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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 21, 22 E 23 DE NOVEMBRO DE 2015 7 Negócios Indústria Com investimentos de R$ 15 milhões, a Autogeradora quer ampliar a atuação no Sul e também abrir filiais no Sudeste e no Centro-Oeste. Mercado deve melhorar a partir do segundo semestre Empresa gaúcha investe na área de geradores ENERGIA ELÉTRICA O Operador Nacional do Sis- tema Elétrico (ONS) revisou a previsão de afluências e do ní- vel de reservatórios para no- vembro e agora espera um rit- mo mais forte de chuvas no Sudeste/Centro-Oeste, região responsável por 70% do arma- zenamento no País. Segundo o operador, o ní- vel de água armazenada nos reservatórios do submercado terminará o mês com o equi- valente a 27,2% da capacida- de, acima dos 26,9% registra- dos na quinta-feira (19). Na Região Nordeste, po- rém, a situação ainda é alar- mante. Confirmada a proje- ção, o nível dos reservatórios no dia 30 de novembro estará em 5%. No Sul do País, o ONS acirrada”, observa o executivo. E para vencer a queda da de- manda e o aumento da com- petição, o executivo afirma que a empresa ampliou portfólio e também as facilidades de pa- gamento. “Os clientes querem mais prazo e parcelamento.” Projeções Segundo o diretor da Autoge- radora, o mercado passa por uma forte queda. A construção civil, por exemplo, respondia por 40% do faturamento da empresa. “Agora, representa apenas 20%”, diz Krabbe. No entanto, o executivo acredita que o cenário deve melhorar a partir do segundo semestre do ano que vem. “Não tenho dúvidas de que a partir de 2017 a economia terá uma retomada importante”. Mas ainda em 2015, a Auto- geradora projeta um desempe- nho em linha com o verificado no ano passado. “Assim que a economia retomar, precisare- mos estar preparados para o aumento da demanda por ge- radores, o que certamente vai acontecer”, avalia Krabbe. Ele salienta que um dos grandes problemas do País ainda é a distribuição de ener- gia. “Os aportes na área são de- ficientes e, por esse motivo, enxergamos demanda represa- da para o nosso negócio.” DIVULGAÇÃO Serviços da empresa incluem operação e manutenção de geradores CCEE eleva preço do mercado de curto prazo em todo o País ELETRICIDADE A permanência de frentes frias e a observação de altas afluências no Sul, aliada à ma- ximização de sua geração hi- dráulica, fez com que o envio de energia para o Sudeste atin- gisse o seu limite, explica a CCEE, provocando o descola- mento entre os preços desses submercados. A diferença en- tre o PLD do Nordeste e Norte com os demais também ocor- reu devido ao recebimento de energia pelo Sudeste ter atingi- do o limite de intercâmbio. A previsão de demanda para a próxima semana foi elevada em 90 MW médios em relação à semana anterior, com au- mento mais expressivo regis- trado no Nordeste, seguido pe- lo Norte. Houve queda de 350 MW médios na carga prevista para o Sul, e estabilidade no Sudeste. /Da Redação Chuva aumenta reservatórios no Sudeste e no Centro-Oeste HIDRELÉTRICAS Juliana Estigarríbia São Paulo [email protected] A empresa gaúcha de gera- dores de energia Autogerado- ra está expandindo as opera- ções de olho no potencial deste mercado. Com investimentos da ordem de R$ 15 milhões, a companhia espera ampliar a atuação nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. “Apesar do momento difícil em que vivemos, ainda uma forte demanda reprimi- da no negócio de geradores”, afirma o diretor da Autogera- dora, Luciano Krabbe. A empresa atende indús- trias, redes hoteleiras, hospi- tais e diversos segmentos de comércio e serviços. “Forne- cemos todo o pacote de ins- talação e serviços agregados, além de manutenção de equipamentos de terceiros.” Com sede em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e na re- cém-inaugurada filial de Ti- jucas (SC), a Autogeradora pretende ampliar ainda mais a atuação no Sudeste e no Centro-Oeste. “Um dos nos- sos planos é inaugurar filiais nessas duas regiões, pois sa- bemos do potencial de cres- cimento do setor”, diz. Krabbe revela que, no ano passado, houve um aumento significativo da demanda por geradores, principalmente devido às expectativas da Co- pa do Mundo. Contudo, após o evento, a atividade econô- mica no País desacelerou sensivelmente, criando ocio- sidade no segmento. “Muitas empresas, princi- palmente de pequeno porte, acabaram em dificuldades”, pondera. Segundo ele, diver- sas delas já colocaram seus equipamentos à venda e al- gumas estão fechando as portas. “Ainda assim, a con- corrência continua muito reduziu a previsão para os re- servatórios a 95,3% da capaci- dade, abaixo dos 96,59% regis- trados na semana passada. A situação já esperada em decor- rência do fenômeno El Niño. No caso da Região Norte, a previsão para os reservatórios caiu de 22,4% para 20,3%. Na quinta-feira, os reservatórios operavam a 20,17% do total. O ONS também apresentou revisão na demanda de energia no Sistema Interligado Nacio- nal (SIN) em novembro. O nú- mero previsto anteriormente, de 65,940 mil megawatts (MW) médios, foi revisado para os 66,015 mil MW médios. Confir- mada a projeção, a carga teria queda de 0,7% em relação a novembro do ano passado. A previsão para a Região Su- deste foi mantida em queda de 1,1%. No caso da Região Sul, o indicador foi alterado de retra- ção de 6,6% para um recuo de 8,2%. Já a projeção para a Re- gião Nordeste foi elevada de 3,4% para 5,6%, acompanhada por uma expansão de 6,5% na Região Norte, acima dos 5,9% previstos na semana passada. Com uma perspectiva pouco melhor para a demanda, o ONS fez alterações ainda nos números de Custo Marginal de Operação (CMO), que baliza a definição do preço da energia no mercado de curto prazo. No Sudeste/Centro-Oeste o indicador passou de R$ 175,48 por megawatt-hora (MWh) pa- ra R$ 177,83/MWh, variação de 1,3%. No Nordeste, o número foi elevado de R$ 246,15/MWh para R$ 332,70/MWh, alta de 35,2%. No Norte, o CMO ficou em R$ 269,49/MWh, 15,8% aci- ma dos R$ 232,63/MWh da se- mana passada. A única queda ocorreu no Sul, onde o preço foi fixado em R$ 160,74/MWh, valor que representa queda de 6,8% sobre a previsão da sema- na anterior. /Estadão Conteúdo Diante da perspectiva de de- manda um pouco maior por energia elétrica, sobretudo no Norte e Nordeste, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) elevou o preço da eletricidade vendida no mercado de curto prazo em to- das as regiões do País. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o pe- ríodo entre 21 e 27 de novem- bro passou de R$ 188,81 por megawatt-hora (MWh) para R$ 199,57/MWh no submer- cado Sudeste/Centro-Oeste, um aumento de 6%. No Sul, o preço subiu 2%, sendo fixado em R$ 192,96/MWh. Já nas regiões Nordeste e Norte, o aumento foi de 18%, com o PLD em R$ 323,15/MWh.

