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1 > DESIGN GRÁFICO Bernardo Campos Tomás Reis Profª Manuela Henriques Profª Isabel Sabino > COORDENAÇÃO E > REVISÃO DE TEXTO Profª Catarina Guerreiro > APOIOS Conselho Executivo _COLABORADORES > ALUNOS Ana Lima Ana Loureiro Andreia Alexandre Bruno Portugal Bernardo Campos Catarina Capelo Catarina Freitas Cláudia Soares Fátima Filipe Guilherme Moura Inês Vitorino Inês Oliveira João Godinho Leonor Ferreira Maria Ferreira Maria Inês Antunes Maria Teixeira Mariana Farinha Mónica Correia Patrícia Soares Rita Duarte Rita Esteves Rodrigo Cotrim Tomás Reis >PROFESSORES Alcina Nieves Ana Isabel Faria Angelina Fortes Isabel Sabino Isabel Perieira Lucrécia Costa Lurdes Simões > CAPA Cristóvão Bento indice Entrevista ao Pianista Domingos António Semana Cultural www.esvf.net Blogue BECRE deleitura.blogspot.com InFERNO XXI CONCURSO DE CARTAZES Semana Cultural: Dizer Pessoa Prémios de Escrita Criativa Artes p/ Artes Arte Urbana Gincana Cultural Laboratório Aberto Projectos Memorial do Convento A Lei do Mais Apto Casa da Música Serralves A Livraria Lello Traços Racismo e Homofobia Visitas Escritas Celebrar a Escola Entrevista realizada por Inês Oliveira, Maria Ferreira, Mª Inês Antunes e Mónica Correia

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    > DESIGN GRÁFICOBernardo CamposTomás ReisProfª Manuela HenriquesProfª Isabel Sabino

    > COORDENAÇÃO E> REVISÃO DE TEXTOProfª Catarina Guerreiro

    > APOIOSConselho Executivo

    _COLABORADORES

    > ALUNOS

    Ana LimaAna LoureiroAndreia AlexandreBruno PortugalBernardo CamposCatarina CapeloCatarina FreitasCláudia SoaresFátima FilipeGuilherme MouraInês VitorinoInês OliveiraJoão GodinhoLeonor FerreiraMaria FerreiraMaria Inês AntunesMaria TeixeiraMariana FarinhaMónica CorreiaPatrícia SoaresRita DuarteRita EstevesRodrigo CotrimTomás Reis

    >PROFESSORESAlcina NievesAna Isabel FariaAngelina FortesIsabel SabinoIsabel Perieira Lucrécia CostaLurdes Simões

    > CAPACristóvão Bentoindice

    Entrevista ao Pianista Domingos António

    Semana Cultural

    www.esvf.netBlogue BECREdeleitura.blogspot.com

    InFERNO XXI

    CONCURSO DE CARTAZES

    Semana Cultural:Dizer PessoaPrémios de Escrita CriativaArtes p/ ArtesArte UrbanaGincana CulturalLaboratório AbertoProjectosMemorial do ConventoA Lei do Mais AptoCasa da MúsicaSerralvesA Livraria LelloTraçosRacismo e HomofobiaVisitasEscritasCelebrar a Escola Entrevista realizada por Inês Oliveira, Maria Ferreira, Mª Inês Antunes e Mónica Correia

  • 2

    SEMANA CULTURAL

    Pessoa(s)Quem são estas Pessoa(s)?

    As professoras, Alcina Neves, Lurdes Simões e Lucrécia Costa organizaram com os seus alunos do 12ºano uma exposição de trabalhos sobre Fernando Pessoa que serviu de cenário a um conjunto de pequenas representações e a um recital de poesia de Fernando Pessoa com acompanhamento musical.

    Convidamos os leitores a descobrir...

    2009

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    Entrevista a Alberto Caeiro

    Alberto Caeiro e Ofélia Queirós, a namorada de Fernando Pessoa

    Gonçalo Mateus

    SEMANA CULTURAL 2009

    DizerFernando Pessoa

    André Matias, num belo solo de violoncelo acompanhou os poemas

    de Pessoa ditos por Diogo Almeida e Gonçalo Mateus

    Sorrisos de satisfação

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    O José Pedro Menano recitou Pessoa e Francisco Santos acom-

    panhou à guitarra

    João Gaspar cantou Fernando Pessoa, o poema “Abdicação”, acompanhado à guitarra por Nelson e Pedro Vieira.

    Muitas pessoas para ouvir Pessoa

    SEMANA CULTURAL

    2009

    DizerFernando Pessoa

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    SEMANA CULTURAL 2009

    ConcursoPessoana Mínima

    Como vem sendo tradição , organizou-se mais uma vez o concurso sobre o

    nosso maior poeta do século XX.

    Este ano, congratulemo-nos, houve muitos participantes...

    Tirava-se um verso e era preciso reconhecer se fora escrito por

    Pessoa ortónimo, ou um dos seus heterónimos

    Neste concurso, muitos alunos mostraram que conhecem bem os versos de Fernando Pessoa e dos seus Heterónimos

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    Primeiro prémio: Catarina Gomes Segundo prémio: João MarecosTerceiro prémio: Tomás Reis

    SEMANA CULTURAL

    2009

    Vencedores do Concurso Pessoana Mínima:

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    SEMANA CULTURAL 2009

    Andreia Alexandre no papel de Alberto Caeiro

    “À Conversa com…Alberto Caeiro”Peça escrita e interpretada por Maria Teixeira eAndreia Alexandre

    Manhã de 9 de Outubro de 1914. Terreiro do Paço, Lisboa.Ofélia da Gama Côrte-Real, esposa de Antero Vas-concelos Côrte-Real – conde de Montreal – passeia com os seus filhos, na companhia da sua aia.Filha de fazendeiros de bom-nome, desde sem-pre ligada ao campo, cita poesia de um tal Alberto Caeiro…Ofélia (passeando até que encontra um banco de jardim onde se senta): «Saúdo-os e desejo-lhes Sol, / E chuva, quando a chuva é precisa. / E que em suas casas tenham/ Ao pé de uma janela aberta/ Uma cadeira predilecta / (Caeiro aproxima-se e evoca ao mesmo tempo) Onde se sentem lendo os meus versos».

    Também se interessa por poesia bucólica…

    Alberto Caeiro: «Saúdo todos os que me lerem, / Tirando-lhes o chapéu largo» (cumprimenta Ofélia, tirando o chapéu)

    Ofélia (bruscamente, abanando o leque): Não me parece adequado uma senhora e um cavalheiro ser-em vistos juntos assim sozinhos, num jardim… Sabe, incentiva a má língua… (num sorriso atrapalhado, cumprimenta uma senhora que passa por si)

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    (de repente, apercebe-se de que falava com Alberto Caeiro) Perdão? O senhor é….

    Alberto Caeiro: Alberto Caeiro, moça!

    (Ofélia estende a mão, mas Caeiro compreende tal gesto e observa apenas a mão estendida) Ofélia: Encantada…!

    Alberto Caeiro: Então….a moça gosta de poesia?

    Ofélia: Bom, penso que…

    (Caeiro, interrompe imediatamente)

    Alberto Caeiro: «Pensar incomoda como andar à chuva/ Quando o vento cresce e parece que chove mais»!

    Ofélia: Sim, aprecio bastante! Sabe, ultimamente tenho lido muito os seus versos. Já fazem parte do meu quotidiano….

    (Pausa. Ofélia, olhando para Caeiro de alto a baixo, pergunta num tom de voz irónico:)Mas diga-me uma coisa… O senhor é mesmo um…guardador de rebanhos?

    Alberto Caeiro: «Eu nunca guardei rebanhos, / Mas é como se os guardasse / Minha alma é como um pastor»!

    Ofélia: Sabe que andam para aí rumores…? Dizem que o senhor escreveu os seus quarenta e nove poemas num único dia, veja lá! (ri-se num tom alto) Como se isso fosse possível!

    Alberto Caeiro: Foi num dia de inspiração…

    Ofélia: Não posso crer… Então é mesmo verdade o que dizem! Vejo quão ligado está ao campo, à paisa-gem, às sensações…Enfim, a toda a natureza! A sua poesia transmite-o…

    Alberto Caeiro (bruscamente): «A Natureza é partes sem um todo»! Há-de um dia destes correr pelos campos até ficar sem fôlego e ouvir o chilrear dos pássaros e sentir o vento e o calor do Sol e ver o out-eiro lá ao longe, muito pequeno, como uma borboleta quando entra pela janela.

    Ofélia: Tão bonito!... O senhor fala com escreve, sente o que diz! Deixa-se levar ao sabor do vento, do sol, das árvores, dos pássaros… Não se preocupa com horas, com tempo, com pensamentos. Vive! Mas diga-me uma coisa… O senhor, como poeta que é, presente apenas nas folhas de alguns…que ambições tem?

    Alberto Caeiro: «Não tenho ambições nem desejos, / Ser poeta não é ambição minha / É a minha maneira de estar sozinho». «Escrevo versos num papel que está no meu pensamento / sinto o cajado nas mãos (bate com o cajado no chão) / e vejo um recorte de mim». Escrevo o que sinto e vejo e não aquilo que penso!

    Ofélia: «Pensar incomoda como andar à chuva» …

    Alberto Caeiro: E torna-nos pobres, porque a nossa única riqueza é ver, é olhar, é reparar…

    SEMANA CULTURAL

    2009

    “À Conversa com…Alberto Caeiro”Peça escrita e interpretada por Maria Teixeira eAndreia Alexandre

  • 9Maria Teixeira no papel de Ofélia Queirós

    “À Conversa com…Alberto Caeiro”Peça escrita e interpretada por Maria Teixeira eAndreia Alexandre

    Ofélia: O senhor sempre viveu no campo, não é verdade?

    Alberto Caeiro: Sim, mas sou cá de Lisboa. Sabe, a cidade tira-nos o sol, o horizonte, a paisagem, a beleza… «As casas fecham a vista à chave e tornam-nos pequenos, porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar.»

    Ofélia: Sim…A vida na cidade é tão diferente da vida no campo…E eu sinto-me presa aqui…É tudo tão diferente de mim! (tira um lenço da mala para limpar as lágrimas)

    Alberto Caeiro: «Tudo é diferente de nós, e por isso é que tudo existe»!

