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INFLUÊNCIA DA MASSA ADICIONAL HIDRODINÂMICA NA ANÁLISE VIBRACIONAL GLOBAL VERTICAL DE UM NAVIO GRANELEIRO Bilmer II Gamarra Haro Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Oceânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Oceânica. Orientador: Severino Fonseca Da Silva Netto Rio de Janeiro JANEIRO - 2012

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INFLUÊNCIA DA MASSA ADICIONAL HIDRODINÂMICA NA ANÁLISE

VIBRACIONAL GLOBAL VERTICAL DE UM NAVIO GRANELEIRO

Bilmer II Gamarra Haro

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Engenharia Oceânica, COPPE, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Mestre em Engenharia Oceânica.

Orientador: Severino Fonseca Da Silva Netto

Rio de Janeiro

JANEIRO - 2012

INFLUÊNCIA DA MASSA ADICIONAL HIDRODINÂMICA NA ANÁLISE

VIBRACIONAL GLOBAL VERTICAL DE UM NAVIO GRANELEIRO

Bilmer II Gamarra Haro

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA OCEÂNICA.

Examinada por:

________________________________________________ Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D.Sc.

______________________________________________ Prof. Webe João Mansur, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Carlos Rodrigues Pereira Belchior, D.Sc

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO - 2012

iii

Haro, Bilmer II Gamarra

Influência da Massa Adicional Hidrodinâmica na Análise

Vibracional Global Vertical de um Navio Graneleiro/ Bilmer

II Gamarra Haro. -Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2012.

xii, 101 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Severino Fonseca Da Silva Neto

Dissertação (mestrado) - UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Oceânica, 2012.

Referencias Bibliográficas: p.87 - 91

1. Massa Adicional Hidrodinâmica. 2. Vibração

Global Vertical. 3. Análise Numérica. I. Neto, Severino

Fonseca Da Silva. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Oceânica. III.

Título.

iv

AGRADECIMENTOS

À minha família pelo apoio, carinho e incentivo durante o período de execução desta

dissertação.

Ao meu orientador Severino Fonseca Da Silva Neto pelos conhecimentos passados,

sugestões e incentivos durante a execução da tese e pela oportunidade de fazer parte da

equipe de trabalho.

Ao professor Peter Kaleff pelo apoio, sugestões e incentivos no desenvolvimento da

modelação numérica.

Ao professor Luis Vaz pelo apoio do espaço e aparelhos cedidos no Laboratório de

Ensaios Dinâmicos e Análise de Vibração - LEDAV da COPPE/UFRJ.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo

apoio financeiro prestado durante os dois anos da pesquisa.

v

Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

INFLUÊNCIA DA MASSA ADICIONAL HIDRODINÂMICA NA ANÁLISE

VIBRACIONAL GLOBAL VERTICAL DE UM NAVIO GRANELEIRO

Bilmer II Gamarra Haro

FEVEREIRO - 2012

Orientador: Severino Fonseca Da Silva Netto

Programa: Engenharia Oceânica

Na atualidade o transporte marítimo é um dos meios mais utilizados para o comércio

no mundo. Tendo em conta que está aumentando esse intercâmbio comercial, os navios

utilizados para satisfazer esta necessidade são cada vez maiores em dimensões, com motores

mais potentes, propulsores maiores, configurações diferentes e os efeitos que essas

mudanças causam no navio não podem ser ignorados, do mesmo modo as fontes de

excitação nas vibrações são relevantes tanto para o casco como para as subestruturas que

compõem o navio.

O presente trabalho aborda o estudo da influência da massa adicional hidrodinâmica

nas vibrações globais verticais de um navio tipo graneleiro.

As formas modais do navio serão determinadas mediante distintos métodos que

estimam a massa adicional hidrodinâmica, e as freqüências verticais serão comparados e

validados com as freqüências naturais achadas das análises espectrais feito aos dados

experimentais do navio real obtidas na prova de mar. É preciso mencionar que nessa

comparação será incluído um modelo unidimensional do mesmo navio feito por outro

pesquisador. Um propósito secundario é saber a diferença da frequencia natural achada com

o modelo tridimensional e o modelo unidimensional comparado ambos com la medições

reais do navio.

vi

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

HYDRODYNAMIC ADDED MASS INFLUENCE IN THE GLOBAL VERTICAL

VIBRATION OF A BULKCARRIER SHIP

Bilmer II Gamarra Haro

FEBRUARY - 2012

Advisors: Severino Fonseca Da Silva Netto

Department: Ocean Engineering

Currently shipping is one of the most used mains for trade in the world. Given that

this trade is increasing, the vessels used to satisfy this need are increasing in size, with more

powerful engines, larger propellers and different configurations. The effect of those settings

cannot be neglected, at the same time; the excitation source in vibration is relevant to both

the hull and for the substructures that make up the ship.

The present job addresses the hydrodynamic added mass influence in the vertical

global vibration analysis in a bulkcarrier ship

The vertical modal forms in the ship shall be determined through different methods

that will estimate the added mass, the vertical frequencies will be compared and validated

with the natural frequencies obtained by the spectral analysis made with the experimental

data from the real ship which was measured in the sea test. It must be mentioned that this

comparison will be included a unidimensional model made by another researcher for the

same ship. A secondary purpose is to know the difference of the natural frequencies found

with a tridimensional model and the unidimensional model compared them with the real

measurements of the ship.

vii

Sumário

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Problema 1

1.2 Objetivo 3

1.3 Escopo do Trabalho 3

1.4 Descrição dos Capítulos 3

CAPÍTULO 2: REVIÇÃO BIBLIOGRÁFICA 5

CAPÍTULO 3 : FUNDAMENTOS TEÓRICOS

3.1 Introdução 9

3.2 Definições básicas 9

3.3 Vibração no Navio 11

3.4 Análise Continuo do Navio 11

3.4.1. Viga do Euler-Bernoulli 11

3.4.2. Viga de Timoshenko 16

3.4.3 Diagrama de Corpo Livre do Elemento da Viga 17

3.4.4 Equações Elásticas da Viga 18

3.4.5 Equações Dinâmicas da Viga 19

3.5 Análise Discreta do Navio 20

3.5.1 Equações de Movimento 21

3.5.2 Cálculos de Frequências Naturais e Expansão Modal 22

3.6 Excitações Forçadas no Navio 24

3.6.1 Excitação Induzida pelo Propulsor 24

3.6.2 Excitação Induzida pelo Motor Propulsor 27

3.6.3 Navio em Movimento 30

3.6.4 Equipamentos a Bordo 30

3.7 Métodos de estimação das frequências naturais do navio 31

3.7.1 Método de Lewis 31

3.7.2 Método de Landweber e Macagno 34

3.7.3 Método do Instituto de Pesquisas da Construção Naval de Krylov 35

viii

3.7.4 Método do Instituto de Pesquisas Navais do Japão 37

3.7.5 Método da Sociedade de Classificação ABS 39

3.8 Amortecimento 40

CAPÍTULO 4 : ANALISE E PROCESSAMENTO DAS MEDICOES

EXPERIEMTAIS

4.1 Generalidades 41

4.2 Equipamentos para Medição de Vibrações Globais 41

4.3 Localizações dos Acelerômetros para a Medição Global 42

4.4 Medições nas Velocidades da Prova de Mar 43

CAPÍTULO 5 : AVALIAÇÃO NUMÉRICA

5.1 Introdução 52

5.2 Características do navio empregado na análise 53

5.3 Modelagem do navio 54

5.4 Sistemas de referencia para o navio 55

5.5 Equipamentos do navio 55

5.6 Condições de contorno 56

5.7 Representação do modelo por elementos finitos 56

5.7.1 Elemento finito a utilizar na modelagem 57

5.8 Métodos de extração de autovalores e autovetores 57

5.9 Malhado do modelo 58

5.10 Sensibilidade da Malha 58

5.11 Massa adicional hidrodinâmica do modelo em elementos finitos 59

5.11.1 Massas hidrodinâmicas adicionais nos extremos do navio 59

5.11.2 Distribuição da massa hidrodinâmica no casco 62

5.11.3 Massa adicional por o método de Lewis 64

5.11.4 Massa adicional por o método de Landwerger & Macagno 68

5.11.5 Massa adicional por o método do Instituto de Krylov 71

5.12 Modelo unidimensional do navio 78

5.13 Frequências Natural do Navio Mediante Fórmulas Empíricas 79

ix

CAPÍTULO 6 : CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusões 84

6.2 Trabalhos Futuros 86

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

ANEXOS 92

x

LISTA DE FIGURAS

1-1 Distribuição dos tipos de Bulk Carriers (Fonte: MAN Diesel & Turbo, 2010) 2

3-1 Comparação de oscilação: (a) Periódica e (b) Aleatória (Fonte: D.E. Newland, 1993)

10

3-2 Representação gráfica da viga de Euler-Bernoulli (Fonte: Vorus, 1998) 12

3-3 Representação gráfica dos modos vibracionais verticais (Fonte: Vorus, 1998) 16

3-4 Diagrama do corpo livre do elemento da viga 18

3-5 Modelagem do navio mercante (Fonte: Asmussen et al., 2001) 20

3-6 Rango de frequências naturais encontradas nas aplicações de construção naval (Fonte:

Asmussen et al., 2001) 23

3-7 Forças e momentos no propulsor (Fonte: Asmussen et al., 2001) 25

3-8 Efeito da onda na popa (a) e o efeito do afundamento da popa nas amplitudes das

pressões no casco do navio (b)(Fonte: 17th International Ship and Offshore Structure

Congress) 25

3-9 Distribuição da pressão no casco induzida pelo propulsor (Fonte: Sink-Kwan) 27

3-10 Evolução do número de cilindros nas instalações dos navios (Fonte: Fonte: MAN

Diesel & Turbo 2002) 28

3-11 Momentos produzidos pelas forças inerciais (Fonte: MAN Diesel & Turbo 2002) 29

3-12 Modos vibracionais do motor: (a) sim base e (b) com base (Fonte: Asmussen et al.,

2001) 30

3-13 Análise de vibrações no domínio do tempo para o “Slamming” (Fonte: Asmussen et

al., 2001) 31

3-14 Coeficientes de massa virtual (Fonte: Vorus, 1998) 33

3-15 Fator Jn de Lewis (Fonte: Vorus, 1998) 33

3-16 Coeficiente de massa virtual para movimento vertical (Fonte: Apostila de aulas) 34

3-17 Coeficiente de massa virtual para movimento horizontal (Fonte: Apostila de aulas) 35

3-18 Seção definida pelo instituto Krylov ( Fonte: Korotkin, 2007) 36

3-19 Coeficientes P1 e P2 nas vibrações verticais num navio graneleiro (Fonte: Apostila

Troyman) 38

xi

4-1 O navio Graneleiro da Tese 41

4-2 Localização dos acelerômetros na prova do mar 42

4-3 Diagrama de cascada do ponto 1V no navio graneleiro 45

4-4 Diagrama de espectros do ponto 1V a diferentes velocidades do motor 46

4-5 Diagrama de cascada do ponto 4V no navio graneleiro 47

4-6 Diagrama de espectros do ponto 4V a diferentes velocidades do motor 48

4-7 Diagrama de cascada do ponto 2L no navio graneleiro 49

4-8 Diagrama de espectros do ponto 2L a diferentes velocidades do motor 50

5 -1 Detalhe da seção a meia-nau (Web Frame) 53

5-2 Vista em perspectiva do navio 52

5-3 Reforço junto com o casco 56

5-4 Comparação entre casca (esquerda) e membrana (direita) 57

5-5 Frequências naturais do casco seco e com diferente número de elementos finitos na

malha 58

5-6 Massas adicionais hidrodinâmicas 60

5-7 Malha do casco no Aqua v12 62

5-8 Caverna com 7 massas (a) e caverna com 3 massas (b) 63

5-9 Frequências Naturais segundo a distribuição da massa no casco 64

5-10 Distribuição de equipamentos e massa adicional hidrodinâmica 65

5-11 Variação da massa adicional por modo para o método e Lewis 66

5-12 Variação da massa adicional por modo para o método de Landwerger & Macagno 69

5-13 Variação da massa adicional por modo método de Instituto Krylov 72

5-14 Primeiro modo vibracional 74

5-15 Segundo modo vibracional 75

5-16 Terceiro modo vibracional 75

5-17 Quarto modo vibracional 76

5-18 Quinto modo vibracional 76

5-19 Sexto modo vibracional 77

5-20 Sétimo modo vibracional 77

5-21 Vibracoes locais no fundo do casco 78

5-22 Frequências para navios de carga (Fonte: DNV) 80

xii

5-23 Frequências naturais achadas pelos diferentes métodos 83

LISTA DE TABELAS

4-1 Medições da serie temporal para a análise vibracional 43

4-2 Dados das frequências naturais mediante espectros 51

5-1 Características principais do navio 54

5-2 Lista dos principais equipamentos a considerar no navio 55

5-3 Cálculo das massas adicionais com o Aqwa v12 61

5-4 Frequências Naturais segundo a distribuição de massas 63

5-5 Dados iniciais para o método de Lewis 65

5-6 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Lewis) 67

5-7 Frequências Naturais (Método de Lewis) 68

5-8 Dados iniciais para o método de Landwerger & Macagno 68

5-9 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Landwerger & Macagno) 70

5-10 Frequências Naturais (Método de Landwerger & Macagno) 71

5-11 Dados iniciais para o método do Instituto Krylov 71

5-12 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Krylov) 73

5-13 Frequências Naturais (Método Instituto de Pesquisas Krylov) 74

5-14 Frequências naturais verticais - modelo unidimensional (Hz) 78

5-15 Dados para estimação das frequências naturais pelas normas da ABS 79

5-16 Frequências nos modos verticais ABS 79

5-17 Dados para estimação das frequências naturais pelo método do Instituto de Pesquisas

Navais do Japão 81

5-18 Frequências nos modos verticais pelo Instituto de Pesquisas Navais do Japão 81

5-19 Resumo de frequências naturais verticais (Hz) 82

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Problema

Visto que atualmente os países mais industrializados, precisam satisfazer

necessidades cada vez maiores de materiais como carvão, ferro para fabricação de aço e

outro tipo de matérias, os projetos para satisfazer essas demandas crescem em tamanho,

dificuldades e complexidade. No caso da indústria naval os artefatos flutuantes

propulsados, tais como navios, tornaram-se maiores e com motores mais potentes,

atualmente os navios com maior demanda são containers, tanqueiros e graneleiros que

segundo o MAN Diesel & Turbo [1], representam um terço da frota do mundo em

termos de tonelagem. Em consequência os engenheiros navais devem considerar muitos

estudos que são refinados nas diferentes etapas do projeto.

