ) ( C ) ( C / B ) ( C / A ) 2018 2019

1. Arrecadação Líquida (1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 + 1.5) 30.896,8 32.967,0 32.577,2 (1,2) 5,4 286.010,1 294.224,0 2,9

1.1. Receitas Correntes 32.224,1 33.425,1 33.003,1 (1,3) 2,4 298.233,2 296.409,2 (0,6)

Pessoa Física 874,7 885,6 923,3 4,2 5,6 8.646,7 8.178,9 (5,4)

SIMPLES - Recolhimento em GPS 1.624,0 1.712,5 1.695,5 (1,0) 4,4 14.388,0 14.700,8 2,2

SIMPLES - Repasse STN 3.555,1 3.750,8 3.802,3 1,4 7,0 30.571,9 32.463,3 6,2

Empresas em Geral 20.028,9 21.245,0 20.975,9 (1,3) 4,7 176.764,3 189.558,8 7,2

Setores Desonerados - DARF 1.278,4 827,1 852,6 3,1 (33,3) 10.987,5 7.578,9 (31,0)

Entidades Filantrópicas 304,5 339,3 328,5 (3,2) 7,9 2.841,5 2.888,7 1,7

Órgãos do Poder Público - Recolhimento em GPS 2.574,0 3.020,6 2.759,7 (8,6) 7,2 24.412,3 25.080,9 2,7

Órgãos do Poder Público - Retenção FPM/FPE 372,6 322,7 315,9 (2,1) (15,2) 4.072,2 3.515,4 (13,7)

Clubes de Futebol 3,0 4,1 4,1 (0,8) 36,5 145,5 44,5 (69,4)

Comercialização da Produção Rural 183,9 76,4 77,5 1,5 (57,9) 5.627,2 902,4 (84,0)

Retenção (11%) 1.018,6 836,0 844,5 1,0 (17,1) 16.203,0 7.867,6 (51,4)

Fundo de Incentivo ao Ensino Superior - FIES - - - - - - - -

Reclamatória Trabalhista 388,4 392,2 412,6 5,2 6,2 3.390,8 3.499,0 3,2

Outras Receitas 18,0 12,9 10,9 (14,9) (39,1) 182,4 129,8 (28,8)

1.2. Recuperação de Créditos 1.002,5 727,4 795,2 9,3 (20,7) 8.901,7 9.841,4 10,6

Arrecadação / Comprev / Dec.6.900/09 - 1,4 1,9 37,0 - - 24,1 -

Arrecadação / Lei 11.941/09 79,7 23,4 (0,0) (100,0) (100,0) 947,0 356,4 (62,4)

Programa de Recuperação Fiscal - REFIS 10,5 13,7 10,5 (23,4) (0,7) 97,2 100,9 3,8

Depósitos Judiciais - Recolhimentos em GPS 0,2 0,0 1,0 3.735,2 371,6 18,4 3,5 (81,2)

Depósitos Judiciais - Repasse STN 134,1 152,7 20,6 (86,5) (84,6) 762,3 1.417,9 86,0

Débitos 71,9 57,9 30,3 (47,6) (57,8) 504,5 840,2 66,5

Parcelamentos Convencionais 706,0 478,3 730,9 52,8 3,5 6.572,4 7.098,5 8,0

1.3. Restituições de Contribuições (9,0) (15,9) (0,7) (95,3) (91,8) (99,9) (68,8) (31,1)

1.4. Transferências a Terceiros (3.335,4) (1.862,2) (1.906,2) 2,4 (42,8) (32.193,2) (20.197,1) (37,3)

1.5. Compensação da Desoneração - STN 1.014,6 692,6 685,8 (1,0) (32,4) 11.168,3 8.239,4 (26,2)

2. Despesas com Benefícios Previdenciários 63.288,6 53.582,8 66.096,1 23,4 4,4 447.845,8 460.355,2 2,8

Pagos pelo INSS 62.203,5 52.427,2 64.885,8 23,8 4,3 435.027,9 445.221,2 2,3

Sentenças Judiciais - TRF 1.085,2 1.155,6 1.210,3 4,7 11,5 12.817,9 15.133,9 18,1

3. Resultado Previdenciário (1 – 2) (32.391,8) (20.615,8) (33.519,0) 62,6 3,5 (161.835,8) (166.131,1) 2,7

Var. %

Page 10: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

GRÁFICO 2 Variação das Receitas Correntes (setembro) de 2019 em relação ao mês anterior - Em R$ milhões de setembro/2019 (INPC)