    Ofélia: É verdade…Por isso é que me identifico com os seus poemas, consigo! «Para quê pensar com a cabeça? Pensemos com os olhos, com os ouvidos, com as mãos, com os pés, com o nariz e com a boca»!

    Alberto Caeiro: Sabe uma coisa, moça? Quando me sinto triste, «deito-me ao comprido na erva e fecho os olhos. Sinto todo o meu corpo deitado na realidade. Sei a verdade e sou feliz» … (despede-se com um toque no chapéu)

    (Ofélia senta-se novamente no banco e continua a ler, quando de repente se lembra…)Ofélia: Meninos venham! Já está na hora!

    (Alberto Caeiro, olhando para trás, pergunta-se)Alberto Caeiro: Hora! O que é a hora na realidade?

    SEMANA CULTURAL 2009

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    Escrita

    Criativa

    Como tem sido habitual, desde há oito anos, a sala B3 esperava

    os que gostam de escrever, com múltiplas sugestões em Portu-

    guês, Francês e Inglês.

    1º Prémio Tal como Atena planeou, Ulisses chegou sem mais nenhum contratempo a Ítaca. A sua alma ficou feliz ao rever, após tantos anos de Odisseia, o seu filho Telémaco, que tinha deixado ainda recém-nascido, e a sua mulher Penélope. No entanto, enfureceu-se quando viu todos os pretendentes a cortejar a sua es-posa, porque não a amavam, só queriam ser o Rei de Ítaca. Ulisses vingou-se, mais tarde, matando todos os que galantearam Penélope. Foi de novo proclamado Rei, e a ordem foi finalmente restabelecida. Os anos passaram pacificamente e Ítaca prosperou com o sábio Ulisses como seu rei, e este, outrora um homem jovem, forte e belo, envelheceu. Continuava belo, porque todas as noites a deusa Atena lhe encaracolava os cabelos, mas Ulisses sentia que os seus dias chegavam ao fim. Não conseguia parar de pensar na aventura vivida anos antes, e todos os dias lhe invadia o pensamento a memória do tempo passado na ilha de Circe. Decidiu que tinha que ver a feiticeira outra vez antes de morrer. Despediu-se da sua mulher e filho, e embarcou rumo à ilha de Circe, sem antes coroar Telémaco como Rei de Ítaca. Após muitos dias de navegação, avistou as belas praias de areia fina e branca, e deitou a âncora ao largo da ilha. Ao desembarcar na praia, viu que estava outra embarcação atracada. Era um barco diferente de todos os que havia visto até então. Era

    de pequeno porte, mas tinha mastros e velas três vezes maiores do que os dos barcos gregos. As velas eram triangulares e tinham uma grande cruz vermelha. Enquanto Ulisses admirava a embarcação, saíram de dentro dela homens estranhos, estrangeiros. Vestiam-se de forma diferente: em vez das túnicas de lã, vestiam sumptuosos fatos de veludo e ouro. Era claro para Ulisses que homens em vestes tão luxuosas não podiam ser homens: eram deuses. Lançou-se aos pés do estrangeiro que se vestia mais ricamente e rogou preces. Quando se apercebeu de que os homens estranhos não o compreendiam, pediu ajuda à deusa Atena, que prontamente apareceu e fez com que todos se entendessem mutuamente. Ulisses falou primeiro: - Sou Ulisses, filho de Laertes. Venho de Ítaca. Quem são vocês, ó homens estrangeiros? Foi o homem de roupas mais ricas quem lhe respondeu: - Sou Vasco da Gama, e esta é a minha tri-pulação. Vimos do reino longínquo de Portugal, onde todas as tuas aventuras são conhecidas e veneradas. - Estranha-me que a Odisseia de um homem humilde como eu seja famosa numa terra que é tão longe. - Mas é, Ulisses! Passámos por aventuras semelhantes às tuas, e tentamos ter a coragem que tu tiveste, para regressarmos às nossas mulheres e filhos. - Contem-me a vossa história, estrangeiros, para que possa saber o que vos traz a esta ilha. - Saímos de Lisboa, cidade por ti fundada, rumo à Índia. Desde o início da nossa viagem que sofremos contratempos. Tal como Posídon se virou contra ti por lhe teres cegado o filho, também Baco, ou Dionísio, se mostrou contra a nossa viagem, por temer perder

    SEMANA CULTURAL 2009

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    Escrita

    Criativa

    2º Prémioo seu poder no Oriente. Tal como tu lutaste contra o ciclope, nós enfrentámos o gigante Adamastor. Foram ainda mais os infortúnios que tivemos que ultrapassar, mas com a ajuda dos belos, Marte e Vénus, por ti co-nhecidos como Ares e Afrodite, conseguimos chegar à Índia. Estávamos de viagem de volta a Lisboa, quando nos perdemos e viemos ter a esta ilha. Foi nesse momento que apareceu Circe: - Voltaste para me ver uma derradeira vez antes da tua morte, Ulisses? - É como o dizes, Circe, mas, antes, preciso que ajudes estes corajosos estrangeiros a encontrar de novo o seu rumo para regressarem a casa. Bem sei que tens que ter um feitiço capaz de tal coisa. Circe pensou, fez muita feitiçaria, e finalmente declarou: - Sei de uma forma de os fazer regressar ao local e ao tempo onde a sua pátria se encontra, mas os deuses cruéis exigem que um humano se sacrifique. - Não fales mais, Circe, que eu morrerei de bom grado pela segurança destes bons homens. Apesar das inúmeras oposições de Vasco da Gama, Circe, com lágrimas nos olhos, matou Ulisses, o de mil ardis. Gama, conhecedor dos costumes gre-gos, preparou para o herói um funeral digno. Armou uma fogueira e colocou sobre os olhos do morto duas moedas, para que o barqueiro Caronte transportasse a sua alma. Quando pegou fogo à fogueira, suspirou: - Adeus para sempre, homem da dupla morte. Que os deuses permitam a tua entrada no Olimpo! E, assim, partiram os portugueses da ilha de Circe.

    Margarida Saramago

    Sentado na sala, Paulo sentia-se frustrado. O Mundo tinha desistido dele... Só lhe apetecia desaparecer no meio de vegetação desconhecida. Desde aquele incidente no seu antigo emprego como vendedor de cachorros quentes no Jardim Botânico, nunca mais recuperara o seu optimismo.Calma e nostalgicamente contemplava o seu singelo jardim de cactos, dando uns goles no seu copo de brandy de ’78. Ao longe, ouvia o uivar roufenho da grafonola a tocar Modern Jazz Quartet que o deslo-cava num transe para um vastíssimo mato, com as mais bizarras e belas espécies de flora. Enquanto Paulo desaparecia nesta paisagem, a imagem de sua casa dissipava-se lentamente no horizonte... As cores, mais vivas... O cheiro, mais intenso... O ar, mais puro... O sussurrar das árvores e arbustos, mais inteligível. Paulo só via cactos, flores, arbustos, árvores e musgo. Todos emanavam harmonia perfeita. Alguém lhe dizia: “Fica... Deixa-te estar aí... Vai correr tudo bem:”Um perfume intenso chamava-o para aqui. Começou a sentir os pés mais perto da Mãe-Terra, a penetrar o solo, a sentir a humidade cálida do chão. Finalmente, sentia-se completo, em paz consigo próprio, com Deus. Criara raízes.No dia seguinte, a irmã de Paulo encontrou-o morto na sua sala, contemplando esse belo jardim, ladeado pelos cacos do seu último copo. Vítima de insuficiência renal... JoãoViotti

    SEMANA CULTURAL 2009

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    Dedicada a Alguém.

    Deixaste de vez tudo... dentro daquelas quatro paredes,Não hesitaste em guardar tudo o que mais estimavasOu aquilo a que mais davas valor,As pequenas coisas que tinham memórias agarradasTinham um odor que te lembrava do passado,Mas, mesmo assim, guardaste tudo à pressa e fechaste a porta.

    Olhas de relance uma última vezPara o teu lar, passa uma leve brisa.E percebes que aquele lar onde vives nao é a tua casa.Lágrima derramada?Deixas as chaves em cima da mesa,Porque não precisarás mais delasE , mais uma vez, saíste e fechaste o portão, apesar das vozes te pedirem o contrário, pedirem para não ires.

    Saíste. Doce e saborosa liberdade!Desceste as escadas com fogo e asas nos pés.Vozes ecoavam de novo para voltares,Mas tu só agarraste com mais força a mala de memórias.E o teu peso naquele momento era nulo, corrias sem fugir,Pois os que fogem têm remorsos e pesadamente correm,Mas tu, não.Tu saíste, deixaste e correste livremente em direcção ao Mundo.E ainda hoje procuras a tua verdadeira casa.

    Il n’existe pas de soleilSi tu n’es pasIl n’existe pas d’airSi tu n’es pas iciIl n’existe pas de tempsSi tu n’es pas avec moiIl n’existe pas de vieSi tu n’es pas en ma vieIl n’existe ni rien, ni personne,ni voiture, ni nourriture...Si tu n’es pas ici avec moi!

    Escrita

    Criativa

    3º Prémio

    Prémio

    de Francês

    Inês Victorino Sara Martins

  • 13

    TEATRO NA VERGiLIO FERREIRA

    As turmas de 9º ano trabalharam ao longo do primeiro e segundo períodos o projecto” Ler, Escrever e Rep-resentar Ainda é + Divertido”. Inicialmente, leram o livro “ O Nosso Clube de Teatro” de Margarida Fonseca Santos, que esteve presente num debate realizado no CRE no primeiro período.Depois, partindo do estudo da peça” Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, os alunos escreveram a peça colectiva, “ Inferno XXI” .

    INFERNO XXI

    SEMANA CULTURAL 2009

  • 14

    Durante a Semana Cultural, a escola vibrou com o espectáculo que foi considerado muito crítico da actu-alidade e muito criativo na sua concepção.Aos alunos do 9ºano e à sua professora de Português, Ana Isabel Faria, agradecemos todo o esforço e em-penho na apresentação desta peça.Na Feira das Expressões, dinamizada pela Junta de Freguesia de Carnide,no dia 4 de Junho, haverá nova apresentação. Não faltem!

