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Quando as entidades repre-sentativas do setor vitivinícola se reuniram, convocadas pelo Ibra-vin, no fi nal de 2008 e início de 2009, para analisar o passado, o presente e, especialmente, o futuro do vinho brasileiro, todos sabiam que estavam participando de algo importante, talvez até histórico, mas ninguém imaginou estar par-ticipando de uma verdadeira re-volução. Depois de analisar uma ampla pesquisa sobre o que o con-sumidor pensava sobre o vinho brasileiro, um grupo de dirigentes das principais vinícolas do País, com a ajuda da consultoria Top Brands, começou um processo de discussão sobre qual caminho se-guir. Após intensos debates, a con-clusão foi clara: o vinho brasileiro precisa de um símbolo.

A ideia foi levada à agência Escala, que sugeriu a criação

Presidente: Júlio Gilberto Fante

Vice-presidente: Denis Debiasi

Diretor-executivo: Carlos Raimundo Paviani

Conselho Deliberativo formado pelas seguintes associações: Associação Gaúcha de Viticultores (Aga-vi), Federação das Cooperativas de Vinho do Estado do RS (Fecovinho), Associação Brasileira de Enologia (ABE), Comissão Interestadual da Uva, Secretaria da Agri-cultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa), Sindicato da Indústria do Vi-nho do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Sindicato Rural de Caxias do Sul (Sindirural-Caxias), Associação Nacional dos Engarrafadores de Vinho (ANEV), As-sociação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis) e União Brasileira da Vitivinicultura (Uvibra).

Edição e textos: Orestes de Andrade Jr. Planejamento Gráfi co: Alvo Global Publicidade e Progaganda

IBRAVINCNPJ: 02.728.155/0001-74. Alameda Fenavinho, 481. Edifi cação 29Bento Gonçalves - RS Telefone e fax: + 55 54 3455.1800E-mail: [email protected]

de um saca-rolhas pela dupla de designers Fernando e Humber-to Campana. A história daí pra frente é conhecida de todos. Foi gerado um ícone da marca Vinhos do Brasil e Wines of Brasil, com desenvolvimento da Tramontina, que comercializou mais de 500 unidades em apenas um mês de venda. Com lançamentos super prestigiados em Porto Alegre, São Paulo e até na capital do design mundial, Milão, podemos afi rmar que a peça símbolo dos vinhos brasileiros é um sucesso. E virou sim um objeto de desejo. Graças ao “lavoro” de muitas mãos, tal como acontece todos os dias nos vinhedos de todo o Brasil para dar origem a uva que um dia se transforma em alimento, diversão e companhia, na forma de vinhos, espumantes e suco verde-amare-los. Boa leitura e saúde!

O governador Tarso Genro as-segurou, no dia 28 de fevereiro, o encaminhamento de medidas em âmbito estadual e federal para o for-talecimento da cadeia produtiva da uva e derivados no Rio Grande do Sul, em especial a vitivinicultura. “Vamos trabalhar essas questões em conjunto”, afi rmou Tarso, durante audiência, no Palácio Piratini, com o presidente do Conselho Delibe-rativo do Ibravin, Júlio Fante, além de representantes do setor (Henrique Benedetti, Raul Randon, Arnaldo Passarin, Cristiane Passarin, Olir Schiavenin, Hélio Marchioro, Rena-to Formolo e Carlos Paviani).

No encontro, que reuniu ainda o presidente da Assembleia Legisla-tiva, Adão Villaverde, o secretário

GOVERNADOR e Ibravin juntos para desenvolver o setor vitivinícola gaúcho

da Agricultura, Luiz Fernando Mai-nardi, e o coordenador do Conselho Estadual de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (CDES), Marcelo Danéris, foram pontuadas três prin-cipais reivindicações referentes ao tratamento tributário do vinho, com ênfase na questão dos importados, ao incremento do Fundovitis e ao es-coamento dos estoques excedentes do produto.

Em atendimento ao setor, o Go-verno do Estado deverá formalizar pedido, junto ao Conselho Nacio-nal de Política Fazendária (Confaz), para que sejam igualadas as alíquo-tas de ICMS na comercialização de vinhos em todas as unidades da fe-deração. Enquanto o ICMS gaúcho é de 17%, a média nacional é de 25%,

chegando a 30% em alguns Estados. A alta carga tributária encarece o vi-nho, favorecendo o consumo de be-bidas com alíquotas menores, como cachaça, cerveja, entre outras. Outra reivindicação do Ibravin junto ao Confaz é o fi m dos incentivos fi scais para a importação de vinhos pratica-dos por alguns Estados, o que preju-dica a produção nacional.

Foto: Marco Couto / AL-RS

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para a saúde do suco de uva 100% natural, que não contém adição de água nem açúcar, e ainda possui be-nefícios que os derivados das uvas tintas oferecem devido à presença do resveratrol, sem a presença de ál-cool”, observa o presidente do Ibra-vin. A comercialização total de suco de uva (reunindo o natural, adoçado e reprocessado) teve alta de 20,6% de janeiro a dezembro, alcançando 36,7 milhões de litros.

Vinhos O desempenho geral de vinhos

fi nos acabou em pequena alta de 0,8%. Os vinhos fi nos tintos tiveram suas vendas aumentadas em 3,4% em 2010, com a comercialização de 13,5 milhões de litros de janeiro a dezembro, frente a 13 milhões de litros no mesmo período de 2009. O total de vinho fi no tinto vendido no ano passado representa o segundo maior volume da história, inclusive superior ao emblemático 2005, ano em que ocorreu o recorde na venda de vinhos fi nos e de mesa. O maior

COMEMORAÇÃO: proprietário da Don Giovanni, Ayrton Giovannini, realizando um degorgement manual em um espumante da sua vinícola. Foram vendidos 12,5 milhões de litros de espumantes brasileiros em 2010

A comercialização de vinhos es-pumantes elaborados no Rio Gran-de do Sul – responsável por cerca de 90% da produção nacional – al-cançou um crescimento de 12% em 2010 no Brasil. Conforme levan-tamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram vendidos 12,5 milhões de litros de vinhos espumantes de janeiro a dezembro do ano passado, ante 11,1 milhões de litros colocados nos 12 meses de 2009. “É o maior volume de venda de espumantes da história”, afi rma o presidente do Conselho Delibera-tivo do Ibravin, Júlio Fante.

Com a venda de espumantes de Santa Catarina e do Vale do São Francisco, o volume comercializa-do supera os 14,5 milhões de litros. Os espumantes moscatéis tiveram um incremento de 17% nas vendas, enquanto as borbulhas do tipo brut e demi-sec cresceram 10%. “Os espu-mantes brasileiros caíram no gosto do consumidor brasileiro, que reco-nhece a sua qualidade e boa relação custo-benefício”, explica Fante.

Suco de uvaO balanço de 2010 ainda apon-

ta outro recorde, desta vez no suco de uva 100% natural pronto para beber, que conquistou um acrésci-mo de 24,5% no ano passado, em relação ao mesmo período de 2009. Foram colocados 31,8 milhões de litros de suco de uva 100% natu-ral de janeiro a dezembro de 2010, contra 25,5 milhões de litros nos 12 meses de 2009. “É um incremento importante, superior a 6 milhões de litros”, comemora Fante.

Ele lembra que, em 2005, foram vendidos apenas 6 milhões de li-tros de suco de uva no Brasil. Já em 2008, este volume triplicou, pas-sando para 18 milhões de litros e, agora, dois anos depois, ultrapassa a barreira dos 30 milhões de litros. “Os consumidores estão cada vez mais reconhecendo as vantagens

Os números apurados pelo Ibravin referem-se ao Rio Grande do Sul – origem de aproximadamente 90% da produção brasileira de vinhos e derivados – conforme o Cadastro Vinícola, mantido em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuá-ria e Agronegócio (Seapa) e o Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As informa-ções não abrangem o restante do País em razão de outros estados brasileiros não implantarem o Ca-dastro Vinícola.

Foto: Arthur Azevedo

volume de vinhos tintos fi nos foi de 2006, quando foram colocados 13,5 milhões de litros. Os vinhos rosados subiram 10% em 2010 e os brancos caíram 6,7%.

Juntando os vinhos fi nos com os de mesa, ocorreu uma queda de 3,3%, com a colocação de 232 mi-lhões de litros nos 12 meses de 2010, perante 240 milhões comercializa-dos de janeiro a dezembro de 2009.

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A importação de vinhos pelo Brasil cresceu 27% em 2010. A in-formação é do Ibravin, com base em números coletados junto ao Minis-tério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior (MDIC). De janeiro a dezembro do ano pas-sado, entraram no País 75,3 milhões de litros de vinho estrangeiro, vin-dos de 30 países, ante 59,2 milhões de litros que ingressaram no Brasil nos 12 meses de 2009, originados de 32 nações. Este é o maior volu-me de vinho já importado pelo Bra-sil, superando o antigo recorde de 60,8 milhões de litros verifi cado em 2007. Desde 2004, quando 39 mi-lhões de litros de vinho estrangeiro entraram no Brasil, o crescimento nas importações quase dobrou, so-mando 93%.

Mas o ingresso de vinho impor-tado no Brasil não signifi ca obriga-toriamente que tenha ocorrido au-mento no consumo de vinhos estran-geiros. Informações coletadas em

lojas especializadas e supermercados dão conta de que os estoques de impor-tados são grandes, sufi cientes até para suprir a demanda de quase todo o ano de 2011. Em 2009, por exemplo, o cresci-mento nas impor-tações de vinhos foi de apenas 2%, interrompendo uma pequena queda em 2008, quando entraram 57,9 mi-lhões de litros contra 60 milhões de litros em 2007.

Ano atípicoA principal causa deste aumento

atípico de quase 30% nas importa-ções de vinhos pelo Brasil é a im-plementação do Selo de Controle Fiscal para vinhos nacionais e im-portados pela Receita Federal. Ini-cialmente, os vinhos só poderiam sair das vinícolas, engarrafadoras e

O levantamento do Ibravin ainda demonstra que quatro países – Chile, Argentina, Itália e Portugal – são responsáveis pelo envio de quase 90% do vinho importado ao Brasil. A lista dos 10 países com maior volume de vinhos comercializados no Brasil ainda é composta, pela ordem decrescente, por França, Espanha, Uruguai, África do Sul, Austrália e Estados Unidos.

importadoras com o Selo de Contro-le Fiscal a partir do dia 1º de novem-bro de 2010. “Isso provocou uma corrida das importadoras para faze-rem estoques de vinhos importados, daí o aumento fora da normalidade”, explica o presidente do Ibravin, Júlio Fante. Mas a Receita Federal adiou a exigência do Selo Fiscal para 1º de janeiro de 2011. “Sem dúvida tive-mos um ano anômalo em razão do selo”. Por isso, a expectativa é de que as importações de vinhos sejam baixas nos primeiros meses do ano, compensando o acréscimo excessivo de 2010.

Receita destrói R$ 600 mil em garrafas de bebidas contrabandeadasA Receita Federal destruiu

6 mil garrafas de bebidas con-trabandeadas apreendidas nos últimos três meses de 2010 em Santana do Livramento, na fron-teira com o Uruguai. Em torno da metade dos itens recolhidos são de vinhos e espumantes importa-dos, que entraram de forma ilegal no Brasil. A outra metade são de uísques, vodka, tequila, gim, li-cor e cerveja. O valor estimado dos produtos soma R$ 600 mil. A inutilização das mercadorias foi na Cooperativa Vinícola Aurora (foto ao lado), envolvendo uma parceria entre o Ibravin e a Recei-ta Federal.