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, as receitas correntes somaram R$ 296,4 bilhões e apresentaram leve redução de 0,6% (-R$

1,8 bilhão) em relação ao mesmo período de 2018. A rubrica Empresas em Geral cresceu 7,2% (+R$ 12,8 bilhões) e SIMPLES – Repasse STN, 6,2% (+R$ 1,9 bilhão). Com relação ao desempenho negativo, destacam-se as rubricas: Setores Desonerados-DARF, que teve queda de 31,0% (-R$ 3,4 bilhões), Retenção 11%, com declínio de 51,4% (-R$ 8,3 bilhões), e Comercialização da Produção Rural, com diminuição de 84,0% (-R$ 4,7 bilhões), conforme se pode ver no Gráfico 3.

GRÁFICO 3 Variação das Receitas Correntes (janeiro a setembro) de 2019 em relação a 2018 - Em R$ milhões de setembro/2019 (INPC)

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

A arrecadação previdenciária está diretamente vinculada ao comportamento do mercado de trabalho, ou seja, o aumento ou a redução no

nível de emprego formal do país, reflete um resultado positivo ou negativo da arrecadação. Esse fato pode ser percebido ao se analisar os principais indicadores do mercado de trabalho do mês de agosto.

(1,9)

20,4

-

8,4

1,1

(0,0)

(6,8)

(260,9)

(10,8)

(269,1)

25,5

51,5

(17,0)

37,6

(300,0) (250,0) (200,0) (150,0) (100,0) (50,0) - 50,0 100,0

Outras Receitas

Reclamatória Trabalhista

FIES

Retenção (11%)

Comercialização da Produção Rural

Clubes de Futebol

Órgãos do Poder Público - FPM/FPE

Órgãos do Poder Público - GPS

Entidades Filantrópicas

Empresas em Geral

Setores Desonerados - DARF

SIMPLES - STN

SIMPLES - GPS

Pessoa Física

(52,6)

108,2

-

(8.335,3)

(4.724,8)

(101,0)

(556,8)

668,6

47,2

12.794,5

(3.408,6)

1.891,4

312,8

(467,7)

(10.000,0) (8.000,0) (6.000,0) (4.000,0) (2.000,0) - 2.000,0 4.000,0 6.000,0 8.000,0 10.000,0 12.000,0 14.000,0

Outras Receitas

Reclamatória Trabalhista

FIES

Retenção (11%)

Comercialização da Produção Rural

Clubes de Futebol

Órgãos do Poder Público - FPM/FPE

Órgãos do Poder Público - GPS

Entidades Filantrópicas

Empresas em Geral

Setores Desonerados - DARF

SIMPLES - STN

SIMPLES - GPS

Pessoa Física

Page 11: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

MERCADO DE TRABALHO (agosto/2019)

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, o emprego formal no Brasil apresentou expansão em agosto de 2019, registrando saldo de 121.387 postos de trabalho, equivalente à variação de 0,31% em relação ao estoque no mês anterior. Esse resultado decorreu de 1.382.407 admissões e de 1.261.020 desligamentos. Em agosto de 2018, o emprego celetista descreveu saldo de 110.431 postos de trabalho (sem ajuste), com variação de +0,29% em relação ao estoque do mês anterior. No acumulado do ano de 2019, foram criados +593.467 empregos, com variação de +1,55% do estoque. No mesmo período de 2018, houve crescimento de +568.551 empregos, representando variação de +1,50%. Nos últimos doze meses, houve crescimento de +530.396 empregos, representando variação de +1,38%. No mesmo período do ano anterior, o saldo foi de +356.852, representando um crescimento de +0,94%). Em agosto de 2019, os dados registraram saldo positivo no nível de emprego em 6 setores econômicos e saldo negativo em dois setores. Registraram saldo positivo Serviços (61.730 postos), Comércio (23.626 postos), Indústria de Transformação (19.517 postos), Construção Civil (17.306 postos), Administração Pública (1.391 postos) e Extrativa Mineral (1.235 postos). Apresentaram saldo negativo Agropecuária (-3.341 postos) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (-77 postos). No recorte geográfico, verificou-se em agosto de 2019 que todas regiões apresentaram saldo de emprego positivo: Sudeste (51.382 postos, 0,25%), Nordeste (34.697 postos, 0,55%), Sul (13.267 postos, 0,18%), Centro-Oeste (11.431 postos, 0,35%), Norte (10.610 postos, 0,59%).

