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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA - PPGEU PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE João Pessoa - PB Setembro – 2007

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Page 1: Indice de Perdas - Pg 38

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA - PPGEU

PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM

CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA

CIDADE DO RECIFE/PE

João Pessoa - PB

Setembro – 2007

Page 2: Indice de Perdas - Pg 38

PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM

CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA

CIDADE DO RECIFE/PE.

Área de Concentração:

Gerenciamento e Reutilização de Resíduos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Urbana -PPGEU da

Universidade Federal da Paraíba, como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do título de

MESTRE EM ENGENHARIA URBANA.

Orientador: Prof. Dr. Aluísio Bráz de Mélo

Co-Orientador: Prof. Dr. Béda Barkokébas Jr.

João Pessoa – Paraíba

Setembro de 2007

Page 3: Indice de Perdas - Pg 38

S731g Souza, Paula Christyan de Medeiros. Gestão de resíduos da construção civil em

canteiros de obras de edifícios multipiso na cidade de Recife/PE/.Paula Christyan de Medeiros Souza – João Pessoa,2007

147 p. Orientador: Aluísio Braz de Melo. Co-orientador:Béda Barkokébas Júnior. Dissertação (mestrado) – UFPB/CT 1. Engenharia Urbana. 2. Resíduos da

Construção e demolição (RDC). 3. Indicadores de Geração de Resíduos(IGR).4. Canteiro de obra - reciclagem

UFPB/BC. CDU: 711.4(043.2)

Page 4: Indice de Perdas - Pg 38

PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS

DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE .

Apresentada ao programa de Pós-Graduação em

Engenharia urbana do Centro de Tecnologia da

Universidade Federal da Paraíba, em 28 de

Setembro de 2007.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________

Prof. Dr. Aluísio Braz de Melo

Orientador

PPGEU/UFPB

__________________________________________

Prof. Dr. Béda Barkokébas Jr.

Co-Orientador

POLI/UPE

__________________________________________

Profa. Dra. Cláudia Coutinho Nóbrega

Examinador Interno

PPGEU/UFPB

__________________________________________

Profa. Dra. Nelma Mirian Chagas de Araújo

Examinador Externo

CEFET/PB

Page 5: Indice de Perdas - Pg 38

AGRADECIMENTOS

Antes de todos agradeço a Deus por tudo.

Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pelo

apoio financeiro.

Ao SEBRAE/PE e ao SINDUSCON/PE, pelo apoio financeiro e técnico concedido através do

PROJETO ENTULHO LIMPO/PE.

A Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco pelo apoio técnico.

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Aluísio Braz de Melo, pela dedicação paciência e

sabedoria dedicadas a mim durante esses dois anos.

Ao meu querido co-orientador, Prof. Béda Barkokébas Júnior, pela colaboração essencial para

este trabalho, pela inteligência dedicada, pela paciência e pelos “puxões de orelha”. Agradeço

também pela confiança e pelos conselhos e orientações desde a iniciação científica.

Ao Prof. Dr. Alexandre Duarte Gusmão, meu primeiro orientador da iniciação científica, pelo

acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas, pelas idéias para o melhoramento

deste trabalho, pela competência, inteligência na viabilização de todas as boas idéias e

confiança em mim depositada.

A amiga Fabiana Padilha Carneiro que me reintroduziu no mundo dos resíduos e mostrou que

amizade e confiança são ingredientes perfeitos para o sucesso de qualquer trabalho. Além de

ter papel importantíssimo na realização deste estudo.

Aos integrantes do Grupo de Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente – AMBITEC, Mariana

Santos de Siqueira, Elias e Thalita, que sem a ajuda deles seria muito mais difícil o

levantamento de todos os dados deste trabalho.

Aos mestrandos em Engenharia Urbana, pelas conversas, pelos trabalhos em grupo, pelos

ensinamentos, especialmente as amigas para toda vida: Aida Pontes de Aquino, Janine

Page 6: Indice de Perdas - Pg 38

Holmes Gualberto e Patrícia Gigliola.

Aos meus pais, Paulo José de Souza e Tereza Cristina R.M.Souza,pela confiança, pelo amor e

por todo esforço dedicado na minha educação e por sempre acreditarem em mim. Por terem

me ensinado que o mundo é difícil sim, mas que com honestidade, estudo e competência

podemos ir longe.

Ao meu irmão Pablo por sempre acreditar em mim e me mostrar que por pior que seja o

problema, com fé, dedicação e paciência podemos vencê-lo.

A minha avó Maria Rosa pela dedicação com que cuidou de mim em João Pessoa.

Ao meu marido Ariberto Fernandes, por me ajudar a sempre optar pelo melhor caminho e

pelo amor e paciência dedicados.

Page 7: Indice de Perdas - Pg 38

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS

DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE

Paula Christyan de Medeiros Souza

RESUMO

Em razão dos diversos impactos ambientais e econômicos causados pelos Resíduos da Construção e Demolição-RCDs no Brasil, foi criada em 2002 uma Legislação Federal específica, a Resolução Nº 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que impõe aos geradores a obrigatoriedade da segregação, reutilização e reciclagem dos seus resíduos. Posteriormente, foi aprovada em Recife/PE a Legislação Municipal (Lei Nº 17.072/2005, de 03 de janeiro de 2005) para o setor, no qual se estabelecem as diretrizes e critérios para o programa de gerenciamento de resíduos da construção civil. O objetivo deste trabalho foi oferecer ao setor da construção civil subsídios para gestão dos seus resíduos nos canteiros de obra, visando atender as novas exigências legais. Para isto foi planejada, implantada e monitorada uma proposta de Sistema de Gerenciamento de Resíduos-SGR, em 7 canteiros de obra de edifícios multipiso na cidade do Recife, baseado na metodologia de Obra Limpa. Concomitantemente realizou-se o levantamento de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR por serviço em 19 canteiros de obras: alvenaria (tijolos), acabamento (gesso em pasta, placas cerâmicas e argamassa de revestimento interno) e demolição; para que se possa contribuir nas estimativas mais precisas em relação às quantidades dos RCDs gerados nos canteiros de obras de Recife/PE. O resultado do estudo mostrou que a implantação do SGR teve sucesso de 86%, e que foi feita de forma economicamente viável e ambientalmente correta. Os indicadores mensurados na fase de acabamento das obras foram: argamassa, com um índice de geração de resíduos de 4,5% ou 0,88kg/m2; o gesso, com 5,97kg/m2 e as placas cerâmicas, com 5,9% ou 0,90kg/m2. Na fase de alvenaria obteve-se um indicador de 12,7% de perda. Para demolição o indicador de geração de resíduos obtido foi de 907 kg/m2.

Palavras-chave: Gestão. Resíduos da construção e demolição – RCD. Iindicadores de

geração de resíduos. Segregação. Reciclagem. Canteiro de obra.

Page 8: Indice de Perdas - Pg 38

MANAGEMENT OF CIVIL CONSTRUCTION WASTE AT SITES OF

RESIDENTIALS BUILDINGS IN THE CITY OF RECIFE.

ABSTRACT

Due to the various environmental and economical impacts caused by the waste generated in the civil construction and demolition activity in Brazil new specific federal regulations were set in 2002 by the National Council for the environment(CONAMA) through Deliberation Nº 307/2002 which turned mandatory the separation of all types of such waste as well as their recycling and reuse. More recently, a new bill was put forward in the form of Ordinance Nº17.072/2005 on January, 3 – 2005 establishing all the criteria and directions through a set guidelines for the management of waste at construction sites in order to meet the standards required by the new law. After conceiving and applying the Waste Management System (WMS) at seven residential building work sites within the City of Recife it was possible to obtain the following results analysed through the Obra Limpa Methodology. In parallel a survey was carried out for the indicators used to measure the generation of waste (WGI) such as: demolishing, masonry and finish (plaster, tiles and mortar use). The results showed that the use of the new system had a success rate of 86% and proved to be both economically and environmentally feasible besides being legally correct. The indicators measured in the finish phase were: mortar with a generation of 4,5% or 0,88 kg/sq.meter; plaster with 5.97 kg/sq.meter; and tiles with 5,9% or 0,90 kg/sq.meter. As for the fase of masonry the reading was a 12,7% loss, and finally for he stage of demolishing the figures were 907 kg/sq.meter.

Key-Words: management; civil construction and demolishing waste - RCD; waste generation

indicators; separation; recycling; sites of residential buildings.

Page 9: Indice de Perdas - Pg 38

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura de gestão dos resíduos, conforme a Resolução nº 307 do CONAMA................................... 21 Figura 2 - Bombonas para acondicionamento inicial dos resíduos........................................................................ 31 Figura 3 - Suportes para Bags em Metal e Madeira .............................................................................................. 32 Figura 4 - Baias móvel e fixa para resíduos .......................................................................................................... 33 Figura 5 - Caçamba estacionária ........................................................................................................................... 33 Figura 6 - Padronização dos adesivos para sinalização ......................................................................................... 34 Figura 7– Fluxograma de Metodologia do Estudo Experimental (pesquisa de campo). ...................................... 41 Figura 8- Treinamento dos operários no canteiro de obra ..................................................................................... 46 Figura 9 - Treinamento dos operários no canteiro de obra .................................................................................... 54 Figura 10 - Notas para a limpeza nos canteiros de obra ........................................................................................ 56 Figura 11- Trecho de escada da Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza .............................. 57 Figura 12 - Trecho de escada da Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza SGR.......................... 57 Figura 13 - Trecho de escada da Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza ............................ 57 Figura 14 - Trecho de escada da Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza SGR......................... 57 Figura 15 - Trecho do pavimento da Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza...................... 58 Figura 16 - Trecho do pavimento da Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza (SGR)................ 58 Figura 17 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza. 58 Figura 18 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza (SGR)

....................................................................................................................................................................... 58 Figura 19 - Organização na estocagem de materiais na Obra “A”: situação inicial antes da implantação SGR .. 59 Figura 20 - Organização na estocagem de materiais na Obra “A”: situação inicial antes da implantação SGR .. 59 Figura 21 - Pequenos problemas de limpeza nas áreas de circulação dos pavimentos anteriormente à

implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza ......................................................................... 59 Figura 22 - Pequenos problemas de limpeza no térreo anteriormente à implantação do SGR na obra B: situação

inicial da limpeza........................................................................................................................................... 59 Figura 23 - Pavimento da Obra “B”: situação inicial antes da implantação da SGR............................................ 60 Figura 24 - Pavimento da Obra “B”: situação inicial depois da implantação da SGR (localização das bombonas)

....................................................................................................................................................................... 60 Figura 25 - Piso protegido para aplicação do gesso, após implantação do SGR .................................................. 60 Figura 26 - Placa chamando a atenção sobre a limpeza, após implantação do SGR ............................................ 60 Figura 27 - Estocagem dos materiais no térreo - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da

implantação do SGR...................................................................................................................................... 61 Figura 28 - Estocagem dos materiais nos pavimentos - situação inicial de organização do canteiro de obra B,

antes da implantação do SGR........................................................................................................................ 61 Figura 29 - Trecho de escada da Obra C: situação inicial antes da implantação do SGR .................................... 61 Figura 30 - Trecho de escada da Obra C: situação final após a implantação do SGR......................................... 61 Figura 31 - Trecho do corredor com RCD obstruindo parte da circulação da Obra C: situação inicial antes da

implantação da limpeza ................................................................................................................................. 62 Figura 32 - Trecho do corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR)....................... 62 Figura 33 - Resíduos de gesso sobre o piso da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza .......... 63 Figura 34 - Resíduos de gesso sobre a lona plástica no piso da Obra C: situação final após a implantação da

limpeza (SGR) ............................................................................................................................................... 63 Figura 35 - Localização das bombonas no corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza

(SGR) ............................................................................................................................................................ 63 Figura 36 - Pavimento ainda com serviços em execução da Obra C: situação final após a implantação da limpeza

(SGR) ............................................................................................................................................................ 63 Figura 37 - Situação de organização da estocagem de materiais na obra C, anterior a implantação do SGR ...... 64 Figura 38 - Situação da Limpeza e organização do canteiro da obra C, após a implantação do SGR.................. 64 Figura 39 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, anterior a implantação do SGR ................ 64 Figura 40 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, depois a implantação do SGR .................. 64 Figura 41 – Sinalização por placa educativa de deposição adequada de lixo no canteiro de obra C.................... 65 Figura 42 - Sinalização por placa educativa incentivando a limpeza no canteiro de obra C ................................ 65 Figura 43 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, anterior a implantação do

SGR ............................................................................................................................................................... 66 Figura 44 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, posterior a implantação do

SGR ............................................................................................................................................................... 66

Page 10: Indice de Perdas - Pg 38

Figura 45 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo diretamente sobre o piso na obra D ................................. 66 Figura 46 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo sobre a lona plástica colocada no piso na obra D ............ 66 Figura 47 - Limpeza do piso após a implantação do SGR na obra D ................................................................... 67 Figura 48 - Limpeza da escada após a implantação do SGR na obra D ............................................................... 67 Figura 49 - Organização dos materiais no pavimento térreo da obra D, após SGR ............................................. 67 Figura 50 - Organização dos materiais nos pavimentos da obra D, após SGR..................................................... 67 Figura 51 - Sinalização adotada na obra D sobre limpeza e segurança após o SGR ............................................ 68 Figura 52 - Sinalização adotada na obra D sobre deposição do lixo após o SGR ................................................ 68 Figura 53 - Situação inicial da limpeza no térreo da obra E................................................................................. 69 Figura 54 - Situação final da limpeza no térreo da obra E.................................................................................... 69 Figura 55 - Situação inicial da limpeza na obra “E” antes da implantação do SGR............................................. 69 Figura 56 - Situação final da limpeza na obra “E” após a implantação do SGR .................................................. 69 Figura 57 - Dificuldade para a retirada dos resíduos de gesso na obra “E” sem o uso de lona plástica ............... 70 Figura 58 - Facilidade para a retirada dos resíduos de gesso na obra “E” com o uso de lona plástica, após a

implantação SGR........................................................................................................................................... 70 Figura 59 - Mistura entre resíduos de cerâmica e placas cerâmicas que ainda seriam aplicadas, na obra “E”..... 70 Figura 60 - Organização do estoque de placas cerâmicas nos pavimentos, após a implantação do SGR, na obra

“E”................................................................................................................................................................. 70 Figura 61 - Situação inicial da limpeza, antes da implantação SGR na obra “E”................................................. 71 Figura 62 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra “E” (sexto mês da inspeção), numa

tentativa frustrada de esconder o resíduo nas varandas. ................................................................................ 71 Figura 63 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR, na obra F. .............................................. 71 Figura 64 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra F. ............................................................ 71 Figura 65 - Situação da limpeza do pavimento, após a implantação do SGR, na obra F. .................................... 72 Figura 66 - Situação da limpeza da escada após a implantação do SGR, na obra F. ............................................ 72 Figura 64 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR na obra G................................................ 72 Figura 65 - Situação final da limpeza após da implantação do SGR na obra G ................................................... 72 Figura 66 - Situação inicial da limpeza nas escadas antes da implantação do SGR na obra G ............................ 73 Figura 67 - Situação final da limpeza no térreo após da implantação do SGR na obra G .................................... 73 Figura 68 - Sinalização por cartazes educativos nos pavimentos na obra G ........................................................ 73 Figura 69 - Situação final da limpeza nos corredores após da implantação do SGR na obra G ........................... 73 Figura 70 - Notas para a segregação inicial nos canteiros de obra ....................................................................... 74 Figura 71 - Situação inicial dos resíduos antes da implantação do SGR na obra A ............................................. 75 Figura 72 - Acondicionamento inicial dos resíduos após a implantação do SGR na obra A................................ 75 Figura 73 - Acondicionamento inicial do RCD antes da implantação do SGR na obra A ................................... 76 Figura 74 - Acondicionamento inicial dos resíduos classe A após da implantação do SGR na obra A ............... 76 Figura 75 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A ...................................... 76 Figura 76 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A ...................................... 76 Figura 77 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra B ........................................................ 77 Figura 78 - Resíduos Classe “A” segregados em sacos de cimento usados na obra B ......................................... 77 Figura 79 - Alocação das Bombonas no refeitório no canteiro da obra B ............................................................ 77 Figura 80 - Alocação da Bombona na central de corte de madeira no canteiro da obra B ................................... 77 Figura 81 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra C ........................................................ 78 Figura 82 - Fardo de papel segregado dos outros RCDs na obra C...................................................................... 78 Figura 83 - Resíduos de Gesso armazenados separadamente nos próprios sacos de sua embalagem original –

Obra C ........................................................................................................................................................... 79 Figura 84 - Marcação no piso para receber temporariamente os RCDs da classe A, como acondicionamento

inicial no próprio pavimento da obra C ......................................................................................................... 79 Figura 85 - Alocação de bombonas a cada dois pavimentos na obra D - Situação após SGR............................. 79 Figura 86 - Falhas na segregação do resíduo da Classe A, antes da implantação do SGR na obra D .................. 80 Figura 87 - Resíduo da Classe A armazenados em sacos de cimento usados, esperando o processamento e a

reutilização na obra D.................................................................................................................................... 80 Figura 88 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD a cada três pavimentos na obra E. Situação após o SGR

....................................................................................................................................................................... 81 Figura 89 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD no pavimento vazado na obra E. Situação após o SGR

....................................................................................................................................................................... 81 Figura 90 - Local demarcado para receber os resíduos de gesso na obra E.......................................................... 81 Figura 91 - Local demarcado para receber os resíduos de Classe A na obra E .................................................... 81 Figura 92 - Uso inadequado do dispositivo para segregação do RCD de plástico na obra F, após implantação do

SGR ............................................................................................................................................................... 82

Page 11: Indice de Perdas - Pg 38

Figura 93 - Uso inadequado do dispositivo com resíduos orgânicos na obra F após implantação do SGR ......... 82 Figura 94 - Usos inadequados das bombonas não respeitando a capacidade e o tipo de resíduo na obra “F”...... 82 Figura 95 - Uso da bombona indicada para resíduos de metal como depósito de água, na obra “F”. Situação após

a implantação do SGR. .................................................................................................................................. 82 Figura 96 - Outros materiais da obra apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização na obra F............ 83 Figura 97 - Ausência de bombonas em vários pavimentos na obra F. Situação após a implantação do SGR...... 83 Figura 98 - Bombonas instaladas em pavimentos alternados para o armazenamento temporário dos resíduos da

Classe A na obra G ........................................................................................................................................ 83 Figura 99 - O resíduo de gesso armazenado em sacos e então levados pela empresa aplicadora. Situação na obra

G após a implantação do SGR....................................................................................................................... 83 Figura 100 - Resíduos de papelão segregados e transportados para as baias ao final do dia. Situação na obra G

após implantação SGR .................................................................................................................................. 84 Figura 101 - Falhas pontuais na segregação inicial dos RCDs. Situação na obra G após implantação SGR ....... 84 Figura 102 - Bombonas colocadas na cozinha. Situação na obra G ..................................................................... 84 Figura 103 - Recipiente para depósito de resíduos orgânicos no refeitório. Situação da obra G, após a

implantação do SGR...................................................................................................................................... 84 Figura 104 - Notas para o acondicionamento final nos canteiros de obra ............................................................ 85 Figura 105 - Caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A.................................... 86 Figura 106 - Detalhe da caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A................... 86 Figura 107 - Baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas cores representativas para cada tipo de resíduo da

