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Informativo do Colégio Notarial do Brasil - seção São Paulo - Ano XI - N.º 121 janeiro - 2009 Notariado paulista comprova sucesso no 2° ano da Lei 11.441/07 Lei 11.441/07 completa 2 anos e notários paulistas contribuem ainda mais para desafogar o Poder Judiciário 15 a 19 Pags. 20 e 21 AC Notarial – CNB-SP formam 2ª turma de agentes de registro e abre inscrições para curso em Campinas Pags. 4 e 5 Jornal do Notário estréia coluna “Dúvidas Notariais”. Participe e envie sua colaboração Pags. Notariado no Mundo – Jornal do Notário estréia nova seção e traz entrevista exclusiva com o presidente da UINL, Dr. Eduardo Gallino 10 a 14 Pags.

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Informativo do Colégio Notarial do Brasil - seção São Paulo - Ano XI - N.º 121 janeiro - 2009

Notariado paulista comprovasucesso no 2° ano da Lei 11.441/07

Lei 11.441/07 completa 2 anos e notáriospaulistas contribuem ainda mais paradesafogar o Poder Judiciário

15 a 19Pags.

20 e 21AC Notarial – CNB-SP formam 2ª turma de agentesde registro e abre inscrições para curso em Campinas Pags.

4 e 5Jornal do Notário estréia coluna “DúvidasNotariais”. Participe e envie sua colaboração Pags.

Notariado no Mundo – Jornal do Notário estréianova seção e traz entrevista exclusiva com opresidente da UINL, Dr. Eduardo Gallino

10 a 14Pags.

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|editorial|

Ubiratan Pereira Guimarãespresidente do CNB-SP

Ubiratan PereiraGuimarães

presidente do CNB-SP

O Jornal do Notário é um informativo mensal do ColégioNotarial do Brasil - seção de São Paulo - dirigido aos profissio-nais dos serviços notariais e registrais do País, juízes, advoga-dos e demais operadores do Direito.

Rua Bela Cintra, 746 - 11º andar - CEP 01415-000 São Paulo - SP.Fones: 11 3122-6277. Site:www.cnbsp.org.br

* Permitida a reprodução das matérias, desde que seja citada a fonte

Presidente: Ubiratan Pereira Guimarães

Jornalista responsável: Alexandre Lacerda Nascimento

Reportagens: Alexandre Lacerda Nascimento eNúbia Matos

Projeto Gráfico: Mariana Goron Tasca

Editoração/Produção: Demetrius Brasil

Gráfica: JS Gráfica Editora e Encadernadora Ltda.

Expediente

Ano novo, roupa nova. O Colégio Notarial do Brasil –Seção de São Paulo inaugura 2009 conferindo melhor estiloao canal que mensalmente utiliza para se comunicar com ostabeliães do Estado. Nosso jornal, cuja principal incumbênciaé sintonizar o notariado paulista aos movimentos de seusrepresentantes e aos assuntos que dão relevância à ati-vidadenotarial, passa doravante a adotar renovada editoração, istoé, um outro rosto - ainda mais harmônico – voltado a facilitara sinergia de interesses.

Entre outras novidades, destaco a veiculação deentrevistas com juristas e desta-cadas personalidades do meiojurídico, dirigidas ao aprimoramento de nossa conduta e àcompreensão aprofundada de nossos afazeres no exercício dadelegação. Nossa asses-soria de imprensa passa tambéma partir deste ano a presentear os notários com um re-tratoperiódico de todos os Tabelionatos do Estado, inseridos nadivulgação dos traba-lhos alinhavados pelas várias DiretoriasRegionais. A região administrativa de Araçatu-ba foi a primeiraa gerar esse importante elemento de interação, cuja pretensãoconsiste em nos proporcionar uma identificação e aproximaçãomais intensa. Aqui desejamos registrar nosso reconhecimentoe agradecimento aos incansáveis colegas que tanto têmcontribuído para que possamos dar nova dinâmica ao nossoJornal do Notário. Muito obrigado!

Ano novo, ânimo novo. O cronograma do CNB/SP para osdoze próximos meses reserva aos tabeliães e prepostosrelevantes cursos de aperfeiçoamento técnico e prático, aserem organizados pelas Diretorias Regionais com inusitadaregularidade. Visamos com isso corrigir de maneira eficazuma lamentável distorção que vem afetando o nota-riado deSão Paulo ao longo dos anos, qual seja, o distanciamentodos colegas dos pe-quenos municípios do interior do Estadoem relação às discussões e diretrizes geralmen-te concentradas

nos grandes centros. A função notarial deve carregar a marcada homo-geneidade, pois dela depende a credibilidade denossa missão. O CNB/SP tem consciên-cia do seu papel noprocesso de dinamizar e depurar as divergências, naturais esaudá-veis (porque não?), a fim de extrair delas orientaçõesconsistentes.

Ano novo, lutas novas. Desde já dois assuntos espreitama pauta de preocupação do CNB/SP: a pressão das PrefeiturasMunicipais que insistem em enquadrar os notá-rios eregistradores como pessoas jurídicas para efeito de cobrançade ISSQN e a instân-cia oriunda do Ministério Público mato-grossense junto ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça - como objetivo de vedar a contratação de parentes no seio daatividade delega-da. A primeira traz o estigma de uma evidenteinjuridicidade, considerada a vasta litera-tura jurisprudencial,doutrinária e normativa, inclusive oriunda da própria ReceitaFede-ral, que não reconhece personalidade jurídica aosdelegatários do serviço notarial e re-gistral. A segunda ostentaindisfarçável afronta ao caráter privado do exercício da dele-gação, tentando reduzir a pó o artigo 21 da Lei 8.935/94,ceifando nossa liberdade de atuação e atentando contra oindispensável requisito da confiança, tão caro aos que li-damdiariamente com a fé pública. O CNB/SP permanecerá atentoe atuará na defesa intransigente da dignidade tabeliã.

Ano novo, novas posturas diante de velhos assuntos.Destaco, para finalizar, que em 2009 estaremos, mercê dopreparo do notariado paulista, aptos a discutir as propos-tasde desburocratização do Estado, demonstrando que o serviçoque prestamos caminha exatamente na contra mão daburocracia ineficiente, eis que garante segurança jurídica eprevine litígios. Não evitaremos o debate, leal e transparente,na medida em que tiver-mos a oportunidade de acentuarnosso valor e importância.

Ano Novo – Novos Desafios

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A questão não é nova, mas vem ocupando espaço nosdebates travados nos tribunais e na mídia. Afinal, o tabeliãoexerce sua atividade na qualidade de pessoa jurídica? E aresposta, definitivamente, é negativa, o tabelião exerce suasfunções como pessoa física, um profissional liberal, assim sepronunciou o Tribunal de Justiça da União Européia:

Recorde-se o acórdão do Tribunal de Justiça U. E., de26-Março-1987, constatando que os notários: “não têmqualquer laço de subordinação hierárquica com a autoridadepública, nem estão integrados na administração pública. Comefeito, exercem a sua actividade por conta própria e sob suaresponsabilidade, organizando livremente a forma de execuçãodo seu trabalho, apenas com alguns limites resultantes dalei, e percebem eles próprios os emolumentos que constituemreceita sua”. O tribunal conclui, decidindo que os notáriosexercem a sua função “sob a forma de actividade económicaindependente, no quadro próprio de uma profissão liberal.Entenda-se, portanto, que é o quadro liberal que caracterizao notariado livre e que o distingue do notariado de Estadoou funcionarizado, constituindo um dos critérios de adesão àUnião Internacional do Notariado.

Em que pese à possibilidade do profissional liberalexercer suas funções em sociedade, esta hipótese não écontemplada no ordenamento jurídico pátrio quanto àatividade do notário, como em outros países. Eric Deckers,tabelião belga, doutrina: “o notário, profissional liberal, gozade liberdade de organizar o exercício de sua função,escolhendo livremente os seus colaboradores e optando entreo exercício individual e o associado, em sociedade ou poroutra forma” .

Resta ao notário brasileiro, tão-somente, a opção doexercício individual de sua profissão, assegurado o direito deassociar-se aos órgãos de classe (art. 29, inciso II, da Lei

|ponto de vista|

Notário: Pessoa Física ouJurídica?

Marco Antonio Greco BortzTABELIÃO DE NOTAS E PROTESTO DO MUNICÍPIO DE MIRANDÓPOLIS E

DELEGADO REGIONAL DO CNB-SP EM ARAÇATUBA

8.935/94). O Ministro Carlos Ayres Brito, no julgamento daADI 3.089-2, deixou assentado:

III – a delegação que lhes timbra a funcionalidade não setraduz, por nenhuma forma, em cláusulas contratuais. Aorevés, exprime-se em estipulações totalmente fixadas por lei.Mais ainda, trata-se de delegação que somente pode recairsobre pessoa natural, e não sobre uma “empresa” ou pessoamercantil, visto que de empresa ou pessoa mercantil é queversa a Magna Carta Federal em tema de concessão oupermissão de serviço público;

Na sequência o Ministro Carlos Brito conclui: “não sedelega uma atividade notarial e de registro a uma empresa, esim, obrigatoriamente, a uma pessoa natural, prestadora deconcurso público e de provas”. Ora, é cediço que a personalidadejurídica de uma sociedade adquire-se com o registro de seu atoconstitutivo no órgão competente (Junta Comercial ou RegistroCivil das Pessoas Jurídicas), e esta modalidade de constituiçãode um tabelionato simplesmente inexiste na ordem jurídicanacional. O notário brasileiro ingressa na função por concursopúblico, decorrente de lei, e não pela via de contratação como Poder Público. Exerce sua atividade como pessoa física.Pouco importa que se utilize de uma equipe de colaboradores(prepostos), a natureza jurídica da autorização concedida noart. 20, da Lei 8.935/94 é mandato, os escreventes e substitutosdo tabelião agem em conta e por ordem do titular, quepessoalmente confere os poderes necessários. Tanto que têmos notários responsabilidade direta pelos prejuízos que seuscolaboradores causarem a terceiros (art. 22, da Lei 8.935/94).

Ainda grassa a desinformação sobre a atividade notarial.Os conteúdos programáticos dos cursos universitários de direitonão contemplam os estudos sobre o direito notarial (e àsvezes são consignados pró-forma), e a comunidade jurídicasai das cátedras alijada de conhecimento profundo dessaimportante atividade preventiva de litígios. Investe-se tempoe recursos para aprender a litigar nos processos judiciais, porisso os tribunais estão abarrotados e imobilizados. Osbacharéis formados em Direito ingressam no mercado detrabalho com o Código de Processo Civil de um lado e deProcesso Penal de outro e vão à guerra como verdadeirosRambos. Já é passada a hora de criar-se uma cultura deconciliação e solução amigável dos conflitos sociais por meiode intérpretes independentes e fiáveis do direito, como sãoos tabeliães. Será um tributo à pacificação social.

