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Informativo do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher - NUDEM Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul Nudem ANO 4 - 15ª Edição| Out/Nov 2017 Editorial A 15ª edição do boletim traz o trabalho desenvolvido pelo NUDEM, na educação em direitos, com a continuidade da parceria com a Secretaria Municipal de Educação, promovendo palestras nas escolas municipais, levando conhecimento aos alunos do ensino regular, EJA e aos pais sobre a Lei Maria da Penha, gênero e os direitos da mulher. Apresentamos também o novo projeto do Núcleo, que tem como parceiros a Secretaria Municipal de Saúde – SESAU e a Secretaria Municipal de Assistência Social – SAS, visando a capacitação dos profissionais da saúde nas boas práticas e as consequências jurídicas da violência obstétrica, bem como levar conhecimento às mulheres gestantes acerca de seus direitos. Na sessão de trazemos a servidora pública do Tribunal de Justiça de Rondônia, Vera Lúcia Antêvere Mazzarotto, que escreveu o livro “Passou do Limite!. O livro relata fatos verídicos, graves episódios de violência envolvendo crianças e mulheres e engloba assuntos como a Lei Maria da Penha e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Trazemos notícias relevantes, bem como sugestões de livro e filme. Nos , apresentamos pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva Pesquisa e Estratégia, com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e da Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha, divulgada recentemente, que traz dados sobre a violência entrevistas mitos sexual no Brasil. Finalizando o boletim, para conhecimento, apresentamos projetos de lei que estão em tramitação na Câmara e que defendem os interesses e direitos das mulheres. BOA LEITURA! Edmeiry Silara Broch Festi Coordenadora do NUDEM

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Informativo do Núcleo Institucional de Promoção e Defesados Direitos da Mulher - NUDEM

Defensoria Públicade Mato Grosso do Sul

NudemANO 4 - 15ª Edição| Out/Nov 2017

Editorial

A 15ª edição do boletim traz o trabalho

desenvolvido pelo NUDEM, na educação em

direitos, com a continuidade da parceria com a

Secretaria Municipal de Educação, promovendo

palestras nas escolas municipais, levando

conhecimento aos alunos do ensino regular, EJA e

aos pais sobre a Lei Maria da Penha, gênero e os

direitos da mulher. Apresentamos também o novo

projeto do Núcleo, que tem como parceiros a

Secretaria Municipal de Saúde – SESAU e a

Secretaria Municipal de Assistência Social – SAS,

visando a capacitação dos profissionais da saúde

nas boas práticas e as consequências jurídicas da

v io lênc ia obsté t r ica , bem como levar

conhecimento às mulheres gestantes acerca de

seus direitos. Na sessão de trazemos a

servidora pública do Tribunal de Justiça de

Rondônia, Vera Lúcia Antêvere Mazzarotto, que

escreveu o livro “Passou do Limite!”. O livro relata

fatos verídicos, graves episódios de violência

envolvendo crianças e mulheres e engloba

assuntos como a Lei Maria da Penha e o Estatuto

da Criança e do Adolescente. Trazemos notícias

relevantes, bem como sugestões de livro e filme.

Nos , apresentamos pesquisa realizada pelo

Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva Pesquisa e

Estratégia, com apoio da Secretaria de Políticas

para as Mulheres e da Campanha Compromisso e

Atitude pela Lei Maria da Penha, divulgada

recentemente, que traz dados sobre a violência

entrevistas

mitos

sexual no Brasil. Finalizando o boletim, para

conhecimento, apresentamos projetos de lei que

estão em tramitação na Câmara e que defendem

os interesses e direitos das mulheres.

BOA LEITURA!

Edmeiry Silara Broch FestiCoordenadora do NUDEM

Entrevista

Vera Lúcia Antêvere Mazzarotto é nascidaem SP, porém, considera-se sul-mato-grossense por ter vindo para o Estado aos trêsanos de idade. Residiu muitos anos no Estadode Rondônia por força de um concurso noPoder Judiciário.

Há mais de quinze anos, preparando-se para aaposentadoria, ciente do assustadorachatamento salarial, tem como atividadeparalela ao serviço público o Turismo,trabalhando com emissões de bilhetes aéreose hotelaria própria na cidade de Bonito-MS.

