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INFORMATIVO Edição 05 - Janeiro/Fevereiro 2017 Página: 9 Página: 3 José Bonifácio, o patriarca dos químicos Página: 6 e 7 Instituto de Química Verde comemora resultados do primeiro ano e projeta novos desafios para 2017 Acordo de livre comércio entre o Mercosul e a EFTA pode beneficiar setor químico

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Page 1: INFORMATIVOINFORMATIVO Edição 05 - Janeiro/Fevereiro 2017 Página: 3 Página: 9 José Bonifácio, o patriarca dos químicos Página: 6 e 7 Instituto de Química Verde comemora resultados

INFORMATIVOEdição 05 - Janeiro/Fevereiro 2017

Página: 9Página: 3

José Bonifácio, o patriarca dos químicos

Página: 6 e 7

Instituto de Química Verde comemora resultados do primeiro ano e projeta novos desafios para 2017

Acordo de livre comércio entre o Mercosul e a EFTA pode beneficiar setor químico

Page 2: INFORMATIVOINFORMATIVO Edição 05 - Janeiro/Fevereiro 2017 Página: 3 Página: 9 José Bonifácio, o patriarca dos químicos Página: 6 e 7 Instituto de Química Verde comemora resultados

Isaac PlachtaPresidente

Adelaide M. S. AntunesDavid Tabak

Eduardo F. S. AguiarHarley M. Martins

José Antonio C. e SilvaLuiz Alberto F. da Silva

Marcio F. Oliveira, Paul A. M. GédéonSérgio P. Machado Carla C. da SilvaDaniel Pomeroy

Gabriel O. ApolinárioGandhi GiordanoHélio Camarota

Jorge C. MessederRafael B. Almada

Rafael Gama

Conselheiros

Paul Antoine Maron Gédéon

Secretário

José Antonio de Carvalho e Silva

Tesoureiro

Eduardo Falabellade Souza Aguiar

Vice-Presidente

Escritório - MacaéRua Dr. Luiz Belegard, nº68, sala 203

Centro - Macaé, RJ CEP 27900-000

Telefone: (22) [email protected]

Escritório - CamposPça. Santíssimo Salvador, nº41, sala

405 Centro - Campos dos Goytacazes, RJ

CEP 28010-000 Telefone: (22) 2733-4551

[email protected]

Escritório - Volta RedondaRua Lúcio Bittencourt, nº109, salas 213

e 214 Vila Santa Cecília Volta Redonda, RJ

CEP 27260-110 Telefone: (24) 3340-4252

[email protected]

EXPEDIENTE

A Associação Brasileira da Indús-tria Química (Abiquim) divulgou o relatório sobre os resultados da indústria química em 2016. Apesar do cenário político e so-cial contraditório no Brasil, o se-tor químico teve protagonismo, alcançando uma participação significativa na economia do país e no mundo.

O crescimento do faturamento líquido se manteve constante de 2009 até 2016, sendo que no úl-timo ano apresentou crescimen-to de 2,7% em reais em relação a 2015. Os segmentos da indústria química com maior destaque fo-ram: Produtos Químicos de Uso Industrial (produtos inorgânicos, produtos orgânicos, resinas e elastômeros, produtos e prepa-rados químicos diversos); Produ-tos Farmacêuticos; Fertilizantes; Higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

A participação da química no PIB total brasileiro em 2015 foi de 2,5%. Já o percentual no PIB In-dustrial foi de 10,4% - 3ª maior participação entre as indústrias de transformação. Outro dado interessante para analisarmos é a balança comercial, que apre-sentou um déficit menor que 2015 (US$ 22,1 bilhões).

Os números apresentados geram novas oportunidades de merca-do para profissionais e empre-sas. Segundo um estudo inédito do SENAI, mais de 13 milhões de profissionais devem ser qua-lificados até 2020 para atender a demanda da indústria. O pla-nejamento da instituição aponta os setores que mais dependerão de mão de obra qualificada: Pe-troquímica e Química (327.629), Alimentos (1,2 milhão), Meio Ambiente e Produção (2,4 mi-lhões).