Obra A ........................................................................................................................................................... 87 Figura 108 - Caçamba com RCD depois da implantação do SGR, na obra A...................................................... 87 Figura 109 - Baias devidamente sinalizadas para cada tipo de resíduo, na obra A. ............................................. 87 Figura 110 - Baia operando além da capacidade de armazenamento de resíduos, na obra A............................... 87 Figura 109 - Caçamba estacionária alocada fora do canteiro de obra, antes da implantação do SGR, na obra B.88 Figura 110 - Utilização de bags para acondicionar resíduo de papel e plástico no canteiro de obra B, após

implantação do SGR...................................................................................................................................... 88 Figura 111 - Alocação da caçamba dentro do canteiro de obra B, após implantação do SGR............................. 89 Figura 112 - Detalhe da baia com capacidade esgotada para o volume de resíduo na obra B.............................. 89 Figura 113 - Caçamba contendo RCD sem segregação, antes da implantação do SGR, na obra C ..................... 90 Figura 114 - Caçamba com pequenas quantidades de resíduos de outra classe, depois da implantação do SGR na

obra C ............................................................................................................................................................ 90 Figura 115 - Baias cobertas destinadas aos resíduos de Classe B, conforme SGR, na obra C. ............................ 90 Figura 116 - Baia para acondicionamento do resíduo de gesso, conforme SGR, na obra C. ............................... 91 Figura 117 - Armazenamento do RCDs de Classe “A” para reciclagem na obra “D” ......................................... 91 Figura 118 - Baias destinadas ao armazenamento de materiais recicláveis da Obra “D”..................................... 91 Figura 119 - Tonéis para armazenamento de resíduo de plástico no canteiro de obra E ...................................... 92 Figura 120 - Baia para acondicionamento do resíduo de gesso da Obra E........................................................... 92 Figura 121 - Baias para acondicionamento de resíduos recicláveis na Obra E .................................................... 92 Figura 122 - Reutilização de resíduo de Classe A, para serviço de aterro no canteiro de obra E, antes da

implantação do SGR...................................................................................................................................... 92 Figura 123 - Baias utilizadas para armazenamento de materiais de construção, na obra F .................................. 93 Figura 124 - Caçamba estacionária antes da implantação do SGR, na obra F...................................................... 93 Figura 125 - Caçamba estacionária após implantação do SGR, na obra F. .......................................................... 93 Figura 126 - Baias com cores diferentes para cada tipo de resíduo, dentro do canteiro de obra G ...................... 94 Figura 127 - Caçamba colocada no exterior do canteiro de obra G, com RCD contaminado com resíduo

orgânico. ........................................................................................................................................................ 95 Figura 128 - Avaliação da destinação dos RCDs na saída do canteiro de obra. ................................................... 95 Figura 129 - Modelo do Controle de Transporte de Resíduos adotado nas obras fonte Obra Limpa ................... 96 Figura 130 - Comprovante emitido na entrada (balança) do Aterro da Muribeca – Recife/PE. ........................... 97 Figura 131 - Máquina utilizada para triturar o resíduo de gesso na obra B.......................................................... 98 Figura 132 - Reutilização de parte do resíduos de Classe A em aterro de partes da obra B................................. 98 Figura 133 - Moinho utilizado para triturar o resíduo de Classe A na obra D...................................................... 98 Figura 134 - Produto da moagem do resíduo de Classe A reutilizado na obra D ................................................. 98 Figura 135 - Armazenamento do resíduo de Classe “A” separado em granulometrias diversas. ......................... 99 Figura 136 - Bloco produzido com resíduo de gesso reciclado............................................................................ 99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perdas em entulho realizado por Skoyles (1976) ................................................................................. 36 Tabela 2 - Perdas por material............................................................................................................................... 37 Tabela 3 - Critério para estabelecimento das notas no monitoramento das obras ................................................. 46 Tabela 4 - Caracterização dos Empreendimentos (amostra de campo) ................................................................. 53 Tabela 5 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra A .......................................................................... 100 Tabela 6 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra B .......................................................................... 101 Tabela 7 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra C .......................................................................... 101 Tabela 8 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra D .......................................................................... 101 Tabela 9 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra E........................................................................... 102 Tabela 10 - IDEMP Médio das Obras Demolidas ............................................................................................... 103 Tabela 11 - Quadro de Caracterização do Processo Construtivo das obras avaliadas ......................................... 104 Tabela 12 - Índice de Perdas de Tijolos – IPT, na Obra 1 ................................................................................... 104 Tabela 13 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 2................................................................................................ 105 Tabela 14 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 3................................................................................................ 105 Tabela 15 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 4................................................................................................ 105 Tabela 16 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 5................................................................................................ 105 Tabela 17 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 6................................................................................................ 105 Tabela 18 - IPT Médio das Obras Monitoradas................................................................................................... 106 Tabela 19 – Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 9 ......................................................... 107 Tabela 20 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 10......................................................... 108 Tabela 21 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 11......................................................... 108 Tabela 22 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas.......................................................................................... 109 Tabela 23 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 17 ................................................................................ 110 Tabela 24 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 18 ................................................................................ 110 Tabela 25 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 19 ................................................................................ 111 Tabela 26 - IP1 Médio das perdas de gesso em pasta nas Obras Monitoradas.................................................... 111 Tabela 27 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 12 ............................................................................. 112 Tabela 28 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 13 ............................................................................. 112 Tabela 29 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 14 ............................................................................. 112 Tabela 30 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 15 ............................................................................. 113 Tabela 31 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 16 ............................................................................ 113 Tabela 32 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas.......................................................................................... 114

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SUMÁRIO João Pessoa - PB...................................................................................................................................................I

Resumo................................................................................................................................................................... vi Abstract .................................................................................................................................................................vii Lista de Figuras ....................................................................................................................................................viii Lista de Tabelas...................................................................................................................................................... xi Capítulo 1 - Introdução.......................................................................................................................................... 15

1.1 Justificativa.................................................................................................................................................. 16 1.2 Objetivos ..................................................................................................................................................... 17

Capítulo 2 - Fundamentação Teórica..................................................................................................................... 19 2.1 Região Metropolitana do Recife.................................................................................................................. 19 2.2 Resíduos da Construção Civil...................................................................................................................... 19 2.2 Legislação.................................................................................................................................................... 23

Municípios..................................................................................................................................................... 23 Geradores....................................................................................................................................................... 24

2.3 Gestão de Resíduos da Construção Civil..................................................................................................... 28 2.3.1 Metodologia Obra Limpa .................................................................................................................... 29

2.3.1.1 Dispositivos para acondicionamento inicial .................................................................................. 31 2.3.1.2 Dispositivos para acondicionamento final ..................................................................................... 32 2.3.1.3 Acessórios...................................................................................................................................... 34

2.4 Perdas na Construção Civil.......................................................................................................................... 35 Capítulo 3 – Metodologia ...................................................................................................................................... 39

Estudo Experimental – pesquisa de campo ....................................................................................................... 43 3.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos - SGR ........................................................................................... 43

3.1.1.1 Reunião Inaugural ............................................................................................................................. 43 3.1.1.2 Treinamento Gerencial ...................................................................................................................... 43 3.1.1.3 Visita inicial aos canteiros de obras................................................................................................... 43 3.1.3 Monitoramento ..................................................................................................................................... 45

3.2 Indicador de Geração de Resíduo - IGR...................................................................................................... 47 3.2.1 Demolição ............................................................................................................................................ 47 3.2.2 Alvenaria .............................................................................................................................................. 47 3.2.3 Acabamento.......................................................................................................................................... 48

Capítulo 4 – Resultados e Discussões ................................................................................................................... 52 4.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos ...................................................................................................... 52

4.1.1 Planejamento para implantação do SGR .............................................................................................. 52 4.1.1.1 Reunião inicial – definição da amostra de campo.......................................................................... 52 4.1.1.2 Treinamento Gerencial nos canteiros de obra................................................................................ 52 4.1.1.3 Visita inicial nos canteiros de obra – caracterização da amostra de campo................................... 52 4.1.1.4 Elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos - GR......................................................... 53

4.1.2 Implantação do SGR – projeto piloto ................................................................................................... 54 4.1.3 Monitoramento do SGR – projeto piloto .............................................................................................. 55 4.1.3.1 Limpeza no canteiro de obra.............................................................................................................. 55

4.1.3.1.1 Limpeza da Obra “A” (nota inicial=8,0 e nota final=9,8) .................................................... 56 4.1.3.1.2. Limpeza da Obra B (nota inicial=9,8 e nota final=9,9)........................................................ 59 IV.1.3.1.3. Limpeza da Obra C (nota inicial=8,1 e nota final=9,9)...................................................... 61 4.1.3.1.4 Limpeza da Obra D (nota inicial=9,4 e nota final=9,3) ........................................................ 65 4.1.3.1.5 Obra E (nota inicial=8,6 e nota final=9,7) ............................................................................ 68 4.1.3.1.6 Limpeza da Obra F (nota inicial=7,0 e nota final=9,1)......................................................... 71

4.1.3.2 Acondicionamento inicial do RCD nos canteiros de obra ............................................................ 73 4.1.3.2.2 Obra B ....................................................................................................................................... 76 4.1.3.2.4 Obra D ........................................................................................................................................ 79 4.1.3.2.5 Obra E......................................................................................................................................... 80 4.1.3..2.6 Obra F........................................................................................................................................ 81 IV.1.3.2.7. Obra G .................................................................................................................................... 83 4.1.3.3 Acondicionamento Final do RCD nos canteiros de obra .............................................................. 85 4.1.3.3.1 Obra A ....................................................................................................................................... 86 4.1.3.3.2 Obra B ....................................................................................................................................... 87 4.1.3.3.3 Obra C ........................................................................................................................................ 89 IV.1.3.3.4. Obra D .................................................................................................................................... 91

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4.1.3.3.5 Obra E........................................................................................................................................ 91 4.1.3.3.6 Obra F......................................................................................................................................... 93 4.1.3.3.7 Obra G ........................................................................................................................................ 94 4.1.3.4 Destinação Compromissada dos RCDs na saída do canteiro de obra ........................................... 95 4.1.5 Avaliação de custo/benefício para a implantação do SGR. ............................................................. 99

4.2 Indicadores de Geração de Resíduos - IGR .............................................................................................. 102 4.2.1 Demolição....................................................................................................................................... 102 4.2.2 Alvenaria ........................................................................................................................................ 104 4.2.3 Acabamento................................................................................................................................... 106 4.2.3.1 Argamassa de Revestimento Interno ........................................................................................... 106 4.2.3.2 Gesso ........................................................................................................................................... 109 4.2.3.3 Placas Cerâmicas ......................................................................................................................... 111

Capítulo 5 - Conclusões....................................................................................................................................... 115 Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................................................................................... 117

CAPÍTULO 6 - Referências ................................................................................................................................ 119 Apêndices ............................................................................................................................................................ 121

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

14

Page 16: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

15

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

A indústria, seja qual for, gera resíduos desde a retirada dos recursos naturais, passando pelo

transporte, até o pós-consumo. A industrialização e a concentração da população nos centros

urbanos, além da demanda por bens de consumo, em um curto intervalo de tempo,

provocaram a geração descontrolada de grandes quantidades de resíduos, causando problemas

em escala planetária, seja esses resíduos na forma sólida, líquida ou gasosa. Os problemas

causados pela poluição sensibilizaram inicialmente alguns setores da sociedade, resultando na

formulação de uma consciência ambiental na disseminação da idéia de uma produção mais

sustentável, isto é, de usar os recursos de forma racional para que as gerações futuras possam

utilizá-las, sendo esta a base do desenvolvimento sustentável.

Assim como na maior parte das atividades industriais, a indústria da construção civil também

é responsável por diversos impactos ambientais negativos. Por estar predominantemente

inserida dentro dos limites urbanos, seus resíduos são considerados parte dos Resíduos

Sólidos Urbanos-RSU (CARNEIRO, 2005). Segundo Pinto (1999), a indústria da construção

representa cerca de 50% em massa dos resíduos sólidos urbanos. O problema causado pelos

resíduos da construção civil é que na maioria das vezes esses são depositados em locais

proibidos ou em aterros oferecidos pelo município, sem nenhum tipo de segregação,

diminuindo a vida útil dos aterros e impossibilitando a reutilização e/ou reciclagem,

impactando negativamente o meio ambiente urbano.

Para o enfrentamento do problema do gerenciamento dos resíduos de construção no Brasil, foi

criada a Resolução Nº 307/2003 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que

impõe aos geradores o princípio do gerador pagador, obrigando a indústria da construção civil

e os municípios a melhor gestão deste tipo de resíduo.

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

16

1.1 Justificativa

A Indústria da Construção Civil ocupa uma posição de grande destaque na economia

nacional, haja vista a significante parcela do Produto Interno Bruto - PIB do país pela qual é

responsável (estudos mostram que o Construbusiness – a cadeia produtiva em que se insere a

construção – responde por valores superiores a 15% do PIB nacional - SOUZA, 2005).

Porém, apesar deste aspecto economicamente positivo há aspectos ambientalmente negativos,

exemplo disto é a geração de resíduos na fase de construção, que pode chegar até 50% em

massa do volume de RSU.

Tentando minimizar os impactos gerados por este setor entrou em vigor o ano de 2002, no

Brasil, a Resolução n° 307 do CONAMA, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos

para a gestão dos resíduos da construção e demolição, sendo assim um instrumento de grande

importância para sustentabilidade do setor e a preservação ambiental.

A cidade do Recife, no estado de Pernambuco, foi escolhida para este trabalho por vários

motivos, entre eles, reconhece-se o esforço do município no cumprimento da Resolução

n°307 do CONAMA através da elaboração e aprovação do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Construção, o qual é Lei Municipal desde o início de 2005 (Lei Nº.17.072/2005),

fruto de um trabalho conjunto entre a Prefeitura da Cidade do Recife e o Sindicato da

Indústria da Construção Civil de Pernambuco (SINDUSCON/PE). Outro fator determinante

para a escolha desta cidade foi a grande quantidade de novas edificações, principalmente as

multipiso de caráter residencial.

Para se adequar a essa nova realidade, o Sinduscon-PE juntamente com a Agencia de apoio

ao Empreendedor e Pequeno Empresário de Pernambuco - SEBRAE e a Escola Politécnica de

Pernambuco (POLI/UPE) firmaram um convênio em 2003, chamado Entulho Limpo

Pernambuco, para estudos na área de resíduos da construção e demolição, objetivando a

Page 18: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

17

adequação do setor à realidade da legislação vigente. Dentre as atividades do Projeto Entulho

Limpo Pernambuco estava a implantação de um Sistema de Gerenciamento de Resíduos em

um conjunto de obras de construtoras associadas ao SINDUSCON-PE, formando um projeto

piloto. Destacou-se também como importante o levantamento de Indicadores de Geração de

Resíduos por serviço, dentro das técnicas construtivas utilizadas pelas construtoras atuantes

na cidade de Recife/PE. Tais indicadores mostram-se imprescidíveis para estimativa da

quantidade de resíduos gerados pelo setor, contribuindo para o planejamento das empresas em

relação aos seus resíduos, pois o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil –

PGRCC tem sido item obrigatório para aprovação da construção diante a prefeitura local. Da

parte da prefeitura o interesse maior é relativo ao planejamento mais preciso das ações

preventivas e corretivas do poder público.

Diante do exposto, este trabalho vem avaliar a implantação de um modelo de gerenciamento

de resíduos da construção e demolição dentro de canteiros de obras em Recife/PE e levantar

indicadores de geração de resíduos por serviço.

1.2 Objetivos

Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é oferecer ao setor da construção civil subsídios para gestão

dos resíduos da construção e demolição nos canteiros de obra, visando atender as novas

exigências legais vigentes.

Objetivos específicos:

Page 19: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

18

� Planejar, implantar e analisar os resultados da aplicação do Sistema de Gerenciamento

de Resíduos-SGR em 7 (sete) canteiros de obra de edifícios multipiso na cidade do

Recife/PE.

� Levantar Indicadores de Geração de Resíduos - IGR por serviço: demolição, alvenaria

(tijolos) e acabamento (gesso em pasta, placas cerâmicas e argamassa de revestimento

interno) para contribuir com as estimativas de geração desses resíduos em Recife/PE.

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

19

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Região Metropolitana do Recife

2.2 Resíduos da Construção Civil

O crescimento populacional urbano aumentou bastante nas últimas décadas. Sabe-se que até

2025 a população mundial terá crescido 50% em relação a de 1996, e 2/3 desta população

estará vivendo em áreas urbanas (SOUZA et al., 2003). O Brasil, a partir da segunda metade

do século, vem sofrendo grandes transformações em função do crescimento demográfico (sua

população aumentou 2,7 vezes entre 1950 e 1970 , passando 74,3% a viver em zonas urbanas)

e da modernização de suas bases de desenvolvimento (VIANNA, 1992).

Em conseqüência deste acelerado crescimento houve uma demanda por bens de consumo e

moradias, gerando uma grande quantidade de resíduos. Para manter a salubridade no ambiente

urbano, a administração pública passou gerenciar os resíduos sólidos urbanos, com grandes

dificuldades, gastos altos e poucas áreas disponíveis.

Os Resíduos de Construção e Demolição - RCD foram vistos sempre como parte dos resíduos

sólidos urbanos, porém começaram a ser notados devido aos problemas causados pelo seu

mau gerenciamento. A deposição dos resíduos em áreas públicas, cursos de água e terrenos

abandonados acabavam por criar um problema maior, pois este tipo de resíduo acaba atraindo

outros e tornando-se um ponto de vetores causadores de doenças. Embora o entulho apresente

em sua composição vários materiais que, isoladamente, são reconhecidos pela NBR 10.004/87

-Resíduos Sólidos – Classificação (ABNT,2004), como resíduos inertes (rochas, tijolos,

vidros, alguns plásticos, etc.), não está disponível até o momento, análises sobre a

solubilidade do resíduo como um todo, de forma a garantir que não haja concentrações

Page 21: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

20

superiores às especificadas na referida norma acima, o que o enquadraria como "resíduo

classe II – não inerte". Deve-se, ainda, lembrar que a heterogeneidade do RCD e a

dependência direta de suas características com a obra que lhe deu origem pode mudá-lo de

faixa de classificação, ou seja, uma obra pode fornecer um RCD inerte e outra pode apresentar

elementos que o tornem não-inerte ou até mesmo perigoso - como por exemplo, a presença de

amianto que, no ar é altamente cancerígeno (ZORDAN, 2000).

Os resíduos da construção, em geral, representam no RSU até cerca de 50% em massa.

Segundo Carneiro (2003), em estudo realizado em Recife/PE, o RCD representa 49% dos

RSU.

Até recentemente os resíduos da Indústria da Construção Civil eram geridos pela

administração pública, diferentemente das outras indústrias, que tinham a obrigação de tratar

seus próprios resíduos. Tal prática representava um gasto alto para os cofres públicos, e por

ser considerado como indústria, as novas políticas públicas foram voltadas para o princípio do

gerador pagador.

Para resolver os problemas dos Resíduos de Construção e demolição-RCD foi criada uma

legislação específica, a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA

número 307, que dá diretrizes para gestão dos RCDs tanto para as construtoras quanto para o

poder público. Na Figura 1 pode-se observar a logística das obrigações dos atores envolvidos

na gestão dos RCDs:

Page 22: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

21

Figura 1 - Estrutura de gestão dos resíduos, conforme a Resolução nº 307 do CONAMA

Nesta resolução são considerados RCDs os resíduos provenientes de construções, reformas,

reparos e demolições de obras de construção, e os resultantes da preparação e da escavação de

terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,

colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,

vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.

Esta mesma resolução determina que os RCDs devem ser separados por classes, que são

quatro:

� Classe “A”: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de

infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações – componentes

PREFEITURAS

Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos

Pequenos Geradores Grandes Geradores

Resíduos da Construção Civil

Aterros de Resíduos

da Construção

Civil

Área de Destinação Temporária dos

RCD

Reciclagem ou Reutilização

Dos RCD

Exigências Específicas Normativas

Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos

Projetos de Gerenciamento de Resíduos

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

22

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto

(blocos, tubos etc), produzidas nos canteiros de obras.

� Classe “B”: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

� Classe “C”: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis, que permitam a sua reciclagem/recuperação, a

exemplo dos produtos oriundos de gesso.

� Classe "D": são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como

tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde

oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham

amianto ou outros produtos nocivos à saúde".

A experiência importante a relatar neste estudo é todo o trabalho desenvolvido por instituições

pernambucanas para minimizar os impactos causados pelos RCDs. No ano de 2002, com o

objetivo de inserir a cidade do Recife/PE e o setor da Construção Civil dentro dos moldes da

legislação, foi criado um grupo de trabalho no SINDUSCON/PE, formado pela Escola

Politécnica de Pernambuco-POLI da Universidade de Pernambuco-UPE e da Universidade

Federal de Pernambuco - UFPE, que resultou na criação e implantação do Programa Entulho

Limpo Pernambuco. Tal Programa abordou entre outras ações, o diagnóstico da situação dos

RCDs na cidade, soluções para os resíduos classe “A”, ações de educação ambiental em

canteiros de obras e reuniões com as prefeituras da Região Metropolitana do Recife(Jaboatão

dos Guararapes, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Camaragibe, Cabo de Santo

Agostinho, São Lourenço da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma

e Recife), universidades, setor privado envolvido e outras instituições (Agência Estadual de

Page 24: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

23

Meio Ambiente e Recursos Hídricos-CPRH, Ministério Público, entre outros.) para discussão

do Plano de Gerenciamento Integrado de RCDs. Como produto destas reuniões, realizadas

mensalmente durante um ano, surgiu o Programa de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil sob a forma da Lei Municipal nº 17.072.