Escrever a faz feliz. Viver a faz feliz. E afelicidade é uma questão de urgência.

O retorno para o Estado do Mato Grosso doSul está marcado pelo engajamento no quetange a literatura de forma geral e foco total napropagação do NÃO a violência doméstica esexual infantil.

“Mulheres podem e devem dar um basta

a tudo que as façam infelizes”

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"Eu sou aquela mulherque fez a escalada

da montanha da vidaremovendo pedrase plantando flores."

Cora Coralina.

Frase destaque da edição

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1 - Vera, conte-nos um pouco sobre você e sobrecomo surgiu a ideia de escrever o livro “Passoudo Limite!”.VLAM -

2 - O livro, lançado em 2007 e relançado em2016, aborda, com relatos verídicos, a violênciacontra mulheres e crianças. Conte-nos umpouco sobre ele.

3 - Qual o maior objetivo do livro? Como usá-lono enfrentamento à violência contra a mulher?

Me considero uma mulher feliz, realizada.Hoje, aos 54 anos, tenho a plena convicção daposse da liberdade de dizer sim ou não, conforme anecessidade do momento. Tive uma infânciavibrante, adolescência com algumas angústias e avida adulta com muito gás e empoderamento paradriblar os registros de violência. Muitos meperguntam se a minha formação é em Direito ouPsicologia Cursei até o 4º período de Direito,trabalhei por muitos anos no Poder Judiciário, massempre fui apaixonada pelo Turismo. E, hoje,aposentada no Judiciário, me dedico totalmente aoTurismo, à literatura e à família. A ideia de escrevero livro era um projeto antigo, pois sempre tiveintenção de fazer com que a história da garotaMaysa – personagem principal – servisse paraamenizar ou até mesmo para evitar as dores deoutras crianças ou mulheres, por sofrerem váriostipos de violência.

Por tratar-se de uma história verídica, olivro foi escrito rapidamente, com o cuidado naordem cronológica dos acontecimentos. Nele écontada a história de uma família – como milhares emilhares de famílias – onde por quase três décadasas cenas de violência eram constantes.Espancamento, abuso sexual, impunidade,reincidências. Procurei adicionar uma pitada dehumor e outros condimentos, tornando atraentes eaté mais leves os registros dos dramas dessafamília.

O maior objetivo do relato neste livro é fazercom que as famílias atentem mais para a rotinadiária de suas crianças, as quais se sentem“bichinhos” acuados, dominados e feridos por seusalgozes. O algoz, na maioria das vezes, pode serum vizinho, um tio, um religioso, um padrinho, umpadrasto, e pior, pode ser o próprio pai. Criançascarecendo de socorro, mas não sabem como pedir,sentem-se impotentes, comportam-se caladas,tomadas pelo pavor. A obra enfatiza, também, ograve problema da violência contra a mulher, com ointuito de despertar atitudes que possam servircomo um verdadeiro freio.O livro poderá ser utilizado no enfrentamento àviolência contra a mulher por explicitar a violênciasofrida por parte da mãe da garota Maysa por maisde 26 anos, servindo como um solavanco para quetodas as mulheres entendam que nasceram paraexperimentar a felicidade e não a violência. Quepodem e devem dar um basta a tudo que as façaminfelizes.

(risos).

VLAM -

VLAM -

4 – Você nos falou que tem feito diversostrabalhos por todo o Brasil envolvendo o livro.Em que consistem esses trabalhos? Como issotem ajudado outras mulheres?

5 – Quais os resultados desses trabalhos? Vocêtem conseguido atingir seu objetivo?

6 – Faça outras considerações que julgueimportante a respeito do livro e do projeto.

Desde a publicação em 2007, na cidade deNatal-RN, posteriormente em Porto Velho-RO, erelançamento do mesmo em 2016, também emPorto Velho, foram desenvolvidos muitos trabalhosem escolas, igrejas, eventos, onde fui por váriasvezes convidada para falar sobre violênciadoméstica e sexual infantil. Como houve grandedivulgação devido as entrevistas nas TV’s e Rádios,muitos alunos de diversos cursos se interessaram aagregar o assunto do livro nos debates e fóruns.O livro está sendo amplamente divulgadonacionalmente, a partir das apresentações da peçateatral Eros Impuro, encenada pelo ator Jones deAbreu, dirigida por Sérgio Maggio. Por termos omesmo foco, ao final da peça, Jones deAbreu lê umtrecho do meu livro, fala sobre mim, e muitos daplateia se levantam e contam abertamente as suashistórias.