Em 2017, o Conselho Regional de Química – Terceira Região com-pleta 60 anos de história. Desde nossa fundação, participamos efetivamente da evolução do setor fiscalizando profissionais e empresas. Com a Gestão Mudar para Crescer, neste ano come-morativo, ampliaremos nossa área de atuação através de pro-jetos estratégicos para melhor integração entre empresas, insti-tuições de ensino e profissionais. Reuniões para discussão de as-suntos pertinentes ao setor, pa-lestras em eventos acadêmicos, criação dos Comitês Temáticos, CRQ Itinerante e outras ações tornarão o Conselho um agente pró-ativo de transformação dos novos profissionais.

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BALANÇO DO SETOR QUÍMICO DE 2016 E PROJE-TOS COMEMORATIVOS DOS 60 ANOS DO CRQ-III

Isaac Plachta,Presidente do Conselho Regional de Química – Terceira Região

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Neste ano comemorativo, o Conse-lho Regional de Química – Terceira Região inaugura a seção “CRQ-III e a Química no Brasil: uma história de 60 anos”, que contará fatos im-portantes para a evolução da ciên-cia e a nossa participação durante esse crescimento. O primeiro ca-pítulo é uma homenagem ao “Pa-triarca dos Químicos” ou “Patriarca da Independência”.

Se você já usou o celular hoje ou está lendo nosso informativo pelo smartphone, tudo isso apenas é possível graças a ele. Nascido em Santos, José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) foi o responsá-vel brasileiro pelos primeiros expe-rimentos químicos. Fluente em seis idiomas, atuou ao longo de seus 74 anos nas mais diversas áreas, pas-sando pela química, mineralogia,

ecologia, meteorologia até sua fa-mosa atuação na política.

Entre seus grandes feitos, se desta-ca a descoberta do Lítio em 1800, na ilha de Utö, na Suécia. O mine-ralogista identificou o metal alcali-no e, mesmo após 217 anos, ainda é o único brasileiro a descobrir um elemento químico. Atualmente, o Lítio é utilizado para fabricação das baterias de celulares e tabletes. Até a sua descoberta, só eram conheci-

dos sódio e potássio como metais alcalinos. Posteriormente, em car-ta publicada no Scherer’s Journal, José Bonifácio aos 37 anos descre-ve dois novos minerais. O primeiro foi chamado “petalita”, em home-nagem ao Imperador do Brasil. O outro de espodumênio. Hoje, sabe--se que a petalita é um silicato de alumínio e lítio, LiAl(Si2O5)2.

José Bonifácio também se destacou na ecologia, ao propor em 1823, o reflorestamento de um sexto das matas originais brasileiras para mantê-las preservadas. Outra ação importante para a história foi a crí-tica sobre a pesca predatória e des-controlada de baleias na Europa, que poderia extinguir a espécie. Já no cenário político, ele foi pioneiro na luta contra a escravidão e direi-tos dos indígenas.

JOSÉ BONIFÁCIO, O PATRIARCA DOS QUÍMICOS

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ACORDO DE COOPERAÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL VISA MELHORAR FLUXO LOGÍSTICO DE PRODUTOS QUÍMICOS NO BRASILA Abiquim e a Empresa de Plane-jamento e Logística S.A. (EPL) assi-naram um acordo de cooperação técnica. O objetivo é realizar o in-tercâmbio de informações para o mapeamento, planejamento, ela-boração e avaliação de soluções de infraestrutura, operacionais e re-gulatórias para o desenvolvimento da logística de transportes no Bra-sil, com foco na indústria química.

O trabalho desempenhado pelos parlamentares membros da FPQuí-mica como porta-vozes da indús-tria química brasileira no Congres-so Nacional promove a criação e o aprimoramento de políticas pú-blicas e criam oportunidades que contribuem para a competitividade das indústrias.

O acordo é essencial para aper-feiçoar a infraestrutura logística,

ponto chave para o desenvolvi-mento do setor químico nacional. Segundo o Estudo de Logística da Abiquim, a ser lançado no primeiro trimestre deste ano, é importan-te desenvolver modais com maior capacidade de carga e melhorar a infraestrutura e a regulamentação existentes para a promoção de um transporte mais seguro e competitivo.