JN

Participe do Jornal do Notário enviando seu artigo para a seção Ponto de Vista e comente algumassunto atual da atividade notarial. E-mail: [email protected]

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Dúvidas Notariais

Pergunta 1 – Para fins de inventário e partilhaextrajudiciais, cujo bem é consubstanciado em cotas dedeterminada sociedade civil, é necessária a préviaadequação do contrato social ao Código Civil em vigor?Resposta: Aplica-se o Enunciado 394 da IV Jornada/STJ,não havendo necessidade, portanto, de adequação, umavez que, pelo princípio de "saisine", a transferência dosdireitos relativos às quotas sociais independe deeventuais irregularidades intrínsecas da coisa. Cumprelembrar que o arquivamento no registro públicopertinente é condição para conferir personalidade jurídicaà sociedade. Contudo, existe um precedente isolado da1a. VRP/SP em sentido contrário ao E-394/STJ.

Pergunta 2 – É possível o registro de escritura de cessão dedireitos hereditários após o registro do formal de partilha?Resposta: A escritura de cessão de direitos hereditáriosnão tem acesso ao registro de imóveis. A uma porque nãose encontra no rol taxativo do art. 167, I, da Lei deRegistros Públicos; a duas porque se consubstancia emexpectativa de direito à adjudicação do bem no momentoda partilha. Nesse sentido, há diversas decisões doConselho Superior da Magistratura: Agravo de Petição n.ºDJ-225.883 – Piracicaba; Apelação Cível n.º 267.427 -Itapetininga; ApCiv 6.861-0, São Caetano do Sul, 13.04.1987,

Pergunta 3 – Lavrada escritura de compra e venda, na qualcomparece apenas o comprador, casado no regime dacomunhão parcial de bens, é possível retificá-la para constara origem do numerário sem a anuência do cônjuge deleadquirente?Resposta: É necessário o comparecimento do cônjuge nareti-ratificação. Na escritura original, a comunicação dobem decorre do regime de bens. Para que se altere essasituação, evitando a comunicação dos aquestos, énecessária a anuência de quem tem o seu patrimôniojurídico atingido. Não há nenhuma incongruência. A reti-rati tem um objetivo diverso, que é o de excluir a meação.Obs. Acreditamos que, se a escritura já estiver registrada,não cabe reti-rati; apenas judicialmente a situaçãopoderia ser alterada.

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.br Participe do Jornal do Notário e envie sua dúvida para o Conselho Editorial. Seu questionamentoserá publicado na próxima edição do JN. E-mail: [email protected]

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Pergunta 4 - Pessoa jurídica estrangeira, detentora deCNPJ no Brasil, para a qual consta CND da Receita Federal,está também obrigada a apresentar a CND do INSS?Resposta: A sociedade estrangeira que possua imóveis nopaís, de acordo com a IN MPS/SRP nº 3, de 14/07/2005,art. 21, § 2º, é também obrigada a cadastrar-se na SRFB,antiga Secretaria da Receita Previdenciária. Se a CND/INSS não é emitida, é porque a empresa tem pendência,ou não se cadastrou. Neste último caso, após cadastrar-se, provavelmente haverá a incidência de multa. Tudoporque, de acordo com o art. 22, I, da Lei de Custeio daSeguridade Social, a empresa (definida no art. 15, I) éobrigatoriamente contribuinte do sistema da Seguridade.Não há exceção de qualquer espécie, pois para ela trata-se de um autêntico imposto (não há retribuição).Conclusão: é exigível a CND/INSS. Se ela não foi emitida,o tabelião não pode lavrar a escritura sob risco de tornar-se responsável solidário.

Pergunta 5 – A cobrança de procuração pública a seroutorgada por analfabeta, para recebimento de valores doBolsa Família, junto a CEF pode ser consideradaprevidenciária?Resposta: A isenção prevista na tabela de custas é paraprocurações previdenciárias. Como se trata de isenção,o Código Tributário Nacional determina que ainterpretação seja restrita. O sistema da seguridadesocial é composto pelos sistemas previdenciário, deassistência social e de saúde. O Bolsa Família é umprograma Federal enquadrado no sistema da assistênciasocial. Assim, como a assistência e a previdência sãointegrantes do sistema da seguridade social e não seconfundem, a escritura deve ser cobrada de acordo coma tabela de custas.

Pergunta 6 - Havendo doação com reserva de usufruto,recolhendo-se o ITCMD apenas sobre a nua-propriedade,

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Protesto

TD e PJ

Notarial

Digitalização

Distribuição

como se dá a incidência do imposto na hipótese de extinçãodo usufruto?Resposta: a) Quando houver renúncia do usufruto, emano civil diverso da doação, tal ato se equipara a doação,por se tratar de ato "inter vivos", aplicando-se a regrada isenção do recolhimento do ITCMD, quando o valor dousufruto é inferior a 2.500 Ufesps. b) Quando o usufrutoé extinto pelo falecimento do usufrutuário, o ITCMD deveser recolhido, pois a regra da isenção ITCMD causa mortisé difrente. Esse entendimento encontra respaldo no art.6o., I, a, do Dec 46.655/2002, que estabelece comohipótese de isenção apenas aquela na qual o usufrutoextinto tiver sido instituído pelo "de cujus". Como areserva de usufruto não equivale a esse ato e as isençõesdevem ter interpretação restrita.

Pergunta 7 - É necessária a assinatura dos cônjuges deherdeiros nas escrituras de inventário?Resposta: Na partilha decorrente do inventário, oherdeiro recebe sua parte por força do princípio desaisine. Esse patrimônia comunicará ou não aos cônjuges,na conformidade com o regime de bens pactuado. Dessaforma, é desnecessário o comparecimento dos cônjugesdos herdeiros, salvo nas hipóteses de renúncia ou partilhadesigual.

Pergunta 8 – É possível o reconhecimento de união estávele atribuição de meação em escritura de partilha decorrentede inventário?Resposta: A união estável recebe o mesmo "tratamentojurídico" da posse (a do direito das coisas): é um fato;portanto independe de contrato escrito ou de qualqueroutra formalização. Basta que se caracterize nos moldesprevistos na lei. Assim é possível o seu formalreconhecimento na escritura de inventário e a atribuiçãode meação, sendo que as NSCGJSP e a CNJ/35 apenasexigem que os demais herdeiros sejam concordes.

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ISS – Posicionamento SERACdesde a edição da LC nº 116/03 – Uma história pra contar

Há mais de cinco anos que os Notários do Estado de SãoPaulo convivem com a importante questão, tema do presentecomentário, e não se livrará do problema tão cedo.

Persistem os municípios paulistas, com exceção dealguns poucos, na idéia de tr ibutar o valor dosemolumentos notariais como se os “cartórios” fossempessoas jurídicas de direito privado.

Se por ignorância ou por ganância, o fato é que apretensão dos municípios já gerou uma longa história que,com cuidado, vamos tentar aqui contar ao leitor do JN.

Nos últimos meses de 2003, enquanto aguardava-se apublicação das leis municipais, necessárias à instituição doImposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN,doravante, neste artigo, referido apenas pela sigla ISS, nós jáconstruíamos as teses para afastar a incidência do tributosobre os serviços notariais e de registro porinconstitucionalidade e, subsidiariamente, para exigir aaplicação da adequada forma de determinação da base decálculo, caso declarado constitucional.

Com muita aplicação, sustentávamos ainconstitucionalidade da inclusão dos serviços notariais e deregistro na lista de serviços tributáveis pelo ISS (vide item 21e 21.1 da Lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003).Buscávamos demonstrar por meio do controle difuso deconstitucionalidade, que a pretensa tributação violavapreceitos da Lei Maior, contudo, caso o Juízo competenteentendesse que referido dispositivo deveria permanecer noordenamento jurídico, que Notários e Registradoresrecebessem, então, tratamento próprio das pessoas físicas,já que não são pessoas jurídicas, nem mesmo por equiparação.

Usamos o mecanismo processual da ação declaratória,com depósito do montante integral para, com fulcro no incisoII do art. 151 do Código Tributário Nacional – CTN, suspendera exigibilidade do tributo.

Importante ressaltar, uma vez mais, que o pedido emtodas as ações por nós patrocinadas era a declaração deinconstitucionalidade da exação por ofensa ao princípioda imunidade recíproca e pela ocorrência da bitributação,mas caso fosse julgado improcedente, que a incidênciatributária do ISS observasse o disposto no § 1º do art. 9ºdo Decreto-Lei nº 406/1968.

Em suma, desde o início sustentamos a aplicação daregra do chamado ISS Fixo para os Notários e Registradores(trabalho pessoal), enquanto que, em todo o País, eramimpetrados Mandados de Segurança, com pedido liminar, com

base SOMENTE na inconstitucionalidade do item 21 da Lei.Sem depósito, nem pedido subsidiário.

Salvo raras exceções, nossas duas centenas dedeclaratórias, bem como os mandados de segurança conduzidospor outras bancas advocatícias, convenceram a Justiça, querem primeira instância, quer em grau recursal nos respectivosTribunais de Justiça. Quase sempre a antecipação de tutelaou a liminar era concedida prontamente e, na apreciação domérito, a ação era julgada procedente. O ISS para “cartórios”era mesmo inconstitucional.

Além do controle difuso de constitucionalidade realizadopor milhares de ações individuais, a ANOREG Brasil decide,depois de ouvir a classe, propor a Ação Direta deInconstitucionalidade – ADIn, que levou o número 3089-2,realizando, assim, o chamado controle concentrado. E atendência continuava a mesma.

Dois importantes juristas brasileiros exararam parecerespela inconstitucionalidade do tributo nas atividades notariaise de registro. As opiniões, muito abalizadas, dos ilustresprofessores Dr. Antonio Roque Carazza e Dr. Osires Lopes Silvaforam citadas nas peças exordiais, inclusive da ADIn 3089-2.

Mas, como bem sabe o leitor, nenhum dos demais Ministrosda Suprema Corte, votou com o Relator. O score foiacachapante: 10 x 1. É melhor que esqueçamos essa parte.

Depois de quase quatro anos de sua propositura, a decisãofinal da ação ocorreu na tarde de 13 de fevereiro de 2008 ejá na semana seguinte estávamos reunidos com a Diretoriada ANOREG São Paulo, a pedido da Presidenta Dra. PatríciaFerraz, traçando planos e marcando reunião com os notáriose registradores do Estado para o dia 3 de março, no GrandHotel Ca’d’Oro. Dois dias depois, aos 5 de março,desembarcávamos na Capital dos brasileiros para participarde encontro que reuniu boa parte dos presidentes das ANOREGEstaduais. Todos falaram e todos queriam muito falar porque,afinal, era imprescindível descobrir o que fazer diante daqueladecisão do Supremo.

