influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no...

29
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a estrutura da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Ana Carolina Oliveira de Andrade Ilha Solteira SP Junho, 2017

Upload: others

Post on 28-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE ENGENHARIA

CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a estrutura

da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP

Ana Carolina Oliveira de Andrade

Ilha Solteira – SP

Junho, 2017

Page 2: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE ENGENHARIA

CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a estrutura

da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP

Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade

Orientador: Prof. Dr. Igor Paiva Ramos

Co-orientadora: Msc. Letícia de Oliveira Manoel

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Engenharia,

Câmpus de Ilha Solteira, Universidade

Estadual Paulista “Julio de Mesquita

Filho”, como parte das exigências para

obtenção do título de Bacharel em Ciências

Biológicas.

Ilha Solteira – SP

Junho, 2017

Page 3: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

DEDICO

As pessoas mais importantes de minha vida: meus pais Celina Aparecida

Oliveira de Andrade e Guilherme Aparecido de Andrade por todo incentivo e apoio,

sendo sempre meu amparo para todos os momentos e as peças principais para que eu

chegasse até aqui, contribuindo imensamente para a minha formação profissional e

pessoal, não medindo esforços para a realização desse sonho!

Page 4: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

AGRADECIMENTOS

O primeiro agradecimento é sempre a Deus, pelo presente da vida, por me dar

forças e sempre ouvir minhas orações, concedendo todas as bênçãos necessárias para eu

chegar até aqui.

À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Faculdade

de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS).

A todos os docentes da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, em especial meu

orientador Igor Paiva Ramos, por todos esses anos de aprendizado, dedicação e por

todos os ensinamentos compartilhados e a querida Letícia de Oliveira Manoel, que

esteve presente em cada página desse capítulo de minha vida, sendo minha companheira

e me respaldando sempre que precisei e a todos os colegas que fazem parte do grupo

Pirá – Laboratório de Ecologia de Peixes.

Aos meus familiares que me respaldaram sempre que precisei, em especialmente

minha mãezinha que sempre se preocupou comigo, estando sempre ao meu lado mesmo

que na distância e que nunca me deixou desistir.

A todas minhas amigas frutalenses, em especial as amigas irmãs de coração Lhays

Rodrigues Kinoshita, Raphaella Macêdo, Layanne Zanolla e Maria Letícia Duarte

Martins, que nunca me deixaram esquecer a importância de uma irmandade.

As amizades que fiz nesses anos de faculdade, Allana Pizzapio, Ana Beatriz Gomes

Forini, Juliana Prado Gusson, Loanda Cumba, Tainah Boian e Thaís Bravo que foram

imprescindíveis para minha permanência em Ilha Solteira, estando presentes no dia-a-

dia, sendo cumplices, fazendo parte do meu crescimento pessoal e profissional.

Page 5: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

SUMÁRIO

RESUMO.....................................................................................................6

LISTA DE FIGURAS..................................................................................7

LISTA DE TABELAS.................................................................................8

INTRODUÇÃO............................................................................................9

OBJETIVOS...............................................................................................11

Objetivo geral...................................................................................11

Objetivos específicos........................................................................11

MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................12

Área de estudo..................................................................................12

Procedimentos em campo.................................................................14

Análises dos dados............................................................................15

RESULTADOS..........................................................................................16

DISCUSSÃO..............................................................................................22

CONCLUSÕES..........................................................................................25

REFERÊNCIAS.........................................................................................26

Page 6: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

6

RESUMO

Atualmente a piscicultura em tanques-rede encontra-se em crescimento no Brasil.

Contudo, tal atividade aporta nutrientes ao ambiente aquático, podendo ocasionar

mudanças ambientais, como o enriquecimento orgânico da água e alterações na

abundância e composição da ictiofauna. Entretanto, a amplitude de seus impactos

ambientais é pouco conhecida em sistemas de água doce em todo mundo. Assim, o

objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de uma piscicultura em tanques-rede

sobre a estrutura da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP. Foram

realizadas doze coletas bimestrais entre setembro/2014 e agosto/2016, com auxílio de

redes de espera em duas áreas amostrais, uma sobre influência de pisciculturas em

tanques-rede (TR) e a outra área livre de influência (CT). Os peixes capturados foram

identificados e quantificados. Foram calculados a riqueza de espécies (S), abundância

numérica, índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equitabilidade de Pielou (J)

com auxílio dos softwares Past 3.0. As análises estatísticas foram realizadas com auxílio

dos softwares BioEstat 5.0. Foram capturados 2.614 exemplares, sendo 1.669 na área