Após o primeiro lançamento, recebi váriosdepoimentos. Percebi que atingi o meu objetivo apartir do momento em que as leitoras se sentiramlivres para “vomitar” as suas histórias, expondo oque tanto as entristeciam, as atrofiavam. E comosabemos que após o vômito, geralmente pode vir obem estar, então eu estava no caminho certo. Asdores começavam a ser trabalhadas, amenizadas.Selecionei alguns relatos e resolvi relançar o livro,conservando a mesma capa, a mesma essência eme colocando como narradora.Na obra atual introduzi também consideraçõessobre precocidade sexual , bem como,autorizadamente, o projeto “Mãos queAcolhem”, deautoria do Juiz de Direito Rinaldo Forti, da Comarcade Porto Velho-RO. A vinda de projetos designificativo valor em prol da causa contribuiu àcoesão e fortalecimento do objetivo principal de“Passou do Limite!”.

Com a edição revisada, PASSOU DOLIMITE! aborda não somente a punição aoagressor, mas também o tratamento. Nele sãodadas dicas para observações por parte dos pais nocotidiano de seus filhos e possíveis alteraçõescomportamentais e o mais importante, dicas desuperação. O objetivo deste trabalho é estritamentede cunho social, e não vingativo, esperando que ahistória auxilie, de alguma forma, aos que passarampela mesma situação a acreditar que é possívelvoltar a ser feliz. O projeto visa conscientizar asmulheres que sofrem violência doméstica que adenúncia é necessária. Que devem agir em prol desi mesmas e de seus filhos, afugentando qualquerindício de maus tratos.

VLAM -

VLAM -

VLAM -

ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

04

abusos e maus-tratos durante a gestação e /ou nomomento do parto, seja de forma psicológica oufísica, causa a perda de autonomia e capacidadedas mulheres de decidir livremente sobre seuscorpos e sexualidade, impactando negativamentena qualidade de vida e contribui para amanutenção dos altos índices de mortalidadematerna e neonatal no país.O projeto teve início com as capacitações demédicos e demais profissionais da saúdemunicipal. Para proporcionar a convocação eparticipação de todos os profissionais queatendem as gestantes, as capacitações,realizadas em formato de Workshop, foramreplicadas em quatro eventos, nos dias 25/08 e15/09, nos períodos matutino e vespertino, naEscola Superior da Defensoria Pública. O eventoteve como palestrantes o Dr. Paulo Ito, médico compós-graduação e título em Ginecologia eObstetricia, tratando do tema da assistênciahumanizada ao parto e adoção de boas práticaspelos profissionais da saúde e Thaís DominatoSilva Teixeira, Defensora Pública de Defesa daMulher, que abordou o tema dos direitos dasmulheres durante a gestação, parto e pós-parto eas consequências jurídicas da prática de violênciaobstétrica.

Nudem na Capital

Projeto do NUDEM leva capacitação àsequipes técnicas e médicos da rede desaúde municipal e realiza ciclo de palestraspara grupos de gestantes.

O Projeto, que tem como parceiros a SecretariaMunicipal de Saúde – SESAU e a SecretariaMunicipal de Assistência Social – SAS, busca acapacitação dos profissionais da saúde, bemcomo levar conhecimento às mulheres gestantesacerca de seus direitos.A violência obstétrica é um tipo de violência contraa mulher praticada pelos profissionais da saúde eque se caracteriza, em regra, pelo desrespeito,

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Violência obstétrica

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Após a realização das capacitações, o Nudeminiciou a segunda etapa do projeto: a educação emdireitos para as mulheres gestantes, em parceriacom o Município de Campo Grande, por meio daSecretaria de Assistência Social, que visa ainformação e conscientização dessas mulheres,participantes de grupos de gestantes dos Centros

de Referência de Assistência Social – CRAS,acerca de seus direitos, empoderando-as e tirandoo tema da invisibilidade.As palestras foram realizadas pela DefensoraPública Thaís Dominato Silva Teixeira e pelaequipe psicossocial do NUDEM.Confira onde já foram realizadas:

ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

CRAS VILA NASCER, no dia 28/09/2017.

