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Cafeicultores capixabas se reúnem com o diretor do Departamento de Café do Mapa, Edilson Alcântara, para debater sobre sistema de importação do café PÁGINA 3 GTA eletrônica é realidade PÁGINAS 6 E 7 PÁGINA 5 Classe média rural cresce PÁGINA 9 É hora de irrigar as plantações DRAWBACK: POR QUE IMPORTAR CAFÉ? Sindicato Rural: apoio total às causas do campo INFORMATIVO DA FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - ANO XIV - Nº 237 - JANEIRO/2012

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Cafeicultores capixabas se reúnem com o diretor do Departamento de Café do Mapa, Edilson Alcântara, para debater sobre sistema de importação do café

Página 3

GTA eletrônica é realidade

PáginaS 6 E 7

Página 5

Classe média rural cresce

Página 9

É hora de irrigar as plantações

DrAwbACk: por que imporTAr CAfÉ?

Sindicato Rural: apoio total às causas do campo

InformatIvo da federação da agrIcultura e PecuárIa do estado do esPírIto santo e servIço nacIonal de aPrendIzagem rural - ano XIv - nº 237 - JaneIro/2012

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faes : dIretores : Júlio da Silva Rocha Júnior (Presidente), João Calmon Soeiro (1º Vice-presidente), Rodrigo José Gonçalves Monteiro (2º Vice-presidente), Abdo Gomes (3º Vice-presidente), José Garcia (4º Vice-presidente), Wilson Tótola (5º Vice-presidente), Acácio Franco (6º Vice-presidente), Luiz Carlos da Silva (1º Secretário), Altanôr Lôbo Diniz (2º Secretário), Neuzedino Alves Victor de Assis (1º Tesoureiro), Carlos Roberto Aboumrad (2º Tesoureiro). suPlentes da dIretorIa: Armando Luiz Fernandes, Antônio Roberte Bourguignon, Nilton Falcão, Fábio Gomes e Goma, Luiz Malavasi, Valdeir Borges da Hora, Antônio José Baratela, José Pedro da Silva, Francisco Tristão Neto. conselHo fIscal: efetivos: Leomar Bartels, Jacintho Pereira das Posses, José Manoel Monteiro de Castro – Suplentes: Gilda Domingues, Luciano Henriques, Nelson Broetto. conselHo rePresentatIvo da cna: Júlio da Silva Rocha Júnior e João Calmon Soeiro. Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 – Torre A – 10º e 11º andares – Bairro santa Lúcia – Vitória/ES – CEP: 29056-243 – Tel: (27) 3185-9200 – Fax: (27) 3185-9201 – e-mail: [email protected] / [email protected] Produzido por: Iá! Comunicação (27) 3314-5909 – ([email protected]) - Jornalista

responsável: Eustáquio Palhares ([email protected]) – edição: Caroline Csaszar – textos: Caroline Csaszar, Elaine Maximiniano e Luã Quintão – colaboradores: Ivanete Freitas, Tereza Zaggo e Vinícius Nunes. fotos: Comunicação Faes e Senar/ES – editoração: Interativa Marketing e Comunicação (27) 3222-2908.

O Jornal Esta Terra é uma publicação mensal da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Espírito Santo (SENAR-AR/ES).

eXPe

dIen

teeDiToriAL

preCiSAmoS AVANÇArEnquanto a Ásia está nos levando os postos de trabalho,

renda e emprego, continuamos inertes, sem fazer o nosso dever de casa, coniventes, portanto, com o fator responsá-vel pelo alto risco em que nos mantemos por adiar o que não mais pode esperar as reformas tributária, trabalhista e política, que inviabilizam o custo da produção alimentando o monstro “custo Brasil”.

O Estado do Espírito Santo vive assombrado com a possível ameaça que representa o Drawback, para a cafei-cultura, que comanda a nossa economia primária, sendo fator determinante para o equilíbrio socioeconômico do Estado.

Em reunião da Comissão Técnica de Café realizada no dia 08/02/2012 na FAES, contamos com as participações do Presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, do Diretor do Departamento de Café – DCAF/SPAE/ MAPA, do Secretário de Estado da Agricultura, do Presidente da OCB, do Superintendente do SFA/ES, do Gabinete do deputado Atayde Armani e da Comissão de Agricultura.

Dúvidas foram tiradas, desmistificando algumas ame-aças, que não merecem ocupar tanto as nossas mentes.

Foram apresentadas as salvaguardas que têm que ser cumpridas para se proceder à importação do produto café, já descritas em documento elaborado em 30/11/2009, tendo como signatários: a FAES; a SEAG; a OCB; a FETAES e todos os Deputados que compõem a Comissão de Agricul-tura da Assembleia Legislativa.

