infeccoes intestinais bacterianas

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COMPONENTES: Caroline Gurgel Diogo Diógenes

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Health & Medicine


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Trabalho que descreve as infecções intestinais e as bacterias causadoras

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Page 1: Infeccoes intestinais bacterianas

COMPONENTES:

Caroline GurgelDiogo Diógenes

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Habitualmente não passa de uma doença desagradável e de curta duração nos países industrializados, porém, nos países em desenvolvimento, constitui uma das principais causas de mortalidade de lactentes e crianças em desenvolvimento.

As doenças diarréicas matam mais de 5 milhões de crianças anualmente e contribuem para a desnutrição e o retardo do crescimento naquelas que sobrevivem. Por essas razões, o controle da doença diarréica constitui uma importante meta da Organização Mundial de Saúde (OMS)

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*Em 2000 a 0MS calculou que 2,1 milhões de pessoas morreram no mundo de diarréia, uma boa parcela por ter ingerido alimentos contaminados.

A contribuição para a contaminação destes alimentos parte dos próprios consumidores que negligenciam as práticas seguras de manipulação do alimento em suas residências. Pontos básicos como lavar corretamente as mãos durante a preparação dos alimentos , cozinhar em temperaturas adequadas, refrigerar alimentos e sobras adequadamente e reaquecer corretamente estas sobras, são melhorias perfeitamente atingíveis.

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Causadoras de diarréia secretória (aquosa):

*Vibrio Cholerae, Escherichia coli Enterotoxigênica, Escherichiacoli Enteropatogênica.

Causadoras de diarréia sanguinolenta e disenteria:

* Shigella, Escherichia coli enteroinvasiva, Escherichia coliêntero-hemorrágica, Samonella.

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Uma vez no interior na boca estes microorganismos irão enfrentar barreiras físicas e químicas, naturais do organismo, ao longo do canal alimentar até chegar ao destino final.

Entre estes mecanismos de defesa destacam-se:

* Acidez estomacal que, associada à ação das enzimas digestivas, formam a primeira barreira natural.

* No intestino, os microorganismos deparam-se com a mucosa intestinal, que funciona como uma barreira mecânica à penetração no organismo. Qualquer dano na mucosa facilitará a penetração no organismo. Há também o muco que produzido pelas células caliciformes que o microorganismo terá que ultrapassar para atingir o epitélio e chegar nos receptores que permitirão a adesão e colonização.

*Ácidos biliares secretados para o duodeno e produtos de degradação de componentes dos alimentos são inibitórios para muitos microorganismos.

* A motilidade intestinal é um mecanismo de proteção muito eficiente. O constante movimento para eliminação do conteúdo do lúmen contribui para a eliminação de microrganismos patogênicos. A ingestão de alimentos ricos em fibras aumenta o bolo fecal estimulando sua eliminação e dificultando o acesso dos microorganismos à mucosa.

*A microbiota intestinal exercem um efeito importante na proteção, pois, por serem adaptados ao local tem melhores condições de sobrevivência, competindo pelos nutrientes disponíveis de forma mais eficiente e impedem a implantação de novas espécies.

Caso o microorganismo ultrapasse todas estas barreiras enfrentará a defesa imunológica que irá tentar fagocitar o microorganismo através dos leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) presentes na corrente sanguínea e pelos macrófagos presentes nos tecidos.

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São do gênero Vibrio e pertence à família Vibrionaceae, são bacilos Gram-negativos, retos ou curvos, aeróbios ou anaeróbios facultativos e são móveis devido a presença de um único flagelo polar.

Apresentam antígenos de parede O sendo a espécie dividida em mais de 100 sorogrupos diferentes, porém, somente dois sorogrupos: O1 e O139 são patogênicos. São divididos em dois biotipos: clássico e o El Tor.

Não faz parte da flora natural humano, sendo um habitante normal de águas de estuários, onde vive em estreita associação ao fitoplâncton.

A patogênese da cólera esta intimamente associada à produção da enterotoxina colérica produzida pelo bacilo e sua ação sobre as células da mucosa intestinal que sofrem desequilíbrio no balanço eletroquimico pois a enterotoxina aumenta o nível de AMP cíclico decrescendo o fluxo de sódio no tecido e produzindo um fluxo de cloro (e água) para fora do tecido e para dentro do lúmen resultando em diarréia intensa.

É eliminado pelas fezes e vômitos de pessoas infectadas, sintomáticas ou não, e pode transmitir-se a outras pessoas de 2 modos:

◦ transmissão indireta - via mais freqüente e responsável pelas epidemias. A ocorrência de casos

é devida à ingestão de água ou de alimentos contaminados.

◦ transmissão direta - menos freqüente, potencialmente pode ocorrer em ambiente domiciliar ou institucional, através das mãos contaminadas (do próprio infectado ou de alguém responsável por sua higiene pessoal ou de sanitários), levadas à boca.

