informativo do sindicato dos agentes fiscais de...

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EM AÇÃO Número 110 | Ano 4 NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014 Em entrevista, Winand explica a Portaria CAT 115/2014 PÁGINAS 6 E 7 INFORMATIVO DO SINDICATO DOS AGENTES FISCAIS DE RENDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO Rumo a Dieese: Arrecadação de outubro e perspectivas da economia para 2015 PÁGINAS 12 E 13 Diretoria completa seu segundo ano de mandato e parte para os desafios do terceiro, e último, ano de luta em nome da categoria - PÁGINAS 8 a 10

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1NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

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Em entrevista, Winand explicaa Portaria CAT 115/2014PÁGINAS 6 E 7

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS AGENTES FISCAIS DE RENDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Rumo a

Dieese: Arrecadação de outubro e perspectivas da economia para 2015 PÁGINAS 12 E 13

Diretoria completa seu segundo ano de mandato e parte para os desafios do terceiro, e último, ano de

luta em nome da categoria - PÁGINAS 8 a 10

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Sumário

EXPEDIENTEDIRETORIAPresidente: Miriam Arado; vice-presidente: Igor Lucato Rodri-gues; secretário-geral: Fabio Rodrigues Teixeira de Almeida; tesoureiro: Francisco Eloy dos Santos; diretor de comunicação e eventos: Fabio Rodrigues Teixeira de Almeida; diretor de assun-tos jurídicos: Flávio Werneck Rebello de Sampaio; diretor de aposentados e pensionistas: Waldomiro Geraldo Abbondanza; diretor de assuntos parlamentares e de relações institucionais: Claudio Fambrini Moraes; diretora de assuntos intersindicais e de formação sindical: Cristina Savino; suplentes: Waldir Franco Randone e Zeli Elvina Ruela Barbosa. CONSELHO DE REPRESENTANTES Mesa Diretora José Aparecido Ciocca (DRT 8 São José do Rio Preto), pre-sidente; Pedro de Oliveira Abrahão (Sede), vice-presidente; e Jorge Fortin de Oliveira (DRT 6 Ribeirão Preto), secretário.

Conselho FiscalTitulares: Claudio de Lemos (DRT 8 São José do Rio Preto); Antonio Aparecido Sigoli (DRT 6 Ribeirão Pre-to); André Abou Hala (DRT 14 Osasco). Suplentes: Nilo Calandria Ponce (DRT 12 São Bernardo do Campo), Marco Aurélio Meira Garcia (DRT 11 Marília) e Ubiracy Conzendey Sepulvida (DRT 3 Taubaté).

Conselho de ÉticaTitulares: Renato Saccaro (DRT 7 Bauru); Renato Cialfi Abbondanza (DRT 13 Guarulhos); Ariovaldo de Moraes (DRT 5 Campinas). Suplentes: Gilson de Souza Takeya (DRT 11 Marília) e Hélio Martins Fontes Filho (DRT 16 Jundiaí).

ConselheirosAndré Felipe Santos, Marcio Antonio Vicente da Silva, Pedro de Oliveira Abrahão e Saulo Oliveira Pastor (Sede); Paulo Roberto Bueno e Walter Martini (DRTC-I); Ana Cláudia Bentes Salgado e Fernando Antônio Rodrigues (DRTC-II); José Carlos de Jesus Meireles e Victor Nuncio Aprile (DRTC-III); Anderson Bodart Pinto e Luciano Augus-to Buniak Pinto (DRT 2); Lylian Aparecida Fernandes e Ubiracy Conzendey Sepulvida (DRT 3); Angelo de Angelis, Ariovaldo de Moraes e Jairo César Sidnei (DRT 5); Antonio Aparecido Sigoli, Arlindo Ferreira de Aragão e Jorge Fortin de Oliveira (DRT 6); José Mauro Progiante e Renato Saccaro (DRT 7); Cláudio de Lemos e José Aparecido Ciocca (DRT 8); Adolpho de Ávalos e Manoel Gregório Santos (DRT 9); José Carlos Ferreira e Márcio França Teixeira (DRT 10); Gilson de Souza Takeya e Marco Aurélio Meira Garcia (DRT 11); Nilo Calandria Ponce e Rivaldo Ribeiro de Jesus (DRT 12); Renato Cialfi Abbondanza (DRT 13); André Georges Abou Hala e Guglelmo Foa (DRT 14); José Francisco Pinto e Lilian Alvarenga Tavares (DRT 15); Hélio Martins Fontes Filho e José Francisco de Almeida (DRT 16).

SuplentesErica Kaori Guinosa e Paulo Henrique Cruz (Sede); João Tarciso Garcia e Nivaldo Alves Costa (DRTC-I); Adriano Pereira de Queiroga e Silmara Marabezzi (DRTC-II); Lauro Kuester Marin e Marcelo Henrique Y. Ketelhuth (DRTC-III); Robson Lozano (DRT 2); Fábio Marcos Pessanha da Silva (DRT 3); Adriano Reis Mota, Manoel de Oliveira Filho e Tabir Pirajá de Macedo Filho (DRT 5); Michel Demes Alves, Urbano Montero Martinez e Washington Kaneyoshi Kutinakamiti (DRT 6); João Francisco Quequin (DRT 7); Frederico Cavalcante Guerra e Sebastião Mendonça Ribeiro (DRT 8); Bermival Fátimo da Silva e Marco Antonio Calde-raro (DRT 9); Mauro Laércio Trombini Garrido e Michele Ferreira (DRT 10); Jan Luiz LLuesma Parellada (DRT 11); Carlos José de Souza e Valdiney Gomes dos Santos (DRT 12); Edson Tomihiro Kato (DRT 13); José Carlos Vani e Marcelo Maruco Netto (DRT 14); Davi Freitas e Osório Claudio Bortolin (DRT 15); Décio Brites e José Correa de Barros Neto (DRT 16).

