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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE OPERAÇÃO NA SEMEADURA DO ALGODÃO RONAN SAUER BUENO SINOP MATO GROSSO BRASIL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE OPERAÇÃO NA

SEMEADURA DO ALGODÃO

RONAN SAUER BUENO

SINOP

MATO GROSSO – BRASIL

2017

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RONAN SAUER BUENO

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE OPERAÇÃO NA SEMEADURA

DO ALGODÃO

Orientador: Dr. Thiago Martins Machado

Trabalho de curso apresentado à Universi-dade Federal de Mato Grosso - UFMT - Câmpus Universitário de Sinop, como parte das exigências para obtenção do Título de Engenheiro Agrícola e Ambiental.

SINOP

2017

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Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Thiago Martins Machado pela orientação, auxílio, compreensão,

paciência e confiança em meu trabalho.

À Universidade Federal do Mato Grosso, Câmpus Sinop.

Aos Professores Drs. Welington Gonzaga do Vale, Solenir Ruffato e Ednaldo

Antônio de Andrade do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, pelo suporte.

E aos Professores Drs. Diego Augusto Fiorese e Rodrigo Sinaidi Zandonadi,

do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, participantes da banca examinadora.

Aos amigos Adelina Vitória Servelhere de Rezende, André Campos Rodri-

gues, Bruno Fagundes da Rocha, Eduardo César Machado de Souza, Fabio Luis

Freitag, Gabriel Benhossi, Ismael Fagner Pfeifer, Israel Lima dos Santos, Mattheus

Frederico Back Koelln e Monyse Fin Barbosa, pela ajuda, compressão e suor derra-

mado.

A toda minha família, em especial minha mãe Marizete Sauer Bueno e ao

meu pai Ronny Teodeoro Bueno pelo apoio e incentivo em todo esse período.

Aos colegas de curso e de faculdade pelos momentos alegres durante todo

esse período.

E principalmente a Deus e Nossa Senhora Aparecida por tornar tudo isso

possível.

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................................... i

ABSTRACT .................................................................................................................................................ii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................. 2

2.1 Importância da cultura do algodão ............................................................................................. 2

2.2 Cultivo do algodão ....................................................................................................................... 3

2.3 Semeadura do algodão ................................................................................................................ 4

2.4 Semeadoras ................................................................................................................................. 5

2.5 Influência da Velocidade ............................................................................................................. 6

3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................................... 8

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................... 12

5. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 21

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 22

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RESUMO

A cultura do algodão atualmente demanda de um alto investimento em seu pacote tecnoló-gico de produção. Logo é de extrema importância para propriedades no ramo possuírem conhecimento técnico, devido à alta complexidade da cultura. Na etapa de estabelecimento da cultura na lavoura não é diferente, e para obtenção de sucesso nessa fase é necessário o uso correto das semeadoras de precisão, na tentativa de promover um aumento na produ-tividade. Para sistemas do tipo pneumático com alto valor agregado, é de grande importân-cia seu máximo aproveitamento, e para isso, estabelecer limites de velocidade para realiza-ção da semeadura. Diante dessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi avaliar a melhor faixa de velocidade de operação de uma semeadora-adubadora de precisão, com sistema dosador pneumático a vácuo, na implantação da cultura do algodão em uma fazenda no município de Sinop – MT. O experimento foi estabelecido em blocos casualizados, sendo cinco velocidades de deslocamento (5, 7, 9, 10 e 11 km h-1), com quatro repetições. As vari-áveis em estudo foram: uniformidade de distribuição longitudinal (falhas, múltiplos e aceitá-veis), coeficiente de variação e população final de plantas. Os resultados demostraram que o aumento da velocidade não proporcionou interferência na uniformidade de distribuição, e também na população de plantas. O coeficiente de variação ficou acima do mínimo estabe-lecido como ideal para semeadoras pneumáticas.

Palavras-chaves: Semeadoras de precisão, sistema dosador pneumático, velocidade de operação, uniformidade de distribuição.

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ABSTRACT

The cotton crop currently demands a high investment in its technological package of produc-tion. Therefore it is extremely important for properties in the industry to possess technical knowledge, due to the high complexity of the culture. In the stage of establishing the crop in the crop is not different, and to achieve success in this phase requires the correct use of pre-cision seeders, in an attempt to increase productivity. For pneumatic systems with high add-ed value, it is of great importance their maximum utilization, and for that, establishing speed limits. From this perspective, the objective of this study was to evaluate the best speed range of planters, with a pneumatic meter system, in the implantation of the cotton crop in a farm in the municipality of Sinop - MT. The experiment was set up in randomized blocks, with five speeds (5, 7, 9, 10 and 11 km h-1), with four replications. The variables studied were: uni-formity of longitudinal distribution (skips, multiple and acceptable), coefficient of variation and final plant population. The results showed that the increase in velocity did not interfere in the uniformity of distribution, and also in the plant population. The coefficient of variation was above the minimum established as ideal for pneumatic. Keywords: Planters, pneumatic meter system, operating speed, distribution uniformity.

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1. INTRODUÇÃO

A cultura do algodão tem grande influência na economia brasileira, estando entre as

dez maiores fontes de riqueza do setor agropecuário do país. Além de produzir umas das

fibras têxteis naturais mais importantes conhecidas, é considerada uma planta de aprovei-

tamento completo, tendo seu principal fim às indústrias têxteis, posteriormente indústrias

químicas, indústrias alimentícia humana, animal e ainda energética de biocombustíveis.

Uma das exigências fundamentais no cultivo do algodão herbáceo nos cerrados bra-

sileiros é a utilização de uma agricultura mecanizada com alta tecnologia associada. Grande

parte das propriedades rurais envolvidas nesse setor do agronegócio no Mato Grosso pode

ser classificada como empresas rurais, possuindo áreas que chegam a mais de 5 mil hecta-

res cultivados (RANGEL et al., 2003).

O método mais empregado atualmente no cerrado é a semeadura realizada pelo sis-

tema de plantio direto por meio de semeadoras de precisão. O sistema de plantio direto

consiste em realizar a semeadura no solo não preparado, desse modo se diferencia dos

demais processos de semeadura pelo fato de proporcionar menores intensidades de mobili-

zação de solo e pela redução na frequência da locomoção e tráfego de máquinas sobre o

solo, também tem como premissa manter sobre a superfície do solo, grande quantidade de

massa vegetal no intuito de impedir o impacto direto das gotas de chuva, diminuir a erosão,

além de reduzir a perda de umidade do solo por evaporação, entre outros benefícios.