    TEATRO NA VERGiLIO FERREIRA

    INFERNO XXI

  • 15Professores e alunos estiveram muito atentos...

    Luísa Cunha, artista plástica

    No mês passado realizou-se no âmbito da semana cul-tural, a conferência “Artes por Partes”. Realizada no CRE, com a colaboração da Prof. Isabel Sabino e de um grupo de Área de Projecto da turma 12º 9ª.A conferência contou com a presença do curador Miguel Wandschneider e da artista plástica Luísa Cunha. Es-tes dissecaram, e posteriormente reorganizaram, as artes, numa tarde, fazendo “ziguezagues” em diversas questões como “o papel do curador na cena artística” ou o “papel do dadaísmo no inicio do séc. XX”.Conseguimos, portanto, ficar com uma visão geral do que é o fazer artístico, o seu valor, e o seu papel na sociedade, visto por três ângulos diferentes (o de um curador, o de uma artista e o do espectador – uma visão paradoxalmente esquecida).E é por isso que eu penso, que seria importante se se realizassem mais conferências na escola, porque es-tas dão-nos uma visão diferente (talvez, mais prática) da realidade nas diferentes actividades, sejam elas, culturais, económicas ou políticas.O único aspecto negativo a referir, foi a falta de adesão por parte dos meus colegas, que é aliás, o grande problema colocado quando se realizam este tipo de iniciativas, será falta de interesse ou de divulgação.

    Artes POR

    Partes

    Rodrigo Cotrim

    SEMANA CULTURAL 2009

  • 16

    Miguel Wandschneider, curador da Culturgest

    Da entrevista ao curador da Culturgest, Miguel Wandschneider, recolhemos opiniões de quem sabe de Arte...

    “...não há uma definiçãoessencialista do que é a arte.” “Não é possível definir a arte,a arte é aquiloque num determinado campoé definido como arte.” “No contexto da arte,aquilo que é definidocomo arte, é arte.” “...todos os dias tropeçamosna arte...” “A arte tem códigos,tem história,tem uma série de agentes;os artistas em primeiro lugar,mas também críticos de arte,mas também seleccionadores,mas também galerias,mas também curadores,mas também conservadores de museu,e tem um público; um público mais chegadoum público mais afastado,um público mais episódico,um público mais regular;tudo isto constitui o contexto da arte,onde o curador se move.” “Sem conhecer aprofundadamentea história deste território (...) o curadorestá desamparado.”

    “O acto de expornão é um acto neutro.O espaço de exposiçãonão é apenas um veículo neutrosó para o trabalho de um ou mais artistas.Não é um recipientesem consequências na relaçãoque o público estabelece comas próprias obras de arte. O facto de se exporuma obra de arte ao lado de outra,tem consequências em termos de leitura,de interpretações,de associações,de jogos de associações,apartir de diferentes aspectos;pode ser apartir do conteúdo,pode ser apartir das questões que as obras levantam,pode ser apartir de semelhanças formais,pode ser apartir de muitas coisas...Do mesmo modo, que numa exposiçãose promovem aproximidades e semelhanças,também se produzem afastamentosentre obras;as obras que são afastadasnão estão necessariamente desligadasumas das outras; pode ser uma maneirade construir um ritmo na exposição,de construir ecos, de costurar a exposição...construir uma exposição como uma teiaou uma trama de relações.”

    Artes POR

    Partes

    Bruno Portugal

    Catarina Freitas

  • 17

    Projectos

    Arte Urbana

    Pintura de um Mural concedido pela Junta deFreguesia .Projecto integrado no projecto “Março é Juventude”.GRAFFITI colectivo feito por um grupo de “Writers” convidados pelos alunos, sendo alguns deles de renome nacional.

    Responsabilidade: Professora Isabel Sabino e alunos do 12º 9ª,Cristóvão Bento,Catarina Capelo, Filipa Paixão

    SEMANA CULTURAL 2009

  • 18

    O Homem e o Fogo

    A Catarina, a Filipa e o Renato com o épico convidado

    Os autores da mostra de Arte urbana e os “Tektonik’s friends”

    Arte Urbana

    O pessoal esperava para ver...

  • 19

    Gincana Cultural

    ”matemática com o quadro interactivo” ”Artes e imagens”

    ”Perdido na Net”

    ”Era uma vEz ...” ”Afinar a pontaria”

    A Gincana Cultural é uma tradição da semana cultural desta escola em que todas as disciplinas criam provas específicas. Foi criada pela professora Cristina André do conselho executivo e há mais de dez anos se realiza nesta escola.

    ”Ovos flutuantes”

    SEMANA CULTURAL 2009

  • 20

    ”Vamos viajar”

    ”Le Français c’est super!”

    “mwwwwwwaisportuguês.pt”

    ”Europa na tua vida”

    ”a pensar se vai longe...” ”English is fun”

    ” Biologia Geologia/ Por um mundo melhor” Os mais velhos controlaram algumas provas

    Gincana Cultural

  • 21

    O laboratório aberto foi uma iniciativa que teve lugar na semana cultural, no dia 19 de Março e contou com a colaboração dos alunos de Ciências, sugerida pela professora de Física e Química A, Angelina Fortes, no âmbito do Projecto NH3 – A supermolécula! Os alunos de turmas de Ciências, 11º4ª e 11º5ª, pretenderam mostrar quais as actividades prático-laboratoriais habituais no laboratório, desde o sétimo ao décimo primeiro ano de escolaridade, bem como o modelo da molécula de amoníaco criado e idealizado por cada aluno. Para tal, tentámos reunir algumas experiências que fossem mais curiosas e divertidas, para aliciar os outros estudantes. Cada aluno ficou responsável por uma actividade, tendo que executá-la e explicá-la aos nossos visitantes.

    Contámos, também, com a participação do professor Américo Valério e dos seus alunos de Física, da Turma 12º1ª, que apresentaram algumas actividades curiosas, nomeadamente, a que implicava colocar as mãos na massa!! Antigos alunos deste professor, que frequentam o Instituto Superior Técnico, trouxeram experiências interessantes, uma das quais relacionada com o magnetismo. Pelas reacções dos alunos das diferentes áreas de estudo, penso que o objectivo de abrir a nossa área ao público, por vezes, um bocadinho marcada por ser de “marrões”, foi concretizado, já que muitos alunos ficaram muito incentivados e surpreendidos com o que fazemos nas aulas práticas de Física e Química A e de Física.

    Laboratório Aberto, Ciência Para Todos

    Rita Esteves

    SEMANA CULTURAL 2009

  • 22

    Alunos e alunas mais velhos mostram aos mais novos como a

    ciência está presente no nosso dia- a dia. Alguns antigos alunos vieram colaborar

    O prof. Américo Valério mostra que a ciência está ao alcance de

    todos

    Laboratório Aberto, Ciência Para Todos

  • 23

    A Barraquinhada Saúde

    No âmbito da disciplina de Área de Projecto, foi-nos possível realizar a campanha “Barraquinha da Saúde”. Tivemos a colaboração de uma enfermeira do centro de saúde de Benfica, Enfª Paula Silva e da Junta de Freguesia de Carnide, que nos forneceu uma tenda para a construção da barraquinha. Assim, pudemos sensibilizar os alunos da Escola Secundária de Vergílio Ferreira para o tema da sexualidade.

    Passámos a informação através de folhetos, visionamento de power point e cartazes de modo a esclarecer dúvidas sobre a sexualidade.

    Obtivemos uma resposta positiva por parte dos jovens da ESVF e até dos professores.

    Organizámos também uma palestra sobre saúde, realizada pela psicóloga Rita Seixas, com os temas “Sexualidade” e “Relações na Adolescência”, dirigida às turmas 11º5ª e 12º5ª e obtivemos uma boa adesão por parte dos alunos.

    O objectivo destas iniciativas foi alertar os jovens da nossa escola sobre temas importantes da sua saúde e sexualidade, assim como realizar a parte prática do nosso projecto “Como estou Senhor Doutor”.

    Carolina Gomes, Joana Duarte

    Joana Mendes, Joana Lagarto e Patrícia Soares

    Projectos

  • 24

    No âmbito da disciplina de área de projecto, as alunas Fátima Filipe e Ana Mafalda Castelão, do 12º 9ª, estão a desenvolver o tema “Pobreza na Serra Leoa”. Como tal, para divulgarem o seu trabalho, os graves problemas de pobreza em África, o apoio das organizações neste continente e a existência de crianças-soldado na Serra Leoa e noutros países, organizaram uma conferência cujo tema foi “Pobreza em África”.

    Na conferência estiveram presentes, uma representante da Unicef, a Dra. Mª Rosa Coutinho e uma representante da AMI, a Dra. Ilda Costa.

    A conferência contou com a presença de vários elementos da comunidade escolar e realizou-se no dia 20 de Março de 2009.

    Pobreza naSerra Leoa

    Mãe ÁfricaUm grupo de alunos da turma 12º ªconcebeu

    oprojecto de realizar uma escultura de homenagem aos povos africanos que reabilitasse o espaço urbano junto à escola. Com o apoio da Junta de Freguesia de Carnide, tudo se concretizou.

    Aqui está o resultado final !

    Os artistas em acção...

    Helena Fonseca, Maria Matos, Marta Ferreira, Marta Soares e

    Fernando Pereira

    Projectos

  • 25

    Quem nunca pensou na Maçonaria como mística, satânica ou simplesmente uma coisa estranha? Na verdade, a grande maioria dos alunos desta escola, segundo os nossos inquéritos, associa a Maçonaria a esses conceitos um tanto ou quanto preconceituosos.

    A Maçonaria é, na realidade, uma ordem iniciática e ritualista, universal e fraterna, filosófica e progressista, que se baseia no livre pensamento e na tolerância, tendo como principal objectivo o desenvolvimento intelectual do Homem, para que seja possível a edificação de uma sociedade mais livre, justa e igualitária.

    Os temas levados “à mesa” numa reunião maçónica podem ser de qualquer ordem, não havendo tabus ou limitações, sendo, no entanto, preferencial a discussão de assuntos de maior importância na sociedade actual, acabando por ter influência indirectamente na sociedade através do exemplo e da pedagogia dos seus membros nos locais onde exercem a sua actividade.