Sinafresp em AçãoConselho Editorial: Miriam Arado, Igor Lucato Rodri-gues, Francisco Eloy dos Santos, Fabio Rodrigues Teixeira de Almeida, Flávio Werneck Rebello de Sampaio, Waldomi-ro Geraldo Abbondanza, Claudio Fambrini Moraes, Cristina Savino, Waldir Franco Randone e Zeli Elvina Ruela Barbosa.Jornalista Responsável: Fábio Rodrigues Teixeira de Almeida (MTB 31926)Edição: Agnes Augusto (MTB 26126)Assessoria: Cesar Hernandes (MTB 43052)Diagramação: Anistela Nogueira de NoronhaIlustrações: Isac do Vale OliveiraTiragem: 6.000 exemplares | Impressão: CoktailOs artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores, não representando necessariamente a opinião do responsável pelo jornal e da Diretoria do Sinafresp.Endereço: Rua Maria Paula, 123 – 17º andar São Paulo – SP – CEP 01319-001 PABX: (11) 3113-4000 – Fax: 3113-4007

www.sinafresp.org.br

EDITORIAL2015: ano decisivo para várias demandas da Classe

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SINAFRESP EM DESTAQUE Coluna traz as atividades do Sindicato em novembro e dezembro

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ENTREVISTAJoão Marcos Winand, diretor executivo da DEAT

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CAPADiretoria do Sinafresp encerra segundo ano de mandato com saldo positivo

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ORÇAMENTOConselho aprova, por unanimidade, proposta orçamentária para 2015

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DIEESEArrecadação de outubro no Estado continua baixa

Perspectivas para a economia em 2015

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ENTREVISTADeputado Luiz Carlos Gondim

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JURÍDICOLicença médica deve contar para a aposentadoria

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DEVER CUMPRIDOAposentados de novembro e dezembro

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Charge

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

Filiados interessados em tirar dúvidas sobre aposentadoria e pensão podem agendar atendimento gratuito no Sinafresp com a Dra. Patrícia Evangelista

de Oliveira, advogada especialista em Direito Previdenciário. Basta ligar para (11) 3113-4000

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3NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Sumário Nosso segundo ano na diretoria do Sinafresp está chegando ao fim. Quando assumimos

o Sindicato, em janeiro de 2013, dei-xamos de lado o encantamento e arre-gaçamos as mangas. Representar uma categoria qualificada profissionalmente significa entender suas complexidades e seus anseios. Dois anos depois, nos-so sentimento é de que não há espaço para lamentações. Enfrentamos todas as dificuldades – e não foram poucas – sem esmorecer em momento algum. Trabalhamos incansavelmente todos os dias e não deixamos que o abatimento se fizesse presente. Portanto, cremos que o balanço dessa gestão é positivo, mas sabemos que existe muito ainda por fazer pela Classe. Um breve resumo das nossas ações ao longo desse perío-do você encontra nas páginas 8 e 9. Mas deixemos o passado de lado para falar do nosso futuro. Não são poucos os desafios que avistamos no horizonte. Dezembro chega com

a expectativa de sermos recebidos, mais uma vez, pelo governador Geral-do Alckmin, para darmos sequência à negociação iniciada em junho deste ano sobre os assuntos com os quais ele se comprometeu: aumentar o teto e negociar a revisão do cálculo da cota. Dezembro também é o mês do PLO e de marcarmos presença na Alesp junto aos deputados. Lembramos que é importante que cada colega continue a fazer o trabalho com os parlamentares em suas bases. Unidos sempre seremos mais fortes. Para 2015, as previsões dos especialistas são de um ano ainda difí-cil na economia brasileira e também na arrecadação do Estado – confira na página 13. Este é outro desafio que teremos de enfrentar com força e cora-gem. Com relação à recente Portaria CAT 115/2014, publicada pela Sefaz em novembro, fizemos uma detalha-da entrevista com o diretor executivo da DEAT, João Marcos Winand, para explicar exatamente de que forma ela poderá influenciar o resultado do traba-lho dos fiscais. Esta matéria pode ser lida nas páginas 6 e 7. Em Brasília, continuaremos a manter forte mobilização pela apro-vação da PEC 555/06, que acaba com a contribuição previdenciária de ina-tivos, e da PEC 186/07, que confere

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EDITORIAL

2015: ano decisivo para várias demandas da Classe

autonomia à administração tributária. E, por falar em autonomia, 2015 será decisivo para a consolidação da nossa Lei Orgânica da Administração Tribu-tária (LOAT). Em breve, divulgaremos o resultado de uma pesquisa com jor-nalistas especializados, parlamentares e formadores de opinião de diversas áreas da sociedade com suas opiniões a respeito da nossa categoria, do nosso trabalho e o que pensam sobre a inde-pendência do Fisco. Com o resultado em mãos, traçaremos estratégias de ação junto aos deputados para conse-guirmos a autonomia da Adminisração Tributária. Outra frente de trabalho da nossa diretoria está voltada para reverter o famigerado “Trem da Alegria” instala-do em alguns Estados. Na Bahia, 1.200 Agentes de Tributos Estaduais (cargo originalmente de nível médio) foram transformados, em um passe de mágica do governador local, em Auditores Fis-cais (cargo de nível superior), sem terem prestado novo concurso para isso. Essa medida descabida afronta a exigência de concurso público pela Constituição (leia na página 5). Estamos atentos para que essa aberração jurídica não se espa-lhe pelo País. Aproveitamos para deixar nos-sos votos de um excelente Natal e de um 2015 vitorioso para todos nós. .

3NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Sinafresp em destaqueDiretoria continua suas visitas aos deputados Em novembro, a diretoria do Sinafresp visitou mais três deputados estaduais: Itamar Borges (PMDB – reeleito), Luiz Claudio Marcolino (PT – primeiro suplente do partido à Câmara Federal) e Hélio Nishimoto (PSDB – reeleito). Enquan-to isso, representantes sindicais e colegas pelo Estado também continuam conversando com os deputados das suas regiões. Com Itamar Borges, os diretores conversaram sobre questões tributárias, contaram sobre os compromissos do governador com a categoria e o deputado convidou a presi-dente Miriam Arado para participar de debates da Frente Par-lamentar do Empreendedorismo na Alesp em 2015. Na visita a Marcolino, a diretoria do Sindicato agradeceu o apoio dele e da bancada nas votações de pro-jetos de interesse da categoria, como o PLC 50/2012 e a derrubada dos vetos do governador às emendas do projeto. Com Nishimoto, discutiu-se a nova composição da bancada do partido na Alesp e foi relatada a audiência da diretoria do Sinafresp com o governado Alckmin em junho. Todos os deputados colocaram-se à disposição do Sindicato.