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, o contingente de pessoas ocupadas foi

estimado em aproximadamente 93,6 milhões no trimestre de junho a agosto de 2019. Essa estimativa apresentou aumento de 0,7%, ou seja, um adicional de 684 mil pessoas em relação ao trimestre anterior (março a maio de 2019). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (junho a agosto de 2018) este indicador apresentou, também, variação positiva (2,0%), quando havia no Brasil 91,8 milhões de pessoas ocupadas, representando um adicional de 1 841 mil pessoas. O nível da ocupação (indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 54,7% no trimestre de junho a agosto de 2019, apresentando um incremento de 0,2 ponto percentual frente ao trimestre de março a maio de 2019 (54,5%). Em relação a igual trimestre do ano anterior, este indicador apresentou variação positiva (0,6 ponto percentual), quando o nível da ocupação no Brasil foi de 54,1%. O contingente na força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre de junho a agosto de 2019, foi estimado em 106,2 milhões de pessoas. Observou-se que esta população permaneceu estável, quando comparada com o trimestre de março a maio de 2019. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, houve expansão de 1,7% (acréscimo de 1,7 milhão de pessoas). O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2 298 no trimestre de junho a agosto de 2019, registrando estabilidade frente ao trimestre de março a maio de 2019 e, também, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A análise do rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo os grupamentos de atividade, do trimestre móvel de junho a agosto de 2019, em relação ao trimestre de março a maio de 2019, mostrou que todos os grupamentos apresentaram estabilidade. A comparação com o trimestre de junho a agosto de 2018 mostrou que todos os grupamentos apresentaram estabilidade. A análise do rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo a posição na ocupação, do trimestre móvel de junho a agosto de 2019, em relação ao trimestre de março a maio de 2019, mostrou que todas as posições apresentaram estabilidade. A comparação com o trimestre de junho a agosto de 2018 mostrou que todas as posições apresentaram estabilidade.

Os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria – CNI, de agosto de 2019, apresentaram resultados positivos. As horas

trabalhadas na produção registraram aumento, interrompendo uma sequência de três meses de queda. Além disso, o faturamento cresceu pelo terceiro mês consecutivo e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu pelo segundo mês consecutivo, voltando a superar 78%. Por outro lado, o emprego segue estável, sem reação desde 2017. A massa salarial e o rendimento médio real, por sua vez, mostraram queda. A indústria continua a registrar índices de atividade próximos ao observados no fraco ano de 2018. Embora tenham registrado variações positivas no mês, os índices de faturamento, horas trabalhadas e UCI seguem inferiores aos registrados em agosto do ano passado. Deste modo, seguem mostrando queda no acumulado nos oito primeiros meses do ano – exceto a UCI, que registra crescimento de 0,1 ponto percentual nessa comparação. Emprego, massa salarial e rendimento médio também mostram queda nas comparações com 2018.

Portanto, observa-se que o comportamento do mercado de trabalho impacta diretamente na arrecadação de receitas correntes, puxadas

fortemente pelas Empresas em Geral, por isso uma acaba seguindo a tendência da outra, conforme pode ser visto no gráfico 4.

Page 12: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

GRÁFICO 4 Arrecadação de Receitas Correntes e Empresas em Geral nos últimos 18 meses – Em R$ bilhões de setembro/2019 - INPC

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

RECEITAS ORIUNDAS DE MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS Em setembro de 2019, as receitas provenientes de medidas de recuperação de créditos foram de R$ 795,2 milhões, o que mostra uma

elevação de 9,3% (+R$ 67,8 milhões) em relação a agosto de 2019, e recuo de 20,7% (-R$ 207,3 milhões) quando comparado a setembro de 2018. A rubrica Parcelamentos Convencionais registrou crescimento de 52,8% (+R$ 252,6 milhões) em relação ao mês anterior. Já a rubrica Depósitos Judiciais – Repasse STN apresentou redução de 86,5% (-R$ 132,1 milhões), como mostra o Gráfico 5.