Tanque e 945 na área Controle. Para ambas as áreas, observou-se maior riqueza de

espécies para ordem Characiformes e Perciformes, seguida de Siluriformes. Em termos

de abundância numérica, em ambas as áreas a ordem Perciformes foi a mais abundante,

seguida por Siluriformes e baixa abundância para Characiformes. Quanto às análises da

estrutura da comunidade, não houve diferença quanto à riqueza de espécies (TR 23 e CT

25, p = 0,685, t = 0,409), Diversidade de Shannon-Wiener (TR 1,708 e CT 1,949, p =

0,901, U = 0,404) e Equitabilidade de Pielou (TR 0,54 e CT 0,60, p = 0,482, t = 0,714).

Contudo, houve diferença quanto à abundância numérica (TR 1669 e CT 945, p =

0,034, t = 2,317) entre as áreas. Também se observou diferenças na estrutura

ictiofaunística (Permanova one-way F = 3,89 e p = 0,003), sendo as espécies Geophagus

proximus, Plagioscion squamosissimus e Pimelodus cf. platicirris as que mais

contribuíram para a diferença segundo a análise SIMPER. Assim, conclui-se que a

piscicultura em tanques-rede influência a estrutura da ictiofauna local.

Palavras-chaves: Agua doce, alterações ambientais, ambiente aquático, aquicultura,

impacto ambiental.

Page 7: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa do Brasil, em destaque o reservatório de Ilha Solteira, com indicação das

áreas amostrais nas quais foi desenvolvido o projeto; B e C) Vista panorâmica da área

Tanque e Controle respectivamente......................................................................................13

Figura 2. Vista panorâmica da área Tanque.........................................................................13

Figura 3. Vista panorâmica da área Controle......................................................................13

Figura 4. Método de coleta (rede de espera) utilizado nas áreas amostrais (Tanque e

Controle) no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP...................................................14

Figura 5. Participação das ordens de peixes em (A) riqueza de espécies e (B) número de

indivíduos para as áreas Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP

entre setembro de 2014 a agosto de 2016..............................................................................18

Figura 6. Participação das espécies de peixes em abundância numérica para as áreas

Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP entre setembro de 2014

a agosto de 2016....................................................................................................................19

Page 8: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Posição taxonômica, nome vulgar e abundância numérica das espécies de

coletados nas áreas Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP.

...............................................................................................................................................17

Tabela 2. Atributos ecológicos da ictiofauna para as áreas de Tanque e Controle no

reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP.....................................................................19

Tabela 3. Resultado da análise SIMPER para as espécies de peixes silvestres das áreas

de Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP............................20

Page 9: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

9

INTRODUÇÃO

A aquicultura representa nova fronteira para o crescimento do agronegocio no

país, como indicam políticas públicas que visam expandir tal atividade. Dentre elas

temos o Plano de Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira (PDA), criado para

ampliar e efetivar as açoes que vao orientar o desenvolvimento sustentável da

aquicultura no Brasil até o ano de 2020 (MPA, 2015).

Neste sistema de criação a espécie Oreochromis niloticus (tilápias do Nilo e suas

linhagens) possui a maior produção dentre as espécies de peixes cultivadas no Brasil

(219.329 toneladas = 45,4% da produção de pescado em 2015). Entretanto, o cultivo de

O. niloticus pode causar problemas para a biodiversidade brasileira bem como nos

serviços ecológicos prestados pelas comunidades aquáticas atingidas/influenciadas por

estes empreendimentos (PELICICE et al., 2013).

Diversos autores como Beveridge (2004), Krkosek et al. (2005), Yucel- Gier et al.

(2007) e Ramos et al. (2013), discutem a problemática desta atividade em águas

costeiras e continentais. Tais autores citam impactos desde a qualidade da água e do

sedimento até implicações sobre a estrutura das comunidades bentônica, planctônica e

de peixes, mudanças nas taxas de parasitismo de peixes silvestres, além dos inerentes

escapes de peixes em cultivo, propiciando a introdução de espécies não-nativas.

Desta forma, efluentes (restos de ração, fezes, muco, escamas, peixes mortos)

desta atividade são aportados ao ecossistema aquático, podendo induzir diversas

alterações ambientais. Essa entrada de matéria orgânica alóctone no ecossistema

aquático pode causar alterações na abundância e composição da ictiofauna, incluindo

desde a redução drástica ou mesmo o desaparecimento local de algumas espécies de

peixes, bem como a disseminação de espécies oportunistas (AGOSTINHO et al., 2007).