Sinafresp acompanha andamento de PECs importantes A diretoria do Sinafresp vem participando de reuni-ões com o deputado federal José Mentor (PT-SP) na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele é o presidente das Comissões Especiais responsáveis pela análise das PECs 391/14, 147/12 e 443/09, que fixam parâmetros para a remuneração e o subsídio de carreiras jurídicas, financeiras e fiscais. O diretor do Sina-fresp e da Fenafisco Claudio Fambrini e a diretora do Sindica-to Cristina Savino acompanham de perto essa questão.

Sindicato participa de da Fenafisco

Os diretores do Sinafresp Fabio Almeida e Cristi-na Savino, além do representante sindical Ângelo de Ange-lis (DRT 5/Campinas), participaram nos dias 24 e 25/11 do workshop “Aspectos da Ação Fiscal”. O evento foi realiza-do pela Fenafisco, em Brasília, com o objetivo de discutir temas ligados a conjuntura política, federalismo, Substitui-ção Tributária e Simples Nacional. Angelis foi um dos palestrantes do painel sobre Substituição Tributária. Sobre o Simples Nacional, falou o colega AFR Carlos Leony Fonseca da Cunha, secretário de Competitividade de Gestão da Secretaria da Micro e Peque-na Empresa.

Miriam Arado com Itamar Borges

Luiz Claudio Marcolino,em seu gabinete

O advogado Thiago Durante, o deputado Hélio Nishimoto e o diretor Fabio Almeida

EM BRASÍLIA

workshop

5NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Foro em Defesa do Concurso Público se reúne em São Paulo O Sinafresp promoveu, em 4 de dezembro, na sede da UGT, em São Paulo, o terceiro encontro do Foro de Defesa do Concurso Público nas Carreiras de Auditoria Fis-cal. Participaram colegas Auditores do Fisco federal e Audi-tores dos Fiscos dos estados da Bahia, do Distrito Federal, do Tocantins, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Os dois encontros anteriores foram realizados em Salvador, no Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia (IAF), também com a participação do Sinafresp. O grupo discutiu sobre seis ADIs impetradas con-tra leis que tratam da transferência de cargos de servidores de nível médio para nível superior, sem concurso; da atri-buição de competência para lançamento de crédito tributá-rio para carreiras que não a de Auditoria Fiscal; e da retira-da de competência do lançamento dos auditores da Bahia em situações como, por exemplo, de empresas do Simples Nacional. “Estamos muito preocupados com a inconstitu-cionalidade dessas leis, que, se prosperarem, colocam em

Diretoria conversa com colegas do Predião

Os diretores do Sinafresp Fabio Almeida e Francisco Eloy se reuniram em 28 de novembro com colegas da Sede da Sefaz. O encontro – realizado a pedido dos representantes sin-dicais Pedro Abrahão, André Felipe Santos e Marcio Antonio Vicente da Silva, que estavam presentes – ocorreu no auditório e reuniu cerca de 40 pessoas. Vários assuntos abordados pelos AFRs na ocasião foram os tratados nas últimas reuniões de Conselho do Sin-dicato, como a aprovação do Orçamento para 2015, a PR, a expectativa pela nova audiência com o governador e a con-tratação de advogados por conta das recentes ações abusivas realizadas em delegacias tributárias. A diretoria respondeu aos questionamentos dos colegas e discutiu sobre formas de comu-nicação entre o Sindicato e seus filiados.

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O Sinafresp está de portas abertas

aos filiados

risco todas as carreiras dos Fiscos do País”, disse a presi-dente Miriam Arado.

Bahia

São Paulo

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

ENTREVISTA

“Nova portaria busca qualidade, uniformidade e razoabilidade na lavratura do AIIM”, diz Winand

A nova portaria CAT 115/14, publicada no Diário Oficial em 8 de novembro de 2014, revogou a Por-taria CAT 21/99 e atualizou os critérios de contro-

le de qualidade anteriores à lavratura do Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM). Segundo o Diretor Executivo da Deat, João Marcos Winand, ela visa a garantir a uniformi-dade e a qualidade das autuações, promovendo o aumento da eficiência administrativa e da siner-gia entre o AFR e demais componentes da estrutura da fiscalização. E trouxe uma inovação: em algumas situações, o AIIM pode até deixar de ser lavrado (detalhes abaixo). Por conta das dúvidas que as principais alterações possam trazer aos filiados, a diretoria do Sinafresp con-versou pessoalmente com Winand em 28 de novembro, quando levou a ele várias questões sobre o assunto. Winand refor-çou o caráter de orientação ao contri-buinte da nova portaria, contou que o tema foi discutido em uma reunião com os delegados e nos adiantou que irá publicar, nos próximos dias, um ofício circular orientando sobre questões pro-cedimentais e sobre as formas de atuação na Deat e nas DRTs. Por fim, respondeu, uma a uma, as questões do Sindicato.