2.2 Legislação

O objeto deste estudo é auxiliar o setor da construção civil de Recife/PE a adequar-se em

basicamente três legislações, são elas:

� Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 – Estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção.

� Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004 - Altera a Resolução

CONAMA no 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos

perigosos.

� Lei nº 17.072, de 04 de janeiro de 2005, que estabelece as diretrizes e critérios para o

Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

A Resolução n° 307 do CONAMA estabelece de forma clara as responsabilidades para o

gerador e para os Municípios.

Municípios

Segundo a resolução os municípios brasileiros devem implementar a gestão dos resíduos da

construção civil através do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, e devem conter:

1. Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, o qual deve

conter:

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

24

� as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ;

� o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento,

triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes;

� o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de

beneficiamento e de disposição final de resíduos;

� a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas;

� o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo

produtivo;

� a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;

� as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos;

� as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua

segregação.

2. Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

Geradores

Para os geradores, a resolução prioriza a não geração, este fato vem a fortalecer os programas

de gestão da qualidade e de perdas existentes, e incentiva a evolução tecnológica do setor, por

procedimentos mais produtivos.

Esta Resolução propõe que além de separar os resíduos por classes e definir sua destinação

por elas, cita os locais onde não pode haver deposição, facilitando a fiscalização e aplicação

de sanções. Isto busca preservar os espaços públicos e o meio ambiente. Este projeto deverá

Page 26: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

25

ser apresentado junto com os projetos iniciais do empreendimento e deve ser analisado junto

ao órgão ambiental competente.

Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as

seguintes etapas:

I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;

II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada

nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos

estabelecidas no art. 3º desta Resolução;

III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração

até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições

de reutilização e de reciclagem;

IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo

com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;

V - destinação: deverá ser prevista de acordo com as classes:

I - Classe “A”: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou

encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a

permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

II - Classe “B”: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de

armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou

reciclagem futura;

III - Classe “C”: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com

as normas técnicas especificas.

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

26

IV - Classe “D”: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em

conformidade com as normas técnicas especificas.

A Resolução nº 348, de 16 de agosto de 2004 - Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de

julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.

Sancionada em janeiro de 2005 a Lei nº 17.072, estabelece as diretrizes e critérios para o

Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil na cidade do Recife/PE.

Esta lei tem um aspecto bastante positivo no momento que é definido numericamente no

ART.1º a diferença entre o pequeno e o grande gerador, pois define para o poder público a

fração que deve ser gerenciada por ele.

III - pequeno gerador: o gerador responsável pela atividade de construção, demolição,

reforma, escavação e correlatas que gerem volumes de resíduos de até 1,0 m3/dia;

IV - grande gerador: o gerador responsável pela atividade de construção, demolição, reforma,

escavação e correlatas que gerem volumes de resíduos superiores a 1,0 m3/dia, em cada uma

das fases do empreendimento.

Do Art 3º ao 5º a lei diz como deve acontecer o transporte, onde os resíduos não devem ser

depositados, a co-responsabilidade do construtor em relação a deposição irregular do seu

resíduo e as sanções que serão tomadas, caso não seja cumprida a Lei.

Art. 2º - Fica proibida a disposição de resíduos da construção civil, em qualquer volume, e

resíduos provenientes de podação e jardinagem, em volume superior a 100 litros/dia, para a

coleta domiciliar regular.

A legislação, em seu Art 6º e Art 7º, afirma sobre a obrigatoriedade da segregação e da

elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para toda atividade

geradora de resíduos em quantidade superior a 1,0 m3/dia.

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

27

Art 6º - O grande gerador deverá proceder a separação e identificação dos resíduos no local de

origem, obedecendo à classificação preconizada pela legislação vigente sobre a matéria e

originária dos órgãos federais, estaduais e municipais.

Art. 7º - Toda atividade geradora de resíduos em quantidade superior a 1,0 m3/dia em

funcionamento, bem como aqueles que pretendam se instalar no território do Município do

Recife, devem obter licença de operação e para tanto submeter à provação do órgão gestor da

limpeza urbana deste Município o respectivo Projeto de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil, para cada uma das unidades Instaladas, tendo como objetivo estabelecer os

procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos

resíduos gerados na atividade.

Esta legislação define as penalidades pelo seu não cumprimento

Art 12 - São penalidades por descumprimento do estabelecido nesta Lei:

I - notificação de advertência por escrito, remetida por Aviso de Recebimento- AR, nas

hipóteses de postura inadequada, ou de dúvida em relação à aplicação de multa;

II - multa de R$ 100,00 a R$ 1.000,00, pelo não cumprimento da classificação e separação

dos resíduos;

III - multa de R$ 300,00 a R$ 5.000,00, pela não apresentação do Projeto de Gerenciamento

dos Resíduos da Construção Civil;

IV - multa de R$ 100,00 a R$ 5.000,00, por disposição de resíduos em logradouros públicos

municipais, por disposição de resíduos em áreas de interesse ambiental (margens de rios,

lagoas, manguezais e outros) e por disposição de resíduos em terrenos particulares sem prévia

autorização da Empresa de Limpeza Urbana da Cidade do Recife - EMLURB;

V - suspensão da licença de operação por 90 dias, por reincidência na não apresentação do

Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil;

Page 29: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

28

VI - a cassação definitiva da licença de operação, por nova ocorrência, quando já aplicada a

suspensão, da não apresentação do Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção

Civil.

Um importante instrumento desta lei é a vinculação do relatório final de resíduos da obra a

solicitação e liberação de alvará.

Art 13 - Os grandes geradores deverão, ao final da obra, apresentar Relatório comprovando o

cumprimento do estipulado no Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,

sendo expedida certidão, pelo órgão responsável pela limpeza urbana, que comporá o acervo

de documentos para solicitação de Alvará e certidão junto a Secretaria de Planejamento e

Secretaria de Finanças do Município.

2.3 Gestão de Resíduos da Construção Civil

Em estudo realizado no material desenvolvido pelo Projeto WAMBUCO (Waste Manual for

Building Constructions) em países europeus, observou-se que o maior diferencial da proposta

metodológica está no planejamento e envolvimento dos profissionais anteriormente a

construção, ainda na fase de projeto.

O programa europeu sugere que as principais medidas devem ser tomadas antes do início da

obra, ainda durante a fase de projeto, para que os profissionais envolvidos entendam a

importância da minimização da geração de resíduos. Os passos, segundo o WAMBUCO, para

gestão otimizada de resíduos são:

1 – Estudos iniciais e planejamento da gestão de resíduos em obra (legislação vigente,

prevenção da geração de resíduos, plano de recolhimento e destinação);

2 – Contrato para o recolhimento dos resíduos (definição de quantidades, cláusulas contratuais

para separação e tratamento, análise financeira da gestão dos resíduos);

Page 30: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

29

3 - Gestão de resíduos durante o período de construção (definição dos responsáveis pela

coleta, treinamento das empresas subcontratadas, controle da separação, organização dos

contentores e do transporte interno, externo e tratamento dos resíduos);

4- Documentação de tratamento de resíduos (comprovantes de tratamento adequado).

Em pesquisa realizada verificou-se que no Brasil os sistemas de gerenciamento de resíduos

implantados são feitos através de ações independentes de algumas construtoras, ou através da

implantação de um sistema bastante disseminado em algumas capitais brasileiras pelo

SINDUSCON/PE e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco -

SENAI/PE, que é o sistema Obra Limpa de Gerenciamento de Resíduos em Canteiros de

Obras.

2.3.1 Metodologia Obra Limpa

A metodologia OBRA LIMPA parte de uma análise da situação do canteiro e define

intervenções para as etapas de segregação e destinação dos resíduos. São consideradas

questões como:

� Sinalização e ordenação de fluxos;

� Treinamento da equipe de execução e equipes terceirizadas;

� Implantação de dispositivos de transporte e captação diferenciada de resíduos;

� Adequação dos novos fluxos ao arranjo físico do canteiro;

� Orientação para aplicação de resíduos reciclados;

� Destinação compromissada para cada tipo de resíduo não reutilizado;

� Reutilização e/ou reciclagem de resíduos;

� Aproveitamento de aparas (de blocos, metais, madeira e outros).

A implantação da metodologia pode ser dividida nas seguintes etapas:

Page 31: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

30

� Palestra de orientação voltada à direção e ao corpo técnico da construtora, informando

sobre a necessidade de colocar a gestão de resíduos entre as metas da construtora;

� Diagnóstico sobre a sistemática de tratamento e destinação dos resíduos em cada um

dos canteiros de obra da empresa;

� Proposta para implantação e detalhamento das alterações necessárias para transporte e

coleta do que será descartado;

� Adoção de recipientes específicos para a segregação dos diferentes materiais: madeira,

plásticos, metal, papel, etc;

� Treinamento rápido dos funcionários;

� Acompanhamento contínuo por dois meses para a solução de problemas pontuais que

possam surgir;

� Transformação do canteiro de obras em um local limpo e seguro;

� Avaliação mensal dos resultados, com base em relatórios que pontuam o desempenho

da equipe em relação à limpeza do canteiro, segregação e destinação dos materiais

descartados;

� Comprovação documental da destinação compromissada dos resíduos da obra, obtida

em cada um dos locais de destinação dos resíduos.

Entre as vantagens que podem ser observadas para as construtoras, após a implantação da

metodologia, pode-se destacar:

� Redução do volume de resíduos a descartar;

� Redução do consumo de materiais, como areia e pedra;

� Mudança de cultura na empresa;

Page 32: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

31

� Diferencial de imagem no mercado;

� Redução de acidentes de trabalho;

� Otimização do fluxo de resíduos e melhoria da produtividade;

� Ajuste aos padrões de desenvolvimento sustentável;

� Não ser responsabilizada por passivo ambiental;

� Atender aos requisitos ambientais dos programas de certificação, como o PBQP-H,

QualiHab e ISO 14.000.

2.3.1.1 Dispositivos para acondicionamento inicial

Os resíduos devem ser inicialmente acondicionados no próprio local onde são gerados.

Plásticos, madeiras, papéis e metais de pequenas dimensões devem ser acondicionados em

bombonas plásticas de 50 litros ou outro recipiente aberto e resistente. Internamente os

recipientes podem conter um saco de ráfia adequado ao tamanho da bombona, facilitando a

disposição dos resíduos e a coleta para destinação final (Figura 2). Os recipientes para

resíduos orgânicos devem possuir tampa e ser usados com sacos de lixo apropriados.

Figura 2 - Bombonas para acondicionamento inicial dos resíduos

Page 33: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

32

2.3.1.2 Dispositivos para acondicionamento final

O acondicionamento final dos resíduos deve facilitar sua retirada e destinação final. Este

acondicionamento deve garantir que os resíduos continuem segregados. Outros materiais

devem ser acondicionados em baias fixas ou móveis ou caçambas estacionárias.

Big bags

Os big bags devem ser utilizados no acondicionamento de papéis, plásticos e outros materiais

leves como fardamentos, luvas, botas, etc. O tamanho recomendado para os bags é de 90 cm x

90 cm x 120 cm. O local dos bags deve ser coberto e protegido de chuva. Devem ser

construídos suportes para o posicionamento dos bags, que podem ser metálicos ou em

madeira. A finalidade do suporte é manter o bag aberto, portanto, o bag deve estar apoiado no

chão, e não suspenso. É recomendado o uso de dobradiças na parte frontal do suporte para

facilitar a retirada do bag (Figura 3).

Figura 3 - Suportes para Bags em Metal e Madeira

Page 34: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

33

Baias

O número de baias, assim como tipo e suas dimensões, devem ser determinados de acordo

com a necessidade de utilização de cada obra (Figura 4).

Figura 4 - Baias móvel e fixa para resíduos

Caçambas estacionárias

Estas caçambas comumente têm capacidade de 4,5 a 5,5 m3. Seu uso deve ser determinado de

acordo com a necessidade de cada obra, normalmente para acondicionamento de resíduos de

madeira e/ou classe “A”. A Figura 5 mostra o tipo de caçamba utilizada em Recife/PE.

Figura 5 - Caçamba estacionária

Page 35: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

34

2.3.1.3 Acessórios

Para garantir que os resíduos continuem segregados e facilitar seu transporte do local de

acondicionamento inicial até o acondicionamento final, é fundamental o uso de alguns

acessórios.

Etiquetas auto-adesivas

Todos os dispositivos para coleta devem estar sinalizados com etiqueta auto-adesiva

indicando o material e com cor padronizada (Figura 6). Estas etiquetas devem ter tamanho

A4. As bombonas usam os adesivos diretamente colados. Outros dispositivos necessitam de

plaquetas onde o adesivo é colado.

Figura 6 - Padronização dos adesivos para sinalização

Placas para sinalização

Para sinalizar baias e suportes para bags, devem ser usadas plaquetas de madeira ou outro

material com 29,7 cm de altura e 21 cm de largura (tamanho A4), onde serão colados os

Page 36: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

35

adesivos com indicação do material a ser acondicionado.

Sacos de ráfia

É recomendado o uso de sacos de ráfia de 90 cm de altura x 60cm de largura para a bombona

de 50 litros. O saco deve ser colocado de modo que vista internamente a bombona, ficando

com uma pequena aba dobrada para fora e assim assegure que o material ficará dentro do

dispositivo.

2.4 Perdas na Construção Civil

A questão de gerenciamento de resíduos está intimamente associada ao problema do

desperdício de materiais e mão-de-obra na execução dos empreendimentos (CARNEIRO

,2006). Em relação a este problema, nos últimos anos, o setor da construção civil vem

passando por uma reestruturação necessária para manter-se competitiva no mercado. Os

recursos financeiros tornaram-se cada vez mais escassos, obrigando as construtoras a utilizar

processos e técnicas construtivas mais modernas evitando desperdícios. Como exemplo destes

avanços pode-se citar os sistemas de qualidade implantados nas empresas, que organizam e

padronizam vários serviços, diminuindo as perdas.

O consumidor final dos produtos do setor passou a ser mais exigente em relação ao preço,

qualidade e postura ambientalmente correta das empresas.

A principal causa de origem dos RCDs da construção civil é o elevado índice de perdas

ocorridas nos canteiros de obras. O desperdício gerado nos canteiros pode ser de dois tipos: o

que está inerente à massa de edificação e o RCD (GRIGOLI, 2000).

Page 37: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

36

Segundo um amplo estudo realizado por SOUZA (2005) as parcelas de participação do total

de perdas podem ser divididas em aproximadamente 30% em forma de RCD e 70% as perdas

incorporadas.

Em um estudo europeu realizado em 114 canteiros por Skoyles (1976), podem ser verificadas

perdas essencialmente em RCD de diversos materiais (Tabela 1):

Tabela 1 - Perdas em entulho realizado por Skoyles (1976)

Índice de perda Material N° de

canteiros

Faixa de variação de

resultados (%)

Real Usual

Concreto em infra-estrutura 12 3 a 18 8 2.5

Concreto em superestrutura 3 - 2 2.5

Aço 1 - 5 2.5

Tijolos Comuns 68 1 a 20 8 4.0

Tijolos à Vista 62 1 a 22 12 5.0

Tijolos estruturais vazados 2 - 5 2.5

Tijolos estruturais maciços 3 9 a 11 10 2.5

Blocos leves 22 - 9 5.0

Blocos de concreto 1 1 a 22 7 5.0

Telhas(inclusive cumeeira) 1 - 10 2.5

Madeira – tábuas 3 - 15 5.0

Madeira - Compensados 2 12 a 22 15 5.0

Rev.Argamassados - paredes 4 - 5 5.0

Rev.Argamassados - tetos 4 2 a 7 3 5.0

Rev. Cerâmicos - paredes 1 1 a 4 3 2.5

Rev. Cerâmicos – pisos 1 - 3 2.5

Tubos de cobre 9 - 7 2.5

Tubos de PVC 1 - 3 2.5

Conexões de cobre 7 - 3 -

Vidro – Chapas 3 - 9 5.0

Janelas pré-envidraçadas 2 - 16 -

FONTE:Souza (2005)

As pesquisas realizadas no Brasil consideram perda incorporada juntamente com a perda em

RCD, porém para efeito comparativo estes números podem ser utilizados neste estudo

retirando o percentual de 70% correspondente a perda incorporada (Tabela 2).

Page 38: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

37

Tabela 2 - Perdas por material

% PERCENTUAL MÉDIO DE PERDAS Materiais

Pinto (1989) Soibelman (1993) SOUZA et al.(1998)

Concreto usinado 1,50 12,9 9

Aço 26,0 19,00 10

Componentes de vedação 13,00 - -

Cimento 33,00 82,6 95

Cal Hidratada 102,00 - 97

Areia lavada 39,00 44,4 76,00

Argamassa colante 86,5 - -

Placas cerâmicas – Parede

9,5 - -

Placas cerâmicas - Piso 7,5 - -

Argamassa - 93,6 -

Tijolo Furado - 50 17

Tijolo Maciço - 54,00 -

Emboço Interno - - 104

Emboço Externo - - 67,00

Placas Cerâmicas - - 16

Gesso - - 45

Pode-se observar que há uma variação considerável de um estudo para outro. Tal fato pode

ser explicado pela despadronização do setor no processo construtivo, além da execução de

alguns serviços serem feitos de forma artesanal, e da elevada rotatividade de mão-de-obra do

setor. As obras do quadro acima possuía tecnologias tradicionais de construção(estrutura de

concreto armado,paredes com tijolos cerâmicos e revestimentos de argamassa.

Reduzir os índices de perdas de materiais é extremamente desejável, levando-se em

consideração os aspectos econômicos e ambientais. Sob o ponto de vista econômico, tal

redução pode ser determinante para a sobrevivência das empresas diante de um mercado cada

vez mais competitivo. Sob o ponto de vista ambiental, a redução das perdas de materiais traz

Page 39: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

38

como benefício a redução do consumo de recursos naturais, além da redução do RCD, cujas

áreas para sua deposição estão se exaurindo, principalmente nos grandes centros urbanos

(PALIARI et al. 2002).

Page 40: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

39

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA A metodologia utilizada para abordar o tema deste trabalho foi dividida em duas etapas: um

estudo referencial que contempla a fundamentação teórica (Capítulo II) com uma síntese das

pesquisas realizadas em publicações sobre o tema da gestão de resíduos da construção civil

em canteiros de obras; e um estudo experimental (pesquisa de campo), o qual foi

desenvolvido com base numa combinação entre uma efetiva proposta de ação numa amostra

de canteiros de obras na cidade de Recife/PE e a análise dos resultados obtidos ao longo de

um período de tempo determinado para o monitoramento e levantamento de dados.

Por sua vez, a etapa do estudo experimental consistiu basicamente em duas atividades

distintas. A primeira atividade correspondeu na experimentação de um Sistema de

Gerenciamento de Resíduos (SGR) numa amostra constituída de sete canteiros de obra de

edifícios residenciais multipisos (estrutura de concreto armado) da cidade do Recife/PE. Essa

amostra faz parte de um universo maior que a princípio contava com 30 canteiros de obras

que foram selecionados pelo Programa Piloto do Projeto Entulho Limpo Pernambuco, que é

uma parceria entre várias entidades e instituições do Estado de Pernambuco

(SINDUSCON/PE, SEBRAE/PE UFPE, POLI/UPE e Associação das Empresas do Mercado

Imobiliário de Pernambuco - ADEMI/PE). Tal programa encontra-se em andamento e

consiste numa das ações conseqüentes com vista à gestão compromissada do RCD no

município em questão, sendo programada a implantação em duas etapas piloto, contando cada

uma delas com 15 canteiros de obras. A amostra utilizada neste trabalho, composta por sete

canteiros de obras, foi resultado das primeiras adesões, no caso, das respectivas empresas que

se dispuseram a participar do processo.

Para que o Sistema de Gerenciamento de Resíduos – SGR fosse implantado da mesma forma

em todos os canteiros, adotaram-se três etapas. Inicialmente foi feito o planejamento, seguido

das etapas de implantação e de monitoramento das atividades, este último durante sete meses

da pesquisa de campo, nos sete canteiros de obras que aderiram à proposta de execução do

SGR.