Uma dessas variáveis é o estudo da análise vibracional que pode revelar

problemas no projeto e que de acordo com a severidade da vibração pode causar danos

graves e podem incluir a parada do navio com as consequentes perdas econômicas.

As falhas produzidas num sistema de propulsão podem ser nas estruturas

principais, subestruturas ou em equipamentos como motores principais e maquinaria

auxiliar, por tanto pode-se comprometer a segurança da tripulação ou dos passageiros a

bordo. Além disso, se a segurança não é comprometida pode trazer problemas de

desconforto e cansaço para a tripulação e um aumento de custos operacionais e de

manutenção em reparações a bordo.

Anos atrás o fenômeno da vibração foi estudado analiticamente de um sistema

continuo por Euler e Timoshenko, mediante a viga-navio, os efeitos das vibrações

produzidas por forças de excitação que eram representadas por equações diferenciais

eram de solução muito complexa, e cuja simplificação não atingia um grau de

aproximação adequado. Ainda assim, algumas equações diferenciais de acordo com

certas condições de contorno e dados iniciais davam resultados contrários a os ensaios

experimentais Vorus [2]. Essas dificuldades tem sido superadas mediante de meios

computacionais, atualmente utiliza-se softwares baseados na teoria de elementos finitos,

além disso tem-se computadores muito potentes com as ferramentas para avaliar

grandes projetos e equipes multidisciplinares que podem trabalhar em distintas partes do

mundo poupando tempo e dinheiro no projeto.

2

Com a análise vibracional pode-se tentar estimar o comportamento de uma

estrutura e prever a existência de o fenômeno de ressonância que magnífica os

deslocamentos e provocar a uma falha catastrófica. Podem-se analisar as maneiras de

corrigir a ressonância mediante a modificação da rigidez, distribuição de massa,

mudança de frequências de excitação e frequências naturais de um sistema.

Mas como todo sistema altamente não-linear, o navio não pode evitar a vibração

em sua totalidade, é por isso que também os projetistas e modeladores fazem uso de

normas para comparar os níveis máximos de vibrações para os navios que serão

aprovados pelas organizações internacionais.

Organizações tais como a International Standard Organization (ISO),

International Association of Classification Societies (IACS), entre outras, ganharam

cada vez mais aceitação pela indústria do mundo porque regulam os limites das

vibrações e servem como referência para acordos entre estaleiros e donos dos projetos.

O navio proposto para esta tese é um graneleiro, a seguir apresenta-se a seguinte

figura da distribuição desse tipo do navio no mundo.

Figura 1-1 Distribuição dos tipos de Bulk Carriers (Fonte: MAN Diesel & Turbo,

2010)

No estudo das vibrações quando em um sistema se muda a distribuição de massa

ou a rigidez, consequentemente mudam as frequências naturais de um sistema e também

os modos vibracionais. Atualmente a diversidade nas configurações nas estruturas dos

navios, plantas de propulsão, distribuição de equipamento, etc. mudam de um desenho

para outro, faz que a integração dinâmica entre o casco e as subestruturas tais como

3

masteles, chimeneia, ainda seja matéria de estudo para os pesquisadores. As simulações

numéricas são uma ferramenta poderosa para avaliar resultados dos modelos

matemáticos vibracionais.

1.2 Objetivo

Estudar o comportamento das vibrações globais verticais nos diferentes modos

vibracionais do navio graneleiro considerando diferentes procedimentos para estimar a

massa adicional hidrodinâmica que rodeia o casco.

Como objetivo secundário comparar a consistencia de utilizar um modelo

tridimensional com um modelo unidimensional para representar o mesmo navio em um

estudo vibracional.

1.3 Escopo do Trabalho

Este trabalho se limitará a fazer uma análise da influência da massa adicional

considerando um modelo tridimensional, considerando partes como o casco, estruturas

internas principais, convés, anteparas, superestrutura e os principais equipamentos

considerando os de maior massa, que serão representados por massas concentradas na

simulação.

Para fazer o estudo terão que ser feitas simplificações tais como a não

consideração do amortecimento do navio, porque dado que até o momento o

amortecimento é um tema muito complexo e que ainda não tem um entendimento

completo de este aspecto deve-se mencionar que amortecimento de um navio esta

constituído pelo amortecimento estrutural, amortecimento da carga, amortecimento do

fluido que rodeia o casco entre outros, por tanto não será considerado para o estudo.

Tem-se múltiplas fontes de excitação no casco do navio tais como o propulsor,

motor principal, motores auxiliares, ondas do mar, e massas passivas entre outras, que

envolvem um nível de não linearidade muito alto, e os efeitos das mesmas estarão

presente na parte experimental no momento de realizar a análise espectral. Essas fontes

de excitação serão explicadas para o entendimento geral dos diagramas de cascada que

são parte do trabalho e que mostram como excitam as frequências naturais.

1.4 Descrição dos Capítulos

A seguir apresenta-se uma breve descrição dos capítulos em que se dividiu esta

dissertação.

4

No capítulo II apresentam-se os resumos das principais bibliografias utilizadas

relacionada com o tema de vibração global e a análise de processamento dos sinais para

vibrações do navio.

No capítulo III é apresenta a teoria básica para entender os temas

correspondentes a vibração no navio e seus orígenes, mostra a teoria de modelagem

continua de uma viga-navio mediante as teorias de Euler-Bernoulli e Timoshenko com

as correspondentes diferenças. Também é apresentada a teoria correspondente para a

análise mediante elementos finitos.

No capítulo IV corresponde à análise experimental da tese, que inclui a

aquisição, registro e a análise dos sinais feita por o laboratório, mas também apresenta-

se os resultados obtidos por o autor mediante o uso no software Matlab com o qual

foram feitos as análises espectrais e a cascada espectral para identificar os ordenes de

vibração que afeitam o navio e possíveis ressonâncias..

No capítulo V se desenvolve a modelagem do navio mediante o software

Rhinoceros v4.0 e logo foi feito a análise modal mediante o software de elementos

finitos Ansys-Workbench v13, onde se apresenta uma modelagem em três dimensões do

casco do navio com as estruturas internas e a superestrutura.

No capítulo VI se apresentam as conclusões da presente pesquisa e deixa

caminho com ideais para teses mais profundas que passam considerar efeitos como o

amortecimento ou vibrações forçadas.

5

CAPÍTULO 2

REVIÇÃO BIBLIOGRÁFICA

William S Vorus [2] discute a teoria básica da vibração nos navios desde o

ponto de vista do navio como uma viga continua e também senta algumas bases para a

análise discreta, também apresenta a problemática prática do casco e superestruturas

com os componentes tais como o propulsor.

Iwer Asmussen et al [3] apresentam o estado do arte para os cálculos e as

medições técnicas no campo das vibrações do navio. Faz especial ênfase na análise

mediante os elementos finitos e descreve as principais considerações no estudo das

vibrações no estudo moderno nos escritórios no mundo.

Antonio C. Ramos [4] faz um estudo completo do comportamento dinâmico de

uma viga auto-equilibrada, com o fato de apresentar um modelo matemático que

considera as equações de Timoshenko e Euler para a implementação do procedimento

de diferencias finita mediante ferramentas computacionais desenvolvidas por ele para o

cálculo das frequências naturais do navio.

Sink-Kwan Lee et al [13] publicou um trabalho apoiado nos módulos

desenvolvidos pela American Bureau of Shipping e faz um procedimento para

relacionar a dinâmica computacional de fluidos (CFD) mediante a qual calcula a

interação casco-propulsor e logo calcula as pressões no casco acima do propulsor

mediante a utilização dos elementos finitos (FEM) acha alguns valores das amplitudes

vibracionais induzidas pelo propulsor no casco de um navio, esse trabalho foi feito para

um navio tanqueiro.

S. Hylarides [14] faz um estudo que tenta ampliar o entendimento geral do

amortecimento mostrando resultados do testes experimentais em navios reais mostra

que o comportamento vibracional do navio é dado principalmente pelos níveis de

excitação induzida pelo propulsor. Também faz algumas considerações nas vibrações do

eixo propulsor, coeficientes do propulsor entre outros.

6

Gojko Magazinović [16] faz uma descrição geral das excitações torcionais

variáveis que são geradas pelo motor devido aos gases de combustão e os efeitos que

transmite para o eixo propulsor, também mostra a relevância nas ressonâncias e algumas

contramedidas que são tomadas para evitar esse fenômeno nos eixos.

MAN Diesel & Turbo [17] o propósito desse trabalho é apresentar uma

descrição muito detalhada das características de vibração dos motores de dois tempos de

baixas velocidades e as principais considerações na hora de fazer o estudo de excitações

forçadas nas estruturas do navio.

A.N. Hicks [21] apresenta um estudo de comparação para determinar a

distribuição da massa virtual por efeito hidrodinâmico associada com as vibrações

verticais do navio. Ele considera o uso de massas agrupadas em uma viga-navio sim

considerar o peso da viga mesma, logo com diferentes condições de contorno faz a

análise considerando os coeficientes de redução tridimensional desenvolvida pelo Lewis

e Taylor, dando como resultado diferenças de pequena ordem nos valores, ele atribui

essas diferenças nas inexatidões aos aspectos tais como a inércia da seção transversal e

área de corte mais que por uma inadequada representação da massa hidrodinâmica.

Alexander L. Korotkin [23] o estudo da massa adicional tinha sido matéria de

estudo de muitos pesquisadores, o propósito deste livro publicado mediante o apoio do

Instituto de Pesquisas na Construção Naval do Krylov da Russia, faz uma revisão dos

principais resultados teóricos no estudo da massa adicional e descrever alguns

procedimentos experimentais para a determinação da mesma.

American Bureau of Shipping [24] a sociedade de classificação mostra

procedimentos básicos de cálculos para fazer estimações inicias para os primeiros

modos vibracionais nos navios mercantes de determinados cumprimentos baseado nas

estimativas e estatísticas de dados a traves dos anos de vários projetos.

Ship Structure Comitte [25] o reporte feito mediante a participação de estaleiros,

pesquisadores, armadores, sociedades de classificação, entre outros faz um resumo de

temas relacionados as metodologias para redução e prevenção de vibração,

considerações na predição de níveis de vibração em navios reais e em navios que nesse

7

momento estavam em estudo, conclusões nas vibrações forcadas nas superfícies do

casco e nos mancais dos eixos do propulsor.

D.E. Newland [27] apresenta a teoria da análise da vibração aleatória na qual

introduze a idéia vibração aleatória e como analisar a mesma, também aprofunda na

análise espectral, tanto de sinais continuas como sinais discretos, e faz a introdução e a

descrição da Transformada Rápida de Fourier (FFT) que é o procedimento utilizado

com muita frequência na análise vibracional para processar sinais medidos em função

do tempo (serie temporal).

Tiago Piedras Lopes et al [28] Descreve os métodos experimentais para realizar

medições em estruturas em escala real. Um desses métodos é o excitador harmônico

para determinar a frequência natural do navio, apresenta parâmetros importantes porque

a força de excitação é conhecida, pode determinar amortecimento e a interação das

estruturas. Adicionalmente apresenta o teste de impacto que segundo o Tiago, a

utilidade desse método foi comprovada no estudo da ressonância de superestruturas,

mas não foi verificada ainda para o navio completo. E por último o método da prova de

mar que é considerado de muita importância porque é realizado durante a navegação e

tem as condições reais de operação do navio.

Klaus-Jurgen Bathe [31] apresenta procedimentos de elementos finitos em forma

compreensível e um contexto amplio para sua aplicação nos diferentes problemas de

engenharia. Também mostra os métodos de resolução de os sistemas de equações

utilizados pelos softwares de elementos finitos para grandes sistemas.

Levent Kaydihan et al [33] mostra o procedimento para analisar as vibrações

globais de um navio porta contendores. Esse estudo considera o navio na fase de projeto

de maneira tridimensional para achar as principais características vibracionais,

freqüências e modos vibracionais e para complementar o estudo considera algumas

assunções baseada em dados de outros autores com respeito a amortecimento do navio,

as pressões no casco e dados das ordenes de excitação do motor para tentar predizer os

níveis máximos na vibração do navio em pontos relevantes na superestrutura e praça de

máquinas.

8

Rasvaz Ionas et al [34] o estudo considera alguns aspectos sobre a vibração

global do navio, tomando em consideração características dinâmicas medidas no navio

real. As primeiras trinta frequências naturais são calculadas mediante um modelo

tridimensional e as forças de excitação são consideradas mediante as medições das

pulsações de pressão no casco do navio, dessa maneira as amplitudes de resposta em

alguns pontos são calculadas para a frequência fundamental e para a segunda harmônica

da rotação do propulsor.

Sung Li-ping et al [35] neste trabalho apresenta um estudo feito em um modelo

tridimensional, e mostra as características vibracionais para uma embarcação tipo

catamarã , também apresenta o método da redução dinâmica que elimina as vibrações

locais mediante e deixa visível os modos globais mediante o desacoplamento dos graus

de liberdade que se apresentam em uma análise com milhares de elementos finitos e

desse jeito poupar tempo computacional.

Skaar, Knut T. et al [37] O trabalho descreve o estado do arte na análise

vibracional do navio e faz considerações de distinto tipo para conseguir modelar em

elementos finitos. Faz algumas sugestões dependendo do objetivo da análise, por

exemplo, para poder fazer uma análise global, análise local ou análise vibracional

forçado. Neste trabalho também fazem distinções entre os métodos clássicos, como o

método unidimensional, para vibrações do navio como os métodos bidimensional e

tridimensional, descrevendo brevemente algumas conclusões de utilizar um ou outro

método.

9

CAPÍTULO 3

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

3.1 Introdução

Neste capítulo vai-se apresentar a teoria básica sobre a vibração do navio, nesta

parte é preciso fazer lembrar algumas definições básicas utilizadas na teoria de

vibrações para esclarecimento, logo vai-se descrever a análise da vibração de uma viga-

navio continua e discreta, na parte continua vai-se descrever as equações analíticas

clássicas para as vigas de Euller e Timoshenko e na parte de análise discreta aborda a

equação de equilíbrio dinâmico que com diferentes condições de contorno e condições

iniciais pode aplicar para achar frequências naturais e modos vibracionais do navio,

assim como também fazer análise com excitações forçadas que são problemas muito

complexos na teoria de vibrações.

3.2 Definições básicas

Vibração pode ser definida como um movimento oscilatório de pequena

amplitude, ao redor de um ponto de equilíbrio. Uma vibração pode ser periódica ou não,

pode ser medida em distintas unidades que são dadas pelas amplitudes, velocidades e

acelerações. As vibrações podem ser representadas tanto no domínio do tempo quanto

no domínio da frequência, a diferença entre as duas é que a análise no domínio da

frequência é muito mais simples e clara, resumida e decomposta. Segundo a Asmussen

et al [5] em aplicações para navios, a solução no domínio do tempo se limita a casos

especiais, como a análise de vibração de casco em excitação por “Slamming”

Frequência é uma razão que descreve o numero de ciclos por unidade de tempo,

geralmente as unidades utilizadas são Hz (ciclo/s).