■ Sinafresp em Ação: Quais motivos levaram a Coordenadoria da Administração Tributária a expedir a Portaria CAT 115/2014?João Marcos Winand: Nossos principais objetivos foram o aumento na qualidade da lavratura do auto de infração e no incen-tivo a situações de compliance para o contribuinte. Neste último caso, a nova portaria lista algumas situações em que, embora tenha ocorrido a infração e as provas estejam presentes, o auto não será

lavrado por ser mais produtivo orientar o contribuinte a corrigir o problema do que impor a ele multas elevadas. Os contribuintes esperam que o Fisco atue com razoabilidade, e a lavratura de um auto de milhões de reais na situação de um simples erro, ainda que repetido muitas vezes até ser corrigido nos sistemas eletrônicos da empresa, pode causar percepção de injustiça na sociedade. Acre-ditamos que o Fisco deva ter um papel orientador junto ao con-

tribuinte bem intencionado, e ser duro com os fraudadores. A atuação das Comissões de Controle de Qualidade (CCQs) irá favo-recer a identificação de situações passíveis de se permitir ao contribuinte a chance de corrigir equívocos antes de receber a sanção e, ainda, estende nosso alcance a um uni-verso maior de contribuintes, com menor dispêndio de energia. Imagina-se que o impacto inicial da Portaria CAT 115/14 na lavratura de autos seja relativo. Atualmente, lavramos 16 mil AIIMs/ano e, agora, pro-vavelmente lavraremos algumas dezenas a

menos. De outro lado, o impacto na cultura organizacional é gran-de, pois se trata de uma nova abordagem, que passa a considerar aspectos subjetivos do contribuinte, como sua conduta pregressa.

■ Quais as principais alterações da Portaria CAT 115/2014 com relação à anterior (CAT 21/1999) e os principais impactos para os AFRs?A nova portaria promove alterações nas alçadas. Antes, somente autos com valores superiores a 80 mil Ufesps eram avaliados pelas CCQs nas DRTs. Agora, só os autos com valores acima de 250 mil Ufesps irão para as CCQs das DRTs, e a faixa entre 20 e 250 mil Ufesps ficará nas Comis-sões dos Núcleos de Fiscalização. Assim, ampliaremos o exame prévio sobre os autos que serão lavrados por meio de um maior

Diretor Executivo da Deat, João Marcos Winand, conversou com o Sinafresp e explicou a Portaria CAT 115/14 – que reforça o papel orientador do Fisco

7NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

número de comissões e as Delegacias maiores ficarão menos sobrecarregadas. A Portaria CAT 115/14 permite, ainda, que o Delegado Regional Tributário adote valor de alçada menor do que 250 mil Ufesps se entender adequado. Também as CCQs poderão aprofundar a discussão sobre a instrução do AIIM, ana-lisando o conjunto probatório e, se constatada falta ou insufici-ência de provas, solicitarão seu aperfeiçoamento.

■ As Comissões de Controle de Qualidade (CCQs) relativizam a autonomia funcional do AFR?É necessário equilibrar autonomia e uniformização dos nossos procedimentos. Sabemos que se todas as filiais de uma empresa adotam uma mesma prática, elas não podem ser tratadas de for-mas diferentes. Não podemos prejudicar a qualidade da lavratura do auto e nem a uniformização dos procedimentos em situações semelhantes. No entanto, a ideia é não comprometer a autonomia dos AFRs, até porque as CCQs trabalharão sempre com os ele-mentos de convicção apurados pelos AFRs. Na verdade, poderí-amos dizer que aumentará a autonomia do Fisco, pois, em situa-ções de patente injustiça, se presentes as condições estabelecidas na portaria, o AFR e sua equipe poderão propor a não lavratura do AIIM, o que antes sequer seria cogitado.

■ Os pontos que seriam decorrentes das possí-veis lavraturas de AIIMs não referendados pelas Comissões serão totalmente desconsiderados para o AFR responsável pelo trabalho fiscal? A DEAT estuda algum mecanismo para garantir o recebimento desses pontos pelo AFR?O AIIM mal elaborado será rechaçado, como sempre foi, e não há que se falar em pontuação neste caso. Entretanto, identificadas as hipóteses de não lavratura, haverá atribuição de pontos para a pro-dutividade – apenas ainda não definimos se integralmente ou não. Estamos em fase de definição do texto da nossa resolução de produ-tividade e levaremos ao Sr. Secretário da Fazenda em breve. Tam-bém conforme dissemos na reunião com os representantes sindicais do Sinafresp em 30 de agosto, estamos providenciando as adapta-ções em nossos sistemas para que receba as alterações necessárias. Acredito que, em dois ou três meses, teremos essas definições, sen-do certo que nenhum colega será prejudicado em sua produtividade a partir de 08/11/14, data de vigência da CAT 115/14.

■ Qual o fundamento legal que autoriza a existência das Comissões de Controle de Qualidade (CCQs)?Atuamos em conformidade com a Resolução SF 19/99 e com o recente decreto de reestruturação da Sefaz (os incisos III, V e XI do artigo 32 do Decreto nº 60.812/14).

■ De que forma a existência das Comissões e a extensão de suas atribuições promovidas pela nova Portaria CAT 115/14 prestigiam os princípios

da eficiência administrativa?Com a busca por mais qualidade e uniformidade na lavratura dos autos, aliada à percepção de justiça nas situações de não lavratura, haverá ganho na correção de seus erros pelo contri-buinte, poupando o Fisco de novos acionamentos em situações semelhantes. E, caso o AIIM seja lavrado e apresentada defesa, ganhará o contencioso, com acusações mais elaboradas e um conjunto probatório robusto, colaborando para a necessária celeridade nos julgamentos. Tudo isso aumentará a nossa efici-ência e permitirá a melhor alocação da FDT.

■ Com a criação das Comissões de Controle de Qualidade, em 1999, buscou-se algum mecanismo de proteção para a atividade do AFR?Em 1999, foi adotado o conceito de trabalho em equipe para a FDT e a Resolução SF 19/99 trouxe o conceito de controle de qualidade na equipe, com o pressuposto de que a discus-são e o consenso elevariam a qualidade dos trabalhos, inclu-sive da lavratura do AIIM. Além disso, o compartilhamento do conhecimento contribuiria para a melhoria dos próximos trabalhos, criando um círculo virtuoso de qualidade. Desne-cessário demonstrar que um trabalho de alta qualidade é a melhor proteção que os seus autores podem receber. Ao con-trário, quando constata que houve erros ou excessos por parte do AFR e que, portanto, o auto de infração se revela inade-quado, seu autor fica exposto a uma possível reação por parte do contribuinte, que poderá questionar sua conduta. Diante desse quadro, a discussão em equipe e a atuação da Comissão trazem mais força e segurança ao trabalho e ao autor do feito.