Foi sugerida a inclusão de salvaguardas que regulem o meio ambiente e as obrigações sociais e trabalhistas.

Reconheceu-se a importância de se proteger toda cadeia produtiva, o que nos remete a todos, no esforço de se reduzir os encargos tributários, trabalhistas, bem como, as taxas de licenciamento ambiental, que devem ser no máximo, simbólicas, preferentemente, suprimidas.

Júlio da Silva Rocha Jr.Presidente da Faes

CAmpo LeGAL

ComoDATo e TrANSferÊNCiA DA poSSe

Trata-se o comodato de empréstimo de bem móvel, imóvel ou semovente. Define a entrega por empréstimo de coisa certa e individuada, seja um imóvel rural, um automóvel ou qualquer outro bem específico e plenamente descrito, porquanto deverá ser devolvido tão logo decorra o prazo estipulado na avença. Emprestando bem corpóreo determinado o comodante, que entrega a coisa, continuará como proprietário dela, mantendo íntegro o seu direito de disposição. Assim, a transferência da posse, mediante tradição, não anula ou restringe os direitos do titular do domínio, pois apenas transitoriamente, pelo tempo convencionado, a posse foi passada, mantendo-se intocável a propriedade. Por seu turno, o emprestante, isto é, comodatário, obriga-se a devolver o bem de forma íntegra ao comodante.

Uma das características do comodato, espécie de empréstimo, é o seu objeto sobre coisas infungíveis, portanto não substituíveis. Outra relevante é a gratuidade desse empréstimo, porquanto sendo pago pode transmudar-se em locação, arrendamento ou qualquer outro contrato tipo inominado, conforme as circunstâncias do pactuado pelas partes. O comodatário nada pagará ao comodante, pois, reafirme-se, o contrato não é oneroso. Qualquer outra paga direta ou indireta, mesmo mediante a entrega de coisa, de-terminaria o afastamento do comodato para dar lugar a outro contrato, ainda que atípico.

O viso do comodato sempre será bem que não se extingue pelo uso, cuja determinante decorre da natureza da avença, eis que a coisa deverá ser devolvida findo o prazo contratual. A demonstração da existência do comodato, o qual, às vezes, não se acha instrumentalizado, pois que efetivado apenas de forma tácita e não expressa, poderá ser feita mediante as provas judiciárias antevistas no processo civil.

Na hipótese do comodatário não entregar o bem terminado o prazo estipulado, ense-jará ao comodante reavê-la mediante ação possessória de reintegração, através de pleito liminar, portanto já no início do procedimento, eis que, a não entrega, tendo sido notificado judicialmente o comodatário, gera o chamado esbulho possessório. Também, poderá servir-se da clássica ação dominial reivindicatória. A entrega do bem poderá ser antecipada acaso o comodatário não esteja cuidando e zelando regularmente, dever este que nasce da obrigação contraída. Além da devolução do bem ao comodatário, seja esta amigável ou judicial, conforme o fato ocorrido envolvendo o uso indevido, o emprestante obriga-se à composição de perdas e danos. Devem as partes fixar prazo de vigência para o contrato, o qual descumprido irá gerar possível rescisão. Embora contrato unilateral ele se trans-muda em bilateral após seu início, ao obrigar por igual os signatários, no que concerne às obrigações recíprocas. O não estabelecimento de prazo certo no comodato cria incertezas, pois, o exame do direito aplicável dependerá sempre da natureza do empréstimo, objeto e finalidade. Mas, de qualquer forma a legislação busca dar guarida ao comodante, ante a natureza unilateral inicial do contrato, devendo ser fixado prazo ao comodatário para a entrega. A regra admitida pela melhor doutrina é a notificação premonitória visando a de-volução da coisa, marcando-se prazo razoável, o qual não atendido caracteriza o esbulho e utilização consequente da ação possessória pelo proprietário ou titular do direito.

Maria Christina Alvarenga de AraújoCoordenadora Jurídica e Sindical da FAES e UGA-ES

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GTA eletrônica já é uma realidadeO sistema começa a ser implantado na primeira quinzena de março em sete Sindicatos Rurais capixabas

A GTA (Guia de Trânsito Animal) eletrônica começará a ser utilizada por sete Sindicatos Rurais do Espí-rito Santo na primeira quinzena de março. O projeto piloto é uma par-ceria entre a Faes, o Idaf e a Hana Innosys e vai trazer vários benefícios na geração da documentação ne-cessária para o trânsito de animais.