A segunda atividade foi a realização de um levantamento de dados para a determinação de

Indicador de Geração de Resíduo (IGR), tendo como amostra um total de 19 canteiros de

obras, também de edifícios residenciais multipavimentos, em Recife/PE. Esse levantamento

ocorreu para algumas etapas da construção (demolição, alvenaria e acabamento) e para alguns

materiais utilizados nos serviços executados (tijolos cerâmicos, argamassa de revestimento,

gesso e placas cerâmicas). O item demolição foi escolhido por se tratar de uma fase única, em

Page 41: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

40

curto período de tempo e com grande geração de RCD (refere-se às práticas de demolições

das construções onde são construídos os edifícios multipavimentos). O objetivo desse

levantamento foi estimar a quantidade de RCD gerado, representativo, nos canteiros de obra

selecionados na cidade em questão, contribuindo para formar uma base de dados de referência

para o setor da construção civil local.

Para determinar o Indicador de Geração de Resíduo – IGR foi utilizada uma metodologia

diferente para cada uma das fases das obras selecionadas: demolição (construção antiga),

alvenaria e acabamento (edifícios multipavimentos). Na fase de alvenaria de vedação o

material escolhido para o levantamento de dados foi apenas o tijolo cerâmico (8 furos),

considerando-se que esse material é o mais utilizado pelas construtoras locais e ainda que a

geração de outros resíduos durante a execução das alvenarias é insignificante em relação ao

material tijolo cerâmico. Na fase de acabamento foram selecionados os materiais com maior

representatividade tanto em relação ao tempo de duração do serviço quanto em relação à

quantidade a ser executada nestas obras. Portanto, em relação ao acabamento foram

escolhidos os seguintes materiais para o levantamento do IGR: a argamassa para revestimento

interno; o gesso em pasta e a placa de cerâmica para piso.

Na Figura 7 pode–se observar o fluxograma proposto para a realização dessas duas atividades.

Page 42: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

41

Figura 7– Fluxograma de Metodologia do Estudo Experimental (pesquisa de campo).

GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS EM RECIFE/PE

Demolição

IGR – Indicador de Geração de Resíduo

Alvenaria (tijolos cerâmicos)

Acabamento (Gesso, argamassa de

revestimento e cerâmica)

1. Levantamento da área total a ser demolida

2. Levantamento dos resíduos retirados

3. Definição do indicador de geração

1. Caracterização da obra e da tecnologia construtiva

2. Prévia marcação da amostra de tijolos

3. Contagem dos tijolos assentados na execução da alvenaria

1. Levantamento da área a ser revestida.

2. Pesagem dos resíduos gerados

Planejamento Monitoramento

SGR – Sistema de Gerenciamento de Resíduos

1. Apresentação do Projeto GR

2. Alocação dos dispositivos

3. Treinamento dos trabalhadores

1. Reunião Inaugural (escolha das empresas construtoras)

2. Treinamento Gerencial

3. Visita inicial aos canteiros de obras

4. Elaboração do Projeto GR

Avaliação dos itens: 1. Limpeza 2. Acondicionamento

inicial 3. Acondicionamento

final 4. Destinação

compromissada dos resíduos

Implantação

Page 43: Indice de Perdas - Pg 38
Page 44: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

43

Estudo Experimental – pesquisa de campo

3.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos - SGR

3.1.1 Planejamento

3.1.1.1 Reunião Inaugural

Inicialmente foi realizada por intermédio do Sindicato da Indústria da Construção Civil de

Pernambuco (SINDUSCON/PE), uma reunião inaugural com as 30 construtoras inscritas para

apresentação do Projeto Entulho Limpo Pernambuco e da etapa de implantação do SGR,

quando foram explicados os objetivos do Programa Piloto e a sua forma de implantação. A

partir desta reunião foi definido, para um primeiro momento das ações do programa piloto, o

compromisso de 15 empresas (construtoras) que implantariam o SGR, em pelo menos um de

seus canteiros de obras.

3.1.1.2 Treinamento Gerencial

Este treinamento teve o objetivo de informar e conscientizar os engenheiros residentes nos

canteiros de obras selecionados sobre a importância da adoção de práticas adequadas a um

eficaz gerenciamento dos RCDs, a fim de conseguir a adesão dos engenheiros residentes nas

obras ao modelo de gestão de resíduos a ser implantado. Tal evento também foi importante

para apresentar a realidade atual sobre a geração de tais resíduos na cidade do Recife/PE, bem

como a legislação vigente para o enfrentamento desse problema. O treinamento foi ministrado

nas instalações da Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco e foi

patrocinado pelo SEBRAE/PE e SINDUSCON/PE com uma carga horária total de 6 horas.

3.1.1.3 Visita inicial aos canteiros de obras

Nesta fase foi realizada uma visita inicial de reconhecimento aos canteiros de obras onde

foram levantados os dados necessários para adequação da metodologia à realidade de cada

canteiro. Foram levantados dados como número de pavimentos, tamanho dos apartamentos,

valor de venda dos imóveis, área de entorno da obra, pontos críticos de geração de resíduos.

Page 45: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

44

Com esse material foi possível preparar desenhos esquemáticos (croquis) dos 7 canteiros de

obras e caracterizar cada empreendimento.

3.1.1.4 Elaboração do Projeto GR

Após a análise dos dados colhidos na etapa anterior, elaborou-se o Projeto de Gerenciamento

de Resíduos adaptado à realidade de cada canteiro. Neste Projeto, foram definidos os itens a

serem avaliados, a programação das visitas, as práticas que deveriam ser mudadas durante a

execução dos serviços, as indicações corretas sobre a segregação dos resíduos nos

pavimentos, com uso de dispositivos, e os itens do checklist, que foram aplicados durante o

monitoramento. O projeto especifica ainda os tipos de resíduos, seus fluxos, o

dimensionamento e a quantificação dos dispositivos de coleta e a alocação adequada dos

mesmos na obra. No Anexo I encontra-se o modelo do projeto cedido às construtoras

participantes.

3.1.2 Implantação

3.1.2.1 Apresentação do Projeto GR

Esse documento foi apresentado e entregue às empresas construtoras em reunião específica,

quando foram mais uma vez explicadas todas as etapas do processo a ser implantado. As

dúvidas foram esclarecidas sendo estabelecido um cronograma comum para o início das ações

e para o período de monitoramento. Neste caso, ficou acordado que as ações se iniciariam a

partir da compra e instalação dos dispositivos determinados no Projeto GR para cada canteiro

de obra.

3.1.2.2 Alocação dos dispositivos

A alocação dos dispositivos foi apresentada no Projeto GR, sendo estabelecidas algumas

recomendações em relação à quantidade, tipo e localização dos mesmos nas obras. Para isso

foi combinado um prazo para as empresas providenciarem a compra dos dispositivos de coleta

e os instalarem de modo adequado em seus canteiros.

Page 46: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

45

3.1.2.3 Treinamento dos trabalhadores

Depois das empresas providenciarem a instalação dos dispositivos de coleta, foi realizada uma

visita para conferência dos mesmos, quando então foi ministrado um treinamento com os

funcionários de cada canteiro de obra, com duração de 1 hora. Os assuntos abordados nestes

treinamentos foram: o problema ambiental causado pela ausência ou falha no gerenciamento

dos resíduos de construção civil, a legislação nacional e municipal vigente e finalmente, de

modo explicativo, foi apresentado o sistema de gerenciamento de resíduos a ser implantado,

procurando demonstrar a importância da participação de todos para o sucesso no resultado

final.

3.1.3 Monitoramento

Após a etapa da implantação foram realizadas visitas mensais, durante sete meses, em

algumas empresas o número de visitas foi menor em virtude da finalização das obras, para a

verificação do cumprimento das recomendações estabelecidas no sistema de gerenciamento

de resíduos, implantado nos canteiros de obras. Em cada visita foram avaliados: a limpeza nos

pavimentos, a segregação dos resíduos no acondicionamento inicial (utilização das bombonas

nos pavimentos do próprio edifício), a segregação dos resíduos no acondicionamento final

(utilização das baias e/ou bags, no térreo, dentro dos canteiros), e a destinação compromissada

dos resíduos (controle para o destino dos resíduos fora dos canteiros).

A avaliação foi feita através do estabelecimento de notas, com auxílio de um checklist

padrãodo Obra Limpa (Figura 8), sendo que essas notas foram atribuídas por itens avaliados

(limpeza, acondicionamento e destinação dos resíduos) e por pavimentos inspecionados.

Page 47: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

46

Figura 8- Treinamento dos operários no canteiro de obra

Os critérios utilizados para uniformização dessas notas estão na Tabela 3. As notas de 1 a 2

foram atribuídas quando não havia cumprimento de nenhum dos itens do programa

(checklist), de 3 a 4 quando havia o cumprimento com falhas significativas como, por

exemplo, a falta de sinalização nos dispositivos. As notas de 5 a 6 quando a empresa cumpria

o sistema com poucas falhas como, por exemplo, falta de sacos de ráfia para transporte dos

resíduos. De 7 a 8 quando o sistema era implantado adequadamente porém com falhas

pontuais. De 9 a 10 quando o sistema era implantado sem falhas, isto é, cumprindo todas as

diretrizes do sistema de gestão.

Tabela 3 - Critério para estabelecimento das notas no monitoramento das obras

Notas Critérios

1-2 Péssimo. Sistemática não implementada. Muito resíduo acumulado

por muito tempo no pavimento.

3-4 Ruim.Sistemática parcialmente implementada.Resíduo acumulado

e não segregado de forma generalizada no pavimento

5-6 Regular. Sistemática ineficaz.Presença de problemas pontuais em

diferentes locais ou em volume significativo.

7-8 Bom. Sistemática adequadamente implementada, porém com falhas

pontuais e em pequenos volumes.

10 Excelente. Sistemática não implementada.Muito resíduo acumulado

por muito tempo no pavimento.

Page 48: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

47

3.2 Indicador de Geração de Resíduo - IGR

3.2.1 Demolição

O procedimento adotado foi:

• Levantamento da planta baixa das três casas (construções existentes no local onde os

edifícios multipavimentos foram construídos) com o objetivo de se ter à área total a

ser demolida em cada canteiro de obra da amostra;

• Levantamento e medição de todo resíduo retirado da demolição através da cubagem

dos caminhões do número de viagens;

• Definição do indicador volume de RCD gerado por área demolida.

A geração dos resíduos da demolição foi calculada aplicando-se a seguinte fórmula:

Ac

VIDEMV = (1)

Onde:

IDEMV – índice de geração de resíduos de demolição em volume (m3/m2)

V – volume total dos resíduos transportados (m3)

Ac – área de construção das edificações demolidas (m2)

Para o cálculo do índice de geração em peso, foi considerado um peso específico aparente

para o resíduo igual a 1.400 kg / m3,baseado no peso específico do solo:

1400⋅= IDEMVIDEMP (2)

Onde:

IDEMP – índice de geração de resíduos de demolição em peso (kg / m2)

3.2.2 Alvenaria

As obras consideradas como amostra neste estudo são edifícios multipavimento em estrutura

de concreto armado com vedação em alvenarias executadas com tijolos cerâmicos de 8 furos

assentados com uso de argamassa.

Page 49: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

48

Na fase de alvenaria foram analisadas seis obras para levantar a geração de resíduos dos

tijolos cerâmicos. Para este estudo foi selecionado estimar a geração de RCD apenas para o

material tijolo cerâmico, pois se constatou que na execução da alvenaria, a geração de RCD

proveniente da argamassa de assentamento, foi muito pequena em relação ao tijolo cerâmico.

Para determinação do indicador de geração de resíduos de tijolos cerâmicos, adotou-se a

metodologia proposta por Souza (2005). De acordo com tal metodologia, antes dos pedreiros

começarem seu trabalho, é marcado com um “X” um determinado número de blocos do tipo

que serão usados no serviço (NT), no estoque próximo à maior frente de trabalho. Isso

significa que se consideram apenas os elementos que estão estocados em cada pavimento em

que serão aplicados na alvenaria. O levantamento foi realizado por pavimento, sendo o

resultado, por obra, a média total.

No último dia do período de estudo, procedeu-se a contagem do número de blocos marcados

remanescentes no estoque (N1) em cada pavimento e o número de blocos marcados assentes

(N2) na alvenaria executada naquele pavimento. O índice de perda de tijolos (IPT) foi

calculado como:

)1(

)21((%)

NNT

NNNTIPT

+−= (3)

Para efeito deste estudo, o procedimento foi repetido quatro vezes (uma vez por semana,

considerando que as medições foram realizadas durante quatro semanas) em cada um dos

canteiros, com exceção da Obra 5. A marcação dos blocos em duas situações distintas: tijolos

fornecidos a granel(armazenados de forma unitária) e tijolos paletizados,isto é, armazenados

em grupos, em paletes.

3.2.3 Acabamento

Para a fase de acabamento foram escolhidos os itens que tinham maior representatividade

tanto em quantidade de material a ser aplicado quanto no tempo de execução dos mesmos.

Portanto, foram escolhidas as placas de revestimento de piso, o gesso e a argamassa de

revestimento interno. Como primeiro passo da metodologia, antes da pesagem dos resíduos

Page 50: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

49

gerados nesse serviço, foi realizado o levantamento de cada área (m2) a ser revestida. Os

resíduos gerados eram estocados no pavimento, de forma segregada, pelos operários da obra

para que se pudesse realizar a sua pesagem durante a visita específica para esse fim, a qual

ocorria uma vez por semana.

3.2.3.1 Argamassa de Revestimento

A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de argamassa

consistiu na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança analógica. Nesta

metodologia não foi possível o controle dos materiais na entrada do produto no ambiente onde

se realizava o levantamento, pois a argamassa era misturada no térreo, e se destinava aos

vários serviços simultâneos. Com isso, tem-se apenas o índice de perda por unidade de área.

Para o cálculo do índice de perda relativo adotou-se o rendimento de 1 m2 por saco de 20 kg

de argamassa(AG=20). As perdas foram calculadas pela aplicação das seguintes fórmulas:

A

RIP =1 (4)

Onde:

IP1 – índice de perda em peso (kg/m2)

R – peso dos resíduos (kg)

A – área de assentamento da argamassa (m2)

AG

IPIP

10012

⋅= (5)

Onde:

IP2 – índice de perda relativo (%)

AG – quantidade de argamassa necessária para assentar 1 m2 (kg). Logo AG=20

As medições foram realizadas durante quatro semanas, seguindo o tempo sugerido na

metodologia para aferição da perda nos tijolos.

Page 51: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

50

3.2.3.2 Gesso

A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de gesso consistiu

na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança.

O índice de perda deste material foi obtido através da pesagem dos resíduos gerados por

cômodo, fornecendo um índice de peso por área construída. Também neste caso não se

conseguiu controlar o peso total de gesso na entrada do cômodo, mas apenas o resíduo gerado.

A perda foi calculada pela seguinte fórmula:

A

RIP =1 (6)

Onde:

IP1 – índice de perda em peso (kg/m2)

R – peso dos resíduos (kg)

A – área de assentamento do gesso (m2)

No entanto, sabe-se que parte do peso dos resíduos de gesso deve ser atribuído à água

incorporada ao mesmo. De acordo com informações fornecidas por empresas aplicadoras de

gesso, esta parcela é de aproximadamente 50% do peso final do resíduo. Porém, em virtude da

falta de precisão deste percentual, foi realizado um experimento em laboratório, no qual se

obteve um percentual de água de 21% presente nos resíduos de gesso. Tal resultado foi

utilizado para retirar a parcela de água do cálculo do índice de geração dos resíduos de gesso.

3.2.3.3 Placas Cerâmicas

A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de placas cerâmicas

consistiu na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança analógica.

O índice de perda deste material foi obtido através da pesagem dos resíduos gerados por

cômodo, fornecendo um índice de peso por área construída, ou percentual em peso por área

construída. Também neste caso não se conseguiu controlar o peso total de placa cerâmica na

entrada do cômodo.

Page 52: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

51

As perdas foram calculadas usando as seguintes fórmulas:

A

RIP =1 (7)

Onde:

IP1 – índice de perda em peso (kg / m2)

R – peso dos resíduos (kg)

A – área de assentamento da cerâmica (m2)

AG

IPIP

10012

⋅= (8)

Onde:

IP2 – índice de perda relativo (%)

AG – quantidade de cerâmica necessária para 1 m2 (kg)

Page 53: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

52

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos

4.1.1 Planejamento para implantação do SGR

4.1.1.1 Reunião inicial – definição da amostra de campo

Com o objetivo de reunir as empresas inscritas e explicar o Sistema de Gerenciamento de

Resíduos – SGR, foi realizada uma reunião na sede do Sindicato da Indústria da Construção

Civil de Pernambuco - SINDUSCON/PE. Tal reunião teve como pauta o problema ambiental

dos resíduos, a Lei Municipal nº 17.072/05, a resolução CONAMA nº307 e como seria

implantado o sistema de gerenciamento de resíduos nos canteiros de obras. Das quinze

empresas construtoras presentes, sete delas concordaram com a implantação do sistema de

gerenciamento de resíduos em um dos seus canteiros de obras, desta forma estes canteiros

passaram a constituir o objeto de estudo da presente pesquisa.

4.1.1.2 Treinamento Gerencial nos canteiros de obra

O treinamento gerencial foi ministrado nas dependências da escola Politécnica de

Pernambuco com a presença dos engenheiros responsáveis pelo gerenciamento das obras a

serem atendidas, alunos de iniciação científica e funcionários da Agência Pernambucana de

Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH, órgão este responsável pelo gerenciamento

ambiental do estado, totalizando 34 pessoas. O curso teve duração de seis horas e incluía o

conhecimento do problema ambiental causado pelos resíduos de construção e demolição, as

legislações vigentes relacionadas aos resíduos de construção civil e o SGR proposto no

programa piloto.

4.1.1.3 Visita inicial nos canteiros de obra – caracterização da amostra de campo

Para elaborar o plano de gestão de resíduos foi feito um levantamento sobre as características

dos empreendimentos indicados, desta forma obteve-se a caracterização da amostra deste

estudo. A Tabela 4 apresenta os empreendimentos caracterizados, os quais são aqui

Page 54: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

53

identificados pelas letras “A”, “B”, “C”, “D”, ”E”, “F” e “G”, a fim de se preservar as

identidades das empresas construtoras envolvidas. Todas as empresas possuem sistema de

gestão da qualidade certificado.

Destaca-se que as Obras “A”, “F” e “G” eram de alto padrão construtivo e as obras “B”, “C” ,

“D” e “E” eram de médio padrão. Os empreendimentos “A” e “B” estavam na fase de

estrutura e vedações externas e os restantes estavam na fase de acabamento. Todas as

construções eram residenciais, possuíam entre 12 e 31 pavimentos e tinham apartamentos que

variavam a área construída entre 90 a 220 m2.

Tabela 4 - Caracterização dos Empreendimentos (amostra de campo)

Empreendimentos Residenciais – edifícios multi-pavimentos Características Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G

Nº de Pavimento – tipo

25 21 25 12 22 31 20

Padrão construtivo

alto médio médio médio médio alto alto

Área construída nos aptos.

150m2 90m2 90m2 120m2 105m2 148m2 220m2

4.1.1.4 Elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos - GR

Os projetos de GR foram feitos para cada uma das empresas participantes, de acordo com a

realidade de cada canteiro de obra, seguindo sempre a mesma metodologia. Esses projetos

foram entregues uma semana após a visita inicial de levantamento de informações nos

canteiros de obra. Nos projetos estão registrados detalhadamente todos os resíduos a serem

monitorados em cada canteiro, bem como estão estabelecidas as formas a serem adotadas para

realizar o acondicionamento inicial e final dos resíduos gerados. Nesse projeto também estão

definidas as formas de transportes dos resíduos dentro e fora do canteiro de obras. Além disso,

destaca-se no projeto a identificação do destino final do RCD, que caracteriza a destinação

compromissada do mesmo.

A distribuição dos dispositivos de coleta nos pavimentos, o custo dos dispositivos, por item e

em relação ao total da implantação, e o lay-out do canteiro de obras com a distribuição dos

dispositivos de coleta, também estão inseridos no projeto GR. Para melhor visualização, os

projetos estão inseridos no Anexo I deste trabalho.

Page 55: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

54

4.1.2 Implantação do SGR – projeto piloto

Após a aquisição, construção e distribuição dos dispositivos de coleta nos pavimentos foram

realizados treinamentos com todos os funcionários de cada canteiro de obra. Tal treinamento

incluía a sensibilização para o problema ambiental, esclarecimentos sobre a legislação vigente

em relação aos resíduos de construção, destacando a obrigatoriedade legal da separação e

gerenciamento do resíduo no canteiro de obras, bem como os procedimentos de separação,

registro, coleta e transporte dos RCDs, além da importância de cada funcionário na

implementação do sistema. A Figura 7 ilustra a metodologia de treinamento utilizada em

todos os canteiros estudados, as palestras eram feitas de forma participativa e os

equipamentos utilizados foram um retro-projetor e slides ilustrativos .