■ Gostaria de prestar outros esclarecimentos ou informações sobre o assunto?A Portaria CAT 115/14 deve ser contemplada à luz do artigo 72 da Lei 6.374/89, alterado pela Lei 13.918/09. Ou seja, a lei estadual antecipou a presente iniciativa há cinco anos. Avançar no trabalho em equipe, conceito básico do qual deriva a CCQ, trará ganhos crescentes ao Fisco. As hipóte-ses de não lavratura foram inseridas em nosso cotidiano de forma muito cuidadosa pela nova portaria, observando-se os aspectos subjetivos do contribuinte e compartilhando a responsabilidade pela decisão da não lavratura. A comple-xidade e a diversidade de trabalhos executados pela FDT têm aumentado e a produtividade do AFR é uma ferramenta importante no reconhecimento desta evolução. De 25 a 27 de novembro, promovemos uma reunião com os Delegados Regionais Tributários na Sede da Sefaz para tratarmos do tema e discutimos a edição de um ofício circular Deat, que será divulgado nos próximos dias. Os inspetores já mon-taram suas Comissões nos Núcleos de Fiscalização e as alçadas estão sendo colocadas em prática. Acreditamos que todos ganharão com essas novas diretrizes..

8

SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

CAPA

O ano de 2014 está terminando e, com ele, encerra-se também o segundo ano do mandato – de três anos – desta diretoria. Neste período, houve diversos encon-

tros, muita discussão e muita luta, que levaram à obtenção de conquistas importantes para a Classe: atuação direta do Sin-dicato nas alterações e aprovação do PLC 50/2012 na Alesp, aprovação do anteprojeto da LOAT na categoria e encaminha-mento para aprovação parlamentar, audiência com o governa-dor Geraldo Alckmin para pleitear revisão do cálculo da cota

e do teto, além de várias conquistas jurídicas benéficas aos AFRs. E vem mais por aí. Segundo as palavras da presidente, Miriam Arado: “As realizações conseguidas até agora por esta diretoria superam, em muito, as expectativas que tínhamos quando assumimos. Estou muito satisfeita. Todas as dificuldades que enfrentamos até agora de forma nenhuma significaram derrota, ao contrá-rio, todas elas foram derrotadas pelo nosso intenso trabalho. Por tudo o que foi feito até este momento, considero esta gestão positiva e vitoriosa. E esse sentimento serve como estímulo para enfrentarmos os desafios de 2015 com energia redobrada.” Acompanhe, nesta página e nas seguintes, as princi-pais ações de 2013 e 2014 e os desafios para o ano de 2015. Engrosse nossa luta e venha conosco!

Diretoria do Sinafresp encerra segundo ano de mandato com saldo positivoTrabalho intenso garantiu conquistas políticas e jurídicas importantes para a categoria

Mobilizações do Sindicato no Congresso Nacional junto com a Fenafisco

Aprovação da PEC 447 na CCJ (vinculação dos salários do Fisco aos do STF)

Aprovação da PEC 186 na CCJC da Câmara (garante a elaboração da LOAT) e participação em audiência pública na Câmara Federal

Luta contra aprovação original do PLC 50/2012 na Alesp, aprovação de três emendas em favor da classe e mobilizações na tentativa de reverter vetos do governador às emendas. Reversão de dois desses três vetos

Incentivo à formação das comissões regionais com visitas às DRTs

Realização do I Conefip com aprovação da proposta da LOAT

Elaboração da proposta da LOAT na categoria

Audiência com o governador (assuntos: cálculo da cota e teto)

Encontros com os secretários (Fazenda e Gestão)

Luta pelos pagamentos em dia da PR

Lançamento da “Legislação do AFR”

Participação no Codecon

AÇÕES E CONQUISTAS

9NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Diretoria do Sinafresp encerra segundo ano de mandato com saldo positivo

Reuniões em todas as DRTs e Sede com os colegas e com a presença da consultora, a advogada Dra. Adriana Schier, para discussão das bases para a elaboração da proposta de LOAT

Mobilização no Dia Nacional de Luta, organizado pela UGT (em São Paulo, a manifestação foi na Av. Paulista e na frente da Secretaria de Gestão Públi-ca, pela valorização dos servi-dores públicos, pela garantia do direito a negociação, entre outras reivindicações)

Participação do Sinafresp na campanha “Frente São Paulo pelo Imposto Justo”, do Sindifisco Nacional

Apoio e participação anual no Mutirão da Catarata

Festa e lançamento do livro de 25 anos do Sinafresp

Lançamento do livro “A História dos Tributos no Brasil”

Recepção aos novos AFRs do concurso de 2013

Contratação de advogados especializados de renome para produzir pareceres em causas importantes dos AFRs

Participação no XVI Cona-fisco (eleição do diretor do Sinafresp, Claudio Fambrini, também na Fenafisco)

Participação em audiências públicas para o Orçamento 2014 em todo o Estado

Realização de Assembleia Geral Extraordinária (AGE)

Contato direto com o ministro da Micro e Pequena Empre-sa, Guilherme Afif Domingos, e apoio à Lei do Supersim-ples (discurso de Miriam Arado na Câmara Federal)

Aproximação e visitas constantes do Sindicato e do departamento jurídico a todas as DRTs

Realização de pesquisa com a categoria sobre a carreira

Ampliação do contato com os deputados estaduais na Alesp

Parceria com a Afresp em questões relativas aos AFRs e participação nos almoços dos aposentados

Defesa dos AFRs contra ação de expurgo de documentos na DRTC III

Criação do novo site do Sinafresp

Pesquisa com a sociedade civil organizada sobre a categoria e a proposta de LOAT(resultado em breve)

Parceria com a Sescon-SP (guerra fiscal e Substituição Tributária)

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Justiça no vale-refeição, que deveria ser para todos

Aprovação da LOAT na Alesp

Aprovação da PEC 555/06 (fim da contribuição previdenciária de inativos)

Reverter o “Trem da Alegria” instalado em alguns Estados (transformação de servidores de nível médio em Auditores Fiscais) que ameaça os direitos dos servidores fiscais concursa-dos de todo o País .