Para dar início à implantação do projeto, foram escolhidos os 49 produtores que mais emitem GTAs dos municípios de Guaçui, Cachoeiro de Itapemirim, Cas-telo, Anchieta, Baixo Guandu, Nova Venécia e Afonso Cláudio. Posteriormente, o projeto será estendido para outros produtores rurais capixabas.

De acordo com o d i re tor tesoureiro da Faes, Neuzedino de Assis, os produtores rece-berão treinamento específico para emitirem o documento. “A GTA eletrônica é uma ma-neira mais moderna e prática de garantir a documentação adequada para o trânsito

animal. Esses produtores não terão mais a necessidade de deslocamento até o Idaf”, afirma.

Hoje, para emitir o documento, o produtor precisa se dirigir a um escritório do Idaf, que emite o DUA (Documento Único de Arrecadação), que deve ser pago em agência bancária. Feito isso, ele precisa retornar ao Idaf para emissão da GTA. Outro documen-to necessário é a Nota Fiscal, que o próprio produtor emite.

Com a nova proposta de traba-lho todas essas operações serão realizadas no sindicato rural de uma só vez. “Cada produtor terá uma senha, com a qual poderá acessar o sistema do Idaf e du-rante uma transação comercial, poderá emitir a GTA, fazendo a

transferência dos animais para quem está comprando, e o próprio sindicato emite o DUA”, declara.

Uma parceria com o Banestes permite que os pagamentos sejam feitos de forma mais simples. “A máquina será como aquelas usa-das normalmente para cartões de crédito e débito. O produtor terá que possuir o cartão do Banestes, para fazer o pagamento do DUA ali mesmo”, diz. A Nota Fiscal também será emitida no próprio sindicato rural, completando as-sim toda a documentação.

De acordo com o presidente da Faes, Julio da Silva Rocha Junior, o projeto vai garantir maior agilidade e segurança no geren-ciamento do risco sanitário e mais transparência nas operações de

compra e venda. “É um meio muito eficiente de garantir a procedência e qualidade dos animais e um grande passo para o agronegócio capixaba que ganha em agilidade e eficiência”, afirma.

A GTA eletrônica vai garantir mais agilidade e segurança no trânsito de animais

“A GTA eletrônica é uma ma-neira mais moderna e prática de garantir a documentação ade-quada para o trânsito animal.”

Neuzedino de Assis - Faes

sobre a gta eletrônica

A GTA é um documento que é exigido para o trânsito de animais vivos fora da pro-priedade, tais como eqüinos, bovinos, bubalinos, suínos e aves com o objet ivo de controlar a sanidade desses animais.

O projeto de tornar ele-trônica a emissão das Guias consiste em integrar informa-ções de nascimentos, mor-tes e evolução dos animais, através de um programa de computador.

Todos os dados se rão lançados em um sistema e ficarão disponíveis para con-sultas e geração de relatórios e documentos.

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produção de borracha natural não atende nem 30% do consumo brasileiro

O consumo de borracha natural no Brasil é alto, com uma demanda de cerca de 370 mil toneladas. O

produto é fabricado a partir do látex, extraído da seringueira, planta natural da Região Ama-zônica. Mesmo podendo ser cultivada em grande parte do território brasileiro, a partir do nível do mar até 600 metros de altitude, a produção nacional da borracha natural gira em torno de 120 mil toneladas e não atende nem a 30% do mercado consumidor.

Com isso, o Brasil precisa importar em média 260 mil toneladas de outros países. Segundo o seringalista e representante do Espírito Santo na Câmara Setorial da Borracha do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Manoel Monteiro de Castro, a autossuficiência em borracha natural é urgente. “Ser autossuficiente em borracha natural, assim como em aço e petróleo, é fundamental para qualquer país que pleiteia ser uma potência mundial”, defende Castro.

Ele ressalta ainda que a extração da borracha é uma atividade que proporciona ao produtor se fixar no campo com boa qualidade de vida. “A remuneração paga pelo quilo da borracha permite uma renda mensal equiparada aos bons empregos do meio urbano. Mas é preciso que haja mais programas de incentivo à implantação e cultivo da seringueira em todo país. Isso é o que pode nos proporcionar destaque no cenário mundial”, revela.

