maria da penha

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Legislação Específica, DETRAN/RS Teoria, exercícios aula 1 Prof Tatiana Santos Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 37 AULA 1: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SUMÁRIO PÁGINA 1. APRESENTAÇÃO 2 2. CRONOGRAMA DAS AULAS E CONTEÚDO DA MATÉRIA 2 3. SIGLA 2 4. INTRODUÇÃO 3 5. POR QUE “MARIA DA PENHA”? 4 6. RELAÇÃO JURÍDICA 4 7. JUIZADOS ESPECIAIS 5 8. PROBLEMÁTICA DA REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA 7 9. SÓ PARA RELEMBRAR... 10 10. DESISTÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO 11 11. NATUREZA DA LEI 12 12. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS 13 13. DIREITO SUBJETIVO 14 14. DIREITO SOCIAL 14 15. DIREITO AFIRMATIVO 14 16. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 14 17. FIM SOCIAL 15 18. DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 15 19. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 16 20. DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO 17 21. DA ASSISTÊNCIA À MULHER 18 22. TUTELA JUDICIAL 19 23. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 19 24. DOS PROCEDIMENTOS 20 25. CRIAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA MULHER 20 26. O JUÍZO COMPETENTE 21 27. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 21 28. LEGITIMADOS (AUTORIZADOS) PARA PROVOCAR O JUIZ 22 29. PRISÃO PREVENTIVA DO AGRESSOR 22 30. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (AGRESSOR) 22 31. PORTE DE ARMA 23 32. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (OFENDIDA) 24 33. TUTELA DO CASAMENTO OU DA PROPRIEDADE PARTICULAR 25 34. DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 25 35. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 26 36. DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR 26 37. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 26 38. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 33 39. GABARITO 36 40. EXTRA 36

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AULA 1: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SUMÁRIO PÁGINA

1. APRESENTAÇÃO 2 2. CRONOGRAMA DAS AULAS E CONTEÚDO DA MATÉRIA 2 3. SIGLA 2 4. INTRODUÇÃO 3 5. POR QUE “MARIA DA PENHA”? 4 6. RELAÇÃO JURÍDICA 4 7. JUIZADOS ESPECIAIS 5 8. PROBLEMÁTICA DA REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA 7 9. SÓ PARA RELEMBRAR... 10 10. DESISTÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO 11 11. NATUREZA DA LEI 12 12. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS 13 13. DIREITO SUBJETIVO 14 14. DIREITO SOCIAL 14 15. DIREITO AFIRMATIVO 14 16. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 14 17. FIM SOCIAL 15 18. DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 15 19. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 16 20. DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO 17 21. DA ASSISTÊNCIA À MULHER 18 22. TUTELA JUDICIAL 19 23. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 19 24. DOS PROCEDIMENTOS 20 25. CRIAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA MULHER 20 26. O JUÍZO COMPETENTE 21 27. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 21 28. LEGITIMADOS (AUTORIZADOS) PARA PROVOCAR O JUIZ 22 29. PRISÃO PREVENTIVA DO AGRESSOR 22 30. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (AGRESSOR) 22 31. PORTE DE ARMA 23 32. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (OFENDIDA) 24 33. TUTELA DO CASAMENTO OU DA PROPRIEDADE PARTICULAR 25 34. DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 25 35. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 26 36. DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR 26 37. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 26 38. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 33 39. GABARITO 36 40. EXTRA 36

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1. APRESENTAÇÃO

Ol@’! Sejam todos muito bem-vindos ao curso! Meu nome é

Tatiana Santos. Sou advogada e especialista em ensino à

distância. Aqui, no Estratégia Concursos, sou professora de

Legislação Específica, Direito Penal e Direito Processual

Penal.

O nosso foco é o concurso do DETRAN/RS. A banca examinadora é a

Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências – FUNDATEC. A

prova está marcada para o dia 07/04/2013, na cidade de Porto Alegre/RS.

O Concurso Público destina-se ao provimento de 216 (duzentos e

dezesseis) vagas, bem como para cadastro de reserva, para os cargos de

Técnico Superior, Técnico Superior Administrativo, Técnico Superior em

Trânsito, Auxiliar Técnico e Assistente Administrativo e Operacional

relacionados no Edital.

2. CRONOGRAMA DAS AULAS E CONTEÚDO DA MATÉRIA

Aula 01 (08/02/2013): Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha (teoria e exercícios).

Aula 02 (22/02/2013): Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto Nacional da Igualdade Racial (teoria e exercícios)

Aula 03 (08/03/2013): Aula 3: Lei Estadual nº 13.694, de 19 de janeiro de 2011 – Estatuto Estadual da Igualdade Racial (só exercícios)

Aula 04 (22/03/2013): Lei Complementar Estadual n° 10.098 de 03 de fevereiro de 1994 e alterações (só exercícios)

Então, na aula de hoje veremos sobre a Lei Maria

da Penha – LMP, ok?

3. SIGLA

Prezados alunos, sempre que nos referimos

à Lei Maria da Penha poderemos utilizar a

sigla LMP.

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4. INTRODUÇÃO

A LMP – Lei Maria da Penha trouxe ao “mundo jurídico” novas formas de pensar o Direito, com novos paradigmas (novos modelos) jurídicos.

Define-se a “violência de gênero”. Essa forma de violência e uma das mais preocupantes, pois ocorre no seio familiar. A família é a base da

sociedade, nos termos constitucionais.

Quanto à preocupação apresentada, veja o fundamento Constitucional:

A doutrina explicita que as mulheres sempre foram descriminadas, desde

tempos remotos, em posição de submissão irracional. A tradição religiosa

diz que a mulher foi formada da costela de Adão, não tendo existência

autônoma, como a do homem.