Frequencia natural é a frequência na qual um corpo vibra quando é perturbado

da sua posição de equilíbrio mediante alguma força instantânea. Para um corpo continuo

essas frequências naturais são infinitas, isso implica modos infinitos, por o contrario do

um corpo discreto que tem um numero de elementos finitos associado aos graus de

liberdade que podem ser grandes mas são finitos.

Modo é a forma de deflexão característica que um corpo adquire quando esta

vibrando em uma determinada frequência natural. Como os modos são associados a

uma frequência natural, eles também são finitos para um modelo discreto.

10

Nodo é um ponto na distribuição vibracional que não é deslocado em um

determinado modo.

Excitação é um estimulo ou perturbação dependente do tempo e que pode ser

periódica ou aleatória.

Frequência de excitação é a frequência na qual a excitação atua no corpo e é

uma excitação periódica um exemplo em condições quase continua como a perturbação

produzida pelo propulsor no casco.

Ressonância é o fenômeno que é produzido quando a freqüência natural coincide

com a frequência de excitação em um corpo, dessa maneira amplificam-se os

deslocamentos produzindo vibrações excessivas.

(a) (b)

Figura 3-1 Comparação de oscilação: (a) Periódica e (b) Aleatória (Fonte: D.E.

Newland, 1993)

As vibrações encontradas na prática podem ser representadas mediante uma

onda senoidal simples ou compostas, cada uma delas com sua própria frequência e

amplitude. Uma vibração sinusoidal é determinista quando valor futuro pode ser

previsto, esse valor pode-se obter a traves de uma função matemática ou a partir da

história passada. Mas se elas não têm relação alguma, então podem ser chamadas de

aleatórias ou randômicas. As vibrações aleatórias não apresentam uma relação

matemática definida para ser representadas, por tanto elas podem-se estudar mediante as

propriedades estatísticas como media entre outros. Por enquanto, a única coisa que

pode-se fazer é determinar uma faixa de probabilidade de encontrar o valor da

oscilação. As oscilações aleatórias são as mais comuns em casos reais.

A vibração de um sistema se analisa mediante a unidade básica, representada por

um sistema massa-mola que pode ter oscilações livres ou forçadas. Em um sistema com

oscilação livre ideal não amortecida só existe uma perturbação inicial que produze a

oscilação e que continua oscilando infinitamente.

11

Em um sistema com amortecimento provoca dissipação de energia, e por tanto a

oscilação diminui com o tempo até chegar a valores próximos do zero, este tipo de

oscilação é conhecida como vibração transiente.

Nos sistemas forçados amortecidos, a energia dissipada pelo amortecimento é

continuamente fornecida pela fonte de excitação e a característica da vibração nesse

sistema depende das propriedades de massa, rigidez e amortecimento do sistema.

3.3 Vibração no Navio

As vibrações nos navios consideram, em uma primeira etapa, o estudo das

oscilações elásticas do casco junto com as estruturas que conformam o navio dentro de

um médio fluido como a água de mar. Logo com parte complementaria do estudo,

podem ser consideradas também as fontes de excitação que são estudadas para analisar

a resposta das estruturas e evitar os deslocamentos excessivos que trazem possíveis

falhas mecânicas. No caso das excitações forçadas envolve aspectos como valores de

forças, momentos, pressões entre outros que ainda são matéria de pesquisa,

especialmente a ação vibratória do propulsor no casco que será descrita para

conhecimento neste trabalho, assim como também as excitações produzidas pelo motor

propulsor.

Nos modos de vibração do casco podem ser verticais, horizontais, torcionais e

axiais. Um modo terá um grau de importância para um navio dependendo da função

para o qual é projetado, por exemplo, o estudo das vibrações torcionais e horizontais são

muito importante para um navio conteineiro por que tem espaços abertos muito grandes

no convés principal, para outros navios como o tipo cruzeros é importante o estudo de

oscilações forçadas porque sua principal função é transportar com comodidade aos

passageiros.

3.4 Análise Continuo do Navio

No início dos estudos das vibrações de navios as teorias consideravam o casco

do navio em forma continua e faziam semelhança com uma viga. Há duas teorias que

estudam o caso da viga-navio, a teoria Euler-Bernoulli e a teoria do Timoshenko a

diferença entre elas e que a teoria do Timoshenko considera aspectos adicionais como a

cisalhamento devido a flexão e a torção.

12

3.4.1. Viga do Euler-Bernoulli

Esta teoria foi feita por Leonhard Euler e Daniel Bernoulli. Este modelo

simplificado analisa a viga-navio, fazendo as seguintes considerações.

- Hipóteses de comportamento lineal.

- Os pontos da fibra neutra sofrem apenas deslocamento vertical e giro: ux(x, 0) = 0.

- A tensão perpendicular à fibra neutra é nula: σyy= 0.

-As seções planas inicialmente perpendiculares ao eixo da viga se mantêm

perpendiculares ao eixo da viga uma vez curvada.

- A viga e esbelta assume que L >> B

A seguir mostra-se uma viga unidimensional que é suportada por uma base

elástica com uma rigidez uniforme por unidade de comprimento “k” , representando a

força hidrostática da água. Também tem-se a distribuição uniforme da constante de

amortecimento “c” representando o amortecimento hidrodinâmico da água.

Figura 3-2 Representação gráfica da viga de Euler-Bernoulli (Fonte: Vorus, 1998)

A massa uniforme da viga por unidade de comprimento μ (inclui a massa

hidrodinâmica), a rigidez uniforme EI, E é o modulo de elasticidade, I é o momento de

inércia seccional e a f(x,t) representa a força de excitação gerada pelo fluxo a traves do

propulsor. O termo νI ao lado direito representa o amortecimento viscoso do material da

viga do casco, w é o deslocamento vibratório vertical. A equação diferencial que

descreve a teoria de viga de Euler-Bernouli para uma base elástica é apresentada a

seguir.

13

),(2

2

4

5

4

4

txfkwt

wc

t

w

tx

wI

x

wEI

(3.1)

Pode-se verificar nesta equação na expressão ao lado esquerdo no segundo

termo, que representa a inclusão do termo visco-elástico na lei do esforço deformação

para o material da viga. Esta equação não considera os termos da inércia rotacional

(momento fletor) e o efeito da força cortante (distorção). As condições finais para a

unicidade da resolução da equação do movimento são as seguintes.

Lxexemx

w

x

w

00

3

3

2

2

(3.2)

Na vibração induzida pela excitação constante do propulsor e na realidade uma

excitação aleatória que pode ser considerada como periódica enquanto as condições não

sejam alteradas, pode-se considerar como frequência de excitação aproximadamente o

número de rotações do propulsor (rpm) por o número de pás. A excitação pode ser

representada por series de Fourier variáveis no tempo. Para resolver a equação

diferencial serão substituídas as duas séries de f(x,t) y w(x,t) em a equação. A

dependência do tempo se cancela e as series resultantes da equação diferencial em x se

resolvem termo a termo para os coeficientes desconhecidos da serie de deslocamento.

iwtexF

txFtxf

)(Re

)cos()(),( (3.3)

A identidade “Re” denota a parte real da expressão

tite ti sincos (3.4)

F(x) será a amplitude de distribuição da força de excitação que denota ao longo

do comprimento do navio. é a frequência de excitação, que correspondente a

frequência fundamental predominante. Para o estado da resposta constante o

deslocamento terá a seguinte forma.

14

ti

sc

exW

txWtxWtxw

)(Re

sin)(cos)(),( (3.5)

)()()( xiWxWxW sc (3.6)

W(x) é a amplitude complexa desconhecida, que inclui a fase e amplitude que

são resolvidas mediante a equação de movimento geral no processo. Substituindo (3.3)

e (3.6) na equação (3.1) e as condições finais, sem a dependência do tempo, obtém-se.

)(1 2

4

4

xFWkcidx

Wd

EiEI

(3.7)

Adimensionando as variáveis da equação 3.7 para obter a solução geral

3/,,

LEI

FF

L

xx

L

WW (3.8)

Assim, os valores de “x” ficarão entre 0 e 1, sendo ζνfator de amortecimento

estrutural e a equação 3.7 torna-se como segue.

)(21 4

4

4

xFWkdx

Wdi

f

(3.9)

A expansão modal pode-se considerar como á superposição de modos naturais

independentes, e a solução da equação de movimento pode-se expressar como séries

infinitas. O conjunto de séries é expandido em termos de infinitos modos normais de um

sistema não amortecidos (ζν 0) e não forçado (F(x) =0). A seguir se apresenta a

equação adimensional não amortecidos e não forçado.

100

0

3

3

2

2

4

4

4

xexemdx

Wd

dx

Wd

Wkdx

Wd

(3.10)

A solução para a equação diferencial ordinária fica do seguinte modo, para todos

os valores (k ≠ 0)

15

kxCkxCkxCkxCxW coshsinhcossin)( 4321 (3.11)

Aplicando as dois condições finais na equação para x = 0, elimina duas das

quatro constantes desconhecidas, logo as constantes ficam da seguinte maneira.

C2=C4, C1=C3 (3.12)

Aplicando as dois condições finais na equação (2.17) para x = 1, tem se que fica

um sistema de equações tal como.

0CB (3.13)

0

0

sinhsincoshcos

coshcossinhsin

4

3

C

C

kkkk

kkkk (3.14)

Para achar os valores de as constantes, a única solução não trivial é Det [B] = 0 ,

por em quanto a expressão do determinante fica no seguinte modo.

Det[B] = -2(1 - cosk.coshk) (3.15)

coskn.coshkn = 1 (3.16)

Os coeficientes C3 e C4 diferentes de zero, existem só no caso que se cumpra a

relação (3.16) porque de outro modo esses valores não podem ser determinados

mediante o sistema de equações, porque elas são linearmente independentes, a única

coisa que se pode fazer e encontrar uma relação entre elas.

nn

nn

kk

kk

C

C

coshcos

sinhsin

4

3

(3.17)

Agora substituindo as expressões 3.17 e 3.12 na equação 3.11 se terá o seguinte.

16

xkxk

kk

kkxkxkCx nn

nn

nnnnn sinhsin

coshcos

sinhsincoshcos)( 4 (3.18)

Esta função representa os modos vibracionais nas frequências naturais e é

chamada autofunção, alem disso dependendo do valor C4 orienta o eixo neutro do navio

depende do coeficiente. A seguir apresentam-se os primeiros modos de vibração vertical

obtidos por 3.18.

Figura.3-3 Representação gráfica dos modos vibracionais verticais (Fonte: Vorus,

1998)

3.4.2. Viga de Timoshenko

A viga de Timoshenko é uma teoria que faz considerações adicionais, tais como

o efeito da torção, o efeito da força cortante na seção transversal da viga.

No caso de um navio, onde as dimensões da largura respeito do comprimento

não podem ser ignoradas faz grande diferencia nos cálculos, principalmente por o efeito

da distorção por o cisalhamento.

O efeito da rotação na seção transversal se apresenta em uma viga cuja seção

transversal não é desprezível respeito de seu comprimento, o momento fletor produz

uma rotação da seção, que tem diferentes inclinações para cada comprimento da viga e

cujo eixo da rotação é o eixo neutro horizontal que passa por o centróide da área de cada

seção transversal da viga. Este efeito pode-se expressar em termos da inércia rotacional

e aceleração angular da seção.

ZQ

t

txxJ

2

2 ),()(

(3.19)

17

J(x) : Momento de inércia de massa em relação ao eixo neutro

(x,t) : Inclinação da seção transversal devido a flexão

2

2 ),(

t

tx

: Aceleração Angular da seção

ZQ : Momentos internos e externos que são aplicados no elemento da viga.

Outro aspecto a considerar é aquele que produz a força cortante na seção

transversal da viga pela distorção dos elementos da viga produzida pela flexão. Este

efeito, tem uma influencia maior no comportamento dos modos vibracionais mais altos.

A segunda equação dinâmica que descreve esses efeitos é.

YF

t

txyxm

2

2 ),()( (3.20)

m(x) : Massa por unidade de comprimento da viga.

y(x,t) : Deslocamento da seção transversal na direção “y”

2

2 ),(

t

txy

: Aceleração linear da seção

YF : Forças internas e externas que são aplicados no elemento da viga.

3.4.3 Diagrama de Corpo Livre do Elemento da Viga

A seguir, mostra-se o diagrama de corpo livre para um elemento da viga com as

forças, momentos representados na maneira geral.

18

Figura 3-4 Diagrama do corpo livre do elemento da viga

As variáveis são as seguintes:

p(x,t) : Carregamento aplicado à viga por unidade de comprimento

q(x,t) : Momento aplicado à viga por unidade de comprimento

M(x,t) : Momento fletor

V(x,t) : Força cortante

γ(x,t) : Inclinação da seção transversal devida apenas à flexão

β(x,t) : Distorção causada pelo cisalhamento

y(x,t) : Deflexão da viga

xtxy /),( : Inclinação total da seção transversal da viga.

E : Módulo de elasticidade (Módulo de Young)

I(x) : Módulo de inércia da área da seção transversal

A(x) : Área da seção transversal

EI(x) : Rigidez à flexão

k´GA(x) : Rigidez ao cisalhamento

3.4.4 Equações Elásticas da Viga

A seguir mostram-se as equações elásticas da viga, a primeira é relativa ao

cisalhamento e a segunda corresponde à flexão

),()('),( txxGAktxV (3.21)

19

x

txxEItxM

),()(),(

(3.22)

3.4.5 Equações Dinâmicas da Viga

Aplicando as equações diferenciais (3.19) e (3.20) para o corpo rígido da figura

3-4 acha-se o seguinte.

t

txyxC

x

txVtxp

t

txyxm

),()(

),(),(

),()(

2

2

(3.23)

),(),(

),(),(

)(2

2

txVx

txMtxq

t

txxJ

(3.24)

m(x) : Massa efetiva por unidade de comprimento.

C(x) : Coeficiente de amortecimento viscoso por unidade de comprimento da

viga.

Agora para complementar as equações da viga da Timoshenko, da figura 3-4 se

mostra o seguinte.