Produção brasileira de borracha natural é de cerca de 120 mil toneladas

foto: INCAPER

Cultivo da seringueira contribui para redução do efeito estufa

O cultivo da seringueira, a lém de ser fundamental para a produção da borracha natural, usada em grande es-cala na produção de pneus e fabricação de tecidos imper-meáveis, exerce importante

caráter ambiental. Com sua a l ta captação de CO2, a seringueira contribui para re-dução do efeito estufa, com valores próximos a 90 tone-ladas por hectare, conforme indica o seringalista José

Manoel Monteiro de Castro.“A seringueira se apre-

senta adequada para a agri-cultura de baixo carbono, moderna e ambientalmente correta. Trata-se de uma cul-tura reflorestadora, favorável

à conservação do solo e da água, que serve de abrigo e alimento para a fauna e a formação de corredores eco-lógicos, ligando fragmentos remanescentes da vegetação nativa”, salienta Castro.

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Classe média rural cresce, mas ainda enfrenta desafios

Apesar da ascensão, a classe C do campo sofre com a carência de programas que apoiem as atividades agrícolas

Nos últimos dez anos, o crescimento eco-nômico e o aumento

da renda f izeram com que 30 milhões de pessoas das classes D e E migrassem para a c lasse méd ia , fo rmando a nova Classe C no Brasil . Boa parte delas se encon-tra no campo, onde 800 mil famíl ias compõem a classe média rura l , segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) para a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

A p e s a r d a a s c e n s ã o , a c l asse C ru ra l en f ren ta

a lguns desaf ios. Segundo o presidente da

Faes, Júl io da Si lva Rocha Jun ior, a c lasse média do campo sofre com a carência de programas que apo iem os p rodu to res ru ra i s pa ra realização de atividades agrí-colas.

Apesa r do c resc imen to da classe média, as grandes p rop r iedades são respon-sáveis por mais da metade da produção das lavouras, sendo desse total 70% desti-nado ao consumo interno e o excedente para exportação.

Julio da Silva Rocha Ju-

nior destaca a importância da adoção de novas tecno-logias como um fator impor-tante para que as lavouras acompanhem o crescimento econômico do país. “A adoção de tecnologia é crucial para que a renda dos produtores de classe média se mantenha firme e, até mesmo, para que mais produtores de classe D e E ascendam para a classe C”, comenta.

Segundo o presidente da Faes, é necessário que haja mais políticas públicas volta-das para o campo, programas d e c r é d i t o e m e l h o r i a n a

logística para que o produtor rural seja incentivado a per-manecer no campo.

“ H á u m a m e l h o r a n a s ações voltadas ao segmen-to primário. Muitos projetos são oferecidos para ajudar o pequeno produtor, mas o médio ainda fica desprotegi-do. É preciso sair da teoria para prática para que nosso segmento possa comemorar o c resc imento e para que as famílias rurais fiquem no campo , possam te r renda digna e mais qual idade de vida”, defende Julio da Silva Rocha Junior.

800 mil famílias compõem a classe média rural, segundo pesquisa da FGV

Foto: Divulgação

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Drawback: por que importar café?Cafeicultores capixabas se reúnem com o diretor do Departamento de Café do Mapa, Edilson Alcântara,

para debater sobre sistema de importação do café

A polêmica sobre o regime drawback voltou a gerar preo-cupação para os cafeicultores capixabas. A indústria quer am-pliar a abertura do mercado para atender as exigências por novas composições de blends com a mistura de cafés oriundos de outros países. Os cafeicultores preocupam-se quanto aos riscos comerciais e sanitários que a medida pode provocar e defen-dem a construção de políticas públicas eficientes para todos os elos da cadeia produtiva.

“Ao se debater a questão da importação do café é preciso avaliar os impactos que ela provocará em toda a cadeia produtiva para não frear o de-senvolvimento da produção no país”, defende Julio da Silva Rocha Junior, presidente da Faes. Para esclarecer algumas questões sobre o assunto, o diretor do Departamento de Café do Mapa – Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, Edilson Martins de Alcântara, se reuniu com os cafeicultores na sede da Faes, em Vitória, no dia 08 de fevereiro.

Na ocasião, estiveram pre-sentes o presidente da Comis-são Nacional de Café da CNA, Breno Mesquita; o Secretário de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo, Enio Bergoli; o supe-rintendente do Ministério da Agricultura do Espírito Santo, José Arnaldo de Alencar; o Coordenador do Programa de Cafeicultura do Incaper, Romário Ferrão; Estherio Se-bast ião Colnago, da OCB;

Etevalda Grassi de Menezes, representante do deputado Atayde Armani – presidente da Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa, e cerca de 15 cafeicultores, que são lideranças na atividade.

“O Drawback está no âmbito da discussão. Sabemos que para dar aval é preciso acre-ditar”, destaca Alcantara. O regime drawback diz respeito à prática da importação do café verde para posterior exportação. Entretanto, essa medida pode acarretar prejuízos considerá-veis para os cafeicultores.