    Esta associação privilegia a adaptação à diferença através do combate ao preconceito, não se fazendo qualquer tipo de distinção entre raças, sexo, religião, ideologia ou condição social.

    Deste modo, a Maçonaria é uma ordem semi-secreta sendo, no entanto, possível conhecê-la e, através de uma maior informação sobre este tema, erradicar uma ideia mal formada, cultivada pelo senso-comum.

    A Maçonaria

    Projectos

    Ana Sofia Loureiro

    Cláudia Soares

    Leonor Ferreira

    Rita Duarte

  • 26

    Já alguma vez te interrogaste sobre o que é a hiperactividade?!

    A hiperactividade é uma perturbação de base orgânica, cujas manifestações são agravadas pelas características ambientais. Esta caracteriza-se por um défice de atenção/concentração, impulsividade e/ou actividade motora excessiva. Existem três tipos de hiperactividade que são classificados de acordo com o predomínio de sintomas de falta de atenção e impulsividade: tipo predominantemente desatento, tipo predominantemente impulsivo e tipo misto.

    Segundo um estudo realizado no serviço de Psicopatologia da criança e do adolescente do Hospital Robert-Debré (Paris), para 5410 casos estudados, entre 1988 e 1995, o diagnóstico da DDAH foi feito 485 vezes, o que corresponde a 9%. Em 90% dos casos, os pacientes tinham idades compreendidas entre os 4 e os 12 anos. A relação de rapaz/rapariga era de 6/1.

    Sabias que:• O chá, calmante para as pessoas ditas normais,

    actua de forma retroactiva nos hiperactivos? Assim, estes ulitilizam o café como método para atenuar os sintomas da sua doença. No entanto, outros recorrem à medicação (ex: Ritalina).

    • A maioria dos alunos hiperactivos demonstra dificuldades na aprendizagem, bem como no relacionamento interpessoal. Deste modo, deverá existir apoio psicológico e programas escolares adequados a este tipo de alunos.

    • Existe uma associação: Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva - APCH - que tem como objectivo apoiar os hiperactivos de modo a poder intervir nos vários contextos onde se desenvolvem e se encontram inseridos.

    • Actualmente, esta perturbação é, muitas vezes, confundida com falta de educação e indisciplina, sendo o seu diagnóstico mais difícil.

    A Hiperactividade

    Projectos

    Ana Alves, Ana Soares, André Reis, Joana Falcão e Marta Almeida

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    O problema de muito romances históricos é serem apenas isso: confinados a um período, reféns dos seus costumes e das suas formas de olhar o mundo. São, muitas vezes, a história dos vencedores, dos seus líderes, das suas proezas. O romance de José Saramago vai mais além, ousa falar da história dos vencidos, dos esquecidos, dos espezinhados. Fá-lo, no entanto, sem os idolatrar e transformar em novos heróis. É no conceito da ausência de divindade que a obra assenta e é nele que reside, talvez, a grandiosidade da produção.

    A construção de um convento, sucessivamente ampliado até uma dimensão incomportável pelo governo Português que, portanto, decidiu aumentá-lo, é-nos descrita, numa clara confrontação entre a divindade dos propósitos e a desumanidade da sua concretização. Para tal, o autor serve-se de uma oposição, presente em toda a obra, entre uma classe dominante, neste caso incorporada no rei D. João V, e uma classe explorada e serventia das suas vontades, como são exemplos Blimunda e Baltasar. Daí podermos ler na contracapa do trabalho analisado as frases “Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento.”. Na simples concepção de que, a uma vontade indivídual se segue o esforço colectivo, encontramos o início daquela que seria uma obra marcada por críticas sociais. E porque não se cinge à História, entramos na vida do nosso rei, o Magnânimo para os livros, o Megalómano para os coevos. Um rei que brinca aos puzzles como uma criança, mas que lança a sua ira a todos os que lhe neguem o direito de ser Deus. No entanto, é um rei do seu tempo, apaixonado pelas artes e ciências, mais esclarecido que déspota e cujo único pecado é a vaidade e o sonho de grandeza.

    Num segundo plano, encontramos a gente que construiu esse convento. “Era uma vez um

    soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido”. Se nas produções de Gil Vicente estaríamos certos de que, agora sim, a bondade entrara em cena, na obra Memorial do Convento a dimensão das personagens tipo é levada a outro expoente. Mais do que os sacrificados na construção da sumptuosa obra, que Saramago opõe à natureza humilde que os valores cristãos incutem, o povo é também rude, sedento de sangue, emotivo e ignorante. Por isso, há que construir uma passarola que permita voar, deixar a terra para trás com todas as suas limitações e injustiças, para estar, por momentos, mais perto de Deus, mais perto de algo melhor. Para tal, são apenas precisas vontades. Blimunda, mulher de poderes que introduz o fantástico na obra, afirma-se como a esposa de Baltasar que, no entanto, não é esposa, mas é mais amada do que qualquer uma digna desse nome e que, para além de carregar o dom de ver através das pessoas, carrega a maldição de ser diferente. A dicotomia dom-maldição, associada na obra também ao poder real, é um espelho da visão do autor de uma realidade que não é una, não branca, não preta, mas sim carregada de cinzentos. A fuga desta evidência é, portanto, apenas possível nos sonhos ou numa qualquer passarola idealizada por um padre que, por querer voar, é louco.

    Memorial do ConventoA estória

    João Godinho

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    No dia 18 de Fevereiro, os alunos de Biologia do 12º1ª partiram numa viagem à descoberta da origem dos seres vivos, na exposição comemorativa dos 200 anos de Charles Darwin, na Gulbenkian.

    Começámos a aventura com os cientistas pré-darwinistas e assim nos envolvemos na carapaça social existente naquela época.

    Tal como esperávamos, a igreja ainda reinava sobre o pensamento das pessoas. Assim, para estes cientistas, os seres vivos tinham surgido todos de uma maneira livre e espontânea, como se algo superior tivesse decidido criá-los. Quem diria que Deus fosse capaz de ter tantos partos e tão variados, ao mesmo tempo? Pois a igreja acreditava. E mais, criaturas de Deus são criaturas de Deus, não evoluíam: os seres que as pessoas viam eram os mesmos que tinham surgido inicialmente. Seriam as pessoas vaidosas ao ponto de acharem que os seres vistos pelos seus olhos eram os únicos existentes? Assim eram os “fixistas”.

    Saltámos ligeiramente no tempo para chocar com os “evolucionistas”. Ainda não sabiam que obra-prima teria criado os seres, mas já defendiam que, ao longo do tempo, os seres vivos iam evoluindo, sofrendo alterações que eram passadas às futuras gerações (não se sabia como).

    Foi então que surgiu a lenda. Um jovem interessado somente pelos seres vivos e alheado de qualquer tipo de profissão “normal”, embarcou numa viagem a bordo do tão conhecido “Beagle” à volta do mundo. Assim como um cartógrafo regista minuciosamente as linhas costeiras, Darwin, era ele o tal jovem, fazia-o registando os seres vivos. No entanto, foi a chegada às ilhas Galápagos que preencheu a vida de Darwin.

    Reparou numa situação muito interessante: em ilhas muito próximas, seres muitos semelhantes

    (considerados da mesma espécie) tinham diferenças traçadas nas diferentes ilhas. O principal caso foi o dos Tentilhões. Estas, à primeira vista, pareciam iguais. Mas ciência não é amor e as aparências iludem. O bico destes seres era diferente em regiões diferentes. Darwin, procurando uma estrela dos três Reis Magos, encontrou a resposta nos alimentos destes pequenos seres. Uns alimentavam-se de bagas, doces e moles, outros de sementes rijas e ainda outros tinham de partir o seu alimento. Foi isto que criou a lógica de Darwin: os tentilhões adaptaram-se aos diferentes meios e sustento de modo a sobreviverem. Então, os seres evoluíam a partir de um outro inicial que, por chocar com diferentes alterações e situações do meio, adaptava-se e divergia do inicial.

    Mas como eram definidas as características que mudavam? Certamente não haveria missa ao Domingo e bênção para melhorar as características de cada ser vivo de modo a se adaptarem aos novos ambientes. O que existia era então uma luta: pela sobrevivência, pelo alimento, pela reprodução. Aqueles que possuíam características que de certa forma os tornavam mais aptos num determinado ambiente sobrevivam mais tempo e reproduziam-se mais, dando continuidade à espécie ao longo do tempo.

    Ora não quer dizer que os outros seres além dos mais aptos não existissem, apenas eram menos já que estavam menos aptos ao ambiente.

    Assim se criou a base do pensamento cientifico que ainda hoje emana a sua importância.

    Esta exposição é cativante pois enquadra Charles Darwin nos ombros dos cientistas que o precederam e aos pés da actual genética – a chave que faltava a Darwin para provar a descendência das características entre gerações.

    A Lei do mais Apto?

    Guilherme Moura

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    Quinta-feira, dia 15 de Janeiro de 2009. Dia cinzento. Com alguma força de vontade, levanto-me cedo para estar na escola ainda antes das sete. Chegámos à Rotunda da Boavista por volta das dez. Vimos a Casa da Música de fora e por dentro. Um projecto fascinante, assinado pelo arquitecto holandês Rem Koolhas. Todo o edifício é irreverente – na silhueta, que marca a skyline da cidade do Porto; nos materiais utilizados, como réplicas de azulejos holandeses e portugueses do século XVIII, folha de ouro na Sala Suggia ou a espuma de isolamento acústico na sala verde.

    Visita à Casa da Música

    Começámos por ver a entrada do edifício, grande e majestosa. Reparámos nos balcões de atendimento ao público, por estes serem feitos em policrilato, um material bastante barato, e a professora Manuela Henriques questionou se Koolaas teve a intenção de utilizar aquele material ou se foi uma contenção que a Casa da Música teve de fazer, pois ultrapassaram bastante o orçamento previsto para a execução deste projecto, ao que nos foi respondido que tal material foi utilizado intencionalmente.