CRAS .ALAIR BARBOSA, no dia 05/10/2017

CRAS GUANANDI, no dia 06/10/2017.

CRAS VILA POPULAR, no dia 09/10/2017.

O NUDEM defende o direito de toda mulher de serprotagonista na hora do parto e ter autonomia totalsobre seu próprio corpo, tendo suas vontades enecessidades respeitadas.

Em 2016, lançou acerca dotema.

Acesse através do site:http://sistemas.defensoria.ms.gov.br/nudem/#/

folder informativo

06 ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

Nudem nas escolasDando continuidade às demandas que chegaram ao NUDEM após a realização do I Workshop “Por umaescola mais democrática – pensando feminilidades e masculinidades” e do II Workshop “Por uma escolamais democrática - aspectos sociais e jurídicos da violência de gênero”, a parceria com a Divisão deEducação e Diversidade da Secretaria Municipal de Educação – SEMED e o NUDEM segue para arealização de palestras nas Escolas e EJAS, tanto para pais quanto para os alunos. Confira as escolas ondea equipe do NUDEM realizou palestras para informar e conscientizar sobre a Lei Maria da Penha, igualdadede gênero e direitos das mulheres.

09/08/2017 - Escola Municipal Prof. Maria Teresa Rodrigues

12/09/2017 - E Municipal Nerone Marolinoscola

20/09/2017 e 22/09/2017 - E Municipal Osvaldo Cruzscola

O NUDEM segue com o projeto de educação em direitos durante todo o ano. Para solicitação de palestrasou capacitações envie-nos um e-mail para: [email protected].

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Sejamos Todos Feministas – de Chimamanda

Ngozi Adichie: De forma bem direta e clara, mastambém bem-humorada, Chimamanda apontadiversas situações aparentemente banais onde omachismo se manifesta na vida das mulheres: porexemplo, quando o garçom dá a conta para ohomem da mesa, presumindo que ele é quempaga pois os homens são provedores; ou a formacomo nós, mulheres, somos educadas a competircom outras mulheres — mas não com relação àcarreira, o que ela acredita que seria umacompetição benéfica, mas sim pela atenção doshomens. Adichie também fala que meninos sãocriados a partir de uma ideia de masculinidademuito limitada, que lhes nega a chance de seremmais humanos, vulneráveis, o que contribui para aconstrução de uma identidade de gênero pautadapela brutalidade. A espinha dorsal do discurso émostrar o caráter de gênero intrínseco a essesproblemas, sejam os da ordem cotidiana até ascoisas maiores, como a desigualdade salarial, afalta de representação política e o déficiteducacional de mulheres em países menosdesenvolvidos. Chimamanda relaciona essasquestões ao machismo estrutural e tambémdesconstrói o estereótipo negativo do feminismo,concluindo que, para o mundo mudar para melhor,é preciso que sejamos todos feministas.

FilmeLivro

#PrimaveraDasMulheres: O documentário,dirigido porAntonia Pellegrino e Isabel Nascimentoe Silva, retrata a historiografia do novo movimentofeminista brasileiro, traçando a cronologia dasações e manifestações que impuseram o debateda desigualdade de gênero a partir da voz de suasprincipais protagonistas. #PrimaveraDasMulheresrevela um movimento social vibrante, uma florestaexuberante. Árvores frondosas de troncos grossosque polinizam a terra à sua volta e fazem a sombranecessária para que brotem ao seu redor novassementes.Acima da terra, vemos plantas distintas,cada uma de uma espécie, dando frutos diferentes.Contudo, no subterrâneo, todas têm em comumraízes profundas entrelaçadas. Enredadas.Erguem-se acima do chão porque estão, no íntimo,atadas. São essas raízes emaranhadas quepermitem que esta floresta sobreviva intempéries.Vento, chuva demais ou de menos. PECs, PLs.Retrocessos. Backlashes.#PrimaveraDasMulheresNoGNT busca exporessas raízes imbricadas, mostrar a exuberânciadessa floresta e por que ela apavora osconservadores.O documentário pode ser assistido pelo GloboSatPlay e será reexibido dia 18 de novembro, às00h30min no GNT.