“O drawback joga nosso preço para baixo. Temos uma das legislações mais rigorosas no que diz respeito ao âmbito trabalhista, social e ambiental. Temos que ter concorrência de igual para igual”, defende Gio-vani Sossai, produtor de café conilon de Jaguaré.

A natureza tarifária e a desi-gualdade de custos, que carac-terizam o protecionismo, geram embate quando o assunto é importação. Para se ter uma ideia, atualmente, o Café Coni-lon é taxado a 9% na Europa. “A cafeicultura é um patrimônio que temos e não podemos colocar em risco a base da produção.

Precisamos ter sustentação e vencer o desafio de exportar com valor agregado”, defende o Secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli.

salvaguardas

Para Edilson Alcântara, o grande problema do mercado é a especulação. Segundo ele,

Produtores de café preocupam-se quanto aos riscos comerciais e sanitários que a medida pode provocar

Crédito: Vinícius Nunes

Crédito: Vinícius Nunes

Diretor do Departamento de Café do Mapa esclarece questões sobre drawback

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indicativos para consolidação da cadeia agroindustrial do café brasileiro

o mercado cafeeiro é o mais especulativo do agronegócio e isso gera queda de preços. Ele salienta que existem salvaguar-das com as quais o drawback acontece de modo a beneficiar toda a cadeia produtiva.

Entre elas, a Instrução Nor-mativa 1223, de 23 de dezem-bro de 2011, que suspende a contribuição para o PIS/Pasep e Cofins (Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social) sobre as receitas de-correntes da venda do café no mercado interno.

De acordo com o diretor do Departamento de Café do Mapa, a medida favorece os cafeicultores, pois equilibra a relação comercial do café já que

os tributos se voltam para o tipo de produto comercializado. Com a regra é possível descontar do PIS, Pasep e Cofins o crédito

1) Exportação com maior valor agregado2) Estabelecimento de uma nova política industrial para o café3) Formação de estoques reguladores públicos e incentivos pactuados com o segmento industrial à estocagem4) Desenvolvimento de uma marca para o café brasileiro industrializado5) Promoção de estudos aprofundados

maior produtor de café do mundo

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e enquadra--se como segundo maior con-sumidor.

O Espírito Santo destaca-se pela produção do café conilon,

presumido relativo às exporta-ções do café cru.

Os cafeicultores capixabas elaboraram um documento com

sendo o maior produtor dessa variedade no país e segundo produtor em geral.

Atua lmente, no Espí r i to Santo, mais de 56 mil pro-priedades rurais desenvolvem

a produção cafeeira e aproxi-madamente 130 mil famílias trabalham com a atividade. “Não podemos abrir mão da qualidade e da produtividade que a cafeicultura conquistou

nos últimos anos. O sistema drawback implica riscos que precisam ser avaliados com muita cautela”, afirma o presi-dente da Comissão de Café da Faes, José Umbelino de Castro.

Cafeicultores querem a construção de políticas públicas eficientes para toda cadeia produtiva

indicativos para consolidação da cadeia agroindustrial do café brasileiro. O material será en-tregue para avaliação do Mapa.

Crédito: Divulgação

Crédito: Vinícius Nunes

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Sindicato rural de Santa Leopoldina apoia produtor rural

Otto Herzog Filho, presidente da entidade, afirma que relação com os associados é de amizade e confiança

O Sindicato Rural de Santa Leopoldina tem um histórico de luta em favor dos produ-tores rurais do município há 44 anos, quando foi fundado. Otto Herzog Fi lho ocupa a presidência da entidade há 22 anos e durante todo esse tempo tem mantido a garra e determinação de alcançar melhores condições de tra-balho e desenvolvimento para os produtores rurais.

Em todos os anos de sua gestão, Otto tem lutado para defender e representar os in teresses e necessidades dos p rodu to res l oca i s . “A nossa meta sempre foi tra-zer benefícios e condições de desenvolvimento para os produtores, e durante todo esse tempo temos lutado por isso com todas as fo rças . Nós conseguimos conquistar uma relação de amizade e confiança com os associados, o que é fundamental para o alcance de nossas metas”, afirma Otto.

O sindicato conta hoje com 45 associados e a meta de Herzog é elevar esse núme-ro. “Quanto mais produtores estiverem unidos, maior é a representatividade alcança-da. O nosso principal obje-t ivo é promover essa união e desper tar a consc iênc ia dos produtores para isso” , declara.