),(),(),(

txtxx

txy

(3.25)

)('

),(),(

),(

xGAk

txVtx

x

txy

(3.26)

Reescrevendo as equações anteriores obtem-se as equações básicas da viga

Timoshenko que são.

t

txyxC

t

txyxmtxp

x

txV

),()(

),()(),(

),(2

2

(3.27)

),(),(

)(),(),(

2

2

txVt

txxJtxq

x

txM

(3.28)

20

)('

),(),(

),(

xGAk

txVtx

x

txy

(3.29)

)(

),(),(

xEI

txM

x

tx

(3.30)

3.5 Análise Discreta do Navio

Pode-se notar que a análise continua tem uma complexidade considerável para

modelos simplificados como no caso de uma viga simples, na qual inclusive tem

hipóteses que ajudam a resolver as equações dinâmicas e elásticas. Por tanto surge a

necessidade de avaliar os modelos mediante a teoria de elementos finitos, que é bem

mais manipulável e que depende em maior medida do entendimento da teoria e dos

recursos computacionais.

Figura 3-5 Modelagem do navio mercante (Fonte: J.J.Jensen, 2001)

Neste caso, não se quer diminuir a importância da teoria de análise contínua, já

que ela é a base para entender as situações físicas apresentadas na realidade. Por outro

lado a modelagem tem a parte mais laboriosa que é a replicação das estruturas do navio

no programa de computador, leva muito tempo dependendo do nível de exatidão que se

deseja atingir. Mas a experiência demonstra que para a análise vibracional global de

estruturas é suficiente com as componentes principais tais como chapeamentos do

costado, fundo, convés, quilha, cavernas gigantes, longarinas, entre outros.

21

3.5.1 Equações de Movimento

A equação que descreve o comportamento do modelo en elementos finitos é

chamada de equação de equilíbrio dinâmico, na qual são aplicadas condições de

contorno para ser resolvida. Por isso que a aplicação da Lei de Newton em cada grau de

liberdade é representada com a expressão muito conhecida tal como.

fffxm ds ..

(3.21)

[m] : Matriz de massa

..

x : Aceleração nodal

fs : Vetor de força de rigidez

fd : Vetor de força de amortecimento

f : Vetor de força de excitação

No caso de a análise vibracional os modelos em elementos finitos satisfazem os

requerimentos constitutivos dos materiais em um nível local, então se cumprem as

relações de comportamento que na maior parte podem-se assumir lineares entre os

nodos e por tanto as expressões anteriores logo de reordenar-las ficam como segue.

fxkxcxm ...

(3.22)

.

x : Velocidade nodal

x : Deslocamento nodal

Onde [c], [k] são as matrizes de amortecimento e de rigidez respectivamente de

todo o sistema.

Após o estabelecimento das equações dinâmicas, devem ser resolvidas tantas

equações como graus de liberdade existem no sistema. A solução de 3.22 implica

utilizar procedimentos de integração direta que podem ser os métodos das Diferencias

Centrais, Wilson, Newmark, etc.

Na aplicação desta equação em um navio deve-se notar que esta equação leva a

uma resolução de um sistema de equações dependendo de o grado de complexidade do

22

modelo e os tipos de elementos a utilizar os graus de liberdade associados a cada nodo

podem ter milhares e até milhões de graus de liberdade, essa é uma das considerações

de fazer uma modelagem em elementos finitos tridimensionalmente, em consequência

para a resolução do sistema de equações existe outros procedimentos desenvolvidos

para melhorar o desempeno e a exatidão dos resultados.

3.5.2 Cálculos de Frequências Naturais e Expansão Modal

Por definição quando se deseja achar as frequências naturais e seus respectivos

modos de vibração de um sistema, as condições básicas são que não exista o

amortecimento e tampouco força de excitação por tanto as equações dinâmicas ficam do

seguinte modo.

0..

XKXM (3.23)

X = sin[(t-t0)] (3.24)

Onde é um vetor de ordem igual aos graus de liberdade, variável no tempo,

com uma constante de tempo t0 e com que é a frequência de vibração do sistema e do

vetor, logo substituindo 3.24 na equação 3.23

MK 2 (3.25)

A expressão 3.25 pode ser escrita da seguinte maneira.

MK (3.26)

A expressão 3.26 já é conhecida como a equação geral de autovalores “”e

autovetores “”, que neste caso representam as frequências naturais e os modos

vibracionais do sistema. Para resolver esta equação, existem métodos exatos e métodos

aproximados, que dependendo do número de graus de liberdade podem ser utilizados

eficientemente. Os procedimentos exatos demonstram ser eficientes até graus de

liberdade que não sejam muito grandes porque o esforço computacional que implica a

23

solução de sistemas muito grandes faz que o programa fique muito lento e por tanto

inviável quando um sistema complexo é analisado.

Os procedimentos aproximados são mais práticos para resolver sistemas muito

grandes com um grau de exatidão adequado, eles foram desenvolvidos especialmente

para achar os primeiros autovalores e autovetores de um sistema. Todos os métodos

exatos e aproximados são iterativos porque não ha uma solução analítica de uma

equação polinômica acima de quarto grau, e por tanto o uso de um ou outro método fica

a critério de quem o pesquisador. A confiabilidade do sistema depende de a estabilidade

do método as propriedades das matrizes envolvidas na solução e outros fatores.

Alguns métodos utilizados na resolução do problema de autovalores pelos

programas de computação são o método de Rayleigh-Ritz, Método de iteração de

Lanczos.

Às vezes é conveniente fazer uma transformação da equação original para

chegar a uma versão “Standard” para poupar tempo e recursos computacionais. Os

métodos como obter essa transformação se pode obter na bibliografia apresentada, mas

