INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NO BRASIL: Um campode estudos em construção

OBJETIVO DO TRABALHO

Discutir alguns aspectos teóricos e metodológicos da

pesquisa com infância, numa perspectiva sociológica,

buscando compreender como a criança pensa e concebe

o mundo e particularmente, a escola, como ela representa

o seu próprio universo.

Como transformar um sujeito social num objeto científico?

Como dar a voz ao chamado “mudo” da história?

DIFICULDADES TEÓRICO-METODOLÓGICAS

Auxiliar para o processo de formação dos professores

que atuam na educação da criança, objetivando ampliar

o seu raio de leitura sobre os mundos culturais da

infância e discutir as possibilidades e os limites da

escola como o lugar da infância, nos nossos tempos.

CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO

História social da infância;

Péssimas condições de vida e existência das crianças e de suas

famílias;

Profundo desrespeito do Estado à criança como sujeitos de

direitos;

Diversos aspectos que envolvem a educação e a proteção da

criança de zero a seis anos de idade.

PRODUÇÃO SOBRE O TEMA INFÂNCIA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: Diversidade de temas

CULTURAS INFANTIS

História Oral

Abordagem Interpretativa

Etnografia

PROBLEMAS DO MÉTODO – Resistência ao testemunho infantil

O congresso Mundial de Sociologia de 1990 inaugurou

“um olhar caleidoscópio sobre a sociologia, no sentido de

identificar a presença da infância no desenvolvimento do

pensamento sociológico e descortinar as razões da sua

gritante ausência nas correntes clássicas da sociologia.”

A emergência de um novo campo de estudos: a sociologia da infância.

A EMERGÊNCIA DE UMA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA NA EUROPA

• Régine Sirota: “A infância será essencialmente reconstruída como objeto sociológico através de seus dispositivos institucionais, como a escola, a família e a justiça.”

RELEITURA CRÍTICA DO CONCEITO DE

SOCIALIZAÇÃO

CRIANÇA COMO ATOR SOCIAL

REFERÊNCIAIS PARA UMA ANÁLISE DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA

Os sociólogos da infância redescobrem a sociologia interacionista, a dependência da fenomenologia, as abordagens construcionistas

Construção do objeto –

Criança como ATOR.

Ausência das crianças na

análise científica

“conhecimento da infância como um grupo social em si”

Régine Sirota convida o leitor para uma viagem no país

da infância organizada em torno de questões como:

A criança como ator;

A construção social da infância;

Olhares sobre a construção científica do objeto;

Rediscussão das variáveis clássicas e, ainda, sobre o

uso de um novo objeto sociológico.

Cléopâtre Montandon: sintetiza os trabalhos

sociológicos escritos em língua inglesa, na qual “a

infância está associada a uma abordagem renovada

da socialização e a uma crítica da visão clássica

desse processo.”

Os textos apontam para a construção social da

infância como um novo paradigma para o estudo da

infância.

Manuel Sarmento e Manuel Pinto: “o uso e a recolha da voz da criança é condição fundamental no conhecimento das culturas infantis (...). O pesquisador precisa partir das crianças para o estudo da realidade da infância.Sarmento propõe o sentido da reflexibilidade investigativa, que refere-se a esta possibilidade de o pesquisador captar através das falas das crianças os mundos sociais e culturais da infância, construindo, desse modo, as análises entre educação e infância.

A contribuição não pode ficar restrita ao conhecimento da situação da criança, mas as culturas infantis.Florestan Fernandes: “Trocinhas” do Bom Retiro.José de Souza Martins: O massacre dos inocentes: a criança

sem infância no Brasil.Fúlvia Rozemberg: coletânea com 13 artigos sobre temas

como:sexualidade, trabalho, escravidão, direito, saúde, consumo, educação e pesquisa.

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICOS METODOLÓGICAS DA INFÂNCIA NO BRASIL NUMA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA.

“Fica evidente que ouvir o que pensam , sentem e dizem as

crianças na perspectiva de estudar, desvendar e conhecer

as culturas infantis constituem-se não apenas em mais

uma fonte (oral) de pesquisa, mas principalmente, em uma

possibilidade de investigação acerca da infância, uma vez

que ‘as representações sociais se manifestam em palavras,

sentimentos e condutas e se institucionalizam, portanto

podem e devem ser analisadas a partir da compreensão

das estruturas e dos comportamentos sociais’. ”

Observação da criança, aluno do ensino fundamental subsumido à pedagogia da repetência.Estudos sobre representações sociais

Conhecer a condição da infância e da criança na escola exigiu e exige conhecer outras histórias para apreender, por meio da compreensão das representações sociais, os elementos constitutivos da formação da cultura escolar, cultura da escola, cultura da repetência e principalmente das culturas infantis, das quais o aluno do ensino fundamental, apropria-se, e de cuja produção também participa. Sofrendo toda sorte de consequências e sequelas marcantes na sua trajetória de vida.

IMPLICAÇÕES METODOLÓGICAS SOBRE A INFÂNCIA NA ESCOLA

As análises da situação da infância no interior da escola são muito complexas e questionam os modelos de abordagem no plano conceitual e metodológico.

A pesquisa revelou o quanto é necessário conhecer a criança brasileira, tanto no que se refere às suas representações sociais, como no que diz respeito à sua incorporação pelas ciências da educação.