“O diálogo com o setor produtivo é um dos princípios do governo e o setor químico é fundamental para o desenvolvimento do Brasil”

José Carlos Medaglia Filho, presidente da EPL

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A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) receberá um recurso de US$ 1,5 bilhão do Banco Interamerica-no de Desenvolvimento (BID), para financiar pesquisas até 2021. De acordo com o Ministério da Ciência, Tec-nologia, Inovações e Comunicações, esta é a primeira vez que a Finep capta recursos no exterior. Do total, US$ 310 milhões serão executados neste ano.

Entre os projetos contemplados, o Plano de Desenvol-vimento e Inovação da Indústria Química (PADIQ) mo-vimentará as pesquisas no setor. Para entender essa iniciativa da Finep e as perspectivas para a indústria química, o Conselho Regional de Química – Terceira Região entrevistou o Sr. Rodrigo Secioso, Gerente da Finep para o Setor Químico.

Quais são as iniciativas da Finep para o Se-tor Químico?

R: Ao longo dos anos, a Finep tem apoiado sistemati-camente as atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) das empresas mais inovadoras do setor químico com financiamentos reembolsáveis, dis-poníveis a qualquer tempo, por demanda espontânea das empresas e através de editais de fomento estru-turado que congregam recursos reembolsáveis e não reembolsáveis. Por exemplo, tivemos, recentemente, editais vinculados ao programa Inova Empresa que contemplaram segmentos da indústria química, como o PAISS - Plano de Apoio à Inovação dos Setores Su-croenergético e Sucroquímico (destinou recursos para bioetanol 2G e produtos químicos a partir de biomas-

GERENTE DA FINEP COMENTA SOBRE OS NOVOS PROJETOS PARA O SETOR QUÍMICO

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sa da cana-de-açúcar); Inova Agro (apoiando o desen-volvimento de agroquímicos e seus princípios ativos); Inova Saúde (destinando recursos para Biofármacos, Farmoquímicos e Medicamentos); e, por último, o PA-DIQ - Plano de Apoio ao Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química. Dessa forma, a Finep busca con-tribuir para a elevação do investimento de P&D nas empresas brasileiras do setor químico e incentivar a realização de projetos de maior risco tecnológico.

Como o PADIQ atua no desenvolvimento do Setor da Indústria Química?

O PADIQ tem por objetivo o apoio a projetos que con-templem o desenvolvimento tecnológico e o investi-mento na fabricação de produtos químicos, induzin-do a realização de parcerias complexas para suportar a execução de projetos de elevado risco tecnológico, com potencial de geração de externalidades positivas, tanto a nível social (geração de empregos, geração de renda em comunidades distantes dos grandes cen-tros), quanto econômicas (adensamento de cadeias produtivas e redução de déficits comerciais), além de fortalecer as relações entre Institutos de Pesquisas e empresas brasileiras. Através do programa, a Finep poderá viabilizar o apoio com os melhores instrumen-tos de inovação disponíveis no país, em parceria com o BNDES. As prioridades são levantadas através de es-tudos e fóruns de discussão setorial e ratificadas junto às empresas, através de consulta pública. As palavras--chave são integração e otimização dos recursos.

Vale ressaltar que tivemos uma excepcional contri-buição do INPI na seleção dos planos de negócios, fo-cando o estado da técnica das tecnologias envolvidas, verificando aspectos de inovação e avaliando os riscos tecnológicos e o impacto potencial da introdução das tecnologias.

Qual é a avaliação dos resultados da inicia-tiva em 2016? Diante do cenário nacional, qual o percentual da participação do Rio de Janeiro?

O plano prevê o apoio da Finep e do BNDES a realiza-ção de investimentos nos setores elencados pelo edi-tal até 2021, de forma que ainda é cedo para se falar em resultados. Contudo, já podemos perceber que a iniciativa mobilizou o setor químico em torno de uma proposta de desenvolvimento e inovação, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador. Foram sele-cionados projetos que permeiam a fronteira do conhe-cimento e tendências mundias, como rotas biotecno-lógicas para produtos químicos.