DESAFIOS

Implantação de protocolo de atendimento no departamento

Implantação do sistema de home office no Jurídico, o que aumentou consideravelmente a produtividade dos advogados

Mandado de segurança para defender direito das gestantes no estágio probatório

Mandado de segurança garantindo revisão no cálculo das pensões de AFRs

Mandado de segurança para novos filiados vindos de outros entes federativos terem

o direito de opção às regras antigas da previdência

Decisão judicial que reconhece tempo de serviço prestado em atividade insalubre como tempo especial na aposentadoria do servidor

Contratação de advogada especialista em Previdência do INSS

Decisões favoráveis em ações para incidência de vantagens pessoais sobre VPNI

Requerimentos para os AFRs fazerem jus aos efeitos da liminar em ADI

contra a SPPREVCOM

Apoio ao MPT na ação sobre as condições de trabalho em todas as Unidades Fazendárias do Estado

ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO JURÍDICO EM 2013 E 2014

Aprovação da PEC 186/07 (autonomia em âmbito nacional)

11NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

ORÇAMENTO

A reunião de novembro dos representantes sindicais do Sinafresp ocorreu nos dias 7 e

8 de novembro no Novotel Jaraguá, em São Paulo. O primeiro item da pauta, na sexta-feira à noite, foi a votação das atas das últimas reuniões (26 e 27 de setembro), que foram aprovadas pela maioria dos presentes, com algumas abstenções, de representantes que não participaram daquelas reuniões. O segundo item foi a delibe-ração da proposta orçamentária para 2015. A presidente, Miriam Arado, pediu a colaboração dos representantes para que conversem com os colegas de suas bases e tirem as dúvidas direta-mente, para que a diretoria não tenha de responder individualmente a cada questionamento feito pelos AFRs nas redes sociais do Sindicato. Em segui-da, Miriam explicou alguns pontos da previsão orçamentária para 2015 e res-pondeu as dúvidas trazidas pelos repre-

Conselho aprova, por unanimidade, proposta orçamentária para 2015

Representantes se reuniram nos dias 7 e 8 de novembro em São Paulo

sentantes. Após os esclarecimentos, a peça orçamentária foi colocada em votação e aprovada, por unanimidade. O representante Nilo Calan-dria Ponce (DRT 12/ABCD) pediu orientações para casos de AFRs apo-sentados que estão sendo convocados, por ordem judicial ou policial, para prestar esclarecimentos sobre autos de infração lavrados em anos anteriores, mas que não dispõem mais dos docu-mentos e não se lembram claramente do fato. Os advogados do Sindicato explicaram sobre como proceder nes-ses casos e colocaram o Departamento Jurídico à disposição para acompanhar esses aposentados, se necessário. Também foi votada e aprova-da, por unanimidade, a refiliação de uma colega ao Sinafresp. A segunda parte da reunião, na manhã de sábado, teve início com consi-derações da diretoria sobre o andamento da PR deste trimestre, sobre o proces-

so relativo às ações abusivas feitas nas delegacias tributárias e sobre as tratati-vas para agendamento de nova audiên-cia com o governador Geraldo Alckmin. Outra questão discutida foi relativa a três propostas, apresenta-das pelas comissões regionais, sobre alterações no cálculo da quota, e que foram transformadas em emendas pela diretoria. O presidente da Mesa, José Aparecido Ciocca, colocou as três pro-postas em votação e decidiu-se pela adoção de uma delas, que prevê que, para o cálculo da quota, seja considera-do o índice de variação nominal, e não real, da arrecadação ou o índice oficial de inflação, o que for maior. O representante Pedro Abrahão (Sede) questionou sobre o andamento da ação relativa às altas temperaturas no edifício-sede. Miriam explicou que o Sindicato já tomou todas as medidas possíveis e que o processo está em fase de determinação judicial para perícia naquele ambien-te de trabalho. E lembrou que a ação proposta pelo MPT vale para todas as unidades da Sefaz. Miriam encerrou a reunião contando sobre o chamado “Trem da Alegria” criado na Bahia, em que uma lei permitiu que servidores públicos de outra carreira da Fazenda assumissem postos de nível superior sem terem prestado concurso para tal, bem como efetuem lançamentos, desrespeitando a Constituição Federal. Ressaltou que este é um iminente perigo aos servido-res de todos os Estados..

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

A arrecadação do ICMS no Estado de São Paulo no mês de outubro foi de R$ 10,3 bilhões, em valo-res correntes, excluídos os valores obtidos com o

PEP (Programa Especial de Parcelamentos). Na compara-ção com o mesmo mês de 2013, houve queda real de 2,4%. No acumulado de janeiro a outubro, o resultado está 2,1% abaixo do arrecadado no mesmo período do ano passado (excluindo o PEP tanto de 2013 quanto de 2014). A arrecadação com o IPVA teve queda de 10,7% na comparação com outubro de 2013, já descontada a inflação e excluídos os valores obtidos com o PPD (Programa de Parce-lamento de Débitos). Em valores correntes, a arrecadação do IPVA alcançou R$ 341,9 milhões em outubro. No acumulado do ano, o resultado está 1,5% abaixo do arrecadado no mesmo período do ano passado. Já a Receita Tributária (RT) teve queda real de 2,4%. Em valores correntes, em outubro, o resultado foi de R$ 11,2 bilhões (Tabela 1). Nesses dez meses de 2014, o acumulado da RT ficou 1,8% abaixo do resultado do mesmo período de 2013.Com os resultados acumulados de janeiro a outubro de 2014, já

foram efetivados 80% da Receita Tributária prevista para o ano, segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA 2014), e 78,4% do ICMS previsto. Importante destacar que nesses resultados estão excluídos o PEP e o PPD. A arrecadação com o PEP neste ano, até outubro, foi de R$ 2,3 bilhões. Isso equivale a 89% do previsto pela Secretaria da Fazenda para 2014, que é de R$ 2,6 bilhões. Os resultados de outubro se mantiveram no campo negativo, mas interromperam a tendência de forte queda veri-ficada nos meses anteriores, como já havíamos indicado para o último trimestre deste ano. Porém, devido às incertezas que persistem na economia brasileira, avaliamos que os resulta-dos do próximo mês não apresentarão mudanças importantes. É possível que somente a arrecadação de dezembro apresente melhora significativa, mas devido a efeito estatístico, já que em dezembro de 2013 o resultado ficou abaixo do esperado. Assim, diminuímos nossa expectativa quanto ao cumpri-mento da arrecadação prevista na Lei Orçamentária deste ano. Ava-liamos que o ICMS e a Receita Tributária devem atingir cerca de 97% do previsto no Orçamento, com crescimento real zero em 2014..