Durante milênios, a mulher não foi titular de direitos. Até hoje, a mulher,

no geral, tem salário médio menor do que os dos homens. Ainda muitas

mulheres têm dupla jornada de trabalho.

Apenas muito recentemente, a Lei Maior brasileira reconheceu a isonomia

entre homens e mulheres. Há novos tipos de família. O homem não é

mais o chefe da família.

A sociedade e a própria mulher devem repensar o papel social do ser

feminino. A sociedade precisa evoluir muito ainda para deixar de

perceber, por exemplo, a mulher como ser predominantemente

“coisificado”, quando associada às relações de consumo. Tudo isso

minimiza o valor do humano. A LMP nos faz refletir a respeito.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICAArt. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. § 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

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5. POR QUE “MARIA DA PENHA”?

Maria da Penha Fernandes era biofarmacêutica. Morava em Fortaleza-CE, em 1983. Foi vítima de tentativa de homicídio provocada pelo seu marido

que, à época dos fatos, era professor da Faculdade de Economia. Maria da Penha foi alvejada por um tiro nas costas e, por causa disso,

ficou paraplégica. O réu for condenado em duas ocasiões, mas nunca chegou a ser preso.

A vítima, indignada, procurou auxílio de organismos internacionais. O Estado Brasileiro foi condenado, em 2001, pela Organização dos Estados

Americanos (OEA), por negligência e omissão em relação à violência doméstica.

Em 7 de agosto de 2006 o Governo Brasileiro publicou a Lei 11.340, norma federal que foi “apelidada” com o nome “Maria da Penha”.

6. RELAÇÃO JURÍDICA

Observe bem nas questões de prova que a aplicação da LMP depende da

configuração da relação jurídica sujeita à Lei 11.340, de 2006.

A legislação chama do agente ativo das condutas tipificadas como

violência de gênero como “agressor” (homem ou mulher). A vítima é

chamada de “ofendida” (nesse caso, só pode ser mulher – em princípio).

Relação Jurídica sujeita à LMP

OFENDIDA

(mulher ou transexual)

AGRESSOR

(homem ou mulher)

Sujeito ativo

Sujeito passivo

OBJETO: violência

doméstica, familiar ou

íntima.

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A questão quanto ao sujeito passivo da legislação, no entanto, é bem

“controvertida”.

Há diversas decisões nos tribunais dizendo que o transexual, o marido, o

ex-marido, o noivo, o ex-noivo, o namorado, o ex-namorado, o

homossexual feminino ou masculino, a empregada doméstica, a cunhada

(HC 172634), a irmã (REsp 1239850) – TODOS podem ser sujeitos

passivos na LMP.

A doutrina afirma que o homem poderia sim ser um dos

destinatários da LMP, mas as medidas assistenciais, protetivas e

preventivas só beneficiam as mulheres, isso porque o sistema de

proteção adotado no Brasil é o sistema especial, com um

destinatário exclusivo, no caso da Lei 11.340/06.

7. JUIZADOS ESPECIAIS

O art. 41 da LMP diz que aos crimes praticados com violência doméstica e

familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se

aplica a Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Então, o agressor não tem direito aos benefícios penais dos

Juizados Especiais Criminais.

Inclusive, o art. 17 da LMP diz que é vedada a aplicação, nos casos de

violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica

ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que

implique o pagamento isolado de multa.

A jurisprudência é clara nesse sentido:

HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL COMETIDA NO ÂMBITO

DOMÉSTICO. ART. 41 DA LEI MARIA DA PENHA.

SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR

RESTRITIVAS DE DIREITOS. CRIME COMETIDO COM VIOLÊNCIA

OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO

DO BENEFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO.

1. Não se mostra possível a substituição da pena privativa de

liberdade por medidas restritivas de direito, apesar de

estabelecida a pena corporal em patamar inferior a 4 anos de

reclusão, pois se trata de delito cometido com violência, o que

impossibilita a pretendida substituição.

Administrador
Realce
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2. Habeas corpus não conhecido.

(HC 199.928/MS, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES

(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA,

julgado em 09/10/2012, DJe 15/10/2012)

***

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE LESÃO

CORPORAL LEVE. LEI MARIA DA PENHA. NATUREZA DA AÇÃO

PENAL. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. NECESSIDADE. ORDEM

CONCEDIDA.

1. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) é compatível com o

instituto da representação, peculiar às ações penais públicas

condicionadas e, dessa forma, a não aplicação da Lei 9.099,

prevista no art. 41 daquela lei, refere-se aos institutos

despenalizadores nesta previstos, como a composição civil, a

transação penal e a suspensão condicional do processo.

2. O princípio da unicidade impede que se dê larga interpretação

ao art. 41, na medida em que condutas idênticas praticadas por

familiar e por terceiro, em concurso, contra a mesma vítima,

estariam sujeitas a disciplinas diversas em relação à condição de

procedibilidade. Não estão. Ambos os agressores responderão nos

termos da Lei Maria da Penha.

(...) (HC 157.416/MT, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,

QUINTA TURMA, julgado em 15/04/2010, DJe 10/05/2010)

Dessa forma, como a Lei 9.099/95 (Juizados Especiais) não pode ser

aplicada aos casos de violência doméstica e familiar com a ofendida,

entende-se que qualquer tipo de violência não é vista como de pequeno

potencial ofensivo.

Qualquer tipo de violência de gênero, definida da LMP, é situação grave.

Lesão corporal leve, praticada contra a mulher, no seio doméstico ou

familiar, é situação grave. O agressor não pode se beneficiar da transação

penal ou da suspensão condicional do processo, previstas na Lei dos

Juizados Especiais Criminais. O agressor também não pode se beneficiar

do direito de pagar cestas básicas ou direito a penas restritivas de direitos

ou multas em detrimento a penas restritivas de liberdade.