Dentre elas, destacam-se também processos de eutrofização (PENCZAK et al., 1982;

Page 10: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

10

WESTON, 1991), alterações na cadeia alimentar da biota silvestre (BEVERIDGE,

2004; HÅKANSON, 2005; RAMOS et al., 2008, 2013a), alteraçoes em atributos

populacionais da ictiofauna silvestre (BRANDÃO et al., 2012; RAMOS et al., 2013a)

mudanças na estrutura da ictiofauna local (DEMPSTER et al., 2002; MACHIAS et al.,

2006).

Apesar do cultivo de peixes em tanques-rede estar sendo incentivado em águas

de represas hidrelétricas brasileiras, há pouca informação sobre as possíveis alterações

que esse sistema de cultivo pode causar a estrutura da comunidade ictiofaunística em

água doce. Portanto, são cada vez mais necessários estudos aprofundados e diagnósticos

corretos dos fatores que influenciam a estrutura e o comportamento da comunidade de

peixes para balizar medidas de conservação (MARQUES, 2014). Neste contexto, a

represa de Ilha Solteira, por apresentar áreas aquícolas delimitadas e empreendimentos

de pisciculturas em tanques-rede em operação, possui características favoráveis a

estudos nesta vertente.

Sendo assim, o presente estudo busca responder ao seguinte questionamento:

Seria possível pisciculturas em tanque-redes influenciar a estrutura da ictiofauna no

reservatório de Ilha Solteira, SP?

Page 11: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

11

OBJETIVOS

Objetivo geral

Avaliar a influência de uma piscicultura em tanques-rede sobre a estrutura da

ictiofauna no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, São Paulo, Brasil.

Objetivos específicos

• Caracterizar a ictiofauna associada ao sistema de tanques-rede (Tanque) e de

área sem a influência de pisciculturas em tanques-rede (Controle);

• Comparar à estrutura da ictiofauna (riqueza, abundância, diversidade e

equitabilidade) entre as áreas Tanque e Controle.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

O reservatório de Ilha Solteira, formado em 1978, sob domínio da União,

localiza-se na região do alto rio Paraná, seu principal rio formador, entre os Estados de

São Paulo e Mato Grosso do Sul. O reservatório de Ilha Solteira é do tipo bacia de

acumulação, com profundidade média de 17,6 m, volume máximo de 21,06 x 109 m3,

bacia hidrográfica de 1.195 km2 de área e tempo de residência de 46,7 dias (CESP,

2011). Atualmente vários empreendimentos de pisciculturas em tanques-rede utilizam

este reservatório para criação de linhagens de tilápias-do-nilo (O. niloticus), entre outras

espécies.

As coletas foram realizadas em duas áreas amostrais, uma em piscicultura em

tanques-rede - Área Tanque (TQ) no município de Santa Clara D’Oeste – SP, no braço

Page 12: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

12

Can-Can do reservatório de Ilha Solteira, rio Grande (50°55’57.60’’W e

20°02’33.62’’S) e a segunda em uma área 10 km a montante, similar fisiograficamente -

Área Controle (CT), sem a influência de sistemas de pisciculturas em tanques-rede

(50°51'58.94"W e 20° 0'13.71"S) (Figura 1, 2 e 3).

Figura 1. Mapa do Brasil, em destaque o reservatório de Ilha Solteira, com indicação

das áreas amostrais nas quais foi desenvolvido o projeto.

Page 13: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

13

Figura 2. Vista panorâmica da área Tanque. Autoria: Letícia de Oliveira Manoel

Figura 3. Vista panorâmica da área Controle. Autoria: Letícia de Oliveira Manoel

Page 14: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

14

Procedimentos em campo

As coletas foram realizadas entre setembro/2014 e agosto/2016 com

periodicidade bimestral, com auxílio de redes de espera de diferentes malhagens. Foram

utilizados dois lotes de redes com malhas 3, 4, 5, 6 e 7 cm entre nós não adjacentes e um

lote de redes com malhas 7, 8, 10, 12 e 14 cm entre nós não adjacentes, instaladas no

período entre 17:00 e 18:00 horas e recolhidas após 12 horas (Figura 2).

Figura 4. Método de coleta (rede de espera) utilizado nas áreas amostrais (Tanque e

Controle) no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP. Autoria: Letícia de Oliveira

Manoel.