Semeadoras de precisão são as máquinas que tem a capacidade de realizarem a

semeadura e adubação de sementes graúdas e fertilizantes, onde as sementes são deposi-

tadas, uma a uma. A distância entre sementes deveria ser teoricamente uniforme, onde

acaba sendo resultante do mecanismo dosador e distribuidor e também do deslocamento da

máquina. A variação no número de sementes na fileira de semeadura deve ser pequena.

Porém não existe uma precisão especifica na colocação destas sementes, oque possibilita a

ocorrência de variações nas posições das sementes nas fileiras. Logo os dosadores são os

responsáveis pela distribuição das sementes na fileira de semeadura. Densidades altas

acima da ideal estarão ocasionando plantas estioladas, com maior altura e de caules delga-

dos, que podem vir a facilitar seu acamamento e quebramento (SIQUEIRA, 2007).

Com este trabalho, objetivou-se avaliar a influência de diferentes velocidades de des-

locamento de uma semeadora-adubadora de plantio direto na distribuição longitudinal de

sementes de algodão no sulco de semeadura.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Importância da cultura do algodão

O Mato Grosso é o estado com maior produção da cultura, podendo corresponder

por 65,7% da produção do país, segundo a estimativa feita pela Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB) no levantamento da safra 2015/16. A área plantada de algodão na

primeira e segunda safra totalizou 597,6 mil hectares com produção estimada de 2.322,3 mil

toneladas de algodão em caroço. No Brasil a área pode chegar á 958,5 mil hectares, e pro-

dução de 3.531,0 mil toneladas. O total das exportações brasileiras de algodão em 2015 foi

de 834,3 mil toneladas (CONAB, 2016).

O algodoeiro é uma antiga planta domesticada pelos homens, sendo encontrados

registros de sua utilização datando de 4 mil anos atrás. As primeiras referências do algodão

aparecem séculos antes de Cristo. Na América, alguns vestígios encontrados no litoral norte

do Peru revelam que povos da região já manipulavam e utilizava o algodão. Descobertas de

tecidos feitos com algodão, encontradas na região dos Incas, mostram que a população da

época apresentava um artesanato muito desenvolvido, com confecções de muita beleza,

perfeição e com grande harmonia e combinação de cores (NUNES, 2009).

As aplicações são diversas. A fibra, é matéria-prima para indústria têxtil, também po-

de ser utilizada pelas indústrias químicas e farmacêuticas. O línter, espécie de penugem é

mais empregado no enchimento de travesseiros, colchões, almofadas assim como para fa-

bricação de fios para alguns tipos de tapetes ou até mesmo para produção de celulose. Ain-

da pode-se dizer que é uma matéria básica na elaboração do algodão absorvente, assim

como do algodão com fins cirúrgicos. O caroço do algodão tem um grande potencial a ser

utilizado, principalmente na produção de óleo alimentício e também em usos industriais (lu-

brificantes, margarina, sabões e graxas). E também a torta do caroço de algodão como re-

sultado do processo para extrair o óleo, que por final serve de ingrediente em rações de

gado ou ainda como adubo orgânico (BIOMANIA, 2016).

Entre os dois tipos existentes de algodão, o branco e o colorido, Carvalho et al.

(2011), afirmou que a fibra colorida tem preço melhor se comparado ao tradicional algodão

branco. A coloração natural tende a agregar valor aos produtos ecologicamente corretos,

uma vez que dispensam a coloração artificial que contribui com a poluição do meio ambien-

te, e caso seja produzido de maneira orgânica, sem a necessidade de utilização de fertili-

zantes químicos, sendo assim possível que o produto possua um alto valor comercial. Pen-

sando nessa demanda, a Embrapa algodão realiza trabalhos com melhoramento genético

no intuito de selecionar novas variedades de fibras coloridas, com melhores produções por

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área e boas características de fibra. Comercialmente cinco cultivares foram lançadas até

2011: BRS Rubi, BRS Safira, BRS 200, BRS Verde, e BRS Topázio.

Os trabalhos com melhoramento genético estudados no mundo ocasionaram em cul-

tivares superiores e melhores adaptadas, acentuando as diferenças entre importância eco-

nômica dentre os tipos do algodoeiro, ficando o algodão colorido com fibra de qualidade

inferior se comparado ao branco (CARVALHO et al., 2011). Sendo as cultivares do tipo

branco, as melhores e mais utilizadas no cerrado: CNPA ITA 90, BRS IPÊ, BRS AROEIRA,

BRS SUCUPIRA, BRS CEDRO (EMBRAPA, 2003).

2.2 Cultivo do algodão

Para essa cultura existem dois tipos de sistemas de cultivo. O convencional e a se-

meadura na palha (plantio direto). O sistema de cultivo convencional emprega o preparo

com movimentação de solo de tal forma que é mantido livre de cobertura vegetal. Já o sis-

tema de cultivo mínimo faz necessária a existência de cobertura vegetal para que a semea-

dura ocorra sobre a palhada e que assim se evite a movimentação de solo (FREIRE, 2015).

Já os sistemas de produção são compostos pelo conjunto de sistemas de cultivo em

uma propriedade rural (HIRAKURI et al., 2012). Segundo Ferreira (2013), monocultivo do

algodoeiro é uma produção onde seja sucessiva e única na mesma área durante vários

anos. Enquanto o sistema em que ocorre a sucessão de culturas existe a repetição sazonal,

durante dois anos ou mais, de duas diferentes culturas sobre a mesma área ou talhão desta

propriedade. Sistemas com rotação de culturas correspondem a cultivos em uma determi-

nada área por meio de planejamentos com alternância dos diferentes tipos de espécies no

decorrer do tempo cíclico. E sistemas com rotação de culturas além da consorciação de

espécies é o produção simultânea de duas ou mais culturas implantadas na mesma área ou

talhão, durante todo ou parte do tempo.