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Notícias

O GLOBO – 18/10/2017Twitter anuncia regras mais duras para

combater o assédio sexual. Rede vai apagar

‘contas identificadas como fonte de nudez não

consentida’.

HUFFPOST Brasil – 17/10/2017São Paulo e Nova Déli: As cidades mais

perigosas no mundo para ser mulher.

O Twitter anunciou regras maisduras para regular tuítes que contenham "nudeznão consensual" e mensagens de assédio, emuma intensificação da luta contra a agressãosexual em meio ao escândalo de abusoprotagonizado pelo produtor de Hollywood HarveyWeinstein. As novas regras começarão a seraplicadas nas próximas semanas, informou oTwitter na terça-feira à noite.

A rede social "suspenderá imediatamente e deforma permanente qualquer conta identificadacomo a fonte original de nudez não consentidae/ou usuários que claramente estão publicandoinformação para assediar alguém", afirma ocomunicado. O Twitter define "nudez nãoconsensual" como "conteúdo com imagensdebaixo de saias" ou "conteúdo de câmerasocultas", entre outros. Como as pessoas queaparecem nestas imagens "frequentemente nãosabem que o material existe, não vamos exigiruma notificação da vítima para removê-lo", explicao comunicado. O Twitter também indicou que asconversas com teor sexual e a troca depublicações sexuais será "inaceitável" e prometeuadotar ações quando for notificado.

De acordo com pesquisa do Instituto Reuters, ascapitais são as piores para as mulheres emrelação à crimes sexuais. No Brasil, a cada onzeminutos é notificado um novo caso de estupro.Pelo menos 90% das brasileiras afirmam ter medode serem vítimas de agressão sexual. Na maiorcidade do país, a realidade é um reflexo dosíndices do Mapa da Violência: São Paulo tem pelo

menos quatro novos registros de assédio sexualem transporte público por semana.

Foram selecionadas 19 cidades, todas elas compelo menos 10 milhões de habitantes, para seremavaliadas. Cultura nociva às mulheres, acesso àsaúde e oportunidades no mercado de trabalhoforam outros quesitos analisados pela instituição,além do assédio e da violência sexual. Na lista,São Paulo está na 11ª posição geral. A primeira éocupada pela cidade do Cairo, no Egito, seguidapor Kinshasa, no Congo, e Carachi, no Paquistão.Com mais de 21 milhões de habitantes, a capitalpaulista foi a sexta pior quando se trata de acesso àsaúde e a pior da lista em relação à violênciasexual.

"É vital que as mulheres saibam que nódulos nãosão o único sintoma do câncer de mama", dizpesquisadora. Para detectar o câncer de mama emfase inicial, as mulheres precisam ter consciênciade sintomas que podem não incluir um nódulo. Éessa a mensagem de uma equipe depesquisadores. Eles descobriram que uma emcada seis mulheres (17%) diagnosticadas comcâncer de mama procura o médico por um sintomaque não é um nódulo.

Descobriram que, embora a maioria das mulherescom câncer de mama procure o médicorapidamente, aquelas cujos sintomas não incluíamnódulos tendiam a adiar mais a ida ao médico,comparadas às mulheres que apresentavamapenas um nódulo no seio.

Os sintomas que não são nódulos nos seios masque podem ser indícios de um câncer incluemanormalidades no mamilo, dor nos seios,a n o r m a l i d a d e s n a p e l e , u l c e r a ç õ e s ,anormalidades no formato das mamas e umamama inflamada ou infeccionada.

As mulheres com nódulos nos seios e sintomasque não eram nódulos também tendiam a levarmais tempo para procurar ajuda médica. Asmulheres com ulcerações nas mamas,anormalidades nos mamilos, infecção ouinflamação nas mamas, inchaço nas axilas ou nos

HUFFPOST Brasil – 16/10/2017Por que nódulos não são o único sintoma do

câncer de mama, segundo esta pesquisa.