Page 15: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

15

Os espécimes coletados foram individualizados em sacos plásticos e

gradativamente resfriados (caixas térmicas preenchidas com gelo em cubos) a fim de

diminuir rapidamente a sua atividade metabólica até o óbito, conforme autorização

SISBIO nº 42229-1. Posteriormente, os indivíduos coletados foram identificados até o

menor nível taxonômico possível e quantificados, visando à caracterização das

assembleias de peixes em ambas as áreas.

Análises dos dados

Foram calculados riqueza de espécies (S), abundância numérica, índice de

diversidade de Shannon-Wienner (H’) e equitabilidade de Pielou (J) (Krebs, 1989) para

as áreas Tanque e Controle.

A abundância numérica relativa de cada espécie, o índice de diversidade de

Shannon-Wienner (H’), equitabilidade de Pielou e riqueza de espécies (S) (Krebs,

1989), para ambas as áreas, apos calculadas mensalmente foram submetidas à análise de

normalidade e comparados com teste estatístico pertinente, sendo o teste-t aplicado para

a abundância numérica relativa, riqueza de espécies (S) e equitabilidade de Pielou e

teste-U (Mann-Whitney) para diversidade de Shannon-Wienner (H’).

Para verificar diferenças na estrutura da comunidade entre as áreas aplicou-se a

análise PERMANOVA one-way (Anderson, 2001) e posteriormente análise SIMPER

para verificar a contribuição de cada espécie para diferença observada, ambas utilizando

a distância de Bray-Curtis (Clarke, 1993). Ressalta-se que todas as análises estatísticas

foram realizadas com auxílio dos softwares Past 3.0 e BioEstat 5.0 e o nível de

significância adotado foi p < 0,05.

Page 16: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

16

RESULTADOS

Foram capturados 2.614 exemplares, sendo 1.669 pertencentes à área Tanque e 945

na área Controle. Para área Tanque registrou-se três ordens, 11 famílias e 23 espécies,

enquanto para área Controle foram registradas três ordens, nove famílias e 25 espécies

(Tabela 1).

Quanto à riqueza de espécies por ordem, para ambas as áreas, observou-se maior

riqueza de espécies para ordem Characiformes. Sendo a ordem Perciformes mais

abundante na área controle, e Siluriformes similar em ambas as áreas (Figura 5A). Em

termos de abundância numérica, em ambas as áreas a ordem Perciformes foi a mais

abundante, com destaque para as espécies não-nativas Geophagus cf. proximus e

Plagioscion squamosissimus, seguida por Siluriformes, destacando-se a espécie nativa

Pimelodus cf. platicirris, principalmente na área Tanque. Para Characiformes observou-

se baixa abundância, sendo mais abundante na área controle, com destaque para

Serrasalmus maculatus (Figura 5B). As demais espécies apresentaram abundância

numérica inferior a 7% (Figura 6).

Page 17: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

17

Tabela 1. Posição taxonômica, nome vulgar e abundância numérica das espécies de

peixes coletadas nas áreas Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio

Grande, SP.

Tanque Controle

CHARACIFORMES

Anostomidae

Leporinus friderici (Bloch, 1794) piau-três-pintas 1 0

Characidae

Metynnis maculatus (Kner, 1858) pacu-prata 56 13

Serrasalmus maculatus Kner, 1858 piranha 11 70

Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1837 piranha 19 1

Schizodon nasutus Kner, 1858 ximborê 30 9

Schizodon intermedius Garavello e Britski 1990 piau 0 5

Triportheus nematurus (Kner, 1858) sardela 14 38

Roeboides paranensis Pignalberi, 1975 dentudo 13 13

Curimatidae

Cyphocharax sp. saguiru 2 0

Steindachnerina insculpta (Fernández-Yépez, 1948) saguiru 17 2

Cynodontidae

Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 cachorra 19 32

Erythrinidae

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) traíra 6 26

Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875) peixe-cachorro 3 4

PERCIFORMES

Sciaenidae

Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) corvina 488 307

Cichlidae

Astronotus sp. 0 1

Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006 tucunaré azul 2 7

Cichla kelberi Kullander & Fereira, 2006 tucunaré amarelo 9 45

Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) tilápia 7 3

Satanoperca pappaterra (Heckel, 1840) zoiúdo 25 15

Geophagus cf. proximus (Castelnau, 1855) porquinho 631 317

Tilapia rendalli (Boulenger, 1897) tilápia 0 2

Crenicichla sp. joaninha 0 4

SILURIFORMES

Loricariidae

Hypostomus sp. cascudo 2 1

Pterygoplichthys anisitsi (Eigenmann & Kennedy,1903) cascudo 13 5

Megalancistrus parananus (Peters, 1881) cascudo abacaxi 0 1

Pimelodidae

Pimelodus sp. mandi 1 0

Pimelodus cf. platicirris Borodin,1927 mandi 297 23

Pinirampus pirinampu (Agassiz, 1829) barbado 0 1

Callichthyidae

Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) tamboatá 3 0

Total de indivíduos 1669 945

Táxons Nome ComumAbundância Numérica

Page 18: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

18

0

2

4

6

8

10

12

14

Characiformes Perciformes Siluriformes

Riq

uez

a d

e es

péc

ies

(S)