Segundo o chefe da Divisão de Programação e Logística da Receita Federal em Porto Alegre, André Luís Souza da Silva, o vo-

lume de bebidas destruído no dia 25 de janeiro deste ano é apenas 10% do total de itens guardados nos oito depósitos existentes no Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Caxias do Sul, São Leopoldo, Passo Fundo, Santa Maria, Santo Ângelo, Santana do Li-vramento e Uruguaiana), resultado de operações do último trimestre.

O valor dos produtos ilegais ar-

mazenados soma ao redor de R$ 6 milhões. “Nossos depósitos estão abarrotados”, informou. Por isso, a Receita Federal propôs ao Ibravin a realização de uma parceria para abrir espaço a novas apreensões. “Queremos inutilizar pelo menos uma carga de produtos apreendi-dos, com aproximadamente 6 mil garrafas, por mês”, afi rma.

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ESPAÇO dos vinhos brasileiros na Vinópolis, em Londres, inaugurado em 2010, durante a London Wine Fair

As vinícolas brasileiras inte-grantes do projeto setorial integra-do Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e a Agência Brasileira de Promoção de Expor-tações e Investimentos (Apex-Bra-sil), exportaram US$ 2,29 milhões em 2010, praticamente o mesmo valor de 2009, que foi de US$ 2,30 milhões. “Apesar de ser um ano de crise, com o câmbio desfavorável às exportações, as empresas con-seguiram manter praticamente o mesmo faturamento de 2009”, ana-lisa a gerente de Promoção Comer-cial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Para este ano, a expectativa é aumentar em 90% as exportações de vinho brasileiro fi no engarrafa-do, alcançando US$ 4,4 milhões, muito próximos dos US$ 4,68 mi-lhões de 2008, o melhor resultado conquistado pelo projeto. Das 36 vinícolas associadas ao projeto, 18 são exportadoras, sendo que, des-tas, 13 efetuaram vendas ao exte-rior no ano passado. O Wines of Brasil tem o objetivo de posicionar o produto brasileiro no mercado internacional por meio da promo-ção do vinho fi no engarrafado.

A Inglaterra foi o principal des-tino do vinho brasileiro em 2010. Em 2009, a Inglaterra ocupou ape-nas a 9ª posição entre os países importadores de vinho do Brasil. Os Estados Unidos perderam a li-derança para a Inglaterra e fi caram no segundo lugar em 2010. Em seguida, no terceiro posto, fi cou a Holanda, recuperando terreno perdido em 2009, quando esteve na 6ª colocação. A Alemanha foi o quarto país que mais comprou vinho brasileiro no ano passado. “O bom desempenho na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Holanda

e na Alemanha é resultado direto das nossas ações nestes mercados, com a participação em feiras e pro-moção de eventos de degustação”, comenta Andreia.

Análise“O ano passado foi um período

de reposicionamento do vinho bra-sileiro, onde as empresas tiveram de abrir mão de volumes e buscar nichos de mercado com maior va-lor agregado, em lugares não tão afetados pelas questões cambiais”, explica Andreia. Segundo ela, o trabalho realizado nos oito mer-

cados-alvo – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Paí-ses Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia – vem apresentando gra-dualmente resultados positivos, como o aumento nas exportações em três países (Reino Unido, Ho-landa e Polônia) e acréscimo do preço médio por litro exportado em seis dos oito mercados priori-tários (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Suécia, Polônia e Hong Kong). “Ampliamos, diversifi ca-mos e consolidamos a presença dos vinhos brasileiros nos mercados-alvo escolhidos”, destaca Andreia.

Foto: Orestes de Andrade Jr.

1º Inglaterra

2º Estados Unidos

3º Holanda

4º Alemanha

5º Paraguai

6º Colômbia

7º Suíça

8º Polônia

9º Japão

10º Dinamarca

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A campanha do Ibravin “Abra sua cabeça, abra um vinho do Bra-sil” esteve presente, de outubro a dezembro, nas gôndolas de vinhos de 70 supermercados de seis redes varejistas do Rio Grande do Sul. Todos as lojas receberam a am-bientação Vinhos do Brasil no cha-mado “ponto natural”, ou seja, nas prateleiras onde estão instalados os vinhos nacionais no Carrefour, Zaffari, Big/Nacional, Apolo, Pe-ruzzo e Asun em 25 cidades gaú-chas: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta, Carazinho, Ijuí, Lagoa Vermelha, Santa Cruz do Sul, Marau, Ben-to Gonçalves, Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Bagé, Candiota, Pe-lotas, Caçapava, Canguçu, Dom Pedrito, Alegrete, Garibaldi e Es-

tância Velha. A ação foi realizada em par-ceria com a Phoenix Projetos e Gestão de Eventos.

A estratégia pro-mocional direcio-nada ao Ponto de Venda (PDV) foi de gerar atratividade para o ponto natural da categoria de vi-nhos nos supermer-cados (as chamadas adegas), criando uma sinalização diferenciada, que identifi cava e valorizava os produ-tos brasileiros. O projeto, que co-meçou de forma experimental em 2009, procura posicionar a catego-ria vinhos do Brasil no chamado auto-serviço, canal com maior co-

Foto: Orestes de Andrade Jr.

Foto: Gabriela MO

IMAGENS da Campanha Vinhos do Brasil identifi cam produtos nacionais nas gôndolas dos supermercados participantes da iniciativa

Uma “viatura borbulhante” percorreu os principais pontos de encontro de Porto Alegre para in-centivar o consumo de espumantes brasileiros no fi nal do ano passado. A ação insólita do Ibravin, realiza-da de 8 a 12 de dezembro, consistia em visitar bares e restaurantes da capital gaúcha com quatro promo-tores oferecendo espumantes para degustação. Uma van identifi cada com a campanha “Abra sua cabeça, abra um Vinho do Brasil” – portan-do uma rolha de espumante gigante em cima – acompanhou as blitze nos bairros Moinhos de Vento, Ci-dade Baixa e na Zona Sul, dando visibilidade para a ação promocio-nal. Juntamente com a degustação, os promotores entregaram material de divulgação da 7ª Feira de Espu-mantes, Vinhos e Sucos de Uva, que ocorreu de 15 a 19 de dezem-

bro, na Usina do Gasômetro. Ao todo, 26 vinícolas participaram da feira, realizada pela Phoenix Even-tos, com descontos especiais para as festas de fi nal de ano.

O gerente de Promoção e Marketing do Ibravin, Diego Ber-tolini, lembra que esta iniciativa faz parte da campanha de espumantes do fi nal do ano criada pela agência Escala para o Ibravin. Com o tema “Abra-se para novas experiências”, a ideia foi incentivar as pessoas a apreciarem os premiados espuman-tes brasileiros em diversas situa-ções de consumo, não apenas nos tradicionais brindes de festas come-morativas. “Isso já vem ocorrendo, com as pessoas incorporando o há-bito de tomar espumantes nas mais variadas ocasiões. O que queremos é incentivar cada vez mais esta postura”, comenta. A campanha, AÇÃO PROMOCIONAL por bares e restaurantes da capi-

tal gaúcha realizou degustações de espumantes

mercialização e circulação de con-sumidores. “Os supermercados são responsáveis pela venda de duas entre três garrafas de vinhos bra-sileiros”, informa o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante.

formada por imagens produzidas à beira do lago Guaíba, cartão-postal de Porto Alegre, teve peças veicu-ladas nos principais veículos do RS e em revistas especializadas com circulação nacional.

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ESPAÇO Vinhos do Brasil ocupou o maior estande da Expovinis, com área de 676 m², quase o dobro de 2009

ONZE empresas fi zeram a sua estreia na Expovinis, que contou com programação diferenciada do Ibravin

O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) realizou uma participa-ção histórica na Expovinis 2010, que ocorreu de 27 a 29 de abril, em São Paulo. Para aumentar a vi-sibilidade dos vinhos brasileiros, o Ibravin, com apoio do Sebrae-RS e da Sedai (Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Assuntos Inter-nacionais do RS), ocupou o maior estande da Expovinis, com área de 676 m², quase o dobro do que o de 2009, para uma participação coletiva de 44 vinícolas nacionais. O diferencial é que, pela primeira vez, as três principais regiões pro-dutoras de vinhos do País – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Vale do São Francisco (que con-grega os estados da Bahia e de Per-nambuco) – estiveram reunidas em um só local. “Mostramos a força, a diversidade e o estilo único do vi-nho brasileiro”, diz o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante.

No ano passado, a presença dos Vinhos do Brasil já foi marcante, com estande de 352m² e participa-

ção de 25 vinícolas, mais do que o dobro de 2008, que teve 11 empre-sas presentes na Expovinis. Para o gerente de Promoção e Marketing do Ibravin, Diego Bertolini, “a par-ticipação coletiva é uma demons-tração de força dos vinhos brasi-leiros e uma prova da organização crescente do setor, em busca cons-tante por mais qualifi cação e espa-ço crescente no disputado mercado nacional”.

Onze (11) empresas fi zeram a

sua estreia na Expovinis (Mioran-za, Galiotto, Dom Cândido, Dom Bonifácio, Gran Legado, Vinícola Aliprandini, Vinícola Antonio Dias, Don Giovanni, Don Laurindo, Gua-tambú e Campos de Cima). “São empresas que estão buscando opor-tunidades em eventos importantes e de repercussão internacional”, ob-serva Bertolini, acrescentando que “o apoio do Ibravin é fundamental para viabilizar a presença destas vi-nícolas na Expovinis”.

Fotos: Orestes de Andrade Jr.

O megaestande Vinhos do Brasil contou com uma programação especial na Expovinis. Foram rea-lizadas palestras em parceria com o Senac/SP, que também fi cou responsável por oito workshops harmonizados com vinhos brasi-leiros das empresas participantes da feira. A Expovinis ainda foi palco para o lançamento do proje-to “Para saber o sabor dos Vinhos do Brasil”, evento de degustações harmonizadas com vinhos brasi-leiros, em parceria com a Esco-la de Gastronomia UCS/ICIF e FSI-Brasil (Federação dos Som-meliers Internacionais do Brasil).

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O Ibravin participou, pela se-gunda vez consecutiva, do 26º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados (Apas 2010), o maior evento supermercadista do mundo, que aconteceu de 10 a 13 de maio, em São Paulo. O estan-de Vinhos do Brasil, contratado pelo Ibravin, teve área de 208m², 73% maior do que no ano passa-do, abrigando 13 empresas, duas a mais do que em 2009. A inovação deste ano é que, além de vinhos e espumantes, estiveram expostos na feira o suco de uva 100% natu-ral pronto para beber.

Casa de Madeira, Coopera-tiva Vinícola Garibaldi, Domno do Brasil, Giaretta, Casa Ventu-rini, Gran Legado, Irmãos Bas-

so, Irmãos Molon, Mioranza, Muraro, Natural Products (Suvalan), Panizzon e Perini integraram o espaço Vinhos do Brasil, com apoio do Sebrae-RS e do governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Agri-cultura, Pecuária e Agronegócio (Sea-pa).

“A presença dos vinhos brasileiros nesta legítima feira de negócios, aberta só para profi ssionais, este-ve reforçada no ano passado em razão dos bons resultados alcan-

Fotos: Orestes de Andrade Jr.