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b r a ç o s e d o r n a s a x i l a sdemonstraram tendência maior aesperar mais que três meses paraprocurar o médico.A mensagem de que "o câncer demama não é apenas um nódulo" éecoada pela organização BreastCancer Care, que criou o cartaz aolado para chamar a atenção a outrossintomas aos quais frequentementedeixamos de dar a atenção devida.

Levantamento ouviu 2.002 pessoas, e verificouque 67% dos moradores dessas áreasreconhecem que já reproduziram frasesmachistas.Os dados foram coletados a pedido da cervejaSkol. O estudo revelou que 7 em cada 10brasileiros assumiram ter falado, alguma vez navida, comentários preconceituosos – embora 83%deles tenham se declarado não preconceituosos.De acordo com o estudo, os comentários maisreproduzidos nessas regiões foram:

• "Mulher tem que se dar ao respeito" (53%)• "Mulher ao volante, perigo constante" (30%)• "Ele(a) é bonito(a), mas é gordinho(a)" (29%)• "Isso é coisa de 'viado'. É 'viadagem'" (26%)• "Não sou preconceituoso, até tenho um amigo

negro" (24%)

Além da constatação sobre o machismo, olevantamento do Ibope também reuniu asseguintes constatações:

• 18% dos entrevistados da região Norte eCentro-Oeste se declaram preconceituosos.

• Mesmo entre os que não se julgampreconceituosos, 78% já falaram comentáriospreconceituosos.

• 67% dos entrevistados da região já fizeramcomentários machistas.

• 45% já fizeram comentários racistas.• 47% já fizeram comentários homofóbicos.• 36% já fizeram comentários de preconceito

estético/gordofobia.

G1 – 11/10/2017Regiões Centro-Oeste e Norte sãoas mais machistas do país, diz pesquisa. Câmara Notícias – 05/10/2017

Debatedoras cobram tratamento rápido paracâncer de mama no SUS após diagnóstico.

Em sessão solene pelo Outubro Rosa no Plenárioda Câmara dos Deputados, participantesdefenderam o cumprimento efetivo da chamada“Lei dos 60 dias” (Lei 12.732/12), que garante àspessoas diagnosticadas com câncer o início dotratamento em até 60 dias. O Outubro Rosa é ummovimento mundial de conscientização sobre aimportância de detecção precoce de câncer demama – o tipo mais comum entre as mulheres nomundo e no Brasil, depois do de pele nãomelanoma, respondendo por cerca de 28% do totalde casos.Coordenadora da Frente Parlamentar dePrevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer, adeputada Carmen Zanotto (PPS-SC) ressaltouque apenas 60% das pessoas diagnosticadas comcâncer têm o tratamento iniciado até 60 dias após odiagnóstico. Ela defendeu ainda nova lei paragarantir que pacientes com suspeita de câncertenham a garantia de exames para confirmar odiagnóstico em até 30 dias.“A Lei dos 60 dias não funciona”, denunciou aoncologista Cátia de Paiva Fernandes, do HospitalMário Kroeff, do Rio de Janeiro. Ela ressaltou que ocâncer de mama é a quinta causa de morte entremulheres no mundo e a primeira causa de morteentre pessoas com câncer no Brasil. E salientou aimportância de ultrassonografias e mamografias,que muitas vezes não seriam liberadas pelo SUS.“O câncer bate na porta de qualquer um, nãoprecisa ter história familiar”, observou. Conforme amédica, a cada 10 mulheres com câncer de mama,9 não têm história familiar.Maria Lúcia da Silveira, diretora do HospitalFederal do Andaraí, ressaltou que, quandodescoberto no início, há 95% de probabilidade derecuperação total do câncer de mama.