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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS � SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 21, 22 E 23 DE NOVEMBRO DE 2015 7

Negócios I n d ú st r i a

Com investimentos de R$ 15 milhões, a Autogeradora quer ampliar a atuação no Sul e tambémabrir filiais no Sudeste e no Centro-Oeste. Mercado deve melhorar a partir do segundo semestre

Empresa gaúcha investe na área de geradoresENERGIA ELÉTRICA

� O Operador Nacional do Sis-tema Elétrico (ONS) revisou aprevisão de afluências e do ní-vel de reservatórios para no-vembro e agora espera um rit-mo mais forte de chuvas noSudeste/Centro-Oeste, regiãoresponsável por 70% do arma-zenamento no País.

Segundo o operador, o ní-vel de água armazenada nosreservatórios do submercadoterminará o mês com o equi-valente a 27,2% da capacida-de, acima dos 26,9% registra-dos na quinta-feira (19).

Na Região Nordeste, po-rém, a situação ainda é alar-mante. Confirmada a proje-ção, o nível dos reservatóriosno dia 30 de novembro estaráem 5%. No Sul do País, o ONS

a c i r ra d a”, observa o executivo.E para vencer a queda da de-

manda e o aumento da com-petição, o executivo afirma quea empresa ampliou portfólio etambém as facilidades de pa-gamento. “Os clientes queremmais prazo e parcelamento.”

ProjeçõesSegundo o diretor da Autoge-radora, o mercado passa poruma forte queda. A construçãocivil, por exemplo, respondiapor 40% do faturamento daempresa. “Agora, representaapenas 20%”, diz Krabbe.

No entanto, o executivoacredita que o cenário devemelhorar a partir do segundo

semestre do ano que vem.“Não tenho dúvidas de que apartir de 2017 a economia teráuma retomada importante”.

Mas ainda em 2015, a Auto-geradora projeta um desempe-nho em linha com o verificadono ano passado. “Assim que aeconomia retomar, precisare-mos estar preparados para oaumento da demanda por ge-radores, o que certamente vaia c o n t e c e r”, avalia Krabbe.

Ele salienta que um dosgrandes problemas do Paísainda é a distribuição de ener-gia. “Os aportes na área são de-ficientes e, por esse motivo,enxergamos demanda represa-da para o nosso negócio.”

D I V U L G AÇ ÃO

Serviços da empresa incluem operação e manutenção de geradores

CCEE eleva preço do mercadode curto prazo em todo o País

ELE TRICIDADEA permanência de frentes

frias e a observação de altasafluências no Sul, aliada à ma-ximização de sua geração hi-dráulica, fez com que o enviode energia para o Sudeste atin-gisse o seu limite, explica aCCEE, provocando o descola-mento entre os preços dessessubmercados. A diferença en-tre o PLD do Nordeste e Nortecom os demais também ocor-reu devido ao recebimento deenergia pelo Sudeste ter atingi-do o limite de intercâmbio.

