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NOTAS SOBRE PERICULOSIDADE PARA INFLAMÁVEIS Norma Regulamentadora 16 – Atividades e Operações Perigosas. Quando paramos em postos de gasolina para enchermos os tanques de nossos automóveis com combustível, não refletimos sobre as etapas que este combustível passou para chegar aos nossos veículos e nem no número de trabalhadores que se arriscaram nos processos de produção, armazenagem e transporte da gasolina e outros combustíveis no geral. Estes trabalhadores que estão constantemente lado a lado com o perigo de explosões ou de vazamentos. Visando melhorar a segurança destes, o Ministério do Trabalho emitiu as Normas Regulamentadoras que possuem como objetivo melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança total no serviço. Ao todo foram emitidas 37 Normas Regulamentadoras, cada uma focando um determinado tema. Neste trabalho será abordado a NR 16 que trata das atividades e operações perigosas por INFLAMÁVEL. O artigo 193 da CLI conceitua a periculosidade para inflamáveis e explosivos da seguinte forma: "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Observa-se pela definição, que foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: — contato com inflamáveis e explosivos; — caráter permanente; — em condições de risco acentuado. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a atividades periculosas. São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus métodos de trabalhos configure um contato com substancias inflamáveis ou explosivos, em condição de risco acentuado. Exemplo: frentista de posto de combustível, operador em distribuidora de gás, etc.

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NOTAS SOBRE PERICULOSIDADE PARA INFLAMÁVEIS

Norma Regulamentadora 16 – Atividades e Operações Perigosas.

Quando paramos em postos de gasolina para enchermos os tanques de nossos automóveis com combustível, não refletimos sobre as etapas que este combustível passou para chegar aos nossos veículos e nem no número de trabalhadores que se arriscaram nos processos de produção, armazenagem e transporte da gasolina e outros combustíveis no geral. Estes trabalhadores que estão constantemente lado a lado com o perigo de explosões ou de vazamentos. Visando melhorar a segurança destes, o Ministério do Trabalho emitiu as Normas Regulamentadoras que possuem como objetivo melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança total no serviço. Ao todo foram emitidas 37 Normas Regulamentadoras, cada uma focando um determinado tema. Neste trabalho será abordado a NR 16 que trata das atividades e operações perigosas por INFLAMÁVEL. O artigo 193 da CLI conceitua a periculosidade para inflamáveis e explosivos da seguinte forma: "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Observa-se pela definição, que foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: — contato com inflamáveis e explosivos; — caráter permanente; — em condições de risco acentuado.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a atividades periculosas. São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus métodos de trabalhos configure um contato com substancias inflamáveis ou explosivos, em condição de risco acentuado. Exemplo: frentista de posto de combustível, operador em distribuidora de gás, etc.

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CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO A periculosidade é caracterizada por perícia a cargo de Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (MTE). Base: art. 195 da CLT.

Capítulo V da CLT

DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO (Redação deste Capítulo dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-77 DOU 23-12-77

Disposições Gerais

Art. 154 – A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

Art. 157 – Cabe às empresas:

I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ORDENS DE SERVIÇO (PORTARIA N.º 84, DE 04 DE MARÇO DE 2009 - (D.O.U. de 12/03/09 – Seção 1 – Pág. 64)), quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III – adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 158 – Cabe aos empregados: I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o ITEM II do artigo anterior; II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

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DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS Art. 193 – São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. § 1º – O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º – O EMPREGADO PODERÁ OPTAR PELO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE QUE PORVENTURA LHE SEJA DEVIDO. Art. 194 – O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade CESSARÁ COM A ELIMINAÇÃO DO RISCO à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 1º – É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º – Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

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§ 3º – O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-ofício da perícia. Art. 196 – Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do art. 11. Art. 197 – Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional. Parágrafo único – Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde. (pe.ri.cu.lo.so) [ô] 1. Jur. Diz-se de atividade, operação, ambiente de trabalho etc. que, por sua natureza ou pelos métodos empregados, implicam contato permanente com riscos à integridade do trabalhador 2. P.us. Que envolve ou representa perigo (indivíduo periculoso, personalidade periculosa); PERIGOSO; TEMERÁRIO Read more: http://aulete.uol.com.br/periculoso#ixzz2SW42aKRY (pe.ri.go.so) [ô] 1. Que expõe ao perigo; em que há perigo (salto perigoso); ARRISCADO: "Eu, desde guri, conheci o lagoão já tapado pelos campus, mas o lugar sempre respeitado como tremedal perigoso..." (João Simões Lopes Neto, "No Manantial"in Contos gauchescos)) [ antôn.: Antôn.: seguro ] 2. Diz-se de alguém que apresenta periculosidade, esp. criminosos. [ antôn.: Antôn.: confiável, inofensivo. ] Read more: http://aulete.uol.com.br/perigoso#ixzz2SW4cfjsR

Classificação dos líquidos Intitulam-se LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS aqueles que possuem PONTO DE

FULGOR inferior a ≤≤≤≤ 60 °C. (20.3.1). Gases Inflamáveis: gases que inflamam com o ar a 20°C e a uma pressão padrão de 101,3kPa (20.3.2).

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Liquidos Combustíveis: são liquidos com pon to de fulgor >>>> 60° C e ≤≤≤≤ 93°C. (20.3.3). Ponto de Fulgor: Mínima temperatura à qual um fluido liberta vapores suficientes para permitir iniciar uma combustão instantânea (um flash), antes de arder continuamente (ponto de fogo). O Ponto de Inflamação é um indicador importante do risco de fogo ou explosão associado aos produtos petrolíferos.

Bacia de Segurança: bacia destinada a conter eventuais derrames de produto dos

reservatórios nela contidos.

Outro ponto muito importante da NR 16 é o padrão de embalagens de

líquidos inflamáveis, onde são definidas as quantidades máximas

permitidas de um determinado inflamável em uma respectiva embalagem.

Um tambor de metal, de acordo com a NR 16, possui capacidade máxima

de armazenagem de 250 kg de um inflamável de alto risco. Estes padrões

envolvem embalagens simples, combinadas e compostas.

Observa-se que, para a classificação da Periculosidade por inflamáveis, de acordo com a legislação vigente, foram determinados três pressupostos a seguir:

NR – 16 - ANEXO 2

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS

1. São CONSIDERADAS ATIVIDADES ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas: 2. Para os efeitos desta Norma Regulamentadora - NR entende-se como: ATIVIDADES DE RISCO 3. São consideradas áreas de risco: ATIVIDADE x ÁREA DE RISCO

ATIVIDADES INTERMITENTES E EVENTUAIS

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A jurisprudência trabalhista tem determinado que, mesmo que o contato do trabalhador com atividades periculosas não seja contínua há incidência do adicional de periculosidade. Não se aplica a periculosidade ao trabalhador que é exposto apenas eventualmente, ou seja, não tem contato regular com a situação de risco, salvo se estiver previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o pagamento proporcional, conforme prevê o artigo 7º inciso XXVI da Constituição Federal.

1.6 - Acordo e convenções coletivas de trabalho É permitida a redução do percentual do Adicional de Periculosidade pago ao trabalhador, desde que proporcional ao tempo de exposição ao agente nocivo e esteja estabelecido em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Embora ainda haja grande controvérsia na doutrina, esta questão encontra-se sedimentada na súmula 364 do Tribunal Superior do trabalho. Súmula Nº 364 do TST Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e intermitente (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 5, 258 e 280 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.05). I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003) II - A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-OJ nº 258 - Inserida em 27.09.2002).

VALOR A SER PAGO

O valor do adicional de periculosidade será o salário do empregado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. OBSERVAÇÃO: Entretanto, o TST editou a Súmula 191, em que os eletricitários terão o adicional calculado sobre o total dos salários. Eis a Súmula: "O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser

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efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial." (Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

FATORES CUMULATIVOS Quando ocorrer a existência de mais de um fator de periculosidade, será considerado apenas o fator de grau mais elevado para efeito de acréscimo salarial, sendo vedado o pagamento cumulativo.

CONCOMITÂNCIA DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE Se a função desenvolvida pelo empregado for, simultaneamente, insalubre e perigosa, este poderá optar por um dos adicionais que lhe for mais favorável. Entretanto, não terá o direito de receber ambos os adicionais.

EXTINÇÃO DO DIREITO

O direito ao adicional de periculosidade não se trata de um direito adquirido, ou seja, o direito ao adicional cessará quando ocorrer à eliminação do risco à saúde ou integridade física do trabalhador. Poderá ocorrer a supressão do adicional quando houver a eliminação, ou a diminuição dos agentes nocivos. Mas o fornecimento de aparelho de proteção ou o fato do empregado não realizar o seu trabalho no todo em um ambiente hostil, não exime do pagamento do adicional de periculosidade. A eliminação ou neutralização da periculosidade caracterizada por perícia oficial de órgão competente, comprovando a inexistência de risco à saúde e à segurança do empregado, determinará a cessação do pagamento adicional. Base: art. 194 da CLT.

EFEITOS PECUNIÁRIOS E PRESCRIÇÃO Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho. A prescrição do direito de ação é cinco anos, para o trabalhador urbano e rural, até o limite de dois anos após a extinção do contrato.