    Catarina Capelo

    Tomás Reis

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    A Orquestra Sinfónica do Porto em Ensaio

    A acústica do Auditório Principal é considerada a segunda melhor de todo o Mundo, e não é por acaso, já que todos os materiais de revestimento foram cuidadosamente escolhidos, assim como a geometria dos volumes da sala, dos materiais da concha acústica e cortinas absorventes. Para obter este resultado acústico, optaram pela exclusão do fosso de orquestra que iria reduzir esta performance acústica em cerca de 40%.Foi-nos dito também que, relativamente ao espaço para o público assistir ao concerto, nomeadamente as cadeiras, foram desenhadas especialmente para se recostarem se alguém quiser passar, o que evita que a pessoa tenha de se levantar para alguém poder circular nesse corredor. Não existem corredores centrais propositadamente, para um maior aproveitamento do espaço, de forma a criar o máximo número possível de assentos.

    Catarina Capelo

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    Visita à Casa da Música

    A Sala Cibermúsica foi a que visitamos seguidamente. Foi-nos explicada que esta é usada como laboratório musical, para workshops, conferências e concertos, sendo que as paredes são revestidas com pequenas pirâmides triangulares, feitas de esponja, que são usadas em estúdios de gravação. Foi-nos dito que a cor de cada sala foi escolhida de acordo com o que se quer que casa pessoa sinta. Assim, a cor predominante nesta sala é o verde, pois ajuda à concentração. Desta sala é também possível ver o Grande Auditório e teruma panorâmica da cidade.

    O Bar Suspenso é um dos três bares existentes na Casa da Música (ver imagem ao lado).Confere a ideia de transparência, pois conjuga o chão com grelhas metálicas e vidro com o balcão feito em resina, que parece um cubo enorme de gelo, que vibra, pois senão partiria. Este Bar só funciona quando há uma performance na Sala 2.

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    Um momento de pausa...

    A Sala Laranja é uma das salas mais divertidas da Casa, pois é pensada para as crianças (ver imagem ao lado). A cor desta sala é um estímulo para a criatividade e para a acção. A rampa laranja faz com que as crianças estejam sentadas e atentas às explicações dos guias, o que normalmente não as motiva. Ao fundo da sala pudemos ver uns sensores, em que o movimento das pessoas à sua frente provocava diferentes sons. Estes sensores fazem parte de um workshop temporário, chamado Sound Space, que visa a criação de som através do movimento. Cada sensor tem um som associado, e esse som varia consoante a distância do nosso corpo ao sensor, o que estimula o publico.

    Catarina Capelo

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    Momento de fruição de novos sons...

    A bela sala Guilhermina Suggia

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    Muito atentos às explicações do nosso guia...

    Ver um piano disponível foi uma tentação para o Tomás Reis ...

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    No Museu Serralves

    No Museu de Serralves, observámos a exposição de Juan Muñoz, pintor e escultor espanhol

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    Many Times, 1999

    A professora Manuela Henriques capta de perto uma das esculturas de Juan Muñoz

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    The Wasteland, 1986

    Depois de um tour panorâmico na camioneta, em que vimos a bela foz do Douro, visitámos a exposição de Juan Muñoz, patente no Museu Serralves. Do que vimos, gostei das obras de pintura, em que surgem espaços vazios com marcas que nos remetem para a presença humana. Das obras de escultura, destaco a famosa sala repleta de representações em resina de chineses que parecem regregar o visitante (colocando-o numa situação análoga à de um oriental no ocidente). Uma guia falou-nos da arquitectura do edifício, da autoria de Siza Vieira, destacando o uso da luz natural. Lamento a falta de tempo para se visitar os jardins. A seguir, iniciámos a viagem de regresso.

    Tom

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    Todos bebemos as palavras da guia que nós falou da arquitectura deste belíssimo museu, uma das obras de referência do arquitecto Siza Vieira.

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    A história da livraria Lello remonta a 1869, ano em que é fundada na Rua dos Clérigos a Livraria Internacional de Ernesto Chardron. Após o imprevisto falecimento de Chardron, aos 45 anos de idade, a casa editora foi vendida à firma Lugan & Genelioux Sucessores. Em 1894 Mathieux Lugan vendia a Livraria Chardron a José Pinto de Sousa Lello que possuía então uma livraria na Rua do Almada. Associado ao irmão, António Lello, mantêm a Livraria Chardron, com a razão social de José Pinto de Sousa Lello & Irmão, até 1919, ano em que o nome da sociedade muda para Lello & Irmão Lda.

    O espaço actual, projectado por Abel Botelho e Xavier Neves, situa-se na Rua dos Carmelitas (ao lado da Faculdade de Ciências e da Igreja e Torre dos Clérigos), no lugar do antigo Convento de São José e Santa Teresa das Religiosas Carmelitas Descalças.

    A festa de inauguração foi no dia 13 de Janeiro de 1906, por volta do meio-dia. A baixa portuense acotovelava-se para ver as individualidades mais destacadas das Letras portuguesas, professores universitários, artistas, jornalistas, homens políticos e comerciantes do Porto, entre os familiares dos proprietários da Livraria Lello e Xavier Esteves, autor do projecto do edifício a inaugurar, todos dirigindo-se para o interior daquela casa, onde se procederia à solenidade de abertura. Presentes figuras como Guerra Junqueiro, Abel Botelho, João Grave, Bento Carqueja, Aurélio da Paz dos Reis, Afonso Costa e muitos outros. Depois de um beberete e de palavras elogiosas proferidas aos editores livreiros, Abel Botelho deixou registado o seu testemunho no Livro de Ouro da livraria, que se revelou premonitório: «...erigir um tão formoso templo ao divino culto da Emoção e da Ideia, é um grande acto de benemerência, e que, pelos seus largos e fecundos resultados, há-de ligar perduravelmente os nomes Lello & Irmão ao reconhecimento nacional».

    O amplo espaço interior, também ao gosto neogótico, é marcado ao centro por uma escadaria bifurcada de ligação a uma galeria no 1º piso. Sobre a escadaria, um amplo vitral em cujo centro se lê a divisa “Decus in Labore” (dignidade no trabalho), com o monograma dos proprietários. Destacam-se os tectos trabalhados e o tratamento exaustivo de todas as superfícies com madeira

    A LIVRARIA LELLO, UMA DAS MAIS BELAS DO MUNDO

    Tom

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    Hoje podemos admirar do exterior a fachada principal, orientada a sul. Distingue-se dos outros prédios centenários pela linguagem arquitectónica: é neogótica. Apresenta-se composta, ao nível do primeiro piso, por um arco abatido dividido em três vãos, sendo o central a porta de entrada e os laterais vitrines, cada um deles encimado por um toldo adaptado ao recorte do arco. Sobre o arco abatido há três janelas rectangulares alongadas. A ladear as janelas duas figuras pintadas representando a Arte e a Ciência, da autoria de José Bielman. A fachada tem um remate rendilhado, com três pináculos decorados. A ladear a fachada, duas pilastras terminadas superiormente por pináculos de igual desenho. Há elementos decorativos vegetais sobre as janelas, frisos com formas geométricas, por vezes formando jogos alternados, e pode ler-se a designação da firma “LELLO & IRMÃO” sobre o arco abatido, tudo com uma cor viva que realça sobre a pintura branca da fachada de alvenaria de granito rebocada.

    Actualmente a Livraria Lello é muito bem sucedida. O seu dono é o responsável da editorial e livraria portuense José Manuel Lello, com 50% do Capital da sociedade Prólogo Livreiros, S.A., integra ainda Antero Braga e Eduardo Martins Soares, este último responsável da editora Difusão Cultural. José Manuel Lello herdou aos 13 anos de seu avô a Lello & Irmão Editores (cuja fundação remonta a 1881). A fama contribui, decerto, para as vendas. Até o jornal The Guardian chama ‘divina’; a esta casa livreira, considerando-a a terceira mais bela do mundo! Quem aparece no topo da lista é uma antiga igreja de Maastricht, Holanda, transformada na casa dos livros. “É um motivo de orgulho para os portugueses, e aumenta as nossas responsabilidades”, diz Antero Braga. No entanto, considera que o terceiro lugar sabe a pouco: construída de raiz, refere, não conhece nenhuma tão bonita. Pelas estantes e bancas existem cerca de “120 mil títulos diferentes”. E em várias línguas, sublinha Antero Braga, porque parte substancial dos clientes da casa chega do estrangeiro.

    A pensar nos turistas, que têm a Lello como lugar de passagem no roteiro do Porto, “temos obras traduzidas, em várias línguas, de escritores portugueses”. Ao contrário das outras casas, ainda graças ao público internacional, a Lello não apresenta quebra de vendas durante os meses de Verão.

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    Tomás Reis

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    Alguns dos Cartazes Apresen-tados ao Concurso promovido pela APEF e a ESVF

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    Campanha contra o AlcoolismoEscola Secundária Vergílio Ferreira+APEF

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    Saindo da escola às 08:15h, partimos para Estremoz, onde iríamos visitar o Centro de Ciência Viva de Estremoz e uma Pedreira. Ficámos muito espantados porque eram ainda 10:00h da manhã quando parámos numa área de Serviço e muitos alunos confusos, perguntavam «Já é para almoçar?!...»Finalmente, tínhamos chegado ao Convento das Maltezas quando a nossa guia nos encaminhou para a exposição.»Finalmente, tínhamos chegado ao Convento das Maltezas quando a nossa guia nos encaminhou para a exposição.Começámos ,então, por visitar a exposicão “Terra - Um planeta Dinâmico”.Nesta exposição, aprendemos mais sobre o Mundo que nos rodeia e como o mesmo se formou. Explicaram-nos como funciona a energia e os recurssos do nosso planeta. Falámos também sobre a ecologia e o ambiente que nos rodeia.

    Visita de estudo ao Centro de Ciência Viva de Estremoz e à Pedreira

    A explicação sobre as várias rochas existentes na superfície terrestre foi muito importante. Tiveram o cuidado de começar a exposição na base da maté-ria. Os tipos de rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas; ensinaram-nos sobre a causa da formação das montanhas:Nesta exposição, pudemos ver a ampulheta dos mil-hões! O que aconteceria se cada ano que passasse fosse uma daquelas missangas?!