GRÁFICO 2Arrecadação do ICMS acumulado em 12 meses

Estado de São Paulo. De outubro de 2012 a outubro de 2014 Em milhões de reais de novembro de 2014

Outubro Acumulado 2014

ICMS 10.319,56 96.141,54

IPVA 341,95 11.924,03

Receita Tributária 11.254,39 113.292,20

TABELA 1Total da arrecadação de ICMS, IPVA e Receita Tributária

(Valores nominais em milhões de reais)

Previsão LOA Já efetivado

ICMS 122.562,87 78,4%

IPVA* 12.918,13 92,3%

Receita Tributária 141.608,70 80,0%

TABELA 2Total da arrecadação em relação ao previsto na Lei Orçamentária

Anual de 2014 (valores nominais em milhões de reais)

DIEESE

Arrecadação de outubro no Estado continua baixa

GRÁFICO 1 Arrecadação do ICMS – Estado de São Paulo

De outubro de 2012 a outubro de 2014Em milhões de reais de novembro de 2014

13NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

INDICADORES 2014 2015PIBEstados Unidos 2,2% 3,1%Área do Euro 0,8% 1,1%Reino Unido 3,0% 2,7%Japão 0,4% 0,8%China 7,3% 7,1%BRASILPIB 0,2% 1,0%Produção Industrial -2,0% 2,0%Volume de Vendas – Comércio Varejista 3,0% 3,5%Inflação (IPCA) 6,5% 6,0%Superávit Primário – % do PIB 0,5% 1,5%Receita Tributária real – SP 0,0% 1,0%Arrecadação real ICMS – SP 0,0% 1,5%

PROJEÇÕES 2014 - 2015

E m 2014, a economia internacional e a economia bra-sileira atravessaram um período de bastante instabili-dade, e o ano de 2015 também promete ser de altos e

baixos e de muitas incertezas. Na economia brasileira, a produção industrial deve encerrar 2014 com uma queda de cerca de 2% em relação ao ano passado, enquanto o volume de vendas do comércio deverá crescer por volta de 3%. O PIB brasileiro deve encer-rar o ano com crescimento em torno de 0,2% em relação a 2013. Mas é importante salientar que esses comportamentos não foram lineares ao longo do ano, mas com períodos de aceleração e outros de queda. Isso se deve, em parte, ao comportamento da eco-nomia internacional, que também oscilou ao longo de 2014. Nos Estados Unidos, o ano foi de mudança na trajetória da economia, que estava com dificuldades e passou a mostrar sinais consistentes de crescimento, inclusive no nível de emprego. Por outro lado, a Europa tem demonstrado fra-queza na recuperação da economia, com exceção do Reino Unido, que vem obtendo resultados melhores. Na Ásia, o Japão continua apresentando baixo dinamismo econômico, enquanto na China a desaceleração, após anos de forte cres-cimento, vem se acentuando. Enfim, nota-se um cenário externo complexo, com

as principais economias caminhando em diferentes direções e, consequentemente, impondo desafios às exportações bra-sileiras também em 2015. Na economia brasileira, há expectativa de um ano ainda com bastante oscilação, com cenário um pouco mais benigno somente no segundo semestre. O provável baixo superávit primário do setor público este ano colocará pres-são para um resultado mais positivo em 2015, o que acaba-rá afetando a atividade econômica. A questão colocada, e de difícil projeção, é qual será a extensão desse impacto na economia e no mercado de trabalho (que atualmente gira em torno de 5% de desemprego, segundo o IBGE, nível abaixo da média histórica). Com isso, a arrecadação também vai enfrentar desa-fios no ano que vem. A busca por “ajuste fiscal” dos governos, em um cenário de baixo dinamismo econômico, acaba por impactar negativamente a própria arrecadação. Para o Estado de São Paulo, projeta-se mais um ano de baixo crescimento da arrecadação em 2015, mas ligeiramente superior ao estimado para 2014. Avalia-se que a Receita Tributária poderá crescer até 1% em termos reais no ano que vem, ante 0% este ano. Já a arrecadação com o ICMS no Estado poderá crescer até 1,5%. Mas ressalta-se que o alto grau de incertezas para 2015 exigirá constantes reavaliações dessas projeções..

DIEESE

Perspectivas para a economia em 2015

Fonte:OCDEeestimativaspróprias.

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

ENTREVISTA

Deputado Dr. Gondim: nas trincheiras da guerra fiscal

■ Sinafresp em Ação: Reeleito para o seu quinto mandato na Alesp, quais as suas principais con-quistas e as prioridades a partir de 2015?Luiz Carlos Gondim: Tenho quatro mandatos na Assem-bleia Legislativa com mais de 70 leis aprovadas e em vigor em nosso Estado. Neste ano de 2014, o governador sancio-nou a Lei 15.550 de minha autoria, que autoriza o Estado a fazer convênios com clínicas particulares e ligadas ao ter-ceiro setor para ampliar a oferta de vagas para tratar dos dependentes químicos. Quero continuar meu trabalho para melhorar o atendimento de saúde da população. Sabemos que evoluímos muito, mas ainda estamos longe do ideal. O atendimento no sistema público de saúde tem muitas defi-ciências, como demora no agendamento de consultas e exa-mes, falta de profissionais, de leitos etc. Minha luta é para fazer com que isso mude. Também quero ajudar a fortalecer as Santas Casas e os hospitais filantrópicos e fazer com que a rede pública volte sua atenção prioritária para a preven-ção de doenças e dê o respaldo necessário para que todos tenham atendimento ágil e eficaz.