JURISPRUDÊNCIA

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ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ACORDO COLETIVO OU CONVENÇÃO COLETIVA. PREVALÊNCIA No mérito, como corolário do conhecimento do recurso de revista por violação do art. 7º, XXVI, da CF, impõe-se seu provimento, a fim de adaptar a decisão recorrida à diretriz da Súmula nº 364, item II, deste Tribunal, segundo a qual a fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. Do exposto, dou provimento ao recurso de revista para excluir da condenação o pagamento do adicional de periculosidade no percentual de 30%, e, em conseqüência, julgar improcedente o pedido formulado na petição inicial, absolvendo a reclamada da condenação, invertendo o ônus da sucumbência e isentando o reclamante do pagamento das custas processuais. PROC. Nº TST-RR-1351/2004-001-09-40.1. Juiz Relator WALMIR OLIVEIRA DA COSTA. Brasília, 25 de abril de 2007.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE EXPOSIÇÃO INTERMITENTE X EVENTUAL

O Regional manteve o indeferimento do adicional de periculosidade, porque o Reclamante abastecia a máquina com óleo diesel durante três vezes por semana com duração de 10 minutos, caracterizando exposição ao risco de forma eventual. Existem três hipóteses para o deferimento ou não do adicional de periculosidade: a de contato eventual, intermitente e permanente. A equiparação do contato intermitente com o permanente se justifica pelo fato de que, no último caso, apenas aumenta a probabilidade de o empregado ser afetado por eventual sinistro, mas como este não tem hora para ocorrer, pode atingir também aquele que, necessariamente, deve fazer suas incursões periódicas na área de risco. Já no caso do contato eventual, a eventualidade é situação em que qualquer ser humano está sujeito em qualquer atividade. Na hipótese dos autos, caracterizou-se exposição ao risco por contato intermitente, em face da periodicidade de entrada e permanência em área de risco. Esta Corte consagrou pela Súmula 364 que é devido o adicional de periculosidade na integralidade, com inflamáveis e explosivos, quando a exposição se dá de forma permanente ou intermitente. Recurso de Revista a que se dá provimento. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-RR-49652/2002-900-02-00.5

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ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE PERICULOSIDADE

1. O Ajudante De Motoserra, entra em área (o local é uma área

aberta, sendo o local coberto por lona), onde próximo está localizado um tanque de 600 a 2000 litros ou 02 tambores com a mistura de gasolina e óleo dois tempos, duas vezes por dia e gasta “01 (um) minuto” de manhã e 1 minuto à tarde. O Trabalhador entra nesta área somente para apanhar o galão (na verdade é um galão com duas divisões, uma de 5 litros para a mistura de óleo dois tempos e gasolina e outra de 2,5 l de óleo lubrificante para corrente), “JÁ PREVIAMENTE CHEIO” pelo Vigia Noturno. Pergunta-se:

a) O tempo de 1 minuto pela manhã e 1 minuto à tarde, numa

jornada de 480 minutos é “INTERMITENTE ou EVENTUAL”?

b) Normalmente, este galão fica distante do tanque ou tambores,

quando o Trabalhador o apanha pela manhã neste “depósito” e o coloca à tarde. Aquele local contém no máximo 40 vasilhames com 5 litros da mistura (o local é uma área aberta, sendo o local coberto por lona). Esta atividade do Trabalhador, de somente apanhar o galão já

previamente cheio, pode ser considerada uma “Atividade Periculosa” conforme estabelece a Legislação Vigente (Artigo 193 da CLT e NR-16, item 3, Alínea “r” da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho?

2. Este galão é levado para a área de corte de eucalipto, onde é usado para fazer

o abastecimento da motoserra. Em cada abastecimento, é colocado ±±±±700 ml, com auxílio de funil, e dura 1 minuto.

3. Pergunta-se:

a) Esta atividade pode ser caracterizada como “Risco Acentuado”

porque o motor da motoserra está quente? b) A caracterização de periculosidade pela NR-16, Anexo 2, item

3, Alínea “q” se refere a “BOMBA DE ABASTECIMENTO”? c) A caracterização de periculosidade pela NR-16, Anexo 2, item

1, Alínea “m” se refere a “POSTOS DE SERVIÇO E BOMBAS DE ABASTECIMENTO”?

d) O Trabalhador nesta atividade pode ser definido como “OPERADOR DE BOMBA DE ABASTECIMENTO” conforme estabelece a NR16, Anexo, item 1, Alínea “m”?

e) As tarefas de abastecimento do equipamento “motoserra”, é

caracterizadora de periculosidade conforme estabelece a Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho?

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PERGUNTA nº7 :

"...informações sobre caracterização de periculosidade para armazenamento de líquidos inflamáveis em ambiente fechado,( ex.: depósitos, salas e pequenos recintos). Ou seja, quais os critérios que devem ser adotados para a caracterização de periculosidade (quantidade armazenada, distância do depósito até outras construções, etc.)." O armazenamento de inflamáveis líquidos e gasosos liqüefeitos, dá direito ao adicional de periculosidade, de 30%, a todos os trabalhadores da área de operação (Anexo 2 da NR 16, quadro do item 1, letra "b"). As áreas de risco estão definidas no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16. Entendo que área de operação é uma área que pode ser maior ou igual à área de risco definida no quadro do item 3, nunca menor. No meu entender, o legislador usou o termo área de operação para poder dar maior abrangência a uma determinada área de risco. Por exemplo, em um posto de abastecimento de inflamáveis, a área de risco é definida como "toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento..." Isso quer dizer que o perito pode definir uma área de operação maior que esse mínimo limitado pela área de risco, basta que o perito entenda que a operação se desenvolve em área maior que a mínima estabelecida pela NR 16. Quanto à pergunta específica, veja os itens [2 - III ] e [2 - IV] do Anexo 2 da NR 16. Esses itens definem o que é atividade de armazenagem de inflamáveis líquidos e de inflamáveis gasosos liqüefeitos, respectivamente. De acordo com esses itens e suas alíneas, estão enquadradas como perigosas todas as atividades realizadas nas bacias de segurança dos tanques de inflamáveis líquidos, não importa quais sejam, e também as atividades de arrumação de tambores, latas, vasilhames e quaisquer outras atividades executadas dentro do prédio de armazenamento ou em recintos abertos e com vasilhames cheios de inflamáveis ou vazios não desgaseificados ou decantados. Ou seja, se o empregado atua de modo não eventual, ainda que intermitente, dentro de um prédio no qual se faz o armazenamento de inflamáveis, não importa o que esse trabalhador faz, terá direito ao adicional de 30%, desde que atue na área de risco, em condições de risco acentuado(ver artigo 193 da CLT). Por exemplo, descrição da atividade: "varrer o chão e espanar o pó, uma vez por dia." Se essa atividade for feita de modo habitual, não eventual, ainda que intermitente, em área considerada pela perícia como área de risco, o trabalhador terá direito ao adicional de periculosidade. O que define o direito à percepção do adicional é a exposição não eventual ao risco. A área de risco, para armazenamento de vasilhames em local aberto, está definida no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16, letra "r": Faixa de 3,0 metros de largura em torno dos pontos extremos da área de armazenamento em local aberto. A área de risco, para armazenamento de vasilhames em local fechado, está definida no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16, letra "s": Toda a área interna do recinto. A NR 16 estabelece quantidades mínimas para caracterização de periculosidade, no transporte de inflamáveis (item 16.6): mais de 135 quilos, para inflamáveis gasosos liqüefeitos e mais de 200 litros, para inflamáveis líquidos.

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A NR 16 não define quantidades mínimas para caracterização de periculosidade nas atividades de armazenamento, mas as quantidades da atividade de transporte podem servir como referencia. O perito deve levar em conta o artigo 193 da CLT que define que "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquela que, por sua natureza ou métodos de trabalho, implique em contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis, armazenados em locais amplos e bem arejados podem indicar que, provavelmente, o risco não é acentuado. Por exemplo, 100 litros de álcool, armazenados em embalagens adequadas, de 10 litros cada, para uso em serviços de limpeza, em um grande prédio. O álcool está armazenado em um almoxarifado amplo e bem arejado, no qual não há outros materiais inflamáveis ou perigosos (produtos tóxicos, oxidantes, etc.). As embalagens são mantidas fechadas, não sendo abertas no almoxarifado, apenas nos locais de utilização, de modo que não há concentração de vapores de álcool no interior do local de armazenagem. A perícia não pode ser feita de modo tão simplificado, há vários fatores que devem ser levados em consideração, mas há uma forte tendência de que o resultado, nesse caso, seria a não caracterização de periculosidade. No entanto, se tivéssemos 100 litros de solventes, em uma pequena sala de um laboratório de análise químicas, sabendo-se que os solventes são usados no próprio local, pode ser que a perícia conclua pela caracterização da periculosidade, caso demonstre que as condições de risco, nesse caso, são acentuadas. As quantidades armazenadas e distância do depósito até outras construções devem atender ao estabelecido na NR 20 e às Normas Técnicas da ABNT (NB 98 - Armazenagem e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis; NBR 7505 - Armazenagem de Petróleo, seus Derivados Líquidos e Álcool Carburante). O armazenamento de inflamáveis líquidos em recintos fechados está definido nos itens 20.2.13 a 2.2.16.2 da NR 20.

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Antonio Carlos Vendrame

A periculosidade por inflamáveis é devida àqueles que ingressam em área de risco por inflamáveis líquidos ou gasosos de forma permanente e em condições de risco acentuado, nos estritos termos do art. 193 da CLT. A Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16) da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, regulamenta o tema com maior profundidade, definindo quais os trabalhadores que fazem jus ao dito adicional, bem como elenca quais as áreas de risco. Estão se tornando um modismo, na Justiça do Trabalho, os pedidos de periculosidade por empregados que laboraram em empresas que tem reservatório de inflamáveis, ainda que estes jamais tenham ingressado nestas áreas de risco. O julgamento técnico distorcido de alguns profissionais tem caracterizado a periculosidade por inflamáveis a todos os trabalhadores de um prédio, independentemente do pavimento onde laborem, pelo simples fato da existência de geradores ou tanques em seu pavimento térreo ou subsolo. Seria até razoável caracterizar a periculosidade por inflamáveis para aqueles trabalhadores que tenham ingressado no recinto onde se encontram os ditos tanques, ainda que a legislação estabeleça como área de risco somente a bacia de segurança do tanque. Ocorre que os profissionais têm justificado seu pretenso enquadramento com base na letra “s” do item 3 do anexo 2 da NR-16, que trata especificamente de vasilhames e não tanques. Tanques são equipamentos estacionários, ao contrário de vasilhames que podem ser movimentados, daí a legislação estabelecer enquadramentos distintos para ambos. Uma vez que o tanque é estacionário, a área de risco está restrita à bacia de segurança; no caso dos vasilhames, como são movimentáveis, a área de risco propaga-se por todo o recinto interno. Aliás, compreenda-se como recinto interno o espaço delimitado por paredes, piso e teto. Os enquadramentos realizados consideram os edifícios como um único recinto, de forma a validar a periculosidade em todos os seus andares, independentemente dos tanques estarem no térreo ou subsolo e o trabalhador prestar seu labor, por exemplo, no 20º andar! Na realidade, é um desatino considerar um edifício, em sua totalidade, como único recinto fechado; pior, ainda, é utilizar a justificativa de que o edifício está interligado internamente através de escadas, elevadores, corredores e portas. Ora, será que existe algum prédio cujos andares não sejam interligados por escadas, elevadores, corredores e portas? Tal modelo de prédio é surreal, pois todos os andares seriam totalmente fechados (uma vez que não possuiria escadas, elevadores, corredores ou portas), impedindo, inclusive, o acesso de pessoas... Outro erro é utilizar-se de critérios não previstos na legislação aplicável, a exemplo da NR-20, para justificar a periculosidade. É fato que a NR-20, através do item 20.2.7. veda a disposição de tanques de inflamáveis aéreos no interior de edifícios, exceto sob a forma enterrada, assim como o item 20.2.13. Preceitua que somente podem ser armazenados, dentro de um edifício, vasilhames com capacidade máxima de 250 litros; porém, tais proibições já são apenadas por multas específicas, inexistindo qualquer menção legal de que tais descumprimentos, por si só, sejam requisitos para a caracterização da periculosidade por inflamáveis. É temerário falarmos nas conseqüências de incêndio ou explosão originada no subsolo de um prédio com relação aos demais andares. O opinamento técnico toma rumo de palpite quando, sem qualquer base técnico-científica, argumenta-se