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    Observámos que:- a temperatura e pressão sobre o calcário dão a ori-gem ao mármore;- as pedras têm diverssos efeitos devido ao ar com-primido que aofragmentos da rocha se juntou;- o mármore é uma rocha ecomómica e de fácil trans-porte. É por isso uma pedra comum;- a diferença entre o calcário e o mármore é que, ape-sar de ambos terem os mesmos componentes quími-cos, o mármore possui cristais brilhantes enquanto que o calcário não;- a cal resulta do calcário - rocha impermiável ou már-more (em pó);- o mármore da origem á mineralização da argila;- quando o xisto se fragmenta, forma um tipo de solo;- os alimentos variam de sabor consoante o local onde são fabricados (divido ao Sol, temperatura, humidade, precipitação, clima, etc);- o lençol de água é também conhecido por lençol aquifero;- a água da chuva ao infiltrar-se no solo (nos poros das rochas) , dá origem aos lençois de água que por sua vez, é a a aágua que vem da torneira de nossa casa;- apenas um quarto do planeta podemos explorar. O restante espaço, está inacessiível ao ser humano;- a pegada ecológica* que cada pessoa deveria deixar na Terra é de 1,8 hectares, mas cada português deixa 4,5 hectares, o que significa que deveria haver, então, mais 2,5 “Portugais”;- em média, um tiranossauro Rex, media 12 metros e nunca existiu em Portugal;- otiranossauro Rex distinguia-se pela sua dentição;- o PlanetaTerra é contituido por Nucleo, Manto e Cro-sta;- o Glossoptéris foram plantas encontradas na África e na América depois da Pangeia estar ainda intacta, tal como os Mesossaurus (animais também lá encon-trados).

    *A Pegada Ecológica permite calcular a área de ter-reno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida.

    António Coelho, Inês Gaspar, Francisco Coelho e Matilde Reis

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    A superioridade do número de pessoas que considera a discriminação dos homossexuais uma atitude cor-recta leva-nos a concluir que este problema está mais presente no universo abordado. Essa mesma assump-ção comprova-se com a última questão do inquérito na qual se pergunta qual o problema que os estudantes do ensino secundário da nossa escola consideram es-tar mais presente na nossa sociedade: o Racismo, a Homofobia ou outro.Concluímos que, apesar de ainda longe da perfeição, hoje em dia, as mentalidades dos jovens são bastante mais tolerantes face às diferenças que nos tempos de Harvey Milk e Martin Luther King.Há pouco tempo, vimos ser eleito, nos Estados Uni-dos da América, um presidente negro. Talvez um dia também as diferentes opções e identidades sexuais deixem de fazer a diferença.

    Resultados dos inquéritos:

    Racismo:Podemos verificar neste gráfico que dos 96 inqui-ridos, 94% considera que o Racismo é uma atitude incorrecta e 6% considera que é correcta. É curio-so que numa escola portuguesa existam alunos que consideram o Racismo uma atitude correcta, mesmo que sejam em pequeno número.Esta pergunta obteve respostas surpreendentes, visto que o Racismo, em Portugal, foi considerado um problema grave por mais de metade da popu-lação inquirida (59%) e apenas 41% disse que não considerava o Racismo um problema grave em Portugal.

    Racismo e Homofobia

    Foi no mês de Março do ano de 1963 que um revolu-cionário pastor protestante americano, de nome Martin Luther King, disse ter um sonho: viver num mundo em que todas as crianças brincassem juntas independen-temente da cor da sua pele e no qual os seus filhos não fossem julgados pela mesma, mas sim pelas suas acções.Anos mais tarde, decorria já o ano de 1977, quando um visionário político homossexual chamado Harvey Milk, também ele americano, prevendo o seu assassi-nato disse: “Se uma bala entrar na minha cabeça que ela destrua as portas de todos os armários.”.E assim se davam os primeiros passos para que um dia fosse possível a igualdade de direitos entre bran-cos e negros, homossexuais e heterossexuais, num mundo mais justo. Iniciava-se a luta contra o Racismo (crença na existência de diferentes raças humanas e a respectiva discriminação com base nessa diferença.) e contra a Homofobia (aversão a indivíduos homossexu-ais e a sua consequente discriminação)Hoje, passados já largos anos, e no âmbito da Área Projecto, tencionamos estudar, na nossa escola, como os estudantes do ensino secundário, das mais diver-sas áreas, se relacionam com o problema da discrimi-nação, nomeadamente o Racismo e a Homofobia. Fi-zemo-lo inquirindo a opinião dos alunos acerca destas questões, segundo critérios previamente definidos.Realizámos inquéritos a doze turmas: quatro delas de 12º ano, outras quatro de 11º ano e as últimas quatro de 10º ano. Cada grupo de quatro turmas abrangeu os diferentes cursos, Ciências e Tecnologias, Ciências Sócioeconó-micas, Artes e Línguas e Humanidades.Aplicando oito inquéritos por turma, quatro a indivídu-os do sexo masculino e quatro a indivíduos do sexo feminino, totalizámos 96 inquéritos respondidos.Os resultados destes inquéritos mostraram que, como se pode verificar nos gráfios, a grande maioria dos in-quiridos é contra o Racismo e contra a Homofobia. O número de pessoas que se opõe a ambas as formas de discriminação, ronda, em ambas as questões os 90%, sendo que, ainda assim, os números dos que aceitam a Homofobia são superiores aos dos que acei-tam o Racismo.

    Projectos

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    A esta pergunta, como já era esperado, as duas formas de discriminação mais referidas pela po-pulação em estudo foram a Homofobia, com 54% do total de respostas, seguida do Racismo, com 45% do total de respostas. Por fim, com apenas 1%, apareceu a Xenofobia que está ligada com a discriminação a tudo o que é estrangeiro.

    Nota: Embora as opiniões se dividam acerca do ser ou não ser correcta a utilização do termo raça na es-pécie humana, a ciência indica que esta está errada. No entanto, utilizamo-lo no nosso inquérito, de modo a permitir uma melhor compreensão por parte dos in-quiridos, visto que se trata de uma expressão comum-

    Homofobia:Observámos, através desta pergunta, que mais gente considera a Homofobia uma atitude correcta do que o Racismo, tendo 14% considerado a Ho-mofobia uma atitude correcta e 86% incorrecta.

    Esta pergunta não obteve respostas inesperadas, visto que apenas 5% da população inquirida res-pondeu que a Homofobia é um problema inexis-tente em Portugal, e que 95% respondeu que este problema existe na nossa sociedade.

    Para finalizarmos o nosso inquérito, perguntámos qual seria a forma de discriminação mais presente em Por-tugal.

    João Navarro, Diogo Silva, Ricardo Neves e Ricardo Ramos, .

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    Concurso de CartazesLuta Contra o AlcoolismoAPEFESCOLA DE VERGÍLIO FERREIRA

    É talvez , uma das melhores propostas a courso», justifica um dos elementos do Júri, «não apresentando “malabarismos” gráficos, nem recurso a artifícios de linguagem, (…) é detentor de grande poder comunica-tivo: tudo é directo e complexo, cru e real! A proposta, bastante apelativa na opção estética uti-lizada, apresenta uma imagem/fotografia (de carácter profundamente urbano) que cativa, de forma imediata, o jovem observador que nelas se revê, convidando-o, desde o primeiro instante, através de um jargão e de uma frase de ordem, a envolver-se na problemática do consumo do álcool..O jargão e a ordem escrita: com “Beber não é solução / destrói o fígado e traz solidão”, duas frases (dois ver-sos), que podiam ter sido retiradas(os) da letra de um rap (género de música conotado com a juventude de hoje) e composto por Sam the Kid (rapper português). Inicia-se o processo de apropriação dos cartazes pelo jovem espectador. O fim dessa apropriação, marcado por uma frase de ordem, que podia ser proferida pelos seus pais, “Não bebas antes dos 18 anos!”, contudo, aqui, é verbalizada, supostamente, por um outro jo-vem.

    A estratégia de projectar nos mais novos a responsa-bilidade da problemática do consumo precoce de be-bidas alcoólicas reforça a consciencialização por parte destes. »

    « A fotografia do cartaz, aparentemente óbvia, é de tal forma complexa nos detalhes que nos enreda, rapi-damente, na “claustrofobia” do espaço urbano actual, altamente densificado, numa alusão directa à proble-mática do tema de concurso. A exemplo: o enfiamento da rua que termina numa janela que reflecte fachadas de outros prédios de habitação; « fotografia que não permanece inerte ao olhar. O tra-tamento gráfico dado à garrafa de cerveja (o elemento que surge “iluminado” e por isso facilmente se identi-fica o conteúdo a bebida); a posição dos braços com a(s) mão(s) na cabeça inclinada para baixo e os ténis Nike calçados pelo rapaz. Por exemplo: porque bebe sozinho? Se calça aqueles ténis e bebe cerveja, muito provavelmente, convive com outros jovens da mesma idade, então porque se isola? Talvez resida naquele bairro que o oprime; aquele rapaz inspira-me preocu-pação...»« Por outro lado, o conceito utilizado para a concepção gráfica do cartaz, remete-nos, pelo seu minimalismo (palavras, “simplesmente” escritas no suporte) e du-reza (faixas negras para destacar ideias relevantes), para o universo “grunge” (caracterizado pela rebeldia e descomprometimento dos jovens em relação aos stan-dards instituídos pela sociedade). Esta opção funciona como ferramenta eficaz na transmissão da mensagem de forma a atingir o público alvo, envolvendo os jovens, pela identificação destes com a estética apresentada, na reflexão da problemática veiculada nos suportes.»« A referir, também, a coerência e coesão estética en-tre a imagem fotográfica e o design gráfico que lhe foi, de forma quase bruta, sobreposto»«O cartaz podia ser, perfeitamente, página de uma campanha desensibilização da camada jovem em relação aos pro-blemas derivados do consumoprecoce e excessivo de bebidas alcoólicas, incluídas em revistas juvenis como a l-Dou The Face.»

    Selecção de texto: Profª Isabel Pereira

    Primeiro prémioFátima Filipe - 12º ano

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    A APEF (Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado) lançou o concurso que propunha a elaboração de cartazes por parte dos alunos do ensino básico e secundário, com o objectivo de alertar a população jovem sobre os perigos do consumo excessivo de álcool e das consequências a este adjacentes. Os cartazes seleccionados seriam posteriormente usados como objectos na campanha que alerta para os perigos do álcool sobre grande parte dos adolescentes. Assim, os alunos participantes empenharam-se na elaboração de cartazes apelativos expondo o seu engenho e a sua expressividade, combinando a arte com o poder de comunicação.