Tanque ControleA

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Perciformes Siluriformes Characiformes

de

ind

ivíd

uo

s

B

Figura 5. Participação das ordens de peixes em (A) riqueza de espécies e (B) número de

indivíduos para as áreas Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande,

SP entre setembro de 2014 a agosto de 2016.

Page 19: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

19

0

100

200

300

400

500

600

700

G. proximus P. squamosissimus

P. platicirris M. maculatus S. maculatus C. kelberi Outros (TR 17/ CT19 espécies)

Nº d

e in

div

íduos

Tanque Controle

Figura 6. Participação das espécies de peixes em abundância numérica para as áreas

Tanque e Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP entre setembro de

2014 a agosto de 2016.

Quanto às análises da estrutura da comunidade, observou-se que apesar de não

terem sido observadas diferenças quanto à riqueza (TR 23 e CT 25, p = 0,685, t =

0,409), Diversidade de Shannon-Wiener (TR 1,708 e CT 1,949, p = 0,901, U = 0,404) e

Equitabilidade de Pielou (TR 0,54 e CT 0,60, p = 0,482, t = 0,714), houve diferença

quanto à abundância numérica (TR 1669 e CT 945, p = 0,034, t = 2,317) entre as áreas,

com maior abundância observada na área Tanque (Tabela 2).

Tabela 2. Atributos ecológicos da ictiofauna para as áreas de Tanque e Controle no

reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP.

TR CT

Abundância 1669 945 p = 0,034

Riqueza (S) 23 25 p = 0,685

Diversidade (H') 1,708 1,949 p = 0,901

Equitabilidade (J) 0,544 0,605 p = 0,482

AtributosEstações de amostragem

P

Também, foram observadas diferenças na estrutura ictiofaunística entre as áreas

(Permanova one-way p = 0,003 e F = 3,89), sendo, segundo a análise SIMPER, as

Page 20: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

20

espécies alóctones com capacidade de ajuste a alterações ambientais, como G. cf.

proximus, P. squamosissimus e P. cf. platicirris as que mais contribuíram para a

dissimilaridade, com 60,93% (Tabela 3).

Tabela 3. Análise de SIMPER para as espécies de peixes silvestres das áreas Tanque e

Controle no reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP.

Táxons Contribuição Acumulado % Tanque Controle

Geophagus cf. proximus (Castelnau, 1855) 17,45 28,64 52,6 26,4

Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) 13,65 51,06 40,7 25,6

Pimelodus platicirris Borodin,1927 11,67 70,21 24,8 1,92

Serrasalmus maculatus Kner, 1858 2,792 74,79 0,917 5,83

Metynnis maculatus (Kner, 1858) 1,873 77,87 4,67 1,08

Triportheus nematurus (Kner, 1858) 1,822 80,86 1,17 3,17

Cichla kelberi Kullander & Fereira, 2006 1,771 83,76 0,75 3,75

Schizodon nasutus Kner , 1858 1,707 86,56 2,5 0,75

Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 1,164 88,47 1,58 2,67

Satanoperca pappaterra (Heckel, 1840) 1,079 90,25 2,08 1,25

Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) 1,022 91,92 0,5 2,17

Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1837 0,9473 93,48 1,58 0,0833

Roeboides paranensis Pignalberi, 1975 0,7674 94,74 1,08 1,08

Pterygoplichthys anisitsi Eigenmann & Kennedy,1903 0,6211 95,76 1,08 0,417

Steindachnerina insculpta (Fernández-Yépez, 1948) 0,5411 96,64 1,42 0,167

Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006 0,37 97,25 0,167 0,583

Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) 0,339 97,81 0,583 0,25

Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875) 0,2745 98,26 0,25 0,333