Art. 6º da LMP: A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui

uma das formas de violação dos direitos humanos.

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O agressor pode ser preso em flagrante, pois não se lhe aplica o

benefício de assinar termo circunstanciado ou compromisso de

comparecimento nos Juizados.

É possível o pagamento de fiança, para que o agressor responda ao

processo em liberdade, exceto se o juiz verificar, nas circunstâncias

do caso concreto, que a liberdade do agressor pode comprometer

as medidas protetivas de urgência.

8. PROBLEMÁTICA DA REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA

EM REGRA, A AÇÃO PENAL NOS CRIMES QUE ENVOLVAM VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA A MULHER É DO TIPO: AÇÃO PENAL

PÚBLICA INCONDICIONADA, DE INICIATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

A maior parte da doutrina entende que a lesão corporal leve não mais se

processa mediante representação da vítima. Mas, a representação da

vítima é ainda cabível no caso do crime de ameaça. Há, por sua vez, a

possibilidade de ação penal privada, na hipótese de crimes contra a honra

e alguns crimes sexuais.

Veja o esquema a seguir:

De acordo com a sistemática adotada pela Lei 11.340/06 é facultado ao juiz nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a de substituição da pena que implique o pagamento isolado de multa.

• Magistratura/RO, 2001, PUCPR

O art. 17 da LMP veda a aplicação das penas descritas no item, pois não se pode beneficiar o agressor com os institutos despenalizadores ou descriminantes dos Juizados Especiais. A violência doméstica e familiar contra a mulher é fato gravíssimo e importante violação de direitos humanos, pois acaba por desestabilizar a base da sociedade.

• Gabarito: ERRADO.

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Veja a jurisprudência a seguir, segundo a qual confirma a tese de que a

lesão corporal leve é crime que se processa mediante ação penal pública

incondicionada.

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE LESÃO CORPORAL COMETIDO NO ÂMBITO DOMÉSTICO. LEI MARIA DA

PENHA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADI nº 4.424/DF.

RECURSO IMPROVIDO.

1. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento proferido na

Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.424/DF, firmou o entendimento no sentido da desnecessidade de representação da

vítima nos crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito familiar, por se tratar de ação penal pública incondicionada.

(...) (RHC 33.881/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,

QUINTA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 30/10/2012)

Prezados alunos, observem atentamente essa importante decisão do STF:

HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL COMETIDA NO ÂMBITO DOMÉSTICO. LEI

MARIA DA PENHA. NATUREZA DA AÇÃO PENAL. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. DESNECESSIDADE. RETRATAÇÃO DA OFENDIDA EM AUDIÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA.

1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4.424/DF, modificou entendimento majoritário do STJ, reconhecendo a natureza incondicionada da

ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado mediante violência doméstica e familiar contra a mulher, não importando em que extensão.

Lesão corporal leve

Ação penal publica

incondicionada

AmeaçaAção Penal Pública

condicionada à representação da

vítima

Crimes contra a honra e alguns crimes sexuais

Ação Penal Privada

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2. O disposto no art. 16 da Lei nº 11.340/06 não tem aplicação aos delitos de

lesão corporal, ficando superado, nesse caso, qualquer debate acerca da necessidade de realização de audiência específica para oportunizar a renúncia da

representação oferecida pela vítima. 3. Em razão da eficácia vinculante e geral das decisões proferidas em controle

concentrado de constitucionalidade, a questão não mais comporta discussão em outros tribunais (art. 102, § 2º, da CF). 4. Habeas corpus não conhecido.

(HC 198.816/MG, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 09/10/2012, DJe

15/10/2012)

PENAL. HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/2006). AÇÃO

PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. POSICIONAMENTO PACIFICADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM SEDE DE

CONTROLE CONCENTRADO. AUDIÊNCIA DE RATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. DESNECESSIDADE. ORDEM DENEGADA.

I. O Superior Tribunal de Justiça, em consonância com o entendimento firmado, em 09/02/2012, pelo Supremo

Tribunal Federal, na ADI 4.424/DF, firmou posicionamento no sentido de que o crime de lesão corporal, mesmo que

leve ou culposa, praticado contra a mulher, no âmbito das

relações domésticas, deve ser processado mediante ação penal pública incondicionada, tendo em vista a

constitucionalidade do art. 41 da Lei 11.340/2006, que afastou a incidência da Lei 9.099/95 aos crimes praticados,

com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista. II. O art. 16 da Lei 11.340/2006 - que prevê a possibilidade de renúncia à representação, pela ofendida, perante o Juiz, em

audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público - deve ser interpretado, consoante o entendimento do STF, em

conformidade com o art. 41 da referida Lei. Assim sendo, a necessidade de representação passa a referir-se apenas a delitos

previstos em leis diversas da Lei 9.099/95 e que sejam de ação penal pública condicionada, como é o caso do crime de ameaça (art. 147 do CP) e dos cometidos contra a dignidade sexual, não

valendo para lesões corporais, ainda que leves ou culposas. III. No caso, não há falar em nulidade processual, pela ausência

de realização da audiência de ratificação da representação da vítima, uma vez que, em se tratando de condenação por lesão corporal contra a mulher, no âmbito doméstico, a natureza da

ação penal é pública incondicionada. IV. Habeas corpus denegado.

(HC 183.697/ES, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 04/09/2012, DJe 26/10/2012)

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL COMETIDO NO ÂMBITO DOMÉSTICO. LEI MARIA DA PENHA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO PELO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL. ADI 4.424/DF. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

1. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento proferido na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4424/DF, firmou o entendimento no sentido da desnecessidade de representação da vítima nos crimes de lesão corporal

praticados contra a mulher no âmbito familiar, por se tratar de ação penal pública incondicionada.