No Centro-Oeste brasileiro mais especificamente no cerrado, o algodoeiro herbáceo

geralmente é semeado entre novembro e dezembro, sendo colhido nos meses de estiagem,

mais especificamente entre junho a julho. Em condições de cultivo, com disponibilidade de

água e temperatura adequadas ao seu estabelecimento e desenvolvimento, diminuem os

riscos de perdas na sua produtividade decorrente ao déficit hídrico, no decorrer do período

reprodutivo (FERREIRA et al., 2015). Segundo Freire (1998) essas épocas de plantio podem

variar de outubro (Mato Grosso do Sul), novembro (Bahia, Goiás) a dezembro (Mato Gros-

so).

Assim como no caso do algodoeiro do tipo arbóreo como no herbáceo, a obtenção

de produtividades possui demanda de solos bem drenados, pois é uma cultura muito sensí-

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vel a falta, de oxigênio em seu sistema radicular. Os solos tem a necessidade de apresentar

boa capacidade de reter água, devido sua elevada taxa de transpiração, podendo utilizar

mais de 10 mm dia-1 na fase de floração, assim como gastar quase 1,0 kg de água para pro-

duzir 1 grama de fitomassa. O atendimento de critérios como os mencionados anteriormente

reduzirá o índice de ocorrência de pragas e de doenças, obtendo assim melhores produções

com menores custos de produção (BELTRÃO et al., 1993).

O algodoeiro é uma planta de origem tropical e subtropical, no entanto necessita pa-

ra produzir de forma viável economicamente, de pouca ou nenhuma nebulosidade, com dias

bem ensolarados, de preferência na fase de maturação e florescimento dos frutos. Além do

mais é uma cultura com demanda de precipitação (chuvas) média superiores a 450 mm,

muito bem distribuídas, assim como temperatura média requerida do ar acima de 20 °C

(FREIRE et al., 1981).

Algumas classes de solo como Iatossolos, podzolicos, terras roxas e cambissotos,

são especialmente indicadas para a cultura do algodoeiro (FREIRE, 1998).

2.3 Semeadura do algodão

No cultivo da safra, os espaçamentos utilizados que variam entre os valores de 0,76

a 0,90 metros entre as fileiras, com 6 a 10 plantas por metro. Nos últimos anos, aumentou a

semeadura da cultura do algodão na segunda safra, mais popularmente conhecida como a

safrinha, geralmente realizada após a colheita da soja de ciclo precoce (FERREIRA et al.,

2015). De acordo com Freire (1998) os espaçamentos e densidades utilizadas em função da

colhedora disponível (76, 90 ou 96 cm entre linhas com 9 a 12 plantas por metro linear de

sulco).

As transformações sofridas na agricultura brasileira acabaram sendo muito significa-

tivas, principalmente se tratando da cultura do algodoeiro que, em um pequeno espaço de

tempo, passou de uma cultura familiar, com demanda de mão-de-obra, para um tipo de pro-

dução em larga escala com altos investimentos financeiros e alta tecnologia, principalmente

na região dos cerrados no Centro-Oeste (ELEUTÉRIO, 2001).

Durante a implantação de uma lavoura através do sistema de plantio direto, os as-

pectos mais essenciais para o sucesso desta operação estão relacionados com o desempe-

nho da semeadora-adubadora principalmente quando está relacionado ao corte eficiente de

restos das culturais anteriores, além da abertura de sulcos e da correta dosagem de semen-

te e de fertilizantes no alvo (solo) (EMBRAPA, 1994). A diferença na distribuição de plantas

resulta num aproveitamento pouco eficiente dos recursos disponíveis (luz, água e nutrien-

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tes). Um exemplo é que na cultura da soja, a proximidade de plantas pode ocasionar o de-

senvolvimento de plantas com maior porte, e menos ramificadas, com reduzida produção,

diâmetro de haste menor e, portanto, mais sujeitas ao acamamento (ENDRES, 1996).

2.4 Semeadoras

As semeadoras podem ser classificadas, segundo sua forma de distribuição de se-

mentes, podendo ser em semeadoras de precisão ou semeadoras de fluxo contínuo. Seme-

adoras de precisão tem a finalidade de distribuir sementes no sulco de semeadura, uma a

uma, em fileiras com intervalos regulares definidos segundo a regulagem estabelecida. Já

as semeadoras de fluxo contínuo distribuem de forma contínua as sementes, sendo estas

geralmente miúdas, pois requerem menores espaçamentos entre si (ABNT, 1996).

O conjunto semeadora-adubadora para plantio direto é constituído de cinco sistemas

fundamentais: distribuição de sementes, distribuição de adubo, profundidade de plantio,

compactação da semente, e corte de palhada. Onde há necessidade que todos tenham bom

desempenho de modo que a semeadura seja de qualidade. Por se tratar de um conjunto, a

falha de um ou mais destes sistemas pode comprometer e dificultar a implantação de uma

cultura (MANTOVANI et al., 2015).

Em alguns modelos as semeadoras-adubadoras, podem trazer um chassi com sis-

tema de pantográfico, com este possuindo duas barras verticais, com uma fixa e outra arti-

culada e duas horizontais articuladas e paralelas, oque permite à unidade semeadora traba-

lhar com maior facilidade diante as irregularidades do terreno, assim sendo é possível asse-

gurar e garantir uma melhor uniformidade do posicionamento dos mecanismos sulcadores,

estabilizando assim a profundidade do sulco destinada ao fertilizante e o posicionamento

das sementes, uma vez que só são possíveis as unidades se deslocarem paralelamente à

superfície do terreno. Logo, o sistema permite a flutuação das fileiras, mantendo as regula-

gens para ângulo de ataque da haste ou ainda para o ângulo de convergência dos discos

duplos (SIQUEIRA, 2007).

Segundo Balastreire (1987), semeadoras de precisão possuem diferentes sistemas

de dosadores para sementes, podendo ser de discos alveolados horizontais, inclinados ou

verticais, dedos preensores, correias perfuradas, canecas ou ainda com dosadores pneumá-

ticos a vácuo.

Os dosadores de sementes a sucção (vácuo) são capazes de semear uma ampla va-

riedade de culturas e tipos de sementes, mudando simplesmente os discos de sementes e

ajustando a pressão do vácuo (JONH DEERE, 2011). De acordo com Mialhe (2012), os do-

sadores pneumáticos a vácuo tem como principio básica a retenção de sementes sobre um

orifício, através da diferença de pressão de ar entre superfícies rotativas, onde a captura da

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semente ocorre por meio da pressão negativa. Portella (2001), definiu que o conjunto possui

apenas uma saída para as sementes dosadas, sendo liberadas quando o vácuo é neutrali-

zado de acordo com que as sementes passam por um obturador, onde posteriormente a

semente é liberada.