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O isolamento do V.cholerae, a partir da cultura direta das fezes e após enriquecimento em água peptonada alcalina, é feito em meio seletivo TCBS (tiossulfato,citrato,bile e sacarose). O diagnóstico será confirmado pela análise das características bioquímicas e sorológicas da cepa isolada.

O período de incubação varia de seis horas a cinco dias

a infecção pode variar desde a ausência de sintomas (mais freqüente) até à sintomatologia clássica que são os quadros mais graves. O quadro clássico de cólera corresponde aos casos com diarréia súbita e intensa, líquida (com aspecto de água de arroz), sem sangue, sem febre, acompanhada ou não de vômitos e cãibras musculares. Na ausência de tratamento adequado, a perda de água e eletrólitos pode que conduzir a estado de desidratação profunda.

Complicações - a doença pode provocar insuficiência renal aguda, aborto e parto prematuro, hipoglicemia ( mais grave em crianças), e outras complicações mais raras como, colecistite e úlcera de córnea. O atendimento rápido e adequado reduz a taxa de letalidade para menos de 1%.

A terapia indicada é a reposição de fluidos, através da injeção intravenosa de solução de lactato de Ringer ou outra solução semelhante. Nos casos moderados, usa-se a reidratação oral. O antibiótico de escolha é a tetraciclina.

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A Escherichia coli é uma bactéria bacilar Gram-negativa assume a forma de um bacilo e pertence à família das Enterobacteriaceae. São aérobias e anaerobias facultativas. O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais de sangue quente.

Existem, enquanto parte da microbiota normal no intestino, em grandes números. Cada pessoa evacua em média, com as fezes, um trilhão de bactérias E.coli todos os dias. A doença é devida à disseminação, em outros órgãos, das estirpes intestinais normais; ou nos casos de enterite ou meningite neonatal à invasão do lúmen intestinal por estirpes diferentes daquelas normais no indivíduo.

Variantes: Sub-tipos mais importantes:

E.coli Enteropatogênica: causam diarréias não sanguinolentas epidêmicas em crianças, especialmente em países pobres. Têm um fator de adesão aos enterócitos e produzem enterotoxinas, resultando em destruição dos vilos do intestino delgado, com má absorção dos nutrientes e conseqüente diarréia osmótica. Há também febre, náuseas e vômitos. As saladas são muitas vezes regadas com águas contaminadas transmitindo a diarréia.

E.coli Enterotoxinogênica: São a causa mais comum de diarréia do turista, sendo ingeridas em grandes números em comida mal cozida ou água contaminada com detritos fecais. Resolve com imunidade durante vários meses, logo o turista normalmente só é apanhado uma vez. Infectam principalmente o intestino delgado. Sintomas adicionais são dores violentas abdominais, vômitos, náuseas e febre baixa.

E.coli Enteroinvasiva: são invasivas e destrutivas da mucosa intestinal, causando úlceras e inflamação. O resultado é diarreia aquosa inicial seguida em alguns doentes de diarreia com sangue e muco, semelhante à da disenteria bacteriana.

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E.coli Enterohemorragica: causam diarreia aquosa inicial que pode progredir em colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urémico (que ocorre em 5% das infecções por EHEC). Têm fímbrias aderentes e produzem uma toxina semelhante à shiga-toxina produzida pela Shigella. Podem provocar anemia, trombocitopenia e insuficiência renal aguda potencialmente perigosa.

Diagnóstico: O diagnóstico é feito pela cultura de amostras dos líquidos infectados e observação microscópica com análises bioquimicas. São usadas técnicas genéticas para identificar genes presentes no genoma da E.coli.

Tratamento: A E.coli pode ser resistente a um número crescente de antibióticos, mas uma estirpe raramente é-o a mais de dois ou três fármacos. Antibióticos aconselhados são a aminopenicilina, cefalosporinas, quinolonas, estreptomicina, ácido nalidixico, ampicilina, cefalotina, ciprofloxacina, gentamicina, levofloxacina, nitrofurantoina, trimetoprim e/ou cotrimazole. A escolha do antibiótico é feita por testes in vitro de susceptibilidade.

Em caso de enterite com diarreia abundante deve ser administrada água com um pouco de sal e açúcar (soro caseiro), especialmente em climas quentes e em crianças para evitar a desidratação potencialmente perigosa.

A E.coli está entre as principais causas de:

Toxinfecção alimentar é uma causa importante de Gastroenterites.

Infecção do tracto urinário (ITU) (é a mais frequente, cerca de 80% dos casos, causa desta condição em mulheres jovens, podendo complicar em pielonefrite. Resultam da ascensão do organismo do intestino pelo ânus até ao orificio urinário e invasão da uretra, bexiga e ureteres. Frequentemente causadas pelo serovar UPEC. Também conhecida como cistite da lua de mel devido à propensão para aparecer em mulheres sexualmente activas); Colecistite, Apendicite, Petitonite (se perfurarem a parede intestinas ou do tracto urinário. A mortalidade é alta), Meningite (a maioria dos casos de meningite em neonatos é causada pela E.coli, Infecções de feridas), Septicémia (causam 15% dos casos da multiplicação sanguinea frequentemente fatal contra 20% por Staphylococcus aureus. É uma complicação de estágios avançados não tratados de doença nas vias urinárias ou gastrointestinais. A mortalidade é relativamente alta.)