A previsão de demanda paraa próxima semana foi elevadaem 90 MW médios em relaçãoà semana anterior, com au-mento mais expressivo regis-trado no Nordeste, seguido pe-lo Norte. Houve queda de 350MW médios na carga previstapara o Sul, e estabilidade noSudeste. /Da Redação

Chuva aumenta reservatóriosno Sudeste e no Centro-Oeste

H I D R E L É T R I CA S

Juliana EstigarríbiaSão [email protected]

� A empresa gaúcha de gera-dores de energia Autogerado-ra está expandindo as opera-ções de olho no potencial destemercado. Com investimentosda ordem de R$ 15 milhões, acompanhia espera ampliar aatuação nas regiões Sudeste eCe n t ro - Oe s t e .

“Apesar do momento difícilem que vivemos, ainda háuma forte demanda reprimi-da no negócio de geradores”,afirma o diretor da Autogera-dora, Luciano Krabbe.

A empresa atende indús-trias, redes hoteleiras, hospi-tais e diversos segmentos decomércio e serviços. “For ne-cemos todo o pacote de ins-talação e serviços agregados,além de manutenção deequipamentos de terceiros.”

Com sede em Porto Alegre(RS), Curitiba (PR) e na re-cém-inaugurada filial de Ti-jucas (SC), a Autogeradorapretende ampliar ainda maisa atuação no Sudeste e noCentro-Oeste. “Um dos nos-sos planos é inaugurar filiaisnessas duas regiões, pois sa-bemos do potencial de cres-cimento do setor”, diz.

Krabbe revela que, no anopassado, houve um aumentosignificativo da demanda porgeradores, principalmentedevido às expectativas da Co-pa do Mundo. Contudo, apóso evento, a atividade econô-mica no País desacelerousensivelmente, criando ocio-sidade no segmento.

“Muitas empresas, princi-palmente de pequeno porte,acabaram em dificuldades”,pondera. Segundo ele, diver-sas delas já colocaram seusequipamentos à venda e al-gumas estão fechando asportas. “Ainda assim, a con-corrência continua muito

reduziu a previsão para os re-servatórios a 95,3% da capaci-dade, abaixo dos 96,59% regis-trados na semana passada. Asituação já esperada em decor-rência do fenômeno El Niño.

No caso da Região Norte, aprevisão para os reservatórioscaiu de 22,4% para 20,3%. Naquinta-feira, os reservatóriosoperavam a 20,17% do total.

O ONS também apresentourevisão na demanda de energiano Sistema Interligado Nacio-nal (SIN) em novembro. O nú-mero previsto anteriormente,de 65,940 mil megawatts (MW)médios, foi revisado para os66,015 mil MW médios. Confir-mada a projeção, a carga teriaqueda de 0,7% em relação anovembro do ano passado.

A previsão para a Região Su-deste foi mantida em queda de1,1%. No caso da Região Sul, o

indicador foi alterado de retra-ção de 6,6% para um recuo de8,2%. Já a projeção para a Re-gião Nordeste foi elevada de3,4% para 5,6%, acompanhadapor uma expansão de 6,5% naRegião Norte, acima dos 5,9%previstos na semana passada.

Com uma perspectiva poucomelhor para a demanda, oONS fez alterações ainda nosnúmeros de Custo Marginal deOperação (CMO), que baliza adefinição do preço da energiano mercado de curto prazo.

No Sudeste/Centro-Oeste oindicador passou de R$ 175,48por megawatt-hora (MWh) pa-ra R$ 177,83/MWh, variação de1,3%. No Nordeste, o númerofoi elevado de R$ 246,15/MWhpara R$ 332,70/MWh, alta de35,2%. No Norte, o CMO ficouem R$ 269,49/MWh, 15,8% aci-ma dos R$ 232,63/MWh da se-mana passada. A única quedaocorreu no Sul, onde o preçofoi fixado em R$ 160,74/MWh,valor que representa queda de6,8% sobre a previsão da sema-na anterior. /Estadão Conteúdo

� Diante da perspectiva de de-manda um pouco maior porenergia elétrica, sobretudo noNorte e Nordeste, a Câmara deComercialização de EnergiaElétrica (CCEE) elevou o preçoda eletricidade vendida nomercado de curto prazo em to-das as regiões do País.

O Preço de Liquidação dasDiferenças (PLD) para o pe-ríodo entre 21 e 27 de novem-bro passou de R$ 188,81 pormegawatt-hora (MWh) paraR$ 199,57/MWh no submer-cado Sudeste/Centro-Oeste,um aumento de 6%. No Sul, opreço subiu 2%, sendo fixadoem R$ 192,96/MWh. Já nasregiões Nordeste e Norte, oaumento foi de 18%, com oPLD em R$ 323,15/MWh.