Tomamos a palavra, no final da tarde daquele dia, para,apenas, fazer um alerta. Era uma recomendação no sentido deque não perdessem, os ilustres participantes, o foco do assunto.Nenhuma medida mudaria a decisão: não há mais o que serfeito, o ISS para “cartórios” é constitucional. Nenhumamanifestação de inconformismo ou de arrependimento tornariadiferente a triste realidade. O que cabe, a partir de agora, éexigir que seja aplicada, corretamente, a legislação no queconcerne à determinação da base de cálculo do imposto municipal.

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Aliás, sobre a determinação da base de cálculo do ISSpara Notários e Registradores, que deve levar em conta quetais profissionais do direito prestam serviços com caráterpessoal, escrevemos e divulgamos mensagem no BoletimEletrônico INR nº 2374, de 15 de fevereiro de 2008, somentedois dias após a decisão do STF.

Ficou decidido naquela soberana assembléia depresidentes que seria encomendado parecer jurídico aoeminente tributarista Dr. Paulo de Barros de Carvalho, trabalhoque por ele foi assinado em 16 de abril de 2008.

Daí em diante, corremos por diferentes partes com aANOREG Brasil, IRIB, ARPEN São Paulo, ARPEN Paraíba, GrupoSERAC. Foram quase 20 encontros em vários pontos do País.O objetivo era um só. Mostrar aos Notários e Registradoresquem, na verdade, para a legislação, eles são e que direitolhes assiste em relação ao ISS.

Missão cumprida!

Até de reuniões com o Presidente da Associação Brasileirados Secretários de Finanças das Capitais e dos grandesmunicípios nós fizemos. Uma em João Pessoa-PB (20.06.2008)e outra em Brasília-DF (02.07.2008).

No curso do ano, usamos como referências favoráveis todasas decisões judiciais que determinavam a aplicação do DL nº406/68 e a legislação dos municípios que já adotavam a regrado chamado “trabalho pessoal”. Entre os municípios citadosestava o de São Paulo, que ao instituir o tributo para osserviços notariais e de registro fê-lo observando as diretrizesdo ISS Fixo. Era um exemplo robusto a ser seguido, contudo, em30 de dezembro, no apagar das luzes do ano que terminava, oExecutivo muda de idéia e, com o apoio político do Legislativo,é publicada a lei que estabelece que a alíquota de 5% (cincopor cento) incide sobre o valor bruto dos emolumentos.

Esqueceu-se o Município de São Paulo que a determinaçãoda base ficta do ISS não significa cobrança de importânciamódica, mas sim de valor fixo, que pode, e deve, ser atribuídoconforme a capacidade contributiva do sujeito passivo.

Bastava, portanto, aprovar a fixação de valorescondizentes com a realidade das várias especialidades dosserviços notariais e de registro.

O Município de São Paulo perdeu importante oportunidadede elevar a arrecadação sem ferir de morte a lei, talvezinduzido em erro por inábil assessoramento.

Pena! São Paulo preferiu ampliar a lista dos municípiosdemandados, por isso, o leitor pode aguardar porque nahistória do ISS mais algumas páginas serão escritas.

Antonio Herance FilhoADVOGADO, ESPECIALISTA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO

PAULO, EM DIREITO CONSTITUCIONAL E DE CONTRATOS PELO CENTRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DE SÃO

PAULO E EM DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS.PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, INCLUSIVE DA PUC MINAS VIRTUAL, AUTOR

DE VÁRIOS ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS DESTINADOS A NOTÁRIOS E REGISTRADORES. É DIRETOR DO GRUPO

SERAC E CO-EDITOR DO INR - INFORMATIVO NOTARIAL E REGISTRAL - [email protected]

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S.O.S Português nº 68Queridos amigos Leitores:Cá estamos em 2009 com novidades e expectativasem todas as vertentes da vida!!!Os desejos??? Ah!!! Serão realizados!!!E o Novo Acordo Ortográfico???Já está em vigor para a felicidade de muitos, para atristeza de outros...Trabalharemos, com vagar, as novidades do Acordo junto comos esclarecimentos das dúvidas cotidianas do Português.Sobre o Acordo, sempre com uma “indicação” para vocês.Agora é realidade...Feliz em tê-los comigo!!!Com carinho

Renata“Não passo pela vida. E você também

não deveria passar!!!”-AD

1) WILIAM estava triste... uma letra do seu nome erainexistente para o nosso alfabeto...Wiliam dizem:” ...não há felicidade que dure sem-pre, logo não há tristeza para sempre...”

Assim sendo, vamos ao Novo Acordo Ortográficoem que trouxe muita alegria para William, Karen, Yuri...ANTES: O alfabeto era formado por 23 letras. O K, W,Y não eram considerados letras do nosso alfabeto.DEPOIS: Com a nova regra, o alfabeto é agora formado por26 letras. Essas letras serão usadas em nomes próprios,siglas, símbolos, palavras estrangeiras e seus derivados.Ex.: William, Watt, Km, byroniano…

2) Nota de Falecimento:O Trema morreu.

ANTES: O trema vivia alegremente, tinha seu local naGramática, não se incomodava quando usado por mui-tos sem saber o porquê da sua importância e assimvai a história da “Felicidade do Trema”.

DEPOIS: Depois do Novo Acordo Ortográfico, não existemais trema. Apenas em casos de nomes próprios eseus derivados.Ex.: Müller...Outros exemplos com trema:Agüentar, freqüentar, lingüiça...Agora a escrita será: frequentar, linguiça...Isso mesmo!!! AGUENTAR uma relação de palavras semtrema...para alívio de muitos...

3) Maria disse À Pedro que 2009 trará muita sorte!!!Querida Maria trará sorte sem o acento grave (Crase),caso contrário...Regra importante sobre crase (existem mais regras so-bre o assunto, estou abordando uma regra):A crase é proibida antes de nomes masculinos.Ex.: Maria disse a Pedro...(o Pedro)Ele chegou a tempo...(o tempo)Todos voltamos a pé...( o pé)

PARA VOCÊ PENSAR"Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,abraçar a vida com paixão,

perder com classee vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atrevee a vida é "muito" pra ser insignificante”.

Charles Chaplin

Renata Carone SborgiaGRADUADA EM DIREITO E LETRAS – MESTRA USP/RP

– PÓS-GRADUADA PELA FGV/RJ – ESPECIALISTA EM LÍNGUA

PORTUGUESA – ESPECIALISTA EM DIREITO PÚBLICO – MEMBRO

IMORTAL DA ACADEMIA RIBEIRÃO PRETANA DE EDUCAÇÃO

(ARE) – MBA EM DIREITO E GESTÃO EDUCACIONAL –AUTORA DE LIVROS

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Conheça a DiretoriaRegional de FrancaEdno João Marion, Tabelião de Notas e Protesto de Batatais

Jornal do Notário - Como o senhor recebeu a indicaçãoda diretoria do CNB-SP para ser Delegado Regional deFranca?Edno João Marion - Para mim é motivo de orgulhosaber que eu fui indicado pelos colegas do ColégioNotarial. Ser lembrado é sempre muito bom.

Jornal do Notário - Quais são as primeiras ações que osenhor pretende implantar em sua regional?Edno João Marion - Eu pretendo nos próximos diasentrar em contato com os colegas da regional paraque nós possamos marcar uma reunião para colhermosjuntos os temas, os assuntos que sejam comuns atodos para que a gente possa iniciar o trabalho eassim levar as reivindicações, e tudo o que puder serfeito em colaboração com o Colégio. Tudo isso emconsenso com os colegas da regional.

Jornal do Notário - Existe alguma solicitação especialda sua regional para o CNB-SP?Edno João Marion - O meu primeiro passo, que éumas das coisas que eu sempre pensei seria essadescentralização e isso já está acontecendo com anomeação dos representantes regionais, portanto nósvamos tentar, realmente, colher junto aos colegas,porque a minha visão pode ser diferente das dosdemais e como representante tenho que levar para oColégio o que for de interesse de todos. Mas o grandeob je t i vo que eu s empre l e ve i c om igo é e s t adescentralização da administração.

Jornal do Notário - O que o senhor achou da iniciativada nova diretoria do CNB-SP em dividir o Estado deSão Paulo em 16 regionais para descentralizar aadministração do Notariado Paulista?Edno João Marion - Eu achei excelente, a diretoriasempre foi centralizada, até mesmo para a realizaçãode eventos, foi centrada na Capital. Hoje nós jásabemos que isso já começa a deixar de existir e comcerteza nós vamos conseguir priorizar regiões e assimconseguir trazer a participação mais efetiva doscolegas. A dificuldade, talvez, de uma locomoção doin te r io r a té a cap i ta l , a caba i nv iab i l i zando aparticipação de muitos que sempre é importante paratrazer idéias novas e colaborar com a classe.

Edno João Marion, Tabelião de Notas e Protesto deBatatais e Delegado Regional do CNB-SP em Franca

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Cidades: 25 - (Altinópolis, Aramina, Batatais,Brodósqui, Buritizal, Cristais Paulistas, Franca,Guará, Igarapava, Ipuã, Itirapuã, Ituverava,Jeriquara, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga,Orlândia, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga,Ribeirão Corrente, Rifaina, Sales Oliveira, SãoJoaquim da Barra e São José da Bela Vista)Tabelionatos: 31 - Delegados Regionais: 1Edno João Marion - Tabelião de Notas e Protestode Letras e Títulos de BatataisRua Coronel Joaquim Alves, 174 - CentroCEP: 14300-000 – Batatais/SP - Tel: (14) 3761-2010E.mail: [email protected]

Ficha Técnica

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UINL completa 60 anosunindo notários de todo o mundoCom mais de 76 países associados, entre eles oito dasmaiores economias mundiais o notariado latino torna-separceiro do Governo no combate aos crimes econômicos

Fundada em 2 de outubro de 1948, no I Congresso Internacionaldo Notariado, na cidade de Buenos Aires, a União Internacional doNotariado (UINL) contou com a representação de dezenove países,entre eles o Brasil, concordando com sua criação e escrevendo umacarta contendo seus Estatutos e marcando aquele momento histórico.

Dois anos depois, em 21 de outubro de 1950, em ocasião doCongresso de Notários realizado em Madri, o Estatuto da UINL foiadotado oficialmente apresentando as principais finalidades da entidade.

A UINL vem trabalhando em conjunto com mais de 40 organizaçõesmundiais, tais como a Organização das Nações Unidas (ONU),Organização Mundial de Comércio (OMC). A UINL tem se mostradomuito atuante com organizações regionais econômicas entre elasUnião Européia (UE) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

|notariado no mundo|

Por estar presente em várias vertentes, a UINL temfacilidade de diálogo com instituições do Governo, sempreatuando em prol dos Notários do mundo todo. No biênio2008/2010 a entidade é presidida pelo Notário Dr. EduardoGallino e conta com a vice-presidência do Dr. José FlávioBueno Fischer na América Latina.