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sobre as conseqüências de eventual incêndio ou explosão para ratificar um enquadramento. Há estudos específicos, na área de gerência de riscos, que estimam quais os impactos de um incêndio ou explosão. A análise do perigo ou a demonstração da cadeia de relação causa e efeito entre o exercício do trabalho e o acidente é requisito exigido na análise da periculosidade por força da Portaria nº 3.311, de 29-11-89 do Ministério do Trabalho, em sua Instrução para elaboração de laudo de insalubridade e periculosidade, subitem 6.1. Normalmente, os laudos periciais apresentados restringem-se à simples inspeção visual no local de trabalho, somente para constatar a existência do inflamável, que passou a ser o único requisito para enquadramento da periculosidade. Adicionalmente, os trabalhos periciais têm se distanciado do art. 193 da CLT. Remontando aos primórdios da instituição do adicional de periculosidade por inflamáveis, a intenção do legislador, ao criá-lo, foi a de remunerar os empregados da Petrobrás pelo perigo a que se expunham nas plataformas, refinarias e outros correlatos. Atualmente, presenciamos o enquadramento da periculosidade para instalações de comércio, bancos e até mesmo prestação de serviços. Por outro lado, são desprezados os diversos equipamentos de proteção coletiva existentes nos prédios, tais como: luminárias à prova de explosão; sistemas de ventilação forçada; detetores de fumaça; alarmes de incêndio; portas corta-fogo; bacias de segurança; sinalização visual; iluminação de emergência; extintores, sprinklers e hidrantes; brigada treinada e bombeiros profissionais. Infelizmente, não se distingue o risco do perigo, entendendo ambos os conceitos como sinônimos, o que se constitui em erro crasso. Riscos são inerentes ao nosso cotidiano, todos estamos sujeitos a diversos riscos; no entanto, estes podem ser tecnicamente administrados de forma a não se constituir perigo. Perigo é o risco fora de controle, para o qual não há medidas capazes de reduzir seu potencial catastrófico. É razoável acreditar que na eventualidade de um princípio de incêndio, haveria vários fatores agindo simultaneamente na prevenção e controle do risco, quais sejam: imediata atuação da Brigada de Incêndios, composta por empregados treinados; imediata atuação dos bombeiros profissionais existentes no quadro de empregados; alarme sonoro indicativo de princípio de incêndio, interligado à central de segurança; abandono do prédio pelos empregados, que periodicamente são treinados em exercícios simulados; detector de fumaça indicativo de princípio de incêndio, interligado à central de segurança; utilização de extintores portáteis para combate ao princípio de incêndio; utilização de hidrantes no combate ao incêndio;

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acionamento automático dos sprinklers, que também agiriam no combate ao incêndio; finalmente, acionamento do Corpo de Bombeiros. Analogias como as que têm sido realizadas, fatalmente levariam à enganosa conclusão de que qualquer prédio se constituiria em área de risco, uma vez que todo prédio comercial possui sistema de geradores auxiliares para suprir eventuais panes de energia elétrica e tais geradores, fatalmente, são alimentados por algum tipo de combustível. No mundo moderno, o homem constantemente ingressa em áreas de risco, seja quando abastece seu veículo ou viaja de avião, seja quando se encontra em sua residência, onde sempre há uma dispensa com vários litros de inflamáveis, tais como álcool, querosene, cera etc. Estes enquadramentos distorcidos, pelas reiteradas ocorrências, têm inclinado a própria justiça a reconhecer como legal uma condição temerária sob o ponto de vista técnico. Em várias situações anteriores, já vimos a justiça transformando aberrações técnicas em jurisprudência, pelo uso continuado de opiniões tecnicamente discutíveis. Antonio Carlos Vendrame Engenheiro Químico e Engenheiro de Segurança do Trabalho. Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Medicina do Trabalho e Enfermagem do Trabalho. Perito da Justiça do Trabalho, Justiça Cível e Justiça Federal com mais de 600 trabalhos realizados. Colunista e articulista de várias revistas especializadas em Segurança e Direito do Trabalho. Diretor da Vendrame Consultores Associados. e-mail:[email protected] Livros publicados: "Curso de Introdução à Perícia Judicial", "Aposentadoria Especial - com enfoque em segurança e medicina do trabalho" e "Acidentes Domésticos - Manual de Prevenção", pela Editora LTr. Norma Regulamentadora 16 – Atividades e Operações Perigosas Para a NR 16, são consideradas atividades e operações perigosas as que envolvem explosivos ou aquelas que utilizam inflamáveis. Um item muito importante da NR 16 é o adicional de 30% (trinta por cento), incidente do salário, para os trabalhadores que se enquadram em condições de periculosidade. Lembrando que nesta porcentagem não estão incluídas gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. A NR 16 é composta por vários quadros onde estão definidos padrões a serem seguidos pelas empresas. O Quadro n° 1 mostra quais são as atividades ou operações perigosas que envolvem explosivos e quais os envolvidos que possuem o direito do adicional de 30% (trinta por cento) incidente do salário. Por exemplo: atividade de armazenamento de explosivos. A NR 16 declara que todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco possuem direito ao adicional. O Quadro n° 2 define a quantidade armazenada de explosivos em quilos e sua respectiva distância de segurança. Um local possui 4.500 quilos de explosivos armazenados, de acordo com a NR 16 a distância de segurança será de 45 metros. Os Quadros n° 3 e 4 abordam o mesmo assunto, porém com tipos de explosivos diferentes. As atividades e operações perigosas que envolvem inflamáveis também possuem seus respectivos padrões e quadros. Um quadro que define quais são as atividades

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ou operações perigosas e quais os envolvidos que possuem o direito do adicional de 30% (trinta por cento) incidente do salário e outro quadro que define áreas de risco para determinada atividade. Por exemplo: tanques de inflamáveis líquidos possuem como área de risco toda a bacia de segurança. Outro ponto muito importante da NR 16 é o padrão de embalagens de líquidos inflamáveis, onde são definidas as quantidades máximas permitidas de um determinado inflamável em uma respectiva embalagem. Um tambor de metal, de acordo com a NR 16, possui capacidade máxima de armazenagem de 250 kg de um inflamável de alto risco. Estes padrões envolvem embalagens simples, combinadas e compostas.

Adicional de periculosidade por armazenamento em subsolo de prédio

Dispõe o inciso XXII do artigo 7.º da Constituição sobre redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. O inciso XXIII da mesma norma afirma o direito a "adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei". O referido inciso necessita, portanto, ser complementado pela legislação ordinária. Prevê o artigo 193 da CLT que "são consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Na periculosidade existe o risco, a possibilidade de ocorrer o infortúnio. É matéria ligada a Engenharia do Trabalho. Contato com inflamáveis ocorre, por exemplo, com quem trabalha em posto de gasolina. Enquanto na insalubridade, se não for eliminada ou neutralizada, o trabalhador a ela exposto tem continuamente um fator prejudicial a sua saúde, já a periculosidade não importa fator contínuo de exposição do trabalhador, mas apenas um risco, que não age biologicamente contra seu organismo, mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a vida do trabalhador ou mutilá-lo. O trabalho em condições perigosas dá ao empregado o direito a receber o adicional de periculosidade à razão de 30% sobre o seu salário básico, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. A natureza do pagamento do adicional é de salário, pois remunera o trabalho em condições perigosas e não de indenização. Adicional é espécie de salário. Contato permanente é o diário. Esclarece o inciso I da Súmula 364 do TST que "faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido". A classificação e a caracterização da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão por meio de perícia a cargo de Médico do

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Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (art. 195 da CLT). A norma do Ministério do Trabalho a que se refere o artigo 195 da CLT é a NR 16 da Portaria n.º 3.214/78. Em determinado prédio há armazenamento no subsolo de 10.000 litros de óleo diesel. Existe direito a periculosidade ou não? A perícia afirma que "no conceito técnico legal "Recinto" é denominação atribuída para uma determinada construção, protegida pela mesma parede física e principalmente dotada da mesma cobertura (telhado)". Recinto é espaço cercado ou fechado; certo ou determinado espaço ou lugar. Os empregados não trabalham onde estão os reservatórios de óleo, mas no prédio em que eles estão. A hipótese analisada não é de armazenamento de vasilhames, mas de tanques, contendo líquidos inflamáveis. O reservatório não está enterrado, mas está em local cercado de paredes, dentro de bacia de segurança. A letra b, do inciso III, do item 2, do Anexo 2 da NR 16 da Portaria n.º 3.214/78 não prevê que todo o local é área de risco, nem o caso é de arrumação de tambores ou latas. A alínea s faz referência a toda a área interna do recinto e não a todo o prédio. O quadro de atividades e áreas de risco, no item d mostra que a atividade é a relativa a tanques de inflamáveis líquidos. A área de risco não é todo o prédio, mas apenas a bacia de segurança. Os empregados, porém, não trabalham na bacia de segurança. Penso que não há direito ao adicional de periculosidade, porque a regulamentação feita pela norma técnica do Ministério do Trabalho assim não considerou a atividade como perigosa. A Orientação Jurisprudencial 385 da SBDI-1 do TST entendeu, porém, que ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical. O fundamento é de que se houver explosão irá atingir todo o prédio e não apenas a bacia de segurança. O sinistro, assim, atingiria todos os empregados que trabalham no prédio. Dessa forma, todo o prédio é considerado área de risco.