2. Ainda que assim não fosse, conforme orientação pacífica do Superior Tribunal de Justiça, nos crimes de ação penal pública condicionada não se exige formalidade específica para a representação, bastando a manifestação inequívoca

da vítima de ver apurado o fato delitivo, o que ocorreu na espécie. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1308777/CE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 16/08/2012, DJe 03/09/2012)

9. SÓ PARA RELEMBRAR...

Não podemos nesta aula nos estender muito na Teoria da Ação Penal, mas

observe o esquema a seguir apenas para que você relembre a matéria:

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10. DESISTÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO

Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de

que trata a LMP, só será admitida a renúncia à representação perante o

juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do

recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Então, o juiz, antes de “receber” a denúncia, ou seja, antes de fazer o

juízo de admissibilidade do caso, isto é: antes de verificar se presentes os

requisitos legais da denúncia, poderá designar uma audiência para

receber, da vítima, um pedido de retratação, considerando que a vítima

queira renunciar ao seu direito de representação.

A resposta do juiz será dada no caso concreto. O juiz tem que analisar

caso a caso e verificar se a vítima não está sendo “coagida” para isso.

Nessa linha, observa o destaque dado no seguinte trecho de

jurisprudência:

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE LESÃO

CORPORAL LEVE. LEI MARIA DA PENHA. NATUREZA DA AÇÃO PENAL. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. NECESSIDADE. ORDEM

CONCEDIDA.

1. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) é compatível com o instituto da representação, peculiar às ações penais públicas

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condicionadas e, dessa forma, a não aplicação da Lei 9.099,

prevista no art. 41 daquela lei, refere-se aos institutos despenalizadores nesta previstos, como a composição civil, a transação penal e a suspensão condicional do processo.

(...)

3. A garantia de livre e espontânea manifestação conferida à

mulher pelo art. 16, na hipótese de renúncia à representação, que deve ocorrer perante o magistrado e representante do Ministério Público, em audiência especialmente designada para

esse fim, justifica uma interpretação restritiva do art. 41 da Lei 11.340/06.

4. O processamento do ofensor, mesmo contra a vontade da vítima, não é a melhor solução para as famílias que convivem com o problema da violência doméstica, pois a conscientização, a

proteção das vítimas e o acompanhamento multidisciplinar com a participação de todos os envolvidos são medidas juridicamente

adequadas, de preservação dos princípios do direito penal e que conferem eficácia ao comando constitucional de proteção à família.

5. Ordem concedida para determinar o trancamento da ação penal 1.320/09 em curso na 2ª Vara Especializada de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher.

(HC 157.416/MT, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/04/2010, DJe 10/05/2010)

11. NATUREZA DA LEI

A LMP não é uma lei penal. É, na verdade, uma lei “multidisciplinar”.

Repare a epígrafe da LMP:

A LMP cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra

a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e

Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados

de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de

Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras

providências.

Dessa forma, são objetivos da LMP:

● Coibir violência doméstica e familiar contra a mulher;

● Prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher;

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● Assistir a mulher vítima de violência doméstica e familiar;

● Proteger a mulher vítima de violência doméstica e familiar;

● Criar os Juizados Especiais de violência doméstica e familiar contra a

mulher. JÁ FALAMOS QUE NÃO SE TRATA DE UM JUIZADO ESPECIAL

CRIMINAL, FUNDADO NA LEI 9.099/95. A UTILIZAÇÃO DOS

INSTITUTOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS NOS CASOS EM

QUE SE APLICA A LMP É PROIBIDO!!!...

12. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

Quando uma mulher é vítima de violência doméstica ou familiar, as

primeiras providência são as seguintes:

Registro e ocorrência do fato perante a autoridade policial, contendo: qualificação da ofendida e do agressor, nome e idade dos

dependentes, descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida;

Oitiva (ouvida) da ofendida;

Lavratura do boletim de ocorrência;

Tomada da representação da vítima, se apresentada; (esse é o caso para as ações penais públicas que se processam

somente mediante a representação da vítima)

Colheita de todas as provas que servirem para o esclarecimento do

fato e de suas circunstâncias;

Remessa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente separado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de

medidas protetivas de urgência;

Determinação que se proceda ao exame de corpo de delito da

ofendida e requisição de outros exames periciais necessários;

Oitiva (ouvida) do agressor e as testemunhas;

Identificação do agressor e juntada aos autos da investigação inicial de sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de

mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

Remessa, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público;

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Cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida,

inclusive, laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

13. DIREITO SUBJETIVO

Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação

sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos

direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas

as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua

saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

14. DIREITO SOCIAL

Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos

direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à

cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,

à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar

e comunitária.

Daí porque o Ministério Público é titular para a defesa da tutela

implementada pela LMP, pois trata de direitos transindividuais.

15. DIREITO AFIRMATIVO

O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos

humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no

sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade e opressão.

16. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

A responsabilidade solidária é a responsabilidade de todos nós.

Assim sendo, cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as

condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na

LMP.

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Alguns autores dizem que daí concluímos a chamada “posição garantista”

da LMP.

17. FIM SOCIAL

Na interpretação da LMP, serão considerados os fins sociais a que ela se

destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em

situação de violência doméstica e familiar.

Essa é a razão de se afirmar que, no Brasil, a tutela da mulher é feita por

um sistema específico de proteção.

18. DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Para os efeitos da LMP, configura violência doméstica e familiar

contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que

lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e

dano moral ou patrimonial:

No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de

convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar,

inclusive as esporadicamente agregadas;

No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada

por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por

laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; (aquela visão

de que a família é somente a sociedade formada por pai, mãe e filho

não é mais adotada)

Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou

tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

(é por isso que se diz que o agressor pode ter sua prisão em

flagrante decretada, mesmo que não conviva com a ofendida)

O agressor não é só o marido. Poder ser filho(a), pai, mãe, patrão(oa),

companheira.

OBSERVAÇÃO: as relações pessoais enunciadas independem de

orientação sexual. A LMP é o primeiro diploma a reconhecer a união

homoafetiva.

IMPORTANTE!...

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19. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Temos aqui um detalhamento das FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E

FAMILIAR CONTRA A MULHER. Repare que a situação de violência não é

um episódio isolado.

Então, conforme a LMP, são formas de violência doméstica e familiar

contra a mulher, entre outras (a lista a seguir é meramente

exemplificativa):

A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua

integridade ou saúde corporal;

A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe

cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe

prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise

degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e

decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,

manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição

contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e

limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause

prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

Características da violência doméstica e familiar (REQUISITOS)

Hierarquia de gênero.

Relação de conjugalidade ou afetividade entre as partes da relação jurídica fundada na LMP.

Habitualidade da violência (ciclo da violência)

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A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a

constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual

não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da

força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo,

a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método

contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto

ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou

manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos

sexuais e reprodutivos;

A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que

configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus

objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,

valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a

satisfazer suas necessidades;

A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure

calúnia, difamação ou injúria.

20. DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a

mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações

não-governamentais, tendo por diretrizes:

A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e

da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,

assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras

informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou

etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da

violência doméstica e familiar contra a mulher, para a

sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a

avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;

o Inclusive, as estatísticas sobre a violência doméstica e familiar

contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos

órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de

subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo

às mulheres.

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O respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e

sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis

estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e

familiar, de acordo com o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA, bem

como a rejeição de todas as formas de discriminação e o respeito

aos valores éticos e sociais da pessoa e da família;

A implementação de atendimento policial especializado para as

mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

A promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção

da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao

público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos

instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;

A celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros

instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais

ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo

a implementação de programas de erradicação da violência

doméstica e familiar contra a mulher;

A capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda

Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes

aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de

gênero e de raça ou etnia;

A promoção de programas educacionais que disseminem valores

éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a

perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,

para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de

gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e

familiar contra a mulher.

21. DA ASSISTÊNCIA À MULHER

Vamos falar agora um pouco sobre a ASSISTÊNCIA À MULHER EM

SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR...

Diz a LMP que a assistência à mulher em situação de violência doméstica

e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as

diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema

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Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras

normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o

caso.

22. TUTELA JUDICIAL

O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de

violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do

governo federal, estadual e municipal.

O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar,

para preservar sua integridade física e psicológica:

Acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da

administração direta ou indireta;

Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o

afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar

compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento

científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de

emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e

da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros

procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência

sexual.

23. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar

contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da

ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

OBSERVAÇÃO: aplica-se o disposto acima quanto ao descumprimento de

medida protetiva de urgência deferida.

No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a

autoridade policial deverá, entre outras providências:

Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de

imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;

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Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto

Médico Legal;

Fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo

ou local seguro, quando houver risco de vida;

Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de

seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

Informar à ofendida os direitos a ela conferidos na LMP, bem como

os serviços disponíveis.

24. DOS PROCEDIMENTOS

Esta é uma “parte processual” da LMP.

Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais

decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher

aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e

da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que

não conflitarem com o estabelecido na LMP.

25. CRIAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA MULHER

ATENÇÃO!... Os Juizados Especiais da Mulher não são os

Juizados Especiais Criminais da Lei 9.099/95!...

Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,

órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser

criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados,

para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da

prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

OBSERVAÇÃO: os atos processuais poderão realizar-se em horário

noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem

a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento

multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas

psicossocial, jurídica e de saúde.

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26. O JUÍZO COMPETENTE

É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos

pela LMP, o Juizado do seu domicílio ou de sua residência OU do lugar do

fato em que se baseou a demanda OU do domicílio do agressor (tanto

faz...).

QUESTÃO DE PROVA

A competência para o processo e o julgamento dos crimes decorrentes de violência doméstica é determinada pelo domicílio ou residência da ofendida.

Gabarito: ERRADO. Repare que a ofendida é quem escolha o juízo no qual o agressor deve ser processado.

27. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

A lista a seguir é rol meramente exemplificativo...

Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo

de 48 (quarenta e oito) horas:

Conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas

protetivas de urgência;

Determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência

judiciária, quando for o caso;

Comunicar ao Ministério Público para que adote as providências

cabíveis.

As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,

independentemente de audiência das partes e de manifestação do

Ministério Público, devendo o Ministério Público ser prontamente

comunicado.

QUESTÃO DE PROVA

Para a concessão de medida protetiva de urgência prevista na LMP, o juiz deverá colher prévia manifestação do Ministério Público, sob pena de nulidade absoluta do ato. (CESPE, OAB, 2008)

Gabarito: ERRADO.

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28. LEGITIMADOS (AUTORIZADOS) PARA PROVOCAR O JUIZ

O Princípio da Inércia diz que o Judiciário só pode agir se provocado para

isso. A LMP diz que as medidas protetivas de urgência poderão ser

concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da

ofendida.

Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da

ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever

(ESSE PONTO JÁ FOI COBRADO EM PROVA, HEIN!!!) aquelas já

concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus

familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

29. PRISÃO PREVENTIVA DO AGRESSOR

Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a

prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a

requerimento do Ministério Público ou mediante representação da

autoridade policial.