No dia 2 de outubro de 2008, na sede do Colégio deEscribanos, na cidade de Buenos Aires, foram comemorados os60 anos da fundação da UINL estando presentes representantesde diversos países. Atualmente existem 76 países membros daentidade, fruto de muito esforço dos que trabalharam pelosucesso dos trabalhos, destacando-se o escribano fundador daUINL, Dr. Jorge Franco A. Negri.

São membros da UINL os seguintes países:

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Fazendo a cobertura de 60% dapopulação mundial e divididos em trêscomissões sendo:

- Comissão de Assuntos Americanos;- Comissão de Assuntos Africanos;- Comissão de Assuntos Europeus.

Participe do Jornal do Notário enviando sua contribuição sobre o funcionamento dosistema notarial em alguma parte do mundo. E-mail: [email protected]

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|notariado no mundo|

XXVI Congresso Notarial Internacionalserá em 2010 no Marrocos

Em reunião realizada em 8 de novembro de 2008, nacidade de Quebéc, Canadá, o Conselho de Diretoria daUnião Internacional dos Notários (UINL) definiu os temaspara o próximo Congresso Notarial Internacional queacontecerá em Outubro de 2010 no Marrocos.

Neste encontro também foram nomeados oscoordenadores internacionais e os delegados dacomissão de temas e congressos. Ficando definidos ostemas:

* Colaboração do Notariado com o Estado diante dosnovos desafios da sociedade: transparecia dos mercadosfinanceiros, bloqueio de capitais, urbanismo e meioambiente. Coordenador Internacional: Dr. Bernardo PérezFernandez Del Castilho – Notário do México.

* O documento notarial a serviço da segurança.Sua finalidade para a publicidade registral e sua forçaexecutiva. Coordenador Internacional: Dr. FrancoSalerno-Cardillo – Notário da Itália.

Informações sobre o XXVI Congresso Notar ialInternacional acesse: http://www.notariatafrique.org(Disponível em Francês) e nas próximas edições doJornal do Notário.

A Oficina Notarial Permanente de Intercâmbio (ONPI) é órgão de difusão da UINL, é por ela que o mundorecebe as informações pertinentes a área notarial mundialmente.

Oficina Notarial Permanente de Intercâmbio Internacional

Essas são os principais trabalhos da ONPI:

- Administração do site da entidade www.onpi.org.ar- Edição da Revista Internacional del Notariado- Publicação e edição de livros, revistas, estudos,doutrinas, legislações e jurisprudências de interessenotarial internacional

- Informação de resoluções e conclusões de jornadasnacionais, regionais e internacionais- Prestação de assistência técnica a Comissão deRelações Públicas e a imagem do notariado.- Edição e distribuição do Boletim Eletrônico paraAssociados Individuais e parceria com sua respectivacomissão (Assuntos Americanos, Africanos ou Europeus)

• Promoção e aplicação dos princípios fundamentaisdo sistema de notariado do tipo latino e dos princípiosda deontologia notarial;• A representação do notariado diante das organizaçõesinternacionais;• A colaboração com as organizações internacionais ea participação em suas atividades;• A colaboração com organismos nacionais e com asautoridades de cada país;• O estudo do direito no âmbito da atividade notariale a cooperação para a harmonização das legislaçõesnacionais no plano internacional;• O estudo e união sistemática da legislação relativaà instituição do notariado do tipo latino;

Principais objetivos daUnião Internacional do Notariado

• A p r o m o ç ã o d e c o n g r e s s o s i n t e r n a c i o n a i s ,conferências e encontros;• A promoção e o estabelecimento de relações.• Com os notários em desenvolvimento e com osn o t á r i o s d e p a í s e s q u e n e c e s s i t e m d e u m aorganização notarial a f im de colaborar com suaestruturação e sua organização já prevendo suafutura incorporação à UINL;• Com as organizações notariais que pertençam asistemas jurídicos aptos a serem incorporados aonotariado do tipo latino;• Com organizações que não podem se integrar nosistema de notariado a fim de colaborar em questõesde interesse comum.

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“A colaboração com o Estado éum dever primordial do notário”Há 1 ano ocupando a presidência da União Internacionaldo Notariado (UINL), o argentino Eduardo Gallinodestaca o papel dos notários na prevenção de litígios eno combate aos crimes econômicos

“Hoje existe um grandeotimismo e estamos

seguros que o notariadochinês será um modelo”

Jornal do Notário – Quais são os principais temas que ocupama agenda atual da União Internacional do Notariado (UINL)?Dr. Eduardo Gallino - São muitos e variados, e serão temada próxima reunião do Conselho Diretivo, no mês de fevereiro,em Brujas (Bélgica), e que darão a dimensão de toda a suadimensão. Os mesmos vão desde as análises dos depoimentosefetuados pelos vice-presidentes continentais sobre asituação dos notários em suasregiões, as considerações dosdiferentes grupos de trabalhocriados neste atual mandato,relações com o Banco Mundial,bloqueio de dinheiro e lutacontra o terrorismo,aprofundamento e difusão dos benefícios da atividade àsnossas sociedades, aplicação dos princípios fundamentaisdo notariado do tipo latino, entre outros. Tambémdebateremos a resolução do Parlamento Europeu sobre acirculação do “ato autêntico europeu”, sem deixar de ladoa realidade sócio-econômica, a crise financeira mundial,que repercute em todos os níveis.

Jornal do Notário – Qual é a efetiva a participação da UINL juntoàs organizações internacionais como a OMC, ONU, EU e Mercosul?Dr. Eduardo Gallino – A UINL mantêm relações institucionaiscom mais de 40 organizações internacionais, sendo que cercade 10 têm competência direta sobre assuntos notariais. Nosorganismos financeiros internacionais, tais como o Banco Mundiale o Fundo Monetário Internacional (FMI), são tomadas decisõese efetuados juízos de valor, em seus projetos, que têmrepercussões diretas na atividade notarial, entre elascondicionamentos para a outorga de créditos, os quais revelamum desconhecimento do nosso sistema jurídico documental dotipo latino, que frente às crises dos “sub-primes”, têm reveladosua superioridade frente ao sistema da “common law”. Diferentesestabelecimentos dentro da Organização das Nações Unidas(ONU), como a Comissão de Direitos Humanos, necessitam deum trabalho permanente e de variada colaboração e existemoutros exemplos, não muitos usuais: nossa instituição foiconvocada pela ONU, por sua expertise, para ajuda a elaboraçãode uma Lei Notarial em Kosovo. Com a União Européia, bastamencionar que de seus 27 integrantes, 21 pertencem a paísescom notariado do tipo latino e o trabalho em comum épermanente, não só através de nossa Comissão de Assuntos

Europeus, como também por meio da Conferência dos Notariadosda União Européia. No Mercosul, temos tidos avanços eretrocessos, uma vez que mais de uma proposta efetuada pelonotariado está pendente de ser colocada em prática. Fomos aprimeira organização profissional a organizar congressosnotariais do Mercosul e a primeira a ter convênios decolaboração com o Parlamento Latinoamericano. Não obstante,

há muito caminho a percorrer,por exemplo, em matéria dalivre circulação de documentos.Nossa visão é otimista, já queos processos de integração eregionalização, vistos por umaperspectiva histórica e deixando

de lado conjunturas, são inevitáveis.

Jornal do Notário – Quais os principais desafios para o notariadonos próximos anos?Dr. Eduardo Gallino – Eles podem ser divididos em duas partes.Negativamente: responder adequadamente aos ataques queexistem, por falta de conhecimento adequado, em especial denossas autoridades, da função notarial e do valor contido noinstrumento público notarial e seus benefícios para a sociedade.Positivamente: difundir de maneira mais clara possível osprincípios fundamentais do notariado do tipo latino, não sópara responder ao item anterior, mas para expandir seusbenefícios em todo o mundo, ainda mais para diferentes línguase culturas. Basta mencionar como um êxito incontestável donosso sistema que, dos 19 países fundadores, a União hoje, 60anos depois de sua fundação, conta com 76 países distribuídosem todos os cinco continentes. Das 10 maiores potências domundo, não importa a ordem que possamos enumerá-las: EstadosUnidos, Rússia, China, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França,Itália, etc. todas elas têm um sistema jurídico documental dotipo latino, salvo Estados Unidos e Grã-Bretanha, e que seencontra em plena expansão, demonstrando seu benefício parao desenvolvimento da paz entre os povos.

Jornal do Notário – Como a atual crise econômica mundial temafetado a atividade notarial?Dr. Eduardo Gallino – Por um lado se nota a nível mundialuma grande incerteza e desconfiança com uma contraçãonotável da atividade econômica, que repercute, sem dúvida,na atividade notarial. Por outro lado, toda crise significa

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um desafio e uma oportunidade, particularmente no sentidode demonstrar e difundir a superioridade do nosso sistema,o da “civil Law” frente ao da “common Law”, por seusvalores no exercício de uma justiça preventiva, certeza esegurança, que conta com a intervenção de um profissionalde direito que é o notário, que com sua imparcialidade,assessoramento, adequação da vontade das partes à Lei,etc. e com seu produto, o instrumento público notarial,com seus efeitos probatórios e de execução, têm levadoeconomistas como Robert Shiler a dizer que haveria que secriar a figura de um profissional de direito, como o notário,no mundo anglo-saxão.

Jornal do Notário – Quais as vantagens do sistema notarial dotipo latino em relação aos outros modelos de notariado?Dr. Eduardo Gallino – Fundamentalmente são dois: a certeza e asegurança. Pode, em alguns casos, no sistema anglo-saxão, ondenão existe o instrumento autêntico e os “notários” são simples“bons pais de família”, sem formação jurídica e simplescertificadores de firmas, que não respondem e nem sãoresponsáveis pelo conteúdo do instrumento, existir uma maiorvelocidade, mas dentro da tensão natural entre as vantagens edesvantagens dos dois diferentes sistemas, não há dúvida queos primeiros, são os prioritários, ainda mais quando o bemjurídico a ser protegido é o “patrimônio”, essencial em toda aeconomia de mercado. Em poucos países do mundo, como aCoréia do Norte e outros, onde os notários são empregados doEstado, simples burocratas, vestido como suposto prepostonotarial, se conjugam com os defeitos dos outros sistemas eestão em franco retrocesso, demonstrando o interesse de paísestão diferentes, de diferentes culturas, como Mongólia,Cazaquistão, Ilhas Maurício, Iraque, etc... . que estão cumprindoos padrões mínimos para pertencer à União.