IBRAVIN levou 13 empresas expositoras de vinho, espumantes e suco de uva

O Ibravin promoveu o proje-to AdegaSoft, em parceria com a empresa Videosoft, na Apas 2010. “O sistema funciona como um sommelier virtual”, explica o ge-rente de Promoção e Marketing do Ibravin, Diego Bertolini. “É uma ferramenta que leva informação aos consumidores sobre os rótu-los brasileiros no mais importante

ponto de venda de vinhos do País, os supermercados, responsáveis por 70% dos produtos vendidos”, destaca Bertolini.

Nos terminais, equipados com a tecnologia Touch Screen (toque na tela), que facilita o manuseio dos consumidores, foram inseri-dos todos os dados das 13 viní-colas presentes no maior evento

supermercadista do mundo. O sis-tema permite aos usuários combi-narem receitas harmonizadas com os vinhos brasileiros. O resultado pode ser enviado por e-mail ou im-presso na hora, como um extrato bancário. Também fi cam disponí-veis os dados sobre as vinícolas, as regiões produtoras brasileiras, os produtos, os preços, entre ou-tros itens.

Segundo o CEO da Videosoft, Israel Martins, na Apas foram feitos mais de 100 contatos com redes supermercadistas de todo o País. Na Expovinis, onde havia 10 terminais, foram fechados ne-gócios com duas redes de super-mercados de São Paulo, que insta-larão a AdegaSoft em 16 lojas. “O software desenvolvido é um extra-ordinário recurso de relacionamen-to com o cliente”, comenta Martins.

ADEGASOFT, uma espécie de sommelier virtual, esteve em exposição na Apas 2010 em São Paulo

çados pelas empresas na edição anterior”, afi rma o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante.

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O estande coletivo Vinhos do Brasil ganhou o Prêmio Exposi-tor Destaque Abad 2010 Curitiba como a melhor ação promocio-nal da feira. O gerente de Pro-moção e Marketing do Ibravin recebeu o troféu do presidente da Abad, Carlos Eduardo Seve-rini. “Vencemos na categoria de

empresas de grande porte, supe-rando marcas consagradas como Nestlé, Unilever, entre outras”, comemora Diego Bertolini. “O prêmio também é um reconheci-mento à inovação proposta pelo Ibravin nesta ação promocional, que procura democratizar o con-sumo do vinho e torná-lo ainda mais atraente aos consumido-res”, enfatiza.

Fotos: Orestes de Andrade Jr.

DIEGO Bertolini recebeu prêmio de melhor ação promocional da Abad 2010 do presidente da feira, Carlos Eduardo Severini (D)

Onze (11) viníco-las brasileiras partici-param, de 16 a 19 de agosto, da Abad 2010 Curitiba – 30ª Conven-ção Anual do Atacadis-ta Distribuidor e Sweet Brazil International, considerada a maior feira do setor da Amé-rica Latina. A segunda participação consecu-tiva do estande Vinhos do Brasil na feira, or-ganizada pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), reuniu 11 em-presas distribuídas em espaços de três tama-nhos. Com espaços “P”, estiveram Campestre, Gran Legado, Góes e Venturini, Casa de Madeira, Dom-no do Brasil e Irmãos Molon; no “M”, Perini, Miolo e Vinhos Can-ção; e no “G”, Campo Largo e Ga-ribaldi. A participação do Ibravin contou com apoio do Sebrae-RS.

“Esta é uma feira de negócios, que reúne em um só lugar os gi-gantes da indústria com os maio-res atacadistas distribuidores na-cionais e internacionais”, afi rma o gerente de Promoção e Marketing do Ibravin, Diego Bertolini. O es-tande Vinhos do Brasil teve área de 187m² (em 2009, na feira reali-zada em Olinda, foram 117,5 m²).

Bertolini lembra que a participa-ção na Abad 2010 integra o Pro-jeto de Acesso a Mercado do Ibra-vin, que teve a participação em três feiras no País este ano (Expo-

vinis, Apas e Abad). “A intenção é seguir dando mais visibilidade e força para os vinhos brasileiros nas feiras dos principais canais”, ressalta.

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Com o objetivo de promover e aumentar o conhecimento da cate-goria Vinhos do Brasil para jorna-listas e formadores de opinião do mundo de Baco, o Ibravin reali-zou duas edições do Projeto Ima-gem Nacional, de 5 a 9 de julho e de 22 a 26 de setembro de 2010. Em julho, 11 jornalistas visitaram as vinícolas Don Laurindo, Góes e Venturini, Dal Pizzol, Boscato, Don Guerino, Casa Valduga, Mio-lo e participaram de um almoço na Escola de Gastronomia UCS/ICIF harmonizado com vinhos da Mio-ranza. O grupo reunido pelo Ibra-vin teve a presença dos jornalistas Bruno Vianna (revista Wine Style), Mônica Mortara (Agora São Pau-lo), Daniela dos Santos Barbosa (Portal IG), Luciana Gomes Bar-bosa (Caderno Brasília - Jornal Hoje em Dia), Marta Ana Berard Toro (Agência EFE), Vanessa de Andrade Lins Cavalcanti (Folha de Pernambuco), Viviane Taguchi (revista IstoÉ Dinheiro e Dinhei-ro Rural), José Luiz Prévidi (site do Prévidi), Irineu Guarnier Filho (Zero Hora e Canal Rural), Fabia-na Gonçalves (Blog Escrivinhos) e Álvaro Cézar Galvão (Blog Divino Guia, revista Gourmet & Food Ser-vice e Jornal Vinho & Cia). Álvaro e Irineu foram jurados do 5º Con-curso Internacional de Vinhos do Brasil, promovido pela ABE (Asso-ciação Brasileira de Enologia).

Em setembro, 12 jornalistas brasileiros – a maioria de revistas especializadas – cumpriram um ro-teiro de visitas a uma empresa de suco de uva (Casa de Madeira) e a oito vinícolas (Aurora, Viapiana, Monte Reale, Valmarino, Don Gio-vanni, Geisse, Luiz Argenta e Sal-ton). Além disso, durante a progra-mação ocorreram apresentações de entidades parceiras do Ibravin,

como a Asprovinho e a Apromon-tes, que mostraram seu trabalho e disponibilizaram os vinhos e es-pumantes das suas vinícolas para degustação. Os jornalistas ainda participaram do evento “Para Sa-ber o Sabor dos Vinhos do Brasil”, em Flores da Cunha, na Escola de Gastronomia UCS/ICIF, em parce-ria com a Federação Internacional de Sommeliers (FSI).

O time de jornalistas e críticos de vinhos integrantes deste Proje-to Imagem, realizado no período da 18ª Avaliação Nacional de Vi-

nhos, foi formado pelos seguintes nomes e veículos de comunicação: Arthur Azevedo (Wine Style), Ale-xandre Bronzatto (Gosto), Suzana Barelli (Gosto), Horst Kissmann (Prazeres da Mesa), Heloisa Wha-tely (DiVino), Silvia Cintra Fran-co (Vinho&Gastronomia), Deise Novakoski (O Globo), Marcelo Copello (Mar de Vinho), Affonso Nunes (Jornal do Brasil On-line), Cristiane Rodrigues (Jornal do Commércio RJ), Bruno Rodrigues (site Márcia Peltier) e Daniel Per-ches (Vinhos de Corte).

GRUPO de jornalistas em frente à vinícola Don Giovanni durante o Projeto Imagem em setembro

Fotos: Carlinhos Rodrigues

Um relato fiel do que ocorreu no Projeto Imagem foi dado pela sommelier Deise Novakoski [foto], em sua coluna semanal (“Três doses acima”), publicada no Jornal O Globo (RJ), dia 8 de outubro de 2010.

“Pela primeira vez em 30 anos, fui como convidada de um órgão que se ocupa principalmente da divulgação dos vinhos do Brasil, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Naturalmente, parti com a ideia de que pela milésima vez veria mais do mesmo. Ledo engano. O roteiro do Ibravin é um mix completo sobre o atual panorama do vinho bra-sileiro. A começar pela sequência de vinícolas. No roteiro didático, são selecionadas as melhores a serem visitadas, buscando incluir pequenos, médios e grandes produtores, para que se possa entender o estilo de cada um. Já com o Ibravin vai-se de uma vinícola modesta e, por que não dizer, simplória a outra gigan-te, recheada da mais alta tecnologia.”

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vinho de produtores locais (de uma a duas garrafas por empresa) para realizar um leilão benefi cente que ocorrerá este ano em Hong Kong. Até setembro, conta Georges, eles arrecadaram mais de 200 garrafas de vinho. “Toda a renda do leilão será doada para a Reabilitação Lao Foundation Inc, que ajudará a mu-dar vidas em Laos”, afi rma Anja. Laos é um país muito pobre, que fi ca na Ásia, ao sul da China. No Brasil, Anja e Georges contaram com o apoio do projeto Wines of Brasil. As suas passagens pelos países e as visitas às vinícolas são narradas com fotos no blog www.worldwinetour2010.com.

O projeto Wines of Brasil, re-alizado em parceria entre o Ibra-vin e a Apex-Brasil, realizou 11 edições do Projeto Imagem In-ternacional em 2010, trazendo 24 jornalistas e 12 compradores de 10 países para conhecerem os vi-nhos brasileiros e as cantinas ins-taladas na serra gaúcha. Entre os convidados estiveram jornalistas e críticos de vinhos da Alemanha (5), Holanda (4), Reino Unido (4), Estados Unidos (4), Polônia (3), Suécia (1), Japão (1), Noruega (1) e Suíça (1), além de compradores da Finlândia (5), Estados Unidos (3), Suécia (2) e Polônia (2). As principais visitas foram organiza-das nos meses de fevereiro e se-tembro.

Como resultado, o projeto Wi-nes of Brasil teve 296 matérias publicadas nacional e internacio-nalmente. Em 2010 foram veicu-ladas reportagens sobre os vinhos brasileiros nas mais renomadas revistas de vinho (Wine Enthu-siast, Wine Spectator, Weinwelt, Weinwirtschaft e Meininger, entre

Dois jovens e um projeto auda-cioso: percorrer todas as principais regiões vitivinícolas do mundo.

jeto teve 8.877 acessos únicos em 2010, 14% maior do que em 2009, quando ocorreram 7.795 acessos únicos. A origem dos acessos obe-dece ao seguinte ranking: Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Ca-nadá, Argentina, França, Alema-nha, Itália, Holanda e Espanha. O número de acessos dos Estados Unidos foi três vezes superior ao segundo colocado, o Brasil.

JORNALISTAS internacionais no Ibravin em apresentação dos vinhos das vinícolas do Planalto Catarinense

ANJA CHERIAKOVA e Georges Janssens em visita na Embrapa Uva e Vinho

Esta é a empreitada de Anja Che-riakova e Georges Janssens desde o começo de 2010. Mas ao contrário do que possa parecer, eles não são turistas ou simplesmente enófi los apaixonados. Anja e Georges estão numa missão humanitária do pro-jeto World Wine Tour, que, depois de quatro edições, pela primeira vez incluiu o Brasil no roteiro. Do dia 30 de agosto a 16 de setembro, eles visitaram mais de 20 vinícolas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Os estudantes moradores da Ho-landa realizam a volta ao mundo do vinho por 20 países com o objetivo de coletar as melhores garrafas de

outras), alcançando mais de 2 mi-lhões de leitores. “Esse trabalho ainda terá refl exos em imagem este ano, uma vez que estaremos enviando vinhos para serem ran-queados nesses importantes veí-culos de comunicação”, comenta a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gen-tilini Milan.