Se considerarmos apenas os planos de negócios sele-cionados, mobilizamos mais de 40 empresas e 25 ICTs, totalizando investimentos próximos a R$ 2,4 bilhões. Certamente é um desafio viabilizarmos todas essas propostas, mas acreditamos que ao final do 2021 te-remos produtos de origem fóssil sendo substituídos por renováveis, produtos utilizando resíduos agríco-las e industriais como matéria-prima, substituição de produtos alergênicos e carcinogênicos, geração de empregos qualificados, integração de comunidades extrativas vegetais e difusão de conhecimento a nível nacional. Quanto ao Rio de Janeiro, os projetos que foram aprovados somam cerca de R$ 130 milhões, en-volvendo empresas e ICT´s.

Quais são as projeções do projeto para 2017, em termos de investimento e aperfei-çoamento do programa?

Nesse momento, as propostas selecionadas estão em processo de avaliação jurídica e contratação. Estamos concentrando esforços para viabilizar esses investi-mentos e, ao mesmo tempo, estudando novas possi-bilidades de apoio seja via PADIQ ou através de outro programa. Importante frisar que mesmo com o pri-meiro edital do PADIQ em fase final, a Finep continua recebendo propostas para apoio com financiamentos reembolsáveis diretamente ou através de seus agentes do INOVACRED, de forma que tanto pequenas quanto grandes empresas podem continuar recebendo apoio da Finep.

Qual é a importância do empréstimo do BID para o crescimento das pesquisas no Brasil?

Por concepção, o apoio com recursos públicos subsi-diados é uma alavanca para investimentos privados. Considerando que o cenário macroeconômico apon-ta para uma perspectiva mais positiva para o biênio 2017-2018, os recursos do BID agregam especial valor no momento que as finanças públicas estão tão pres-sionadas. Com esses recursos, a Finep poderá apoiar setores como Químico, Mineração e Transformação Mineral, Agroindústria e Alimentos, Biocombustíveis e Biorrefinarias, além de temas que atuam de forma mais transversal, como mudanças climáticas, cidades sustentáveis e indústria 4.0. Importante mencionar ainda que o PADIQ é uma das ações que se beneficia-rão destes recursos, reconhecendo que o programa possui relevância inclusive no cenário mundial. Sem dúvidas, essa captação externa junto ao BID é históri-ca e a Finep terá cerca de 1,5 bilhão de dólares para aplicar em crédito nos próximos cinco anos.

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A Química Verde está diretamente ligada ao conceito de sustentabilidade, tema recorrente de congressos científicos e pesquisas. Sob este novo paradigma do mundo, a ciência se revela como um grande agente de mudança socioambiental através de ações que visam a diminuição do gasto energético e do uso e produção de resíduos tóxicos.

As propostas tecnológicas para o reaproveitamento de resíduos agrícolas e industriais, criação de polí-meros verdes, avanço e modernização das técnicas de extração de óleos vegetais, dentre outras, têm ao final da cadeia de produção um grande impacto ambiental, econômico e social. Pensando nisso, o Conselho Regional de Química – Terceira Região con-vidou o Gerente do Centro de Tecnologia do SENAI, Paulo Roberto Furio, para comentar os resultados do Instituto SENAI de Inovação de Química Verde após um ano de inauguração.

Como a Química Verde desenvolve projetos para ajudar a indústria a trabalhar minimizando os im-pactos ao meio ambiente e à saúde humana?

O conceito da química verde (conhecida também como química sustentável) está relacionado ao de-senvolvimento de processos e produtos que minimi-zam de alguma forma o uso e a geração de substân-cias perigosas, bem como promover a economia de energia e de átomos (de forma simplificada produzir a menor quantidade de resíduo possível). Assim, a aplicação deste conceito tem impacto direto sobre o meio ambiente e a saúde humana, uma vez que o processo industrial passa a produzir ou utilizar uma quantidade menor dessas substâncias nocivas. Pode-mos citar como exemplo o uso de extração por fluido supercrítico (água ou CO2), que elimina o uso de sol-ventes orgânicos (diversas indústrias farmacêuticas e de produtos vegetais já utilizam esta tecnologia em escala industrial), diminuindo a exposição humana no âmbito ocupacional e a carga de solventes sobre o meio ambiente. Além de ser mais limpa, essa tec-nologia possui grande vantagem econômica para a empresa. Outro exemplo a citar é o uso de processos biotecnológicos para criação de microrganismos ge-neticamente modificados para aumentar a eficiência ou produzir compostos de alto valor agregado. O uso de bactérias ou microalgas pode produzir mono-e-tileno glicol, álcool perílico, isopropanol, vitaminas, peptídeos bioativos a partir de resíduos da indústria do papel, madeira e cana-de-açúcar.