Jornal do Notário – Como o senhor avalia o atual estágio do notariadobrasileiro em relação aos demais notariados integrantes da UINL?Dr. Eduardo Gallino – O notariado brasileiro é um notariadolíder no concerto dos notariados americanos e seus dirigentestrabalham intensamente pelo melhoramento do mesmo, nasdistintas comissões e organismos da nossa União. Provadisso é que a na atual legislatura 2008/2010, a vice-presidência para a América do Sul esta a cargo do distintocolega José Flávio Bueno Fischer. Sem dúvida, não se chegouà perfeição, há pendências e desejos de se concretizar, umreconhecimento legal a uma competência maior em assuntosnão contenciosos, mas seu futuro é promissor e, o queacontecer no Brasil, terá, sem dúvida, repercussõesinevitáveis nos outros notariados do mundo.

Jornal do Notário – No Brasil, a Lei que permite que notáriosfaçam separações, divórcios, partilhas e inventários consensuaiscompletou dois anos. Como o senhor avalia esta conquista donotariado brasileiro?

“Devemos responder aosataques que existem, por

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Dr. Eduardo Gallino - É uma conquista exemplar e quesustentamos dentro do princípio de que “o que não é contenciosoé de competência notarial”, e que pelo exercício da chamada“justiça preventiva” se desafogam os tribunais, se barateia ese favorece o acesso à justiça, em particular das classes maisdesfavorecidas econômica e culturalmente. Em matéria dochamado “atos de jurisdição voluntária” há um grande caminhoa percorrer e há países que são um exemplo na matéria, comoa Colômbia e muitos outros centros americanos.

Jornal do Notário – Como o senhor vislumbra a atividadenotarial no mundo da certificação digital?Dr. Eduardo Gallino – As novas tecnologias são uma realidadeque não se pode negar sob pena de se perecer. O notariadomundial vêm realizando um esforço notável de adaptação,com relevantes avanços legislativos nos diferentes países quese estendem não só ao reconhecimento de firmas, mas tambémà transmissão de todo o tipo de instrumentos e dados por viadigital, inclusive seu banco de dados informatizado. Alémdisso, a realidade sociológica nos está demonstrando queestes instrumentos estão se convertendo, cada vez mais, emuma realidade amigável e útil. Hoje existem “softwares” quaseperfeitos, que reduzem ao mínimos os registros que semprese pretenderam evitar: as dúvidas sobre a autoria, ainalterabilidade das mensagens e garantir sua correta recepçãopelo destinatário. Os custos de sua utilização estão baixandosignificativamente em benefício direto dos usuários.

Jornal do Notário – Qual a importância da entrada da China nomundo do notariado do tipo latino?Dr. Eduardo Gallino – Sem dúvida a China é a grande potênciadeste século. Manteve durante quase uma década o “status”

de observador em nossa União até que se incorporouoficialmente em 2003. Com a sagacidade que caracteriza asua cultura, os distintos ministros da justiça observaram,ao longo do tempo, os diferentes sistemas jurídicosdocumentais existentes no mundo capitalista: o da “civillaw” e o da “common law”, avaliando suas virtudes edefeitos, antes do início de sua abertura econômica,inclinando-se desde 1991, pelo do tipo latino e iniciando asmodificações legislativas que permitiram seu ingresso oficial.Teria sido um grande golpe em nossa organização se oresultado tivesse sido diferente. Hoje existe um grandeotimismo e estamos seguros que o notariado chinês será ummodelo, não só para os membros de nossa União na Ásia,como a Indonésia e Japão, como também para outros que jásolicitam sua incorporação, como os casos do Vietnã, Laos,Camboja, Coréia do Sul, etc... . Hoje em dia, pela primeiravez na história da União, a vice-presidência para a Ásia,está a cargo do distinto colega chinês Zengkung Duan.

Jornal do Notário – Há algum projeto de expansão do notariadodo tipo latino para países do mundo árabe?Dr. Eduardo Gallino – O sistema jurídico documental do tipolatino vai além de uma cultura, de uma língua, ou de umareligião. Como demonstramos, é constituído por um pontoem comum entre as diferentes maneiras de ser e de seorganizar no mundo. Apenas como exemplo: o Marrocos,desde 1986, integra a nossa União, Benin, Mali e Senegal,desde 1989. Em 1992 se incorporaram Camarões, Congo,Gabão, a República Centro-Africana, Togo, Niger, etc., e maisrecentemente, no ano de 2005, Argélia. A verificação documprimento dos requisitos mínimos de admissão se efetuaem nossa União através da Comissão de Cooperação NotarialInternacional, que tem em estudo, entre outros pedidos deadmissão, países como a Líbia, Tunísia e o Iraque.

Jornal do Notário – Quais as contribuições que o notariado dotipo latino pode dar ao combate a fraudes e à prevenção doscrimes econômicos?Dr. Eduardo Gallino - É uma contribuição muito importante,que as vezes não é apreciada adequadamente pela falta dadifusão na sociedade, incluindo-se perante às autoridadespúblicas. Na maioria dos países que integram nossa União,os notários cumprem funções também de agentes deinformação e/ou retenção, normalmente sem encargo parao Estado, nem para os clientes, com responsabilidadeprofissional, civil, administrativa, fiscal e inclusive penal. Acolaboração com o Estado e seus organismos centrais oudescentralizados, é um dever primordial que correspondeao notário, como oficial público na luta contra a fraude eoutros flagelos que afrontam nossas sociedades como alavagem de dinheiro, sempre com os limites que impõe arazoabilidade das atribuições, a objetividade das normasquando estabelecem responsabilidades pessoais e o respeitoao segredo profissional.

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Inventários ampliam sucessoda Lei 11.441/07 em SPNovo diploma legal completa o segundo ano de vigênciae CESDI divulga balanço dos atos praticados nosTabelionatos de Notas do Estado de São Paulo

Um crescimento real de 11 mil atos previstos pela novaLei 11.441/07 no Estado de São Paulo. Este foi o balançodivulgado pela Central de Escrituras de Separações, Divórciose Inventários (CESDI), administrada pelo Colégio Notarial doBrasil – seção São Paulo, logo após o novo diploma legalcompletar seu segundo ano de vigência, permitindo que osTabelionatos de Notas de todo o País realizem,administrativamente, atos de separações, divórcios einventários consensuais e que não envolvam menores ou quehaja a existência de testamento.

De acordo com os números recebidos pela CESDI, foramfeitos, de janeiro a dezembro de 2008, umtotal de 32.585 escrituras oriundas da Lei11.441/07. No mesmo período, foramrealizados no ano de 2007, 21.484 atostotais, envolvendo separações, divórcios einventários no Estado de São Paulo.Somente os inventários foram responsáveispor um acréscimo de mais de 9 milescrituras, atendendo assim a expectativados notários e que seria o serviço maisprocurado dentro da nova Lei.

“No início da Lei 11.441/07 haviaum amplo campo represado de divórciose separações que, deixavam de seremfeitas em razão da morosidade doprocesso judicial. Com a divulgação,houve um crescimento inicial destes atos,

que até pensei que depois iria ter uma queda, que acabounão acontecendo, mantendo-se os números destes atosbastantes estáveis no segundo ano da Lei”, avaliou o ex-presidente do CNB-SP, que integrou o Grupo de Estudos da Lei11.441/07, Paulo Tupinambá Vampré.

“Para nós foi perfeito! Nosso inventário estava parado e,quando chegamos ao cartório, tudo andou rapidamente.Ficamos muito tranquilos, pois é evidente a capacitação dosescreventes, que nos esclareceram todas as dúvidas o quegerou em nós um sentimento de muita confiança”, explicouIzabel Aparecida de Souza Lopes, que acabara de realizar

Realização de inventário em Tabelionato de Notas do Estado de São Paulo;agilidade beneficiou a população nos novos atos da Lei 11.441/07

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uma escritura no 17° Tabelionato de Notas da Capital.“Acredito que a Lei 11.441/07 tenha que ser amplamentedivulgada para que mais pessoas resolvam seus inventáriosde maneira tão rápida como foi o nosso”, completou.

Segundo o 1° vice-presidente do CNB-SP, Mateus BrandãoMachado, o aumento do número de inventários retrata umacaracterística do serviço notarial, que o diferencia do processojudicial. “Mesmo quando se trata de falecimento de um dosparticipantes do inventário, a própria agilidade do processo notabelionato faz com que a situação se resolva de maneira fácil eas partes possam realizar o ato e resolver uma situação pendente,contribuindo para a dinamização da economia do País”, enfatizou.

A agilidade na realização de inventários e partilhas emTabelionatos, que fazem com que um processo que normalmentedura dois anos no Poder Judiciário, seja solucionado em menosde 10 dias no cartório, pode se tornar ainda mais rápida. “Adiretoria anterior do CNB-SP já havia solicitado e esta novagestão reforçou o pedido junto à Secretaria da Fazenda paraque o processo de homologação do imposto seja facilitado eagora parece que o órgão já sinalizou neste sentido”, dizVampré. “Ganharemos ainda mais rapidez e agilidade no ato eo cidadão será atendido de pronto”, concluiu.

Nos demais atos, a variação observada foi mínima,segundo o levantamento da CESDI. Os atos de divórcio (divórcio

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2007

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direto e conversão de separação em divórcio) variaram em926 atos a mais em 2008 em relação ao ano anterior. Já asseparações tiveram ainda menor variação, apenas 188 escriturasforam realizadas a mais no ano de 2008. Mesmo assim, osusuários que utilizam o serviço aprovam a nova possibilidade.

"O meu divórcio foi realizado me maneira muito rápida esimples. Com toda a certeza indicarei os serviços do cartóriopara meus amigos e familiares", disse um usuário dos serviços do27º Tabelionato de Notas da Capital que preferiu não se identificar.

Além de beneficiar o cidadão com um serviço mais ágil,confortável e eficiente, a Lei 11.441/07 contribuiu paradesafogar o Poder Judiciário, que pode se concentrar emdemandas litigiosas. Segundo levantamento do Conselho Nacionalda Justiça, tramitavam na justiça brasileira 68,2 milhões deprocessos em 2007, ou uma ação para cada três brasileiros.

A grande quantidade, aliada a fatores como falta deplanejamento, resulta no seguinte cenário: 60% dos casos nãosão analisados no ano em que são protocolados. No Tribunalde Justiça de São Paulo (TJ-SP), o índice de morosidade é de84,3%. Dos quase 70 milhões de processos contabilizados, cercade 38% deles (ou 26 milhões) estão em São Paulo, 21 milhõessó no Tribunal de Justiça. Em 2007, tramitavam mais de 20milhões de processos no Estado paulista.