Ela informa que o site do pro-

Fotos: Gilmar Gomes

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Com 12 empresas, ocorreu de 21 a 23 de março, a maior parti-cipação de vinícolas brasileiras na ProWein 2010, em Düsseldorf, na Alemanha, o 2º maior mercado importador de vinhos do mundo e o 4º país em consumo do produto, com 24,3 litros per capita por ano. Aurora, Casa Valduga, Campos de Cima, Irmãos Basso, Lidio Carra-ro, Lovara, Miolo, Panceri (SC), Piagentini, Pizzato, Salton e Vini-brasil (Vale do São Francisco) for-maram o time do Projeto Wines of Brasil (Wof), realizado em parce-ria entre o Ibravin e a Apex-Brasil. Esta foi a 6ª participação consecu-tiva dos vinhos brasileiros na feira, que realizou a sua 17ª edição.

Cinco vinícolas fi zeram a sua estreia na ProWein – Irmãos Bas-so, Panceri, Pizzato, Piagentini, e Campos de Cima. Estas duas úl-timas, inclusive, participam pela primeira vez de uma feira inter-nacional pelo Wines of Brasil. O estande brasileiro teve 84 metros quadrados – 40% maior do que em 2009, que teve a presença de 10 vinícolas. “Ao contrário de outros países sul-americanos, es-

tamos conseguindo, ano após ano, aumentar a nossa participação tanto em termos de espaço como em número de empresas partici-pantes na mais importante feira de vinhos da Alemanha”, afi rma a gerente de Promoção Comercial do projeto, Andreia Gentilini Mi-lan. “Isto mostra a seriedade com que as vinícolas brasileiras estão investindo no mercado alemão. A presença contínua demonstra aos importadores a consistência e a crescente evolução dos vinhos

VISÃO geral do estande do Wines of Brasil na ProWein 2010, em Düsseldorf, na Alemanha

Fotos: Orestes de Andrade Jr.

A qualidade dos vinhos bra-sileiros mais uma vez foi posta a prova. O projeto Wines of Brasil promoveu uma degustação com formadores de opinião da Europa reunidos na Provein 2010. Doze vinhos e espumantes das empresas participantes da feira foram apre-ciados por 35 compradores e jor-nalistas especializados no estande brasileiro. A degustação foi guiada pelo jornalista alemão especialista em vinhos Jurgen Mathab, que es-teve no Brasil no ano passado vi-

JORNALISTA alemão Jurgen Mathab conduziu degustação para compradores e imprensa europeia

sitando e conhecendo a produção verde-amarela.

“O Brasil é um país simpático aos alemães, que gostam e querem conhecer os vinhos vindos desta terra alegre”, disse Jurgen Mathab.

Os espumantes agradaram a to-dos pelo excelente padrão de qua-lidade. Os vinhos tintos surpreen-deram os alemães. “Como o Brasil é um lugar quente, eles esperavam vinhos fortes e completos. Mas o que provaram foram vinhos leves, frutados e bastante gastronômi-

cos”, comentou o jornalista ale-mão, acrescentando que “foi uma agradável surpresa”.

brasileiros”, destaca Andreia. A persistência tem mostrado re-

sultados práticos. Em 2006, as em-presas integrantes do Wines of Brasil venderam US$ 159,8 mil à Alema-nha. No ano seguinte, o valor passou para US$ 236,6 mil. Em 2008, ocor-reu um salto para US$ 355,5 mil e em 2009 a Alemanha comprou US$ 387,1 mil em vinhos e espumantes brasileiros. O incremento em quatro anos soma 142%. “A tendência é de ampliação das vendas para a Alema-nha”, projeta Andreia.

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ESTANDE com música brasileira virou atração principal da London Wine Fair

Fotos: Orestes de Andrade Jr.

Situada no centro do pavilhão principal do ExCel, à beira do rio Tâmisa em Londres, o estande do projeto Wines of Brasil, realizado pelo Ibravin e pela Apex-Brasil, atraiu a atenção dos 13,7 mil visi-tantes que passaram pela 30ª Lon-don Internacional Wine Fair (Feira Internacional de Vinhos de Lon-dres), a maior feira de vinhos do Reino Unido, nos dias 18, 19 e 20 de maio. Além da crescente procura pelos vinhos brasileiros no mercado britânico – maior importador de vi-nho no mundo e conhecido por lan-çar novas tendências de consumo – a estratégia promocional do Ibra-vin incluiu a apresentação de uma dupla de cantores (Jandira Silva e Kaw Regis) de bossa nova.

A música verde-amarela ecoou suavemente pelo pavilhão, sedu-zindo compradores, distribuidores e críticos de vinho para o espaço bra-sileiro. “Criou-se um burburinho na feira sobre os vinhos do Brasil”, diz a gerente de Promoção Comercial do projeto, Andreia Gentilini Mi-lan. E o jornalista e escritor britâ-

Os vinhos brasileiros realizaram um sonho. Inauguraram um espaço permanente na Vinópolis (foto ao lado) – a “Cidade do Vinho”, uma espécie de Museu Mundial do Vi-nho – com apoio do Ministério de Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na capital da Inglaterra. A conquista do projeto Wines of Brasil chega após um investimento de seis anos no mercado britânico, por meio da participação ininterrupta de 2005 até 2010 na Feira Internacional de Vinhos de Londres. “Estar na Vinó-polis é um marco histórico para o vinho brasileiro”, comenta Andreia

Gentilini Milan. “O ingresso do Brasil na Vinópolis representa uma aproximação efetiva do consumi-dor inglês. Coloca-mos defi nitivamente a bandeira dos vi-nhos brasileiros em Londres, o maior mercado importador de vinhos do mun-do”, diz ela. Agora, os consumidores britânicos estão tendo acesso na Vinópolis, situa-da em London Bridge, o coração cultural de Londres, a 17 rótulos

da Cooperativa Vinícola Garibaldi; o Casa Valduga Brut 130; o Natural Brut Cave Geisse; o Pericó Brut; o Gran Legado Champenoise Brut; e o Gran Legado Charmat Brut. “É um reconhecimento muito impor-tante para as vinícolas brasileiras, que enviaram apenas 32 amostras de vinhos e espumantes e tiveram mais de 30% de premiação no con-curso”, comemora Andreia.

nico Andrew Catchpole confi rma: “Os principais Masters of Wines e degustadores do mundo ressaltaram que os vinhos brasileiros estão a al-tura dos melhores do mundo”. Quer mais: a prospecção de negócios para os próximos 12 meses alcan-çou US$ 2 milhões entre as nove vinícolas participantes – Aurora, Casa Valduga, Irmãos Basso, Lidio Carraro, Miolo, Piagentini, Pizzato, Rio Sol e Salton. Cerca de US$ 500 mil foram fechados na feira.

PremiaçãoDez vinhos brasileiros foram

premiados no International Wine Challenge 2010, um dos concursos independentes de vinhos mais pres-tigiados e infl uentes do mundo. Os vinhos brasileiros conquistaram uma medalha de prata (espumante moscatel da vinícola Geisse), e três medalhas de bronze (espumante Prosecco Aurora; vinho Salton Ta-lento; e espumante Gran Legado Moscatel, da Wine Park). Seis es-pumantes verde-amarelos ganha-ram Menção Honrosa. O moscatel

verde-amarelos de oito vinícolas brasileiras: Aurora, Casa Valduga, Irmãos Molon, Lidio Carraro, Mio-lo, Piagentini, Pizzato e Salton.

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A participação dos vinhos, espu-mantes e suco de uva 100% natural pronto para beber no Salão Inter-nacional de Alimentos e Bebidas (Sial) 2010, que aconteceu de 18 a 21 de outubro, em Paris, na França, terminou com a prospecção de US$ 790 mil em negócios para os pró-ximos doze meses. Na própria feira foram fechadas vendas de US$ 110 mil. Na soma, o Sial 2010 deve ge-rar US$ 900 mil para as 13 empre-sas levadas pelos projetos mantidos pelo Ibravin. “Avançamos bastante, tanto em número de empresas par-ticipantes, que triplicou, como na percepção dos franceses em relação à qualidade dos vinhos e espuman-tes brasileiros”, afi rma a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

O time brasileiro em Paris foi for-mado por Boscato (vinho), Casa de Madeira (suco), Casa Valduga (vi-nho e espumante), Catafesta (suco), Galiotto (vinho, espumante e suco), Lidio Carraro (vinho e espumante), Miolo (vinho e espumante), Irmãos Molon (vinho e espumante), Peter-longo (vinho e espumante), Pizzato (vinho e espumante), Salton (vinho e espumante), Terragnolo (suco) e Villagio Grando (vinho). “Foi uma participação histórica, não só pela

FRANCÊS Yves Bernard [2º da esq. pra dir.], presidente da OIV, e o diretor-executi-vo, Federico Castellucci [à dir.], deram seu testemunho sobre a qualidade do vinho brasileiro

Fotos: Divulgação

feira, mas pelos eventos parale-los realizados na Embaixada do Brasil em Paris e na sede da OIV”, destaca o dire-tor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Pa-viani.

A participa-ção das viníco-las verde-amare-las no Sial 2010 foi organizada pelo Ibravin, através do projeto Wines of Bra-sil. O apoio foi do Sebrae, Sedai e Fiergs. As empresas de suco de uva 100% natural pronto para be-ber foram levadas ao Sial 2010 pelo Programa de Desenvolvi-mento Setorial do Suco de Uva. “Foi um bom começo, mas temos muito a avançar na divulgação do nosso suco de uva 100% natural, que não tem adição de água nem de açúcar”, fala a coordenado-ra de projetos do Ibravin, Raquel Rohden. “Dos US$ 900 mil em negócios prospectados na feira, US$ 200 mil são em suco de uva”, informa.

OIVO berço da vitivinicultura mun-

dial foi sede de uma degustação histórica de vinhos brasileiros. Com o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e or-ganização da Embaixada do Brasil na França, vinhos e espumantes de dez vinícolas verde-amarelas foram apresentados a mais de 100 convi-dados na OIV (Organização Inter-nacional da Vinha e do Vinho). “É uma quebra de paradigma ter os vi-nhos brasileiros apreciados na Fran-ça, especialmente na sede da insti-tuição mais importante do mundo do vinho”, observa Paviani.

Uma parceria inédita uniu a carne o vinho do Brasil em Paris, na França. O restaurante da Associação Bra-sileira da Indústria de Carnes (Abiec) no Sial 2010 ser-viu churrasco e vinhos brasileiros. “É a primeira vez que conseguimos realizar esta parceria com a Abiec”, diz Paviani, que foi recebido pelo presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, acompanhado do presiden-te da Fiergs, Paulo Tigre. “A estreia foi um sucesso, pois cerca de 70% dos visitantes do restaurante prefe-riram degustar vinhos no lugar da tradicional caipiri-nha”, comemora Andreia Gentilini Milan.

PAULO TIGRE, presidente da Fiergs, Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, e Carlos Paviani, diretor-executivo do Ibra-vin, brindando a parceria que une carne e vinho brasileiro

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“Uma jóia não explorada da América do Sul” (The Wines of Brazil: an unexplored South American Jewel). Este foi o tí-tulo da Master Class (palestra seguida de degustação) sobre os vinhos brasileiros realizada por Evan Goldstein, um dos master sommeliers mais conhecidos dos Estados Unidos, em Nova Ior-que, no dia 27 de setembro, e em Miami, no dia 5 de outubro. Os eventos foram promovidos pelo projeto Wines of Brasil (Wob), desenvolvido pelo Ibravin e pela Apex-Brasil.