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Processo: RR 1311401720075030031 131140-17.2007.5.03.0031 Relator(a): Aloysio Corrêa da Veiga Julgamento: 25/03/2009 Órgão Julgador: 6ª Turma, Publicação: 07/04/2009 Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO DE GASOLINA. INGRESSO NA ÁREA DE RISCO . Ausente previsão em norma regulamentadora, não faz jus a adicional de periculosidade o empregado, motorista, tão-somente em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes por semana, por vinte e cinco minutos, especialmente quando existiam funcionários cuja tarefa específica era o abastecimento. Não há como reconhecer como área de risco, para fins de adicional de periculosidade, o posto de combustível para quem não é empregado do posto, e quando não há notícia de que o trabalho de abastecimento de veículo seja diferente daquele que costumeiramente é realizado pelo indivíduo comum quando necessita abastecer seu carro, já que o simples ingresso no posto de combustíveis não é suficiente para garantir o adicional de periculosidade, se não constatado o contato com o agente a ensejar o seu pagamento. Recurso de revista conhecido e provido. TST - RECURSO DE REVISTA RR 1311 1311/2007-031-03-40.7 (TST) Data de Publicação: 07/04/2009 Ementa: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO DE GASOLINA. INGRESSO NA ÁREA DE RISCO . Ausente previsão em norma regulamentadora, não faz jus a adicional de periculosidade o empregado, motorista, tão-somente em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes por semana, por vinte e cinco minutos, especialmente quando existiam funcionários cuja tarefa específica era o abastecimento. Não há como reconhecer como área de risco, para fins de... Encontrado em: em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO de abastecimento de veículo seja diferente daquele que costumeiramente é realizado Processo: RR 711000420085040291 71100-04.2008.5.04.0291 Relator(a): Maria Doralice Novaes Julgamento: 02/02/2011 Órgão Julgador: 7ª Turma Publicação: DEJT 11/02/2011 Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - INGRESSO E PERMANÊNCIA DA ÁREA DE RISCO - INFLAMÁVEIS - MOTORISTA DE CAMINHÃO - ÓBICE DAS SÚMULAS 23, 126, 296 E 364, I, DO TST. 1. A Súmula 364, I, primeira parte, do TST consagra o entendimento de que faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. 2. No caso, o Regional consignou que o Reclamante laborava em contato intermitente com inflamáveis, pois conduzia o caminhão para o abastecimento no

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pátio da Reclamada e aos postos comerciais de combustível, localizados no percurso das viagens, adentrando a área de risco e obrigando-se a permanecer na cabine durante o abastecimento em decorrência de imposição patronal. 3. Assim, assentado pelo Regional que o contato era intermitente, as alegações recursais de que o contato era eventual e não havia risco para o Reclamante não ultrapassam a barreira da Súmula 126 do TST, restando inviável a aferição de violação do art. 193 da CF, contrariedade à Súmula 364 do TST e divergência de julgados. 4. Entretanto, ainda que se pudesse superar esse óbice, não haveria como se verificar a alegada violação do art. 193 da CLT , pois este apenas consigna que são consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado, o que restou assentado pelo Regional, em face do contato intermitente. 3. De outro lado, os arestos transcritos para fins de comprovação da divergência jurisprudencial não viabilizam o seguimento do apelo, porquanto inespecíficos, à luz das Súmulas 23 e 296, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. TST - Motorista de caminhão não ganha adicional de periculosidade por acompanhar abastecimento O posto de combustível, para fins de concessão de adicional de periculosidade, não é considerado área de risco para quem não é empregado do estabelecimento. Com esse entendimento, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho excluiu da condenação imposta às empregadoras, o pagamento do adicional de periculosidade a um empregado motorista de caminhão, que abastecia regularmente o veículo no pátio das empresas. Segundo o trabalhador, ele prestou serviços como motorista de caminhão para a Comprebem Comércio e Transportes Ltda. e Central Distribuidora de Alimentos a partir de novembro de 1997. Na ação trabalhista, além de requerer o pagamento de verbas trabalhistas não recebidas no decorrer do contrato de trabalho, o motorista pleiteou o recebimento de adicional de periculosidade, alegando ter o direito ao adicional porque frequentava área de risco. Argumentou que, enquanto era realizado o abastecimento do caminhão no pátio de uma das empresas, ele permanecia ao lado das bombas de combustível e ajudava o frentista no abastecimento. Ao analisar o pedido, o juízo de primeira instância condenou as empresas a pagarem o adicional de periculosidade sobre o valor do salário-base do trabalhador. Segundo o juiz, o laudo pericial comprovou que o motorista permanecia em área de risco habitualmente durante o abastecimento dos caminhões, sendo irrelevante o fato de o trabalhador ter auxiliado o frentista ou ter permanecido na cabine do caminhão. Inconformadas, as empresas recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que manteve a sentença, ressaltando, porém, que o motorista não fazia o abastecimento do veículo, mas apenas conduzia o caminhão até a bomba e permanecia dentro da cabine. Diante disso, as empresas interpuseram recurso de revista, alegando ser indevido o pagamento do benefício. O relator do recurso de revista na Sexta Turma, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, concordou com as empresas. Segundo o ministro, a Norma Regulamentar 16 do Ministério do Trabalho e Emprego refere-se apenas a trabalhador que opera bomba ou trabalha na área em que há inflamáveis e combustíveis. A norma

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alcança, apenas, os empregados de postos de combustíveis, e não o empregado que exerce a função de motorista. O ministro Corrêa da Veiga ressaltou que a função de motorista que adentra em postos para o abastecimento do veículo não se encontra definida como tarefa exposta a agente perigoso, ainda que se constate que o motorista permaneça dentro da cabine durante o abastecimento. Dessa forma, não há como reconhecer área de risco, para pagamento de adicional de periculosidade, a mera condução do veículo para abastecimento, pois o simples ingresso no local não é suficiente para garantir o pagamento do benefício, explicou o relator. Assim, a Sexta Turma, a partir dos fundamentos expostos no voto do relator, decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso de revista das empresas e excluir da condenação o pagamento do adicional de periculosidade ao motorista. (RR-165900-88.2007.5.04.0281) Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

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Processo: E-RR 3333001920025030900 333300-19.2002.5.03.0900 Relator(a): Lelio Bentes Corrêa Julgamento: 07/05/2007 Órgão Julgador: Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Publicação: DJ 25/05/2007. Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. CONTATO INTERMITENTE.OPERADOR DE EMPILHADEIRA. TROCA DE CILINDRO DE GÁS EXPLOSIVO O Tribunal Superior do Trabalho, ao editar a Súmula nº 364, item I, consagrou entendimento no sentido de que "faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido-. No caso específico, o contato do reclamante com o agente perigoso dava-se de forma intermitente, uma vez que a atividade exercida ocorria de forma contínua, habitual e permanente, ainda que o autor ficasse exposto ao agente perigoso por pouco tempo em sua jornada laboral. Tal fato não pode ser confundido com eventualidade na exposição ao risco. Eventual é sinônimo de acidental, casual, fortuito, dependente do acaso ou de acontecimento incerto, ou ainda de imprevisto - o que, frise-se, não se revela no caso concreto, em que não configurada a manifesta excepcionalidade no contato com o agente perigoso. Consonância da decisão embargada com o item I, primeira parte, da Súmula nº 364 do Tribunal Superior do Trabalho. Embargos de que não se conhece. Súmula nº 364 - TST- Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 –Conversão das Orientações Jurisprudenciais nº 5, 258 e 280 da SDI-1 Adicional de Periculosidade - Exposição Eventual, Permanente e Intermitente I- Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003) II- A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-OJ nº 258 - Inserida em 27.09.2002) GLOSSÁRIO Armazenamento - retenção de uma quantidade de inflamáveis (líquidos e/ou gases) e líquidos combustíveis em uma instalação fixa, em depósitos, reservatórios de superfície, elevados ou subterrâneos. Retenção de uma quantidade de inflamáveis, envasados ou embalados, em depósitos ou armazéns. Distância de segurança - Distância mínima livre, medida no plano horizontal para que, em caso de acidentes (incêndios, explosões), os danos sejam minimizados. Emissões fugitivas - Liberações de gás ou vapor inflamável que ocorrem de maneira contínua ou intermitente durante as operações normais dos equipamentos. Incluem

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liberações em selos ou gaxetas de bombas, engaxetamento de válvulas, vedações de flanges, selos de compressores, drenos de processos. Envasado - líquido ou gás inflamável acondicionado em recipiente, podendo ser ou não lacrado. Fechado - Produto fechado no processo de envasamento, de maneira estanque, para que não venha a apresentar vazamentos nas condições normais de manuseio, armazenamento ou transporte, assim como sob condições decorrentes de variações de temperatura, umidade ou pressão ou sob os efeitos de choques e vibrações. Instalação - Unidade de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis, em caráter permanente ou transitório, incluindo todos os equipamentos, máquinas, estruturas, tubulações, tanques, edificações, depósitos, terminais e outros necessários para o seu funcionamento. Lacrado - Produto que possui selo e/ou lacre de garantia de qualidade e/ou de inviolabilidade. Manipulação - Ato ou efeito de manipular. Preparação ou operação manual com inflamáveis, com finalidade de misturar ou fracionar os produtos. Considera-se que há manipulação quando ocorre o contato direto do produto com o ambiente. Manuseio - Atividade de movimentação de inflamáveis contidos em recipientes, tanques portáteis, tambores, bombonas, vasilhames, caixas, latas, frascos e similares. Ato de manusear o produto envasado, embalado ou lacrado. Posto de serviço - Instalação onde se exerce a atividade de fornecimento varejista de inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis. Recipiente - Receptáculo projetado e construído para armazenar produtos inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis conforme normas técnicas. Riscos psicossociais - Influência na saúde mental dos trabalhadores, provocada pelas tensões da vida diária, pressão do trabalho e outros fatores adversos. Transferência - Atividade de movimentação de inflamáveis entre recipientes, tais como tanques, vasos, tambores, bombonas e similares, por meio de tubulações. Unidade de processo - Organização produtora que alcança o objetivo para o qual se destina através do processamento e/ou transformação de materiais/substância.