Figura 9 - Treinamento dos operários no canteiro de obra

Page 56: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

55

4.1.3 Monitoramento do SGR – projeto piloto

Seguindo a metodologia proposta foram realizadas visitas para monitoramento, avaliação e

ajuste da metodologia. Tais visitas avaliaram a limpeza do canteiro, organização, segregação

correta dos resíduos nos recipientes de coleta (bombonas e baias) e destinação compromissada

e registrada. Era previsto inicialmente na metodologia que o monitoramento mensal fosse

feito durante apenas três meses, porém verificou-se a necessidade de acompanhar os serviços

nos canteiros de obra por mais tempo para que o SGR fosse analisado por um período maior.

Assim, alguns canteiros foram avaliados pelo período de sete meses e outros em um período

menor devido a finalização da obra ou fim do prazo estabelecido para este estudo.

4.1.3.1 Limpeza no canteiro de obra

Para este item avaliado (limpeza) a realidade encontrada em todos os canteiros de obras foi

bastante semelhante, salvo algumas pequenas diferenças. Na Figura 10, pode-se verificar,

através das notas, a evolução média gradativa deste item avaliado nos sete canteiros de obras

(amostra de campo). Observa-se, na Obra “E”, uma queda na nota no sexto mês de análise.

Tal fato, provavelmente deve-se a um relaxamento que pode ter ocorrido na prática adequada

ao SGR, levando em conta que o processo é diferente daquele em que os operários estão

acostumados nos canteiros de obra. Isso indica que para alcançar os objetivos iniciais há

necessidade de acompanhamento periódico, visando a manutenção e a renovação do

compromisso com o SGR proposto.

Outro ponto importante a ser observado, ainda no Figura 10, é a diferença entre as notas da

Obra “F” e as demais obras, sobretudo na primeira avaliação. Tal fato deve-se ao menor

compromisso dos gestores da referida obra em implantar efetivamente o SGR. Entretanto,

percebe-se mais destacadamente, para as obras “A”, “C”, “E” e “F”, uma evolução muito

positiva entre as notas iniciais e finais, demonstrando a tendência para todas elas alcançar as

notas maiores atribuídas às obras “B” e “G”. A propósito as obras “B” e “G” se mantiveram

com notas altas (próximo de 10) desde a primeira avaliação. A obra “D” também se manteve

com mesmas notas desde o início da avaliação, porém com nota mais próximo de 9. Portanto,

pode-se dizer que na maioria dos casos houve esforço para aumentar o compromisso com a

limpeza das obras, que se revelou em maior evolução positiva das notas ao longo do tempo.

Page 57: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

56

LIMPEZA

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

1 2 3 4 5 6 7

Visitas Mensais

No

tas

Obra A

Obra B

Obra C

Obra D

Obra E

Obra F

Obra G

Figura 10 - Notas para a limpeza nos canteiros de obra

Conforme já destacado, o padrão inicial definido para avaliação das obras foi de três meses,

mas para um maior aprofundamento sobre a continuidade das práticas de gestão das

respectivas empresas, decidiu-se prolongar a avaliação por mais quatro meses, o que

possibilitou a identificação mais clara da importância de um monitoramento mais rígido e

constante do SGR ao longo do tempo. É importante ressaltar que conforme apresentado no

Figura 10, as empresas “A”, “C”, “D e “F” não apresentam resultados em todos os meses da

avaliação, pois as obras se encerraram ao longo do período de avaliação do sistema de gestão.

A seguir tem-se a análise mais detalhada da avaliação do item limpeza de cada canteiro de

obra.

4.1.3.1.1 Limpeza da Obra “A” (nota inicial=8,0 e nota final=9,8)

As Figuras 11, 12, 13 e 14 mostram a situação da obra “A” em relação à limpeza antes e

depois da implantação do SGR. Nota-se uma grande melhoria, principalmente, nas áreas de

circulação, escadas e corredores. As áreas de circulação, utilizadas pelos operários dentro do

canteiro de obra, estando livres de RCD espalhados pelo piso proporcionam aos operários um

ambiente salubre. Além disso, a limpeza imediata destes locais acaba reduzindo os riscos de

acidentes de trabalho.

Page 58: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

57

Figura 11- Trecho de escada da Obra “A”: situação

inicial antes da implantação da limpeza

Figura 12 - Trecho de escada da Obra “A”: situação

final após a implantação da limpeza SGR

Figura 13 - Trecho de escada da Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza

Figura 24 - Trecho de escada da Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza SGR

Nos pavimentos foi constatada a falta de limpeza imediata após a execução dos serviços,

fossem eles considerados grandes ou pequenos. Na Figura 15, observa-se que quando ocorria

a desforma de uma laje, o pavimento passava um longo período sem realizar limpeza. Depois

da implantação do SGR os pavimentos passaram a ser limpos logo após a execução do

serviço, como mostra a Figura 16.

Page 59: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

58

Figura 35 - Trecho do pavimento da Obra “A”: situação inicial antes da implantação da limpeza

Figura 46 - Trecho do pavimento da Obra “A”: situação final após a implantação da limpeza (SGR)

Para ilustrar a falta de limpeza após os serviços de assentamento de tijolos na execução de

alvenarias, tem-se nas Figuras 17 e 18, o antes e depois, respectivamente.

Figura 57 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra “A”: situação inicial antes da implantação da

limpeza

Figura 68 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra “A”: situação final após a implantação da

limpeza (SGR)

Ainda no canteiro da Obra “A”, foi observada que, anteriormente à implantação do SGR, já

havia uma certa organização em relação aos materiais de construção estocados no canteiro de

obra, devido à implantação anterior de um Sistema de Gestão de Qualidade. A Figura 19

mostra a organização dos materiais estocados na área de periferia do canteiro de obra, e a

Figura 20 mostra a estocagem de materiais nos pavimentos.

Page 60: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

59

Figura 79 - Organização na estocagem de materiais na Obra “A”: situação inicial antes da implantação

SGR

Figura 8 - Organização na estocagem de materiais na Obra “A”: situação inicial antes da implantação

SGR

4.1.3.1.2. Limpeza da Obra B (nota inicial=9,8 e nota final=9,9)

A Obra B não apresentava grandes problemas em relação à limpeza, anteriormente à

implantação do SGR, devido ao sistema de gestão da qualidade já implantado. Nas Figuras 21

e 22 pode-se ver os problemas de limpeza pontuais encontrados, principalmente nas áreas de

circulação – corredores.

Figura 9 - Pequenos problemas de limpeza nas áreas de circulação dos pavimentos anteriormente à

implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza

Figura 10 - Pequenos problemas de limpeza no térreo anteriormente à implantação do SGR na obra

B: situação inicial da limpeza

Page 61: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

60

As Figuras 23 e 24 ilustram a situação de limpeza encontrada na maioria dos pavimentos da

obra “B”, antes e depois da implantação do SGR. Na comparação entre as duas Figuras,

percebe-se que ao se implantar o SGR tem-se a presença das bombonas localizadas no

pavimento, para segregar os tipos de RCDs gerados, naquele pavimento.

Figura 113 - Pavimento da Obra “B”: situação inicial antes da implantação da SGR.

Figura 124 - Pavimento da Obra “B”: situação inicial depois da implantação da SGR (localização

das bombonas)

A Figura 25 mostra a técnica de utilizar lonas plásticas para proteger o piso e facilitar a

limpeza no serviço de aplicação de gesso. Na Figura 26 ver-se o cartaz produzido para

incentivar e lembrar aos funcionários sobre a necessidade da limpeza constante dos

pavimentos. As atitudes ilustradas em tais figuras demonstram o interesse da equipe gerencial

em fazer com que o SGR funcione.

Figura 135 - Piso protegido para aplicação do

gesso, após implantação do SGR Figura 146 - Placa chamando a atenção sobre a limpeza, após implantação do SGR

Page 62: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

61

Os materiais de construção eram somente transportados em quantidades para execução dos

serviços em cada pavimento. O armazenamento, tanto no térreo quanto nos pavimentos, era

feito de forma organizada. Este fato está apresentado nas Figuras 27 e 28.

Figura 157 - Estocagem dos materiais no térreo - situação inicial de organização do canteiro de obra

B, antes da implantação do SGR

Figura 168 - Estocagem dos materiais nos pavimentos - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da implantação do SGR

IV.1.3.1.3. Limpeza da Obra C (nota inicial=8,1 e nota final=9,9)

A Obra C possuía uma limpeza razoável antes da implantação do SGR, considerando que

foram encontrados apenas problemas pontuais em alguns serviços, os quais, após sua

conclusão, o pavimento passava longos períodos sem a limpeza adequada. Estes problemas

foram detectados, principalmente, nas áreas de circulação, exemplificas nas Figuras 29 e 30.

Figura 179 - Trecho de escada da Obra C: situação inicial antes da implantação do SGR

Figura 18 - Trecho de escada da Obra C: situação final após a implantação do SGR

Page 63: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

62

As Figuras 31 e 32 mostram o antes e o depois da implantação do SGR, ilustrando a situação

encontrada nos corredores da área de circulação comum aos apartamentos do edifício.

Figura 19 - Trecho do corredor com RCD obstruindo parte da circulação da Obra C: situação

inicial antes da implantação da limpeza

Figura 20 - Trecho do corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR)

Nas Figuras 33 e 34 observa-se uma grande geração de resíduo de gesso espalhado no piso.

Segundo pesquisa feita com os funcionários dos canteiros envolvidos, o grande volume de

gesso gerado ocorre pela combinação de vários fatores, como mão-de-obra não qualificada, o

pagamento do serviço por produção e o baixo preço do produto (gesso). Nesta obra foram

tomadas algumas atitudes para minimizar os impactos, entre elas o uso de um retardador de

pega para o gesso e a proteção do piso com lonas plásticas, para facilitar a limpeza do piso

nos ambientes de trabalho.

Page 64: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

63

Figura 21 - Resíduos de gesso sobre o piso da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza

Figura 224 - Resíduos de gesso sobre a lona plástica no piso da Obra C: situação final após a implantação

da limpeza (SGR)

Após a implantação do SGR proposto, as limpezas eram feitas sistematicamente após cada

serviço, ao final do dia. A Figura 35 mostra a melhoria na área de circulação e a 36 mostra o

pavimento ainda em obras, porém limpo.

Figura 235 - Localização das bombonas no corredor da Obra C: situação final após a implantação da

limpeza (SGR)

Figura 246 - Pavimento ainda com serviços em execução da Obra C: situação final após a

implantação da limpeza (SGR)

As Figuras 37 e 38 abaixo mostram a organização do canteiro nas áreas de periferia da obra.

Anteriormente a organização ocorria, porém como a limpeza não era feita da forma correta, a

organização não era evidenciada. Tal fato pode ser observado nas Figuras 39 e 40.

Page 65: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

64

Figura 257 - Situação de organização da estocagem de materiais na obra C, anterior a implantação do

SGR

Figura 26 - Situação da Limpeza e organização do canteiro da obra C, após a implantação do SGR

Após o serviço de concretagem e desforma parcial dos elementos estruturais, a área ficava

com resíduos acumulados entre as escoras (cimbramento). Isto deixou de acontecer depois

que o SGR foi implantado na obra C. As Figuras 39 e 40 mostram a situação da área de

periferia antes e depois da execução desses serviços.

Figura 27 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, anterior a implantação do SGR

Figura 28 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, depois a implantação do SGR

Um item de grande importância, como ação pró-ativa adotada pela administração do canteiro

de obra C, foi a sinalização através da distribuição de placas informativas no canteiro de

obras. Tais placas traziam lembretes para a atenção de todos os funcionários de que existe um

Sistema de Gestão de Resíduos sendo implantado, que a empresa tem interesse e que precisa

da colaboração de todos para o SGR funcionar (Figuras 41 e 42).

Page 66: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

65

Figura 29 – Sinalização por placa educativa de deposição adequada de lixo no canteiro de obra C

Figura 30 - Sinalização por placa educativa incentivando a limpeza no canteiro de obra C

A Obra C conseguiu, ao final, cumprir o item limpeza de forma satisfatória, usando de todas

as orientações dadas e ações práticas, como a limpeza logo após cada serviço, o

comprometimento da equipe e a organização do canteiro e dos setores onde os serviços eram

executados.

4.1.3.1.4 Limpeza da Obra D (nota inicial=9,4 e nota final=9,3)

A obra em questão apresentava antes da implantação do SGR uma limpeza razoável, devido

ao Sistema de Gestão da Qualidade já implantado, porém ainda não possuía uma sistemática

de limpeza adequada. Isso pode ser visto nas Figuras 43 e 44. O resíduo era colocado em

pilhas, em vários pontos do pavimento, e somente era recolhido no final de semana, o que

mantinha a obra sempre com aspecto de sujeira, já que os resíduos mais leves

eram espalhados facilmente pelo vento no espaço dos pavimentos.

Page 67: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

66

Um problema crítico, encontrado neste canteiro, foi com o serviço de aplicação de gesso. A

grande quantidade desse tipo de resíduo gerado e a dificuldade para limpeza dos pavimentos,

após a aplicação do gesso ocasionavam um sério problema de limpeza, organização e

prevenção de acidentes de trabalho (Figura 45). Procurando reduzir o problema, foram

instaladas lonas plásticas no piso, durante a execução do serviço (Figura 46). Em relação à

quantidade de resíduo gerado (gesso) não foi tomada nenhuma providência pela empresa.

Figura 335 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo diretamente sobre o piso na obra D

Figura 346 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo sobre a lona plástica colocada no piso na

obra D

As Figuras 47 e 48 apresentam a situação de limpeza após a implantação do SGR. A empresa

implantou a etapa de limpeza após a execução de serviços, sendo essa etapa executada ora

pelos próprios funcionários da construtora ora por pessoal terceirizado.

Figura 313 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, anterior a

implantação do SGR

Figura 324 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, posterior a

implantação do SGR

Page 68: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

67

Figura 357 - Limpeza do piso após a implantação do SGR na obra D

Figura 368 - Limpeza da escada após a implantação do SGR na obra D

Em relação à organização, a Obra D, anteriormente à implantação do SGR, já apresentava

certo nível de organização. A limpeza implementada pelo SGR evidenciou a organização do

canteiro de obras, como mostram as Figuras 49 e 50. Esta organização motivou a gerência do

canteiro a manter o sistema SGR adotado, pois além do benefício à segurança dos operários,

os clientes elogiavam a limpeza e a organização da construtora.

Figura 379 - Organização dos materiais no pavimento térreo da obra D, após SGR

Figura 38 - Organização dos materiais nos pavimentos da obra D, após SGR.

Um fator bastante positivo foi a implantação também de sinalização através de placas

informativas e educativas no canteiro de obras, mostrando a limpeza como aliado da

segurança no trabalho (Figuras 51 e 52).

Page 69: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

68

Figura 39 - Sinalização adotada na obra D sobre limpeza e segurança após o SGR

Figura 40 - Sinalização adotada na obra D sobre deposição do lixo após o SGR

A obra D obteve bons resultados em relação à limpeza, a metodologia foi incorpororada de

forma bastante eficaz, o canteiro sempre limpo mostrava as falhas nos métodos construtivos,

podendo a construtora identificar os pontos fracos desses métodos em relação ao desperdício e

à geração de resíduos.

4.1.3.1.5 Obra E (nota inicial=8,6 e nota final=9,7)

Nas Figuras 53 e 54 são apresentadas a situação da limpeza do pavimento térreo da Obra “E”

na etapa de diagnóstico e na visita de acompanhamento após a implantação. Observou-se que,

mesmo a empresa tendo certificação de qualidade, havia falha na organização e limpeza do

canteiro de obra. Este problema ocorria pela falta de procedimentos de rotina para gestão dos

resíduos.

Page 70: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

69

Figura 413 - Situação inicial da limpeza no térreo da obra E

Figura 424 - Situação final da limpeza no térreo da obra E

Observando-se as Figuras 55 e 56, verifica-se uma sensível melhora após a implantação do

SGR nos pavimentos. Anteriormente à implantação do SGR, o serviço era executado e o

pavimento não era limpo. Depois da implantação do SGR a limpeza passou a ser feita

sistematicamente ao final do dia do serviço executado.

Figura 435 - Situação inicial da limpeza na obra “E” antes da implantação do SGR

Figura 446 - Situação final da limpeza na obra “E” após a implantação do SGR

Como nas outras obras deste estudo, o serviço de revestimento de paredes com o uso da pasta

em gesso sempre apresentou uma grande quantidade de resíduos gerados, deixando os

pavimentos em serviço com o acesso comprometido durante vários dias, devido à dificuldade

na limpeza do piso. Para solucionar tal problema (facilitar a limpeza), foi sugerida a

colocação prévia de lonas plásticas nos pisos dos locais onde os serviços eram realizados. As

Figuras 57 e 58 mostram as situações do piso antes e depois da utilização da referida lona.

Page 71: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

70

Figura 457 - Dificuldade para a retirada dos resíduos de gesso na obra “E” sem o uso de lona

plástica

Figura 468 - Facilidade para a retirada dos resíduos de gesso na obra “E” com o uso de lona plástica, após a

implantação SGR

A Figura 59 mostra resíduos de cerâmica misturados com as placas cerâmicas que ainda

seriam assentadas no piso. Esta falta de organização além de prejudicar a circulação das

pessoas na obra, ainda ocasionava grande perda de materiais. A Figura 60 mostra a

organização dos materiais após a implantação do sistema SGR.

Figura 47 - Mistura entre resíduos de cerâmica e placas cerâmicas que ainda seriam aplicadas, na obra

“E”.

Figura 48 - Organização do estoque de placas cerâmicas nos pavimentos, após a implantação do

SGR, na obra “E”.

Conforme mencionado na análise do gráfico da Figura 10, as Figuras 61 e 62 mostram o

deslize da construtora em relação à limpeza no sexto mês de monitoramento. Os funcionários

limpavam o pavimento e depositavam os resíduos nas varandas dos apartamentos em

construção, numa tentativa frustrada de obter boas notas na inspeção no processo de

monitoramento do SGR.

Page 72: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

71

Figura 49 - Situação inicial da limpeza, antes da implantação SGR na obra “E”.

Figura 50 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra “E” (sexto mês da inspeção), numa

tentativa frustrada de esconder o resíduo nas varandas.

4.1.3.1.6 Limpeza da Obra F (nota inicial=7,0 e nota final=9,1)

O único item razoavelmente aceitável nesta obra foi a limpeza, pois apesar de não cumprir os

requisitos do Sistema de Gestão de Resíduos, a obra cumpria o sistema de segurança do

trabalho e o sistema de qualidade.

As Figuras 63 e 64 mostram um exemplo de como se encontravam as áreas de circulação e o

interior dos apartamentos antes da implantação do SGR. Percebe-se que a sujeira no

pavimento não era intensa.

Figura 51 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR, na obra F.

Figura 52 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra F.

Page 73: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

72

As Figuras 65 e 66 mostram os pavimentos limpos após a implantação do sistema SGR.

Figura 53 - Situação da limpeza do pavimento, após a implantação do SGR, na obra F.

Figura 54 - Situação da limpeza da escada após a implantação do SGR, na obra F.

4.1.3.1.7 Limpeza da Obra G (nota inicial=9,8 e nota final=9,9)

Nesta obra os resultados do item limpeza foram satisfatórios, considerando que a empresa já

tinha uma preocupação com esse item, para o cumprimento das exigências do programa de

segurança e de qualidade adotados nos seus canteiros de obras. Porém, suas ações se davam

sem nenhuma sistemática pré-estabelecida. Com a implantação do SGR, a empresa

incorporou como regra a limpeza do pavimento após o fim do serviço, ou ao final do dia.

Nas Figuras 64 a 65, percebe-se a limpeza do canteiro anteriormente e posteriormente a

implantação do SGR. Os problemas anteriores eram pontuais, isto é, muitas vezes o

pavimento era limpo, porém o resíduo ficava no pavimento.

Figura 55 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR na obra G

Figura 56 - Situação final da limpeza após da implantação do SGR na obra G

Page 74: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

73

O canteiro possuía uma boa organização antes da implantação do SGR, o que facilitou a

rápida adaptação da construtora a este item do sistema. As Figuras 66,67 e 69 mostram a

organização e limpeza do canteiro antes e depois da implantação do SGR.

Um fator positivo foi a adoção de sinalização por cartazes educativos nos pavimentos (Figura

68).