Para Silveira (2001), mecanismos dosadores pneumáticos oferecem vantagens de

distribuir sementes com precisão sem a necessidade de classificação da semente, sem cau-

sar danos, mantendo sua qualidade. Além disso, possuem capacidade de trabalhar com

velocidades maiores e melhor precisão na distribuição de sementes nas fileiras quando

comparadas aos sistemas de discos horizontais e inclinadas. Porém possuem maior custo,

demanda maior potencia, e são mais exigentes na regulagem, principalmente para se evitar

presenças de sementes juntas.

Para avaliação da regularidade de distribuição longitudinal das semeadoras e seme-

adoras-adubadoras de precisão, utilizam-se dois parâmetros básicos: o coeficiente de varia-

ção (CV) dos espaçamentos e a porcentagem de espaçamentos entre sementes em deter-

minada faixa contendo certo número de classes de frequência (HIROAKIKURAGHI et al.,

1989).

2.5 Influência da Velocidade

Melo et al. (2013), avaliou a distribuição longitudinal na cultura do milho em uma se-

meadora mecânica e outra pneumática em um solo do sub-ùmido cearense, nas velocida-

des de 4 e 7 km h-1. Ele encontrou para a semeadora pneumática o coeficiente de variação

de 50,1 e 53,9% para as velocidades 4 e 7 km h-1, respectivamente. E para a mesma ocor-

reu apenas 64% de espaçamentos aceitáveis na menor velocidade e 55,4% na maior. Ele

concluiu que o desempenho da semeadora pneumática foi melhor que o da semeadora me-

cânica. E que a uniformidade de distribuição não foi afetada significativamente pela veloci-

dade de deslocamento no sistema pneumático. Foi atribuído que o solo interferiu de modo

direto no processo de semeadura.

O autor Mello (2011), em seu trabalho com o milho buscou avaliar a posição relativa

entre adubo e sementes, quantificando a distribuição longitudinal de plantas após a se-

meadura e na colheita em função de quatro velocidades de avanço na operação de se-

meadura (uma manual e três tratorizadas, 4,5; 6,0 e 7,5 km h-1), com duas profundida-

des de deposição da semente (0,05 e 0,10 m). E obteve respostas onde houve interação

dos fatores velocidades de deslocamento e profundidade de semeadura para a distribui-

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ção longitudinal. No entanto os espaçamentos (falhos, duplos e ideais) nas velocidades

tratorizadas dentro de cada profundidade não diferiram entre si.

Pavan Júnior (2006), desenvolveu seu trabalho para a cultura da soja sobre a palha-

da de mucuná cinza e feijão guandu, estudando o desenvolvimento na cultura da soja e o

desempenho de uma semeadora-adubadora para sistema plantio direto. Os fatores estuda-

dos foram três manejos das culturas de cobertura, combinados com três velocidades do

conjunto trator-semeadora-adubadora, sendo 4,0; 5,0 e 6,0 km.h-1. No decorrer do experi-

mento uma das variáveis avaliadas foi à distribuição longitudinal de plântulas (espaçamen-

tos normais, falhos e duplos). E nos resultados concluiu que a variável não apresentou dife-

rença entre os fatores, tanto para manejo, quanto para velocidade de deslocamento. Notan-

do também que os espaçamentos aceitáveis tiveram média superior a 50%, os falhos abaixo

de 40% e os duplos abaixo de 10%. Justificando como uma possível causa à proximidade

entre as velocidades utilizadas.

Jasper et al. (2011), encontrou diferenças significativas para aceitáveis e múltiplos,

no entanto para os espaçamentos falhos não observou diferenças. Seu trabalho teve como

objetivo avaliar a influência da velocidade da semeadura na cultura da soja, com sistemas

dosadores de sementes do tipo disco alveolados horizontal e pneumático. Utilizou as veloci-

dades de semeadura de 4; 6; 8; 10 e 12 km h-1, e entre as variáveis avaliadas estavam a

população de plantas emergidas e distribuição longitudinal.

Mantovani et al. (2015), no estudo de desempenho de uma semeadora-adubadora

para o estabelecimento da cultura do milho com alta densidade de semeadura para o milho,

avaliou os seguintes fatores: três velocidades (5, 7 e 9 km h-1), quatro tipos de dosadores

(pneumático, disco, titanium e rampflow) e dois espaçamentos entre linhas (45 e 90 cm). E

conclui que a utilização da maior velocidade de semeadura aumentou a porcentagem de

duplos e falhas, diminuindo assim a porcentagem de aceitáveis independentemente do es-

paçamento e tipo de dosador.

Bertelli et al. (2016), em seu trabalho avaliou o desempenho da plantabilidade de

semeadoras pneumática na implantação da cultura da soja no cerrado piauiense. Utilizou

dois modelos de semeadoras e 4 velocidades de deslocamento (5,6; 7,0; 8,6 e 10 km h-1). E

concluiu que as duas semeadoras diminuíram a porcentagem de espaçamentos aceitáveis

com o aumento da velocidade, e que os espaçamentos duplos aumentam com incremento

na velocidade, reduzindo a uniformidade de plantio.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na fazenda aeroporto em condições reais de semeadura

da cultura do algodão. O local situa-se em latitude 11°89’S, longitude de 55°59’W. O solo é

classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, conforme o sistema brasileiro de classifica-

ção de solos (Embrapa, 1999) com perfil plano (Figura 1,1).

Figura 1,1. Perfil do terreno, dia da implantação da cultura e 60 após à operação.

Foram empregados um conjunto trator e semeadora-adubadora, sendo o trator da

marca John Deere, modelo 8345 R com 345 cv, transmissão Full PowerShift e uma semea-

dora-adubadora modelo 2130 ccs, pantográfica, com 18 unidades de semeadura, aciona-

mento mecânico, espaçamentos de 76 centímetros, mecanismo dosador de sementes

pneumático a vácuo para algodão com disco de 64 células e 2,5 mm de diâmetro com pres-

são no vácuo de 10 mca, tubo condutor de sementes do tipo curvado, com sistema sulcador

do tipo haste para fertilizantes.

Figura 1,2. Trator e Semeadora-Adubadora John Deere 2130 CCS utilizada no experimento.