apresentamos a forma standard da equação 3.26 só para ilustração.

~~~

K (3.27)

Figura 3-6 Rango de frequências naturais encontradas nas aplicações de

construção naval (Fonte: Asmussen et al., 2001)

24

Logo de muitos estudos estadísticos por parte das sociedades de classificação a

figura 3-6 mostra uma serie de fenômenos vibratórios versus as frequências para

diferentes aplicações, também mostra a transição entre vibração e ruído.

Também pode-se notar que o estudo de aplicações locais tem frequências

maiores, nesse caso quando maior a frequência maior a densidade modal e por tanto o

esforço é maior para identificar as formas modais, assim o que pode-se fazer são

análises estadísticos meios que darão características de energia em determinadas faixas,

isso equivale a avaliar uma área de interesse em particular.

3.6 Excitações Forçadas no Navio

Quando maior vira a densidade modal mais difícil é identificar e aplicar critérios

de ressonância, em consequência a análise forçado torna-se uma maneira adequada para

estimar respostas dinâmicas do navio. Para fazer mais consistente um modelo finito com

a realidade, propriedades como amortecimento e forças de excitação podem ser

considerados na fase de projeto é mediante a simulação das mesmas estimar a resposta

dinâmica do modelo. Muitas de essas forças e momentos, mesmo que não sejam

estritamente periódicas, podem ser representados como excitações harmônicas como,

por exemplo, as forças produzidas no propulsor, os momentos desbalanceados do motor

produzidos pelos gases de combustão, entre outras fontes de excitação.

As fontes externas de excitação são aquelas produzidas por o encontro do casco

do navio com as ondas do mar, nesse estudo o decaimento das vibrações das excitações

eventuais como o fenômeno de “Slamming” são estudados no domínio do tempo. A

diferença dos outros tipos de excitações que podem ser periódicas e a análise das

mesmas é no domínio da frequência. Visto que, a interação das forças e momentos com

o casco é de natureza altamente não linear e propriedades tais como o amortecimento

são ainda matérias de estudo nas simulações dinâmicas.

3.6.1 Excitação Induzida pelo Propulsor

No momento de desenhar o propulsor o projetista tem que escolher cuidadosamente

as características geométricas porque vão influenciar na eficiência do propulsor e a

cavitação, esta última é uma fonte principal de vibração no casco do navio. As forças

hidrodinâmicas assimétricas no propulsor têm origem no fluxo irregular da esteira que é

originada na interação entre o casco do navio e o propulsor, elas produzem forças e

momentos nos distintos eixos cartesianos tal como se pode apreciar na figura 2-12. As

25

forças e momentos que são transmitidas desde o propulsor podem ser representados

como excitações quase harmônicas e acontecem nas seguintes frequências: frequência

de rotação do eixo, frequência da vibração do propulsor e as harmônicas da frequência

fundamental do propulsor.

Figura 3-7 Forças e momentos no propulsor (Fonte: Asmussen et al., 2001)

A bibliografia especializada apresenta trabalhos que tentam fazer estimações da

predição de vibrações forçadas induzidas pelo propulsor no casco, mas não é tarefa

fácil, o estudo das excitações forçadas geradas pelo propulsor para projetos novos

devem ser avaliados no tanque de provas e segundo o Ligtelijn et al [12], afirma que os

testes nos tanques de prova podem ser validos quando as dimensões do tanque são

muito grandes e que ainda assim esses testes tendem a sobreestimar os valores das

pulsações de pressão no casco comparado com as medições no navio real.

(a) (b)

Figura 3-8 Efeito da onda na popa (a) e o efeito do afundamento da popa nas amplitudes das pressões no casco do navio (b) (Fonte: 17th International Ship

and Offshore Structure Congress)

Também existem os métodos empíricos e semi-empíricos para avaliar as forças na

superfície do casco do navio, as primeiras fazem estimações iniciais. O Holden et al

[12] fez regressões estatísticas e relações geométricas de propulsores junto com as

popas dos navios estudados, numerosas medições experimentais foram feitas nas provas

26

de mar de navios mercantes para validar esse métodos mas ainda não são plenamente

confiáveis.

No caso dos métodos semi-empíricos, são avaliados com ajuda dos meios

computacionais e são comparados com as medições reais, neste caso, se o objetivo é

fazer estimações de flutuações de pressões para a análise standard de vibrações os

métodos empíricos podem ser utilizados.

Os métodos computacionais conformam hoje uma ferramenta muito utilizada nos

escritórios de projetos. Assim Sink-Kwan et al [13] apresenta uma metodologia

computacional que evolve distintos aspectos tais como a dinâmica do fluido

computacional (CFD), elementos finitos (FEM) e a dinâmica da cavitação do propulsor,

com a finalidade de estudar as vibrações induzidas no casco pelas pulsações de pressão,

esse estudo requer entre outros detalhes o conhecimento do fenômeno de cavitação,

fluxo turbulento na zona do propulsor entre outros temas que não serão parte do escopo

no presente trabalho. Nessa investigação, com o apoio da American Bureau of Shipping

(ABS), utiliza três módulos distintos relacionados entre sim para determinar forças e os

respectivos valores das amplitudes das pressões nas áreas próximas ao propulsor, esses

módulos são Propeller/ship flow module (PSF), Hydro-load assessment module (HLA)

e o Finite element analysis module (FEA).

O primeiro estima a interação de fluxo (esteira) entre o casco e o propulsor, o

segundo modulo faz a estimação dos valores das pressões no casco e a distribuição

aproximada na área próxima do propulsor e o ultimo faz o cálculo dos esforços e

vibrações no casco. No final pode-se resumir o trabalho de Sink-Kwan nos siguentes

passos:

1. Simulação do fluxo sem o propulsor (casco só)

2. Simulação casco – propulsor (coeficientes de esteira efetiva)

3. Análise da eficiência do propulsor (coeficiente de torque e empuxo)

4. Análise de cavitação no propulsor

5. Cálculo de cargas hidrodinâmicas do propulsor

6. Análise de vibração e esforços.

Sink-Kwan amostra alguns resultados para os quais demonstra que para diferentes

condições de carregamento, o valor das forças verticais acima do propulsor no casco são

maiores quando navio esta na condição de plena carga comparado com o navio em

condição de lastro tão como mostra a figura 3-9.

27

Figura 3-9 Distribuição da pressão no casco induzida pelo propulsor (Fonte: Sink-

Kwan)

Vibrações Axiais no Propulsor são caracterizadas pela movimentação na direção

da própria linha do eixo. As causas iniciais das vibrações são originadas pelas forças

variáveis no propulsor. Normalmente os motores levam amortecedores internamente

acoplamento do caixa redutora (se tiver) ou direitamente acoplada na saída do motor

para o eixo, para evitar vibrações excessivas na direção axial, que absorvem as

distorções torcionais e axiais. A frequência principal correspondente será as revoluções

do eixo multiplicado pelo número de pás do propulsor.

As vibrações laterais segundo o Magazinović [16], são geradas por o peso do

propulsor, as forças inerciais do peso da linha do eixo entre mancais. Pode-se assegurar

um bom desenvolvimento se afasta as frequências naturais laterais do eixo com respeito

à velocidade de rotação do eixo, para lograr esse objetivo na indústria naval são

aplicadas técnicas muito comuns nas configurações dos eixos propulsores tais como

variação de diâmetros de eixos e diferente tipo de aço para eixos com a finalidade de

lograr tensões nos eixos propulsores que sejam aceitáveis na operação.

3.6.2 Excitação Induzida pelo Motor Propulsor

As forças e movimentos gerados pelo funcionamento do motor propulsor

produzam excitações nas distintas direções, vertical, horizontal, axial e torcionais. As

28

faixas das frequências de vibração são infinitas e são transmitidas para o todo o navio,

dependendo dos tempos de combustão as frequências podem ser múltiplos da frequência

de rotação para motores de dois tempos ou metade dos múltiplos da frequência de

rotação para motores de quatro tempos. O motor propulsor é uma das principais fontes

de vibrações no navio. Nos últimos anos, a configuração mais utilizada pelo custo

operativo e de instalação são os motores com baixos números de cilindros. Segundo a

MAN Diesel & Turbo [17], as excitações do motor em geral podem ser divididos em

duas categorias, excitações primarias e secundarias, a seguir se descreve cada uma

delas.

Excitação primaria, são as forças e momentos originados pela combustão dos

gases e a inércia das massas rotativas e recíprocas do motor. Essas forças criam no

motor momentos que são de primeira ordem (momentos verticais e laterais) e de

segundo ordem (momentos verticais).

Figura 3-10 Evolução do número de cilindros nas instalações dos navios (Fonte:

Fonte: MAN Diesel & Turbo 2002)

As frequências naturais do motor estão determinadas por a rigidez e a

distribuição de massa, mas também estão determinados pela extensão de rigidez adjunta

das estruturas próximas ao motor. Alguns modos fundamentais da vibração do motor

29

estudados por os fabricantes de motores descrevem as formas “H”, “X” e “L”, que são

consequência dos momentos anteriormente mencionados para motores de dos tempos de

baixas revoluções em combinação com a velocidade e número de cilindros do motor.

A predominância para motores de velocidade media é o modo vibracional do

tipo “H”. A figura 3-12 mostra as diferentes formas modais antes mencionadas com um

exemplo modelado em elementos finitos para um motor de sete cilindros em duas

situações quando o motor tem uma base e quando não tem ela, pode-se notar que as

frequências de vibração muda de maneira significativa devido ao aumento da rigidez e

da massa circundante ao motor. Um estudo que considera as excitações produzidas pelo

motor nas estruturas do navio, esta baseado na informação técnica fornecida pelo

fabricante do motor para determinar as características do comportamento dinâmico das

estruturas.

Figura 3-11 Momentos produzidos pelas forças inerciais (Fonte: MAN Diesel &

Turbo 2002)

Vale a pena mencionar, que para fazer uma análise vibracional local na base do

motor propulsor considerando os momentos desbalanceados do motor, o modelo

tridimensional é uma ferramenta adequada, se o fabricante fornece os dados dos testes

do motor. Essa análise também pode levar muito esforço computacional dependendo

dos graus de liberdade na modelação.

30

(a) (b)

Figura 3-12 Modos vibracionais do motor: (a) sim base e (b) com base (Fonte:

Asmussen et al., 2001)

Excitações secundarias, são derivadas das respostas forçadas em uma

subestrutura. Estas características vibratórias das subestruturas são quase independentes

da estrutura restante do navio.

3.6.3 Navio em Movimento

Quando o navio se movimenta a través da água e dependendo de fatores como a

hidrodinâmica do casco, estado de mar, velocidade entre outros, produzam efeitos

conhecidos como “slamming”. Nos quais são estudados no domínio do tempo, esse tipo

de efeito não será considerado no presente trabalho.

A figura 3-13 mostra um exemplo da medição das amplitudes na vibração por

motivo desse fenômeno para diferentes partes do navio como a ponte de navegação, o

radar e a popa.

3.6.4 Equipamentos a Bordo

Durante o funcionamento das maquinas auxiliares se produzem excitações que

afetam o meio circundante (excitações locais).

O equipamento ativo se considera aquele que gera vibração tão como motor

principal, geradores elétricos, compressores, motores auxiliares, unidade de sistema

hidráulico, etc.

Equipamento passivo se comporta como massa elástica e produzem vibração

devido ao movimento completo do sistema que formam parte, como por exemplo,

31

quadros de distribuição elétrica. O equipamento passivo tem menor influência quando a

sua massa não é muito significativa em comparação dos outros equipamentos.

Figura 3-13 Análise de vibrações no domínio do tempo para o “Slamming” (Fonte:

Asmussen et al., 2001)

3.7 Estimações da Massa Adicional Hidrodinâmica

O navio opera em um meio diferente a outros tipos de veículos, os efeitos

inerciais que se apresentam são definidos devido pelo meio que rodeia o casco. As

forças inerciais da água que rodeia o casco são proporcionais à aceleração da superfície

do navio, que implica uma massa de água que é acelerada junto com a massa do navio,

esse efeito é chamado massa adicional hidrodinâmica. El valor da massa hidrodinâmica

adicional pode ser as vezes até cem por cento a massa do corpo parcialmente submerso,

por isso a massa não pode ser ignorada nos cálculos. A seguir serão descritos os

métodos do cálculo da massa hidrodinâmica propostos por diferentes pesquisadores

para que logo esses valores sejam aplicados no modelo tridimensional e avaliar as

frequências naturais.

3.7.1 Método de Lewis

Este método estima a distribuição de massa adicional por unidade de

comprimento vertical na vibração do casco. Para Lewis (1929) a massa por unidade de

comprimento na posição ao longo da vibração vertical do eixo “x” é dada a seguir.

32

mTonxJxCxBxm /)()()(8

)( 2

(3.28)

Densidade da água (Ton/m3)

B(x) : Manga do seção (m)

T(x) : Calado da seção (m)

A(x) : Área da seção embaixo da linha do calado (m2)

C(x) : Coeficiente de massa adicional da seção em duas dimensões

Jn : Fator de Lewis, que representa a redução do fator na massa adicional de duas

dimensões para três dimensões.

n : Coeficiente da área de seção

n = A(x) / [B(x).T(x)]

O coeficiente C(x) determina-se utilizando o mapeamento de conformação das

formas das seções do navio de Lewis. Esta “Transformação Conforme” é dada pela

relação

3

)()(

z

xb

z

xazZ (3.29)

Esta relação transforma um circulo unitário do plano “z” à seção do navio no

plano “Z”, “a” e “b” são parâmetros de mapeamento e são determinados de tal maneira

que a relação entre Boca/Calado seja mantida na transformação. A figura 3-14 resume o

trabalho para obter C(x) mediante a leitura do coeficiente de área secional e a relação

entre Boca e Calado.

Mas como as formas de Lewis não cobrem todas as formas dos navios, os

coeficientes da seção media “βn” tem que cumprir algumas condições que foram

derivadas por Landweber and Macagno (1957) que são apresentadas a seguir.

12

,122

128

3

223

12

,122128

3

223

T

B

B

T

T

B

T

B

T

B

T

B

n

n

(3.30)

Uma vez comprovado o rango adequado para os cálculos, logo pode-se achar o

33

coeficiente “C(x)” da figura 3-14.

Figura 3-14 Coeficientes de massa virtual (Fonte: Vorus, 1998)

O valor de Jn é a razão entre a massa adicional total no n-modo vibracional (n é

o número de modo) ao valor total do fluxo bidimensional seção por seção. A figura 3-15

resume o fator Jn.

Figura 3-15 Fator Jn de Lewis (Fonte: Vorus, 1998)

34

3.7.2 Método de Landweber e Macagno

Após a transformação conforme Landweber e Macagno construíram curvas

praticas para representar os valores dos coeficientes de massa virtual vertical “Cv” e o

coeficiente de massa virtual horizontal “Ch”.

Antes se define as seguintes relações para achar os coeficientes.

S : Área imersa da seção (m2)

b : Meia boca da seção (m)

d : Calado da seção (m)

)(

)(

xd

xb (3.31)

)()(2

)(

xdxb

xS (3.32)

Em função dos parâmetros “” relação calado-meia boca e “” área imersa da

secção, pode-se achar os valores dos coeficientes Cv e Ch, com isso os valores da massa

virtual por unidade de comprimento pode ser calcula mediante as seguintes expressões.

vv Cbm 2

2

1' (3.33)

hh Cdm 2

2

1' (3.34)

A seguir se apresentam as curvas para determinar os valores de Cv e Ch.

Figura 3-16 Coeficiente de massa virtual para movimento vertical (Fonte: Apostila

de aulas)

35

Figura 3-17 Coeficiente de massa virtual para movimento horizontal (Fonte:

Apostila de aulas)

3.7.3 Método do Instituto de Pesquisas da Construção Naval de Krylov

Este método acha as massas adicionais da seção no sentido vertical (33) e

horizontal (22). Adicionalmente definem-se os seguintes coeficientes.

)()(2

)()(

xdxb

xSx (3.35)

)(

)()(

xb

xdxq (3.36)

onde :

S(x) : Área imersa da seção (m2)

b(x) : Meia boca da seção (m)

d(x) : Calado da seção (m)

p : Centróide da área imersa.

c : Posição do centro da oscilação torcional.

a : Coeficiente auxiliar da seção

Cv : Coeficiente para cálculo da massa adicional vertical

Ch : Coeficiente para cálculo da massa adicional horizontal

n : Numero de modo

36

Figura 3-18 Seção definida pelo instituto Krylov ( Fonte: Korotkin, 2007)

qqqqa 32101)1(3

2

1 2 (3.37)

))(1(1 aqaqCv (3.38)

2

22)1(

3

41

4aq

qCh

(3.39)

2*

332

.. bCJ vvn

(3.40)

Considerando só o caso da massa vertical, a correção por o efeito tridimensional

acha-se por meio do coeficiente "Jn". Para achar o coeficiente Jn é preciso introduzir

alguns parâmetros que a seguir se apresentam.

B

Lv (3.41)

v

vve

3.0

116.0 (3.42)