Figura 57 - Situação inicial da limpeza nas escadas antes da implantação do SGR na obra G

Figura 58 - Situação final da limpeza no térreo após da implantação do SGR na obra G

Figura 59 - Sinalização por cartazes educativos nos pavimentos na obra G

Figura 60 - Situação final da limpeza nos corredores após da implantação do SGR na obra G

4.1.3.2 Acondicionamento inicial do RCD nos canteiros de obra

Na visita inicial aos canteiros de obra verificou-se que a maioria das empresas não realizavam

nenhum tipo de segregação dos RCDs. Esta prática foi adotada a partir da implantação do

SGR.

Page 75: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

74

No monitoramento do item acondicionamento inicial, foi avaliado se os conjuntos de

bombonas estavam alocados e identificados de forma correta, se havia sacos de ráfia no

interior das bombonas, e se os materiais estavam separados de acordo com a Resolução

CONAMA n° 307.

No Figura 70 são apresentadas as notas obtidas no item “acondicionamento inicial” nas visitas

de monitoramento, realizadas em sete canteiros de obras. A variação ocorrida nas notas das

três primeiras inspeções é considerada dentro dos padrões de aceitação por se tratar de um

período de adaptação e conscientização dos trabalhadores, fator este decisivo no sucesso para

a implantação do SGR. No entanto, ainda no Figura 70, pode-se observar que em todos os

canteiros, a nota obtida na terceira visita foi superior ou igual a 8,0, ou seja, a sistemática

estava sendo implantada adequadamente, apesar de detectados falhas pontuais e em pequenos

volumes.

Deve-se destacar que na obra F a nota máxima (8,0) foi igual a menor nota das outras obras, o

que revela a dificuldade de engajamento dos funcionários (gerentes e operários) da obra F em

atender satisfatoriamente aos objetivos do SGR. Percebeu-se também o quanto é importante a

colocação dos dispositivos para recepção temporária dos RCDs nos pavimentos dos edifícios

em construção, sendo tolerado no máximo uma alternância de um pavimento sem dispositivo,

para o melhor resultado no item acondicionamento inicial.

ACONDICIONAMENTO INICIAL

5

6

7

8

9

10

1ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita

Visitas Mensais

No

tas

Obra A

Obra B

Obra C

Obra D

Obra E

Obra F

Obra G

Figura 61 - Notas para a segregação inicial nos canteiros de obra

Page 76: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

75

4.1.3.2.1 Obra A

No canteiro de obras A, anteriormente ao SGR, não se fazia segregação dos materiais. A

empresa adquiriu os equipamentos de segregação inicial, no caso, as bombonas para os

materiais recicláveis e os adesivos de sinalização e marcação do piso para armazenamento

temporário dos resíduos da classe A. Foram adquiridos conjuntos de quatro bombonas para

serem colocados em pavimentos alternados, refeitório, escritório, almoxarifado e centrais de

madeira e de ferro.

A Figura 71 mostra os resíduos não segregados e espalhados pelo canteiro antes da

implantação do SGR, enquanto que a Figura 72 mostra a fase de implantação do SGR com as

bombonas com sacos de ráfia no interior em local de fácil acesso, sem obstrução da passagem,

sinalizada.

Figura 621 - Situação inicial dos resíduos antes da implantação do SGR na obra A

Figura 632 - Acondicionamento inicial dos resíduos após a implantação do SGR na obra A

Antes da implantação do SGR os resíduos eram colocados em vários pontos do pavimento,

sem segregação. Com o SGR os resíduos passaram a ser depositados separados e em local

determinado. As Figuras 73 e 74 mostram os resíduos após a implantação.

Page 77: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

76

Figura 643 - Acondicionamento inicial do RCD antes da implantação do SGR na obra A

Figura 654 - Acondicionamento inicial dos resíduos classe A após da implantação do SGR na obra A

A Figura 75 mostra uma pequena baia para depósito de metal na central de corte de ferro. Este

equipamento foi escolhido porque a bombona de 50 litros não suportava a produção de

resíduos gerada diariamente.

Na Figura 76 observa-se um fardo de papel separado, porém fora da bombona por ter as

dimensões maiores. A empresa foi orientada a agir desta forma quando o material fosse maior

que a capacidade dos equipamentos de segregação inicial.

Figura 665 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A

Figura 676 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A

4.1.3.2.2 Obra B

Page 78: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

77

A obra B obteve bons resultados em relação à segregação e acondicionamento inicial. Foram

adquiridos conjuntos de bombonas para pavimentos alternados(Figura 77), escritório,

refeitório (Figura 79) e centrais de corte e dobra de aço e corte de madeira (Figura 80). Na

Figura 78 observam-se resíduos da classe “A” armazenados em sacos de cimento, no local

demarcado para este fim.

Apesar de todo o empenho da equipe de trabalho no canteiro da obra B observou, no início da

implantação do SGR, que muitos funcionários, por não serem alfabetizados, tinham

dificuldades para identificar os dispositivos e segregar corretamente os RCDs. Logo que este

problema foi detectado foram tomadas algumas providências, colocando exemplo dos

materiais em cada bombona e enfatizando nos treinamentos as cores representativas de cada

resíduo.

Figura 68 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra B

Figura 69 - Resíduos Classe “A” segregados em sacos de cimento usados na obra B

Figura 70 - Alocação das Bombonas no refeitório no canteiro da obra B

Figura 71 - Alocação da Bombona na central de corte de madeira no canteiro da obra B

Page 79: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

78

4.1.3.2.3 Obra “C”

Na obra C foram adquiridos todos os dispositivos de segregação inicial(Figura 81)

requisitados pelo SGR e ainda inovou-se criando um dispositivo para fixar papel/papelão de

tamanhos maiores, que consistia em uma base de madeira com um ferro cravado na vertical.

Os papéis eram presos no metal, formando um fardo que depois era retirado, amarrado e

levado para a baia (Figura 82). A obra implantou com empenho e obteve bons resultados

apesar de algumas falhas comuns, como a deposição de resíduos de um tipo em um

dispositivo destinado para outro.

Figura 72 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra C

Figura 73 - Fardo de papel segregado dos outros RCDs na obra C

A Figura 83 mostra o gesso segregado dos outros RCDs e armazenado nos próprios sacos de

sua embalagem original, ainda no pavimento onde ocorreu o serviço que o utilizou. O resíduo

da classe A era depositado na marcação indicada no piso de cada pavimento, nem sempre com

os cuidados de segregação necessários (Figura 84).

Page 80: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

79

Figura 74 - Resíduos de Gesso armazenados separadamente nos próprios sacos de sua embalagem

original – Obra C

Figura 75 - Marcação no piso para receber temporariamente os RCDs da classe A, como

acondicionamento inicial no próprio pavimento da obra C

4.1.3.2.4 Obra D

A obra D foi especial porque ela já possuía uma sistematização para proceder a segregação do

RCD no seu canteiro, o que permitia um aproveitamento de todo o resíduo da classe A,

moendo-o. Porém, não havia uma segregação com respeito aos outros resíduos gerados.

As bombonas (Figura 85) foram alocadas a cada dois pavimentos, fato este que atrapalhava a

segregação inicial e afetava diretamente a segregação final. A variação encontrada nas notas

foi decorrente de falhas pontuais, tais como o fato do resíduo ser depositado em bombona

errada e existência de resíduo orgânico nos pavimentos.

Figura 76 - Alocação de bombonas a cada dois pavimentos na obra D - Situação após SGR

Page 81: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

80

A Figura 86 mostra os resíduos da Classe A, bastante misturados com outros resíduos e

armazenados em qualquer ponto do pavimento, antes da implantação do SGR, o que

caracterizava falha na sistemática existente de segregação do RCDs. Na Figura 87 os RCDs

separados de forma organizada (após SGR), prontos para o processo de aproveitamento

realizado no próprio canteiro.

Figura 776 - Falhas na segregação do resíduo da Classe A, antes da implantação do SGR na obra D

Figura 787 - Resíduo da Classe A armazenados em sacos de cimento usados, esperando o processamento

e a reutilização na obra D

4.1.3.2.5 Obra E

Na obra E os dispositivos de coleta inicial eram dispostos a cada três pavimentos. Isto

ocasionou muitos problemas de segregação, mesmo com o empenho da equipe da obra.

As bombonas podem ser vistas nos pavimentos, conforme Figura 88, e no pavimento vazado

conforme a Figura 89. A empresa fez marcação no piso para receber o RCD da Classe A

(Figura 90) e para o resíduo de gesso (Figura 91) e também sinalizou todos os locais

apropriados para receber estes resíduos nos pavimentos.

Page 82: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

81

Figura 79 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD a cada três pavimentos na obra E. Situação após

o SGR

Figura 80 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD no pavimento vazado na obra E. Situação após o

SGR

Figura 81 - Local demarcado para receber os resíduos de gesso na obra E

Figura 82 - Local demarcado para receber os resíduos de Classe A na obra E

4.1.3..2.6 Obra F

Em um primeiro momento, os responsáveis pela Obra “F” mostraram-se interessados em

implantar o sistema SGR pela obrigatoriedade da legislação. Manifestaram adesão ao

programa piloto ao adquirir os dispositivos e fazer com que seus funcionários participassem

do treinamento.

No entanto, a falta de empenho da equipe gerencial refletia-se no engajamento dos outros

funcionários, o que prejudicou a implantação do SGR de forma adequada. O comportamento

de descaso com uso adequado dos dispositivos pode ser verificado pela seqüência de figuras a

seguir.

Page 83: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

82

A bombona para armazenamento dos resíduos de plástico, vista na Figura 92, continha, além

deste RCD, resíduo úmido (água suja) e restos de cerâmica. A Figura 93 mostra resíduos

orgânicos na bombona de um dos pavimentos, sendo esta não destinada para este fim.

Figura 83 - Uso inadequado do dispositivo para segregação do RCD de plástico na obra F, após

implantação do SGR

Figura 84 - Uso inadequado do dispositivo com resíduos orgânicos na obra F após implantação do

SGR

Verifica-se na Figura 94 uma quantidade de resíduos de plásticos maior que a capacidade da

bombona. Ver-se também que este mesmo resíduo plástico ocupa outro dispositivo vizinho,

não especificado para ele. Observa-se na Figura 94 também a bombona de metal com papel e

madeira, além da ausência dos sacos de ráfia.

A Figura 95 demonstra a falta de empenho da equipe de obra, quando a bombona de metal

está sendo utilizada para armazenamento de água utilizada para execução dos serviços na

própria obra.

Figura 85 - Usos inadequados das bombonas não respeitando a capacidade e o tipo de resíduo na obra “F”

Figura 86 - Uso da bombona indicada para resíduos de metal como depósito de água, na obra “F”.

Situação após a implantação do SGR.

Page 84: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

83

Na Figura 96 tem-se o exemplo do descuido com o SGR ao colocar outros materiais da obra

apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização. A ausência de bombonas também foi

constatada na maioria dos pavimentos, como se ver na Figura 97 que ilustram bem a situação

encontrada.

Figura 87 - Outros materiais da obra apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização na obra F

Figura 88 - Ausência de bombonas em vários pavimentos na obra F. Situação após a implantação do

SGR

IV.1.3.2.7. Obra G

A obra G adquiriu todos os equipamentos necessários para a implantação do sistema. As

bombonas foram instaladas em pavimentos alternados juntamente com a marcação do piso

para o armazenamento temporário dos resíduos da Classe A (Figura 98). Já o resíduo de gesso

era armazenado em sacos e então levado pela empresa aplicadora (Figura 99).

Figura 89 - Bombonas instaladas em pavimentos alternados para o armazenamento temporário dos

resíduos da Classe A na obra G

Figura 90 - O resíduo de gesso armazenado em sacos e então levados pela empresa aplicadora. Situação na obra G após a implantação do SGR

Page 85: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

84

Os resíduos de tamanhos maiores, como caixas de cerâmica, eram colocados em pilhas e

transportados para as baias ao final do dia (Figura 100). Apesar do empenho da equipe

houveram falhas pontuais na segregação inicial. Tal fato pode ser observado na Figura 101.

Figura 91 - Resíduos de papelão segregados e transportados para as baias ao final do dia. Situação na

obra G após implantação SGR

Figura 921 - Falhas pontuais na segregação inicial dos RCDs. Situação na obra G após implantação SGR

A Figura 102 mostra bombonas na cozinha, local onde se teve a maior dificuldade na

segregação inicial, devido à falta de empenho das cozinheiras. Na Figura 103 tem-se, em

destaque, o recipiente de resíduos orgânicos do refeitório.

Figura 93 - Bombonas colocadas na cozinha. Situação na obra G

Figura 94 - Recipiente para depósito de resíduos orgânicos no refeitório. Situação da obra G, após a

implantação do SGR.

Page 86: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

85

4.1.3.3 Acondicionamento Final do RCD nos canteiros de obra

A avaliação do acondicionamento final consistia em verificar o nível de resíduos no interior

das baias, identificando se não estava excedente em relação ao volume estabelecido, bem

como se os RCDs chegavam segregados ao local especificado para acondicionamento final,

ainda no canteiro de obra. Dessa forma, com base no formulário de inspeção, se atribuiu uma

nota a cada visita mensal de inspeção.

No Figura 104, tem-se a evolução das notas em relação ao acondicionamento final dos RCDs

nos sete canteiros de obra. Pode-se observar que a maioria das equipes (correspondente às

obras) conseguiu realizar a segregação final do RCD de forma adequada, com exceção da

equipe correspondente à obra F, que recebeu sempre notas muito baixas (4,0) ao longo do

período de monitoramento. Tal fato pode ser explicado pela persistência da equipe

operacional em continuar com os velhos hábitos, apoiado pela falta de comprometimento da

equipe gerencial da obra F.

ACONDICIONAMENTO FINAL

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

1ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita

Visitas Mensais

No

tas

Obra A

Obra B

Obra C

Obra D

Obra E

Obra F

Obra G

Figura 954 - Notas para o acondicionamento final nos canteiros de obra

Analisando o Figura 104, a exceção da obra F, pode-se perceber que houve uma grande

variação das notas atribuídas às obras ao longo do período de monitoramento. Essa oscilação

das notas revela, na maioria dos casos estudados, a dificuldade enfrentada no que se refere a

dar destino aos materiais recicláveis, após a recepção nas baias (acondicionamento final no

canteiro de obra). Este problema de fluxo para os resíduos recicláveis fazia com que as baias

Page 87: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

86

ficassem com a capacidade esgotada, favorecendo que os tipos de materiais recicláveis se

misturassem.

Da mesma forma que foi avaliada nos outros itens do SGR, a Obra F teve também um

desempenho ruim nesta avaliação, sendo o seu mau desempenho atribuído à falta de interesse

da equipe gerencial do canteiro de obra. Deve-se destacar que essa foi a única obra que teve

dois treinamentos e mesmo assim não foi possível conscientizar a equipe sobre a importância

da gestão dos RCDs nos canteiros de obra. O resultado desta obra e das outras seis está

descrito nos itens a seguir.

4.1.3.3.1 Obra A

Inicialmente os resíduos saíam desta obra sem qualquer tipo de segregação dentro da caçamba

estacionária como mostram as Figuras 105 e 106.

Figura 96 - Caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A

Figura 976 - Detalhe da caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A

Após a implantação do SGR foram construídas baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas

cores representativas para cada tipo de resíduo, conforme Figura 107. Na Figura 108 pode-se

observar que o resíduo transportado na caçamba estacionária era apenas o de Classe A, um

cenário muito diferente do apresentado no primeiro momento nas Figuras 105 e 106.

Page 88: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

87

Figura 987 - Baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas cores representativas para cada tipo de

resíduo da Obra A

Figura 998 - Caçamba com RCD depois da implantação do SGR, na obra A

As Figuras 109 e 110 mostram a causa das variações ocorridas nas notas entre uma visita e a

subseqüente. Nas baias há uma grande quantidade de material armazenado, aguardando

recolhimento.

Figura 100 - Baias devidamente sinalizadas para cada tipo de resíduo, na obra A.

Figura 101 - Baia operando além da capacidade de armazenamento de resíduos, na obra A.

4.1.3.3.2 Obra B

Todos os resíduos gerados na obra B eram depositados, antes da implantação do SGR, sem

segregação na caçamba estacionária que era alocada fora do canteiro de obra, por problema de

espaço físico, como mostra a Figura 109.

Page 89: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

88

Figura 102 - Caçamba estacionária alocada fora do canteiro de obra, antes da implantação do SGR, na obra B.

Após a implantação do SGR a empresa adotou as baias e os bags como dispositivos de

acondicionamento final no canteiro de obra, além da caçamba estacionária, somente utilizada

para os resíduos de Classe A.

A Obra B foi a única empresa a optar pelo o uso de bags (Figura 110), devido à falta de

espaço físico para a separação dos RCDs em baias. No entanto, os bags foram utilizados

apenas para materiais leves: papel e plástico.

Figura 103 - Utilização de bags para acondicionar resíduo de papel e plástico no canteiro de obra B, após implantação do SGR.

Seguindo as recomendações dadas, a empresa colocou a caçamba estacionária para dentro do

canteiro de obra, evitando o uso indevido pelos vizinhos do empreendimento para deposição

de resíduos domiciliares dentro da mesma, prática essa bastante comum, que torna o resíduo

de Classe A contaminado (Figura 111).

Page 90: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

89

A obra B também obteve variações nas notas devido ao preenchimento das baias acima de sua

capacidade de armazenamento, chegando a espalhar resíduos no seu entorno e/ou dentro das

outras baias vizinhas (Figura 112). Apesar de todo o empenho da equipe gerencial deste

canteiro, houve muita dificuldade em encontrar destinação adequada para resolver o problema

de fluxo dos materiais recicláveis, a demora no recolhimento ocasionou o acúmulo de

material.

Figura 104 - Alocação da caçamba dentro do canteiro de obra B, após implantação do SGR

Figura 105 - Detalhe da baia com capacidade esgotada para o volume de resíduo na obra B.

4.1.3.3.3 Obra C

Na obra C, como nas apresentadas anteriormente, todo o resíduo produzido na obra era

depositado juntamente na caçamba estacionária, como mostra a Figura 113. Em um segundo

momento, a empresa obteve um desempenho melhor, porém os resíduos de outras classes

ainda chegavam à caçamba em pequenas quantidades, decorrentes da varrição dos pavimentos

(Figura 114).

Page 91: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

90

Figura 106 - Caçamba contendo RCD sem segregação, antes da implantação do SGR, na obra C

Figura 107 - Caçamba com pequenas quantidades de resíduos de outra classe, depois da implantação

do SGR na obra C

A Figura 115 mostra as baias construídas pela empresa, valorizando o recurso das cores por

tipo de resíduo para facilitar a memorização dos trabalhadores, proporcionando uma boa

aparência do local, demonstrando o engajamento da construtora em relação ao cumprimento

do programa piloto.

Figura 108 - Baias cobertas destinadas aos resíduos de Classe B, conforme SGR, na obra C.

A Figura 116 apresenta a baia para os resíduos de gesso devidamente coberta e sinalizada,

com maior proteção ao acondicionamento desse tipo de resíduo.

Page 92: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

91

Figura 109 - Baia para acondicionamento do resíduo de gesso, conforme SGR, na obra C.

IV.1.3.3.4. Obra D

A obra D obteve resultados bastante positivos em relação à segregação do RCD, como um

todo. A empresa já realizava reciclagem do resíduo de Classe A dentro dos serviços da obra,

tendo na segregação inicial dos RCDs importante contribuição neste processo de reciclagem.

Na Figura 117 pode-se ver a forma como eram armazenados os resíduos de classe “A”, e na

Figura 118 as baias, devidamente sinalizadas e cobertas, destinadas ao armazenamento de

materiais recicláveis.

Figura 110 - Armazenamento do RCDs de Classe “A” para reciclagem na obra “D”

Figura 111 - Baias destinadas ao armazenamento de materiais recicláveis da Obra “D”

4.1.3.3.5 Obra E

A equipe da Obra E construiu todos os dispositivos de acondicionamento final descritos no

projeto de Gerenciamento de Resíduos, com exceção da baia para resíduo de plástico, pois

foram utilizados tonéis por opção da empresa, conforme ilustrado na Figura 119. A baia para

Page 93: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

92

resíduo de gesso foi construída em área coberta, atendendo as exigências (Figura 120). As

baias para os outros resíduos foram construídas em outra localização do canteiro de obra,

sendo que apenas a baia para resíduo de papel foi coberta (Figura 121).