GRÁFICO 5 Variação das Receitas de Recuperação de Créditos (setembro/2019) em relação ao mês anterior - Em R$ milhões de setembro/2019

(INPC) -

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

19,8

19,5

19,4

19,1

19,4

20,0

20,5

20,6

36,2

22,0

21,3

20,7

21,0

20,9

20,7

20,6

21,2

21,0

33,7

33,5

32,8

32,9

33,4

32,2

32,9

33,1

55,1

34,6

33,0

32,0

32,7

32,9

32,3

32,4

33,4

33,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

ab

r-1

8

ma

i-1

8

jun

-18

jul-

18

ag

o-1

8

se

t-1

8

ou

t-18

no

v-1

8

de

z-1

8

jan

-19

fev-1

9

ma

r-1

9

ab

r-1

9

ma

i-1

9

jun

-19

jul-

19

ag

o-1

9

se

t-1

9

R$

bilh

õe

s

Empresas em Geral Receitas Correntes

0,5

(23,4)

(3,2)

1,0

(132,1)

(27,6)

252,6

(200,0) (100,0) - 100,0 200,0 300,0

Arrecadação / Comprev / Dec.6.900/09

Arrecadação / Lei 11.941/09

Programa de Recuperação Fiscal - REFIS

Depósitos Judiciais - GPS

Depósitos Judiciais - STN

Débitos

Parcelamentos Convencionais

Page 13: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, as receitas originadas de recuperação de créditos registraram o montante de R$ 9,8 bilhões, evidenciando um crescimento de 10,6% (+R$ 939,7 milhões) em relação ao mesmo período de 2018. Esse aumento ocorreu principalmente pelo resultado positivo nos Depósitos Judiciais do Tesouro Nacional (+R$ 655,6 milhões) e nos Parcelamentos Convencionais, registrando um saldo de R$ 526,2 milhões, no acumulado de janeiro a setembro de 2019, conforme pode ser visto no Gráfico 6.

GRÁFICO 6 Variação das Receitas de Recuperação de Créditos (janeiro a setembro) de 2019 em relação a 2018 - Em R$ milhões de setembro/2019 (INPC)

Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/ME

BENEFÍCIOS EMITIDOS E CONCEDIDOS Em setembro de 2019, a quantidade de benefícios emitidos foi de 35,4 milhões de benefícios, registrando um aumento de 1,4% (+490,6 mil

benefícios) frente ao mesmo mês de 2018. Nessa mesma comparação, os Benefícios Previdenciários cresceram 1,8% (+515,2 mil benefícios). Já os Benefícios Acidentários e Assistenciais apresentaram leve recuo de 0,5% (-4,0 mil benefícios) e 0,4% (-19,6 mil benefícios), respectivamente, conforme pode ser visto na Tabela 3.

Ressalta-se que, no dia 6 de janeiro de 2017, foi editada pelo Poder Executivo a MP nº 767, convertida na Lei Ordinária nº 13.457 de 6 de

junho de 2017, com a finalidade principal de estabelecer um conjunto de proposições para a revisão dos benefícios por incapacidade concedidos, administrativa ou judicialmente. O objetivo principal da Lei nº 13.457/2017 é estabelecer a revisão de benefícios por incapacidade sem perícia médica há mais de dois anos e de aposentadorias por invalidez de beneficiários com idade inferior a 60 anos. A revisão de tais benefícios visa assegurar que estes sejam concedidos àqueles segurados que de fato se encontrem incapacitados para o trabalho, visando regularizar situações em que indivíduos que recuperam a capacidade laborativa continuam recebendo benefícios de forma indevida. Sendo assim, a possível suspensão ou cessação de alguns benefícios pode diminuir a emissão, principalmente dos benefícios acidentários.

24,1

(590,6)

3,7

(15,0)

655,6

335,7

526,2

(700,0) (600,0) (500,0) (400,0) (300,0) (200,0) (100,0) - 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0

Arrecadação / Comprev / Dec.6.900/09

Arrecadação / Lei 11.941/09

REFIS

Depósitos Judiciais - GPS

Depósitos Judiciais - STN

Débitos

Parcelamentos Convencionais

Page 14: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

TABELA 3 Evolução da Quantidade de Benefícios Emitidos pela Previdência Social (setembro/2018, agosto/2019 e setembro/2019)

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social - BEPS Elaboração: SPREV/ME

Na comparação entre setembro de 2019 e o mês correspondente de 2018, observa-se que as aposentadorias por tempo de contribuição

cresceram 3,2% (+197,6 mil aposentadorias); as aposentadorias por idade aumentaram 2,2% (+233,0 mil aposentadorias); as pensões por morte também cresceram 0,8% (+61,9 mil benefícios); porém, o auxílio-doença teve uma diminuição de 11,9% (-152,3 mil benefícios), essa redução explicada possivelmente pela revisão dos benefícios por incapacidade, conforme já citado anteriormente.