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NOTAS SOBRE PERICULOSIDADE PARA INFLAMÁVEIS

Norma Regulamentadora 16 – Atividades e Operações Perigosas.

Quando paramos em postos de gasolina para enchermos os tanques de nossos automóveis com combustível, não refletimos sobre as etapas que este combustível passou para chegar aos nossos veículos e nem no número de trabalhadores que se arriscaram nos processos de produção, armazenagem e transporte da gasolina e outros combustíveis no geral. Estes trabalhadores que estão constantemente lado a lado com o perigo de explosões ou de vazamentos. Visando melhorar a segurança destes, o Ministério do Trabalho emitiu as Normas Regulamentadoras que possuem como objetivo melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança total no serviço. Ao todo foram emitidas 37 Normas Regulamentadoras, cada uma focando um determinado tema. Neste trabalho será abordado a NR 16 que trata das atividades e operações perigosas por INFLAMÁVEL. O artigo 193 da CLI conceitua a periculosidade para inflamáveis e explosivos da seguinte forma: "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Observa-se pela definição, que foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: — contato com inflamáveis e explosivos; — caráter permanente; — em condições de risco acentuado.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a atividades periculosas. São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus métodos de trabalhos configure um contato com substancias inflamáveis ou explosivos, em condição de risco acentuado. Exemplo: frentista de posto de combustível, operador em distribuidora de gás, etc.

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CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO A periculosidade é caracterizada por perícia a cargo de Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (MTE). Base: art. 195 da CLT.

Capítulo V da CLT

DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO (Redação deste Capítulo dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-77 DOU 23-12-77

Disposições Gerais

Art. 154 – A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

Art. 157 – Cabe às empresas:

I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ORDENS DE SERVIÇO (PORTARIA N.º 84, DE 04 DE MARÇO DE 2009 - (D.O.U. de 12/03/09 – Seção 1 – Pág. 64)), quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III – adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 158 – Cabe aos empregados: I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o ITEM II do artigo anterior; II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

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DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS Art. 193 – São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. § 1º – O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º – O EMPREGADO PODERÁ OPTAR PELO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE QUE PORVENTURA LHE SEJA DEVIDO. Art. 194 – O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade CESSARÁ COM A ELIMINAÇÃO DO RISCO à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 1º – É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º – Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

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§ 3º – O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-ofício da perícia. Art. 196 – Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do art. 11. Art. 197 – Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional. Parágrafo único – Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde. (pe.ri.cu.lo.so) [ô] 1. Jur. Diz-se de atividade, operação, ambiente de trabalho etc. que, por sua natureza ou pelos métodos empregados, implicam contato permanente com riscos à integridade do trabalhador 2. P.us. Que envolve ou representa perigo (indivíduo periculoso, personalidade periculosa); PERIGOSO; TEMERÁRIO Read more: http://aulete.uol.com.br/periculoso#ixzz2SW42aKRY (pe.ri.go.so) [ô] 1. Que expõe ao perigo; em que há perigo (salto perigoso); ARRISCADO: "Eu, desde guri, conheci o lagoão já tapado pelos campus, mas o lugar sempre respeitado como tremedal perigoso..." (João Simões Lopes Neto, "No Manantial"in Contos gauchescos)) [ antôn.: Antôn.: seguro ] 2. Diz-se de alguém que apresenta periculosidade, esp. criminosos. [ antôn.: Antôn.: confiável, inofensivo. ] Read more: http://aulete.uol.com.br/perigoso#ixzz2SW4cfjsR

Classificação dos líquidos Intitulam-se LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS aqueles que possuem PONTO DE

FULGOR inferior a ≤≤≤≤ 60 °C. (20.3.1). Gases Inflamáveis: gases que inflamam com o ar a 20°C e a uma pressão padrão de 101,3kPa (20.3.2).

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Liquidos Combustíveis: são liquidos com pon to de fulgor >>>> 60° C e ≤≤≤≤ 93°C. (20.3.3). Ponto de Fulgor: Mínima temperatura à qual um fluido liberta vapores suficientes para permitir iniciar uma combustão instantânea (um flash), antes de arder continuamente (ponto de fogo). O Ponto de Inflamação é um indicador importante do risco de fogo ou explosão associado aos produtos petrolíferos.

Bacia de Segurança: bacia destinada a conter eventuais derrames de produto dos

reservatórios nela contidos.

Outro ponto muito importante da NR 16 é o padrão de embalagens de

líquidos inflamáveis, onde são definidas as quantidades máximas

permitidas de um determinado inflamável em uma respectiva embalagem.

Um tambor de metal, de acordo com a NR 16, possui capacidade máxima

de armazenagem de 250 kg de um inflamável de alto risco. Estes padrões

envolvem embalagens simples, combinadas e compostas.

Observa-se que, para a classificação da Periculosidade por inflamáveis, de acordo com a legislação vigente, foram determinados três pressupostos a seguir:

NR – 16 - ANEXO 2

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS

1. São CONSIDERADAS ATIVIDADES ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas: 2. Para os efeitos desta Norma Regulamentadora - NR entende-se como: ATIVIDADES DE RISCO 3. São consideradas áreas de risco: ATIVIDADE x ÁREA DE RISCO

ATIVIDADES INTERMITENTES E EVENTUAIS

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A jurisprudência trabalhista tem determinado que, mesmo que o contato do trabalhador com atividades periculosas não seja contínua há incidência do adicional de periculosidade. Não se aplica a periculosidade ao trabalhador que é exposto apenas eventualmente, ou seja, não tem contato regular com a situação de risco, salvo se estiver previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o pagamento proporcional, conforme prevê o artigo 7º inciso XXVI da Constituição Federal.

1.6 - Acordo e convenções coletivas de trabalho É permitida a redução do percentual do Adicional de Periculosidade pago ao trabalhador, desde que proporcional ao tempo de exposição ao agente nocivo e esteja estabelecido em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Embora ainda haja grande controvérsia na doutrina, esta questão encontra-se sedimentada na súmula 364 do Tribunal Superior do trabalho. Súmula Nº 364 do TST Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e intermitente (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 5, 258 e 280 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.05). I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003) II - A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-OJ nº 258 - Inserida em 27.09.2002).

VALOR A SER PAGO

O valor do adicional de periculosidade será o salário do empregado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. OBSERVAÇÃO: Entretanto, o TST editou a Súmula 191, em que os eletricitários terão o adicional calculado sobre o total dos salários. Eis a Súmula: "O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser

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efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial." (Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

FATORES CUMULATIVOS Quando ocorrer a existência de mais de um fator de periculosidade, será considerado apenas o fator de grau mais elevado para efeito de acréscimo salarial, sendo vedado o pagamento cumulativo.

CONCOMITÂNCIA DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE Se a função desenvolvida pelo empregado for, simultaneamente, insalubre e perigosa, este poderá optar por um dos adicionais que lhe for mais favorável. Entretanto, não terá o direito de receber ambos os adicionais.

EXTINÇÃO DO DIREITO

O direito ao adicional de periculosidade não se trata de um direito adquirido, ou seja, o direito ao adicional cessará quando ocorrer à eliminação do risco à saúde ou integridade física do trabalhador. Poderá ocorrer a supressão do adicional quando houver a eliminação, ou a diminuição dos agentes nocivos. Mas o fornecimento de aparelho de proteção ou o fato do empregado não realizar o seu trabalho no todo em um ambiente hostil, não exime do pagamento do adicional de periculosidade. A eliminação ou neutralização da periculosidade caracterizada por perícia oficial de órgão competente, comprovando a inexistência de risco à saúde e à segurança do empregado, determinará a cessação do pagamento adicional. Base: art. 194 da CLT.

EFEITOS PECUNIÁRIOS E PRESCRIÇÃO Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho. A prescrição do direito de ação é cinco anos, para o trabalhador urbano e rural, até o limite de dois anos após a extinção do contrato.

JURISPRUDÊNCIA

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ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ACORDO COLETIVO OU CONVENÇÃO COLETIVA. PREVALÊNCIA No mérito, como corolário do conhecimento do recurso de revista por violação do art. 7º, XXVI, da CF, impõe-se seu provimento, a fim de adaptar a decisão recorrida à diretriz da Súmula nº 364, item II, deste Tribunal, segundo a qual a fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. Do exposto, dou provimento ao recurso de revista para excluir da condenação o pagamento do adicional de periculosidade no percentual de 30%, e, em conseqüência, julgar improcedente o pedido formulado na petição inicial, absolvendo a reclamada da condenação, invertendo o ônus da sucumbência e isentando o reclamante do pagamento das custas processuais. PROC. Nº TST-RR-1351/2004-001-09-40.1. Juiz Relator WALMIR OLIVEIRA DA COSTA. Brasília, 25 de abril de 2007.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE EXPOSIÇÃO INTERMITENTE X EVENTUAL

O Regional manteve o indeferimento do adicional de periculosidade, porque o Reclamante abastecia a máquina com óleo diesel durante três vezes por semana com duração de 10 minutos, caracterizando exposição ao risco de forma eventual. Existem três hipóteses para o deferimento ou não do adicional de periculosidade: a de contato eventual, intermitente e permanente. A equiparação do contato intermitente com o permanente se justifica pelo fato de que, no último caso, apenas aumenta a probabilidade de o empregado ser afetado por eventual sinistro, mas como este não tem hora para ocorrer, pode atingir também aquele que, necessariamente, deve fazer suas incursões periódicas na área de risco. Já no caso do contato eventual, a eventualidade é situação em que qualquer ser humano está sujeito em qualquer atividade. Na hipótese dos autos, caracterizou-se exposição ao risco por contato intermitente, em face da periodicidade de entrada e permanência em área de risco. Esta Corte consagrou pela Súmula 364 que é devido o adicional de periculosidade na integralidade, com inflamáveis e explosivos, quando a exposição se dá de forma permanente ou intermitente. Recurso de Revista a que se dá provimento. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-RR-49652/2002-900-02-00.5