    João Mendes e Madalena Galvão 9º ano

    Primeiro e segundo prémios Fátima Filipe e Tomás Reis - 12º ano

    Terceiro prémioMadalena Galvão e João Mendes 9º ano

  • 47

    Considerado um dos melhores pianistas da nova geração, Domingos António tem demonstrado, em Portugal e no estrangeiro, um invulgar virtuosismo ao piano, empolgando as plateias mais exigentes. Nascido em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA) em 1977, descendente de pai português e mãe italiana, Domingos António iniciou, aos 7 anos os seus estudos de piano, frequentando, em simultâneo, um programa para jovens sobredotados, incorporado na Escola Martin Luther King.Mais tarde, em 1991,viajou para Moscovo, ingressando na Escola Especializada de Música. Em 1996, foi admiti-do no Conservatório Tchaikovsky, concluindo o curso de piano, cinco anos depois, com a mais alta classificação. Domingos António já actuou em países tão distintos como os Estados Unidos, Rússia ou Ucrânia. Em Portugal, os seus recitais recolheram os maiores elogios da crítica especializada.O seu disco de estreia intitulado ‘Quadros de Várias Exposições’ foi gravado em dois dias, em Maio de 2005, na EMI Classics, através da EMI Music Portugal nos lendários estúdios londrinos de Abbey Road, palco onde génios como o maestro Von Karajan ou os Beatles gravaram.

    Como foi a sua infância? Começou desde cedo com a música? Teve influências familiares?A minha mãe gostava muito de música clássica e tinha uma boa voz quando era jovem…tinha uma grande colecção de musicais em casa e ouvia-os constante-mente. Mas, além disso ,ninguém sabia cantar ou to-car nada.Começou pelo piano?Sim.Tocou outros instrumentos?Sim, mas não gostava.Com que idade começou?

    O Pianista, Domingos António, esteve na nossa Escola

    Com sete anos. Pensou desde cedo encaminhar-se para a músi-ca?A primeira coisa que quis ser foi mecânico de au-tomóveis, depois piloto de aviões e só depois é que surgiu a música.Por que escolas é que passou?Escolas normais. Lugares como por exemplo a Escola Secundária de Vergílio Ferreira.Mas em termos de música, soubemos que estudou no estrangeiro…Sim, só no estrangeiro.

  • 48

    Quando é que foi a sua primeira apresentação em público?Foi aos sete anos.E como é que foi? Correu bem em relação com o público? Interacção…Sim, foi uma coisa insignificante.Soubemos que já lançou um CD…Sim.Como é que foi lançar um CD? Como é que se chama?Chama-se «Quadros de Várias Exposições», mas creio que já está esgotado.Porque é que lhe deu esse nome?Porque há um ciclo de peças de piano que se chama «Quadros de Uma Exposição», então a minha agente escolheu esse nome.Sabemos que a sua especialidade é Chopin…Não. Quem é que lhe disse isso?Estava no “site”…estivemos a pesquisar…Por acaso nem sequer gosto de Chopin. Quando era miúdo Chopin era o meu compositor preferido, mas as pessoas crescem e agora já não é.Qual o seu gosto actual relativamente à música?A minha preferência é Lizt, desde os quinze, dezasseis anos.Além da música clássica, que bandas é que gosta de ouvir?Os géneros de música de que gosto, depois da música clássica, são a música de filmes e o «rock», mas tem de ser boa música. Porque há bandas que têm muito êxito, mas não conseguem produzir nada com nível. Também gosto de formas híbridas que usam a música clássica com outros estilos musicais. Por exemplo, o jazz consegue aliar-se com a música clássica e o rock também consegue…mas têm de ser feitos com gosto. É uma tarefa bastante difícil juntar música clássica com qualquer coisa.Mas quase todos os estilos de música derivam do clássico. É mais difícil juntarmos “rock” com “jazz” do que com música clássica… Sim. Há muitas harmonias na música “rock” que são idênticas à música clássica que muitos apreciadores de “rock” não conhecem.Já deu concertos noutros países. Qual é a difer-ença entre o público português e o público es-trangeiro?O melhor público é o russo. Eles sentem a música de uma forma mais profunda que qualquer outro povo, são os mais apreciadores e os mais eruditos. Têm uma grande tradição de educação musical e são os mais conhecidos por assimilar. Podes ir a uma sala grande do conservatório e, desde que seja um bom

    artista a sala está quase sempre cheia, desde “jazz” a elementos de música de estrada ou clássica. Em Portugal, fazem muito barulho e gritam muito, mas sinto que não conseguem assimilar a música da mesmas maneira que os russos.

    Sente-se um es-pecialista relati-vamente ao que toca?Percebo bastante…mas devia ter estuda-do mais. Gostava de ter estudado mais,mas as circunstâncias não me permiti-

    ram. Logo que tenha oportunidade quero continuar a estudar por minha própria conta, sem professor, pode ser com um guia ou um orientador, mas não um professor.Quer inovar e ter a sua própria obra…Sim.Sendo assim, pretende chegar a um nível de car-reira mais avançado?Sim.Alguma vez compôs?Não…improvisar sim. Podia ter feito, mas como sou muito exigente…Nunca o mostrou publicamente?Podia tê-lo feito e talvez bem, mas sou muito exigente e quero fazer ainda melhor.Já tocou com outras pessoas em palco?Sim, mas não mais do que uma ou duas pessoas.Gostou da experiência? Gostei de tocar com a orquestra duas ou três vezes, isso gostei. Mas acompanhar um cantor não…a não ser que seja um grande, grande músico, senão não.O que pensa de Portugal?Tenho várias impressões, são muito divergentes. Há coisas das quais gosto, outras de que não gosto nada. Portugal neste momento está a caminhar para pior. A primeira vez que me lembro de cá estar foi há 25 anos e gostei mais da maneira como era antes. Geralmente, os países desenvolvem-se e Portugal está a seguir um mau rumo e acho que quase ninguém duvida, todos sabemos que está num mau caminho.Tem alguma história na sua vida que possa contar-nos? Sim, claro, mas não são coisas bonitas por isso não vou contar. São coisas chocantes. Vou ter de pensar

  • 49

    por isso pergunte-me depois.Pretende algum dia desistir da música?Não posso imaginar a minha vida sem isto, mas tam-bém não posso imaginar fazer só isto e nada mais. Provavelmente, algo que tenha a ver com ciências ambientais. Qualquer coisa a ver com a natureza ou com tecnologia.Conciliar as duas coisas? Música e Natureza?É algo que gostava de fazer, mas sei que é muito difí-cil de conseguir. Temos a tendência de pensar que a música é algo inventado pelo ser humano, mas a música sempre se ouviu. Ela existe desde o tempo das cavernas. Sabe o que é ouvido absoluto? ...É a capaci-dade de conseguir distinguir qualquer nota se a ou-vir. Eu conheci um engenheiro de som que tinha uma teoria, a de que, no início (no tempo dos homens das cavernas), todos tínhamos ouvido absoluto. E alguns ficaram com ele, outros perderam-no. Porque, nos dia-lectos primitivos, muitos dos significados das palavras eram dependentes da frequência. Naquele tempo, to-dos tinham ouvido absoluto.Alguma vez olhou para o piano como um meio de transpor as emoções?A música consegue afastar os sentimentos negativos.Dos artistas portugueses na música clássica ou até das próprias orquestras portuguesas…o que é que acha?A melhor orquestra que vi em Portugal foi a da Calouste Gulbenkian, mas creio que já não existe.Existe sim...Ainda bem. Foi a melhor orquestra que ouvi em Por-tugal, de longe. E a do Porto, que não é tão boa, mas além disso não julgo ter ouvido uma boa orquestra em Potugal. Só essas duas.Já alguma vez foi à Casa da Música, no Porto?Sim. Eu não gosto da arquitectura. Não gosto do as-pecto exterior. O interior é bonito mas não gosto do exterior.Em relação aos estúdios e salas de ensaios, às in-fraestruturas…o que é que acha?A acústica é óptima, mas precisa de amplificação. Eu já lá toquei duas vezes, mas precisa de amplificação. A difusão é boa mas a potência é baixa.Em que países é que já tocou?Na Rússia, naturalmente, em concertos estudantis. Também em Itália, Macau e Espanha.Gostava de tocar nalgum país em que ainda não tocou? Sim. Na Alemanha.Tem alguma coisa agendada para os próximos dias?O que vou estar a fazer agora é uma pesquisa sobre

    tudo o que está relacionado com a música de Lizt. E outros aspectos esotéricos e musicais.Vai ficar em Portugal até quando?Tenho tentado sair daqui há muito tempo, mas as pes-soas gostam de pôr barreiras na minha frente. Não percebo. Houve inclusive pessoas que me deram con-selhos absolutamente ridículos e eu quase acabei por os seguir, mas percebi mesmo em cima da hora que eram sugestões completamente ridículas e nunca fui em frente com isso…O que o faz querer tanto sair de Portugal?A vida musical é muito limitada. Neste país, não há tradição musical e por isso não percebem que a música é intimamente ligada com a vida e com a Natureza. Ou seja, a música deve chegar a um nível de consciência mais elevado, mas é evidente que em Portugal isso não está desenvolvido. Os artistas em Portugal que não saírem estão completamente tramados.Gosta de Fado?Não. Tenho de dizer que odeio. Odeio fado. Aliás sem-pre que passo no quiosque de fado na Rua d Carmo, tapo logo os ouvidos.E quanto à comida portuguesa?A comida é saudável, mas não é tão saboroso como a italiana e a americana.Tem algum prato preferido?No Porto, come-se bem. Mas não posso dizer exacta-mente…eu sou vegetariano, mas quando comia carne gostava mais de assado no forno.Quer deixar-nos uma mensagem para o jornal da escola?As pessoas devem ser encorajadas a fazer música…mas não é para toda a gente. Esta mania de colocar a música na “internet” e na televisão está a dar cabo da música. Está a tornar-se acessível a muitos artistas inferiores.