Da quantidade média de 35,2 milhões de emissões verificadas no período janeiro a setembro de 2019, 59,4% (20,9 milhões) foram destinados

a beneficiários da área urbana, 27,1% (9,5 milhões) a beneficiários da área rural e 13,5% (4,7 milhões) aos assistenciais (Gráfico 7). De 2011 a 2019, a quantidade de benefícios emitidos apresentou incremento de 27,5% no meio urbano, de 14,4% no meio rural e de 25,9% nos assistenciais.

set/18 ago/19 set/19 Var. % Var. %

( A ) ( B ) ( C ) ( C / B ) ( C / A )

TOTAL 34.883.217 35.264.921 35.373.791 0,3 1,4

PREVIDENCIÁRIOS + ACIDENTÁRIOS 30.126.344 30.527.778 30.637.501 0,4 1,7

PREVIDENCIÁRIOS 29.322.117 29.726.272 29.837.319 0,4 1,8

Aposentadorias 20.234.789 20.710.192 20.818.239 0,5 2,9

Idade 10.718.489 10.897.597 10.951.518 0,5 2,2

Invalidez 3.299.794 3.448.235 3.452.639 0,1 4,6

Tempo de Contribuição 6.216.506 6.364.360 6.414.082 0,8 3,2

Pensão por Morte 7.714.294 7.761.770 7.778.694 0,2 0,8

Auxílio-Doença 1.165.839 1.034.966 1.029.514 (0,5) (11,7)

Salário-Maternidade 66.183 70.378 63.904 (9,2) (3,4)

Outros 141.012 148.966 146.968 (1,3) 4,2

ACIDENTÁRIOS 804.227 801.506 800.182 (0,2) (0,5)

Aposentadorias 211.025 219.613 219.713 0,0 4,1

Pensão por Morte 109.645 107.285 107.184 (0,1) (2,2)

Auxílio-Doença 112.091 97.646 96.094 (1,6) (14,3)

Auxílio-Acidente 330.855 339.067 339.617 0,2 2,6

Auxílio-Suplementar 40.611 37.895 37.574 (0,8) (7,5)

ASSISTENCIAIS + BLE 4.756.873 4.737.143 4.736.290 (0,0) (0,4)

ASSISTENCIAIS 4.737.686 4.718.886 4.718.082 (0,0) (0,4)

Benefício de Prestação Continuada/BPC - LOAS 4.625.576 4.618.737 4.618.839 0,0 (0,1)

Pessoa idosa 2.042.932 2.020.157 2.023.017 0,1 (1,0)

Pessoa com deficiência 2.582.644 2.598.580 2.595.822 (0,1) 0,5

Rendas Mensais Vitalícias 112.110 100.149 99.243 (0,9) (11,5)

Idade 13.978 10.982 10.791 (1,7) (22,8)

Invalidez 98.132 89.167 88.452 (0,8) (9,9)

BENEFÍCIOS DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA (BLE) 19.187 18.257 18.208 (0,3) (5,1)

Page 15: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

GRÁFICO 7 Evolução da Quantidade de Benefícios Emitidos pela Previdência Social, segundo a clientela (2009 a 2019) - Em milhões de benefícios - Média de janeiro a setembro.

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social - BEPS Elaboração: SPREV/ME

O valor médio dos benefícios emitidos foi de R$ 1.414,73, média de janeiro a setembro de 2019, leve crescimento de 0,5% em relação ao

mesmo período de 2018. Entre o acumulado de janeiro a setembro de 2019 e o período correspondente de 2012, o valor médio real dos benefícios emitidos cresceu 7,1% (Gráfico 8).