Evan Goldestein começou as suas palestras com uma citação recente da conhecida crítica de vinhos Jancis Robinson sobre os vinhos do Brasil. “Para uma in-dústria relativamente jovem, os sinais são promissores”, disse a inglesa Jancis Robinson, uma das maiores autoridades do mun-do do vinho, em seu site (www.jancisrobinson.com), em 3 de se-tembro deste ano.

Nos eventos foram apresen-tados 17 vinhos verde-amarelos, todos escolhidos por Evan Gol-destein, que esteve no Brasil em abril deste ano. O master somme-lier selecionou rótulos de 11 viní-colas: Aurora, Courmayeur, Casa

sommeliers de restaurantes e hotéis conhecidos, como Inter-continental, Mandarin Oriental e Ritz-Carlton, além de empre-sas de cruzeiros. “Algumas des-sas empresas de cruzeiros, que já trabalham o Brasil nos seus roteiros, demonstraram interesse em incluir os vinhos nacionais em suas cartas”, revela a gerente de Promoção Comercial do Wi-nes of Brasil, Andreia Gentilini Milan. A boa receptividade aos rótulos verde-amarelos deve le-var a conquista de importadores e distribuidores para as vinícolas brasileiras nos Estados Unidos.

As ações foram coordenadas pela representante dos vinhos brasileiros nos EUA, a consul-tora Nora Favelukes, presidente da QW Wine Experts. Ao fi nal do encontro em Miami, Evan Gol-dstein reafi rmou que quer voltar ao Brasil em 2011 para conhecer mais vinícolas. Também disse que pretende realizar este projeto de apresentação dos produtos do Brasil em outras cidades norte-americanas em 2011, como Chi-cago e Washington.

EVAN GOLDSTEIN, Master Sommelier, conduzindo degustação de vinhos brasileiros em Miami

MARCO SOARES, da Apex-Brasil, Nora Favelukes e Andreia Gentilini Milan, em Nova Iorque

Valduga, Cave Geisse, Cordelier, Don Guerino, Lidio Carraro, Pe-rini, Pizzato, Miolo e Salton. “Os espumantes brasileiros são de alta qualidade, frescos e com-plexos ao mesmo tempo”, disse Evan Goldestein. “E o melhor, com preços muito acessíveis aos consumidores”.

A Master Class em Nova Ior-que ocorreu na churrascaria Pla-taforma, com a presença de 20 sommeliers. Em Miami, o local escolhido foi a churrascaria Fogo de Chão, com a presença de 30

Fotos: Wines of Brasil/Divulgação

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Durante cinco meses, os consumidores que solicitaram um vinho do Brasil em garrafa ou taça nas churrascarias integrantes da promoção ganharam um cupom, que dava direito a concorrer a entradas para as corridas da competição automobilística mais popular dos EUA. Os clientes concorreram a 200 ingressos, com direito a acompanhante, para assistir as corridas da Fórmu-la Indy da sua região.

A cada rodada ainda foram sorteadas duas entradas VIP para a Pace Car Ride, que garantia um tour nos boxes um dia antes da corrida e a oportunidade única de andar num carro de alta velo-cidade no dia da prova. Agora, todos os consumidores, dos cinco estados participantes da promoção, concorreram a um ingresso (com direito a acompanhante) para assistir a corrida de Miami com passagem aérea, hotel e transporte incluído. O grande ven-cedor foi Jerry Sickbert, do estado de Indianápolis. Ele e a esposa assistiram com o grupo do Wines of Brasil a corrida de Miami.

JERRY Sickbert, de Indianápolis, foi o vencedor da promoção entre os clientes que pediram vinhos do Brasil nas churrascarias dos EUA. Ele ganhou o direito de assistir, com sua esposa, a última corrida de 2010 da Fórmula Indy, em Miami, com tudo pago pelo Wines of Brasil. Jerry ganhou a promoção depois de pedir um espumante da Vinícola Courmayeur, representada por Gílian Verzeletti (em pé)

CHURRASCARIA Fogo de Chão em Dallas com carro da Fórmula Indy na frente para incentivar a promoção de vinhos brasileiros

“A promoção com a Indy incentiva o consumi-dor. De outro modo, o treinamento para a equipe de atendimento e a garantia de distribuição garantem a permanência dos produtos na carta de vinhos. Devido à promoção, aumentamos o número de ró-tulos e vinícolas em nossas cartas”.

Jair Coser, CEO da churrascaria Fogo de Chão nos EUA

A última etapa da Fórmula Indy, que ocorreu dia 2 de outubro, no circuito de Homestead, em Miami, marcou o encerramento do projeto de promoção nos Estados Unidos do Wines of Brasil (Wob), desen-volvido em parceria entre o Ibravin e a Apex-Brasil. Desde o dia 20 de abril, o Wines of Brasil realizou uma ação promocional e comer-cial em mais de 20 churrascarias brasileiras em atividade em cinco estados norte-americanos (India-na, Texas, Nova Iorque, Ilinóis e Flórida). “Buscamos despertar no consumidor norte-americano o in-teresse em conhecer os Vinhos do Brasil e aumentar as vendas e a visibilidade das vinícolas brasilei-

ras”, explica a ge-rente de Promoção Comercial do proje-to, Andreia Gentili-ni Milan.

Os dois objeti-vos foram alcança-dos, segundo An-dreia. Primeiro, as churrascarias bra-sileiras – das redes Fogo de Chão e Pla-taforma – incluíram vinícolas nas suas cartas de vinho e ampliaram a lista de produtos das empresas que já faziam parte do seu portfólio. E a distribuição, via sorteio, de ingressos para a Fórmu-la Indy entre os consumidores de vinhos brasileiros acabou geran-do interesse dos norte-americanos pelos rótulos verde-amarelos. “A combinação tipicamente gaúcha e brasileira de unir churrasco e vinho ganhou o tempero da velocidade, estimulando os clientes a pedirem pelos produtos do Brasil”, comenta.

A gerente de Promoção Co-mercial do Wines of Brasil diz

que as vinícolas Casa Valduga, Courmayer, Miolo e Perini, que já possuem distribuidores nos EUA, incluíram vários rótulos nas churrascarias. “Colocamos em média cinco vinhos de três vinícolas diferentes em cada restaurante”, informa Andreia. A Salton ainda entrou em Nova Iorque e a Panceri em Miami. “Vamos seguir até o final do ano com os treinamentos e con-tatos com outras redes, como a China, já projetando a continui-dade do trabalho em 2011”, diz Andreia.

Fotos: Don Gillespie / Apex-Brasil

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Como se posicionar em um ce-nário mundial mais competitivo? Este foi o tema do 2º Quality Wine, que aconteceu nos dias 1º e 2 de setembro, no auditório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), promovido pelo Ibravin com apoio da Fiergs. O evento reuniu alguns dos principais casos de su-cesso dos vinhos sul-americanos para uma troca de experiências com os produtores brasileiros. “Foi um debate bastante enriquecedor, pois conseguimos analisar o cená-rio mundial do mercado de vinho, conhecendo exemplos positivos de nossos vizinhos que podem ajudar a busca por alternativas de cres-cimento às vinícolas brasileiras”, avalia o diretor-executivo do Ibra-vin, Carlos Raimundo Paviani. “O foco é melhorar a competitividade dos produtos nacionais”, destaca.

O primeiro dia do 2º Quality Wine foi dedicado a uma análise do cenário internacional e ao conheci-mento de casos de sucesso do Chi-le, Argentina e Uruguai. A abertura

Foto: Gilmar Gomes

foi feita pelo consultor Julio Cesar Kunz, diretor da Wine Consulting e consultor do projeto Wines of Brasil, que falou sobre “O cená-rio vitivinícola mundial pós-crise e as oportunidades para o vinho brasileiro”. Francisco Torres, dire-tor comercial da VCT Brasil, fi lial e distribuidora do Grupo Concha y Toro no Brasil, dissertou sobre como a vinícola chilena construiu sua trajetória internacional e se tornou a líder de mercado em vi-nhos fi nos no Brasil. Torres ainda

contou como a Bodega Trivento, da Argentina, construiu sua traje-tória internacional trabalhando e posicionando a imagem da marca. Para fechar o dia, foram apresen-tados cases de sucesso de peque-nas vinícolas da Índia e dos Esta-dos Unidos (região Finger Lakes) pelos jovens Anja Cheriakova e Georges Janssens, que vieram ao Brasil dentro do World Wine Tour (saiba mais na página 11). O even-to encerrou com uma degustação de vinhos sul-americanos.

AUDITÓRIO da Embrapa Uva e Vinho lotou nos dois dias do 2º Quality Wine realizado em Bento Gonçalves

O segundo dia do Quality Wine foi dedicado a colocar em prática as experiências do primei-ro dia. “Avaliamos como o setor vitivinícola brasileiro pode se es-pelhar nos cases dos nossos vizi-nhos para ser mais competitivo”, observa a gerente de Promoção Comercial do projeto Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan. O presidente da Associação Bra-sileira de Movimentação e Lo-gística (ABML), Pedro Francisco Moreira, falou sobre a logística como fator de competitividade, diferenciação e redução de custos das organizações. O presidente da Promovisão Promoções e Mar-

chandising, Romano Pansera, pa-lestrou a respeito do tema “transfor-mando oportunidades em projetos de sucesso para o trade”.

O diretor-executivo da ABIC (Associação Brasileira de Indús-trias do Café), Nathan Herszko-wicz, falou sobre a ampliação das vendas com qualidade e certifi ca-ção. Na sequencia, uma mesa re-donda tratou das conclusões e pers-pectivas para o vinho brasileiro, reunindo todos os palestrantes do Quality Wine, sob a mediação do diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani. “Ficou evidente que deve-mos continuar nossos processos de qualifi cação dos produtos e também

surgiu a necessidade de termos um símbolo que identifi que os vi-nhos brasileiros”, resume.

Por fi m, Frédéric Zantman, especialista em marketing olfati-vo há mais de 15 anos, promoveu uma experiência sensorial e de-gustativa entre os participantes do Quality Wine. Sua performance é uma ferramenta que ajuda as pes-soas a lembrarem o perfi l aromá-tico e o sabor dos vinhos. “Você aprendeu a andar, falar, etc. Por que não a sentir aromas?”, ques-tionou. A realização do evento foi do Ibravin, em parceria com a e o Sebrae. O apoio foi da Apex-Brasil e da Embrapa Uva e Vinho.

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O professor Ronaldo Mota, se-cretário de Desenvolvimento Tec-nológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, admitiu, em palestra em Bento Gonçalves (RS), no dia 5 de novembro, que, hoje, o Brasil já produz tecnologia e inovação na academia, mas ain-da não transfere este conhecimen-to para o mercado. Para comba-ter esta realidade, que tem como exceção a Embrapa, Mota apre-sentou como arma a criação do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) e das Redes de Centros de Inovação, motores da Política Brasileira de Inovação Tecnológi-ca.

Uma destas Redes de Inovação contempla a Vitivinicultura, coor-denada pelo pesquisador José Fer-nando da Silva Protas, da Embra-pa Uva e Vinho e do Ibravin (Ins-tituto Brasileiro do Vinho). “Das 13 redes existentes atualmente, apenas duas são do agronegócio, e uma delas contempla a produção de uvas e derivados”, destacou na abertura da palestra o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Rai-mundo Paviani. “Cabe ao setor agora fazê-la funcionar, produzir

conhecimento útil às empresas e, por fi m, aos consumidores”, co-mentou Paviani.