Figura 112 - Tonéis para armazenamento de resíduo de plástico no canteiro de obra E

Figura 113 - Baia para acondicionamento do resíduo de gesso da Obra E

A empresa não utilizava caçambas estacionárias para os resíduos de Classe A, pois os mesmos

eram reutilizados como aterro no próprio canteiro de obra. Um dos benefícios para empresa

após a implantação do SGR foi a melhoria na qualidade do material que passou a usar como

aterro, pois antes o material utilizado possuía uma grande quantidade de outros resíduos,

como mostra a Figura 122.

Figura 114 - Baias para acondicionamento de resíduos recicláveis na Obra E

Figura 115 - Reutilização de resíduo de Classe A, para serviço de aterro no canteiro de obra E, antes da

implantação do SGR

Page 94: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

93

4.1.3.3.6 Obra F

As baias da obra F, vistas na Figura 123, foram utilizadas para armazenamento de material da

obra, não por falta de espaço, mas por descaso em relação ao programa piloto de GR por parte

da equipe gerencial. Na comparação entre as imagens vistas na Figura 124 (antes da

implantação do SGR) e na Figura 125 (depois da implantação do SGR), pode-se observar que

não houve esforço para a mudança das práticas no canteiro de obra F, ou seja, a quantidade de

resíduos recicláveis no interior das caçambas é grande nos dois casos. Portanto, a implantação

do SGR não modificou em nada a rotina deste canteiro de obras.

Figura 116 - Baias utilizadas para armazenamento de materiais de construção, na obra F

Figura 117 - Caçamba estacionária antes da implantação do SGR, na obra F.

Figura 118 - Caçamba estacionária após implantação do SGR, na obra F.

Page 95: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

94

4.1.3.3.7 Obra G

A obra G, apesar do espaço limitado no canteiro de obra, procurou realizar a segregação da

melhor forma, construindo baias e explorando bem os recursos de cores por tipos de resíduos

(Figura 126). Essa estratégia tem sido importante para ajudar os funcionários na separação

correta dos resíduos nas respectivas baias e também tem sido utilizada como marketing

ecológico para a empresa.

Figura 119 - Baias com cores diferentes para cada tipo de resíduo, dentro do canteiro de obra G

Na Figura 127 pode-se observar que apesar do esforço da equipe em separar o resíduo desde a

fonte geradora (local onde o serviço foi realizado), a falta de espaço no interior do canteiro de

obra acabou levando a situação em que a caçamba fica instalada no exterior do canteiro, ou

seja, na rua junto à calçada. Esse fato, além de ser uma situação irregular frente ao código de

postura municipal, propicia uma contaminação dos RCDs, pela utilização da mesma caçamba

como depósito para os resíduos orgânicos, de forma clandestina pelos vizinhos ao

empreendimento e transeuntes. Neste caso, todo o trabalho implementado para a gestão

diferenciada dos resíduos de construção dentro do canteiro de obra é desperdiçado, tornando

inviável o material potencialmente reciclável armazenado na caçamba.

Page 96: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

95

Figura 120 - Caçamba colocada no exterior do canteiro de obra G, com RCD contaminado com resíduo orgânico.

4.1.3.4 Destinação Compromissada dos RCDs na saída do canteiro de obra

No Figura 128 observa-se que a maioria das empresas teve oscilações nas notas ao longo do

período de monitoramento, devido a dois principais motivos: a escassez de empresas

licenciadas junto ao órgão ambiental e o não preenchimento, ou mesmo o preenchimento

inadequado do CTR – Controle de Transporte de Resíduos. Este último atribui-se à cultura de

não seguir procedimentos de documentação para os fluxos de RCD, apesar de todas as

empresas terem certificação de qualidade, o que exige uma padronização e documentação dos

processos.

DESTINAÇÃO COMPROMISSADA

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

1ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita

Visitas Mensais

No

tas

Obra A

Obra B

Obra C

Obra D

Obra E

Obra F

Obra G

Figura 121 - Avaliação da destinação dos RCDs na saída do canteiro de obra.

Page 97: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

96

Na região da grande Recife/PE existem poucas empresas cadastradas, no órgão ambiental

CPRH, autorizadas para o transporte de resíduos recicláveis. Tal fato dificulta o transporte e a

destinação adequada dos RCDs gerados pelas construtoras em suas obras. Em virtude da

demora no recolhimento dos resíduos e por falta de espaço no canteiro para armazená-los, os

RCDs foram muitas vezes entregues aos catadores não licenciados, embora, mesmo nesses

casos, o CTR tenha sido emitido. Esta prática, apesar de não ser legalizada, cumpre de certa

forma o papel social da empresa, contribuindo para os rendimentos dos catadores de rua.

A Figura 128 mostra o modelo de CTR adotado pelas empresas, onde se pode ver que existem

as identificações do empreendimento e do coletor dos RCDs, além de constar a quantidade e

os tipos dos resíduos recolhidos, a data e a hora da coleta e a assinatura do coletor.

Figura 122 - Modelo do Controle de Transporte de Resíduos adotado nas obras fonte Obra Limpa

Page 98: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

97

No que se refere aos resíduos de classe A, a grande dificuldade encontrada foi o seu

encaminhamento para o Aterro da Muribeca, único local público licenciado atualmente para

recebimento deste tipo de resíduo, desde que transportados por empresas licenciadas.

As empresas construtoras, procurando garantir que seus resíduos de Classe A tivessem destino

adequado, o que caracteriza destinação compromissada, passaram a exigir comprovante

emitido na entrada do Aterro da cidade, ao receber o resíduo. A partir desta prática, as

empresas coletoras começaram a cobrar um valor mais alto pelas caçambas retiradas das obras

e que seriam destinadas ao Aterro da Muribeca. A Figura 130 mostra o tipo de comprovante

emitido pelo Aterro da Muribeca com a classificação dos resíduos recebidos.

Figura 123 - Comprovante emitido na entrada (balança) do Aterro da Muribeca – Recife/PE.

Algumas obras tiveram soluções criativas e sustentáveis para seus resíduos dentro do canteiro

de obra. A Obra B reutilizava parte dos resíduos de gesso como agregado para reaplicação

deste material no revestimento de paredes. Isto era feito através da trituração deste material

com a máquina apresentada na Figura 131. Além disto, reutilizava os resíduos de classe A

para aterramento de algumas áreas na obra, como mostra a Figura 132.

Page 99: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

98

Figura 1241 - Máquina utilizada para triturar o resíduo de gesso na obra B

Figura 1252 - Reutilização de parte do resíduos de Classe A em aterro de partes da obra B

A obra D utilizava-se de um moinho para trituração dos resíduos de classe A, que eram

reutilizados dentro da obra, principalmente para execução de serviços de contra piso. A Figura

133 mostra o moinho e a Figura 134 o produto gerado após moer o resíduo.

Figura 126 - Moinho utilizado para triturar o resíduo de Classe A na obra D

Figura 1274 - Produto da moagem do resíduo de Classe A reutilizado na obra D

A Figura 135 apresenta os resíduos de Classe A triturados e “separados” em porções

conforme diferentes granulometrias. Utilizando-se do mesmo princípio de reaproveitamento

de resíduos a empresa da obra D confeccionava com restos de gesso, tijolos mestres (guias de

espessura, Figura 136) para revestimento das paredes.

Page 100: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

99

Figura 1285 - Armazenamento do resíduo de Classe “A” separado em granulometrias diversas.

Figura 1296 - Bloco produzido com resíduo de gesso reciclado

4.1.5 Avaliação de custo/benefício para a implantação do SGR.

A estratégia utilizada para avaliar os custos e os benefícios da implantação do SGR no

canteiro de obra foi realizar a quantificação dos resíduos de Classe B, considerando que, após

a implantação do SGR, estes resíduos não ocuparam mais espaço na caçamba estacionária,

utilizada para transporte de resíduos que eram retirados do canteiro de obra. Vale salientar que

foram levados em consideração o custo dos treinamentos, o direito de uso do Sistema obra

Limpa e a hora dos trabalhadores parados. Portanto, como uma análise simplificada,

procurou-se quantificar a economia que a empresa (construtora) obteve com a menor

utilização de caçambas, para retirar RCD do canteiro de obra. Os dados foram levantados a

partir do CTR, embora se saiba que em alguns canteiros de obra havia o preenchimento do

CTR de forma rotineira e em outros não. A seguir, utilizam-se dados de quatro canteiros de

obra para exemplificar a avaliação custo/benefício da implantação do SGR.

As empresas que preenchiam o CTR utilizavam duas unidades de medida de acordo como os

resíduos Classe B eram vendidos ou doados, o volume(m3) ou o peso massa(kg). Para

quantificar os resíduos que estavam em peso em volume, utilizou-se os índices de conversão

utilizados no estudo de Pucci (2005), tal estudo quantificou os resíduos gerados em uma obra

Page 101: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

100

residencial multipavimentos, características semelhantes as obras deste estudo, que implantou

o sistema Obra Limpa na cidade de São Paulo. Para se obter o volume , mutiplicou-se o índice

de conversão do material pelo peso aferido em obra.

A obra A de acordo com a quantificação levantada (Tabela 5) obteve uma geração de 39,84m3

de resíduos de Classe B. Considerando que o custo para a empresa com a caçamba, com

capacidade para 5m3 de resíduos, é de R$70,00 (setenta reais) por caçamba, conclui-se que a

economia da obra “A”, com a menor necessidade de caçambas, foi de R$ 557,76 (quinhentos

e cinqüenta e sete reais e setenta e seis centavos). Como a obra A investiu apenas R$692,30

(seiscentos e noventa e dois reais e trinta centavos) para implantar o SGR em sete meses,

verifica-se que o investimento é praticamente compensado, levando em conta apenas a análise

com o tratamento dado aos resíduos de Classe B.

Tabela 5 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra A

OBRA “A” Resíduos de Classe

“B” Peso kg Volume m3 Índices de

conversão kg/m3 Volume (m3)

Papel 460 - 47,51 9,68 Madeira 51,09 - 3501 0,15

Metal 60 - 1177,51 - Plástico - 30 301 30

Total 39,84 FONTE: Pucci (2006)1

Seguindo o mesmo procedimento para a Obra B, verificou-se que o volume aferido de

resíduos de classe B foi de 130m3 (Tabela 6). Isso representou uma economia com as

caçambas para retirada de resíduos do canteiro de obra da ordem de R$1.825,18 (hum mil,

oitocentos e vinte e cinco reais e dezoito centavos) em seis meses do SGR, cujo custo de

implantação foi de apenas R$ 605,00 (seiscentos e cinco reais). Esta obra incorporou o

preenchimento do CTR como rotina, o que permitiu um levantamento mais preciso dos

resíduos de Classe B.

Page 102: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

101

Tabela 6 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra B

OBRA “B” Resíduos de Classe

“B” Peso kg Volume m3 Índices de

conversão kg/m3 volume (m3)

Papel - 32,67 47,51 32,67 Madeira - 95,63 3501 95,63

Metal - - 1177,51 - Plástico - 2,07 301 2,07

Gesso - - 1000 - Manta asfáltica - 0,72 - -

Total 130,37 FONTE: Pucci (2006)1

Para a obra C o volume de resíduos de Classe B medidos foi de 45,65 m3 (Tabela 7), sendo a

economia com as caçambas de R$ 639,00, em cinco meses do SGR. O custo com a

implantação do SGR neste canteiro de obra foi de R$ 683,60.

Tabela 7 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra C

OBRA “C” Resíduos de Classe

“B” Peso kg Volume m3 Índices de

conversão kg/m3 volume

m3 Papel 800 - 47,51 16,84

Madeira 400 24,5 3501 25,64 Metal 200 - 1177,51 0,17

Plástico 90 - 301 3,00 Total 45,65

FONTE: Pucci (2006)1

Na Obra D foi investido cerca de R$ 313,00, em cinco meses de implantação do SGR e

obteve-se uma economia com as caçambas para retirada dos resíduos de Classe B de cerca de

R$ 193,06. A obra D fazia a quantificação dos resíduos de forma razoável, porém o

quantitativo de resíduos de Classe B foi apenas de 13,79m3, conforme Tabela 8.

Tabela 8 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra D

OBRA “D” Resíduos de Classe

“B” Peso kg Volume m3 Índices de

conversão kg/m3 volume

m3 Papel 644,2 - 47,51 13,56

Madeira - - 3501 0 Metal 270 - 1177,51 0,23

Plástico - - 301 0 Gesso - - 1000 0

Manta asfaltica - - 0,72 0 Total 13,79

FONTE: Pucci (2006)1

Page 103: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

102

Considerando-se o ritmo lento das obras e fazendo-se uma projeção para a geração desse tipo

de resíduo nos meses seguintes da obra “D”, deduz-se que o valor investido no SGR seria

recuperado em 8 meses.

A obra E realizava um rígido controle da saída dos resíduos de Classe B (Tabela 9). O valor

investido para implantação do SGR foi de cerca de R$ 459,10, que foi recuperado totalmente

em pouco mais de dois meses. O valor economizado foi de R$ 1.402,38 em sete meses de

obra.

Tabela 9 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra E

OBRA “E” Resíduos de Classe

“B” Peso kg Volume m3 Índices de

conversão kg/m3 volume

m3 Papel 1150 21 47,51 45,21

Madeira 9,00 3501 9 Metal 25 - 1177,51 0,02

Plástico 12 0,3630 301 0,76 Gesso 44460 - 1000,00 44,46

Manta asfaltica - 0,72 - 0,72 Total 100,17

FONTE: Pucci (2006)1

4.2 Indicadores de Geração de Resíduos - IGR

4.2.1 Demolição

Para determinação do indicador de geração de resíduos de demolição foi analisada a

demolição de três casas. Inicialmente, em visita ao local, se levantou a área a ser demolida e

durante a demolição apropriou-se o volume gerado, através da contagem dos caminhões que

saíram do canteiro de obra e medição dos volumes transportados por caminhão.

De posse dessas informações, juntamente com a área da casa demolida, foi calculado o

indicador de geração de resíduos de demolição por área dividindo-se o peso total dos resíduos

transportados pela área das edificações demolidas, conforme a fórmula:

Page 104: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

103

Ac

RIDEMV =

Onde: IDEMV – indicador de geração de resíduos de demolição por área (m3 / m2)

R – peso total dos resíduos transportados (kg)

Ac – área de construção das edificações demolidas (m2)

Para o cálculo do indicador de geração em peso, foi considerado um peso específico aparente

para o resíduo transportado igual a 1.400 kg/m3:

1400⋅= IDEMVIDEMP

Onde: IDEMP – Indicador de geração de resíduos de demolição por área (kg/m2)

De acordo com o levantamento, as duas casas demolidas tinham uma área total de 1.017,89

m2, sendo que foi gerado um volume total de resíduos em torno de 650 m3. Dessa forma, o

IDEMV – índice de geração de resíduos de demolição por área, obtido foi de 0,64 m3/m2 de

área demolida. Isso corresponde a um IDEMP de 894 kg/m2 de área demolida.

Para a terceira edificação foi efetuado o mesmo procedimento de aferição, levantamento e

cálculos. A área total da edificação demolida era de 1.263 m2, e o volume total de resíduos

aferido foi 830 m3. Neste caso, tem-se um indicador de geração de resíduos de demolição por

área de 0,657 m3/m2 de área demolida. Isso corresponde a um IDEMP de 920 kg/m2 de área

demolida. Dessa forma, calculando-se a média dos dois cálculos de IDEMP, aqui

exemplificados, obtêm-se um valor de 907 kg/m2 de resíduo por área demolida.

Tabela 10 - IDEMP Médio das Obras Demolidas

Referência da Obra

IDEMP (kg/m2)

1 e 2 894 3 920

Média 907

Page 105: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

104

4.2.2 Alvenaria

Inicialmente determinou-se o tipo de tijolo que seria estudado, sendo o escolhido aquele que é

o mais utilizado pelas construtoras recifenses: o tijolo cerâmico de oito furos e dimensões 9

cm x 19 cm x 19 cm. As obras escolhidas eram de empreendimentos residenciais tipo

multipiso. As características das técnicas construtivas adotadas estão expostas na Tabela 10.

Tabela 11 - Quadro de Caracterização do Processo Construtivo das obras avaliadas

Referência da Obra Característica Processo Construtivo 1 2 3 4 5 6

Número de Tijolos (Lote marcado)

600 500 500 500 500 500

Tempo de Observação (semanas) 04 04 03 04 04 04

Tipo de Fornecimento Paletizado Granel Granel Granel Granel Granel

Projeto de Paginação Não Não Não Não Sim Não

As Tabelas 11 a 16 apresentam os resultados obtidos nas Obras 1, 2, 3, 4, 5 e 6,

respectivamente, para o período de monitoramento que foi de quatro semanas. Observa-se que

o valor do IGR variou entre 0,8% e 25,8%, dependendo da semana e da obra. Os resultados

mostram uma grande dispersão, que pode ser relacionada aos procedimentos de assentamento

de tijolos e à mão-de-obra envolvida em cada caso.

Tabela 12 - Índice de Perdas de Tijolos – IPT, na Obra 1

Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana 0 526 12,3

2ª semana 0 560 6,6

3ª semana 0 445 25,8

4ª semana 0 552 8,0

Média -- -- 13,2 NT = 600 tijolos paletizados N1 = número de blocos marcados remanescentes no estoque em cada pavimento N2 = número de blocos marcados assentes na alvenaria executada naquele pavimento

Page 106: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

105

Tabela 13 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 2

Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana 0 416 16,8

2ª semana 0 457 8,6

3ª semana 0 377 24,6

4ª semana 0 429 14,2

Média -- -- 16,1 NT = 500 tijolos a granel

Tabela 14 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 3

Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana 0 458 8,4

2ª semana 114 383 0,8

3ª semana 0 372 25,6

Média -- -- 11,6 NT = 500 tijolos a granel

Tabela 15 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 4

Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana 0 409 22,1

2ª semana 0 482 3,6

3ª semana 0 467 7,0

4ª semana 0 477 4,6

Média -- -- 9,3 NT = 500 tijolos a granel

Tabela 16 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 5

Período N1 N2 IPT (%)

1ª semana 0 472 5,6

2ª semana 0 390 22,0

3ª semana 0 439 12,2

4ª semana 0 460 8,0

média -- -- 12,0 NT = 500 tijolos paletizados

Tabela 17 - Índice de Perdas de Tijolos – Obra 6

Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana 0 472 5,6

2ª semana 0 364 25,0

3ª semana 0 454 9,2

4ª semana 0 426 14,8

Média -- -- 13,7 NT = 500 tijolos a granel

Page 107: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

106

Tabela 18 - IPT Médio das Obras Monitoradas

Referência da Obra

IPT (%)

1 13,2 2 16,1 3 11,6 4 9,3 5 12,0 6 13,7

Média 12,7

Analisando a média da perda de tijolos de 12,7%, observou-se que, apesar da utilização das

novas técnicas construtivas adotadas em algumas das construtoras pesquisadas, as

construtoras recifenses possuem um índice maior que o estudo realizado por Souza (2005),

cujo valor médio encontrado foi de 10%. Em relação aos números britânicos publicados em

Skoyles (1976), de 8%, o indicador de geração de resíduo de Recife/PE apresentou-se 63%

mais alto.

4.2.3 Acabamento

A geração de resíduos dos diferentes materiais analisados neste item foi mensurada

semanalmente, porém como cada obra possuía um ritmo de produção diferente, os cálculos

foram feitos por cômodo e não por semanas.

4.2.3.1 Argamassa de Revestimento Interno

O monitoramento de geração de resíduos no serviço de argamassa de revestimento interno foi

feito em três canteiros de obras, aqui denominadas de obra 9, 10 e 11, respectivamente. A

aferição dos índices foi feita em diferentes cômodos como mostram as Tabelas 18, 19 e 20.

Vale salientar que a aplicação deste material nas obras 9 e 10 foi apenas em áreas molhadas

Page 108: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

107

(cozinhas, banheiros e varandas). Destaca-se também que a argamassa era preparada em

pequenas quantidades e uma nova argamassa só era produzida quando acabava a primeira.

Toda argamassa era utilizada até o término do serviço naquele período, além de haver

proteções no piso (folha de zinco) para reaproveitamento do material que caia no chão.

O índice utilizado como comparativo para este item foi o contido nos estudos de Skoyles

(1976), pois este trata de perda em resíduos não incorporados na construção, ou seja, aqueles

resíduos que saem da obra em forma de RCD.

Na obra 9, segundo a Tabela 19, o índice encontrado foi 5,8%, estando esta obra apenas um

pouco acima dos padrões internacionais, os quais no estudo de Skoyles(1976) são da ordem

de 5%.