37

v

vp

7.103.1 (3.43)

5.2

125.0

v

vvq

(3.44)

vv

vvvv

qp

eqpf

1

)5( (3.45)

)( nfep

fR

vvv

vvn

(3.46)

v

vJ

674.1035.11 (3.47)

vn

v

vn

vvn

RJ

TBRJJ

.

)2/(02.01.

1

1* (3.48)

3.7.4 Método do Instituto de Pesquisas Navais do Japão

Para realizar as primeiras estimações de as frequências naturais do navio,

existem formulações baseadas em análises estatísticas e experiências de do Instituto de

Pesquisas Navais de Japão, essas formulações são mostradas por o Piedras [22], e são

validas para achar as primeiras frequências naturais de navios com comprimentos

maiores a 150 m.

Com essas formulações podem-se estimar frequências até a sexta frequência

natural para navios tanque, cargueiros, mineraleiros e para navios porta-contentor até a

quinta frequência natural. Para o caso de frequências naturais horizontais, pode-se

estimar até a quarta frequência natural no caso de navio tanque.

Estimação de Frequência Natural Vertical

A fórmula 3.49 mostra o parâmetro P1, cuja base estatística é o momento fletor,

apresenta a estimação vertical para um navio com 2 ou 3 nós.

38

31.L

IP

V

V

(3.49)

Onde:

IV : Momento de inércia vertical, na seção mestra em relação ao eixo neutro (mm2

.m2)

V : Deslocamento total incluindo o efeito da massa virtual para movimento vertical

(Ton)

Lpp : Comprimento entre perpendiculares (m)

A fórmula 3.50 mostra o parâmetro P2 para fazer estimações de frequências verticais

para um navio com 3 ou mais nós, cuja base estatística é a força cortante que atua na

área vertical.

ppV

V

L

AP

.

10. 8

2

(3.50)

Onde:

AV : Área efetiva do cisalhamento vertical, na seção mestra. (m2).

Figura 3-19 Coeficientes P1 e P2 nas vibrações verticais num navio graneleiro

(Fonte: Apostila Troyman)

39

Estimação de Deslocamento Vertical

Para estimar os valores de V, para navios tanque e graneleiro pode-se utilizar a

seguinte formula.

2

033.04.00.1mm

VT

B

T

B (3.51)

Onde:

: Deslocamento do navio (Ton)

B : Boca de navio (m)

Tm : Calado médio do navio (m)

Com os valores dos parâmetros P1 e P2 e o gráfico correspondente mostrado na

figura 3-19 pode-se conseguir os valores das frequências naturais estimadas.

Para a estimação da segunda frequência natural vertical o valor é obtido pela

media dos valores obtidos mediante as gráficas anteriormente mencionadas com os

parâmetros adimensionais P1 e P2.

3.7.5 Método da Sociedade de Classificação ABS

Também existem formulações empregadas por as sociedades de classificação tão

como a American Bureau of Shipping (ABS), que apresenta uma estimação de a

frequência natural inicialmente para dois nodos no modo vertical para um casco

convencional de qualquer comprimento ABS [11], junto com as relações estatísticas e

com o resultado fornecido pelo Kumai, consegue estimar frequências naturais

correspondentes até o terceiro modo.

A seguir apresenta-se a formulação para achar as primeiras frequências naturais

verticais baseadas no valor da segunda freqüência natural vertical do navio.

Formulação de Kumai

cpmL

IxN

ppi

VV 3

62 1007.3

(3.52)

40

m

iT

B

.32.1 (3.53)

IV : Momento de inércia , m4

Tm : Calado meio do navio, m

B : Boca do navio, m

Lpp: Comprimento entre perpendiculares, m

: Deslocamento do navio, Ton

i : Deslocamento virtual que inclui a massa adicional, Ton

Formulação de Johannessen e Skaar

12 nNN VnV (3.54)

n : Numero de nós (n<5)

: 0.845 Navios de carga general

1.000 Bulk Carrier

1.020 Navio tanque

N2V : Frequência natural para forma modal de dois nós. (cpm)

NnV : Frequência natural para n-forma modal. (cpm)

3.8 Amortecimento

O amortecimento segundo o Bishop [10] e o Skaar [37] consideram que ñao

existe informação teórica que defina em forma satisfatória o fenômeno, por outro lado

existem trabalhos com medições para alguns tipos de navios nos quais demonstram que

o amortecimento varia em faixas de frequência e por tanto varia com a forma modal do

navio. Eles consideram que a origem do amortecimento tem duas fontes importantes: a

origem hidrodinâmica que comparada com o amortecimento estrutural é praticamente

desprezível, inclusive para frequências mais altas o amortecimento predominante é o

estrutural. Existem modelos que tentam avaliar o amortecimento, uma deles é o

amortecimento de Rayleigh que define o amortecimento como uma combinação lineal

das matrizes de massa y rigidez com a finalidade de conseguir ortogonalizar o

amortecimento e desacoplar as equações dinâmicas nos programas de elementos finitos

y poder resolver as equações mediante a superposição modal que se aplica para

vibrações forçadas e livres.

41

CAPÍTULO 4

ANALISE E PROCESSAMENTO DAS MEDICOES EXPERIEMTAIS

4.1 Generalidades

As medições dos sinais foram feitas entre os dias 6 e 10 de abril de 2009 por o

Laboratório de Ensaios de Modelos de Engenharia (LEME), no navio “Gypsum

Integrity” construído no Estaleiro Ilha S.A. (EISA), sediado na Ilha do Governador na

cidade do Rio de Janeiro.

As medições feitas correspondem a vibração global, durante a prova do mar,

para diferentes velocidades do motor, a descrição dos equipamentos e as ferramentas

utilizadas para obter medições são descritos neste capítulo.

Figura 4-1 O navio Graneleiro da Tese

4.2 Equipamentos para Medição de Vibrações Globais

Os equipamentos utilizados para aquisição, registro e análise dos sinais de

vibração Global são:

1. Oito acelerômetros (8) resistivos KYOWA de 2g;

2. Uma controladora (1) CompactDaq com 2 módulos NI-9237 (4 canais cada

módulo) da National Instruments;

42

3. Um sensor (1) de proximidade magnético para medição da rotação e

referência de fase;

4. Um Notebook (1)Toshiba Satellite U305 equipado com software

desenvolvido para a aquisição dos sinais.

4.3 Localizações dos Acelerômetros para a Medição Global

Os pontos onde que se obterão as medições vibracionais para a análise global

são os seguintes.

1. Stern C.L. no upper deck (01V - vertical).

2. Fore end da superestrutura no compass deck (02L - longitudinal).

3. Fore end da superestrutura no compass deck (03T - transversal).

4. Fore end da superestrutura no compass deck (04V - vertical).

5. Fore end da superestrutura no upper deck (05V - vertical).

6. MCP topo vante (06L - longitudinal).

7. MCP topo vante (07T - transversal).

8. MCP topo vante (08V - vertical).

Na figura 3-2 mostra os pontos onde foram localizados os acelerômetros para

efetuar as medições.

Figura 4-2 Localização dos acelerômetros na prova do mar

43

Para o estudo vai-se considerar o ponto 1V, 4V e 2L porque estão relacionados

direitamente com as vibrações verticais do navio (1V e 4V) e a medição longitudinal da

superestrutura (2L) porque ela é gerada também em parte por as vibrações no sentido

vertical.

4.4 Medições nas Velocidades da Prova de Mar

Os dados mostrados na tabela seguinte são os primeiros de uma serie de

medições que foram feitas para distintas velocidades cujos valores são 63, 65, 67, 69,

71, 73, 75, 77, 79, 81, 83, 85, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93 rpm, em forma mais estendida

serão exibidos nos anexos.

Na tabela 4-1 mostra-se uma parte das medições dos sinais (serie temporal) para

uma velocidade de 63 rpm do motor principal que foram obtidos segundo as

localizações descritas na figura 4-2.

Tabela 4-1 Medições da serie temporal para a análise vibracional

Time 12:12:52

***End of Header***

Channels 9

Samples 10000 10000 10000 10000 10000 10000 10000 10000

Date 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009 9/4/2009

Time 12:54:07 12:54:07 12:54:07 12:54:07 12:54:07 12:54:07 12:54:07 12:54:07

Y_Unit_Label m/s2 m/s2 m/s2 m/s2 m/s2 m/s2 m/s2 Volts

X_Dimension Time Time Time Time Time Time Time Time

X0 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00

Delta_X 0.0005 0.0005 0.0005 0.0005 0.0005 0.0005 0.0005 0.0005

***End of Header***

M1-C0-1V M1-C1-2L M1-C2-3T M1-C3-4V M2-C1-6L M2-C2-7T M2-C3-8V M4-C0-TTL

-0.274974 -0.205949 1.498926 0.178986 0.064509 0.693226 0.241461 -0.000322

-0.260725 -0.179277 1.487924 0.153174 0.029452 0.608639 0.097245 0.001591

-0.275864 -0.196321 1.534959 0.145366 -0.083637 0.597141 -0.039926 -0.001917

Mediante a teoria do processamento dos sinais consegue-se fazer o

processamento dos sinais para três pontos: antes descritos. Visto que a análise espectral

pode ser feito mediante softwares que utilizam ferramentas como a FFT (Fast Fourier

Transform) a análise espectral dessa serie temporal foi feito mediante o software

44

Matlab. Nas figuras seguintes apresentam os gráficos da análise obtidos pelo autor para

faixa considerada na prova do mar.

Nas análises feitas para as distintas velocidades (rpm) pode-se notar que, as

amplitudes na distribuição de frequências que os gráficos tem, vão variando devido ás

ordens das excitações forçadas do motor, pulsações de pressão provocadas pelo

propulsor, entre muitas outras fontes de excitação. Na mesma maneira, apresentam-se

algumas diferenças para os resultados da análise espectral para as velocidades restantes

nos diferentes pontos da superestrutura, mais guardam consistência porque seguem o

mesmo padrão na distribuição de frequências.

Ao final pode-se coletar essas análises e fazer o diagrama de cascada (Diagrama

de Campbell) o qual demonstra em forma tridimensional a influencia das excitações

forçadas.

Para fazer a análise espectral de uma serie temporal precisam-se determinar

dados como período da amostragem, taxa de aquisição, número de ffts, janela de

visualização entre outros que podem variar de acordo com a necessidade do pesquisador

quando se quer priorizar resolução de espectro, confiabilidade entre outros fatores.

A partir das figuras 4-3 mostra o diagrama de cascada para o navio em estudo,

que é similar a uma cadeia de montanhas que relaciona as amplitudes com as

frequências para uma ordem particular de excitação.

Para obter os gráficos foram utilizado os resultados das análises espectrais nas

diferentes velocidades, o gráfico tem como eixos a frequência em unidades de Hz, a

velocidade de rotação do motor principal em rpm e o eixo das amplitudes representadas

nas unidades de milímetros por segundo.

No caso do navio em estudo, esta representação gráfica em 3-D mostra-se os

níveis de vibração em função da frequência para diferentes velocidades de rotações do

motor principal. O parâmetro principal neste caso é a velocidade que é variada

uniformemente para atingir as diferentes velocidades.

Com o diagrama de cascada pode-se identificar as fontes de vibração que

afeitam ao navio, e pode-se identificar excitações forçadas que amplificam os valores

das amplitudes das velocidades nas frequências naturais do navio cada vez que eles

passam por o valor da frequência natural.

45

Figura 4-3 Diagrama de cascada do ponto 1V no navio graneleiro

46

Figura 4-4 Diagrama de espectros do ponto 1V a diferentes velocidades do motor

47

Figura 4-5 Diagrama de cascada do ponto 4V no navio graneleiro

48

Figura 4-6 Diagrama de espectros do ponto 4V a diferentes velocidades do motor

49

Figura 4-7 Diagrama de cascada do ponto 2L no navio graneleiro

50

Figura 4-8 Diagrama de espectros do ponto 2L a diferentes velocidades do motor

51

O motor principal do navio, o propulsor entre outras fontes geram excitações em

todas as frequências (fundamentais e harmônicas) que são transmitidas para todo o

casco e subestruturas do navio. Essas excitações geradas são em todo tipo de ordens, e

nos diagramas mostrados podem identificar-se facilmente amplitudes notórias

especialmente em baixas frequências. Nas figuras 4-4, 4-6 e 4-8 representam os

espectros de vibração do diagrama de cascada visto desde a perspectiva de frequências e

amplitudes, o propósito desses diagramas é poder diferenciar picos nas frequências que

se repetem nas diferentes curvas de rpm, elas representam as frequências naturais que

estão sendo excitadas pelas forcas de excitação em cada velocidade do motor, para

poder fazer uma diferenciação entre cada curva se colocou diferentes cores, assim as

frequências identificadas tem valores de amostrados na tabela 4-2. Essas frequcncias

encontradas nos diagramas espectrais correspondem aos valores das frequências

fundamentais do navio, logo mais adiante esses valores serão comparados com os

valores obtidos nas formulações empíricas e com o modelo numérico para validar os

valores achados.

Deve-se lembrar que o amortecimento varia com a velocidade, e para o navio

varia com as frequências de cada modo vibracional, por isso cada vez é mais difícil

detectar os valores das frequências naturais dos espectros apresentados em faixas de

frequências altas. Em consequência, na seguinte tabela, vai-se mostrar os valores que

foram possível diferenciar dos gráficos dos espectros anteriores.

Tabela 4-2 Dados das frequências naturais mediante espectros

Frequência Valor (Hz) Valor (cpm)

1er 0.91 54.6

2da 1.90 114.0

3ra 2.80 168.0

4ta 4.36 261.6

5ta 6.40 384.0

52

CAPÍTULO 5

AVALIAÇÃO NUMÉRICA

5.1 Introdução

Considerando nosso estudo dentro das vibrações elásticas, existem três maneiras

de calcular as características dinâmicas das estruturas dos navios: o método da energia,

o método da matriz de transferência e o método dos elementos finitos, também

conhecido como análise de elementos finitos.

No método da energia precisa-se de assumir uma função de deflexões de

vibração aproximada, assume-se o navio como uma viga uniforme, mas quando se

precisa aplicar esse método para estruturas muito complexas não possibilita o uso

prático do mesmo.

O método da matriz de transferência pode-se utilizar para fazer cálculos de

frequências naturais e os modos considerando o navio como uma viga equivalente a

uma viga uniforme ou não uniforme, segundo o Troyman [4] esse método se presta

apenas ao cálculo de vibração natural e não para determinar respostas às forças externas

nem levar em conta influencia de estruturas locais.

O método dos elementos finitos é o mais popular porque possibilita fazer

estudos como análise estrutural, vibracional, entre outros. Dentro dos procedimentos

dos elementos finitos para análise de um navio, tem-se análise unidimensional e análise

tridimensional, uma das desvantagens da análise unidimensional é que não possibilita

fazer estudos de vibrações locais que são muito comuns nos problemas de estruturas,

alem disso leva a fazer cálculos prévios como as propriedades geométricas das seções

ao longo do navio, como por exemplo: momento de inércia vertical e transversal, área

de cisalhamento efetiva das seções, etc. Inclusive pode precisar-se o uso de outros

softwares para achar esses valores (propriedades geométricas) para logo ser ingressados

no software de elementos finitos como dados prévios á análise.

Com a modelagem tridimensional, todos àqueles procedimentos na análise

unidimensional já não serão necessários de realizar porque os elementos definidos no

software já contêm essas propriedades. Mas também na modelagem tridimensional

devem-se ter outras considerações como condições de contorno, tipo de elemento, entre

outros fatores que são definidos no processo e devem satisfazer as equações diferenciais

do problema.

53

Para a modelagem tridimensional do navio foi utilizado o Rhinoceros v4.0 que

logo foi exportado para o ANSYS-Workbench v.13, para fazer o análise mesma.

5.2 Características do navio empregado na análise

Os detalhes da estrutura da caverna gigante típica (Web Frame) a meia nau é

apresentada na figura 5-1.

Figura 5 -1 Detalhe da seção a meia-nau (Web Frame)

54

Assim mesmo as características com as dimensões principais do navio

apresentam-se na seguinte tabela.

Tabela 5-1 Características principais do navio

Características Valor Unidade

L 197.1 m

Lpp 188.4 m

B 32.2 m

Tm 9.75 m

D 17.75 m

Δ 37600 Ton

5.3 Modelagem do navio

O modelo foi feito no software Rhinoceros e exportado para o Ansys –

workbench v.13 para colocar as respectivas posições dos equipamentos tais como motor

principal, motores auxiliares, lastre e outros equipamentos utilizaram-se massas

pontuais ao longo do navio e distribuídas de acordo à localização no navio real.

Figura 5-2 Vista em perspectiva do navio

55

5.4 Sistemas de referencia para o navio

A origem do sistema de coordenadas será tomada na base da quilha na parte de

ré. Servirá como referencia para posicionar os diferentes equipamentos na praça de

maquinas, convés principal e a proa, também será utilizado para fazer a distribuição da

massa hidrodinâmica adicional que estarão ao longo do casco,

5.5 Equipamentos do navio

Para fazer a análise muito mais próxima do caso real, vai-se considerar os

principais equipamentos que concentram a maior quantidade de massa do sistema

completo do navio, a lista dos equipamentos considerados se mostra na tabela seguinte.

Tabela 5-2 Lista dos principais equipamentos a considerar no navio

N° MARCA COMPONENTE QUANTIDADE MASSA [kg]

1 PUSNES 1-27CUE + 200HW WINDLASS

15M.47 2 23380