    Entrevista realizada por Inês Oliveira, Maria Ferreira, Mª Inês Antunes e Mónica Correia

  • 50

    Visita ao Piódão

    Em primeiro lugar, devo frisar que adorei ter ido nesta viagem ao Piódão organizada pelo prof. Rui Reis .Esta visita de estudo proporcionou-me momentos únicos e muito divertidos, para além de ter permitido o convívio entre pessoas que não conhecia.Gostei muito da visita a Coimbra, mas fiquei com pena de não ter visitado a Quinta das Lágrimas. Por outro lado, achei interessante o facto de termos entrado numa sala de aula da Universidade.Em relação à aldeia do Piódão, confesso que fiquei impressionada com a sua beleza. Tanto a visita ao museu como à própria freguesia foram bastante enriquecedoras, mas o momento que mais me marcou foi o “ Piódão by Night”.A viagem e o convívio na esplanada da praça principal vão permanecer na minha memória.Por último, não posso deixar de referir a paisagem da Mata da Margaraça e a cascata da Fraga da Pena, espaços situados na Serra do Açor. A sua beleza, calma e tranquilidade ficarão para sempre registadas nas fotografias que tirei.Em suma, todo o passeio terminou com um balanço positivo. A conjugação entre o convívio do grupo e os locais visitados foi perfeita e só tenho pena de estes dois dias terem passado demasiado depressa. Todos ficámos a pedir mais!

    Ana Vilela Lima

    A aldeia do Piódão

    O Hotel do INATEL Uma casa da aldeia

    Visita ao Museu

    O largo da aldeia

    A Fraga da Pena

    Percorrendo a Mata da Margaraça

    Atentos às informações da directora do Museu

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    Visita ao Parque Natural da Peneda GerêsÉ já uma tradição da nossa escola. Quando chega a Páscoa, há uma visita de estudo ao Gerês organizada pelo professsor José Paulo Viana. Muitas gerações de alunos da Vergílio Ferreira guardam belas memórias desses momentos de convívio e aprendizagem das nossas riquezas naturais.Este ano, foram estes os participantes.

    A delícia do banho em águas puras e frescas

    Caminhada pela serra

    Momentos para guardar nas memórias da juventude

    Explorando as fragas da serra

    Sensações bucólicas...

    Que bem que se está no campo...

    Em plena Natura...

  • 52

    Visita ao Parque Aventura de Óbidos

    No passado dia 16 de Abril, partimos da escola para uma aventura a realizar durante dois dias na zona de Óbidos. Tinha como objectivo o convívio, a partilha e a melhoria das relações interpessoais das turmas.Fomos bastante bem recebidos no Campo Aventura, tendo antes feito um peddy- paper na Vila de Óbidos.No Campo Aventura, fizemos várias actividades, umas mais radicais que outras, dançámos, cantámos, entre muitas outras experiências fascinantes.Com esta visita, cumprimos o nosso objectivo, passá-mos a conhecer-nos bem melhor e esperamos lá voltar brevemente!

    Alunos EMRC – 9º 2ª e 9º 3ª

    As imagens duma aventura que vai ficar na memória destes finalistas do 9º ano

    Experiências radicais

    Jogos de concentração

    Imagens do Campo Aventura

    Dança e mais dança...

    À espera de uma experiência radical

    Dança e mais dança...

  • 53

    ESCRITAS

    A tinta das paredes é velha e,ao mais breve toque, estala e desfaz-se.O cheiro a livros velhos é pesado e escuro ecarrega consigo o peso do que outrora existiu.A torneira está seca e ferrugenta, já não aquece mãos, nem faz servir sopa.A madeira chia de dor, a dor do passado que suportou e do presente que já não consegue suportar.A caixa de bolachas de metal está fria e as fotogra-fias picotadas que contém,que provocavam sorrisos ou lágrimas de saudade, estão hoje entregues ao pó que as cobre e aos ratos que as roem de prazer.A luz provém apenas de uma fresta do vidro imundo que, agora partido,dá vista ao mundo que ainda vive e corre, e que corre demasiado depressa.Sobre a lareira apagada, os retratos, sob as rendas amarelecidas pelo tempo, dos que a rodeavam e que entre risos e sonhos tro-cavam prendas.O cadeirão está vazio e parado. Já não ouve histórias!Já ninguém o baloiça e já ninguém fala.A morte, que por ali passou, não deixou nada.Consigo levou tudo.Levou o calor das rugas e das mãos, levou o brilho dos olhos de dois apaixonados,levou setenta e um anos de partilha.Agora, a casa muda,já não deixa ouvir os sorrisos dos netos, nem a alegria e o orgulho dos que partiram e que nunca voltarão.Hoje, na casa fria e quieta, que já não deixa tocar o relógio de cuco,os ponteiros secos, sem vida,vêem a vida lá fora a correr, a correr demasiado depressa.

    Mariana Ribeiro Farinha

    Sem título

    Construí muralhasQue eu própria derrubei,Travei batalhasQue jamais cessei

    E nesta em que agora estouJá mal sei distinguirAquilo que tentei fingirDaquilo que realmente sou.

    Travei sem me saber capazEntrei, não encontro pazPerdi-me e ainda me procuro,Mas já é tarde, quase escuro.

    E no meio deste nevoeiroEm que tomei por ligeiro Tudo aquilo que é imensidão,Serás tu D. Sebastião?

    Maria Teixeira

    Ah! Se eu fosse um pintor,LeonorTodos os quadros pintaria,E se não gostasses… Morreria.

    Ah! Se eu fosse um pintor,LeonorNua te queria pintarAté o mundo repararO que sinto por ti!

    Diogo Vozone

  • 54

    ESCRITAS

    liberdade selvagem’

    andei por novas terrase novos caminhos percorri.

    e o meu corpo estagnado, ficou...enquanto a minha alma corriapor campos e prados. tão veloz, tão solta.

    e os meus olhos fechados, continuavame Ela voava... entoava a voz,dizendo que, ali pertencia!

    era a minha alma, era eu...

    ninguém me podia agarrar!corri em direcção ao Sol, sem parar.dei voltas, gritos, gargalhadas!dei abraços ao infinito e beijos à Terra.

    caminhei por vales e montes!

    absorvi todas aquelas cores maravilhosas,que me envolviam, como me envolvia o resto;que era tanto...

    e pelos poros entrava cada brisa que me refrescava a pele, o interior...naquela imensidão terrestre de plenitude,de paz de quietude...

    bruno portugal

    SOL

    Sol,É a fonte luminosa,Que trespassa corações,E não vê raças...

    É o instinto de uma vida,O destino de outra,Que vê e observa,Explora e aquece

    Além de uma estrela,É o farol dos foguetões,Com uma luz de presença,Para os perdidos,Sem casa nem ninguém,E um reflexo,Daqueles que olham a fundo,E não olham a raças nem pragas...

    É também o norte,Para os tristes,O sul,Para os contentes,O este,Para quem prevê a morte,E oeste,De quem apenas vê, ouve,E no entanto não sente o seu poder...

    Sol,É um ponto indiscreto do universo,Um lugar distinto para a Terra,Um santuário do homem

    À espera, parado,Que o tempo lhe passe à frente,Sem demora, a qualquer hora,Que nós vamos embora...

    Por fim,É o isco dos peixes,Que procura vida e amor,Através de animais ou não,E que desvia o prazer da obrigação...

    Guilherme Moura

  • 55

    ‘cuidar’

    num conjunto que forma um todo,donde és parte,esperas o desconhecido

    és Ente próprio de ti...

    nessa inquietação de espiritoem instante de cuidaranseias, quase dementeprodígios originais.

    agitas o ar,mais abres o Rasgão

    e numa acomodaçãodiscretaé-te prometida,Envolvência...

    sais de ti,colhes Frutosa ti regressas,

    ofereces-te Vida.

    bruno portugal

    ESCRITAS

    Se eu fosse...

    ...No mundo, mais que o mundo,E na história, mais que a história,Seria profeta, de poço vazio...No fundo,seria eu, tu e memória.

    Embarcaria no mar feio,Longe e distante de tudo,Lutaria fraco, forte de peito,No continente e além-mundo.

    Seria corpo, sem vida,Réstea ou gota de mágoa,Sem alma, cego de vista,Seria miragem, lago sem água.

    Oscilante, percorreria terra e meia,De pé descalço, sem ferida ou sangue em mim.

    ...Horizonte, sem céu azul,E noite e lua, sozinho no espaço,Seria amargo, Páscoa sem doce, Seria Outono, Primavera precoce.

    Transcenderia o corpo e o destino,Aprisionado na minha liberdade,Perderia o rumo e caminho,Entregue ao passo, à minha vontade.

    ...Poeta,coração de todos os versos,Bateria forte e ofegante em cada fôlego,Pai de rimas,Neto de linhas, Morreria nunca e nunca todo...

    Guilherme Moura

  • Celebrar a Escola,

    Saudar a Nova

    Escola

    Dia 5 de Junho, pelas 18h, realizar-se-á uma festa no átrio da entrada da escola, para celebrar um ciclo de vinte e seis anos que este ano termina e saudar a nova escola que irá surgir ao longo do próximo ano.

    Contaremos com a participação de muitos alunos que irão mostrar os seus talentos na poesia e na música.Estará também presente o talentoso pianista, Domin-gos António , numa actuação especialmentepreparada para esta escola

    Esta festa é também dedicada aos nossos finalistas,a quem desejamos todo o sucesso nesta nova etapa das suas vidas.

    Convidamos todos os orgãos de direcção da escola, os alunos e suas famílias, todos os professores e funcionários, os antigos e os actuais, os antigos alu-nos e restante comunidade.

    Orgulhamo-nos da escola que todos ajudámos a cons-truir todos os dias. Na nova escola, onde teremos ainda melhores con-dições, queremos melhorar os resultados escolares e continuar a fomentar a formação cultural e cívica dos nossos alunos. Servir o melhor possível a nossa co-munidade é o nosso objectivo fundamental.

    CONTAMOS COM TODOS NO PRÓXIMO DIA 5 DE JUNHO!

    HÁ FESTA NA ESCOLA!

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