indÚstria gaÚcha volta a registrar queda na atividade

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Porto Alegre, 18 de dezembro de 2015 / nº 50 / Ano XX / www.fiergs.org.br S . E . M . A . N . A Após uma pequena alta em setembro (0,3%), que havia interrompido cinco que- das consecutivas, o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) voltou a cair em outubro (-1,9%), em rela- ção ao mês anterior, com ajuste sazonal. Os resultados foram apresentados, nesta terça-feira, pela FIERGS. A perda no indicador foi determinada especialmente pela retração no faturamen- to real (-6,2%) e nas compras industriais (-1,9%). As horas trabalhadas (-1,1%) caíram pela quinta vez consecutiva e a utilização da capacidade instalada (UCI) bateu novo I NDÚSTRIA GAÚCHA VOLTA A REGISTRAR QUEDA NA ATIVIDADE recorde negativo (grau médio de 77,1%). Com esse cenário, a deterioração do mercado de trabalho continuou: o emprego (-0,9%) registrou a nona queda em sequência e a massa salarial (-1%), a 13ª. Ao analisar os números de outubro, o pre- sidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, demonstra preocupação com o grau de profundidade daquele que já é o maior ciclo recessivo da história recente do setor.“Diante da demanda e do mercado de trabalho desaquecidos, do pessimismo dos empresários e das incertezas no quadro político, é difícil antever quando a economia voltará a retomar algum cresci- mento”, afirma. ANO ANTERIOR Na comparação com os 10 primeiros me- ses do ano anterior, a retração acumulada do IDI-RS em 2015 chegou a 9,2%, só perdendo em intensidade para 2009 (-13%). Todos os indicadores vêm com quedas expressivas, sobretudo as compras industriais (-16,4%) e o faturamento real (-11,9%). Setorialmente, os maiores impactos ocorreram em Veículos Automotores (-22,80%), Móveis (-16,1%) e Máquinas e Equipamentos (-15,7%). INDICADORES INDUSTRIAIS DO RIO GRANDE DO SUL (VAR. % JANEIRO-OUTUBRO DE 2015/JANEIRO-OUTUBRO DE 2014) IDI-RS: -9,2 Faturamento: -11,9 Compras: -16,4 Emprego: -6,3 Massa salarial: -8,2 Horas trabalhadas: -9 UCI: -2,5%

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Por to Alegre, 18 de dezembro de 2015 / nº 50 / Ano X X / w w w.fiergs.org.br

S . E . M . A . N . A

Após uma pequena alta em setembro (0,3%), que havia interrompido cinco que-das consecutivas, o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) voltou a cair em outubro (-1,9%), em rela-ção ao mês anterior, com ajuste sazonal. Os resultados foram apresentados, nesta terça-feira, pela FIERGS.

A perda no indicador foi determinada especialmente pela retração no faturamen-to real (-6,2%) e nas compras industriais (-1,9%). As horas trabalhadas (-1,1%) caíram pela quinta vez consecutiva e a utilização da capacidade instalada (UCI) bateu novo

IndústrIa gaúcha volta aregIstrar queda na atIvIdade

recorde negativo (grau médio de 77,1%). Com esse cenário, a deterioração do mercado de trabalho continuou: o emprego (-0,9%) registrou a nona queda em sequência e a massa salarial (-1%), a 13ª.

Ao analisar os números de outubro, o pre-sidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, demonstra preocupação com o grau de profundidade daquele que já é o maior ciclo recessivo da história recente do setor. “Diante da demanda e do mercado de trabalho desaquecidos, do pessimismo dos empresários e das incertezas no quadro político, é difícil antever quando

a economia voltará a retomar algum cresci-mento”, afirma.

ANO ANTERIOR Na comparação com os 10 primeiros me-

ses do ano anterior, a retração acumulada do IDI-RS em 2015 chegou a 9,2%, só perdendo em intensidade para 2009 (-13%). Todos os indicadores vêm com quedas expressivas, sobretudo as compras industriais (-16,4%) e o faturamento real (-11,9%). Setorialmente, os maiores impactos ocorreram em Veículos Automotores (-22,80%), Móveis (-16,1%) e Máquinas e Equipamentos (-15,7%).