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A cultivar utilizada no plantio foi a FM 940GLT, da FiberMax – Bayer, com ciclo in-

termediário de 150 a 180 dias, população indicada na segunda safra de 100 à 110 mil plan-

tas por hectare, apresentando alta taxa de crescimento, sistema radicular agressivo e altura

ideal de plantas ente a faixa de 110 à 130 centímetros. Os tratamentos observados nas se-

mentes em estudo foram realizados com fungicidas e grafite (lubrificante para o sistema

dosador, com dosagem de 2 gramas por quilograma de semente). O GPS utilizado foi da

marca Garmin modelo Etrex Legend HCx, sendo empregado no estabelecimento das veloci-

dades de trabalho e na retirada de pontos para demarcação do inicio e final das parcelas.

A primeira avaliação realizada é a de quantificação da distribuição longitudinal de

sementes dentro das fileiras de semeadura, para que então se efetue a averiguação do nú-

mero de sementes por metro e posterior obtenção da uniformidade de distribuição da seme-

adora, ou seja, a distribuição real de sementes por metro linear de sulco, considerando a

regulagem efetuada pelos responsáveis de plantio na fazenda.

Para quantificação do número de sementes foi estabelecido um gabarito com 10 me-

tros de comprimento, com largura englobando todas as 18 unidades de semeadura, em se-

guida realizou-se a quantificação do número de sementes por fileira, por meio do desenterro

das sementes na linha de plantio, dentro dos limites do gabarito. A velocidade utilizada para

estabelecimento do gabarito e posterior quantificação de sementes foi à utilizada pela fa-

zenda de 7 km h-1.

Na avaliação dos dados foram utilizados dois referenciais, sendo eles obtidos pelo

número de plantas e pelo número de sementes contadas em um determinado espaço (gaba-

rito), sendo a quantificação do número de plantas realizada da mesma forma que sementes,

no entanto com estabelecimento do gabarito num local diferente 60 dias após implantação

da cultura. Em seguida determinou-se qual o espaçamento médio entre estas. Os referenci-

ais empregados foram o de sementes, e o de plantas. O referencial de plantas foi obtido

contando o número de plantas em 10 metros de cada uma das 18 fileiras de plantio, após

sua emergência. Logo se obteve 2 distribuições distintas, que são utilizadas como distâncias

de referência, para que deste modo os espaçamentos entre plantas sejam qualificados co-

mo falhas, múltiplos e aceitáveis.

Para avaliar a regularidade de distribuição longitudinal de sementes, foram coletados

250 espaçamentos entre plantas (COELHO, 1996), em quatro fileiras ao acaso, para cada

tratamento, sendo efetuados 60 dias após o plantio. Os espaçamentos eram medidos e ano-

tados utilizando para isso uma trena de 50 metros, prancheta e caneta. Na trena, eram iden-

tificadas as posições das plantas, e o espaçamento entre duas plantas era obtido pela dife-

rença de leitura entre duas plantas consecutivas. As avaliações foram embasadas nas re-

comendações da ABNT (1996), que considera como aceitáveis todos os espaçamentos en-

tre plantas (Xi) de 0,5 a 1,5 vezes o espaçamento de referência (Xref). Falhos com espaça-

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mentos entre plantas maiores que 1,5 vezes o espaçamento de referência e múltiplos quan-

do menores que 0,5 vezes a referência. Portanto ficou assim; aceitáveis (0,5 Xref ≤ Xi ≤ 1,5

Xref) falhos (Xi ≥ 1,5 Xref), e múltiplos (Xi ≤0,5 Xref).

Para estabelecimento dos tratamentos, foram fixadas as velocidades em estudo, cor-

relacionando-as com a marcha e rotação do motor com o auxílio do odômetro do GPS. Em

seguida, os tratamentos foram dispostos dentro de cada bloco, utilizando um croqui (Figura

2) com a disposição destes. Os blocos foram criados no sentido do talhão, sendo o início e o

final de cada tratamento marcado com a retirada dos pontos através do GPS. O alinhamento

das parcelas foi efetuado por meio de estacas.

As velocidades do experimento foram fixadas com base nos seguintes parâmetros,

marchas e rotação do motor, sendo específicos do trator utilizado no estudo, destacando

que tais informações estão diretamente relacionadas ao modelo do trator e características

da semeadora-adubadora com reservatórios cheios.

Tabela 1. Relação dos parâmetros para estabelecimento das velocidades entre trator John Deere 8335 R e semeadora 2130 CCS.

Tratamento Velocidade

(km h-1

) Grupo e Marcha

RPM do Motor

V1 5 F-7 1540 V2 7 F-8 1840 V3 9 F-9 2060 V4 10 F-10 1950 V5 11 F-10 2190

O delineamento adotado foi o de blocos casualizados, sendo 4 blocos e 5 tratamen-

tos, sendo estes as velocidades de 5, 7, 9, 10 e 11 km h-1. Os dados referentes aos parâme-

tros observados foram submetidos à regressão polinomial, e análise de variância, sendo o

teste de Tukey aplicado a 5% de probabilidade para comparação de médias. Utilizou-se do

programa estatístico Sisvar, versão 5.6.

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Na figura abaixo é possível identificar como ficou a distribuição das parcelas à campo

para realização do estudo.

V5

60m 30 m 30 m

V2

60m 30 m

V3

60m

B330 m

V2

60m 30 m

V3

60m 30 m

V1

60m

V4

60m 30 m

V5

60m

B430 m

V4

60m 30 m

V3

60m

30 m

V1

60m

B230 m

V3

60m 30 m

V4

60m 30 m

V5

60m

B130 m

V1

60m 30 m

V2

60m 30 m 30 m

V4

60m 30 m

V5

60m

V1

60m 30 m

V2

60m30 m

Figura 2. Croqui com esquema de blocos casualizados, disposição dos tratamentos e espaçamentos de estabilização entre velocidades.

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12

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A obtenção dos referenciais, tanto de plantas como de sementes, foram mensurados

a partir do número destes contados em 10 metros de todas as 18 fileiras dentro do gabarito,

e os valores encontrados são abordados na Tabela 2 e 3.

Na Tabela 2 mostra como foi realizado o estabelecimento das distâncias de referên-

cia para classificação dos espaçamentos em falhas, múltiplos ou aceitáveis. É possível ob-

servar que esta referência possui intervalos maiores para classificação nos três quesitos

estudados. Logo foi à que apresentou maiores números de espaçamentos aceitáveis e múl-

tiplos, e menores para falhas.