BenefíciosAo longo de 2012, o Sin-

dicato deve realizar cerca de 30 treinamentos oferecidos

pelo Senar/ES. As capac i tações são

gratuitas e envolvem vá-r ias áreas do agronegó-c i o , c o n t r i b u i n d o p a r a aperfeiçoar e criar novas oportunidades de traba-lho e aumento de renda pa ra a c l asse ru ra l do município.

Além dos cursos gra-tuitos, o Sindicato oferece vá r ios ou t ros se rv i ços , c o m o d e c l a r a ç õ e s d e posse , o r ien tação para confecção de contratos, p r o c e s s o s d o I N S S e orientação jurídica.

Sindicato Rural de Santa Leopoldina busca mais desenvolvimento para os produtores

foto: SR Santa leopoldina

Otto Herzog Filho promove união entre produtores

foto: SR Santa leopoldinaEndereço: Rua Presidente Vargas, 47, Centro, Santa Leopoldina – ES CEP. 29.640-000

Telefone: (27) 9602-1734

E-mail: [email protected]

Sindicato rural de Santa Leopoldina

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É hora de irrigar as plantaçõesSenar/ES promove treinamento para trabalhador na Operação e na Manutenção de Sistemas

de Irrigação para assegurar produtividade nas lavouras

Com a proximidade de períodos de estiagem, os produtores começam

a preparar os sistemas de irrigação para manter a produtividade das lavouras. A prática adequada na operação dos sistemas de irrigação garante bons resultados, além de assegurar o uso racional da água.

Pensando nisso, o Senar/ES, em parceria com a Faes, promove o Treinamento Trabalhador na Opera-ção e na Manutenção de Sistemas de Irrigação. O objetivo é ensinar o produtor rural a montar o próprio sistema de irrigação e a fazer a manutenção do equipamento.

Suporte técnicoO treinamento oferece suporte

técnico para auxiliar o trabalho dos produtores no dia a dia nas lavouras. Durante a capacitação, os participantes vão aprender a interpretar a relação solo-água--planta, a capacidade de retenção de água do solo, as necessidades da planta, a condução e distribuição de água, pressão, vazão e tempo,

além de receber instruções sobre abastecimento e infiltração de água e lençóis freáticos para irrigação.

Depois da teoria, os produtores partem para a prática, quando co-nhecem tudo sobre encanamento, tubulações e acessórios, identifi-cação e especificação das peças e, por fim, fazem a montagem de

garantir melhores resultados, além de contribuir para a economia do recurso hídrico”, destaca o instrutor do Senar/ES, Fábio Pimentel.

Os interessados devem pro-curar nos Sindicatos Rurais de seu município informações sobre os treinamentos oferecidos pelo Senar/ES.

um pequeno sistema de irrigação. Em seguida, eles aprendem a ope-ração e manutenção do sistema e a dinâmica de controle de pressão.

“Cada propriedade apresenta sua própria característica e é preciso ade-quar as técnicas e o tipo de irrigação de acordo com as necessidades da lavoura. Dessa forma, o produtor vai

A lista completa de treinamentos pode ser acessada em www.faes.org.brRELAÇÃO DE TREINAMENTOS DE MARÇO

Operação e Manutenção de Sistemas de Irrigação por AspersãoProdução de Polpa de FrutasEquideocultura - Doma RacionalTrabalhador na OvinoculturaUso correto e seguro de defensivos agrícolasCultivo de Café ConilonTratorista AgrícolaAdministração de Propriedades em Regime de Economia FamiliarOperação e Manutenção de Sistemas de Irrigação por AspersãoCafeicultura - Programa Renovar ArábicaProdução de Embutidos e Defumados de CarnesEletricista RuralInseminação Artificial de Bovinos

01/0302/0305/0307/0309/0310/0312/0313/0315/0316/0322/0324/0326/03

MantenópolisMimoso do SulJerônimo MonteiroColatinaCasteloItaguaçúGuacuíSão FranciscoMuquiIúnaDomingos MartinsGuacuíSão Gabriel da palha

TREINAMENTO DATA LOCALIDADE

A agenda de treinamentos pode sofrer alterações durante o mês.

Os participantes vão aprender a montar o próprio sistema de irrigação

Crédito: Divulgação

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Iconha

bons negócios em iconhaPara gerar oportunidades no

campo, o Sindicato Rural de Ico-nha, em parceria com o Senar/ES e a Faes, promoveu no final de janeiro o treinamento “Produção Caseira de Pães e Biscoitos”, realizado no Salão Comunitário do Jardim da Ilha. 17 pessoas participaram da capacitação e já estão colhendo bons frutos.