2 FOSHAN CHAINS, SPARES & TOOLS 2 92016 3 MACGREEGOR C-LOOP SET 1 114133

4 MACGREEGOR TELESCOPING BOOM

CONVEYOR 1 219745

5 TTS HATCH 1A 1 45572 6 TTS HATCH 1F 1 45572 7 TTS HATCH 2A 1 45572 8 TTS HATCH 2F 1 45572 9 TTS HATCH 3A 1 45572 10 TTS HATCH 3F 1 45572 11 TTS HATCH 4A 1 45570 12 TTS HATCH 4F 1 42000

13 Wärtsilä 6RT – Flex 58T – B 1 325212

14 Wärtsilä PROPELLER + OTHERS

4E1540Rx/R0560 1 36910

15 Wärtsilä PROPELLER SHAFT + OTHERS 1 34573

16 Becker Marine RUDDER BLADE+FLAP FKSR-

1-4550/880/620/2 1 44000

17 Wärtsilä Thruster & Eletric Motor

CT200/4D550 1 12070

18 MAN B&W

DIESEL 6L23/30H 1 21565

19 MAN B&W

DIESEL 6L23/30H 1 21565

20 MAN B&W

DIESEL 6L23/30H 1 21565

56

5.6 Condições de contorno

Dentro de todo problema em análise de elementos finitos existem o campo de

variáveis que são governadas por as equações diferenciais, as variáveis atuam no

domínio do problema, pode-se entender como o domino a estrutura física do problema

em estudo. Adicionalmente as variáveis podem ser valores no ponto do domínio ou suas

derivadas.

Dependendo do tipo de problema que seja analisado, essas variáveis podem ser

deslocamentos, momentos, temperaturas, velocidades, etc.

Para fazer a análise modal, a equação diferencial não considera amortecimento

([C] =0) nem forcas aplicadas ([F] = 0) no modelo de elementos finitos.

5.7 Representação do modelo por elementos finitos

Para tornar o modelo real no modelo de computador, foram utilizados elementos

tipo casca para casco, bodegas, anteparas, superestrutura, etc. As estruturas

longitudinais tais como a asa e a alma das longarinas, também foram modeladas

mediante elementos tipo casca tomadas tanto a, as medidas do plano de estrutura geral e

replicadas no modelo tridimensional.

Este procedimento de tomar os elementos longitudinais como casca fará que o

sistema das equações a resolver demore mais tempo, mas será útil para localizar

vibrações locais das estruturas com maior exatidão.

Figura 5-3 Reforço junto com o casco

57

5.7.1 Elemento finito a utilizar na modelagem

Vai-se utilizar elementos tipo casca para modelar partes como o casco, convés,

cavernas gigantes, etc. O elemento chamado Shell181 foi utilizado na análise. Shell181

é adequado para a análise de estruturas finas a moderadamente grossa. é um elemento

de quatro nós com seis graus de liberdade em cada nó (translações no x, y, z e direções,

e rotações sobre os x, y, e z-eixo). Se a opção de membrana é usado, o elemento tem

apenas graus de liberdade de translação, a membrana não será utilizado porque não

representa adequadamente o comportamento das vibrações especialmente na parte local

das estruturas e os valores das vibrações não são consistentes como pode ser apreciado

na figura 5-4.

Outra consideração é que quando o computador mostra os deslocamentos da

estrutura, ela mostra todos os modos vibracionais e quanto mais alta mais modos, em

consequência para mostrar os modos verticais ou horizontais da estrutura tem-se que

desacoplar os graus de liberdade da equação restringindo as rotações nos eixos

adequados.

Figura 5-4 Comparação entre casca (esquerda) e membrana (direita)

5.8 Métodos de extração de autovalores e autovetores

Para fazer a extração dos autovetores (frequências naturais) e os autovetores

(modos vibracionais), vai-se a utilizar o procedimento de Block Lanczos que o Ansys

tem definido porque é o mais adequado para os grandes problemas de valores próprios

simétrico.

A utilização do método de Block Lanczos é conveniente para resolver modelos

grandes (até 1.000.000 DOF) com muitas equações de restrição, apresenta bom

desempenho especialmente para elementos tipo casca.

58

5.9 Malhado do modelo

O malhado do modelo é uma das partes principais porque vai determinar o

número de nós e número de elementos do modelo, como se indicou a maior quantidade

de nós mais tempo é requerido para a solução do sistema. Neste item vai-se verificar a

influência da quantidade de elementos e de nós do modelo, também se deve mencionar

que esta parte da modelagem é uma das mais difíceis de conseguir porque o software

precisa definições internas tais como tolerâncias da caracterização da malha, tamanho

de elementos, orientação de malha, tipo de elemento que pode se quadrado o triangular

entre outros.

5.10 Sensibilidade da Malha

É importante conhecer até que grau pode ser considerado o comportamento da

um navio como viga, no presente trabalho vai-se apresentar os resultados das

frequências naturais do navio vibrando no ar livremente e com três malhas distintas, a

malha 1, com 136836 elementos finitos, a malha 2, com 246050 elementos e por último

a malha 3 com 629421 elementos finitos.

Figura 5-5 Frequências naturais do casco vibrando no ar e com diferente número

de elementos finitos na malha

59

Como se pode apreciar na figura 5-5 o comportamento das malhas até o modo 5

são coincidentes, mais a diante os modos que se apresentam devido a que a maioria das

frequências apresentadas são frequências de vibrações locais que vão aumentar

conforme aumenta o número de elementos finitos.

5.11 Massa adicional hidrodinâmica do modelo em elementos finitos

O meio fluido que rodeia o casco do navio e um fator importante para o estudo

porque o valor da massa em consideração atinge valores muito altos e varia com cada

modo de vibração tão como já foi mencionado.

Tem-se vários métodos propostos para considerar o efeito de massa adicional ao

redor do casco, mas para o escopo de presente trabalho, vai-se utilizar os métodos de

Lewis, Landwerger e Macagno, do Instituo de Pesquisas da Construção Naval de

Krylov, Método de Instituto de Pesquisas Navais do Japão e o método empírico da

sociedade de classificação ABS.

O propósito de utilizar esses métodos no cálculo das frequências naturais do

navio e estudar é verificar os resultados com as medições do navio real, cujas

frequências naturais já foram encontradas no capítulo anterior mediante a análise

espectral.

O método alternativo é mediante a teoria da hidroelasticidade, é outra maneira

de considerar o efeito da massa adicional, esse conceito utiliza os elementos de fronteira

BEM (Boundary Elements Method), o qual considera a interação da parte casco-agua

mediante painéis hidrodinâmicos como os elementos de fronteira. Os painéis são

modelados separadamente tendo como referencia o casco da parte molhada do navio,

depois são avaliadas os valores das forças em cada painel mediante o potencial linear

distribuído ao longo de cada nó dos painéis.

Neste estudo não será considerado neste trabalho, porque utiliza outros conceitos

hidrodinâmicos que está fora do alcance teórico do presente trabalho.

5.11.1 Massas hidrodinâmicas adicionais nos extremos do navio

Com motivos de comparação vai-se avaliar qual é a diferença que tem o valor da

massa adicional hidrodinâmica do casco completo e o valor da massa adicional sem

incluir o bulbo e uma parte da popa aproximadamente desde o cadaste até o espelho da

popa em função da frequência. O motivo para fazer esta comparação é que as formas

dessas balizas não cumprem com a as expressões para aplicar as formulações nas seções

60

de Lewis, e em consequência não são aplicáveis no cálculo da massa adicional com os

métodos descritos.

Figura 5-6 Massas adicionais hidrodinâmicas

Com a ajuda do software Aqwa v12 vai-se encontrar os valores da massa

hidrodinâmica em uma faixa de freqüências, a limitação do software é que só permite

um número limitado de elementos finitos (12000), por isso também limita o rango de

frequências que software pode atingir, quer dizer que para achar frequências mais altas,

tem-se que refinar ainda mais a malha do casco, mas pela causa do número de

elementos finitos não é possível estender mais as frequências.

Depois de achar os valores da massa adicional hidrodinâmica até uma faixa de

frequências de 0.223 Hz, a maior diferença é mostrada no começo da faixa de

frequências e tem um valor aproximado de 4%, para os valores seguintes essa diferença

tem uma tendência a diminuir.

As tabela 5-3apresenta os cálculos da massa adicional para hidrodinâmica para

ambos casos.

61

Tabela 5-3 Cálculo das massas adicionais com o Aqwa v12

Frequência Massa Vertical (Kg) Frequência Massa Vertical (Kg)

(Hz) (com extremos) (Hz) (sem extremos)

0.016 159000000 0.016 152000000

0.025 163000000 0.030 152000000

0.033 155000000 0.043 133000000

0.042 142000000 0.057 107000000

0.050 125000000 0.071 83100000

0.059 108000000 0.085 65800000

0.068 91400000 0.099 58600000

0.076 77500000 0.113 56900000

0.085 67800000 0.126 56500000

0.093 62400000 0.140 57300000

0.102 60000000 0.154 58900000

0.111 58900000 0.168 60400000

0.119 58300000 0.181 53100000

0.128 58000000 0.195 64700000

0.137 58300000 0.209 66200000

0.145 59100000 0.223 67500000

0.615 59900000 - -

0.161 60500000 - -

0.171 61000000 - -

0.180 57000000 - -

0.188 65000000 - -

0.197 67000000 - -

0.206 68400000 - -

0.214 69400000 - -

0.223 69100000 - -

A Diferença das massas entre dois frequências iguais varia entre 4% para as

frequências mais baixas como 0.016 Hz e até 1% para 0.223 Hz, em consequência com

respeito a essa diferencia, pode ser considerada que tem uma tendência a diminuir na

faixa de frequências considerada da tabela apresentada.

Um dado importante como poderá ser comprovado mais na frente é que o valor

obtido para a massa adicional no rango das frequências amostradas tem a tendência a

coincidir com os valores da massa calculada por os métodos em estudo no presente

trabalho.

62

Figura 5-7 Malha do casco no Aqua v12

5.11.2 Distribuição da massa hidrodinâmica no casco

Para poder fazer o cálculo o mais exato possível da massa adicional, foi

calculada por cada faixa do casco do navio, de acordo com o conceito das seções planas

descritas por o Korotkin [23], a idéia deste método é utilizar seções planas ortogonais

ao eixo coincidente com o comprimento, de tão forma que para achar o valor da massa

adicional do corpo total se integra ao longo do comprimento, para o caso do presente

estudo a referencia das seções ortogonais são as balizas, desse jeito esses valores foram

achados para cada espaçamento entre balizas e foi distribuído para cada caverna gigante

do navio em três pontos da estrutura (bombordo, quilha e estibordo).

Neste item vai-se averiguar como é o comportamento do modelo segundo a

distribuição das massas pontuais que vai representar o efeito da massa hidrodinâmica

adicional ao redor do casco do navio, na determinação das frequências naturais

verticais. Foi escolhido o método de Krylov para testar a distribuição das massas e

averiguar qual é a tendência dos resultados nas frequências naturais. A massa

hidrodinâmica foi calculada por cada faixa ao longo do casco, terá um valor entre cada

baliza do navio, esse valor de massa será distribuído para cada caverna gigante

localizadas entre essas balizas mediante massas pontuais. Na primeira fase da

distribuição será colocada uma massa pontual por caverna e a posição será no fundo da

quilha do navio.

63

(a) (b)

Figura 5-8 Caverna com 7 massas (a) e caverna com 3 massas (b)

A quantidade de modos verticais estudados foram nove modos por cada

método,então a quantidade de massas pontuais nesta primeira fase foi de 19 massas as

quais eram recalculadas para cada modo de vibração vertical dando um total de 171

massas utilizadas para os nove modos, logo para a segunda fase será considerada três

massas por cada caverna gigante, uma na quilha do navio e dois na mesma altura na

metade do calado, no total foram utilizadas 165 massas que também foram recalculadas

para cada modo vibracional vertical dando um total de 1485 massas utilizadas para

todos os modos considerados, e por último para a utilizar sete massas por caverna a

distribuição foi como segue, foram colocadas sete massas pontuais por cada caverna

gigante que totalizaram 385 massas que novamente foram recalculadas por cada modo

vibracional vertical dando um total de 3465 massas utilizadas para os nove modos, e sua

distribuição foi uma no centro ajuntado á quilha, outras massas no fundo do casco

colocadas simetricamente respeito do plano central do navio, dois em uma altura menor

que a metade do calado e as dois ultimas na metade do calado e sendo simétricas

respeito do plano central do navio.

Tabela 5-4 Frequências Naturais segundo a distribuição de massas

Frequências Naturais Verticais (Hz) modo 1 Massa 3 Massas 7 Massas

1 0.538 0.909 0.889 2 1.164 2.076 2.044 3 1.717 3.365 3.256 4 2.221 4.708 4.732 5 2.589 6.097 6.128 6 2.840 7.132 7.424 7 3.076 8.554 8.620 8 3.229 9.340 9.492 9 3.412 9.468 9.580

64

De acordo com os resultados na distribuição das massas observa-se que para

poder representar adequadamente o efeito da massa adicional hidrodinâmica podem-se

considerar apenas três massas por caverna gigante ao longo do comprimento do navio,

considerar massas adicionais para o navio em estudo não vai alterar de maneira

significativa a análise vibracional global do navio. Em quanto considerar uma massa só,

na quilha altera em forma significativa os resultados das frequências naturais. A seguir

apresentam-se os resultados obtidos na figura 5-9.

Figura 5-9 Frequências naturais segundo a distribuição da massa no casco

5.11.3 Massa adicional por o método de Lewis

Visto que o procedimento de calculo por o método de Lewis já foi descrito

anteriormente, vai-se apresentar os dados necessários para o cálculo da massa adicional

vertical.

Outros valores tão como a área da seção submersa, calado e coeficiente de seção

que variam com o posicionamento respeito do comprimento do navio (sendo x, posição

respeito ao eixo de coordenadas descrito), por motivos de espaço serão apresentados os

resultados resumidos e para maior informação temos os valores das propriedades de

cada característica nos anexos.

65

Tabela 5-5 Dados iniciais para o método de Lewis

Característica Valor Unidade

ρ 1.025 Ton / m3

B 32.2 m

L 188.4 m

B/L 0.171

A(x)

B(x)

T(x)

α(x)

B(x)/T(x)

Nas próximas figuras vai-se apresentar os primeiros modos vibracionais achadas

mediante o software de elementos finitos Ansys v.13, os demais modos serão colocados

nos anexos.

Figura 5-10 Distribuição de equipamentos e massa adicional hidrodinâmica

66

Figura 5-11 Variação da massa adicional por modo para o método e Lewis

A seguir apresenta-se a tabela 5-7 mostra os valores obtidos das frequências

naturais do navio considerando a massa adicional mediante o método de Lewis.

67

Tabela 5-6 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Lewis)

Massa adicional em Kg Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9

L_2,1 1758844 1587845 1465703 1343561 1221419 1148134 1025992 977135 903850

L_3,2 2368758 2138462 1973965 1809468 1644971 1546273 1381775 1315977 1217278

L_4,3 2991237 2700423 2492698 2284973 2077248 1952613 1744888 1661799 1537164

L_5,4 3368417 3040932 2807014 2573096 2339178 2198828 1964910 1871343 1730992

L_6,5 3679783 3322027 3066486 2810946 2555405 2402081 2146540 2044324 1891000

L_7,6 3821313 3449797 3184428 2919059 2653690 2494468 2229100 2122952 1963731

L_8,7 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_9,8 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_10,9 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_11,10 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_12,11 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_13,12 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_14,13 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_15,14 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488

L_16,15 3653081 3297920 3044234 2790548 2536862 2384650 2130964 2029489 1877278

L_17,16 3276062 2957556 2730052 2502547 2275043 2138541 1911036 1820035 1683532

L_18,17 2556683 2308116 2130569 1953022 1775474 1668946 1491398 1420379 1313851

L_19,18 1280548 1156050 1067123 978196 889269 835913 746986 711415 658059

L_19.5,19 306015 276263 255012 233761 212510 199760 178509 170008 157258

Massa Total (Kg) 60763910 54856308 50636592 46416876 42197160 39665330 35445614 33757728 31225898

68

Tabela 5-7 Frequências Naturais (Método de Lewis)

Modo Frequência (Hz)

1 0.914

2 2.073

3 3.099

4 4.663

5 6,076

6 7.118

7 8.640

8 9.343

9 9.648

5.11.4 Massa adicional por o método de Landwerger & Macagno

Este método precisa dos dados apresentados na tabela 5-8 para o cálculo das das

massas adicionais.

Tabela 5-8 Dados iniciais para o método de Landwerger & Macagno

Característica Valor Unidade λ [2.T(x) ] / B(x) - σ A(x) / [ T(x).B(x) ] - ρ 1.025 t /m3 B 32.20 m L 188.4 m

Da mesma maneira que no caso anterior, os valores das áreas, bocas e calados

são variáveis para cada posição longitudinal. Na tabela 5-10 mostram-se os valores das

massas para cada modo vibracional.

69

Figura 5-12 Variação da massa adicional por modo para o método de Landwerger

& Macagno

A seguir apresenta-se a tabela com os valores obtidos das frequências naturais