Tabela 2. Referencial das distâncias com base no número de plantas em 10 metros nas fileiras de semeadura.

Fileira F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14 F15 F16 F17 F18

Plantas 77 84 80 77 77 77 70 72 78 86 78 71 80 84 82 79 82 90

Média 79,11

Desvio padrão 5,15

CV transversal (%) 6,51

Plantas m-1

7,91

Esp. de referência (cm) 12,64

Esp. máximo (cm) 18,96

Esp. mínimo (cm) 6,32

Abaixo na Tabela 3 é possível notar que o número de unidades por fileira é maior,

resultando num intervalo menor para classificação.

Tabela 3. Referencial das distâncias com base no número de sementes em 10 metros nas fileiras de semeadura.

Fileira F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14 F15 F16 F17 F18

Sementes 96 98 97 99 93 91 96 96 104 94 93 94 101 92 86 90 88 98

Média 94,78

Desvio padrão 4,51

CV (transversal) 4,76

Sementes m-1

9,48

Esp. de referência (cm) 10,55

Esp. máximo (cm) 15,83

Esp. mínimo (cm) 5,28

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A diferença entre os intervalos influência diretamente o número dos espaçamentos

ideias, falhos e duplos. Como é possível observar na Tabela 2 (plantas), o intervalo para

aceitáveis vai de 6,32 a 18,96 cm enquanto que para a Tabela 3 (sementes), é de 5,28 a

15,83 cm. O mesmo vale para os outros dois, tendo o referencial de plantas 1 centímetro

maior para múltiplos, e 3 centímetros para falhas. Por isso os valores de espaçamentos

aceitáveis e múltiplos são maiores, e para falhas menores, quando comparados os referen-

ciais.

Outro ponto importante, é que a classificação realizada por meio da contagem de

plantas, acabou sendo mais adequada do ponto de vista agronômico para avalição da se-

meadora de precisão nesse estudo em especifico. Pois deste modo houve a eliminação das

variáveis como porcentagem de germinação, vigor e impurezas entre outros fatores (ataque

de pragas e amassamento pelo pulverizador) que podem influenciar na emergência, que no

caso deste experimento não foram avaliados no início do estudo. Por se tratarem de fatores

difíceis de serem mensurados e correlacionados posteriormente.

Já o referencial de sementes entra como um fator de aferição da regulagem da má-

quina, pois leva em consideração as distribuições de todas as sementes no sulco de plantio

em um determinado espaço. Na teoria os espaçamentos deveriam ser mensurados emba-

sando-se nas sementes e não nas plantas, porém o tempo gasto e a mão de obra em uma

situação real de semeadura na lavoura à torna inviável por necessitar de desenterrar as se-

mentes para posterior medição dos espaçamentos. Desse modo justifica-se a escolha desta

metodologia empregada no estudo, onde é realizada a contagem dos espaçamentos entre

plantas.

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A Figura 3 mostra as populações de plantas por hectare com a variação da velocida-

de.

Figura 3. População de algodão 60 dias após a emergência, com velocidade crescente de semeadu-ra.

A Figura 3 sugere a impressão que o aumento da velocidade implica na redução li-

near da população. No entanto os testes estáticos de regressão polinomial não apresenta-

ram diferenças significativas entre as populações de plantas. Os resultados corroboram com

os encontrados por Jasper et al. (2011), para a soja.

De acordo com a regulagem pretendida pelo responsável de semeadura a densidade

de sementes no sulco, deveria ser de 10 sementes m-1, porem o real encontrado pela conta-

gem de sementes depositadas na fileira, ficou sendo igual a 9,48 sementes m-1. Sendo os

espaçamentos de 0,76 metros entre fileiras, a população de plantas deveria totalizar

124.737 plantas ha-1, e, no entanto o maior número registrado foi para a menor velocidade

(5 km h-1), sendo de 109.090 plantas ha-1. Dessa forma pode-se dizer que o índice de ger-

minação pode ter sido um dos fatores que contribuiu com essa diferença, assim como o ín-

dice de sobrevivência relacionado principalmente aos danos mecânicos e biológicos causa-

dos durante a operação de semeadura e posterior a implantação da cultura.

As variáveis respostas da distribuição longitudinal de plantas, sendo elas falhas, múl-

tiplos e aceitáveis quando submetidos á regressão polinomial e ao teste de Tukey em nível

de 5% de probabilidade, não apresentarem diferença significativa entre as velocidades estu-

dadas. Resultados que contrariaram as conclusões de Mantovani et al. (2015,) na cultura do

milho, Bertelli et al. (2016), e Jasper et al. (2011), na soja sendo este último autor apenas

100000

101000

102000

103000

104000

105000

106000

107000

108000

109000

110000

4 5 6 7 8 9 10 11 12

Po

pu

laçã

o (

pla

nta

s h

a-1)

Velocidade de semeadura (km h-1)

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para múltiplos e aceitáveis. Contudo afirmam aos resultados encontrados por Melo et al.

(2013), Mello (2011), na cultura do milho e Pavan Júnior (2006), e Jasper et al. (2011), na

soja, sendo este último autor com resultados semelhantes apenas para falhas.

Na Figura 4 constata-se a observação feita acima, onde foi analisado que o referen-

cial de plantas melhor representou a qualidade de distribuição do equipamento estudado,

devido eliminar as variáveis que o referencial de sementes deixa implícito. Também é impor-

tante salientar que as falhas dentre as demais classificações, é aquela que mais sofre in-

fluências externas, pois qualquer dano biológico ou mecânico nas sementes ou plantas pro-

porcionaram falhas que não estão relacionadas à semeadora.

♦ Referência plantas ■ Referência sementes

Figura 4. Espaçamentos falhos, com velocidade crescente de semeadura do algodão, com dois refe-renciais.

Mesmo que não tenham sido observadas diferenças significativas para espaçamen-

tos, ainda assim pode se visualizar uma tendência crescente nas porcentagens de falhas

para o aumento da velocidade de deslocamento do conjunto. Considerando que a melhor

condição seja aquela com menor índice de espaçamentos falhos, sendo esta a velocidade

de 7 km h-1 (14,25%) e a pior de 10 km h-1 (17,5%), pode-se afirmar que entre elas há uma

diferença de 3,25% nas falhas e uma diferença na capacidade de campo teórica de 30%

(4,1 ha h-1) entre as duas velocidades (Tabela 4). Logo justificaria a utilização da maior velo-

cidade na operação de plantio, conforme simulado e demostrado na tabela 4 as capacida-

des de campo teórico para cada velocidade, obtidas através da largura de trabalho da se-

meadora-adubadora (13,68m) e da velocidade de operação na semeadura.