Schizodon intermedius Garavello e Britski_(1990) 0,2175 98,62 0 0,417

Crenicichla sp. 0,1911 98,93 0 0,333

Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) 0,1428 99,16 0,25 0

Cyphocharax sp. 0,12 99,36 0,167 0

Tilapia rendalli (Boulenger, 1897) 0,08361 99,5 0 0,167

Hypostomus sp 0,07851 99,63 0,167 0,0833

Leporinus friderici (Bloch,1794) 0,05998 99,73 0,0833 0

Pimelodus sp. 0,0557 99,82 0,0833 0

Astronotus sp. 0,04282 99,89 0 0,0833

Megalancistrus parananus (Peters, 1881) 0,03626 99,95 0 0,0833

Pinirampus pirinampu (Agassiz, 1829) 0,03239 100 0 0,0833

Page 21: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

21

DISCUSSÃO

Quanto às análises da estrutura da comunidade, os resultados demonstraram

diferenças na abundância numérica entre as áreas Tanque e Controle. A área Tanque

apresentou maior número de indivíduos em relação à área Controle, sendo que as

possíveis causas desse aumento podem estar relacionadas com o enriquecimento

orgânico do sedimento e água e uma possível alteração na dieta dos peixes que habitam

as áreas próximas aos tanques. Esse sistema de cultivo em tanques-rede se constitui em

uma fonte de entrada constante de nutrientes no ambiente aquático, tais como nitrogênio

e fósforo (TACON e FORSTER, 2003), que pode levar à deterioração da qualidade da

água e a mudanças no ambiente. Entre estas mudanças, a atração exercida por restos de

ração, peixes cultivados, animais mortos, escamas e fezes são responsáveis por altas

concentrações de peixes em áreas com essa modalidade de cultivo (DEMPSTER et al.,

2004, AGOSTINHO et al., 2007).

Assim, espera-se que para a ictiofauna, o aporte de matéria orgânico e nutriente

promova mudanças em diferentes escalas, levando a proliferação de algumas espécies e

à redução de outras menos tolerantes. Ao nível de comunidade é possível à ocorrência

de alteração na estrutura, não apenas pelos efeitos no recrutamento diferenciado, mas

também pela atração que a área cultivada exerce sobre as espécies de peixes

oportunistas, com reflexos na densidade, na relação predador-presa e na incidência de

parasitas e doenças (AGOSTINHO et al., 1999).

Este efeito ocorre principalmente devido ao fato de que reservatórios geralmente

são pobres em habitats e recursos alimentares, quando comparados a sistemas lóticos

(AGOSTINHO et al., 2007). Desta forma, as estruturas dos tanques-rede podem

oferecer abrigo (DEMPSTER e TAQUET, 2004) e alimento a biota silvestre

(DEMÉTRIO et al., 2012; RAMOS et al., 2013b). Isto ocorre, pois até 30% da matéria

Page 22: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

22

orgânica utilizada no sistema de cultivo, são disponibilizados no ambiente aquático na

forma de efluentes (PILLAY, 2004).

Esta utilização pode ocorrer de forma direta por meio do consumo dos efluentes

ou indiretamente por meio do enriquecimento orgânico local. Assim, a atratividade de

animais de pequeno porte que fazem parte da cadeia alimentar (STRICTAR-PEREIRA

et al., 2010; BRANDÃO et al., 2012; DEMÉTRIO et al., 2012; RAMOS et al., 2013b),

atraem animais de grande porte (predadores) que se alimentam desses animais de

pequeno porte, como P. squamosissimus. Aliado a este fato, tem-se a atração das

espécies onívoras, com ampla plasticidade alimentar como G. cf. proximus e P. cf.

platicirris, que consomem os restos de ração que são depositados no sedimento e

dissolvidos na coluna de água na área Tanque. Desta forma, verifica-se que a facilidade

de forrageamento proporcionada pela ração serve como atrativo, elevando a densidade

populacional dessas espécies no entorno de tanques-rede e consequentemente

interferindo na abundância numérica entre as áreas, podendo assim justificar os

resultados encontrados no presente estudo.

Resultados semelhantes foram apresentadas por Ramos et al. (2013b), em um

estudo para as áreas de reservatórios tropicais. Nesse estudo, os autores acima

demonstram que as alterações na dieta da espécie onívora de Pimelodus maculatus estão

diretamente relacionadas com a presença de atividades piscícolas. Este fato é evidente

ao observar um maior número de itens alimentares utilizados por peixes na área

Controle em relação ao número de itens alimentares utilizados pelos peixes na área

Tanque. Estas espécies generalistas, como G. cf. proximus e P. maculatus usam um

novo recurso alimentar de fácil aquisição e alta disponibilidade, como os restos de

ração, explicando os resultados obtidos.