Na palestra intitulada “Inova-ção nas empresas, na educação e na sociedade”, proferida no au-ditório da Embrapa Uva e Vinho, Mota garantiu que recurso para inovação não é problema. “Não é questão de ter ou não dinheiro. Recursos nós temos, o problema é operacionalizar as ideias em ações

PESQUISADOR José Fernando Protas e o professor Ronaldo Mota na Embrapa Uva e Vinho

Foto: Orestes de Andrade Jr.

práticas”, disse. O professor apro-veitou para defi nir com clareza o conceito de inovação. “Toda ino-vação precisa de um nicho de con-sumo, tem de estar atrelada a uma demanda específi ca”, falou. “Ino-vação é algo que se faz sobre os elementos de produção que estão nas prateleiras”, comentou, acres-centando que, hoje, “inovação é o grande motor da competitividade e do desenvolvimento sustentável”.

O Sibratec é o canal escolhi-do para fazer esta interface (me-diação) entre o conhecimento produzido na academia e as em-presas. “É sempre uma via de duas mãos”, salientou, dizendo que “o setor de alimentos é o mais estratégico para o Brasil, pela grande demanda mundial que haverá nos últimos anos”. A Rede de Centros de Inovação de Vitivinicultura dispõem de um

orçamento de R$ 10 milhões, sen-do integrada, nesta primeira fase, por 10 instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernam-buco. Além da Embrapa Uva e Vinho, que é a instituição coorde-nadora, o Comitê Gestor da Rede é formando por UFRGS, Epagri-SC, Itep (Instituto Tecnológico de Pernambuco) e a Embrapa Semi-Árido.

“Com a implantação da Rede de Centros de Inovação, as em-presas vitivinícolas poderão contar com o conhecimento científi co e tecnológico das ICTs envolvidas, com quem imple-mentarão projetos em parceria para o desenvolvimento de no-vos produtos e processos, pro-movendo assim a competitivida-de e sustentabilidade setorial”, explicou Protas.

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A Rede de Vinícolas do Alto Uruguai foi lançada no dia 10 de dezembro, na Vinícola Antônio Dias, às margens da RS-324, em Três Palmeiras, tendo na presidên-cia Rodrigo Zandoná. A associação foi criada, em março do ano passa-do, em parceria com a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI) e Secretaria de Estado do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), por meio do programa Redes de Cooperação.

As 12 vinícolas que integram a rede são responsáveis pelo cultivo de 150 hectares de videiras para vi-nhos, espumantes, sucos e geleias em oito municípios – Ametista, Alpestre, Barra Funda, Frederico Westphalen, Planalto, Rondinha, Sarandi e Três Palmeiras. O ciclo produtivo no Alto Uruguai, que iniciou o cultivo de uva há pouco mais de uma década, possui carac-terísticas geoclimáticas diferentes de outras regiões, permitindo uma safra antecipada em relação a ou-

tras regiões. Os produtores ainda estão experimentando o envelheci-mento de vinhos em furnas de pe-dras preciosas, que se assemelham a caves subterrâneas.

Segundo o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani, a criação da rede consolida esta região que produz vinhos há anos, pois per-mite a organização da produção. “Onde há produção, desenvolve-se

LANÇAMENTO da rede de vinícolas do Alto Uruguai reuniu lideranças estaduais em Três Palmeiras

Fotos: Divulgação

a cultura do vinho e isto faz au-mentar o consumo”, disse Paviani.

A Rede de Vinícolas é formada pelas empresas Vinhos Finos Antô-nio Dias, Sucos Tedesco, Vinícola Dom Gentil, Sucos Tolotti, Vinhos Vizini, Sucos Vitis, Sucos Carbo-nari, Aghata Vinhos Finos, Coo-perametista, Cooper Bom Pastor, Vinhos Cave de Cristal e Vinhos Menzen.

A Associação dos Vitivinicul-tores do Extremo Sul (Vitisul) foi lançada no dia 29 de janeiro, no município de Pinheiro Machado, zona Sul do RS.

Segundo o presidente, Rossano Luis Lazzarotto, 10 projetos fazem parte da associação, sendo três vi-

nícolas (Terrasul, Hermann e Pe-dras Altas) e sete viticultores. Eles abrangem 120 hectares em três municípios – Pinheiro Machado, Piratini e Pedras Altas – situados na macroregião da Serra do Sudes-te do RS.

A Vitsul buscará unir os viticul-tores associados para encontrarem e aplicarem novas tecnologias, in-crementar o cultivo de uvas e a ela-boração de vinhos e espumantes, além de atrair novos investimentos para a região. Os produtores inte-grantes da associação são Pedro Mota, Luis Eduardo Batalha, Car-los Eduardo Seronni Garcia, Anir Borsatto, César Clinden e Rossano Lazzarotto.

Todos os vinhedos cultivam uvas fi nas da espécie Vitis vinífera. O destaque da região é a produção de vinhos tintos de qualidade, es-pecialmente das uvas tannat, ca-bernet franc, merlot, cabernet sau-vignon e castas portuguesas, como a touriga nacional e a aragonês. Nos brancos, as variedades sauvin-gon blanc, malvasia e chardonnay se sobressaem.

Um dos objetivos de médio e longo prazo da Vitisul é conquistar a Indicação de Procedência para a região, que já reúne um polo de produtores ao sul da Serra do Su-deste gaúcha. “Esta região é co-nhecida por ter o dia mais longo do Brasil”, comenta Lazzarotto. GOVERNADOR Tarso Genro brinda com dirigentes da Vitsul

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O Ibravin e o Senac São Paulo fi rmaram um projeto de coopera-ção para atender aos alunos dos cursos “Formação de Sommelier” e a pós-graduação “Administração de Negócios do Vinho”. A ideia é atuar em conjunto para incremen-tar a formação teórica e prática de futuros sommeliers e gestores viti-vinícolas. O projeto-piloto realiza-do em 2010 benefi ciou 20 alunos e profi ssionais do Senac. Para 2011, a intenção é trazer 200 formandos à Serra Gaúcha.

Segundo o gerente de Promo-ção Comercial do Ibravin, Diego Bertolini, o objetivo é “promover a cultura de vinhos no Brasil, por meio da colaboração acadêmica e profi ssional entre as duas institui-ções”. “O acordo com o Ibravin oportuniza aos alunos do Senac o acesso ao mundo do vinho e a aproximação com o mercado de trabalho”, destaca Juliana Trombe-ta Reis, coordenadora dos cursos de bebidas do Senac São Paulo.

Uma semana antes da 18ª Ava-liação Nacional de Vinhos, ocor-rida em Bento Gonçalves no dia 25 de setembro, duas dezenas de alunos e profi ssionais dos cursos “Formação de Sommelier” e da pós-graduação “Administração de Negócios do Vinho”, acompanha-dos de alguns de seus professores, cumpriram um roteiro organizado pelo Ibravin de visitas técnicas a

vinícolas do Rio Grande do Sul, estado responsável por 90% da produção brasileira de vinhos e de-rivados. “Foi sensacional, os alu-nos aprenderam bastante em todas as empresas visitadas e também contribuíram com a visão de negó-cios que têm do mercado de vinhos em São Paulo”, conta Juliana Reis. Além dos produtos da Serra Gaú-cha, os alunos tiveram acesso a vi-nhos e espumantes elaborados em outras regiões produtoras, como a Campanha Gaúcha.

Pelo acordo entre as Institui-ções, os alunos do Senac São Paulo pagam a vinda até o Rio Grande do Sul e o Ibravin organiza o roteiro e

GRUPO do Projeto Imagem do Senac São Paulo, em frente a vinícola Lidio Carraro, no Vale dos Vinhedos

Foto: Divulgação

27/02 a 02/03 Feira Gulfood, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos

28/02 a 08/03 Projeto Imagem Internacional no Carnaval do Rio de Janeiro

01/03 Fashion Show Shangai com Abicalçados

27/03 a 02/04 Missão técnica Chile e Argentina

21/03 a 25/03 FIMMA BRASIL

21/03 Evento de Degustação Holanda

23/03 Evento de Degustação Polônia

25 a 26/03 Missão Técnica Alemanha

arca com a hospedagem e alimen-tação dos convidados. A coopera-ção também inclui a participação em feiras, exposições e eventos, como a Expovinis, onde foram re-alizados cursos de degustação em 2010. “O Senac tem um histórico de valorização dos vinhos brasilei-ros, que agora ganha a colaboração técnica do Ibravin para a melhoria do nosso conteúdo acadêmico”, observa Juliana Reis. Participaram desta edição do projeto profi ssio-nais de São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Campos do Jor-dão, Águas de São Pedro, São José dos Campos e também de unidades do Senac da capital paulista.

27 a 29/03 Feira Prowein na Alemanha

06 a 08/04 Wine & Gourmet Japan Show

05/04 Degustação Japão

25/04 Expovinhoff em São Paulo

26 a 28/04 Expovinis em São Paulo

29/04 a 08/05 Fenavinho em Bento Gonçalves

12/04 Seminário sobre Suco de Uva

13/04 a 14/04 III World Congresso on Climate Change & Wine (ESP)

Saca-rolhasinformativo

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O evento “Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil” percorreu três cidades gaúchas em 2010: Flores da Cunha (23 de setembro), Gramado (14 de outubro) e Por-to Alegre (20 e 21 de outubro). O engenheiro agrônomo, enólogo e sommelier Jefferson Sancineto Nunes, presidente da Federação Internacional de Sommeliers (FSI-Brasil), conduziu as degustações, acompanhado dos pratos elabora-dos pelo chef Mauro Cingolani, diretor-técnico da Escola de Gas-tronomia UCS-ICIF, de Flores da Cunha.

Lançado em São Paulo, na Ex-povinis 2010, em abril do ano pas-sado, o evento “Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil” é realizado pelo Ibravin, em parceria com a Escola de Gastronomia UCS-ICIF e a FSI. Durante o jantar, os parti-cipantes – 146 nos quatro eventos – recebem uma breve aula de har-monização, por meio de uma expe-riência divertida e inédita. Foram servidos quatro pratos acompanha-dos por sete vinhos brasileiros que, além de afi narem o paladar, des-pertam os sentidos numa mescla de textura, cores e sabores.

“A ideia é descomplicar o que não é complicado, mas parece que é”, afi rma Jefferson Nunes. “Que-remos oferecer as pessoas a opor-

ENGENHEIRO AGRÔNOMO, enólogo e sommelier Jefferson Nunes conduzindo a degustação de sete vinhos e espumantes brasileiros em Gramado

tunidade de descobrimento dos vinhos brasileiros”. O chef Mauro Cingolani ressalta que o evento não se trata de um jantar harmo-nizado, mas sim uma degustação diferente, com pequenas porções dos pratos do cardápio. “Quere-

mos proporcionar a experiência de sentir diversas sensações e sabo-res dos vinhos brasileiros através da comida”, explica. Neste ano, o projeto deve ser realizado em ou-tras cidades do RS e de outros es-tados do país.

Foto: Orestes de Andrade Jr.

“Elucidativo”. Com esta palavra, o empresário Antonio

Calvosa defi niu o evento “Para Saber o Sabor dos Vinhos

do Brasil”, realizado no Varanda das Bromélias Boutique

Hotel, em Gramado. “Já participei de inúmeras degus-

tações, algumas delas harmonizadas, mas pela primeira

vez estou plenamente convencido sobre a diversidade e

a qualidade de sabores dos vinhos brasileiros”, completou

Calvosa, ao fi nal do evento, presenciado por 40 convidados.