INDICADORES INDUSTRIAIS DO RIO GRANDE DO SUL(VAR. % JANEIRO-OUTUBRO DE 2015/JANEIRO-OUTUBRO DE 2014)

IDI-RS: -9,2Faturamento: -11,9Compras: -16,4Emprego: -6,3Massa salarial: -8,2Horas trabalhadas: -9UCI: -2,5%

As exportações do Rio Grande do Sul cresceram 24,8% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2014, e tota-lizaram US$ 1,31 bilhão. A principal contribuição positiva veio dos produtos básicos (commodities), que registraram avanço de 307% devido à demanda elevada por soja da China (433,4%). Por sua vez, o setor industrial gaúcho respondeu por 81,6% de tudo que o Estado embarcou e aumentou em 9,2% suas vendas externas no período, somando US$ 1,07 bilhão.

Este foi apenas o segundo crescimento nessa base de com-paração desde março. O outro havia sido em setembro, quando ocorreu a contabilização de uma plataforma de petróleo e gás como exportação. “Tivemos uma notícia animadora vinda da Argentina, que anunciou a retirada das barreiras à importação a partir do início do ano que vem. A taxa de câmbio também deverá ajudar”, afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial.

De um total de 23 segmentos fabris que realizaram embar-ques, oito cresceram, oito caíram e sete se mantiveram estáveis. As categorias com as maiores contribuições positivas foram Ce-lulose e Papel (313,3%), Madeira (300%) e Alimentos (12,5%). Já Produtos Químicos (-10,3%) e Máquinas e Equipamentos (-7,5%) sofreram as quedas mais significativas.

Em relação aos parceiros comerciais de novembro, ante igual mês do ano passado, a China alcançou o primeiro lugar (US$ 173,8 milhões), uma elevação de 181%, cujo produto mais solicitado foi a soja. A segunda posição ficou com a Argentina (US$ 125,3 milhões), que aumentou em 24,3% as encomendas e recebeu principalmente veículos automotores. Na sequência vieram os Estados Unidos (US$ 93 milhões), ao expandirem em 15,3% seus pedidos, basicamente tabaco não-manufaturado.

Ainda nessa base de comparação, as importações totais gaúchas caíram 40,5%, somando US$ 841 milhões – o menor valor desde 2006. Com exceção de Combustíveis e Lubrificantes (6,3%), todas as categorias de uso tiveram diminuições. Aproxi-madamente 75% da queda é explicada pelos Bens Intermediá-rios (-47,8%), que estão diretamente atrelados à fraca dinâmica industrial. Além disso, a desvalorização da taxa de câmbio e o pessimismo dos empresários em relação ao futuro ajudam a explicar o resultado.

Entre janeiro e novembro, as exportações do Estado retraíram 5,4%, enquanto a indústria recuou 8,2%. Coque e Derivados de Petróleo (-82,4%), Tabaco (-14,5%), Couro e Calçados (-13,4%), Produtos Químicos (-10,4%) e Produtos Alimentícios (-7,5%) lideraram as perdas.

exportações avançam 24,8% em novembro

RANKING DOS ESTADOS EXPORTADORES

São Paulo Minas Gerais Rio Grande do Sul ParanáMato Grosso Rio de Janeiro Pará Santa Catarina Bahia Goiás Total do Grupo Total Geral

Nov/14 3.8852.0521.048 1.169 766 1.604 945 613 665 435 13.182 15.646

Part. (%) 24,8%13,1%6,7%7,5%4,9%10,3%6%3,9%4,3%2,8%84,3%100%

Part. (%) 25%11,7%9,5%7,3%7,2%7,1%5,6%4,2%4,2%3,3%85%100%

Nov/15 3.455 1.617 1.308 1.008 988 985 775 579 573 450 11.738 13.806

US$ milhões -430-435260-161222-619-170-34-9215-1.444-1.839

Var. (%) -11,1%-21,2%24,8%-13,8%29%-38,6%-18%-5,5%-13,8%3,4%-11%-11,8%

IncentIvos do Fundopem chegam a maIs 20 empresas

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IndustrIal do rs termIna o ano sem conFIançaO ano termina com uma leve melhora no