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

4 5 6 7 8 9 10 11 12

Falh

as (

%)

Velocidade de semeadura (km h-1)

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Tabela 4 – Capacidade de campo teórica em função da velocidade de deslocamento.

Velocidade (km h-1

) 5 7 9 10 11

CCT (ha h-1

) 6,8 9,6 12,3 13,7 15,0

Estes valores de capacidade de campo tem o intuito de justificar a melhor escolha

através da correlação entre os valores encontrados para espaçamentos com a capacidade

operacional do conjunto.

Logo abaixo na figura 5, os valores caracterizados como duplos ficaram maiores para

a referência de plantas do que por sementes. Isso, pois como já foi comentado, o valor mé-

dio dos espaçamentos ficou maior para este referencial, e consequentemente tendo o valor

do espaçamento de referência maior a metodologia de avaliação proposta pela ABNT

(1996), que enquadra múltiplos como 0,5 vezes tal valor, submete o limite mínimo desta

referência a ficar maior que o de sementes. Por tal motivo os valores na figura parecem es-

tar tão superiores, e, no entanto é apenas uma questão de intervalos mais e menos amplos.

♦ Referência plantas ■ Referência sementes

Figura 5. Espaçamentos múltiplos, com velocidade crescente de semeadura do algodão, com dois referenciais.

Já para a distribuição longitudinal dos espaçamentos caracterizados como múltiplos,

pode-se dizer que seu comportamento foi semelhante às falhas, tendo aumentado seus va-

lores junto ao acréscimo da velocidade de operação. E da mesma forma a maior discrepân-

cia ficou entre as velocidades de 7 e 10 km h-1, sendo 12,15% e 18,15% respectivamente

para existência de espaçamentos duplos. Logo a diferença aproximada é de 6%, enquanto

que a capacidade de campo teórica tem diferença de 4,1 ha h-1 (Tabela 4). Desse modo a

escolha pela maior velocidade é mais vantajosa pelo ganho operacional do que as perdas

por competição entre plantas proporcionadas pela pequena diferença de duplos na linha,

5

7

9

11

13

15

17

19

4 5 6 7 8 9 10 11 12

ltip

los

(%)

Velocidade de semeadura (km h-1)

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mais para ter certeza deste ganho, em experimentos futuros devem ser avaliadas a produti-

vidade do algodão para comprovar.

♦ Referência plantas ■ Referência sementes

Figura 6. Espaçamentos aceitáveis, com velocidade crescente de semeadura do algodão, com dois referenciais.

Os valores de espaçamentos normais encontrados para as velocidades de 5 e 7 km

h-1 foram comparados aos encontrados na cultura do milho por Melo et al. (2013), que en-

controu 64% de espaçamentos aceitáveis para velocidade de 4 km h-1 contra 66,8% para 5

km h-1 deste estudo. E para a velocidade de 7 km h-1 o seguinte autor encontrou 55,4% con-

tra 71,3% para a cultura do algodão. Ou seja, em seus resultados o incremento de velocida-

de reduziu a porcentagem de espaçamentos normais, enquanto que o observado para o

algodão se comportou de modo que a 7 km h-1 teve os melhores índices, e então a partir dai,

tiveram sua redução, ficando 64,55; 61,20 e 61,40% para as respectivas velocidades de 9,

10 e 11 km h-1. No entanto em nenhum dos trabalhos foi encontrado diferenças significativas

entre velocidades para espaçamentos.

Coelho (1996), buscou em seu trabalho a certificação de semeadoras-adubadoras, e

nele definiu limites de porcentagem para espaçamentos aceitáveis entre sementes e coefici-

ente de variação levando em consideração a população de espaçamentos, em diferentes

mecanismos dosadores. Nele especificou para mecanismos dosadores de sementes com

disco horizontal perfurado, que estes deveriam apresentar no mínimo 60% de espaçamen-

tos aceitáveis e para o sistema pneumático mínimo 90% de espaçamentos aceitáveis.

Através dos valores encontrados de espaçamentos aceitáveis é correto afirmar que

até o melhor resultado visualizado de 73,6% para velocidade de 7 km h-1, está longe do mí-

59

61

63

65

67

69

71

73

3 5 7 9 11 13

Ace

itáv

eis

(%

)

Velocidade de semeadura (km h-1)

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nimo requerido de 90%. Segundo Mahl (2006), seria desejável que na distribuição longitudi-

nal de sementes, a porcentagem de espaçamentos falhos e duplos fosse zero ou próxima

deste valor, no entanto, alguns fatores da máquina e do solo podem contribuir com a ocor-

rência de irregularidades na distribuição destas.

Um dos fatores pode ser a velocidade de semeadura, no entanto foi descartado co-

mo hipótese devido à igualdade estatística dos tratamentos. Porem existe outros fatores que

podem estar relacionados às sementes (qualidade fisiológica, tratamentos fitossanitários e

lubrificantes), a própria semeadora (estado da máquina), cobertura do solo (tipo e volume de

palhada), e por último a condição do solo (características físicas).

O solo não possuía uma cobertura especifica muito menos volume de palhada. Pos-

suía os restos culturais da soja, pois foi a cultura que anteriormente ocupava o talhão, que

após sua colheita, deu lugar à implantação do algodoeiro na área. Logo acabou sendo outro

fator descartável.

Já a qualidade das sementes pode ter influenciado nos espaçamentos caracteriza-

dos como falhos e aceitáveis, isso, pois o valor de sementes encontrado na linha foi de 9,48

sementes metro-1, enquanto que para plantas foram 7,91 plantas metro-1, diferença de 1,57

sementes depositadas por planta vingada, sendo 16,5% o índice de falhas causadas pela

taxa de germinação, índice de sobrevivência ou ainda problemas com o agente fitossanitário

aplicado na semente. Sendo também que a regularidade da profundidade de sementes de-

positadas no sulco, afeta a sobrevivência, pois sementes muito superficiais ou muito profun-

das perdem as condições ideias para seu estabelecimento, podendo ocasionar na maioria

dos casos a morte prematura. Logo pode-se atribuir às condições da semeadoura, pois essa

variação de profundidade está relacionada ao bom estado da máquina e aos mecanismos

para abertura dos sulcos junto as condições do solo.