Projetos de Lei já preveem a extensão dos atos para oscasos em que haja testamento. “O Tabelião já é o responsávelpela realização do testamento, instruindo as partes e mantendoo sigilo do processo”, diz Vampré. “Não há razão para seacreditar que aquele que executa o ato não é capaz deinterpretá-lo”, constata. Decisão recente do TJ-RS, de 19 dedezembro de 2008, já abriu jurisprudência e permitiu odivórcio notarial com filhos menores.

Segundo decisão do ilustre Desembargador Corregedor Geralda Justiça do Rio Grande do Sul, Dr. Luiz Felipe Brasil Santos“é possível a lavratura de escritura pública de conversão da

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DIVÓRCIO DIRETO

2007

2008

separação judicial em divórcio consensual, com ou sem partilhade bens, mesmo que existam filhos menores ou incapazes docasal, desde que não haja nenhuma alteração do que foiconvencionado e homologado na separação judicial em relaçãoaos direitos dos filhos menores ou incapazes”, decidiu.

Inovação em relação ao ano de 2007, em 2008 passarama ser contabilizados os atos de sobrepartilha, conversão de

separação em divórcio, além das reconciliações e retificações.Para este ano, o CNB-SP planeja uma série de cursos sobre aLei 11.441/07 em diversas regionais do Estado, capacitandoainda mais os notários para a prática deste ato, e tambémesclarecendo a população sobre os benefícios que a nova Leiintroduziu ao facilitar a realização de separações, divórcios,inventários e partilhas no Brasil.

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beneficiado”Ex-presidente do CNB-SP, o tabelião Paulo Tupinambá Vampréparticipou, há dois anos, do Grupo de Estudos formado pela CGJpara regulamentar a Lei 11.441/07

Jornal do Notário – Após dois anos da implantação daLei 11.441/07, como o senhor avalia os resultadospráticos desta inovação?Paulo Tupinambá Vampré – Institucionalmente para aatividade do tabelião, como agente que trabalha naprevenção de l i t íg ios que desaguarão no PoderJudiciário, foi muito bom. Atendemos a uma série desituações que estavam represadas pela lentidão dosprocessos judiciais, principalmente no que se refereàs separações e divórcios no início da vigência daLei. Logo depois cresceu o número de partilhas einventários, que no tabelionato oferece muito maisvan tagem ao u suá r i o . Também demos no s s acontribuição ao Governo, mostrando a capacidade donosso serviço na prevenção de litígios e também naeconomia que trouxemos ao Poder Judiciário. Noentanto, o resultado em termos econômicos para otabelião não é compensador. Trata-se mais de umaação social do tabelião do que efetivamente um novogrande serviço em termos de receita.

Jornal do Notário – Para a população, quais as principaisvantagens que esta Lei trouxe?Paulo Tupinambá Vampré – Para a população obenef íc io é sem igual em termos de agi l idade,principalmente no que se refere aos inventários e aspartilhas. Além disso, aumentou-se os pontos onde épossível realizar os atos previstos na Lei, já que acap i lar idade dos cartór io s abrange muito mai smunicípios e acaba estando mais próximo do cidadão.A Lei eliminou uma ampla burocracia que existia noJudiciário e que represava a realização rápida destesatos. Sem dúvida, o cidadão foi o grande beneficiado.

Jornal do Notário – Segundo levantamento da CESDI(Central de Escrituras de Separações, Divórcios eInventários) do CNB-SP, os inventários são os atos quecontinuam a crescer exponencialmente. A que se deveesta tendência?Paulo Tupinambá Vampré – Como coloquei acima, avantagem de se realizar um inventário ou uma partilhano tabelionato é infinitamente maior do que no PoderJud i c i á r i o . A lém de se r um a to ma i s ca ro noJudiciário, a proporção de tempo é assustadora.Enquanto no Judiciário o tempo de espera chega a

19

|entrevista do mês|

ser de dois anos, no tabelionato se faz um inventárioem 10 dias. Isso ainda por que a Secretaria daFazenda é que demora para realizar a homologaçãodo imposto “causa mortis”. Já fizemos dois pedidosformais para que este procedimento seja agilizado eagora parece que a Secretaria sinaliza nesta direção,da não neces s idade de homologação . Como noJudiciário o processo levava muito tempo, muitos dosherdeiros faleciam e aí impedia-se que o ato seguissenormalmente, o que já não ocorre no tabelionato, jáque é possível realizar-se diversos inventários namesma escritura.

Jornal do Notário – Passados dois anos da formaçãodaquele Grupo de Estudos, quais foram, na época, asquestões mais controversas enfrentadas pelo senhor?Paulo Tupinambá Vampré – Foram duas as questõesque geraram mais dificuldades. A primeira se referiaa questão dos emolumentos para a partilha seremcalculados com base no quinhão e não com base novalor do patrimônio, mas fui voto vencido e hojevemos que esta posição defendida por mim era amelhor alternativa. A outra questão envolvia osadvogados, que até hoje, desejam e trabalham noLegislativo para que aprovem projeto que os permitafazerem estas escrituras por instrumento particular,sem a participação do tabelião, contrariando algodefinido pelo Grupo de Estudos e depois ratificadopelo Conselho Nacional da Justiça.

Jornal do Notário – Recentemente, o TJ-RS decidiu pelapossibilidade da realização de divórcio por escritura

pública mesmo com menor envolvido. Como o senhoravalia esta possibilidade? E quando há testamento?Paulo Tupinambá Vampré - A questão dos menoresenvolvidos vejo como uma iniciativa positiva, poisajudaria a desafogar ainda mais o Judiciário. Sei quejá um pedido neste sentido e que inclui, no caso demenores envolvidos, a participação do MinistérioPúblico na escritura. Acho uma iniciativa válida eque ajudaria a uma vasta população. Quanto aostestamentos, também já há um pedido neste sentidoda possibilidade de se realizar a escritura pública jáque o tabelião, que é o responsável por lavrar otestamento, tem total capacidade de interpretá-lo eatender as partes que buscam um serviço mais ágil,confortável e eficiente.

Jornal do Notário – O senhor vislumbra outraspossibilidades de que atos consensuais possam sersolucionados por escritura pública?Paulo Tupinambá Vampré – Sem dúvida, podemos avançarmuito ainda nesta questão. Já há por exemplo umprojeto do usucapião extrajudicial, no qual o tabeliãoiria atuar ativamente, avaliando a propriedade,colhendo dados, notificando as partes. Só é preciso,caso novos atos venham para o extrajudicial, que oGoverno atente para o fato de que o serviço privadoprecisa subsistir para manter a eficiência. Ao contrárioda máquina pública, que gasta sem se preocupar comsua saúde financeira, o extrajudicial precisa dereceita, que seus atos sejam auto-sustentáveis, sob orisco de levar ao fim iniciativas que melhoram e ajudama grande massa de cidadãos.

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CNB-SP forma 2ª turma deAgentes de RegistroCurso realizado na Capital paulista capacitou funcionáriosde tabel ionatos a emit irem cert i f icados dig ita is

Com o mesmo sucesso do curso inaugural, a 2ª ediçãodo Curso de Agentes de Registro ocorreu nos últimos 22 e23 de janeiro na sede do Colégio Notarial do Brasil -seção São Paulo (CNB-SP) com lotação máxima de inscritos.

O curso, que tem como objetivo capacitar tabeliães e seusprepostos para se tornarem agentes de registro, teve 16 horas/aula ministradas de maneira dinâmica pelos agentes capacitadospela Autoridade Certificadora Notarial (AC Notarial).

Segundo o escrevente Edson Francisco de Oliveira, do26º Tabelionato de Notas da Capital, o curso foi muitobem recebido pelos cartórios e as aulas são de simplescompreensão o que ajudará na preparação dos funcionáriospara que iniciem o processo de certificação que, em breve,chegará às serventias. “Acredito que os usuários de nossosserviços ficarão satisfeitos”, disse Oliveira.

Os participantes realizaram um simulado antes daprova final de avaliação dos conhecimentos adquiridos, oque possibilitou que dúvidas fossem sanadas com maioratenção. Os resultados das provas foram enviados peloscoordenadores do curso aos participantes.

Para a funcionária do 7º Tabelionato de Notas deCampinas, Cristiane Cardoso da Cunha o curso foi bastanteproveitoso e será de suma importância na melhoria dosserviços prestados no tabelionato. “Minhas expectativasforam superadas. O curso é bem avançado e estamosbuscando o conhecimento dessas novas tecnologias. Nãoserá um processo fácil e nem rápido, mas estamosentusiasmados com o início dos trabalhos”, disse.

Houve o sorteio de 3 certificados e-CPF que foramemitidos ainda em aula para que todos tivessem contato comuma situação real de emissão e assim esclarecerem suasdúvidas. Fique atento às das datas dos cursos de Agente deRegistro, a próxima já foi agendada e ocorrerá na cidade deCampinas dos dias 18 e 19 de fevereiro – Participe!

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Auditório do CNB-SP esteve mais uma vezlotado para a segunda edição do curso de

formação de agentes de registro

Sorteio ao final do curso premiou trêsparticipantes que já emitiram os seus respec-

tivos certificados digitais

CNB-SP já divulgou a próxima edição do cursode capacitação de agentes de registro, que

acontecerá na cidade de Campinas

Qual a sua dúvida sobre a certificação digital no mundo notarial? Escreva para o Jornal do Notário e vejaseu questionamento respondida na seção AC Notarial da próxima edição. E-mail: [email protected]

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Curso de Agentes deRegistro em CampinasCurso realizado na Capital paulista capacitou funcionáriosde tabel ionatos a emit irem cert i f icados dig ita is

Com o objetivo de preparar os notários paulistas para oinício da Certificação Digital e melhor atender seus associadosdo Interior do Estado, o Colégio Notarial do Brasil – seçãoSão Paulo (CNB-SP) em parceria com a Autoridade CertificadoraNotarial (AC Notarial) abre inscrições para o 3º Curso deAgentes de Registro na cidade de Campinas.

O curso que tem por objetivo capacitar tabeliães eseus prepostos para se tornarem agentes de registro,possibilitando assim a emissão de certificados digitaisalém de introduzir o conhecimento da tecnologia decertificação digital nos cartórios do Estado de São Pauloocorrerá nos dias 18 e 19 de fevereiro e conta com vagaslimitadas (70 vagas).

Os serviços notariais, nos termos do art. 236 daConstituição Federal, desde que formalmente vinculados aAR-CNBSP - Autoridade de Registro Colégio Notarial do Brasil- seção São Paulo, poderão funcionar como Instalação Técnica,conforme item 3.2.1.3 da Resolução 47, de 3 de dezembro de2007 da ICP-Brasil, e autorização do órgão competente.

Durante o curso serão sorteados três certificados e-CPF A3 com smart-card e leitora entre os participantes,que serão emitidos na hora pelos profissionais capacitadosque ministrarão o curso. Ao final das aulas serão aplicadasavaliações para a mensuração dos conhecimentos adquiridosdurante o curso.