Quais são as análises após um ano da inauguração do primeiro Instituto SENAI de Inovação para a Quí-mica Verde no Brasil? Quais foram os projetos que se destacaram em 2016 e quais são as perspectivas para o próximo ano?

O primeiro ano do Instituto SENAI de Inovação em Química Verde (ISI Química Verde) foi motivador, conseguimos projeção como centro tecnológico de apoio a inovação no setor industrial, extremamente importante para o SENAI e especialmente para o sis-tema FIRJAN. Em um período marcado pela retração econômica, conseguimos financiamentos de grande porte através de diferentes fontes: seja por contra-

INSTITUTO DE QUÍMICA VERDE COME-MORA RESULTADOS DO PRIMEIRO ANO E PROJETA NOVOS DESAFIOS PARA 2017

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Paulo Roberto FurioGerente do Centro de Tecnologia do SENAI

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tação direta ou através de programas institucionais de incentivo, com ênfase para o financiamento com-pulsório da Agência Nacional de Petróleo. Em 2016, podemos destacar dois grandes projetos de pesqui-sa: um projeto de caracterização química do óleo do pré-sal e de melhorias nos processos de refino e outro projeto que envolve diferentes parceiros na-cionais no desenvolvimento de plástico a partir de fontes renováveis.

Iniciamos o ano de 2017 com a execução de um projeto de divulgação de química verde no âmbito nacional (acadêmico e não acadêmico), incluindo a apresentação de um estudo de caso no Brasil que uti-liza o conceito de química verde aplicado ao desen-volvimento de um produto inovador. Esse projeto é financiado pela Global Environmental Facility (GEF) e United Nations Industrial Development Organization (UNIDO), uma agência especializada da ONU que tem como objetivo promover e acelerar o desenvolvi-mento industrial sustentável e inclusivo. Além disso, começamos neste ano duas colaborações técnicas/científica de cunho internacional na área de trata-mento de efluentes: a primeira cooperação será com a Universidade de Stuttgart (Alemanha) e tem como objetivo desenvolver um sistema de tratamento de efluentes que utiliza nanotecnologia para criação de biomembranas. A outra cooperação será com a Hy-summit Corporation, uma empresa americana que busca desenvolver no ISI Química Verde um protó-tipo de sistema tratamento de efluentes totalmente inovador que consome grandes quantidades de CO2 e produz hidrogênio para ser reintroduzido na cadeia econômica como combustível. Promovemos neste mês, em liderança junto com Instituto SENAI de Tec-nologia em Solda (IST Solda), um consórcio científi-co de nanotecnologia que envolve pesquisadores da UERJ, PUC-RIO, UFRRJ, IST Solda e ISI Química Verde para desenvolver projetos na área de nanotecnolo-gia. Além dessas atividades já iniciadas, começamos o ano com a assinatura de dois grandes projetos na área de petróleo e gás. Enfim, 2017 promete ser um ano muito promissor e de grande expansão.

Como o Instituto pode atuar no apoio e desenvolvi-mento de startups do setor químico e no crescimen-to de jovens estudantes que se interessam pela área?

Atualmente, existe um edital interno do SESI/SENAI para apoio a empresas industriais e de base tecno-lógica, como startups que ficam incubadas dentro do ISI Química Verde. Neste momento, suportamos a Plankton Brasil, uma startup de biotecnologia que

busca a produção de ativos de alto valor agregado a partir de microalgas, utilizando tecnologias para in-tensificação de processos. Esse edital tem fluxo contí-nuo com três entradas anuais e está aberta a qualquer empresa que se enquadre nos quesitos do edital.