■ Em sua visão, qual a função mais importante dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, além de prover recursos para o Estado?Os Agentes Fiscais de Rendas são responsáveis pela fiscali-

zação dos contribuintes paulistas e pela arrecadação dos tri-butos que compõem o Tesouro estadual. A responsabilidade deles é, acima de tudo, zelar pelo cumprimento da lei. Acre-dito que a função de fiscalização é uma das atividades mais importantes desses profissionais, porque é esse trabalho que sustenta as ações governamentais.

■ Como o senhor avalia o anteprojeto de Lei Orgâ-nica da Administração Tributária (LOAT), aprovado pela categoria e que começou a ser apresentado à sociedade e ao parlamento paulista?Eu li o texto e acredito que seja uma modernização do regime jurídico da Administração Tributária. Então, vejo com bons olhos o projeto, mas quero me aprofundar ain-da mais quando for apreciado nas comissões da Assem-bleia Legislativa.

■ Qual a sua avaliação sobre a questão tribu-tária no Estado e quais ações São Paulo deve tomar para sobreviver à guerra fiscal entre os entes federados?Esta é uma questão que há muito tempo vem me preocupan-do, a chamada guerra fiscal. O que tem acontecido é que cidades de outros Estados que fazem fronteira conosco têm se beneficiado com esta guerra. As indústrias e as empresas

Luiz Carlos Gondim nasceu em Fortaleza e formou-se médico em Mogi das Cruzes, onde se lançou na vida política e foi vereador por dez anos. Em 1998, foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Desde então, vem sendo reeleito, chegando ao seu quinto mandato consecutivo a partir de 2015. Sua atuação principal se dá junto à população carente, propondo projetos nas áreas de habitação, saúde, combate às drogas, esporte e meio ambiente. É líder do Solidariedade na Assembleia, partido que integra a base do governo paulista.

15NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

estão deixando São Paulo para se instalar nessas localida-des, sendo que se utilizam da infraestrutura do Estado, como rodovias, portos e aeroportos. Pensando nisso, apresentei o projeto de Lei 750/2007, que autoriza o Poder Executivo a conceder incentivo fiscal às empresas que se instalarem nos municípios localizados em regiões limítrofes ao Estado de São Paulo. Estas cidades veem-se extremamente prejudi-cadas pelos incentivos fiscais oferecidos naqueles Estados, perdendo indústrias e, consequentemente, deixando de gerar receitas e causando desemprego. Então, vejo com muita pre-ocupação essa questão, porque estamos observando indús-trias dos mais variados ramos deixarem o Estado para des-frutar de incentivos em outras localidades.

■ Gostaria de deixar uma mensagem para os AFRs, apontando os caminhos que considera importan-tes para que avancem em suas lutas na sociedade?Eu acredito que a nossa economia voltará a crescer e, consequentemente, a gerar empregos e recursos. Mas não tenho dúvidas de que, na esfera pública, precisamos melhorar a qualidade do atendimento à nossa popula-ção em várias áreas como: na saúde pública; garantindo segurança pública eficaz no combate ao crime; e na edu-cação, para que prepare bem nossas crianças e jovens para o futuro. Precisamos avançar para que o nosso Esta-do continue sendo uma boa referência para as outras uni-dades da Federação. .

JURÍDICO

Licença médica deve contar para a aposentadoria

O Departamento Jurídico do Sinafresp disponibi-liza aos seus filiados ação judicial para ver reco-nhecido o direito de contagem do tempo em que

o servidor esteve em licença saúde como tempo de efetivo exercício no serviço público estadual. Isso porque o DRH fixou entendimento contrário, considerando o tempo em que o servidor esteve licenciado apenas como tempo de contribuição normal, não servindo

para fins de cumprimento de algumas regras de aposenta-doria que exigem determinado tempo trabalhado no serviço público. Esse entendimento do DRH foi percebido quando da emissão das Certidões de Liquidação de Tempo, quando, para fins do requisito “tempo de efetivo exercício de serviço público”, houve o desconto dos dias em que o servidor este-ve em afastamento por problemas de saúde. A boa notícia é que o Poder Judiciário, nessas ações, vem reiteradamente julgando de forma favorável os pedidos dos AFRs, garantindo, assim, o direito da contagem daquele tempo para todos os fins e como sendo tempo de exercício de serviço público. Sendo assim, os filiados que se afastaram de suas funções durante sua vida funcional por motivos de saúde podem totalizar, em suas Certidões de Liquidação de Tem-po, os dias que estão sendo considerados como de efetivo exercício e, se tiverem interesse, procurar o Departamento Jurídico para o ajuizamento da ação judicial..

Justiça determina que período de afastamento deve ser computado como tempo de exercício de serviço público

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SINAFRESP EM AÇÃO

NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2014

Esta seção tem como objetivo homenagear os colegas que se aposentaram após anos de dedicação e de bons serviços prestados ao Estado e à sociedade. A todos os AFRs que venham a figurar neste espaço, os nossos sinceros agradecimentos pela dedicação e pelo companheirismo durante o período da ativa. Aproveitem seu tempo para curtir

mais a vida a partir de agora!

NOVEMBRO DE 2014Dia Nome Nível

4 Mario Bedaque Filho VI

11 Paulo José Ferreira de Castro V

13 Jorge Mitsuma Takinami IV

13 José Moacir Moura V

13 Laercio Seidi Nonaka III

15 James Grejo VI

18 Agostinho Sanches IV

18 Edmundo Claudio Francisco III

18 Ananias Jose do Nascimento VI

19 Tereza Fumie Sakakima de Paulo V

22 Orlando Makoto Okamura III

DEZEMBRO DE 2014Dia Nome Nível

2 Luiz Armando da Silva VI

2 Maria de Lourdes Miranda Pereira Bento V

2 Aristeu Akira Nagata IV

2 Jose Carlos Plaugas VI

2 Sinval Eufrozino de Menezes IV

2 Edson Stevanatto VI

3 João Eduardo Dado Leite de Carvalho VI

9 Aparecida Sonia Thomazini Borges V

9 Luiz Piragibe Carneiro VI

9 Edson Hiroshi Suemitsu VI