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS), levantamento mensal realizado pela FIERGS. Ele subiu pelo segundo mês consecutivo, após atingir o menor piso, de 35,2 pontos em outubro, e alcançou 38 pontos em dezembro, o melhor patamar em seis meses. Mesmo assim, bem abaixo dos 50 pontos, revela que a falta de confiança continua bastante disseminada. “Os resul-tados do ICEI-RS de dezembro mostraram algum alívio no difícil ambiente enfrentado pelas empresas. Contudo, os níveis dos indicadores seguem muito baixos, em uma demonstração que o pessimismo predomina entre os empresários. Sobretudo, para a economia brasileira, que enfrenta grandes

desequilíbrios e uma profunda recessão potencializada pela crise política”, ressalta o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.

A maior contribuição para o aumento da confiança no último mês do ano foi dada pelas expectativas para os próximos seis meses, que, todavia, continuam em terreno negativo. O indicador geral passou de 39,2, em novembro para 42,1 pontos, em dezembro, puxado pela melhora nas perspectivas com o futuro das empresas. Este índice atingiu 49,3 pontos, 4,5 acima do mês anterior.

Em contrapartida, os empresários con-tinuam muito pessimistas com a economia brasileira. O item praticamente se manteve estável, em 27,8 pontos em dezembro, quase

igual a novembro (28,1).Ao mesmo tempo, o indicador que mede

as condições atuais apresentou um peque-no crescimento, de 29,2 para 30 pontos no período, mantendo, contudo, o diagnóstico de forte piora. Também as condições da economia brasileira (19,8 pontos) não se alteraram, enquanto que as das empresas subiram de 33,8 para 35,1 pontos no perí-odo. Segundo Müller, a falta de confiança na indústria gaúcha é um entrave para os investimentos e para a retomada do setor, que não vê qualquer perspectiva de melhora nos próximos meses.

O ICEI-RS varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 denotam maior otimismo.

Vinte empresas gaúchas vão gerar 640 novos empregos com incentivos con-cedidos pelo Fundo Operação Empresa (Fundopem-RS) e pelo Programa de Harmo-nização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (Integrar/RS), no valor de R$ 467,5 milhões. Os decretos foram assinados pelo governador José Ivo Sartori em uma cerimônia no Salão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini, nesta quinta-feira. Os inves-timentos serão para ampliação da produção industrial e comercial.

“A assinatura dos decretos de con-cessão de incentivos do Fundopem/RS e Integrar/RS representa não somente a oportu-

Governador disse que decretos significarão desenvolvimento para diferentes regiões

nidade de gerar emprego, renda e mais recur-sos, também promove o desenvolvimento das diferentes regiões do nosso Estado, de modo equilibrado”, afirmou o governador. “Quanto mais as regiões se desenvolverem, melhor vai andar o Estado”, completou. Reforçou ainda que o governo vem se esforçando para que as empresas permaneçam e instalem novas unidades no Rio Grande do Sul. “Buscamos destravar licenciamentos, tornar os processos mais ágeis, para que o Estado seja menos voltado para si mesmo e efetivamente atenda melhor à sociedade”.

O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, destacou na cerimônia que o Fundopem é

um instrumento importante para estimular a competitividade das empresas e que deve ir além das regiões gaúchas industrializadas. “Precisamos também pensar em industrializar os municípios pequenos. Caso contrário, a juventude migra para lugares que oferecem mais oportunidades de emprego e estudo”, observou. Também alertou para os dese-quilíbrios econômicos e sociais provocados pelo elevado valor do ICMS cobrado no Rio Grande do Sul em relação às demais regiões brasileiras. “O importante é manter as nossas indústrias e conseguir novas. Perder indústrias para outros Estados é perder não só empre-gos, mas também renda. Com menos renda há menos compras no nosso comércio, por exemplo. E, assim, toda a sociedade acaba perdendo”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Eco-nômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, afirmou que a integração das secretarias para viabilizar a recuperação econômica do Estado possibilita agregar valor aos bens produzidos e à geração de emprego e renda. “Neste ano foram fechados 54 projetos, com investimentos de R$ 942 milhões e mais de 1,6 mil empregos gerados”, destacou Branco.