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ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE PERICULOSIDADE

1. O Ajudante De Motoserra, entra em área (o local é uma área

aberta, sendo o local coberto por lona), onde próximo está localizado um tanque de 600 a 2000 litros ou 02 tambores com a mistura de gasolina e óleo dois tempos, duas vezes por dia e gasta “01 (um) minuto” de manhã e 1 minuto à tarde. O Trabalhador entra nesta área somente para apanhar o galão (na verdade é um galão com duas divisões, uma de 5 litros para a mistura de óleo dois tempos e gasolina e outra de 2,5 l de óleo lubrificante para corrente), “JÁ PREVIAMENTE CHEIO” pelo Vigia Noturno. Pergunta-se:

a) O tempo de 1 minuto pela manhã e 1 minuto à tarde, numa

jornada de 480 minutos é “INTERMITENTE ou EVENTUAL”?

b) Normalmente, este galão fica distante do tanque ou tambores,

quando o Trabalhador o apanha pela manhã neste “depósito” e o coloca à tarde. Aquele local contém no máximo 40 vasilhames com 5 litros da mistura (o local é uma área aberta, sendo o local coberto por lona). Esta atividade do Trabalhador, de somente apanhar o galão já

previamente cheio, pode ser considerada uma “Atividade Periculosa” conforme estabelece a Legislação Vigente (Artigo 193 da CLT e NR-16, item 3, Alínea “r” da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho?

2. Este galão é levado para a área de corte de eucalipto, onde é usado para fazer

o abastecimento da motoserra. Em cada abastecimento, é colocado ±±±±700 ml, com auxílio de funil, e dura 1 minuto.

3. Pergunta-se:

a) Esta atividade pode ser caracterizada como “Risco Acentuado”

porque o motor da motoserra está quente? b) A caracterização de periculosidade pela NR-16, Anexo 2, item

3, Alínea “q” se refere a “BOMBA DE ABASTECIMENTO”? c) A caracterização de periculosidade pela NR-16, Anexo 2, item

1, Alínea “m” se refere a “POSTOS DE SERVIÇO E BOMBAS DE ABASTECIMENTO”?

d) O Trabalhador nesta atividade pode ser definido como “OPERADOR DE BOMBA DE ABASTECIMENTO” conforme estabelece a NR16, Anexo, item 1, Alínea “m”?

e) As tarefas de abastecimento do equipamento “motoserra”, é

caracterizadora de periculosidade conforme estabelece a Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho?

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PERGUNTA nº7 :

"...informações sobre caracterização de periculosidade para armazenamento de líquidos inflamáveis em ambiente fechado,( ex.: depósitos, salas e pequenos recintos). Ou seja, quais os critérios que devem ser adotados para a caracterização de periculosidade (quantidade armazenada, distância do depósito até outras construções, etc.)." O armazenamento de inflamáveis líquidos e gasosos liqüefeitos, dá direito ao adicional de periculosidade, de 30%, a todos os trabalhadores da área de operação (Anexo 2 da NR 16, quadro do item 1, letra "b"). As áreas de risco estão definidas no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16. Entendo que área de operação é uma área que pode ser maior ou igual à área de risco definida no quadro do item 3, nunca menor. No meu entender, o legislador usou o termo área de operação para poder dar maior abrangência a uma determinada área de risco. Por exemplo, em um posto de abastecimento de inflamáveis, a área de risco é definida como "toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento..." Isso quer dizer que o perito pode definir uma área de operação maior que esse mínimo limitado pela área de risco, basta que o perito entenda que a operação se desenvolve em área maior que a mínima estabelecida pela NR 16. Quanto à pergunta específica, veja os itens [2 - III ] e [2 - IV] do Anexo 2 da NR 16. Esses itens definem o que é atividade de armazenagem de inflamáveis líquidos e de inflamáveis gasosos liqüefeitos, respectivamente. De acordo com esses itens e suas alíneas, estão enquadradas como perigosas todas as atividades realizadas nas bacias de segurança dos tanques de inflamáveis líquidos, não importa quais sejam, e também as atividades de arrumação de tambores, latas, vasilhames e quaisquer outras atividades executadas dentro do prédio de armazenamento ou em recintos abertos e com vasilhames cheios de inflamáveis ou vazios não desgaseificados ou decantados. Ou seja, se o empregado atua de modo não eventual, ainda que intermitente, dentro de um prédio no qual se faz o armazenamento de inflamáveis, não importa o que esse trabalhador faz, terá direito ao adicional de 30%, desde que atue na área de risco, em condições de risco acentuado(ver artigo 193 da CLT). Por exemplo, descrição da atividade: "varrer o chão e espanar o pó, uma vez por dia." Se essa atividade for feita de modo habitual, não eventual, ainda que intermitente, em área considerada pela perícia como área de risco, o trabalhador terá direito ao adicional de periculosidade. O que define o direito à percepção do adicional é a exposição não eventual ao risco. A área de risco, para armazenamento de vasilhames em local aberto, está definida no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16, letra "r": Faixa de 3,0 metros de largura em torno dos pontos extremos da área de armazenamento em local aberto. A área de risco, para armazenamento de vasilhames em local fechado, está definida no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16, letra "s": Toda a área interna do recinto. A NR 16 estabelece quantidades mínimas para caracterização de periculosidade, no transporte de inflamáveis (item 16.6): mais de 135 quilos, para inflamáveis gasosos liqüefeitos e mais de 200 litros, para inflamáveis líquidos.

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A NR 16 não define quantidades mínimas para caracterização de periculosidade nas atividades de armazenamento, mas as quantidades da atividade de transporte podem servir como referencia. O perito deve levar em conta o artigo 193 da CLT que define que "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquela que, por sua natureza ou métodos de trabalho, implique em contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis, armazenados em locais amplos e bem arejados podem indicar que, provavelmente, o risco não é acentuado. Por exemplo, 100 litros de álcool, armazenados em embalagens adequadas, de 10 litros cada, para uso em serviços de limpeza, em um grande prédio. O álcool está armazenado em um almoxarifado amplo e bem arejado, no qual não há outros materiais inflamáveis ou perigosos (produtos tóxicos, oxidantes, etc.). As embalagens são mantidas fechadas, não sendo abertas no almoxarifado, apenas nos locais de utilização, de modo que não há concentração de vapores de álcool no interior do local de armazenagem. A perícia não pode ser feita de modo tão simplificado, há vários fatores que devem ser levados em consideração, mas há uma forte tendência de que o resultado, nesse caso, seria a não caracterização de periculosidade. No entanto, se tivéssemos 100 litros de solventes, em uma pequena sala de um laboratório de análise químicas, sabendo-se que os solventes são usados no próprio local, pode ser que a perícia conclua pela caracterização da periculosidade, caso demonstre que as condições de risco, nesse caso, são acentuadas. As quantidades armazenadas e distância do depósito até outras construções devem atender ao estabelecido na NR 20 e às Normas Técnicas da ABNT (NB 98 - Armazenagem e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis; NBR 7505 - Armazenagem de Petróleo, seus Derivados Líquidos e Álcool Carburante). O armazenamento de inflamáveis líquidos em recintos fechados está definido nos itens 20.2.13 a 2.2.16.2 da NR 20.

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Antonio Carlos Vendrame

A periculosidade por inflamáveis é devida àqueles que ingressam em área de risco por inflamáveis líquidos ou gasosos de forma permanente e em condições de risco acentuado, nos estritos termos do art. 193 da CLT. A Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16) da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, regulamenta o tema com maior profundidade, definindo quais os trabalhadores que fazem jus ao dito adicional, bem como elenca quais as áreas de risco. Estão se tornando um modismo, na Justiça do Trabalho, os pedidos de periculosidade por empregados que laboraram em empresas que tem reservatório de inflamáveis, ainda que estes jamais tenham ingressado nestas áreas de risco. O julgamento técnico distorcido de alguns profissionais tem caracterizado a periculosidade por inflamáveis a todos os trabalhadores de um prédio, independentemente do pavimento onde laborem, pelo simples fato da existência de geradores ou tanques em seu pavimento térreo ou subsolo. Seria até razoável caracterizar a periculosidade por inflamáveis para aqueles trabalhadores que tenham ingressado no recinto onde se encontram os ditos tanques, ainda que a legislação estabeleça como área de risco somente a bacia de segurança do tanque. Ocorre que os profissionais têm justificado seu pretenso enquadramento com base na letra “s” do item 3 do anexo 2 da NR-16, que trata especificamente de vasilhames e não tanques. Tanques são equipamentos estacionários, ao contrário de vasilhames que podem ser movimentados, daí a legislação estabelecer enquadramentos distintos para ambos. Uma vez que o tanque é estacionário, a área de risco está restrita à bacia de segurança; no caso dos vasilhames, como são movimentáveis, a área de risco propaga-se por todo o recinto interno. Aliás, compreenda-se como recinto interno o espaço delimitado por paredes, piso e teto. Os enquadramentos realizados consideram os edifícios como um único recinto, de forma a validar a periculosidade em todos os seus andares, independentemente dos tanques estarem no térreo ou subsolo e o trabalhador prestar seu labor, por exemplo, no 20º andar! Na realidade, é um desatino considerar um edifício, em sua totalidade, como único recinto fechado; pior, ainda, é utilizar a justificativa de que o edifício está interligado internamente através de escadas, elevadores, corredores e portas. Ora, será que existe algum prédio cujos andares não sejam interligados por escadas, elevadores, corredores e portas? Tal modelo de prédio é surreal, pois todos os andares seriam totalmente fechados (uma vez que não possuiria escadas, elevadores, corredores ou portas), impedindo, inclusive, o acesso de pessoas... Outro erro é utilizar-se de critérios não previstos na legislação aplicável, a exemplo da NR-20, para justificar a periculosidade. É fato que a NR-20, através do item 20.2.7. veda a disposição de tanques de inflamáveis aéreos no interior de edifícios, exceto sob a forma enterrada, assim como o item 20.2.13. Preceitua que somente podem ser armazenados, dentro de um edifício, vasilhames com capacidade máxima de 250 litros; porém, tais proibições já são apenadas por multas específicas, inexistindo qualquer menção legal de que tais descumprimentos, por si só, sejam requisitos para a caracterização da periculosidade por inflamáveis. É temerário falarmos nas conseqüências de incêndio ou explosão originada no subsolo de um prédio com relação aos demais andares. O opinamento técnico toma rumo de palpite quando, sem qualquer base técnico-científica, argumenta-se