Page 23: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

23

Sendo assim, peixes silvestres são atraídos para áreas próximas à piscicultura em

tanques-rede, que atuam como FAD’s (fish aggregation devices), fato este bem

documentado para piscicultura em ambiente marinho e havendo poucos relatos para

pisciculturas em sistemas de água doce (DEMPSTER et al., 2002, 2004; BUBIĆ et al.,

2011; OZGUL & ANGEL, 2013; BRANDÃO et al., 2012; RAMOS et al., 2013, 2015;

IZQUIERDO-GÓMEZ et al., 2015), ressaltando assim a importância para estudos

voltados para ambientes dulcícolas.

Page 24: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

24

CONCLUSÕES

Conclui-se que a atividade de piscicultura em tanques-rede no reservatório de Ilha

Solteira, influencia diretamente a ictiofauna silvestre local, atraindo os peixes para a

área próxima aos tanques em busca de restos de ração como alimento, causando

modificações na estrutura da comunidade, alterando a abundância numérica na área

próxima aos tanques.

Page 25: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

25

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L.C.; SUZUKI, H.I.; Jr. JÚLIO, H. F. Riscos da

implantação de cultivos de espécies exóticas em tanques-redes em reservatórios do Rio

Iguaçu. Cadernos da Biodiversidade. Curitiba, v. 2, n. 2, p. p1-9, 1999.

AGOSTINHO, A.A.; GOMES, L.C.; PELICICE, F.M. Ecologia e Manejo de Recursos

Pesqueiros em Reservatórios do Brasil. EDUEM: Maringá, 2007.

AGOSTINHO, A.A.; PELICICE, F.M; GOMES, L.C. Dams and the fish fauna of the

Neotropical region: impacts and management related to diversity and

fisheries. Brazilian Journal of Biology, v. 68, n. 4, p. 1119-1132, 2008.

ANDERSON, M.J.; A new method for non‐parametric multivariate analysis of

variance. Austral ecology, v. 26, n. 1, p. 32-46, 2001.

AZEVEDO-SANTOS, V.M.D.; RIGOLIN-SÁ, O.; PELICICE, F.M. Growing, losing

or introducing? Cage aquaculture as a vector for the introduction of non-native fish in

Furnas Reservoir, Minas Gerais, Brazil. Neotropical Ichthyology, v. 9, n. 4, p. 915-919,

2011.

BEVERIDGE, M.C.M. Cage aquaculture. 3ª ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2004.

BRANDÃO, H. Influence of a cage farming on the population of the fish species

Apareiodon affinis (Steindachner, 1879) in the Chavantes reservoir, Paranapanema

River SP/PR, Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 24, n. 4, p. 438-448, 2012.

Page 26: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

26

BUBIĆ, T.Š.; GRUBIŠIĆ, L.; TIČINA, V.; KATAVIĆ, I. Temporal and spatial

variability of pelagic wild fish assemblages around Atlantic bluefin tuna Thunnus

thynnus farms in the eastern Adriatic Sea. Journal of Fish Biology, v. 78, n. 1, p. 78-97,

2011.

CESP - Companhia Energética de São Paulo. Disponível em <http://www.cesp.br>

Acesso em: 17/11/2011.

CLARKE, K. R. Non-parametric multivariate analysis of changes in community

structure. Australian Journal of Ecology, v. 18, n. 1, p. 117-143, 1993.

DEMÉTRIO, J.A.; GOMES, L.C.; LATINI, J.D.; AGOSTINHO, A.A. Influence of net

cage farming on the diet of associated wild fish in a Neotropical reservoir. Aquaculture,

v. 330, p. 172-178, 2012.

DEMPSTER, T.; SANCHEZ-JEREZ, P.; BAYLE-SEMPERE, J.T.; GIMÉNEZ-

CASALDUERO, F.; VALLE, E.C. Attraction of wild fish to sea-cage fish farms in the

southwestern Mediterranean Sea: spatial and short-term temporal variability. Marine

Ecology Progress Series, v. 242, p. 237-252, 2002.

DEMPSTER, T.; TAQUET, M. Fish aggregation device (FAD) research: gaps in

current knowledge and future directions for ecological studies. Reviews in Fish Biology

and Fisheries, v. 14, n. 1, p. 21-42, 2004.

Page 27: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

27

HÅKANSON, L. Changes to lake ecosystem structure resulting from fish cage farm

emissions. Lakes & Reservoir: Research and Management, v. 10, n. 1, p. 71-80, 2005.