do navio considerando a massa adicional mediante o método de Landwerger &

Macagno.

70

Tabela 5-9 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Landwerger & Macagno)

Massa adicional em Kg Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9

L_2,1 1614918 1406162 1301784 1239157 1197406 1167583 1145217 1127820 1113903 L_3,2 2221261 1934124 1790556 1704415 1646987 1605968 1575203 1551275 1532133 L_4,3 2746466 2391438 2213923 2107415 2036409 1985691 1947652 1918066 1894397 L_5,4 3040802 2647725 2451187 2333264 2254649 2198495 2156379 2123623 2097418 L_6,5 3326689 2896657 2681640 2552631 2466624 2405191 2359116 2323280 2294611 L_7,6 3170751 2760876 2555938 2432976 2351001 2292448 2248532 2214376 2187051 L_8,7 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_9,8 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_10,9 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_11,10 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_12,11 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_13,12 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_14,13 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_15,14 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715 L_16,15 3173543 2763307 2558190 2435119 2353072 2294467 2250513 2216326 2188977 L_17,16 2863601 2493430 2308345 2197294 2123260 2070379 2030717 1999870 1975192 L_18,17 2230097 1941818 1797679 1711195 1653539 1612357 1581470 1557446 1538228 L_19,18 1196209 1041578 964263 917874 886947 864857 848290 835404 825095 L_19.5,19 276651 240889 223008 212279 205127 200018 196187 193206 190822

Massa Total (Kg) 52266934 45510521 42132315 40105392 38754109 37788907 37065006 36501972 36051544

71

Tabela 5-10 Frequências Naturais (Método de Landwerger & Macagno)

Modo Frequência (Hz)

1 0.965

2 2.227

3 3.582

4 4.927

5 6.268

6 7.197

7 8.451

8 9.431

9 9.480

5.11.5 Massa adicional por o método do Instituto de Krylov

Este método precisa de alguns cálculos prévios que fazem um pouco mais

laborioso para achar os coeficientes de redução por efeito tridimensional. A seguir a

tabela 5-11 que mostra os dados iniciais.

Tabela 5-11 Dados iniciais para o método do Instituto Krylov

Característica Valor Unidade

q (x) [2.T(x) ] / B(x)

σ (x) A(x) /

[T(x).B(x) ]

ρ 1.025 t /m3

B 32.20 m

L 188.4 m

T 9.750 m

B/T 3.303 v 5.851 e v 1.103 p v 0.739 q v 0.685

f v 6.276

J v,1 0.983

72

Figura 5-13 Variação da massa adicional por modo método de Instituto Krylov

A tabela5-12 mostra os valores das frequências naturais do modelo para cada

modo.

73

Tabela 5-12 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Krylov)

Resumo de massa adicional entre balizas para cada Modo Vertical (Kg) Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9

L_2,1 1857733 1666250 1511663 1384245 1277411 1186547 1108321 1040268 980524 L_3,2 2572144 2307025 2092989 1916571 1768654 1642847 1534539 1440314 1357595 L_4,3 3180314 2852509 2587866 2369734 2186843 2031290 1897372 1780869 1678592 L_5,4 3521145 3158209 2865204 2623696 2421204 2248981 2100711 1971723 1858484 L_6,5 3852193 3455134 3134583 2870368 2648839 2460424 2298214 2157099 2033214 L_7,6 3671621 3293175 2987649 2735820 2524675 2345091 2190485 2055985 1937907 L_8,7 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_9,8 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_10,9 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_11,10 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_12,11 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_13,12 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_14,13 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_15,14 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356 L_16,15 3674855 3296075 2990280 2738229 2526898 2347157 2192415 2057795 1939614 L_17,16 3315952 2974166 2698236 2470801 2280110 2117923 1978293 1856822 1750182 L_18,17 2582377 2316202 2101316 1924195 1775690 1649383 1540643 1446044 1362996 L_19,18 1385169 1242395 1127132 1032125 952468 884718 826391 775648 731102 L_19.5,19 320352 287333 260675 238703 220280 204611 191122 179387 169084

Total (Kg) 60511041 54273966 49238672 45088337 41608508 38648844 36100824 33884153 31938141

74

Tabela 5-13 Frequências Naturais (Método Instituto de Pesquisas Krylov)

Modo Frequência (Hz)

1 0.909

2 2.078

3 3.365

4 4.708

5 6.097

6 7.132

7 8.554

8 9.340

9 9.468

A seguir apresentam-se os primeiros modos vibracionais até o quarto modo

vibracional, as formas dos modos para os diferentes métodos de cálculo apresentam uma

configuração similar, em consequência pode ser escolhido qualquer dos resultados para

visualizar os modos, para o presente trabalho foi escolhido os resultados por o método do

instituto Krylov.

Figura 5-14 Primeiro modo vibracional

75

Figura 5-15 Segundo modo vibracional

Figura 5-16 Terceiro modo vibracional

76

Figura 5-17 Quarto modo vibracional

Figura 5-18 Quinto modo vibracional

77

Figura 5-19 Sexto modo vibracional

Figura 5-20 Sétimo modo vibracional

78

Figura 5-21 Vibracoes locais no fundo do casco

5.12 Modelo unidimensional do navio

A idéia de um modelo unidimensional de um navio é avaliar de forma aproximada

as frequências naturais de forma simples poupando tempo e requerimentos

computacionais, mas também ainda não tem um estudo que demonstre até grau poderia

ser utilizado de maneira consistente. Em consequência agora que já foram obtidos os

valores das frequências naturais e os modos vibracionais para um modelo tridimensional,

eles servem para incluir na comparação com um modelo unidimensional do mesmo navio

obtido por o Moraes [43] e que utilizou o método de Landwerger e Macagno para o

cálculo da massa adicional hidrodinâmica para achar as frequências naturais do navio.

Tabela 5-14 Frequências naturais verticais - modelo unidimensional (Hz)

Modo Frequência 1 0.720 2 1.822 3 2.913 4 3.924 5 5.077 6 6.296

79

5.13 Frequências Natural do Navio Mediante Fórmulas Empíricas

Neste item vai-se achar as frequências naturais do navio para diferentes

formulações empíricas para ser comparadas com os valores experimentais achados.

A primeira estimação é feita com as formulações da sociedade de classificação

American Bureau of Shipping (ABS), cuja descrição de cada dado foi descrita no ponto

2.9.2 do marco teórico.

Tabela 5-15 Dados para estimação das frequências naturais pelas normas da ABS

Parâmetro Valor Unidade B 32.2 m L 188.4 m

Tm 9.75 m Δ 37600 Ton Δi 47262 Ton Iv 125.17 m4

1

As planilhas de cálculo são apresentadas nos anexos. A seguir apresentam-se os

valores obtidos para as primeiras frequências naturais. Segundo as formulações de

Johannessen e Skaar [23], pode-se utilizar para achar as frequências até o terceiro modo

de vibração.

Tabela 5-16 Frequências nos modos verticais ABS

Modo Vertical Frequência (Hz)

1 1.02

2 2.04

3 3.06

Das frequências obtidas da tabela 5-16 pode-se notar que os valores verticais são

muito próximos com a tendência da curva estatística apresentada na figura 5-18, que foi

realizada para navios do mesmo tipo pela classificadora da Noruega Det Norske Veritas

(DNV), essa figura é aplicável para navios tipo taqueiro para os primeiros quatro modos

80

vibracionais, mas também é aplicável para os navios tipo graneleiro para os dois primeiros

modos de vibração.

Agora será feito uma estimação com as formulações do Instituto de Pesquisas

Navais do Japão, logo também serão comparados com os valores experimentais dessa

2maneira serão avaliados os valores obtidos pelas formulas.

Figura 5-22 Frequências para navios de carga (Fonte: DNV)

A seguir amostram-se os dados necessários do navio para calcular as primeiras

frequências de vibração vertical.

81

Tabela 5-17 Dados para estimação das frequências naturais pelo método do Instituto

de Pesquisas Navais do Japão

Parâmetro Valor Unidade

B 32.2 m

L 188.7 m

Δ 37600 Ton

d 9.75 m

Iv 125.17 m4

Iv 101240000 mm2.m2

Δi 86512.14 Ton

A 3.31 m2

Av 0.83 m2

Ah 2.48 m2

Após os cálculos de acordo com as fórmulas descritas anteriormente, obtêm-se os

seguintes valores.

Tabela 5-18 Frequências nos modos verticais pelo Instituto de Pesquisas Navais do

Japão

Modo Vertical Frequência (Hz)

1 0.42

2 1.79

3 2.58

4 3.33

5 4.08

6 4.75

A tabela 5-19 apresenta o resumo com os valores das frequências naturais achadas

para cada modo vibracional por cada método e amostra as diferenças com o valor

experimental achado no capítulo quarto, também se considera os valores achados com os

82

procedimentos empíricos da ABS, o Instituto de Pesquisas Navais do Japão e o método

tradicional unidimensional, esses valores serão mostrados na figura 5-23 e comparados

para verificar qual se aproxima melhor ao navio real e até que modo pode ser comparável.

Logo de obter e comparar os resultados experimentais, com os resultados mediante

o modelo em elementos finitos dos três métodos utilizados, os método de Lewis e do

Krylov com exceção do terceiro modo vibracional que tem uma diferença porcentual de

20%, apresentam a melhor aproximação como o teste experimental para quase todos os

modos vibracionais comparáveis até o quinto modo, para o método de Lanwerger e

Macagno os resultados mostram uma boa aproximação para o primeiro modo vibracional,

logo para modos superiores tem diferenças que variam em porcentagem desde 13% a 27%

a partir do segundo modo vibracional até o quarto. Com respeito ao procedimento da

sociedade de classificação ABS os resultados mostram resultados consistentes com uma

diferença máxima de 11% para o primeiro modo, mas ainda assim em termos numéricos

essa diferença não é muito significativa para termos gerais de avaliação. No caso de o

método do Instituto do Japão o resultado obtido subestima os valores das frequências em

quase todos os modos, a maior diferença tem uma porcentagem de até 54% que é no

quinto modo, sendo o segundo modo o mais próximo do valor experimental com uma

diferença de 5%. Por último o método unidimensional obteve bons resultados para os três

primeiros modos, mas depois os valores das frequências se afastaram dos valores

experimentais tendo uma diferença máxima de 20% para o quinto modo.

Tabela 5-19 Resumo de frequências naturais verticais (Hz)

Modo Krylov Lewis L & M ABS Japão Unidimensional Experimental 1 0.909 0.914 0.965 1.02 0.42 0.720 0.91 2 2.076 2.073 2.227 2.04 1.79 1.822 1.90 3 3.365 3.099 3.582 3.06 2.58 2.913 2.80 4 4.708 4.663 4.927 3.33 3.924 4.36 5 6.097 6.076 6.268 4.08 5.077 6.40 6 7.132 7.118 7.197 4.75 6.296 7 8.554 8.640 8.451 8 9.340 9.343 9.431 9 9.468 9.648 9.480

83

Figura 5-23 Frequências naturais achadas pelos diferentes métodos

84

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusões

De maneira geral os resultados obtidos na presente dissertação podem ser

considerados como bons. No presente trabalho desenvolveu-se um modelo em elementos

finitos utilizando o programa Ansys 13 para comparar e validar os resultados com as

medições feitas em um navio a escala real tipo graneleiro mediante na prova do mar.

Numa primeira etapa foi importante definir adequadamente o tipo de elemento

finito a ser utilizados na representação da estrutura interna, superestrutura e o casco. Foi

possível verificar que o elemento tipo membrana tem uma considerável influencia na

frequência natural do navio, e assim a massa hidrodinâmica adicional não conseguiu

mudar os valores das frequências naturais comparando com os valores do teste

experimental, mas por outro lado, o elemento tipo casca alem de apresentar valores muito

próximos ao teste experimental, permite localizar vibrações locais dependendo do modo

vibracional, quando maior o modo vibracional maior é a presencia das vibrações locais no

navio, como são apresentadas no fundo do casco e a superestrutura que começam a ter

vibrações independentes da forma modal global.

Com respeito da quantidade de elementos finitos utilizada na modelação, o estudo

da sensibilidade da malha foram utilizadas três malhas distintas para achar os valores das

frequências naturais do navio vibrando no ar, e os resultados da figura 4-7 mostram que

para o mesmo modelo apresentam-se a partir do quinto modo vibracional variações nos

valores das frequências naturais isso pode atribuir-se a que quando maior é a quantidade

de elementos finitos, mais vibrações locais aparecem na análise do navio, para revelar os

modos globais tem que se desacoplar os graus de liberdade dos nós restringindo, por

exemplo, as rotações em os eixos que não são de interesse. Para nosso estudo pode tomar-

se qualquer das malhas até o quinto modo porque as três estão apresentando o mesmo

comportamento pelo menos até o quinto modo vibracional.

No estudo da correlação numérico-experimental desenvolvido com a utilização de

resultados do teste experimental do navio real na prova de mar revelou uma boa

correlação com os resultados das análises por elementos finitos, mas para os resultados

85

maiores ao quinto modo vibracional já não é possível identificar com suficiente clareza as

frequências naturais nos espectros da prova do mar, porque a distribuição das amplitudes

na faixa de frequências altas está muito espalhada nos diagramas de cascadas, isso pode

acontecer por fatores tais como o amortecimento hidrodinâmico, o amortecimento

estrutural do navio que aumenta quando se incrementa a velocidade da força de excitação

neste caso representada por as pulsações de pressão sobre o casco do navio e as vibrações

forçadas do motor principal.

A distribuição das massas pontuais que representa o efeito da massa adicional

hidrodinâmica ao redor do casco do navio é outro fator que altera significativamente o

resultado dos valores das frequências naturais, tão como e amostrado na tabela 4-4 e na

figura 4-9 mostram que utilizando apenas uma massa pontual por cada caverna gigante -

como é feito nos modelos unidimensionais - para representar a massa adicional

hidrodinâmica, aproxima unicamente o primeiro valor do primeiro modo vibracional com

os valores do teste experimental, logo os resultados se afastam completamente com a

tendência a subestimar os valores das frequências naturais comparadas com o teste

experimental. Para a distribuição com três massas por caverna gigante demonstra uma

aproximação adequada nos resultados comparados com o teste experimental, e por último

para uma distribuição de sete massas por cada caverna gigante, não houve diferencia

significativa nas frequências naturais comparando com o modelo de três massas, por o

qual pode-se concluir que no caso do modelo em estudo apenas três massas são suficientes

para representar o efeito da massa adicional hidrodinâmica, adicionalmente mais uma

vantagem é que representar com apenas três massas ajuda a poupar muito tempo

computacional para resolver as equações internas do modelo.

Os diferentes métodos utilizados para o cálculo da massa adicional hidrodinâmica

do navio em estudo, foram satisfatórios, considerando uma determinada distribuição em

massas pontuais ao redor do casco. De todos os métodos utilizados no estudo o método de

Landwerger e Macagno que é uma versão modificada do método do Lewis, ironicamente

presenteou uns valores um pouco afastados na faixa baixa de frequências do ensaio

experimental. Dentro dos métodos empíricos utilizados tão como o método da sociedade

de classificação ABS também apresentaram una estimação adequada das frequências

86

naturais, mas estão restringidos até os três primeiros modos pelas formulações nas quais

estão baseadas. O método do instituto de construções navais de Krylov da Russia

apresentou valores de frequências naturais próximos aos valores experimentais em

especial no primeiro modo e a partir do quarto modo na frente até o quinto modo com o

teste experimental. O método do instituto de pesquisas navais de Japão teve uma

tendência a subestimar em quase todos os valores das frequências naturais sendo

unicamente próximo no segundo modo vibracional comparado com o ensaio experimental.

Com respeito ao modelo unidimensional também apresenta una adequada

aproximação para uma fase inicial nos três primeiros modos vibracionais, pero pode-se

apreciar que se afasta dos valores experimentais nos modos más altos, isso pode atribuir-

se ao valor da área de cisalhamento que foi calibrada previamente por o pesquisador e que

para aproximar melhor em modos mais altos teria que ser calculada para maior quantidade

de cavernas o que já representa uma tarefa muito mais laboriosa, uma vantagem do

modelo tridimensional é que como as estruturas são modeladas o efeito da área de

cisalhamento já esta inerente a cada elemento estrutural do modelo e não precisa ser

calculado previamente.

6.2 Trabalhos Futuros

Estudo de uma análise forçada mediante uma força harmônica

Estudo das vibração locais em praça de maquinas

Estudo de influencia nos níveis de vibração em águas pouco profundas

Efeito da massa adicional hidrodinâmica mediante o uso de BEM (Boundary

Element Method).

87

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