É o caso de Juciane Viali Pon-tini, que há cerca de um ano traba-lha com a venda dos pães, bolos e biscoitos que produz. “Participei do treinamento para aprender a maneira correta de preparar os produtos. Aprendi formas eficazes para deixá-los mais saborosos e já recebi muitos elogios dos clientes, que sentiram a diferença na massa do pão, por exemplo”, revela.

Juciani vende, em média, 280 unidades dos produtos por mês, mas acredita que haverá um in-

rodrigo mota é o novo presidente do Sindicato rural de Apiacá

O Sindicato Rural de Apia-cá tem um novo presidente. Rodr igo Me lo Mota acaba de assumir o cargo e já tem seus objetivos claros e defi-nidos. “Nós vamos lutar para colocar a situação financeira do Sindicato em dia e trazer um equilíbrio financeiro para a entidade”, afirma.

A união e fortalecimento d o s p r o d u t o r e s r u r a i s d o municíp io é outra meta de Rodrigo. “Nós vamos trazer os p rodutores para per to ,

l u t a r p a r a o f e r e c e r m a i s benef íc ios. A nossa in ten-ção é reativar a assistência jurídica e passar a oferecer serv iços contábeis, já que são tão úteis ao produtor”, declara.

De acordo com o presiden-te, a parceria com a Prefei-tura Municipal de Apiacá e a Secretaria de Agricultura tem sido fundamental para o desenvolvimento das ativida-des agrícolas e crescimento do setor.

Apiacá

Espaço dos sindicatos

cremento em torno de 15% agora que aprendeu novas técnicas. “Já fechei venda com padarias e pre-

tendo firmar novas parcerias daqui pra frente”, destaca. Além dela, a mãe, Jozelita Nonato Souza, e a

sogra, Deluci Costa Pontini, tam-bém participaram do treinamento e estão animadas com as vendas.

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reeleição no Sindicato rural de Anchieta

Gilda Domingues foi re-eleita para a presidência do Sindicato Rural de Anchieta. Ela pretende dar continuidade a um trabalho que obteve a aprovação dos produtores rurais do município, aumen-tar a qualidade dos serviços prestados aos associados e lutar para o reconhecimento e representatividade da classe rural de Anchieta.

ii Simpósio integração de pecuária bovina mG, eS e bA

Nos dias 02 e 03 de março, Nova Venécia vai sediar o II Simpósio Inte-gração Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia de Pecuária Bovina. O evento, que acontece no Lions Clube, é promovido pelo Sindicato Rural de Nova Venécia,

Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN) e Laticínios Veneza, com o apoio da Faes e do Senar/ES. O tema é “A importância da pecuária bovina “3 fronteiras” – MG, ES e BA”.

Nova Venécia

Anchieta

De acordo com Gilda, sua gestão será marcada por tra-balho duro e compromisso com a classe rural. “Eu agradeço a todos os associados que nos confiaram novamente a missão de representá-los. Com o apoio dos demais membros empos-sados, nós vamos continuar desenvolvendo um trabalho sério, honesto e competente”, declara Gilda.

Senar/eS capacita gerentes de

propriedades ruraisO Senar/ES inova mais uma vez

e promove no município de Linhares um treinamento desenvolvido para capacitar gerentes de propriedades rurais. Trata-se do “Programa de Gestão Moderna de Propriedade Rural”. A capacitação é administrada por instrutores do Senar/ES e se divide em várias etapas.

Na primeira, os participantes conhecem a aplicação do uso das ferramentas de gestão operacional da propriedade rural. Em seguida, aprendem a ajustar e desenvolver essas ferramentas, adequando-as à realidade de sua propriedade. Por fim planejam e implementam o aprendizado de gestão operacional na propriedade rural.

Linhares

Câncer de colo de útero – todo o cuidado é pouco

O câncer de colo do útero é um dos tipos de câncer mais comuns, que tem ceifado vidas em todo o Brasil. Para evitá-lo, toda mulher deve fazer o exame preventivo periodicamente. Entretanto, as mulheres que residem em área rural têm pouca oportunidade de acesso aos exames.

Conhecendo essa realidade, foi desenvolvido pela CNA e SENAR o Programa Útero é Vida que, em um dia dedicado espe-cialmente às mulheres, oferece

a oportunidade de fazer gratuita-mente o exame Papanicolau, que é o preventivo de câncer de colo do útero.

O programa já é uma realidade no Espírito Santo. E esse ano o Senar/ES e a Faes programaram onze eventos, com uma novidade, serão realizados, gratuitamente, também exames de mamografia. Para isso, foi firmada parceria com a Mamografia Express, e, em cada evento, poderão ser atendidas até 60 mulheres.