OBSERVAÇÃO: o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do

processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo

decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao

agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,

sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor

público.

OBSERVAÇÃO: a ofendida não poderá entregar intimação ou notificação

ao agressor. Isso para evitar que a mulher volte a ser agredida.

30. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (AGRESSOR)

Vamos ver agora DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE GERAM

OBRIGAÇÕES AO AGRESSOR...

Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,

nos termos da LMP, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em

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conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de

urgência, entre outras (o rol a seguir é meramente exemplificativo):

Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com

comunicação ao órgão competente, nos termos do Estatuto do

Desarmamento, caso o agressor tenha porte de arma;

Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a

ofendida;

Proibição de determinadas condutas, entre as quais: aproximação

da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite

mínimo de distância entre estes e o agressor; contato com a

ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de

comunicação; frequentação de determinados lugares a fim de

preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida

a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

31. PORTE DE ARMA

Como vimos, o porte legal de arma de fogo e munições pode ser suspenso

relativamente ao agressor. O Estatuto do Desarmamento diz que tem o

porte de arma as seguintes pessoas:

Os integrantes das Forças Armadas;

Os integrantes de órgãos policiais;

Os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e

dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes;

Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de

50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil)

habitantes, quando em serviço;

Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os

agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança

Institucional da Presidência da República;

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Os integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do

Senado Federal;

Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,

os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;

As empresas de segurança privada e de transporte de valores

constituídas regularmente;

Os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,

cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo;

Os integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do

Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e

Analista Tributário;

Os tribunais do Poder Judiciário e os Ministérios Públicos da União e

dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros

pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de

segurança.

Então, se o agressor encontrar-se com o porte de arma, o juiz comunicará

ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de

urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas,

ficando o superior imediato do agressor responsável pelo

cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos

crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

32. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (OFENDIDA)

Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou

comunitário de proteção ou de atendimento;

Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao

respectivo domicílio, após afastamento do agressor;

Determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos

direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;

Determinar a separação de corpos.

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33. TUTELA DO CASAMENTO OU DA PROPRIEDADE PARTICULAR

Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou

daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá

determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à

ofendida;

Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de

compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa

autorização judicial;

Suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor,

OFICIANDO-SE O CARTÓRIO COMPETENTE;

Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por

perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência

doméstica e familiar contra a ofendida.

34. DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e

criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos

casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando

necessário:

Requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação,

de assistência social e de segurança, entre outros;

Fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de

atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar,

e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais

cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

Cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a

mulher.

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35. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de

violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado.

É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o

acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária

Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante

atendimento específico e humanizado.

36. DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras

atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer

subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública,

mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos

de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados

para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às

crianças e aos adolescentes.

Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz

poderá determinar a manifestação de profissional especializado, mediante

a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,

poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de

atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes

Orçamentárias.

37. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS

1. A Lei Maria da Penha permite a criação de juizados especiais de

violência doméstica e familiar contra a mulher com competência cível e criminal para abranger as questões de família

decorrentes da violência contra a mulher. (CESPE, Técnico em Procuradoria da PGE/PA, 2007)

Comentários: Sim, o art. 14 da LMP diz que os Juizados de Violência Doméstica e

Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência

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cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e

nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e

familiar contra a mulher.

Gabarito: CERTO.

2. A questão baseia-se na Lei Maria da Penha.

Ainda sobre a Lei Maria da Penha, o Juiz poderá decidir: a) Apreender imediatamente a arma do agressor, cancelando

por cinco anos seu porte de arma de fogo. b) Determinar o afastamento definitivo do domicílio comum

com a ofendida.

c) Pela proibição da alienação ou locação de bens comuns, liminarmente.

d) Prestação de caução por perdas e danos materiais decorrentes da violência mediante recibo da vítima, sob pena de

prisão. (FUMARC - 2011 – PM/MG - Oficial da Polícia Militar)

Comentários:

O item A está errado, pois a lei não fala do tempo de suspensão do porte de arma. Não existe o afastamento definitivo de uma pessoa de

seu lar, por isso o item B está errado. O item C está certo, pois cabe ao juiz, liminarmente, determinar a proibição temporária para a

celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum. O item D está errado, pois o não cumprimento

da caução não importa prisão (senão criaríamos uma hipótese

inconstitucional de prisão civil).

Gabarito: LETRA “C”.

3. A questão baseia-se na Lei Maria da Penha.

Quanto ao atendimento da mulher/vítima dos crimes estipulados na Lei Maria da Penha, analise as afirmativas

abaixo: I. A autoridade policial deve adotar providências imediatas ao

constatar que as medidas protetivas de urgência deferida que não foram adotadas em relação à vítima.

II. Os órgãos policiais devem providenciar transporte para a ofendida quando for importante colocá-la em um abrigo.

III. A autoridade policial deverá mandar em 24 horas um expediente apartado para o Juiz, com a finalidade de propor a

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aplicação de medidas protetivas de urgência em relação à

ofendida. Assinale a alternativa CORRETA.

a) As afirmativas I, II e III estão corretas. b) As afirmativas I, II e III estão incorretas.

c) Apenas a afirmativa I está correta. d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. (FUMARC - 2011

- PM-MG - Oficial da Polícia Militar)

Comentários: De fato, na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica

e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar

conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis, inclusive e principalmente se verificar eventual

descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. A legislação cria o direito de a ofendida ter transporte para lugar

seguro. O item III está errado, pois a Polícia não tem tal competência.

Gabarito: LETRA “D”.