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As Shigella são bacilos não-móveis Gram-negativos anaérobios facultativos, pertencentes à familia Enterobacteriaceae. Há várias espécies que podem causar disenteria, como S.dysenteriae(sintomas mais graves), S.flexneri, S.boydii e S.sonnei (menos grave).

As Shigella produzem a shiga-toxina que destroem os ribossomas das células humanas, impedindo a síntese protéica e matando a célula.

Ocorre principalmente em países pouco desenvolvidos, porque a sua transmissão é eficazmente combatida pelas medidas de (higiene) básicas. Nos países desenvolvidos é responsável por cerca de 7% dos casos de intoxicões são alimentícias. Há nestes países 1 caso por cada 1.000 pessoas por ano. É mais frequente em doentes com SIDA/AIDS.

Só infectam o ser humano, bastando algumas centenas ingeridas em água ou comida contaminadas, ou por transmissão direta fecal oral, para provocarem a doença. Também pode ser transmitida em casos raros por moscas que transportam as bactérias em pequenos pedaços

de fezes nas sua patas para os alimentos.

Progressão e sintomas: O perído de incubação é de doze a cinquenta horas. A ingestão das bactérias leva à invasão da mucosa do intestino e sua extensa destruição (necrose) devido à invasão e à produção de shiga-toxina. A destruição severa das células da mucosa (os enterócitos), leva à perda da capacidade de absorção de água, e à hemorragia dos vasos locais, com perda adicional de muco acentuada após destruição das células caliciformes. O resultado é a

diarréia sanguinolenta e mucóide abundante, denominada disenteria.

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Sintomas: febre; dor abdominal; Vontade constante de evacuar, podendo evacuar mais de 8 vezes no dia; diarréia aquosa (fezes líquidas esverdeadas com pedaços de muco e, às vezes, sangue); náuseas e vômitos; dor de cabeça; convulsões nas crianças; dor muscular (mialgia); espasmos dolorosos da musculatura do reto.

Diagnóstico: Cultura de amostras fecais com identificação microscópica e bioquímica. Ingerir água frequentemente ao dia!

Tratamento: É administrado um liquido com eléctrolitos (ou água com sal e açucar) para evitar a desidratação, e antibióticos como penicilina, quinolonas e cefalosporinas.

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São bactérias Gram-negativas, em forma de bacilo, na sua maioria móveis (com flagelos peritríquios), não esporulado, não capsulado, sendo que a maioria não fermenta a lactose. As salmonelas são um gênero extremamente heterogêneo, composto por três espécies, Salmonella subterranea, Salmonella bongori e Salmonella enterica.

Dentre as de maior importância para a saúde humana destacam-se a Salmonella Typhi

Patogenese: A salmonela, após ser ingerida pelo hospedeiro, passa pelo estômago, de onde entra para o meio interno, ligando-se por meio de fímbrias específicas da espécie às células M.

Epidemiologia: Salmonella Typhi, o Homem é o único reservatório. A salmonelose febre tifóide é endémica nos países subdesenvolvidos. Embora tenham sido encontradas resistências via plasmídeos ao cloranfenicol, ampicilina, a Salmonella Typhi têm baixa dose infecciosa (ao contrário de outros serótipos de Salmonella).

Factores de risco: Idade; Imunossupressão; Leucemia; Anemia; Menor acidez gástrica.

Transmissão: Ingestão de alimentos contaminados por ex: ovos, peixes, leite, queijos, maionese caseira, etc, Ingestão de água contaminada, Disseminação fecal-oral; Contacto com pessoas doentes ou portadores assintomáticos.Por animais como ovinos, suínos, coelhos, cães, aves marinhas, roedores, mamíferos marinhos, gatos e cavalos.

Diagnóstico laboratorial: Para identificação do micro-organismo, realizam-se hemoculturas, que na primeira semana da doença, dão resultado positivo. Podem também fazer-se cropoculturas, mas só após a terceira semana da doença dão resultado positivo. Outros métodos incluem a reacção de Widal, que fazem a pesquisa de anticorpos anti-O, anti-H e anti-Vi da Salmonella

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Doenças: Patologias como gastroenterite, septicémia, febre entérica causam os sintomas da salmonelose.

Vacinação: Apenas em populações com alto risco. A vacina é baseada no antígeno do polissacarídeo VIi.

Tratamento: Como antibiótico de primeira linha, atualmente é usada a ciprofloxacina, mas para gestantes e crianças, é usada a cefotrioxona. No passado, o antibiótico de primeira linha era o cloranfenicol, mas devido aos seus efeitos adversos (anemias aplásticas e trombocitopenias irreversíveis), foi excluído da terapêutica.