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sobre as conseqüências de eventual incêndio ou explosão para ratificar um enquadramento. Há estudos específicos, na área de gerência de riscos, que estimam quais os impactos de um incêndio ou explosão. A análise do perigo ou a demonstração da cadeia de relação causa e efeito entre o exercício do trabalho e o acidente é requisito exigido na análise da periculosidade por força da Portaria nº 3.311, de 29-11-89 do Ministério do Trabalho, em sua Instrução para elaboração de laudo de insalubridade e periculosidade, subitem 6.1. Normalmente, os laudos periciais apresentados restringem-se à simples inspeção visual no local de trabalho, somente para constatar a existência do inflamável, que passou a ser o único requisito para enquadramento da periculosidade. Adicionalmente, os trabalhos periciais têm se distanciado do art. 193 da CLT. Remontando aos primórdios da instituição do adicional de periculosidade por inflamáveis, a intenção do legislador, ao criá-lo, foi a de remunerar os empregados da Petrobrás pelo perigo a que se expunham nas plataformas, refinarias e outros correlatos. Atualmente, presenciamos o enquadramento da periculosidade para instalações de comércio, bancos e até mesmo prestação de serviços. Por outro lado, são desprezados os diversos equipamentos de proteção coletiva existentes nos prédios, tais como: luminárias à prova de explosão; sistemas de ventilação forçada; detetores de fumaça; alarmes de incêndio; portas corta-fogo; bacias de segurança; sinalização visual; iluminação de emergência; extintores, sprinklers e hidrantes; brigada treinada e bombeiros profissionais. Infelizmente, não se distingue o risco do perigo, entendendo ambos os conceitos como sinônimos, o que se constitui em erro crasso. Riscos são inerentes ao nosso cotidiano, todos estamos sujeitos a diversos riscos; no entanto, estes podem ser tecnicamente administrados de forma a não se constituir perigo. Perigo é o risco fora de controle, para o qual não há medidas capazes de reduzir seu potencial catastrófico. É razoável acreditar que na eventualidade de um princípio de incêndio, haveria vários fatores agindo simultaneamente na prevenção e controle do risco, quais sejam: imediata atuação da Brigada de Incêndios, composta por empregados treinados; imediata atuação dos bombeiros profissionais existentes no quadro de empregados; alarme sonoro indicativo de princípio de incêndio, interligado à central de segurança; abandono do prédio pelos empregados, que periodicamente são treinados em exercícios simulados; detector de fumaça indicativo de princípio de incêndio, interligado à central de segurança; utilização de extintores portáteis para combate ao princípio de incêndio; utilização de hidrantes no combate ao incêndio;

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acionamento automático dos sprinklers, que também agiriam no combate ao incêndio; finalmente, acionamento do Corpo de Bombeiros. Analogias como as que têm sido realizadas, fatalmente levariam à enganosa conclusão de que qualquer prédio se constituiria em área de risco, uma vez que todo prédio comercial possui sistema de geradores auxiliares para suprir eventuais panes de energia elétrica e tais geradores, fatalmente, são alimentados por algum tipo de combustível. No mundo moderno, o homem constantemente ingressa em áreas de risco, seja quando abastece seu veículo ou viaja de avião, seja quando se encontra em sua residência, onde sempre há uma dispensa com vários litros de inflamáveis, tais como álcool, querosene, cera etc. Estes enquadramentos distorcidos, pelas reiteradas ocorrências, têm inclinado a própria justiça a reconhecer como legal uma condição temerária sob o ponto de vista técnico. Em várias situações anteriores, já vimos a justiça transformando aberrações técnicas em jurisprudência, pelo uso continuado de opiniões tecnicamente discutíveis. Antonio Carlos Vendrame Engenheiro Químico e Engenheiro de Segurança do Trabalho. Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Medicina do Trabalho e Enfermagem do Trabalho. Perito da Justiça do Trabalho, Justiça Cível e Justiça Federal com mais de 600 trabalhos realizados. Colunista e articulista de várias revistas especializadas em Segurança e Direito do Trabalho. Diretor da Vendrame Consultores Associados. e-mail:[email protected] Livros publicados: "Curso de Introdução à Perícia Judicial", "Aposentadoria Especial - com enfoque em segurança e medicina do trabalho" e "Acidentes Domésticos - Manual de Prevenção", pela Editora LTr. Norma Regulamentadora 16 – Atividades e Operações Perigosas Para a NR 16, são consideradas atividades e operações perigosas as que envolvem explosivos ou aquelas que utilizam inflamáveis. Um item muito importante da NR 16 é o adicional de 30% (trinta por cento), incidente do salário, para os trabalhadores que se enquadram em condições de periculosidade. Lembrando que nesta porcentagem não estão incluídas gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. A NR 16 é composta por vários quadros onde estão definidos padrões a serem seguidos pelas empresas. O Quadro n° 1 mostra quais são as atividades ou operações perigosas que envolvem explosivos e quais os envolvidos que possuem o direito do adicional de 30% (trinta por cento) incidente do salário. Por exemplo: atividade de armazenamento de explosivos. A NR 16 declara que todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco possuem direito ao adicional. O Quadro n° 2 define a quantidade armazenada de explosivos em quilos e sua respectiva distância de segurança. Um local possui 4.500 quilos de explosivos armazenados, de acordo com a NR 16 a distância de segurança será de 45 metros. Os Quadros n° 3 e 4 abordam o mesmo assunto, porém com tipos de explosivos diferentes. As atividades e operações perigosas que envolvem inflamáveis também possuem seus respectivos padrões e quadros. Um quadro que define quais são as atividades

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ou operações perigosas e quais os envolvidos que possuem o direito do adicional de 30% (trinta por cento) incidente do salário e outro quadro que define áreas de risco para determinada atividade. Por exemplo: tanques de inflamáveis líquidos possuem como área de risco toda a bacia de segurança. Outro ponto muito importante da NR 16 é o padrão de embalagens de líquidos inflamáveis, onde são definidas as quantidades máximas permitidas de um determinado inflamável em uma respectiva embalagem. Um tambor de metal, de acordo com a NR 16, possui capacidade máxima de armazenagem de 250 kg de um inflamável de alto risco. Estes padrões envolvem embalagens simples, combinadas e compostas.

Adicional de periculosidade por armazenamento em subsolo de prédio

Dispõe o inciso XXII do artigo 7.º da Constituição sobre redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. O inciso XXIII da mesma norma afirma o direito a "adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei". O referido inciso necessita, portanto, ser complementado pela legislação ordinária. Prevê o artigo 193 da CLT que "são consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado". Na periculosidade existe o risco, a possibilidade de ocorrer o infortúnio. É matéria ligada a Engenharia do Trabalho. Contato com inflamáveis ocorre, por exemplo, com quem trabalha em posto de gasolina. Enquanto na insalubridade, se não for eliminada ou neutralizada, o trabalhador a ela exposto tem continuamente um fator prejudicial a sua saúde, já a periculosidade não importa fator contínuo de exposição do trabalhador, mas apenas um risco, que não age biologicamente contra seu organismo, mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a vida do trabalhador ou mutilá-lo. O trabalho em condições perigosas dá ao empregado o direito a receber o adicional de periculosidade à razão de 30% sobre o seu salário básico, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. A natureza do pagamento do adicional é de salário, pois remunera o trabalho em condições perigosas e não de indenização. Adicional é espécie de salário. Contato permanente é o diário. Esclarece o inciso I da Súmula 364 do TST que "faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido". A classificação e a caracterização da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão por meio de perícia a cargo de Médico do

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Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (art. 195 da CLT). A norma do Ministério do Trabalho a que se refere o artigo 195 da CLT é a NR 16 da Portaria n.º 3.214/78. Em determinado prédio há armazenamento no subsolo de 10.000 litros de óleo diesel. Existe direito a periculosidade ou não? A perícia afirma que "no conceito técnico legal "Recinto" é denominação atribuída para uma determinada construção, protegida pela mesma parede física e principalmente dotada da mesma cobertura (telhado)". Recinto é espaço cercado ou fechado; certo ou determinado espaço ou lugar. Os empregados não trabalham onde estão os reservatórios de óleo, mas no prédio em que eles estão. A hipótese analisada não é de armazenamento de vasilhames, mas de tanques, contendo líquidos inflamáveis. O reservatório não está enterrado, mas está em local cercado de paredes, dentro de bacia de segurança. A letra b, do inciso III, do item 2, do Anexo 2 da NR 16 da Portaria n.º 3.214/78 não prevê que todo o local é área de risco, nem o caso é de arrumação de tambores ou latas. A alínea s faz referência a toda a área interna do recinto e não a todo o prédio. O quadro de atividades e áreas de risco, no item d mostra que a atividade é a relativa a tanques de inflamáveis líquidos. A área de risco não é todo o prédio, mas apenas a bacia de segurança. Os empregados, porém, não trabalham na bacia de segurança. Penso que não há direito ao adicional de periculosidade, porque a regulamentação feita pela norma técnica do Ministério do Trabalho assim não considerou a atividade como perigosa. A Orientação Jurisprudencial 385 da SBDI-1 do TST entendeu, porém, que ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical. O fundamento é de que se houver explosão irá atingir todo o prédio e não apenas a bacia de segurança. O sinistro, assim, atingiria todos os empregados que trabalham no prédio. Dessa forma, todo o prédio é considerado área de risco.