4. Apenas o cônjuge ou companheiro podem ser considerados autores de violência doméstica e familiar contra as mulheres,

nos termos da LMP. (CESPE, PMDF, Administração, 2010)

Comentários: Na verdade, qualquer pessoa pode ser o autor de agressão contra as

mulheres.

Gabarito: ERRADO.

5. Com a finalidade de proteger patrimônio comum ou particular de mulher vitimada por violência, o juiz deverá impor, em

caráter liminar, a separação de corpos. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária)

Comentários:

Convém lembrar que a violência patrimonial é entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial

ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os

destinados a satisfazer suas necessidades. A LMP não afirma o que está descrito no item. Para proteger o

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patrimônio comum ou particular, o juiz deve conceder medidas

protetivas. Para a tutela patrimonial, a LMP diz que o juiz poderá determinar,

liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à

ofendida; Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,

venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

Suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, OFICIANDO-SE O CARTÓRIO COMPETENTE;

Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas

e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Gabarito: ERRADO.

6. De acordo com a Lei n.º 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e

familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar ao agressor, de imediato, a seguinte medida protetiva de urgência:

a) proibição de aproximar-se da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando limite mínimo de distância entre

estes e o agressor. b) decretação da prisão temporária do agressor.

c) proibição de contato direto com a ofendida, seus familiares e testemunhas, salvo indiretamente, por telefone ou carta.

d) arbitramento do valor a ser prestado a título de alimentos

definitivos à ofendida e aos filhos menores. (CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem Unificado, Primeira Fase)

Comentários:

Conforme a legislação, as medidas protetivas de urgência são as seguintes:

Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos do Estatuto do

Desarmamento, caso o agressor tenha porte de arma; Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a

ofendida; Proibição de determinadas condutas, entre as quais: aproximação

da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; contato com a ofendida,

seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

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Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida

a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

Gabarito: LETRA “A”.

7. É correto afirmar, nos termos do que determina a Lei contra a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Lei n.°

11.340/06) que a) a autoridade policial poderá determinar, de imediato, o

afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida.

b) a autoridade policial deverá fornecer transporte para a

ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida.

c) ao agressor condenado é cabível a aplicação de pena de pagamento de cesta básica ou outras de prestação pecuniária.

d) as medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, mas em nenhuma hipótese, poderão ser

substituídas. e) A autoridade policial poderá, de imediato, determinar a

restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida. (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia)

Comentários:

a) a autoridade policial poderá determinar, de imediato, o afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida. O

ITEM ESTÁ ERRADO, POIS O AFASTAMENTO DO LAR É DECISÃO DO

JUIZ E NÃO DA POLÍCIA. b) a autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e

seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida. CERTO. De fato, esse dever está contido na LMP.

c) ao agressor condenado é cabível a aplicação de pena de pagamento de cesta básica ou outras de prestação pecuniária. ERRADO. O

AGRESSOR NÃO PODE BENEFICIAR-SE DA LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.

d) as medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, mas em nenhuma hipótese, poderão ser

substituídas. ERRADO. NA VERDADE, PODERÁ O JUIZ, A REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO OU A PEDIDO DA

OFENDIDA, CONCEDER NOVAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA OU REVER AQUELAS JÁ CONCEDIDAS, SE ENTENDER NECESSÁRIO À

PROTEÇÃO DA OFENDIDA, DE SEUS FAMILIARES E DE SEU

PATRIMÔNIO, OUVIDO O MINISTÉRIO PÚBLICO. e) A autoridade policial poderá, de imediato, determinar a restituição

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de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida. ERRADO.

TAL COMPETÊNCIA É DA AUTORIDADE JUDICIAL.

Gabarito: LETRA “B”.

8. No caso de violência doméstica contra a mulher, o processo, o

julgamento e a execução das causas cíveis e criminais regem-se pelas normas do Código de Processo Penal e do Código de

Processo Civil e pela legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com a Lei Maria da

Penha. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária)

Comentários: Para que a tutela à mulher seja a mais ampla possível, ao processo, ao

julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão

as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que

não conflitarem com o estabelecido na LMP. Só devemos lembrar que não são usuais os procedimentos e os benefícios da Lei dos Juizados

Especiais, a Lei 9.099/95.

Gabarito: CERTO.

9. Segundo a Lei de Violência Doméstica (Lei n° 11.340/06), o

Ministério Público deverá: a) intervir, quando não for parte, nas causas criminais, sendo

dispensada sua intervenção nas causas cíveis decorrentes da

violência doméstica e familiar contra a mulher. b) cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a

mulher. c) determinar, por prazo certo, a inclusão da mulher em

situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e

municipal. d) encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa

oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento. e) assegurar à mulher em situação de violência doméstica e

familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção, quando servidora pública,

integrante da administração direta ou indireta. (FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista – Processual)

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Comentários: A) ERRADO. Na verdade, a intervenção do Parquet (do Ministério

Público) é possível tanto nas causas cíveis como nas penais. B) CERTO. A LMP determina ao MP que faça tal tarefa.

C) ERRADO. Tal competência é do juiz. D) ERRADO. Tal competência é do juiz.

E) ERRADO. Tal competência é do juiz.

Gabarito: LETRA “B”.