GRÁFICO 8 Valor Médio do Total dos Benefícios Emitidos (média de janeiro a setembro de cada ano) – 2012 a 2019 - em R$ de setembro2019 (INPC)

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social - BEPS Elaboração: SPREV/ME

Em setembro de 2019, foram concedidos 451,9 mil novos benefícios, evidenciando uma queda de 10,8% (-54,5 mil benefícios) em relação

ao mês anterior e elevação de 11,8% (+47,7 mil benefícios) em relação a setembro de 2018. Entre setembro de 2019 e o mês anterior, todos os grandes grupos benefícios apresentaram redução: os Benefícios Previdenciários, diminuíram 10,1% (-45,8 mil benefícios), os Benefícios Acidentários tiveram queda de 9,9% (-2,1 mil benefícios) e os Benefícios Assistenciais recuaram 22,1% (-6,6 mil benefícios), conforme pode ser visto na Tabela 4.

16,4 16,9 17,6 18,2 18,9 19,4 19,9 20,5 20,9

8,3 8,5 8,8 9,0 9,2 9,3 9,4 9,5 9,53,8 3,9

4,14,2 4,4 4,5 4,6 4,7 4,7

28,529,4

30,431,5

32,4 33,2 34,0 34,7 35,2

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Urbano Rural Assistencial

1.321,28

1.336,941.344,67

1.338,38

1.359,82

1.411,391.407,24

1.414,73

1.300,00

1.350,00

1.400,00

1.450,00

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

RS

Page 16: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

TABELA 4 Evolução da Quantidade de Benefícios Concedidos pela Previdência Social (setembro/2018, agosto/2019 e setembro/2019) e acumulado de janeiro a setembro (2018 e 2019)

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social - BEPS Elaboração: SPREV/ME

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, a quantidade de benefícios concedidos foi de 3,8 milhões de benefícios, o que mostra uma

diminuição de 1,2% (-47,6 mil benefícios) em relação ao mesmo período de 2018. Os Benefícios Previdenciários tiveram um leve aumento de 0,3% (+11,3 mil benefícios). Já os Benefícios Assistenciais e Acidentários apresentaram redução de 24,1% (-58,1 mil benefícios) e 0,5% (-859 benefícios), respectivamente, nessa mesma comparação.

Além disso, cabe observar que a concessão mensal de benefícios está sujeita a uma série de particularidades como número de dias úteis,

disponibilidade de perícia médica, etc., o que pode prejudicar a comparação e análise mensal dos dados. Já anualmente é possível estabelecer uma base de comparação mais estável.

set/18 ago/19 set/19 Var. % Var. %

( A ) ( B ) ( C ) ( C / B ) ( C / A ) 2018 2019

TOTAL 404.210 506.451 451.946 (10,8) 11,8 3.893.046 3.845.426 (1,2)

PREVIDENCIÁRIOS 360.648 455.603 409.776 (10,1) 13,6 3.473.394 3.484.726 0,3

Aposentadorias 100.455 159.138 151.587 (4,7) 50,9 990.386 993.241 0,3

Idade 52.550 81.327 88.142 8,4 67,7 521.792 479.169 (8,2)

Invalidez 20.840 17.336 16.571 (4,4) (20,5) 183.630 218.489 19,0

Tempo de Contribuição 27.065 60.475 46.874 (22,5) 73,2 284.964 295.583 3,7

Pensão por Morte 27.858 40.452 21.636 (46,5) (22,3) 273.816 298.203 8,9

Auxílio-Doença 181.513 204.271 183.502 (10,2) 1,1 1.706.471 1.695.468 (0,6)

Salário-Maternidade 47.595 48.338 50.400 4,3 5,9 472.739 467.938 (1,0)

Outros 3.227 3.404 2.651 (22,1) (17,8) 29.982 29.876 (0,4)

ACIDENTÁRIOS 18.866 20.921 18.851 (9,9) (0,1) 178.733 177.874 (0,5)

Aposentadorias 941 656 599 (8,7) (36,3) 8.236 9.855 19,7

Pensão por Morte 24 15 12 (20,0) (50,0) 178 227 27,5

Auxílio-Doença 16.066 18.012 16.323 (9,4) 1,6 154.706 149.747 (3,2)

Auxílio-Acidente 1.831 2.226 1.915 (14,0) 4,6 15.526 17.958 15,7

Auxílio-Suplementar 4 12 2 (83,3) (50,0) 87 87 -

ASSISTENCIAIS 24.669 29.896 23.288 (22,1) (5,6) 240.628 182.553 (24,1)