“É um exercício revelador combinar diferentes vinhos

e espumantes com o mesmo prato”, ressaltou Normélio

Ravanello, proprietário da vinícola Ravanello, em Grama-

do. Outro produtor, José Sozo, da vinícola Sozo, localiza-

da em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, elogiou a

iniciativa do Ibravin. “Só assim passaremos a ter nossos

vinhos incorporados ao dia-a-dia das pessoas, aliando o

sabor dos alimentos com os produtos brasileiros”, disse.

Jefferson Nunes aproveita a ocasião para passar algumas di-cas básicas de degustação. Mas antes de arrolar uma série de normas e combinações, ele afi r-ma que o mais importante “é não seguir regras fi xas”. A degusta-ção harmonizada é uma prova disso. Durante o evento, o pei-xe (bacalhau, no caso) é servido com espumante e não com vinho

branco, como preveem alguns manuais de harmonização. Uma carne de caça, branca, o coelho, é escoltado por vinhos branco e rosé. “Temos que deixar que nos-sa curiosidade guie nossos senti-dos. Não há certo e errado. Nem nada proibido. Temos de buscar o que realmente combina com nos-so paladar e nos traz satisfação”, ensinou o sommelier.

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O Rio Grande do Sul, principal estado produtor de uva e derivados do Brasil, com cerca de 90% do total, vive uma expansão da área produtiva e o surgimento de novas regiões além da tradicional Serra Gaúcha. É isso que demonstrou o estudo apresentado no seminá-rio preparatório à implantação do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Vinhos, Es-pumantes e Sucos de Uva, realiza-do pelo Sebrae (Serviço Brasilei-ro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e pelo Ibravin, no dia 15 de setembro, em Caxias do Sul. De acordo com Léa Maria Laga-res, do Sebrae Nacional, a insti-tuição fi rmou um convênio com o Ibravin no dia 10 de fevereiro de 2010, estabelecendo uma parceria inédita para a implantação do pro-grama, com investimento previs-to de R$ 2,89 milhões. Todas as principais regiões vitivinícolas do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Bahia) poderão ser benefi ciadas.

Em Caxias do Sul, os pesqui-sadores José Fernando da Silva Protas e Umberto Camargo apre-sentaram um diagnóstico estrutural e tecnológico da vitivinicultura do Rio Grande do Sul, assim como fi -zeram no Paraná, Espírito Santo e Petrolina (ver páginas seguintes). Eles mostraram que, a partir da dé-cada de 80, ocorreu um movimento empresarial focado num processo de inovação tecnológica que pro-moveu melhorias na estrutura das cantinas e dos produtos. Entretan-to, os avanços limitaram-se, quase que exclusivamente, à produção de vinhos fi nos e, um número ain-da menor, na produção de suco de uva. Nesta época, surgiram outros

LÉA MARIA LAGARES, do Sebrae Nacional, detalhou os objetivos do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Vinhos, Espumantes e Sucos de Uva

polos de produção, na região da Campanha, na Serra do Sudeste e nos Campos de Cima da Serra, para onde migraram parte signifi -cativa dos investimentos das viní-colas com sede na Serra Gaúcha.

Para promover mudanças que levem o setor a ter mais força com-petitiva, em um mercado cada vez mais disputado, os pesquisadores sugeriram a criação de um “Progra-ma de Modernização” da estrutura produtiva e tecnológica vitícola e vinícola do RS. “O programa de-verá atuar no segmento relaciona-do com as cultivares americanas e híbridas, voltadas à elaboração de suco de uva e vinhos de mesa, mas incluindo também os vinhos fi nos, tecnologicamente defasados ou sanitariamente ultrapassados em alguns casos, que também devem se adequar aos padrões de qualida-de e competitividade compatíveis com a concorrência internacional”, disse Protas.

A sugestão é que, no curto pra-zo, sejam implementados progra-mas de Boas Práticas Agrícolas (BPA), Boas Práticas de Elabo-ração (BPE), Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e outros relacionados com as questões de segurança dos alimentos, preservação ambiental, proteção dos trabalhadores, entre outros. No médio prazo, o Progra-ma de Modernização deverá viabi-lizar ou facilitar o acesso a créditos para investimentos em novos par-reirais e novas estruturas de canti-nas, reforçado por uma bem estru-turada ação de assistência técnica. “Com este conjunto de ações har-monizadas e bem coordenadas será possível atingir um novo processo de qualifi cação da vitivinicultura da Serra Gaúcha”, acredita o pes-quisador. Na Campanha Gaúcha, além destas ações, são necessá-rias iniciativas de apoio a vendas e marketing.

Foto: Gilmar Gomes

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Foto: Maria Amelia Duarte FloresO Paraná é um estado marcado

pela produção pulverizada de uva e de vinho, com destaque especial para os vinhedos localizados em municípios da Grande Curitiba e nas regiões norte e noroeste do Es-tado. O vinho produzido, com forte aroma de uva, é colonial e tradicio-nal, obtido a partir de variedades de uvas americanas e híbridas vindas do Rio Grande do Sul e do próprio Paraná.

Um mapa completo da vitivini-cultura paranaense foi divulgado, em Curitiba, no dia 25 de agosto, fruto de uma parceria fi rmada entre o Sebrae Nacional e o Instituto Bra-sileiro do Vinho (Ibravin). A bebi-da produzida no Paraná, de acordo com a pesquisa encomendada pelo Sebrae e Ibravin, possui baixo va-lor agregado, é bastante acessível ao consumidor, com preços que va-riam entre R$ 5,00 e R$ 8,00 o litro, é comercializada na propriedade e, em grande parte, precisa ser consu-mida no prazo de um ano.

Ainda segundo a pesquisa, apre-sentada durante o Seminário do Vinho, a região de Curitiba é tradi-cional pela produção de vinhos de mesa, em especial vinhos à base de uva do tipo Bordô. Tais vinhos, diz o estudo, são comercializados em vinícolas localizadas em boas es-truturas e bem frequentadas, graças à existência de roteiros turísticos, como o Circuito Italiano de Turis-mo Rural e o Caminhos do Vinho, nos municípios de Colombo e São José dos Pinhais.

Nas outras regiões produtoras do Estado, a norte e noroeste, estão municípios como Londrina, Ma-rialva, Maringá e Rolândia. Nessas localidades, predomina a produção de uvas fi nas de mesa, porém, nos últimos anos, tem havido diversifi -cação produtiva, com a introdução

Veja a distribuição das amostras

da uva tipo Niágara Rosada para o consumo in natura, e também de uvas americanas para a elaboração de sucos e de vinhos de mesa. Em Maringá, também cresce a produ-ção de vinhos fi nos e de mesa, em pequena escala. “Existe ainda uma viticultura espalhada por diferentes regiões no Estado, tanto de uvas americanas e híbridas, cultivadas em pequenas propriedades, sob o regime de produção orgânica, quan-to de uvas Vitis viníferas, especiais para a produção de vinhos fi nos”, explica José Fernando Protas.

Segundo a consultora e gesto-ra do Programa de Hortifrutigran-jeiros do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, o Paraná é um estado com potencial na produção de uva e de vinho. “Os produtores precisam, no entanto, buscar a legalização de suas atividades e o segmento orga-nizar-se como um todo”, assinala. Maria Isabel Guimarães diz que a pesquisa divulgada pelo Sebrae e Ibravin tem como objetivo informar

os produtores sobre a importância de sua participação no processo de fortalecimento da imagem nacional de vinhos e derivados da uva.

Para Maria Isabel, o associati-vismo é uma alternativa interes-sante para potencializar as ações dos produtores de uva e vinho do Paraná. Ela cita, como exemplo, a criação de uma cooperativa por produtores em Colombo e a organi-zação de uma entidade semelhante em São José dos Pinhais. “Juntos, os produtores fi cam mais fortes. Para o Sebrae, o cooperativismo é fundamental para a consolidação da produção paranaense. Assim como pode ajudar a melhorar a qualida-de da bebida, ao serem promovidas capacitações conjuntas”, acredita a consultora.

PRODUÇÃO de uvas de mesa em Marialva, no Paraná

CONSULTORA do Sebrae/PR,

Maria Isabel Guimarães

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Discutir os avanços do cultivo da uva e da produção do vinho e ainda incentivar o desenvolvimen-to do mercado no Estado. Esses fo-ram alguns dos motivos que leva-ram à realização do 1º Seminário sobre Qualidade na Vitivinicultura do Estado do Espírito Santo, rea-lizado no dia 27 de agosto, no au-ditório do Instituto Federal do Es-pírito Santo (IFES) do campus de Santa Teresa. Entre outras razões, a cidade foi escolhida para sediar o encontro porque detém, aproxima-damente, 80% da produção estadu-al do setor. O polo de Uva e Vinho busca a organização dos agricul-tores, assistência técnica e ao de-senvolvimento de tecnologias para melhoria da qualidade dos frutos e dos produtos derivados da uva, além da ampliação da produtivida-de.

Produtores, parceiros, empre-sários de setores correlacionados, representantes do Governo do Es-tado e de prefeituras da região lo-taram o auditório. Foram 110 pre-sentes, com destaque especial para os viticultores de Santa Teresa, região de Montanha e Caparaó. Os

PROPRIEDADE da família Tonole, Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo

PRODUTOR de espumantes artesanais no Vale do Caravaggio, em Santa Teresa

participantes assistiram a palestras voltadas para melhorias das práti-cas agrícolas, fabricação de pro-dutos derivados do vinho, turismo e legislação do setor. Organizado pelo Sebrae-ES, por meio de sua Unidade de Atendimento ao Agro-negócio (UAA), com apoio do Ins-tituto Capixaba de Pesquisa, As-sistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), da Prefeitura Municipal de Santa Teresa e apoio do Ibravin.

Para Eudair Alves, presidente da Associação de Produtores de Uva e Vinho Teresense (APRUVIT), o encontro foi muito importante e co-laborou para fi rmar parcerias. Na avaliação dele, além da produção, o setor de turismo também será benefi ciado com essa iniciativa e seus resultados. Segundo Márcio Rosalém, analista técnico e gestor do projeto no Sebrae/ES, 13 cida-des do Espírito Santo estão sendo contempladas por melhoras na es-trutura de vitivinicultura com base em diagnósticos estruturais e tec-nológicos. A intenção é melhorar a qualidade dos produtos e enriquecer o eno-agroturismo dessas regiões.

Fotos: Maria Amelia Duarte Flores

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25BODES em meio ao vinhedo da Dão Sul

VALE DO SÃO FRANCISCO, uma região tropical de clima semi-árido única no mundo

Fotos: Maria Amelia Duarte Flores

Pioneira na produção de uva, vinho e suco de uva sob condições tropicais, a região do Vale do São Francisco vive a perspectiva de expansão graças à descoberta de sua vocação e do enoturismo. Con-forme estudo elaborado pelos pes-quisadores José Fernando da Silva Protas e Umberto Camargo, apre-sentado no seminário realizado pelo Sebrae e pelo Ibravin, no dia 23 de novembro, em Petrolina, no momento existe a consciência de que a região deve dedicar-se prio-ritariamente à produção de vinhos jovens e espumantes. “A produção de espumantes, principalmente o moscatel, está em pleno cresci-mento na região”, disse Protas.

Atualmente, a área de vinhedos para vinho no Vale do São Francis-co, que ocupa os estados de Bahia e Pernambuco, é de cerca de 700 hectares, com sete vinícolas insta-ladas. “O nível tecnológico avan-çou muito nos últimos anos, tanto na produção das uvas quanto no processamento industrial, com a modernização das vinícolas da re-gião”, reconheceu Protas. “O gran-de problema enfrentado pelos pro-dutores é o alto custo de produção, especialmente da mão-de-obra, além da logística e da distância dos

centros consumidores”, observou o pesquisador.