Faça já sua Inscrição!

Conteúdo Programático- Tipos de Certificados e aplicações.- Criptografia.- ICP-Brasil: Regulamentação - O modelo ICP-Brasil,organograma e procedimentos.- Segurança da Informação: Conceito de segurança dainformação.

Procedimentos de segurança.- Análise de Contratos: apresentação - pessoas jurídicasde direito público e privado - pessoas físicas, tipos desociedades - contrato social e estatuto.- Agente de Registro: rotinas operacionais, validação,verificação, emissão - renovação e revogação de certificados- documentos exigidos. Postura e ética do agente.- Mídias: Smart Card - leitoras - tokens.- Exame final*

Serviço:Data: 18 e 19 de Janeiro de 2009Carga horária: 16 horasHorário: das 9h00 às 18h00Local: Hotel Nacional-nnEndereço: Av. Benedicto Campos, 35 - Jd. do TrevoInvestimento: R$ 200,00

Informações, formas de pagamento e Inscrições:[email protected]

Participem!

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Profissão TabeliãoJoão Roberto de Oliveira Lima,15º Tabelião de Notas de São Paulo

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Jornal do Notário – Como foi a suaescolha pela profissão de Notário?João Roberto de Oliveira Lima - Eusou de uma família de cartorários.Meu pai foi escrevente, tenho um tioque foi tabelião em Franca, e eu,quando percebi, estava trabalhandoem um cartório. Com 14 anos deidade comecei a trabalhar. O meuprimeiro emprego foi como telefonistaexatamente no 15º Cartório de Notasda Capital, depois fui office-boy.Depois disso, trabalhei em diversoscartórios aqui em São Paulo e oúltimo foi novamente no 15º comoescrevente. Deixei o cartório após o1° concurso e assumi o cartório deJaú onde fiquei por 12 anos. Em 2004no concurso de remoção voltei paraSão Paulo e assumi o 15º Cartório daCapital onde iniciei minha carreiracomo telefonista.

Jornal do Notário – Como vê a funçãodo Tabelião atualmente? E como osenhor avalia as novas atribuições dosNotários?João Roberto de Oliveira Lima - Afunção do Notário para a sociedade éimportantíssima e a prestação deserviços para a segurança jurídica dapopulação é de suma importância. Eu,que fiquei 12 anos em Jaú, perceboque no interior é muito mais evidenteessa função. As pessoas têm oTabelião como um consultor parasanar as dúvidas em diversos casos.No interior o cliente é mais docartório, já aqui em São Paulo,normalmente o cliente é pessoal, doescrevente e do Tabelião. Uma dascoisas que eu sempre digo aos meusprepostos é que o bom atendimentoé fundamental e que devetransparecer que o tabelionato é umorganismo sério, realmentepreocupado em preservar opatrimônio das pessoas. Já as novasatribuições, que vieram com essa

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abertura foi muito importante para a divulgação do nossotrabalho, divórcios, separações, inventários, ou seja,esses novas atribuições. Todos os meus escreventesreceberam e recebem incentivo para estudar e secapacitar para melhor atender os clientes sem deixar dedar auxílio a quem nos procura. A qualificação que foioferecida pelo Colégio Notarial foi fundamental paraauxiliar os profissionais de cartório a atenderem demaneira correta a população.

Jornal do Notário – Quais foram as principais mudançasrealizadas na serventia após sua entrada?João Roberto de Oliveira Lima - Quando eu assumi estecartório em 2005 ele estava em uma localidadecomplicada. Hoje eu posso dizer que aqui você vê umcartório renovado. Inicialmente ele não tinha um salãode frente para a rua, atendendo ao público e com 20dias que assumi mudei pela primeira vez de endereço,indo para um prédio com mais condições de atendimento.

Lá tivemos um crescimento muito grande. Eram apenas24 funcionários e saltamos para o que temos hoje, maisde 70. Então viemos para este endereço aqui na VilaOlímpia por se tratar de uma região que não havianenhum tabelionato e possui muitas empresas para serematendidas. Uma característica interessante da divulgaçãoda presença do cartório aqui na região são os motoboysque nos descobriram e estão repassando aos seusempregadores a facilidade da proximidade. Mesmo quandoestávamos na Rua da Glória, atendíamos bastante essaregião, contabilizando quase 70% de nossos atos, issotambém nos influenciou a mudar para cá.

Jornal do Notário – Como tem sido sua relação com o CNB-SP ao longo da carreira?João Roberto de Oliveira Lima - Desde o momento emque eu assumi em Jaú em 1993 eu me tornei associadodo Colégio Notarial e dentro do possível venho memantendo informado de tudo o que acontece. Tenhoprocurado participar de todas as reuniões do Colégio evejo sempre que a Diretoria está com muita vontade detrabalhar e estamos em um momento bom, contornadoas dificuldades e buscando o melhor. E outra coisa muitointeressante que têm acontecido nessa nova Diretoria éa integração dos antigos Tabeliães com os novosconcursados. Ela trouxe uma nova dinâmica, entre aexperiência dos antigos aliada à força da juventude.

Jornal do Notário – O que o senhor achou da criação das 16regionais para descentralizar a administração do CNB-SP?João Roberto de Oliveira Lima - Isso foi fundamentalpara a integração dos colegas do interior com as açõesdo Colégio Notarial aqui na Capital. Eu, como ex-interiorano, fico muito feliz por ver que as Regionaisirão funcionar e tenho encontrado os delegados nomeadosnas reuniões de associados do Colégio. Todos estãoentusiasmados e trabalhando em suas regiões, visitandoos cartórios e fazendo a aproximação do Colégio, afinaleles têm que mostrar no interior as funções do Colégioe assim fortalecer a entidade.

Data da Instalação: 14/08/1937Nome Oficial: 15º Tabelião de Notas

Endereço: Av. Doutor Cardoso de Melo, 1855Loja 2 / Térreo e 3º andar

Vila Olímpia - São Paulo / SPNome do Titular: João Roberto de Oliveira Lima

Nome do Substituto: José Eduardo de Oliveira LimaHomepage: www.taboliveiralima.com.br

E-mail: [email protected]: (11) 3045-0515

Ficha Técnica

|especial|

24

15° Tabelionato de Notas de São PauloQuadro a Quadro

Setor interno de atendimento ao público dos serviços deautenticações e reconhecimento de firmas do tabelionato

Setor de atendimento de procurações no 15° Tabelionato da Capital

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Escreventes nas novas instalações do 15º Tabelião de Notas, na Vila Olímpia

Sala especial reservada para a lavratura de escrituras, com privacidade para os usuários

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uloVila Olímpia é a sede do

15° Tabelionato de NotasCartório deixou o centro de São Paulo e dirigiu-se ao bairroda zona sul, em busca de melhor atender a maiordemanda de seus usuários

O 15º Tabelião de Notas de São Paulo é um ótimoexemplo de busca constante pelo melhor atendimentoao público. A mudança de endereço por duas vezesaté chegar ao ponto onde hoje está localizada, naRua Cardoso de Melo, Vila Olímpia, em um importantee novo prédio na região é um exemplo disso.

Em homenagem ao seu pai, que foi escreventedurante muitos anos no 15º Cartório, o Tabelião JoãoRoberto e seu irmão e Substituto na serventia, JoséEduardo de Oliveira Lima, nomearam o 15º Cartório daCapital de João Pimentel de Oliveira Lima, nome dos a u d o s o p a i . J o ã o R o b e r t o o r g u l h a - s e p o resporadicamente receber escrituras lavradas por seupai para serem assinadas.

O atendimento ao público no que diz respeito aoreconhecimento de firmas, autenticações e procuraçõesé realizado na parte térrea, de frente para a rua emum salão recém-mobiliado. Segundo o Tabelião, aescolha por esses serviços na área térrea é estratégica.“Esses serviços são as maiores demandas do cartórioe os que mais recebem pessoas diariamente. Colocá-los na área térrea facilita o fluxo e trás rapidez noacesso, tanto da população em geral, quanto osmotoboys da empresas mensalistas”, disse.

No terceiro andar está localizado o atendimentopara a lavratura de escr ituras diversas que sãopreviamente agendadas para o maior conforto dosclientes. Neste mesmo espaço existem três salas dereuniões, banheiros adaptados e uma equipe de maisde 70 funcionários capacitados e treinados para melhoratender a população.

O tabelião João Roberto de Oliveira Lima apresentao arquivo de livros, em sua maioria restaurados no15° Tabelionato de Notas da Capital. No detalhe, o

tabelião ao lado de seu substituto, José Eduardo deOliveira Lima

Fachada principal do 15° Tabelionato de Notas da Capital, localizado no bairro da Vila Olímpia

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Jurisprudência NotarialSTJ - Responsabilidade Civil de Notários e Oficiais de RegistroRECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 23.587 - RJ (2007/0034944-0)RELATOR: MINISTRO FRANCISCO FALCÃOR.P/ACÓRDÃO: MINISTRO LUIZ FUXRECORRENTE: CONCELINA HENRIQUE DE SOUZAADVOGADO: MARIO DE SOUZA CAMARGOT. ORIGEM: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROIMPETRADO: DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO CONSELHO DAMAGISTRATURA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DEJANEIRORECORRIDO: CHRISTIANO DE OLIVEIRA TAVEIRA E OUTRO(S)PROCURADOR EMENTAADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DOS NOTÁRIOS E OFICIAISDE REGISTRO - ARTIGO 22 DA LEI 8935/94 - REGULAMENTAÇÃO DOARTIGO 236 DA CONSTITUIÇÃO- INFRAÇÃO DISCIPLINAR - PRESCRIÇÃO- OCORRÊNCIA - LEIESPECÍFICA - APLICAÇÃO DO DECRETO 220/75 (ESTATUTO DOSFUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO). TERMO AQUO DO PRAZO PRESCRICIONAL BIENAL - DATA DA LAVRATURA DAESCRITURA PÚBLICA.1. A regra exegética de que lex specialis derrogat lex generalisimplica a aplicação do Decreto 220/75 (Estatuto dos funcionáriospúblicos do Estado do Rio de Janeiro) aos serventuários dejustiça punidos com sanções disciplinares, em face da omissãona norma específica, qual seja, a Lei 8.935/1994.2. O Estatuto básico dos notários e registradores - Lei 8.935/1994 - restou omisso no que tange aos prazos prescricionais dosatos irregulares perpetrados por serventuários da justiça, razãopela qual aplicável, subsidiariamente, o Decreto 220/75, quedispõe, verbis:"Prescreverá em dois anos a falta sujeitas às penas de advertência,repreensão, multa ou suspensão. O § 2º do mesmo artigoacrescenta: 'O curso da prescrição começa a fluir da data doevento punível disciplinarmente e interrompe-se pela abertura doprocesso administrativo disciplinar."3. A lei nova que cria, sobre o mesmo tema anterior, um sistemainteiro, completo, diferente, elimina o sistema antecedente.4. É que "a disposição especial afeta a geral, apenas com restringiro campo da sua aplicabilidade; porque introduz uma exceção aoalcance do preceito amplo, exclui da ingerência deste algumashipótese. Portanto o derroga só nos pontos em que lhe é contrária(1). Na verdade, a regra especial posterior só inutiliza em parte ageral anterior, e isto mesmo quando se refere ao seu assunto,implícita ou explicitamente, para alterá-la. Derroga a outra naquelecaso particular e naquela matéria especial a que provê elaprópria" (In CarlosMaximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, Forense, 1991,11ª edição, páginas 360/361).5. In casu, aplica-se a analogia, porquanto possível inferir-se aincidência da prescrição bienal na hipótese.