Apiacá e Dores do Rio Preto

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ANIVERSARIANTES DE MARÇO

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Ângelo de Alencar Dias da SilvaRenilton Scárdua JúniorMaria Izabel Ribeiro PereiraLeomar BartelsJosé Lívio CarrariPedro de Faria BurnierEtevalda Grassi de MenezesIzaura Bernardin MalavasiClovis Andreazza de OliveiraMarília Gratz PimentelZélia Maria Vargas Soeiro

Lusiélia Pereira Barros RezendeErineu Pinto BarcellosTolentino Ferreira de Freitas

Estagiário do SENARPresidente SR ItaranaFuncionária da FAESDiretor FAESPresidente SR MuquiDiretor Nato FAESEsposa Diretor Nato da FAES (Nyder)Esposa Presidente SR de Rio BananalPresidente SR de Alto Rio NovoEsposa Presidente SR de AracruzEsposa Vice Presidente da FAES (João Soeiro)Esposa Presidente SR Pedro CanárioPresidente SR de ColatinaPresidente SR de Ecoporanga

Senadora katia Abreu apresenta agropecuária brasileira nos euA

A presidente da CNA – Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil, a senadora Kátia Abreu, esteve nos Estados Unidos, no início de fevereiro, para se reunir com diplomatas brasilei-ros e promover palestra sobre o setor agropecuário.

No dia 08 de fevereiro, a senadora se encontrou com os diplomatas na Embaixada do Brasil, em Washington, nos Estados Unidos, para apresentar as demandas do setor e mostrar como a CNA e as representações brasileiras no exterior podem colaborar em conjunto para a promoção dos produtos agrícolas e pecuários em todo o mundo.

Durante a apresentação, a sena-dora destacou que o setor representa um terço dos empregos no Brasil e há cerca de duas décadas sustenta o saldo positivo da balança comercial

brasileira. Além disso, indicou como o Brasil conseguiu fazer a produção agrícola se desenvolver sem aumentar o desmatamento no país e revelou que a tecnologia é a base para o desenvol-vimento da agropecuária brasileira.

Depois do encontro com os diplo-matas, no dia 09, a presidente da CNA ainda promoveu uma palestra com abordagem voltada para o crescimen-to da agropecuária brasileira, na Uni-

65 novos veículos para ações do idafO Idaf (Instituto de Defesa

Agropecuária e Florestal) re-cebeu 65 novos veículos do Governo do Espírito Santo, ad-quiridos por meio de um convênio assinado com o Mapa - Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os carros serão utilizados nas ações de controle e monitoramento das pragas e vegetais e também nos trabalhos de atenção à saúde animal.

São 45 automóveis do tipo passeio, 10 station wagon e 10 pick ups, distribuídos para escri-tórios e postos de atendimento de 34 municípios. O investimento na compra foi de R$ 2.445.225,00.

“Vamos continuar investin-

do para que a população, os cooperativistas, os produtores do campo e os proprietários de agroindústria animal e vegetal tenham acesso facilitado aos serviços do Estado. Nossa meta é, cada vez mais, fortalecer a agricultura como instrumento de desenvolvimento no interior do Espírito Santo, gerando renda e oportunidades para os capixa-bas”, destacou o governador Re-nato Casagrande na solenidade de entrega.

A Faes e o Senar/ES se colo-cam à disposição para promover treinamentos para a capacitação de produtores e técnicos que vão atuar em ações como essa.

versidade de Harvard, em Cambridge, Massassuchets, direcionada a alunos e professores.

No dia seguinte, 10 de fevereiro, a senadora Kátia Abreu se reuniu com um dos maiores especialistas do mun-do em mudança climática, o professor Daniel P. Sharag, diretor do Harvard University Center for the Environment, assessor do Presidente Barack Oba-ma e do ex-vice-presidente Al Gore.

Código florestal passa por nova

votação na Câmara

O futuro da agropecuária se-gue para definição no dia 06 de março, quando o novo Código Florestal será votado na Câmara dos Deputados. O texto já havia sido aprovado na Câmara, mas sofreu alterações no Senado e, por isso, retorna para votação. Sendo aprovada, a nova lei seguirá para sanção da presidente da República.

“As normativas em vigor restrin-gem as atividades agropecuárias, inviabilizando uma série de ações no campo, o que pode causar impactos à produção. Estamos preocupados com a legalidade das lavouras e lutamos para que essa situação chegue a uma definição”, afirma o presidente da Faes, Julio da Silva Rocha Junior.