Até o ano passado, jovens estudantes interessados em contribuir conosco poderiam ingressar através do programa de estágio institucional (nível técnico e nível superior), disponível pelo sistema Firjan. A par-tir deste ano, somada a esta possibilidade, iniciamos parcerias com programas de pós-graduação para o desenvolvimento de projetos com alunos de mes-trado, doutorado e pós-doutorado que realizarão as respectivas teses e dissertações dentro do nosso ins-tituto. O intuito é estender essa iniciativa e fomentar esse programa com bolsas de estudo provenientes do próprio SENAI ou de indústrias parceiras. Esse processo ainda está em fase de implementação e pretendemos consolidá-lo ao longo de 2017. Com relação as parcerias internacionais, buscamos tam-bém nesses dois projetos com EUA e Alemanha o in-tercâmbio de estudantes estrangeiros para estágios de média duração.

Como participar do processo seletivo para inclusão de projetos no ISI Química Verde?

A missão do ISI Química Verde é dar apoio científico e tecnológico através de soluções inovadoras para a indústria brasileira. Assim, o desenvolvimento de projetos voltados para a pesquisa aplicada pode ser custeado de diversas formas. Através de contratação direta, podemos participar junto com a indústria de programas de fomento reembolsáveis e não reem-bolsáveis do governo, como BNDES, FINEP, PADIQ, e verba ANP (o ISI é credenciado pela ANP). Além disso, o Departamento Nacional custeia por meio de fluxo contínuo projetos de inovação para a indústria. O edital SESI/SENAI apoia a indústria com aportes de até R$ 400.000,00 para desenvolver projetos inovado-res com nossos Institutos de Pesquisa. Nos últimos dois anos, esse edital de alcance nacional tem sido muito concorrido, inclusive por grandes multinacionais.

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QUÍMICA VERDE

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A química proporciona a oportunidade de descobrir o que sempre existiu, mas nunca foi visto. É a ciência que constantemente transforma a sociedade e a história do Conselho Regional de Química – Terceira está diretamente relacionada com esta evolução.

Em 2017, comemoramos 60 anos e contamos com a sua participação para escrever novas reações.

WWW.CRQ3.ORG.BR

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Calendáriode Eventos7° edição do Simpósio da Química e das Engenharias Química e Materiais (SQM)

Data: 13 de março (16h)Local: PUC-Rio

IX Expo Tecnológica: Ideias para Inovar, Criar e Modificar

Data: 18 de março (10h)Local: Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica

Curso Lean Six Sigma – Certi-ficação Yellow Belt

Data: 20 e 21 de março (8h30 às 17h30) Local: Auditório de CRQ-III

V Ciclo Peteq

Data: AbrilLocal: Pro-PET Engenharia Química – Universidade Federal Fluminense

A química proporciona a oportunidade de descobrir o que sempre existiu, mas nunca foi visto. É a ciência que constantemente transforma a sociedade e a história do Conselho Regional de Química – Terceira está diretamente relacionada com esta evolução.

Em 2017, comemoramos 60 anos e contamos com a sua participação para escrever novas reações.

WWW.CRQ3.ORG.BR

Internacional

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O Mercosul e a Associação Euro-peia de Livre Comércio (EFTA) con-cluíram o diálogo e as negociações preliminares para um acordo de li-vre comércio. Entre os setores mais beneficiados em relação aos bens industriais, destacam-se os de quí-micos orgânicos, vestuário e calçados, produtos de cerâmica e madeira.

A união possibilita ao Brasil obter insumos mais baratos para a pro-dução de bens industriais, aumen-tando a competitividade de seus produtos. Além disso, a EFTA, blo-co formado por quatro países eu-ropeus (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein), possui posição rele-vante no comércio internacional de bens. O possível acordo também incluirá disciplina sobre barreiras não tarifárias, ajudando expor-tadores brasileiros que eventual-mente enfrentem essas barreiras naquele mercado.