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Pesquisa inédita, realizada pelo Instituto Patrícia

Galvão e Locomotiva Pesquisa e Estratégia, com

apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres

e da Campanha Compromisso e Atitude pela Lei

Maria da Penha, foi divulgada recentemente e

ouviu 1.000 pessoas de ambos os sexos, com 18

anos ou mais, em 70 municípios das cinco regiões,

entre os dias 6 e 19 de julho de 2016. Confira os

números:

OUTUBRO

NOVEMBRO

01/10 -10/10 -11/10 -12 a 18/10 -15/10 -25/10 -

Dia Nacional de Doação do Leite HumanoDia Nacional de Luta contra a Violência à MulherDia Internacional das Meninas

Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira InfânciaDia Mundial da Mulher RuralDia Internacional contra a Exploração da Mulher

20/11 -

25/11 -

27/11 -

Dia Nacional da Consciência Negra e Início da Campanha Nacional dos 16 Dias deAtivismopelo fim da violência contra as mulheresDia Internacional da Não-Violência contra a Mulher e Início da Campanha Internacional dos16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheresDia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama

Mitos

Questionamentos ao machismo ganham forçana percepção da população:

.

consideram que a é o principalmotivo para que um homem cometa umaviolência sexual contra uma mulher.

96% concordamque é preciso ensinar os homens arespeitar as mulheres e não as mulheres ater medo

76% das mulheres e 67% dos homensimpunidade

ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

Datas comemorativas

“Violência Sexual – Percepções e comportamentos

sobre violência sexual no Brasil”

11ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRAAS MULHERES: espontaneamente, apenas11% das entrevistadas afirmaram já ter sofridoalguma forma de violência sexual, número quesobe a 39% quando são apresentadas a umalista de situações que se configuram comoagressões sexuais. Em relação aos homens,espontaneamente apenas 2% admitem tercometido violência sexual, mas diante da listade situações, 18% reconhecem terempraticado a violência.

Espontaneamente,

;

.

Para ,é considerada violência sexual uma mulher terfotos ou vídeos íntimos divulgados sem suaautorização.

39% das mulheres entrevistadas afirmaramque já foram pessoalmente submetidas aalgum tipo de violência sexual. Fazendouma projeção é possível estimar que 30milhões de brasileiras já foram vítimas deviolência sexual.

37% afirmam conheceralguma mulher que já foi vítima de violênciasexual55% declaram já ter presenciado ou ficadosabendo de algum caso

94% das mulheres e 91% dos homens

Quando questionados sobre o que achamque acontece com um homem que comete

mas diante de uma lista de situações,

violência sexual, 52% consideram que nãoacontece nada, enquanto 29% acreditamque o agressor é preso.

74% afirmam que nenhum delegado deveriaperguntar para uma mulher vítima deestupro como ela estava vestida e 54%acreditam que procurar uma justificativapara o estupro no comportamento da vítimasignifica culpar a mulher.

69% das brasileiras associam a violênciasexual ao machismo, enquanto que para42% dos homens a violência sexualacontece porque a mulher provoca.

para 67% o homemcomete violência sexual porque ‘nãoconsegue controlar seus impulsos; para58%, porque bebe ou usa droga; e para 32%porque tem problema mental.

Para 59% dos entrevistados, as vítimas deviolência sexual que denunciam não recebemo apoio de que precisam e que 54% acreditamque as vítimas não contam com o apoio doEstado para denunciar o agressor.

Quando perguntados sobre os motivos pelosquais um homem comete violência sexualcontra uma mulher:

Para conferir a pesquisa na íntegra, acesse o sitedo Instituto Patrícia Galvão.

12

PL 8330/2015

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulheraprovou proposta que altera a Lei Maria da Penha(Lei 11.340/06) e a Lei Orgânica da AssistênciaSocial (Loas – 8.742/93) para criar um benefícioeventual a ser pago à mulher vítima de violênciadoméstica e familiar. O benefício deverá ser pagopor prazo não inferior a seis meses.

Segundo o texto, a situação de vulnerabilidadetemporária fica caracterizada pela possibilidadede danos à integridade pessoal da mulher ou deseus familiares, incluindo perdas decorrentes daprivação de bens.

Relatora na comissão, a deputada Maria doRosário (PT-RS) apresentou parecer pelaaprovação. “Entendemos ser de fundamentalimportância a aprovação do projeto porque elecomplementa a lógica de tratamento integral,conferido pela Lei Maria da Penha, e oferece maisum importante instrumento de proteção à mulhervitimada”, disse a relatora.

De acordo com a deputada, ao prever opagamento de benefício assistencial, o projetogarante a possibilidade de reestruturaçãopatrimonial da vítima e aumenta as chances desua libertação de uma condição “patriarcal,machista e opressora”.