10. Tendo em vista que, de acordo com legislação especial, a tutela

da criança e do adolescente e da mulher recebe tratamento

específico, julgue os itens a seguir. Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar

contra a mulher é entendida como a ação ou omissão que provoque morte, lesão, sofrimento físico, sexual e psicológico e

danos moral e patrimonial. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária)

Comentários:

Prezados alunos, apesar de a questão ter sido anulada, devemos fixar que para os efeitos da LMP, configura violência doméstica e familiar

contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano

moral ou patrimonial: No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de

convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar,

inclusive as esporadicamente agregadas; No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por

indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; (aquela visão de que

a família é somente a sociedade formada por pai, mãe e filho não é mais adotada)

Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. (é

por isso que se diz que o agressor pode ter sua prisão em flagrante decretada, mesmo que não conviva com a ofendida)

TALVEZ a questão tenha sido anulada porque faltou especificar em que âmbitos a violência ocorre, bem como faltou dizer que a violência se

configura por meio de qualquer ação ou omissão.

Gabarito: ANULADA.

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38. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE

1. A Lei Maria da Penha permite a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher com competência cível e

criminal para abranger as questões de família decorrentes da violência contra a mulher. (CESPE, Técnico em Procuradoria da PGE/PA, 2007)

2. A questão baseia-se na Lei Maria da Penha. Ainda sobre a Lei Maria da Penha, o Juiz poderá decidir:

a) Apreender imediatamente a arma do agressor, cancelando por cinco anos seu porte de arma de fogo.

b) Determinar o afastamento definitivo do domicílio comum com a ofendida.

c) Pela proibição da alienação ou locação de bens comuns, liminarmente.

d) Prestação de caução por perdas e danos materiais decorrentes da violência mediante recibo da vítima, sob pena de prisão.

(FUMARC - 2011 – PM/MG - Oficial da Polícia Militar)

3. A questão baseia-se na Lei Maria da Penha. Quanto ao atendimento da mulher/vítima dos crimes estipulados na Lei

Maria da Penha, analise as afirmativas abaixo: I. A autoridade policial deve adotar providências imediatas ao constatar

que as medidas protetivas de urgência deferida que não foram adotadas em relação à vítima.

II. Os órgãos policiais devem providenciar transporte para a ofendida quando for importante colocá-la em um abrigo.

III. A autoridade policial deverá mandar em 24 horas um expediente apartado para o Juiz, com a finalidade de propor a aplicação de

medidas protetivas de urgência em relação à ofendida. Assinale a alternativa CORRETA.

a) As afirmativas I, II e III estão corretas. b) As afirmativas I, II e III estão incorretas.

c) Apenas a afirmativa I está correta.

d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. (FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar)

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4. Apenas o cônjuge ou companheiro podem ser considerados autores de

violência doméstica e familiar contra as mulheres, nos termos da LMP. (CESPE, PMDF, Administração, 2010)

5. Com a finalidade de proteger patrimônio comum ou particular de mulher vitimada por violência, o juiz deverá impor, em caráter liminar,

a separação de corpos. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária)

6. De acordo com a Lei n.º 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a

mulher, o juiz poderá aplicar ao agressor, de imediato, a seguinte medida protetiva de urgência:

a) proibição de aproximar-se da ofendida, de seus familiares e das

testemunhas, fixando limite mínimo de distância entre estes e o agressor.

b) decretação da prisão temporária do agressor. c) proibição de contato direto com a ofendida, seus familiares e

testemunhas, salvo indiretamente, por telefone ou carta. d) arbitramento do valor a ser prestado a título de alimentos definitivos

à ofendida e aos filhos menores. (CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem Unificado, Primeira Fase)

7. É correto afirmar, nos termos do que determina a Lei contra a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Lei n.° 11.340/06) que

a) a autoridade policial poderá determinar, de imediato, o afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida.

b) a autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e

seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de

vida. c) ao agressor condenado é cabível a aplicação de pena de pagamento

de cesta básica ou outras de prestação pecuniária. d) as medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou

cumulativamente, mas em nenhuma hipótese, poderão ser substituídas.

e) A autoridade policial poderá, de imediato, determinar a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida. (PC-SP -

2011 - PC-SP - Delegado de Polícia)

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8. No caso de violência doméstica contra a mulher, o processo, o

julgamento e a execução das causas cíveis e criminais regem-se pelas normas do Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil e

pela legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com a Lei Maria da Penha. (CESPE - 2012 - STJ -

Analista Judiciário - Área Judiciária)

9. Segundo a Lei de Violência Doméstica (Lei n° 11.340/06), o Ministério

Público deverá: a) intervir, quando não for parte, nas causas criminais, sendo

dispensada sua intervenção nas causas cíveis decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

b) cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a

mulher. c) determinar, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de

violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

d) encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.

e) assegurar à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à

remoção, quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta. (FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista – Processual)

10. Tendo em vista que, de acordo com legislação especial, a tutela da criança e do adolescente e da mulher recebe tratamento específico,

julgue os itens a seguir. Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar contra a

mulher é entendida como a ação ou omissão que provoque morte,

lesão, sofrimento físico, sexual e psicológico e danos moral e patrimonial. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária)

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39. GABARITO

40. EXTRA

1 - CERTO 2 – letra c 3 – letra d

4 -ERRADO

5 -ERRADO

6 – letra a

7 – letra b 8 - CERTO 9 – letra b

10 -ANULADA

Em casos de violência contra a mulher, o juiz poderá determinar que o agressor compareça obrigatoriamente a programas de recuperação e reeducação.

• CESPE, Técnico da Procuradoria, PGE-PA, 2007

A LMP alterou a Lei 7.210, de 1984. Há a previsão indicada acima!...

• Gabarito: CERTO.

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Despeço-me de todos com um abraço

grande!... Bons estudos!... Obrigada

por sua presença nesta aula! Espero

ver você na próxima aula e nos fóruns,

combinado? Professora Tatiana Santos.

PS: ACOMPANHE OS ARTIGOS QUE PUBLICO

A RESPEITO DOS TEMAS DO NOSSO CURSO!