“No Brasil, estamos promovendo uma atualização significativa da nossa política econômica e comer-

cial, com vistas a as-s e g u r a r

uma

inserção competitiva do país na economia global. Ao lado dos de-mais membros do Mercosul, pro-curamos novos parceiros para aumentar, diversificar e melhorar nossas relações comerciais, a fim de contribuir para o crescimen-to e a estabilidade da economia brasileira. A pronta aprovação de um mandato para negociar com a EFTA, pelo Grupo do Mercado Comum do Mercosul, é uma clara indicação da alta prioridade que todos nós do Mercosul atribuímos a essas negociações”, afirmou o mi-nistro Marcos Pereira.

Em 2016, as exportações brasilei-ras para a EFTA totalizaram US$ 2,4 bilhões. Os principais produtos exportados foram plataformas de perfuração ou exploração (32,6%), óxidos e hidróxidos de alumínio (24,3%), soja em grãos (4,0%), ouro em formas semimanufaturadas (3,7%) e café em grãos (1,9%).

Entre os produtos importados da EFTA, destacam-se os seguintes itens: medicamentos para medici-na humana e veterinária (21,5%), compostos de funções nitrogena-das (13,0%), compostos heterocí-clicos (6,5%), óleos combustíveis (6,4%), adubos e fertilizantes com nitrogênio e fósforo e potássio (4,4%). Ao todo no último ano, as exportações da EFTA totalizaram US$ 400 bilhões, sendo que 0,8%

dessas exportações destina-ram-se ao Brasil. Por sua

vez, as importações da associação foram de US$ 333,4 bilhões

nesse ano.

ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO EN-TRE O MERCOSUL E A EFTA PODE BENEFICIAR SETOR QUÍMICO

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A teia de aranha é um dos materiais mais fortes da natureza. Apesar de leve, flexível e biodegradável, ela consegue ser mais forte do que o aço. Por isso, co-piar as propriedades únicas desses fios, que são basicamente longas cadeias de moléculas de proteínas ligadas, se tornou o objetivo de cientistas suecos. Após anos de estudos, enfim, os pes-quisadores conseguiram produzir com sucesso uma teia sintética.

Os fios de seda tecidos por aranhas são 30 vezes mais finos do que um cabelo humano e mais fortes do que Kevlar, uma fibra sintética utilizada na fabrica-ção de coletes à prova de bala. Durante o processo, elas produzem uma solução proteica através de um canal estreito, ao longo do qual a acidez muda e a pressão aumenta, fazendo com que as moléculas se liguem e formem cadeias. Entretanto, os animais são particular-

mente difíceis de se criar, resultando em pequenas quantidades de seda.

A equipe de pesquisadores da Suécia conseguiu copiar o feito usando prote-ínas em bactérias E. coli e um “apare-lho de fiação” que imita as mudanças de pH que os animais usam para fazer seda, segundo um estudo publicado na

revista “Nature Chemical Biology”.Conforme o coautor do estudo Jan Johansson, da Universidade Sueca de

Ciências Agrárias, em Uppsala, somen-te esta combinação permitiu pela pri-meira vez tecer seda de aranha artificial sem usar produtos químicos agressivos. A descoberta pode trazer benefícios para a medicina regenerativa, pois os fios são biocompatíveis. Eles podem ser usados para a reparação da medula espinhal ou em células-tronco em cres-cimento para reparar corações danifica-dos. A invenção também pode ser útil na indústria têxtil - para tornar ainda mais leve e mais forte a proteção do corpo, por exemplo.

Conselho Regional de Química - Terceira Região Rua Alcindo Guanabara, 24 - 13º andar

Centro - Rio de Janeiro, RJ, CEP - 20031-130

Tel.: (21) 2524-2236Email: [email protected]. a Sex. das 08:30h às 17:30h.

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PESQUISADORES REPRODUZEM TEIA DE ARANHA EM LABORATÓRIO

NOVAQUÍMICA

Renovaçãode ART 2017Os pagamentos da Taxa AFT e anuidade devem ser quitados até 31 de março de 2017

“As altas quantidades de pro-teínas produzidas em bacté-rias nos permitem tecer um quilômetro das fibras biomi-méticas com apenas um litro de cultura de E. coli” Jan Johansson