Os recursos destinados às empresas con-templadas por esta etapa do Fundopem-RS e Integrar-RS vão beneficiar 16 municípios das regiões Norte, Sul, Metropolitana, Serra, Vale do Caí, Vale do Rio Pardo, Fronteira Oeste e Produção.

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O diretor do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (CIERGS) César Rangel Codorniz faleceu nesta terça-feira (15). Ele também coordenava o Grupo Temático de Governança Corporativa do Conselho da Pequena e Média Indústria (Copemi) da FIERGS.

Codorniz atuava no Sistema Indústria gaúcho desde 1999, onde foi diretor da FIERGS e vice-presidente regional do CIERGS. Esteve ainda à frente do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab). A sua atuação como liderança empresarial inclui a presidência do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS (Sinplast), no período de 1997 a 2003.

césar rangel codornIz (1961 – 2015) Fo

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ção

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) terá em 2016 a se-quência do trabalho que vem fazendo para desenvolver profissionais com perfil ade-quado às novas demandas das indústrias, preparando-os para atuar na chamada indústria 4.0. Neste sentido, os institutos de inovação e tecnologia apoiam as in-dústrias na ampliação de sua capacidade de inovação e modernização. Especifica-mente, o Instituto Senai de Inovação em Soluções Integradas em Metalmecânica vem atuando mais fortemente na indústria 4.0, com várias iniciativas.

O Senai-RS também amplia a qualidade da educação profissional por meio da in-trodução de novas e modernas tecnologias educacionais, como o uso da realidade au-mentada, simuladores 3D, modernização de laboratórios e outros.

Aumentar a mobilidade igualmente está entre as prioridades do Senai em 2016. A estratégia passa pela utilização das uni-dades móveis e pela expansão dos serviços por meio da virtualidade, como cursos a distância, nas diversas modalidades de educação profissional que oferece.

senaI: mobIlIdade e novas tecnologIas

O Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) atuará em 2016 para contribuir para a me-lhoria da produtividade industrial, ajudando a reduzir os fatores de afastamentos por motivos de saúde e acidentes do trabalho e promovendo a qualidade de vida do traba-lhador. O Sesi-RS buscará se consolidar como referência em Segurança e Saúde do Trabalho.

Mobilidade será uma das ações do Sesi para atingir mais empresas. São 77 unidades móveis nas áreas de alimentação, odontologia e audiometria, além dos centros culturais. A ampliação dos serviços de SST passa também pela mobilidade de profissionais e equipa-mentos. Este ano será implantado o Instituto de Inovação em Fatores Psicossociais.

O outro foco do Sesi em 2016 é a educação. Ampliar sua qualidade, preparando pessoas para o mundo do trabalho e desenvolvendo competências em conformidade com as novas exigências do mercado, corresponde a uma das propostas. A intenção do Sesi é aumentar a atuação no Ensino Médio regular, baseado no modelo Sesi de Educação por meio da implantação, a longo prazo, de seis escolas de referência, embasadas em novas metodologias de ensino.

sesI: educação e saúde são as metas

Em 2016, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS) mantém seu foco na inovação, além das ações nas áreas de desenvolvimento empresarial e de carreiras. Perspectivas e atitudes inovadoras perante o contexto socioeconômico atual e os cenários (não promissores) de crescimento para os próxi-mos anos apoiaram a construção do Plano de Ação 2016.

Em Desenvolvimento Empresarial, o IEL terá iniciativas no sentido de identificar ten-dências e temas inovadores, além de outras formas de competências organizacionais criando um ambiente favorável à inovação e da integração de indústrias, centros de conhecimento e parques tecnológicos.

No Desenvolvimento de Carreiras, o IEL promoverá programas de capacitação, coach, e outras iniciativas de cooperação, que buscam complementar os conhecimen-tos de jovens talentos, da mesma forma que incentivam as empresas a investirem na formação de seus futuros colaboradores. Também se incluem nas ações previstas para o próximo ano estreitar laços entre o setor empresarial e acadêmico, contribuindo para a resolução de interesses das empresas.

Iel: Inovação, talentos e lIderanças

perspectIvas 2016