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Processo: RR 1311401720075030031 131140-17.2007.5.03.0031 Relator(a): Aloysio Corrêa da Veiga Julgamento: 25/03/2009 Órgão Julgador: 6ª Turma, Publicação: 07/04/2009 Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO DE GASOLINA. INGRESSO NA ÁREA DE RISCO . Ausente previsão em norma regulamentadora, não faz jus a adicional de periculosidade o empregado, motorista, tão-somente em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes por semana, por vinte e cinco minutos, especialmente quando existiam funcionários cuja tarefa específica era o abastecimento. Não há como reconhecer como área de risco, para fins de adicional de periculosidade, o posto de combustível para quem não é empregado do posto, e quando não há notícia de que o trabalho de abastecimento de veículo seja diferente daquele que costumeiramente é realizado pelo indivíduo comum quando necessita abastecer seu carro, já que o simples ingresso no posto de combustíveis não é suficiente para garantir o adicional de periculosidade, se não constatado o contato com o agente a ensejar o seu pagamento. Recurso de revista conhecido e provido. TST - RECURSO DE REVISTA RR 1311 1311/2007-031-03-40.7 (TST) Data de Publicação: 07/04/2009 Ementa: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO DE GASOLINA. INGRESSO NA ÁREA DE RISCO . Ausente previsão em norma regulamentadora, não faz jus a adicional de periculosidade o empregado, motorista, tão-somente em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes por semana, por vinte e cinco minutos, especialmente quando existiam funcionários cuja tarefa específica era o abastecimento. Não há como reconhecer como área de risco, para fins de... Encontrado em: em razão de abastecer o veículo que conduzia em posto de gasolina, quatro vezes. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO EM POSTO de abastecimento de veículo seja diferente daquele que costumeiramente é realizado Processo: RR 711000420085040291 71100-04.2008.5.04.0291 Relator(a): Maria Doralice Novaes Julgamento: 02/02/2011 Órgão Julgador: 7ª Turma Publicação: DEJT 11/02/2011 Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - INGRESSO E PERMANÊNCIA DA ÁREA DE RISCO - INFLAMÁVEIS - MOTORISTA DE CAMINHÃO - ÓBICE DAS SÚMULAS 23, 126, 296 E 364, I, DO TST. 1. A Súmula 364, I, primeira parte, do TST consagra o entendimento de que faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. 2. No caso, o Regional consignou que o Reclamante laborava em contato intermitente com inflamáveis, pois conduzia o caminhão para o abastecimento no

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pátio da Reclamada e aos postos comerciais de combustível, localizados no percurso das viagens, adentrando a área de risco e obrigando-se a permanecer na cabine durante o abastecimento em decorrência de imposição patronal. 3. Assim, assentado pelo Regional que o contato era intermitente, as alegações recursais de que o contato era eventual e não havia risco para o Reclamante não ultrapassam a barreira da Súmula 126 do TST, restando inviável a aferição de violação do art. 193 da CF, contrariedade à Súmula 364 do TST e divergência de julgados. 4. Entretanto, ainda que se pudesse superar esse óbice, não haveria como se verificar a alegada violação do art. 193 da CLT , pois este apenas consigna que são consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado, o que restou assentado pelo Regional, em face do contato intermitente. 3. De outro lado, os arestos transcritos para fins de comprovação da divergência jurisprudencial não viabilizam o seguimento do apelo, porquanto inespecíficos, à luz das Súmulas 23 e 296, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. TST - Motorista de caminhão não ganha adicional de periculosidade por acompanhar abastecimento O posto de combustível, para fins de concessão de adicional de periculosidade, não é considerado área de risco para quem não é empregado do estabelecimento. Com esse entendimento, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho excluiu da condenação imposta às empregadoras, o pagamento do adicional de periculosidade a um empregado motorista de caminhão, que abastecia regularmente o veículo no pátio das empresas. Segundo o trabalhador, ele prestou serviços como motorista de caminhão para a Comprebem Comércio e Transportes Ltda. e Central Distribuidora de Alimentos a partir de novembro de 1997. Na ação trabalhista, além de requerer o pagamento de verbas trabalhistas não recebidas no decorrer do contrato de trabalho, o motorista pleiteou o recebimento de adicional de periculosidade, alegando ter o direito ao adicional porque frequentava área de risco. Argumentou que, enquanto era realizado o abastecimento do caminhão no pátio de uma das empresas, ele permanecia ao lado das bombas de combustível e ajudava o frentista no abastecimento. Ao analisar o pedido, o juízo de primeira instância condenou as empresas a pagarem o adicional de periculosidade sobre o valor do salário-base do trabalhador. Segundo o juiz, o laudo pericial comprovou que o motorista permanecia em área de risco habitualmente durante o abastecimento dos caminhões, sendo irrelevante o fato de o trabalhador ter auxiliado o frentista ou ter permanecido na cabine do caminhão. Inconformadas, as empresas recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que manteve a sentença, ressaltando, porém, que o motorista não fazia o abastecimento do veículo, mas apenas conduzia o caminhão até a bomba e permanecia dentro da cabine. Diante disso, as empresas interpuseram recurso de revista, alegando ser indevido o pagamento do benefício. O relator do recurso de revista na Sexta Turma, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, concordou com as empresas. Segundo o ministro, a Norma Regulamentar 16 do Ministério do Trabalho e Emprego refere-se apenas a trabalhador que opera bomba ou trabalha na área em que há inflamáveis e combustíveis. A norma

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alcança, apenas, os empregados de postos de combustíveis, e não o empregado que exerce a função de motorista. O ministro Corrêa da Veiga ressaltou que a função de motorista que adentra em postos para o abastecimento do veículo não se encontra definida como tarefa exposta a agente perigoso, ainda que se constate que o motorista permaneça dentro da cabine durante o abastecimento. Dessa forma, não há como reconhecer área de risco, para pagamento de adicional de periculosidade, a mera condução do veículo para abastecimento, pois o simples ingresso no local não é suficiente para garantir o pagamento do benefício, explicou o relator. Assim, a Sexta Turma, a partir dos fundamentos expostos no voto do relator, decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso de revista das empresas e excluir da condenação o pagamento do adicional de periculosidade ao motorista. (RR-165900-88.2007.5.04.0281) Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

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Processo: E-RR 3333001920025030900 333300-19.2002.5.03.0900 Relator(a): Lelio Bentes Corrêa Julgamento: 07/05/2007 Órgão Julgador: Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Publicação: DJ 25/05/2007. Ementa ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. CONTATO INTERMITENTE.OPERADOR DE EMPILHADEIRA. TROCA DE CILINDRO DE GÁS EXPLOSIVO O Tribunal Superior do Trabalho, ao editar a Súmula nº 364, item I, consagrou entendimento no sentido de que "faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido-. No caso específico, o contato do reclamante com o agente perigoso dava-se de forma intermitente, uma vez que a atividade exercida ocorria de forma contínua, habitual e permanente, ainda que o autor ficasse exposto ao agente perigoso por pouco tempo em sua jornada laboral. Tal fato não pode ser confundido com eventualidade na exposição ao risco. Eventual é sinônimo de acidental, casual, fortuito, dependente do acaso ou de acontecimento incerto, ou ainda de imprevisto - o que, frise-se, não se revela no caso concreto, em que não configurada a manifesta excepcionalidade no contato com o agente perigoso. Consonância da decisão embargada com o item I, primeira parte, da Súmula nº 364 do Tribunal Superior do Trabalho. Embargos de que não se conhece. Súmula nº 364 - TST- Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 –Conversão das Orientações Jurisprudenciais nº 5, 258 e 280 da SDI-1 Adicional de Periculosidade - Exposição Eventual, Permanente e Intermitente I- Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003) II- A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-OJ nº 258 - Inserida em 27.09.2002) GLOSSÁRIO Armazenamento - retenção de uma quantidade de inflamáveis (líquidos e/ou gases) e líquidos combustíveis em uma instalação fixa, em depósitos, reservatórios de superfície, elevados ou subterrâneos. Retenção de uma quantidade de inflamáveis, envasados ou embalados, em depósitos ou armazéns. Distância de segurança - Distância mínima livre, medida no plano horizontal para que, em caso de acidentes (incêndios, explosões), os danos sejam minimizados. Emissões fugitivas - Liberações de gás ou vapor inflamável que ocorrem de maneira contínua ou intermitente durante as operações normais dos equipamentos. Incluem

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liberações em selos ou gaxetas de bombas, engaxetamento de válvulas, vedações de flanges, selos de compressores, drenos de processos. Envasado - líquido ou gás inflamável acondicionado em recipiente, podendo ser ou não lacrado. Fechado - Produto fechado no processo de envasamento, de maneira estanque, para que não venha a apresentar vazamentos nas condições normais de manuseio, armazenamento ou transporte, assim como sob condições decorrentes de variações de temperatura, umidade ou pressão ou sob os efeitos de choques e vibrações. Instalação - Unidade de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis, em caráter permanente ou transitório, incluindo todos os equipamentos, máquinas, estruturas, tubulações, tanques, edificações, depósitos, terminais e outros necessários para o seu funcionamento. Lacrado - Produto que possui selo e/ou lacre de garantia de qualidade e/ou de inviolabilidade. Manipulação - Ato ou efeito de manipular. Preparação ou operação manual com inflamáveis, com finalidade de misturar ou fracionar os produtos. Considera-se que há manipulação quando ocorre o contato direto do produto com o ambiente. Manuseio - Atividade de movimentação de inflamáveis contidos em recipientes, tanques portáteis, tambores, bombonas, vasilhames, caixas, latas, frascos e similares. Ato de manusear o produto envasado, embalado ou lacrado. Posto de serviço - Instalação onde se exerce a atividade de fornecimento varejista de inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis. Recipiente - Receptáculo projetado e construído para armazenar produtos inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis conforme normas técnicas. Riscos psicossociais - Influência na saúde mental dos trabalhadores, provocada pelas tensões da vida diária, pressão do trabalho e outros fatores adversos. Transferência - Atividade de movimentação de inflamáveis entre recipientes, tais como tanques, vasos, tambores, bombonas e similares, por meio de tubulações. Unidade de processo - Organização produtora que alcança o objetivo para o qual se destina através do processamento e/ou transformação de materiais/substância.