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6. É cediço que "se entre a hipótese conhecida e a nova asemelhança se encontra em circunstâncias que se deve reconhecercomo essencial, isto é, como aquela da qual dependem todas asconseqüências merecedoras de apreço na questão discutida; ou,por outra, se a circunstância comum aos dois casos, com asconseqüências que da mesma decorrem, é a causa principal detodos os efeitos; o argumento adquire a força de uma induçãorigorosa" (In Hermenêutica e Aplicação do Direito, Forense, 1991,11ª edição, página 206).7. Deveras, as espécies semelhantes devem ser reguladas pornormas semelhantes, princípio de verdadeira igualdade jurídica.8. Incidência da analogia legis, a qual consiste em aplicar à umahipótese não prevista em lei aquela disposição relativa a umcaso semelhante.9. A idéia essencial da lei estadual (Decreto 220/75) deve sertransposta aos serventuários (notários e registradores) porquantoo preceito nela formulado assemelha-se a este grupo definidopor "colaboradores do serviço público", no dizer de Maria SylviaZanella di Pietro.10. É que ressoa inequívoco que "não podem os repositórios denormas dilatar-se até a exagerada minúncia, prever todos oscasos possíveis no presente e no futuro. Sempre haverá lacunasno texto, embora o espírito do mesmo abranja órbita mais vasta,todo o assunto inspirador do Código, a universalidade da doutrinaque o mesmo concretiza. Esta se deduz não só da letra expressa,mas também da falta de disposição especial. Até o silêncio seinterpreta; até ele traduz alguma coisa, constitui um índice doDireito, um modo de dar a entender o que constitui, ou não, oconteúdo da norma. A impossibilidade de enquadrar em umcomplexo de preceitos rígidos todas as mutações da vida práticadecorre também do fato de podrem sobrevir, em qualquer tempo,invenções e institutos não sonhados sequer pelo legislador" (InCarlos Maximiliano, ob. cit., página 208).11. Aplicação do preceito Ubi eadem legis ratio, ibi eadem legisdispositio ("onde se depare razão igual à da lei, ali prevalece adisposição correspondente da norma referida").12. A lei estadual representa a realidade mais próxima àqueladescrita nos autos do que a previsão constante do Decreto 20.910/32, o qual adstringe-se à prescrição relativa à Fazenda Pública13. O regime dos serventuários da justiça - tais como os notáriose registradores - é híbrido - vez que a atividade notarial eregistral está ligada intrinsecamente aos princípios do serviçopúblico da legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade(CF/88, art. 37).14. O registrador público e o tabelião são agentes públicos umavez que se enquadram na categoria de "particulares em colaboraçãoà Administração", sujeitando-se inclusive ao conceito de"funcionários públicos" para fins de responsabilidade penal.15. "Os notários e oficiais de registro responderão pelos danosque eles e seus prepostos causarem a terceiros, na prática de

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atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros direito deregresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos" (artigo 22 daLei 8935/94, ao regulamentar o artigo 236 da Constituição Federal).16. Os empregados contratados pelos registradores e notáriospara prestarem serviços nos cartórios, regidos pela Consolidaçãodas Leis do Trabalho, responderão perante o titular deste pelodano causado, em casos de dolo, em ação ordinária, mesmoporque contratados com remuneração livremente ajustada e sobo regime da legislação do trabalho, sem interferência nenhumado Poder Judiciário.17. Contudo, há lei especial versando acerca da prescrição bienal,restando inaplicável, subsidiariamente, o Decreto 20.910/32, regrageral adotada no Direito Administrativo para outros fins, quaissejam, as dívidas Passivas da União, dos Estados e dos Municípios,bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a FazendaFederal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza.18. A título de argumento obiter dictum , o supracitado decretonão exclui a incidência de norma mais favorável, como se extraido seu artigo 10, que ora se transcreve, verbis :"Art. 10º. - Odisposto nos artigos anteriores não altera as prescrições de menorprazo, constantes, das leis e regulamentos , as quais ficamsubordinadas as mesmas regras."19. O Termo a quo para o início do prazo prescricional é oprazo da lavratura da escritura, que ocorreu em 27 de

setembro de 2001, o que impõe o reconhecimento daprescrição bienal, porquanto o procedimento administrativosomente foi instaurado em 23 de agosto de 2004 (fls. 21/22) por ocasião da protocolização da petição da interessadaem 17 de março de 2004. Precedente: REsp 337.447/SP,Rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, Primeira Turma,julgado em 04.12.2003, DJ 19.12.2003.20. Recurso ordinário provido, para extinguir a punibilidadeda recorrente em face da ocorrência da prescrição bienal.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros daPRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam,na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir,por maioria, vencido o Sr. Ministro Relator, dar provimentoao recurso ordinário em mandado de segurança, nos termosdo voto-vista do Sr. Ministro Luiz Fux, que lavrará o acórdão.Votaram com o Sr. Ministro Luiz Fux (voto-vista) os Srs.Ministros Teori Albino Zavascki e Denise Arruda. Ausente,ocasionalmente, nesta assentada, o Sr. Ministro FranciscoFalcão, Relator. Não participou do julgamento o Sr. MinistroBenedito Gonçalves (RISTJ, art. 162,§ 2º, primeira parte).Brasília (DF), 07 de outubro de 2008(Data do Julgamento)MINISTRO LUIZ FUXRelator p/ Acórdão

Jurisprudência NotarialSTJ – Ação de Usucapião de Domínio Útil

AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 1.041.573 - RN (2008/0061989-4)RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETIAGRAVANTE : ELIANE MARIA VILAR DANTAS E OUTROSADVOGADO : MIGUEL JOSINO NETO E OUTRO(S)AGRAVADO : MUNICÍPIO DE NATALPROCURADOR : LAURO MOLINA E OUTRO(S)EMENTA CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOESPECIAL - AÇÃO DE USUCAPIÃO DE DOMÍNIO ÚTIL - IMÓVEL URBANOPERTENCENTE AO MUNICÍPIO DE NATAL - CARTA DE AFORAMENTO -PARTE MÍNIMA DA ÁREA REIVINDICADA - IMPOSSIBILIDADE DE AQUISIÇÃOPOR USUCAPIÃO - ÁREA DO AFORAMENTO - SÚMULA 7/STJ.I - É assente a jurisprudência deste Tribunal no sentido de quedevem ser atacados explicitamente os fundamentos do Acórdãorecorrido, sob pena de não conhecimento do recurso especial. Naespécie, o Tribunal de origem concluiu tão-somente que o terreno- objeto da demanda - não foi objeto de aforamento em suatotalidade e não que o usucapião do domínio útil nos terrenos

foreiros é defeso. Assim, o fundamento se limitou à amplitude daárea objeto da demanda, o que não foi contrariado pelo recurso.II - Ingressar na questão relativa à dimensão da área que foiobjeto de aforamento torna-se impossível nesta instânciaexcepcional, por implicar revolvimento do quadro fático-probatório,o que não se admite por força da Súmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes asacima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma doSuperior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimentoao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Massami Uyeda votaram com oSr. Ministro Relator.Superior Tribunal de JustiçaBrasília, 18 de novembro de 2008(Data do Julgamento)Ministro SIDNEI BENETIRelator

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O presidente do Colégio Notarial do Brasil –Conselho Federal, José Flávio Bueno Fischer

durante a solenidade de abertura do XVCongresso Notarial Brasileiro

Conselho Federal reúne-secom seccionais estaduais no RS

A união das seccionais estaduais, em torno das metasdo Conselho Federal e o apoio recíproco do Conselho àsseccionais, serão o objetivo principal da entidade nesteano. A decisão foi tomada em reunião coordenada pelopresidente do Conselho Federal, José Flávio Bueno Fischer,no dia 20 de janeiro, na sede do Colégio Notarial doBrasil – Seção RS – em Porto Alegre.

Estiveram no encontro, que teve um dia inteiro deanálise de projetos e planejamento, os presidentes dasseccionais, do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Weizenmann;de São Paulo, Ubiratan Pereira Guimarães; do Rio de Janeiro,Renaldo Andrade Bussière; de Santa Catarina, Sérgio IvanMargarida; do Paraná, José Marcelo Lucas de Oliveira. Odiretor de assuntos internacionais do Conselho Federal,João Figueiredo Ferreira, também participou da reunião.

Fischer fez um apelo aos presidentes para que divulguemos benefícios implantados pelo Conselho Federal, e todasas vantagens oferecidas aos tabeliães que se associaremao CNB. O presidente do Conselho Federal salientou aimportância do fortalecimento do Conselho Federal, atravésdo apoio das seccionais e da participação dos colegas comoassociados, em suas regiões. A divulgação de benefícioscomo assessoria jurídica, agência de viagens com descontosespeciais, o CNBPrev, além da Central de Sinal Público, sãoalgumas das principais vantagens de ser associado do CNB –Conselho Federal.

Para a classe, a importância do fortalecimento daentidade nacional está também na sua imagem frente àsinstituições públicas e privadas. Quanto mais participaçãohouver no conselho, mais representatividade a entidadeterá junto às autoridades federais e às instituições co-irmãs. Onde não houver seccional organizada, o notáriopoderá associar-se diretamente ao CNB Federal, como jávem ocorrendo.

O presidente do Conselho Federal entregou aospresidentes das regionais uma cópia do planejamentoestratégico da entidade revisado pela diretoria em 2008,onde estão as ações previstas para a gestão em andamento.

Discutiu-se, ainda, a criação do conselho, com poderde regulação sobre o exercício da profissão, como acontececom médicos e advogados, por exemplo, servindo, ainda,para atuar fortemente nas questões éticas e em colaboraçãocom o Poder Judiciário, na fiscalização.

Na reunião também foi tratada a realização do XVICongresso Notarial Brasileiro. A expectativa é de que o eventoseja na segunda quinzena de agosto, ou no início de setembro.Os temas da Certificação Digital, Central Nacional de SinalPúblico e calendário unificado também foram debatidos.