A área total do polo vitvinícola de Juazeiro/Petrolina soma 12.700 hectares de vinhedos, sendo 12 mil hectares de uvas de mesa, segundo dados da Companhia de Desenvol-vimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Assim, a uva de mesa é o principal foco da produção vi-tícola do Vale do São Francisco. É a maior região produtora de uvas fi nas de mesa do Brasil.

A produção de suco é crescente, graças ao lançamento, pela Embra-pa, de novas variedades para suco adaptadas às condições de clima tropical. Além disso, a Embrapa

O Vale do São Francisco ca-racteriza-se como uma região tropical de clima semi-árido, onde a videira não tem perí-odo de repouso defi nido. As condições climáticas da região permitem a realização de dois a três ciclos vegetativos (sa-fras) por ano e a programação da época de colheita para qual-quer dia do ano, o que garan-te um diferencial competitivo para esta região.

A viticultura comercial con-solidou-se na região a partir da produção de uvas fi nas de mesa, iniciada na década de 1960. Na década de 1980, foram elabo-rados os primeiros vinhos com uvas de castas viníferas produ-zidas na região e, desde 2005, estão sendo cultivadas novas variedades, híbridas de Vitis la-brusca adaptadas à região, com as quais estão sendo elaborados os sucos de uva.

está testando métodos para elabo-rar suco de uva a partir de proces-sos industriais mais rápidos e du-rante o ano inteiro.

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Os refl exos dos acordos in-ternacionais em vigor ou em ne-gociações entre Mercosul, Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) e União Europeia foram tema de um encontro com quatro ministérios no dia 11 de novembro, em Bento Gonçalves. No evento, o governo federal, por meio dos quatro ministérios presentes (Mapa, MDA, MRE e MDIC), abriu um canal de diálo-go com o setor vitivinícola, ex-pondo os detalhes dos acordos internacionais em andamento, especialmente no âmbito do Mer-cosul, da Aladi e da União Euro-peia. “Nosso objetivo é abrir es-paços e caminhos para os produ-tores e exportadores brasileiros”, disse o secretário de Comercio Exterior (Secex/MDIC), Welber Barral. Ele ressaltou as negocia-ções de integração produtiva en-tre Brasil e Argentina. “O setor precisa avaliar as possibilidades de negócios com os argentinos”, recomendou.

O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante, saudou a agenda positiva construída entre o governo fede-ral e o setor vitivinícola. “Ago-ra fi cou claro que somos nós que temos de apontar os caminhos ao governo”, comentou. O encon-tro, segundo Fante, foi impor-tante para discutir estratégias de incremento da competitividade do vinho brasileiro no mercado externo. “Queremos posicionar

melhor nossos produtos no mer-cado internacional, analisando as perspectivas para os acordos in-ternacionais em vigor ou em ne-gociação”, avaliou.

O embaixador Paulo França, do Ministério das Relações Exte-riores, defendeu que este é o mo-mento para o setor vitivinícola levar todas as informações de de-mandas para o governo federal. O diretor de Assuntos Comerciais da Secretaria de Relações In-ternacionais do Mapa, Benedito Rosa do Espírito Santo, lembrou que as negociações para o acordo de comércio exterior entre União Europeia e o Mercosul, que esta-vam paralisadas desde 2004, fo-ram retomadas em 2010 e há pre-visão de que sejam intensifi cadas com a perspectiva de conclusão em 2011. “Isto signifi ca que para ter avanços, os dois blocos de-vem negociar a eliminação de barreiras e taxas de importação, afetando o vinho”, disse.

A assessora para assuntos in-ternacionais do MDA, Letícia Mendonça, lembrou que o Mer-cosul precisa ser discutido, de-vendo haver integração entre os

AUDITÓRIO DO CIC fi cou lotado para ouvir os representantes do Mapa, MDA, MRE e MDIC

países, principalmente entre Bra-sil, Argentina e Chile. “Uruguai e Paraguai estão juntos com a Argentina nesta disputa de mer-cado. Para o Brasil, esta situ-ação é desfavorável”, revelou. Ela disse que é preciso defi nir qual a estratégica do setor para o mercado doméstico e externo, como se dará a integração com o Mercosul, quais são os interesses ofensivos e defensivos do setor e as visões de curto, médio e longo prazo para cada um dos produ-tos, uva, vinho, suco, espumante, mosto, entre outros.

O presidente da Uvibra, Hen-rique Benedetti, reclamou que 80% do vinho argentino que en-tra no Brasil custa até 18 dólares a caixa com 12 garrafas. “É isso que traz angústia às vinícolas brasileiras”, declarou. O diretor-executivo da Fecovinho, Hélio Marchioro, criticou o fato de o Brasil ter porteira aberta para os vinhos importados. “Nós, quando vamos exportar, precisamos res-peitar as regras do país de origem, mas quem entra aqui não precisa cumprir as exigências dos produ-tores nacionais”, comparou.

Foto: Orestes de Andrade Jr.

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HENRIQUE Benedetti (E), presidente da Uvibra, no encontro com representantes do Mapa, MDA, MRE e MDIC

Foto: Orestes de Andrade Jr.

O setor vitivinícola brasileiro, por meio do Ibravin, manifestou ao governo brasileiro, no início do ano, a sua preocupação com a possibilidade de redução das taxas do imposto de importação para a União Europeia (UE). As lideran-ças temem pela concorrência desi-gual com os vinhos europeus, que recebem altos subsídios governa-mentais. As propostas apresenta-das pelos setores produtivos do Brasil serão agora discutidas com os países pertencentes ao Merco-sul, que levarão a posição do blo-co à União Europeia em março. O presidente do Conselho Deliberati-vo do Ibravin, Júlio Fante, diz que não há como transigir com a UE tendo em vista a natureza sensível do setor vitivinícola no mercado interno e, especialmente, aos altos subsídios fornecidos aos produto-res europeus.

A União Europeia investe 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões) por ano para subsidiar o setor vitivinícola. “Como concor-rer com tamanha desigualdade de condições?”, pergunta Fante. Este valor de R$ 2,7 bilhões que a UE dá como subsídio aos seus vitivi-nicultores é duas vezes maior do que o faturamento de todo o setor vitivinícola nacional. “Qualquer mudança neste cenário, como a proposta da Argentina de elimi-nação total de tarifas do Mercosul daqui a alguns anos, seria admitir uma concorrência predatória sobre os produtos brasileiros, que pode-ria levar ao fi m da produção nacio-nal”, explica Fante.

A Argentina aceita abrir o mer-cado do Mercosul porque não teme a entrada maior de vinhos importados, que são repelidos na-turalmente pelos argentinos. Mais do que isso, a Argentina propõe a

aceitação de indicações geográfi -cas europeias. Na verdade, querem partilhar o mercado brasileiro com os europeus.

Exemplo do ChileO documento entregue pelo

Ibravin ao governo brasileiro lem-bra a desgravação ocorrida desde 2005 até o ano passado para os vinhos chilenos. A eliminação da taxa de importação coincide exata-mente com o expressivo aumento da importação de vinhos chilenos para o Brasil, levando-os à lideran-ça atual. O setor calcula que os co-fres públicos deixaram de arreca-dar US$ 40 milhões em Imposto de Importação, além de todos os refl e-xos dos tributos que incidem sobre este, tais como o ICMS, IPI, PIS, COFINS, entre outros. Somente de janeiro a outubro de 2010, o gover-no abriu mão de US$ 13,3 milhões com a desgravação para o Chile.

Além disso, a crescente entrada de vinhos chilenos também provo-

cou a estagnação e o encolhimento do setor de vinhos fi nos no Bra-sil. No período de 2000 a 2009, enquanto o vinho proveniente do Chile cresceu 160% no mercado interno brasileiro, com uma média anual de 17,8%, o vinho brasileiro decresceu em seu próprio mercado 55%, a uma média anual de -6,2%. Em termos gerais, o mercado inter-no de vinhos fi nos cresceu, mas os vinhos chilenos fi caram com boa parte deste crescimento, direta-mente proporcional à desgravação do imposto de importação que es-tes alcançaram.

Além dessa expressiva perda anual na arrecadação, o governo brasileiro ainda teve de investir no setor, por meio de programas como o PEP (Programa de Escoa-mento da Produção), fi nanciamen-tos, entre outras medidas. O acordo entre o Brasil e o Chile ainda não foi compensado em outros setores. De superavitário antes do acordo, o país agora é defi citário.

informativo

Saca rolhas

NA EMBRAPA: técnicos em treinamento para o campo

O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibra-vin) e a Embrapa Uva e Vinho retoma-ram o projeto-piloto de georreferencia-mento dos vinhedos do município de Monte Belo do Sul, que tem parte de seu território no Vale dos Vinhedos, na ser-ra gaúcha. Foram adquiridos, pelo Ibra-vin, três equipamentos GPS (Sistema de Posicionamento Global) para demar-cação de aproximadamente 1.600 hec-tares de vinhedos em Monte Belo. Em 2008, 30% dos 2.400 ha, de mais de 600 propriedades, foram georreferenciados com o apoio do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O treinamento dos técnicos Luiz Carlos Guzzo e Rudimar Zanesco contra-tados pelo Ibravin foi realizado na sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gon-çalves. O trabalho de campo (a medição dos vinhedos) atingiu, de forma pioneira, a totalidade da área de Monte Belo do Sul. Estes dados servirão para a modernização do Cadastro Vitícola, cujas informações foram recolhidas em 1995, com trena.

O diretor-executivo do Ibravin, Car-los Paviani, destaca que o georrefencia-mento permite identifi car com precisão

a área de uva plantada e destinada à ela-boração de vinho e suco. “Com esta fer-ramenta, podemos viabilizar projetos de indicações geográfi cas e rastreabilidade da produção vitivinícola”, afi rma. Com os vinhedos georreferenciados, foi cum-prida uma exigência fundamental para a obtenção da Indicação Geográfi ca dos Vinhos (IGV) de Monte Belo do Sul.

Novas áreasConsiderando a escassez de recursos

para realizar o levantamento em todas as propriedades vitícolas do RS, optou-se por iniciar o trabalho priorizando as

Desde 1995, o Cadastro Vitícola já ca-dastrou 30 mil vinhedos, de mais de 13 mil propriedades no Rio Grande do Sul. “Como este trabalho foi feito todo com trena, cerca de 30% dos dados devem estar defasados”, estimou Carlos Pavia-ni. “A utilização do georreferenciamen-to permitirá ainda exercer um controle

preventivo de toda a produção de uva e vinho da região”, acrescenta. Segundo a pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho, Loiva Ribeiro de Mello, coordenadora técnica do Cadastro Vitícola, com a rea-lização deste projeto, a metodologia está pronta para ser aplicada em todas as regi-ões vitícolas brasileiras.

Fotos: Rafaela da Silva

NO CAMPO: medição com GPS permite total confi ança

regiões que estão em processo de busca pela certifi cação de Indicação Geográ-fi ca. Depois de Monte Belo do Sul, a prioridade é realizar o georreferencia-mento das 1.365 propriedades vitícolas que ocupam cerca de 4 mil hectares de Farroupilha, visto que os produtores es-tão se organizando, por meio da Afavin (Associação Farroupilhense dos Produ-tores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados) para obtenção da Indicação de Procedência de produtos elaborados a partir das uvas moscatéis. O municí-pio de Flores da Cunha será o próximo a ser georrefenciado com GPS.