Benefício de Prestação Continuada/BPC - LOAS 24.669 29.896 23.288 (22,1) (5,6) 240.628 182.553 (24,1)

Pessoa idosa 11.580 19.288 13.009 (32,6) 12,3 114.777 91.877 (20,0)

Pessoa com deficiência 13.089 10.608 10.279 (3,1) (21,5) 125.851 90.676 (27,9)

Rendas Mensais Vitalícias - - - - - - - -

Idade - - - - - - - -

Invalidez - - - - - - - -

ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS DA UNIÃO (EPU) 27 31 31 - 14,8 291 273 (6,2)

Var. %Acumulado no Ano

Page 17: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

ANEXO I I.I Relação entre a Arrecadação Líquida e a Despesa com Benefícios (R$ milhões de setembro/2019 - INPC)

Fonte: CGF/INSS Elaboração: SPREV/ME

(A) (B) C = (A - B) (D) E=(D/C) F= (C - D)

Valores referentes ao acumulado até o mês de agosto, a preços de setembro/2019 INPC

2009 244.037 24.243 219.795 287.983 131,0 (68.188)

2010 271.900 26.590 245.310 312.137 127,2 (66.827)

2011 297.511 29.578 267.933 322.786 120,5 (54.852)

2012 320.058 32.210 287.848 346.335 120,3 (58.486)

2013 334.869 34.076 300.793 367.604 122,2 (66.811)

2014 350.083 35.562 314.521 377.451 120,0 (62.931)

2015 338.766 34.732 304.034 370.025 121,7 (65.992)

2016 313.999 32.016 281.983 406.293 144,1 (124.310)

2017 315.523 31.613 283.909 435.476 153,4 (151.567)

2018 318.203 32.193 286.010 447.846 156,6 (161.836)

2019 314.421 20.197 294.224 460.355 156,5 (166.131)

set/17 35.542 3.309 32.233 62.352 193,4 (30.119)

out/17 35.423 3.238 32.185 46.901 145,7 (14.716)

nov/17 35.807 3.236 32.572 51.245 157,3 (18.673)

dez/17 55.423 3.231 52.191 62.471 119,7 (10.279)

jan/18 36.336 5.976 30.360 45.928 151,3 (15.568)

fev/18 34.977 3.348 31.629 46.943 148,4 (15.314)

mar/18 34.395 3.278 31.116 52.379 168,3 (21.262)

abr/18 37.838 3.254 34.584 47.403 137,1 (12.819)

mai/18 35.256 3.308 31.948 47.793 149,6 (15.845)

jun/18 34.668 3.260 31.408 46.429 147,8 (15.021)

jul/18 34.941 3.213 31.728 46.740 147,3 (15.012)

ago/18 35.560 3.219 32.341 50.943 157,5 (18.602)

set/18 34.232 3.335 30.897 63.289 204,8 (32.392)

out/18 35.024 2.180 32.844 46.397 141,3 (13.553)

nov/18 35.034 2.216 32.818 51.284 156,3 (18.466)

dez/18 57.138 2.233 54.904 64.031 116,6 (9.127)

jan/19 36.764 3.716 33.048 47.152 142,7 (14.104)

fev/19 34.530 2.334 32.196 47.546 147,7 (15.350)

mar/19 33.692 2.210 31.481 54.289 172,4 (22.808)

abr/19 36.348 2.173 34.175 47.836 140,0 (13.661)

mai/19 35.013 2.252 32.761 47.706 145,6 (14.945)

jun/19 34.710 1.897 32.814 47.825 145,7 (15.011)

jul/19 34.052 1.847 32.205 48.322 150,0 (16.117)

ago/19 34.829 1.862 32.967 53.583 162,5 (20.616)

set/19 34.483 1.906 32.577 66.096 202,9 (33.519)

PeríodoArrecadação Bruta

Transferências a

TerceirosArrecadação Líquida

Benefícios

Previdenciários Relação % Saldo

Page 18: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

I.II Arrecadação Líquida X Despesa com Benefícios (acumulado até o mês de setembro de cada ano, em R$ milhões de setembro/2019 –

INPC

Fonte: CGF/INSS Elaboração: SPREV/ME

219.795

245.310

267.933

287.848 300.793314.521

304.034

281.983 283.909 286.010294.224287.983

312.137322.786

346.335367.604

377.451370.025

406.293

435.476447.846

460.355

15.000

65.000

115.000

165.000

215.000

265.000

315.000

365.000

415.000

465.000

515.000

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Arrecadação líquida Benefícios Previdenciários