A relatora citou estudo feito pela Secretaria deTransparência do Senado que aponta o medo doagressor como a principal razão para a nãoformalização de denúncia por parte da mulher. Omesmo estudo conclui que a dependênciafinanceira e a preocupação com a criação dosfilhos também despontam como gravesempecilhos à efetividade da Lei Maria da Penha.

Tramitação

O projeto será agora analisado conclusivamentepela Comissão de Constituição e Justiça e deCidadania.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulheraprovou proposta que obriga o Estado a indenizarvítimas de violência sexual ou doméstica quandoficar provada omissão ou negligência do poderpúblico.

Pelo texto, a indenização administrativa por danosmorais será de até 60 salários mínimos. A vítimapoderá também entrar na justiça para exigirreparação por danos morais de maior valor, acritério do magistrado que julgar o caso.

Foi aprovado um substitutivo da relatora, deputadaFlávia Morais (PDT-GO), para o Projeto de Lei7441/10, da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).

O texto original garantia à vítima de violênciadoméstica ou sexual indenização de R$ 50 mil,

PL 7441/2010

ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

Direitos

Projetos de lei que estão em tramitação e que defendem

os direitos da mulher. Ambos podem ser acessados

inteiro teor pelo site da Câmara dos Deputados.

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acrescida de pensão mensal de R$ 510, corrigidaanualmente, aos filhos menores de 18 anos ouincapazes.

Flávia Morais, que já havia relatado a matéria pelaComissão de Trabalho, de Administração eServiço Público, defendeu a aprovação do mesmoparecer. Nele, a relatora propõe que o valor daindenização seja definido por salários mínimos enão como valor fixo.

“Aindenização por danos morais aos dependentesdas vítimas dessa violência não só proporcionaráapoio aos familiares que sofrem com a perda, mastambém responsabilizará o Estado nos casos emque, por ação ou omissão, poderia ter evitado aocorrência do crime”, disse a relatora.

Além disso, pelo texto aprovado, caso a vítimasofra agressão que a deixe com sequelas e aimpeça de trabalhar, ela poderá requereraposentadoria por invalidez com valor de pelomenos um salário mínimo. A aposentadoria seráconcedida independentemente de carência ou dea vítima ser segurada do Regime Geral dePrevidência Social (RGPS).

O benefício só será concedido depois da sentençafinal, ou em segunda instância, que comprove ocrime de violência sexual ou doméstica,explicitada a omissão ou negligência do poderpúblico.

Aaposentadoria por invalidez deverá ser solicitadana Previdência Social, com a decisão judicialusada como documento. O texto inclui aconcessão da aposentadoria na Lei de Benefíciosda Previdência Social (8.213/91).

Em caso de morte da vítima, a aposentadoria porinvalidez será destinada aos filhos ou irmãosmenores de 21 anos, ou inválidos, com deficiênciaintelectual, mental ou física grave de qualqueridade. O menor tutelado, sob guarda, e o enteadosão equiparados a filhos, comprovada adependência econômica.

O projeto tramita em caráter conclusivo e aindaserá analisado pelas comissões de Finanças eTributação; e de Constituição e Justiça e deCidadania.

Aposentadoria

Dependentes

Tramitação

(Fonte: Câmara notícias)

ANO 4 - 15ª Edição | Out/Nov 2017

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Júlia Fumiko Hayashi Gonda

Defensor Público-Geral do Estado

Primeira Subdefensora Pública-Geral

Angela Rosseti Chamorro Belli

Edmeiry Silara Broch Festi

Colaboradores da 15ª edição - Out/Nov 2017:

Natália Gonçalves LemosVera Lúcia Antêvere Mazzarotto

Arte, revisão e diagramação:

Escola Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul

Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da MulherNUDEM

Centro Judiciário de Solução de Conflitos, Núcleo de Mediação

Defensoria Pública de Defesa da Mulher - Casa da Mulher Brasileira

Segunda Subdefensora Pública-Geral

Defensora Pública de Defesa da MulherCoordenadora do NUDEM

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Moema Urquiza -Assessoria / Escola Superior da Defensoria Pública de MS

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