IZQUIERDO-GÓMEZ, D.; GONZÁLEZ-SILVERA, D.; ARECHAVALA-LÓPEZ, P.;

LÓPEZ-JIMÉNEZ, J.A.; BAYLE-SEMPERE, J.T.; SÁNCHEZ-JEREZ, P. Exportation

of excess feed from Mediterranean fish farms to local fisheries through different

targeted fish species. Journal of Marine Science, v. 72, n. 3, p. 930-938, 2014.

KREBS, C.J. Ecological methodology. New York: Collins, 1989.

KRKOSEK, M.; LEWIS, M.A.; VOLPE, J.P. Transmission dynamics of parasitic sea

lice from farm to wild salmon. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences,

v. 272, n. 1564, p. 689-696, 2005.

MACHIAS, A.; GIANNOULAKI, M.; SOMARAKIS, S.; MARAVELIAS, C.D.;

NOFITOU, C.; KOUTSOUBAS, D.; PAPADOPOULOU, K.N.; KARAKASSIS, E I.

Fish farming effects on local fisheries landings in oligotrophic seas. Aquaculture, v.

261, n. 2, p. 809-816, 2006.

MARQUES, H. Variação espaço-temporal de atributos ecológicos da ictiofauna de um

grande reservatório Neotropical. 2014.

MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura. Plano de desenvolvimento da aquicultura

brasileira 2015-2020. Brasília - DF, 2015.

Page 28: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

28

OZGUL, A.; ANGEL, D. Wild fish aggregations around fish farms in the Gulf of

Aqaba, Red Sea: implications for fisheries management and conservation. Aquaculture

Environment Interactions, v. 4, n. 2, p. 135-145, 2013.

PELICICE, F.M.; VITULE, J.R.S.; LIMA-JUNIOR, D.P.; ORSI, M.L; AGOSTINHO,

A.A. A serious new threat to Brazilian freshwater ecosystems: the naturalization of

nonnative fish by decree. Conservation Letters, v. 7, n. 1, p. 55-60, 2014.

PENCZAK, T.W.; GALICKA, W.; MOLINSKI, M.; KUSTO, E., M. ZALEWSKI. The

enrichment of a mesotrophic lake by carbon, phosphorus and nitrogen from the cage

aquaculture of raibow trout, Salmo gairdneri. Journal of Applied Ecology, p. 371-393,

1982.

PILLAY, T.V.R. Aquaculture and the environment (2ª edition). Blackwell Publishing,

212p, 2004 .

RAMOS, I.P.; BRANDÃO, H.; ZANATTA, A.S.; ZICA, E.O.P.; SILVA, R.J.;

REZENDE-AYROZA, D.M.M.; CARVALHO, E.D. Interference of cage fish farm on

diet, condition factor and numeric abundance on wild fish in a Neotropical reservoir.

Aquaculture, v. 414, p. 56-62, 2013a.

RAMOS, I.P.; FRANCHESCHINI, L.; ZAGO, A.C.; ZICA, E.O.P.; WUNDERLICH,

A.C.; CARVALHO, E.D.; SILVA, R.J. New host records and a checklist of fishes

infected with Austrodiplostomum compactum (Digenea: Diplostomidae) in Brazil.

Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 22, n. 4, p. 511-518, 2013.

Page 29: Influência de uma piscicultura em tanque-redes sobre a ... · da ictiofauna silvestre no reservatório de Ilha Solteira, SP Discente: Ana Carolina Oliveira de Andrade Orientador:

29

STRICTAR-PEREIRA, L.; AGOSTINHO, A.A.; GOMES, L.C. Cage culture with

tilapia induces alteration in the diet of natural fish populations: the case of

Auchenipterus osteomystax. Brazilian Journal Biology, v. 70, n. 4, p. 1021-1030, 2010.

TACON, A. G.J; FORSTER, I. P. Aquafeeds and the environment: policy implications.

Aquaculture, v. 226, n. 1, p. 181-189, 2003.

WESTON, D.P. The effects of aquaculture on indigenous biota. p. 534-567. In BRUNE,

D.E. e TOMASSO, J.R. (eds). Aquaculture and water quality. Lousiania, The World

Aquaculture Society, 1991.

YUCEL-GIER, G.; KUCUKSEZGIN, F.; KOCAK, F. Effects of fish farming on

nutrients and benthic community structure in the Eastern Aegean (Turkey). Aquaculture

Research, v. 38, n. 3, p. 256-267, 2007.