Page 19: Informe de Previdência Socialentre 2019 e 2050 o Brasil passará de um patamar de 9,5% para 21,9% da população com 65 anos ou mais. E em 2060 essa população chegará a cerca de

ANEXO II Rubricas de arrecadação previdenciária 1. Pessoa Física: Contribuinte Individual, Empregado Doméstico, Segurado Especial e Facultativo. 2. SIMPLES - Recolhimento em Guia da Previdência Social – GPS: recolhimento relativo à contribuição do segurado empregado de empresas

optantes pelo SIMPLES. 3. SIMPLES – repasse STN: Repasse, pela Secretaria do Tesouro Nacional, dos valores recolhidos relativos à cota patronal de empresas

optantes pelo SIMPLES. 4. Empresas em Geral: empresas sujeitas às regras gerais de contribuição, incluídos os recolhimentos referentes à cota patronal, dos

empregados e do seguro acidente. 5. Setores Desonerados: arrecadação em DARF relativas à desoneração da folha de pagamento, conforme a Lei 12.546 de 14/12/2011. 6. Entidades Filantrópicas: recolhimento relativo à contribuição do segurado empregado de Entidades Filantrópicas das áreas de saúde,

educação e assistência social, que têm isenção da cota patronal. 7. Órgãos do Poder Público - Recolhimento em GPS: Recolhimento em Guia da Previdência Social - GPS - em relação aos servidores da

administração direta, autarquias e fundações, da União, Estados e Municípios, vinculados ao RGPS. 8. Órgãos do Poder Público - Retenção FPM/FPE: Valores retidos do Fundo de Participação dos Estados - FPE - ou do Fundo de Participação

dos Municípios - FPM - para pagamento das contribuições correntes de Estados e Municípios. 9. Clubes de Futebol: receita auferida a qualquer título nos espetáculos desportivos de que os clubes de futebol participem. 10. Comercialização da Produção Rural: Valores recolhidos por Produtores Rurais Pessoa Física e Jurídica, quando da comercialização de

sua produção. 11. Retenção (11%): valor retido pela contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra no valor de 11% da nota fiscal, da

fatura ou do recibo de prestação de serviços. 12. Fundo de Incentivo ao Ensino Superior – FIES: Dívida das universidades junto à Previdência repassada ao INSS através do Fundo de

Incentivo ao Ensino Superior - FIES. 13. Reclamatória Trabalhista: recolhimento sobre verbas remuneratórias decorrentes de decisões proferidas pela Justiça. 14. Arrecadação / Comprev / Dec.6.900/09: compensação financeira entre os regimes próprios de previdência e o RGPS 15. Arrecadação / Lei 11.941/09: refinanciamento de débitos previdenciários. 16. Programa de Recuperação Fiscal – REFIS: Arrecadação proveniente do Programa de Recuperação Fiscal, que promove a regularização

de créditos da União, decorrentes de débitos de pessoas jurídicas, relativos a tributos e contribuições administrados pela SRF e pelo INSS.

17. Depósitos Judiciais - Recolhimentos em GPS: Recolhimento em Guia da Previdência Social - GPS - de parcelas de créditos

previdenciários das pessoas jurídicas que ingressam com ações contra a Previdência. 16. Depósitos Judiciais - Repasse STN: Valor repassado pela Secretaria do Tesouro Nacional referente à parcela do crédito previdenciário

das pessoas jurídicas que ingressam com ações contra a Previdência (Lei nº 9.709/98). 18. Débitos: Débitos quitados através de Guia da Previdência Social - GPS - ou recebidos em decorrência de Contrato de Assunção, Confissão

e Compensação de Créditos. 19. Parcelamentos Convencionais: Pagamento de parcelamentos não incluídos em programa específico de recuperação de crédito. 20. Sentenças Judiciais – TRF: Pagamento de precatórios de benefícios e de requisições de pequeno valor resultantes de execuções judiciais.

A Lei nº 10.524, de 25.07.2002, no seu art. 28, determinou que as dotações orçamentárias para pagamento destes valores seriam descentralizadas aos Tribunais, não mais sendo pagas pelo INSS.