E a respeito da condição da semeadora, não a caracteriza como em más condições,

somente que já não era uma máquina nova, sendo na época seu terceiro ano de operação,

variando entre o plantio de soja, milho e algodão no decorrer das safras.

Os resultados são dispostos na tabela 5, com as avaliações estatísticas realizadas,

trazendo informações das duas referências, nas três categorias de espaçamentos caracteri-

zados no estudo.

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Tabela 5. Componentes da distribuição longitudinal de plantas expressos em porcentagem e popula-ção de plantas.

Obs.: Valores seguidos pelas mesmas letras não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Como é possível observar as velocidades não apresentaram diferença significava pa-

ra qualidade da distribuição longitudinal, muito menos na população de plantas. De acordo

com Torino et al. (1983), o desempenho da semeadora é considerado ótimo quando essa

distribuir de 90 a 100% das sementes na faixa de espaçamentos aceitáveis, bom desempe-

nho de 75 a 90%, regular de 50 a 75%, e insatisfatório abaixo de 50%. Desse modo, a se-

meadora-adubadora apresentou desempenho regular para todas as velocidades de opera-

ção.

Para expressar a regularidade dos espaçamentos entre sementes Mahl (2006), de-

terminou o coeficiente de variação de todos os espaçamentos da amostragem (aceitáveis

múltiplos e falhos). Sendo CV a relação entre desvio padrão de todos os espaçamentos me-

didos divididos pela média de todos os espaçamentos entre plantas, pois diferente do autor

citado acima, os intervalos medidos foram obtidos em ralação as plantas e não as semen-

tes. Aplicando a metodologia descrita neste estudo, os valores do coeficiente de variação

são mostrados na tabela 6.

Tabela 6. Coeficiente de variação em função da velocidade de deslocamento com base nos espaça-mentos entre plantas.

Velocidade (km h-1

) 5 7 9 10 11

CV (%) 54,4 51,5 56,7 57,4 56,2

É possível observar que os resultados ficaram entre a faixa de 50% a 60%, sendo

estes valores altos e indesejáveis para condição de semeadura, pois essas porcentagens

podem ser correlacionadas com a precisão do sistema dosador, ou seja, a capacidade de

repetir um espaçamento definido em torno da media estabelecida (regulagem), que neste

Variáveis Respostas

REF. PLANTAS REF. SEMENTES

POPULAÇÂO FALHAS DUPLOS ACEITAVEIS FALHAS DUPLOS ACEITAVEIS

Km h-1

% % Plantas ha-1

5 14,70 a 16,20 a 69,10 a 22,45 a 10,75 a 66,80 a 109.089,93 a

7 14,25 a 12,15 a 73,60 a 21,15 a 7,55 a 71,30 a 108.690,27 a 9 15,35 a 16,80 a 67,85 a 23,10 a 12,35 a 64,55 a 107.190,76 a

10 17,50 a 18,15 a 64,35 a 26,10 a 12,70 a 61,20 a 105.565,97 a 11 16,50 a 18,05 a 65,35 a 25,20 a 13,40 a 61,40 a 106.761,37 a

Média geral

15,66 16,29 68,05 23,60 11,35 65,05 107.459,66

CV (%) 13,65 29,85 7,49 11,87 33,80 7,66 3,94

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caso indica uma grande variabilidade na distribuição de sementes, pois o máximo aceitável

é de 30% para semeadoras pneumáticas segundo Coelho (1996), e está se encontra pelo

menos o dobro do ideal, mostrando que a semeadora esta fora dos padrões certificados.

No entanto por se tratar de um ensaio a campo, mais especificamente um estudo de

caso, não é possível definir exatamente se a raiz do problema é causada na semeadora ou

em algum fator em nível de campo, devido os diversos fatores existentes durante a opera-

ção, podendo ser entre os mais prováveis já discutidos o de sementes, principalmente a

qualidade fisiológica, e a própria condição ou estado da máquina relacionada à semeadora.

De acordo com as observações feitas, a velocidade de 7 km h-1 se mostrou com os

melhores índices, tanto na distribuição longitudinal como no coeficiente de variação dos es-

paçamentos de plantas, logo se apresentaria como a melhor velocidade de operação, no

entanto acabou não se diferenciando estatisticamente em nível de 5% de probabilidade do

restante das velocidades. Reynaldo et al. (2016), concluiu em seu trabalho de avaliação de

semeadoras, que possivelmente existira uma velocidade de avanço onde esta relacionada à

velocidade angular constante, proporcionaria uma redução nas vibrações da máquina e uma

respectiva melhora na fluidez das sementes, outro ponto, é que esta auxiliaria a capacidade

de enchimento dos discos dosadores, melhorando assim á eficiência do sistema. Logo as

pequenas diferenças apresentadas pela velocidade de 7 km h-1 entre os conjuntos dos resul-

tados, podem estar relacionadas a esta explicação.

Segundo o fabricante da máquina em estudo, essa linha de semeadoras da série

2100, possui o sistema VacuMeter™ (dosador de sementes a vácuo). Sendo o dosador ca-

paz de operar a uma velocidade de semeadura superior aos dosadores mecânicos, podendo

em condições ideais de plantio chegar a 12 km h-1 (JONH DEERE, 2011). Diz também que a

precisão de semeadura pode ser afetada pelas condições do terreno, onde terrenos irregula-

res e/ou compactados, juntamente com as velocidades rápidas de operação (superior a 9

km h-1), prejudicam o posicionamento das sementes. Pelos resultados obtidos a semeadora

pode operar em velocidades elevadas de até 11 km h-1, para a implantação da cultura do

algodão, no qual os resultados estatísticos demostram não ter diferença significativa con-

forme o fabricante da máquina recomenda.

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5. CONCLUSÕES

A variação da velocidade não proporcionou interferência na uniformidade de distri-

buição longitudinal, e nem para população final de plantas.

A semeadora demostrou a quantidade de espaçamentos aceitáveis abaixo do pa-

drão.

Para ensaios futuros, seria interessante acrescentar o fator produtividade nas parce-

las, para analisar seus efeitos na capacidade operacional e no custo de produção.

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