Tabela 19 – Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 9

Período Cômodo Área (m2) Resíduo (kg)

IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

1ª semana Cozinha 39,18 21 0,54 2,7 2ª semana Varanda 6,33 18 2,84 14,2 3ª semana Cozinha 39,18 22 0,56 2,8 4ª semana Cozinha 39,18 26,5 0,68 3,4

média -- -- -- 1,15 5,8 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m2

IP1 – índice de perda em peso IP2 – índice de perda relativo

A obra 10 obteve um índice bastante similar à Obra 9(5,7%), obtendo uma diferença de

apenas 0,1%. Ainda analisando a Tabela 20, constatou-se a perda em resíduo de 1,13 kg de

argamassa pronta em resíduo a cada metro quadrado executado.

Observa-se que o valor do IP1 variou entre 0,51 kg/m2 e 2,84 kg/m2 (ou IP2 de 2,6% a

14,2%), dependendo da semana e da obra. Os resultados mostram uma grande dispersão, que

pode ser relacionada aos procedimentos de aplicação da argamassa na alvenaria.

Page 109: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

108

Tabela 20 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 10

Período Cômodo Área (m2) Resíduo (kg)

IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

1ª semana Banheiro - suíte 15,72 8 0,51 2,6

2ª semana Cozinha 22,21 20 0,90 4,5 3ª semana Pavimento

completo 147 65,6 2,24 11,2 4ª semana Cozinha 22,21 26 0,85 4,3

média -- -- -- 1,13 5,7 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m2

A obra 11 utilizou argamassa de revestimento em todos os cômodos do apartamento (Tabela

21), não apenas em áreas molhadas como ocorreu nas obras 9 e 10. Observa-se que esta obra

obteve o menor índice de perda dos três canteiros estudados, devido, possivelmente, à

manutenção da mão-de-obra utilizada no período de avaliação.

Tabela 21 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento – Obra 11

Período Cômodo Área (m2) Resíduo (kg)

IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

Suíte 2 20 27,7 0,72 3,6 Suíte master 19,5 21,4 0,91 4,6

1ª semana

Suíte 1 15,8 26,7 0,59 3,0 2ª semana Suíte 3 9 32,2 0,28 1,4

Sala de estar 2 31,9 0,06 0,3 3ª semana Copa /

Cozinha 3,5 19,2 0,18 0,9 Sala de estar 2,2 43,7 0,05 0,2 4ª semana

Copa / Cozinha 12 61,1 0,19 1,0

média -- -- -- 0,37 1,9 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m2

A Tabela 22 apresenta os valores médios de IP1 e IP2 obtidos em cada obra. Para o universo

das três obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 0,88 kg/m2, que corresponde a uma perda

percentual média de 4,5%, admitindo-se um consumo médio de 1 saco de 20kg/m2 .

Page 110: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

109

Tabela 22 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas

Referência da Obra

IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

9 1,15 5,8 10 1,13 5,7 11 0,37 1,9

Média 0,88 4,5

4.2.3.2 Gesso

Muitos dos canteiros de obras do Recife utilizam gesso para revestimento das paredes,

substituindo a argamassa tradicional, em razão do baixo preço do gesso no mercado local. O

serviço de gesso nas obras estudadas foi executado de forma terceirizada,ou seja, por

empresas contratadas pelas construtoras. Estas empresas trabalham por produção, e como o

gesso tem um baixo custo no mercado, elas preferem preparar uma grande quantidade de

pasta de gesso para uma frente de trabalho, do que perder tempo preparando a pasta em

pequenas porções, mesmo sabendo que haverá geração de muito resíduo desse produto. Este

material, como se sabe normalmente endurece rápido e, portanto, estando em excesso para

uma frente de trabalho, não pode mais ser utilizado tornando-se resíduo.

Nos empreendimentos monitorados, a pasta de gesso foi utilizada não apenas no revestimento

interno de paredes (exceto áreas molhadas), mas também no revestimento dos tetos (exceto

áreas molhadas). Nas Tabelas 23, 24 e 25 são apresentados os resultados obtidos em vários

pavimentos da Obra 17, e em diversos tipos de cômodos nas Obras 18 e 19, respectivamente.

Page 111: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

110

Tabela 23 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 17

Pavimento Área

(m2)

Resíduo

(kg)

IP1

(kg/m2)

14º 782,48 4.550 5,82

13º 782,48 4.350 5,56

12º 782,48 4.240 5,42

11º 782,48 4.150 5,30

10º 782,48 3.740 4,78

9º 782,48 3.940 5,03

8º 782,48 3.590 4,59

7º 782,48 3.490 4,46

6º 782,48 3.590 4,59

5º 782,48 3.390 4,33

4º 782,48 3.390 4,33

3º 782,48 3.500 4,47

2º 782,48 3.280 4,19

1º 782,48 3.180 4,06

Média -- -- 4,78

Tabela 24 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 18

Cômodo Área (m2)

Resíduo (kg)

IP1 (kg/m2)

Quarto 1 40,39 93 2,30 Quarto suíte 46,17 119 2,58

Quarto 1 40,39 133 3,29 Sala 87,42 503 5,75

Quarto 2 47,59 157 3,30 Quarto suíte 46,17 192 4,16

Quarto serviço 32,44 41 1,26 Quarto 1 40,39 133 3,29

Sala 87,42 503 5,75 Quarto 2 47,59 157 3,30

Quarto suíte 46,17 192 4,16 Quarto serviço 32,44 41 1,26

Aptos completos 513,46 2495 4,86 Aptos completos 256,73 753 2,93 Aptos completos 192,08 1841 9,58 Aptos completos 192,08 1128 5,87 Aptos completos 384,16 3000 7,81

Média -- -- 4,20

Page 112: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

111

Tabela 25 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta – Obra 19

Cômodo Área (m2)

Resíduo (kg)

IP1 (kg/m2)

Quarto simples 30,16 192 6,37 Quarto suíte 30,42 123,5 4,06

Sala 15,46 253 16,36 Corredor 2,12 19 8,96

Média -- -- 8,94

A Tabela 26 apresenta os valores médios de IP1 obtidos em cada obra. Para o universo das

três obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 5,97 kg/m2. Se for admitido um consumo

médio de 10 kg de gesso em pó por m2 e um percentual de água incorporada ao resíduo do

gesso de 21% (obtido em ensaios de laboratório), tem-se um índice médio de geração de

resíduo de gesso em pó em peso de 38,7%.

Apenas na Obra 17 foram geradas em torno de 52 toneladas de resíduos de gesso. Este

número é preocupante, tendo em vista as restrições ambientais para a disposição de resíduos

de gesso impostas pela Resolução n° 307 do CONAMA.

Tabela 26 - IP1 Médio das perdas de gesso em pasta nas Obras Monitoradas

Referência da Obra

IP1 (kg/m2)

17 4,78 18 4,20 19 8,94

média 5,97

4.2.3.3 Placas Cerâmicas

Os índices de perdas de placas cerâmicas foram levantados em cinco canteiros de obras em

Recife/PE. O monitoramento das perdas foi feito em cinco diferentes obras. Em cada obra

eram monitorados diferentes cômodos, como mostram as Tabelas de 26 a 30 para as Obras 12

a 16, respectivamente. Apesar de estarem sendo usadas cerâmicas no mesmo padrão 31 cm x

Page 113: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

112

31 cm, as placas apresentavam variações de peso de uma obra para outra. Portanto, foi

admitido para cada canteiro um consumo médio de cerâmica em peso por metro quadrado. As

Tabelas de 26 a 30 mostram as medições feitas nas cinco obras e seus respectivos índices de

perdas em peso e em percentual.

Tabela 27 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 12

Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

Quarto 1 9,79 10 1,02 6,8

varanda 10,02 5 0,50 3,3

média -- -- 0,76 5,1 Foi admitido um consumo médio de 14,9 kg de placa/m2

Tabela 28 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 13

Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2)

IP2 (%)

Quarto 1 10,82 5 0,46 3,4

Quarto 2 8,98 2 0,22 1,6

média -- -- 0,34 2,5 Foi admitido um consumo médio de 13,5 kg de placa / m2

Tabela 29 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 14

Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2)

IP2 (%)

Quarto 1 7,42 2,2 0,30 2,0

Quarto 2 7,80 6,6 0,85 5,7

Sala 20,56 6,5 0,32 2,1

WC social 2,7 1,5 0,56 3,7

Cozinha 13,56 4,6 0,34 2,2

Quarto 1 7,42 5,7 0,77 5,2 Quarto 2 7,8 4,6 0,59 4,0

Sala 20,56 8,5 0,41 2,8 WC social 2,7 2,5 0,93 6,2 Cozinha 13,56 13,8 1,02 6,8 Quarto 1 7,42 9,0 1,21 8,1 Quarto 2 7,8 8,9 1,14 7,7

Sala 20,56 9,1 0,44 3,0 WC social 2,7 6,7 2,48 16,6 Cozinha 13,56 19,2 1,42 9,5 média -- -- 0,85 5,7

Foi admitido um consumo médio de 14,9 kg de placa / m2

Page 114: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

113

Tabela 30 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 15

Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2)

IP2 (%)

apartamento 126 251,4 2,00 12,5

média -- -- 2,00 12,5 Foi admitido um consumo médio de 15,9 kg de placa / m2

Tabela 31 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas – Obra 16

Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2)

IP2 (%)

Quarto Suíte 9,9 2 0,20 1,4 Quarto 1 8,5 4 0,47 3,3 Sala 27,1 5 0,18 1,3 Cozinha / Serviço 13,6 15 1,10 7,6 WC Serviço 1,9 8 4,21 29,0 Quarto Serviço 4,8 1 0,21 1,4 Sala 27,1 21 0,77 5,3 Apt° Completo 81,8 18 0,22 1,5 Apt° Completo 81,8 12 0,15 1,0 Apt° Completo 81,8 40 0,49 3,4 Apt° Completo 81,8 51 0,62 4,3 Quarto 1 8,5 3 0,35 2,4 Sala 27,1 5 0,18 1,3 Quarto Serviço 4,8 1 0,21 1,4 Apt° Completo 81,8 31 0,38 2,6 Sala 27,1 11 0,41 2,8 Quarto Suíte 9,9 0,5 0,05 0,4 Quarto 1 8,5 0,5 0,06 0,4 Quarto 2 10,0 1 0,10 0,7 Sala 27,1 6 0,22 1,5

média -- -- 0,53 3,6 Foi admitido um consumo médio de 14,5 kg de placa / m2

Observa-se que o valor do IP1 variou entre 0,34 a 2,0 kg/m2 (ou IP2 de 2,5% a 12,5%),

dependendo da semana e da obra. Os resultados mostram uma grande dispersão, que deve

estar relacionada aos procedimentos de assentamento da placa cerâmica.

A Tabela 32 apresenta os valores médios de IP1 e IP2 obtidos em cada obra. Para o universo

das seis obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 0,90 kg/m2, que corresponde a uma

perda percentual de 5,9% (IP2). Fazendo um comparativo com índices para cerâmica de

Page 115: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

114

Skoyles (1976), que é de 3%, o índice levantado neste trabalho (Recife/PE) é praticamente o

dobro.

Tabela 32 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas

Referência da Obra

IP1 (kg/m2)

IP2 (%)

12 0,76 5,1 13 0,34 2,5 14 0,85 5,7 15 2,00 12,5 16 0,53 3,6

média 0,90 5,9

Page 116: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES

115

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES

Considerando-se o campo de amostra do presente trabalho, ou seja, os sete canteiros de obra

onde foi implantado o Sistema de Gerenciamento de Resíduos – SGR, observa-se um

resultado final positivo, tendo em conta o índice de adesão de 86% das construtoras com

participação compromissada com a Resolução nº 307 CONAMA e a Lei Municipal

17.072/2005. Os canteiros de obras que obtiveram os melhores resultados foram aqueles, cuja

equipe empenhou-se em realmente seguir os requisitos e exigências do SGR proposto.

A prática de limpeza da área onde acabara de ser executado determinado serviço pelo

trabalhador acabou sendo incorporada na maioria dos canteiros de obra monitorados, na

medida em que se percebeu, nessa prática, importância em relaçãoà boa aparência da obra.

Esta prática de limpeza imediata também facilitou identificar, na seqüência de execução de

serviços no canteiro de obra, a geração excessiva e localizada desses resíduos, numa situação

mais visível, tendo em vista que os resíduos de serviços anteriores passaram a ser rapidamente

retirados do local.

Em relação ao acondicionamento inicial a maioria das obras conseguiu realizar de forma

satisfatória apresentando falhas apenas pontuais, causadas, entre outros fatores, por falta de

atenção, descuido ou mesmo analfabetismo dos trabalhadores, que prejudicou a leitura da

sinalização incorporada ao canteiro de obra.

O acondicionamento final nas baias mostrou-se eficaz, embora tenham ocorrido problemas de

fluxo dos materiais recicláveis (resíduos de Classe “B”) do canteiro de obra para o mercado,

bem como, tenha tido dificuldade para uma logística de transporte destes materiais na saída do

canteiro de obra. Esse fato acabou provocando a acumulação desses resíduos num volume

Page 117: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO V CONCLUSÕES

116

acima da capacidade de armazenamento das baias destinadas ao acondicionamento final (na

verdade, temporário) no canteiro de obra.

O maior problema encontrado por este estudo foi a destinação adequada ou compromissada

dos RCDs. O resíduo de Classe “B”, por exemplo, não possui mercado formal consolidado,

logo a sua coleta é, geralmente, feita de maneira informal por catadores de rua. Essa prática,

pelo fato de o registro de saída do RCD do canteiro de obra não ter valor legal, caracteriza um

ciclo incompleto, pois a construtora não tem garantias de que o resíduo retirado da sua obra

irá realmente para a reciclagem.

As caçambas estacionárias passaram a ser o melhor local para a avaliação do item segregação

dos RCDs como um todo, pois se houvesse algum resíduo que não correspondesse ao da

Classe “A”, ter-se-ia a indicação de que em algum ponto do sistema estava havendo falha na

segregação dos resíduos.

As vigilâncias e a inspeções a cada 30 dias mostraram-se suficientes no período executado.

Apesar de instruir constantemente as construtoras sobre a importância em manterem os

registros da saída dos resíduos, através do preenchimento do Controle de Transporte de

Resíduos - CTR, esta ação era feita de forma muito precária por algumas construtoras, fosse

por esquecimento ou por não estabelecer uma rotina. Os melhores resultados da implantação

do SGR puderam ser mensurados, justamente, naquelas obras onde os controles de saída dos

resíduos foram feitos de forma rotineira.

Através da análise do custo/beneficio da implantação do SGR nos canteiros de obra pode-se

constatar que, em geral, durante os meses de implantação e monitoramento os custos iniciais

devido à implantação do SGR foram compensados financeiramente, por exemplo, pela

economia no número de caçambas contratadas na obra. Algumas obras avaliadas superaram,

em poucos meses, até 3 vezes o valor investido na implantação do SGR.

Page 118: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO V CONCLUSÕES

117

Com relação ao estudo de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR, o valor obtido para o

serviço de Demolição foi de 907 kg/m2. Para o serviço de assentamento de Alvenaria o IGR

médio obtido foi de 12,7%. O IGR encontrado para os Itens de Acabamento estudados foram:

4,5% para Argamassa, 5,9% para Placas Cerâmicas e 47,2% para Gesso.

Enfim, o estudo de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR também foi bastante positivo,

pois se espera ter contribuído para subsidiar a elaboração dos Planos de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil-PGRCC em Recife/PE, que é um dos objetivos deste trabalho.

Sugestões para Trabalhos Futuros

� Avaliar a percepção e a continuidade dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil implantados, conforme este estudo, em canteiros de obra;

� Estudar solução logística para os resíduos recicláveis Classe “B” gerados no setor da

construção civil;

� Estudo sobre a destinação adequada e viável para os resíduos de gesso no Estado de

Pernambuco;

Page 119: Indice de Perdas - Pg 38
Page 120: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 6 REFERÊNCIAS

119

CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro, 2004.

CARNEIRO, Fabiana Padilha. Diagnóstico e Ações da Atual Situação dos Resíduos de Construção e Demolição na Cidade do Recife. 2005. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa,2005. CARNEIRO,Fabiana Padilha; SOUZA, Paula Christyan de Medeiros; GUSMÃO, Alexandre Duarte;BARKOKÉBAS JÚNIOR, Béda; NASCIMENTO, Cristiane F. Análise dos Benefícios gerados pela implantação de um modelo de gestão de resíduos em canteiros de obras de construção civil na cidade do Recife. XI Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído.2006,Florianópolis.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 307 de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 348 de 16 de agosto de 2004. Altera a Resolução CONAMA no 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. RESOLUÇÃO No 275 DE 25 DE ABRIL 2001 Código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva..Diário Oficial da República Federativa do Brasil. GRIGOLI, A. S. Entulho da Obra – Reciclagem e Consumo na Própria Obra que o Gerou. In: Entac2000, Modernidade e Sustentabilidade, VIII Encontro Nacional de tecnologia do Ambiente Construído (Anais), Salvador, 2000

PALIARI, José C. et al. Avaliação das perdas de concreto usinado nos canteiros de obras. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 9., 2002, Foz do Iguaçu. Anais... São Paulo: ANTAC, 2002. CD-ROM.

PINTO, T. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana. 1999. 189p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PCC). São Paulo, 1999.

PINTO,T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos/Departamento de Engenharia Civil,1989.

Projeto WAMBUCO. Manual Europeu de resíduos da Construção de Edifícios. 2002

Page 121: Indice de Perdas - Pg 38

CAPÍTULO 6 REFERÊNCIAS

120

PUCCI, Ricardo Basile. Logística de resíduos da construção civil atendendo a resolução CONAMA 307.2006.137p Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PCC), São Paulo, 2006.

SOILBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: sua incidência e controle. Porto Alegre,1993.Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

SKOYLES, E.R. Material wasrage a misuse of resources. Building Research and Practice, jul./aug.,1976

SOUZA, Paula Christyan de Medeiros Souza;CARNEIRO, Fabiana Padilha; BARKOKÉBAS JÚNIOR, Béda; MONTEIRO, Eliana Cristina Barreto. Identificação da atual da situação ambiental dos resíduos de construção e demolição na Região Metropolitana do Recife. In: VI SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2003, São Paulo.

SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de . Perdas de materiais nos canteiros de obras :a queda do mito. Qualidade na construção, 1998.

SOUZA,Ubiraci Espinelle Lemes de. Como reduzir Perdas nos canteiros - Manual de Gestão do Consumo de materiais de construção civil – São Paulo,PINNI 2005.

RECIFE. Decreto nº 18.082, 13 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 15 fev. 2004.

RECIFE. Lei nº 17.072, de 04 de janeiro de 2005. Estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/diariooficial>. Acesso em: 15 jan. 2005.

VIANNA, Marcelo Drugg Barreto & VERONESE, Gilberto.Políticas Ambientais empresariais.Revista de administração pública.Rio de Janeiro,pp 123-144, jan./mar 1992.

ZORDAN, Sérgio Eduardo. Fichas Técnicas - Entulho da industria da construção civil. São Paulo, maio 2000. Disponível em: <http://www.reciclagem.pcc.usp/artigos1.htm>. Acesso em: 24 nov. 2004.

Page 122: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

121

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE

EDIFICIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE

APÊNDICES

Page 123: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

122

APÊNDICE I

Obra A – Levantamento de Informações

Page 124: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

123

Page 125: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

124

APÊNDICE II

Obra B – Levantamento de Informações

Page 126: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

125

Page 127: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

126

APÊNDICE III

Obra C – Levantamento de Informações

Page 128: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

127

Page 129: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

128

APÊNDICE IV

Obra D – Levantamento de Informações

Page 130: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

129

Page 131: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

130

APÊNDICE V

Obra E – Levantamento de Informações

Page 132: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

131

Page 133: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

132

APÊNDICE VI

Obra F – Levantamento de Informações

Page 134: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

133

Page 135: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

134

APÊNDICE VII

Obra A - Planejamento

Page 136: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

135

Page 137: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

136

APÊNDICE VII

Obra B – Planejamento

Page 138: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

137

Page 139: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

138

APÊNDICE VIII

Obra C – Planejamento

Page 140: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

139

Page 141: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

140

APÊNDICE IX

Obra D – Planejamento

Page 142: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

141

Page 143: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

142

APÊNDICE X

Obra E – Planejamento

Page 144: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

143

Page 145: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

144

APÊNDICE XI

Obra F – Planejamento

Page 146: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

145

Page 147: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

146

APÊNDICE XII

Obra G – Planejamento

Page 148: Indice de Perdas - Pg 38

ANEXOS

147