prÉmios personalidade do ano 2012

7
ECONOMIA 28 de Fevereiro de 2013 Personalidades do Ano elogiaram trabalho de O MIRANTE como “Jornal do Desassossego” Num país onde o mérito não é reconhecido e sobra inveja, a iniciativa é considerada imprescindível para a região. A cerimónia realizou-se em Abrantes e encheu a sala do Cine-Teatro S. Pedro

Upload: jornal-o-mirante

Post on 15-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

ECONOMIA28 de Fevereiro de 2013

ECONOMIAECONOMIA

Personalidades do Ano elogiaram trabalho de O MIRANTE como “Jornal do Desassossego”

Num país onde o mérito não é reconhecido e sobra inveja, a iniciativa é considerada imprescindível para a região. A cerimónia realizou-se em Abrantes e encheu a sala do Cine-Teatro S. Pedro

Page 2: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013 | O MIRANTEECONOMIA| 2

Alguns elementos do JAC - Alcanena subiram ao palco para receber o Prémio Desporto Feminino

António Manuel Cardoso distinguido com o Prémio Tauromaquia, com Isaura Morais, presidente da Câmara de Rio Maior e Veiga Maltez, presidente da Câmara da Golegã

Mário André ladeado por José Eduardo Carvalho, presidente da AIP e Mário Pereira, presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

Personalidades do Ano elogiaram trabalho de O MIRANTE como “Jornal do Desassossego” Num país onde o mérito não é reconhecido e campeia a inveja a iniciativa é considerada imprescindívelAs Personalidades do Ano mostraram, através dos seus discursos de agradecimento, a importância de saberem que há quem siga de perto o seu trabalho e lhe reconheça valor e mérito. O público não regateou aplausos aos que O MIRANTE escolheu para representarem o que de melhor se faz no Ribatejo.

Renato Rocha, dirigente do Juventu-de Amizade e Convívio de Alcanena (JAC), clube referência no andebol feminino que recebeu o prémio Personalidade do Ano na área do Desporto Feminino, emocionou-se e foi obrigado a interromper o discurso de agradecimento. Depois de se recompor, jus-tificou-se. “Para nós, uma pequena colectivi-dade de uma pequena localidade, é sempre bom vermos o nosso trabalho reconhecido”.

Ao longo da cerimónia de entrega dos prémios Personalidade do Ano, realizada ao

final da tarde de quinta-feira, 21 de Feverei-ro, no cineteatro S. Pedro em Abrantes, os agradecimentos a O MIRANTE pelo facto de há oito anos dar visibilidade e distinguir os melhores da sua área de influência (distri-to de Santarém e concelhos de Vila Franca de Xira e Azambuja no norte do distrito de Lisboa), foi uma constante. Mas houve mais que agradecimentos.

O empresário tauromáquico há mais tempo em actividade em Portugal, António Manuel Cardoso, mais conhecido por Nené, considerado Personalidade do Ano na área da tauromaquia, depois de ouvir o director--geral de O MIRANTE dizer que o jornal “tem a cabeça no cepo” devido ao corte da publi-cidade do Estado relativa a actos públicos

e os inúmeros processos judiciais movidos por gente que quer destruir o projecto disse esperar que tal não seja necessário mas que se for preciso iria “meter a cabeça no cepo ao lado do jornal”.

A promessa acabou por sublinhar decla-rações como a do enfermeiro e massagista do Sporting, Mário André, Personalidade do Ano na área do Desporto Masculino que chamou a O MIRANTE o “jornal do desas-sossego”.

Carlos Moisés, compositor e vocalista do grupo Quinta do Bill, de Tomar, distinguido como Personalidade do Ano, depois de lem-brar que O MIRANTE e a banda tinham sur-gido no mesmo ano (1987) traçou um para-lelo entre os dois projectos. “Temos muitas coisas em comum. Muita teimosia, muita paixão, muito espírito voluntário no sentido de trabalhar em prol da comunidade, coisas que começam a estar um pouco ausentes da prática de quem deveria representar es-ses valores”. O músico terminaria a sua in-tervenção com o slogan”A luta continua”.

O presidente do Sport Clube Operário de Cem Soldos, Luís Ferreira, colectividade dis-tinguida na área do associativismo, chamou a atenção para o papel de todos os que, em tempo de crise, lutam para que a cultura, o desporto e o apoio social continuem a exis-tir em Portugal”.

A Personalidade do Ano na área da Polí-tica Masculino, Dionísio Mendes, presidente da Câmara Municipal de Coruche, criticou o que considera ser um ataque sem prece-dentes ao poder local. “Numa altura em que levamos com uma lei de limitação de man-datos e uma lei dos compromissos que faz tábua rasa da qualidade do desempenho, assistimos à extinção selvagem de algumas freguesias e quando se adivinha uma lei das finanças locais que vai penalizar todas as re-giões do interior, reconheço a coragem de O MIRANTE de destacar aqui um autarca e com isso reconhecer a importância do poder local”, afirmou, dedicando o prémio a todos os trabalhadores do município.

A deputada do PSD Carina João Olivei-ra, Personalidade do Ano na área da Polí-tica - Feminino, referiu que “fazer política no feminino é também nunca esquecer as raízes”, dedicou o prémio a todos os que a elegeram, à sua cidade, Fátima, e ao seu concelho, Ourém.

O prémio cidadania foi parar às mãos de José dos Santos de Jesus, mais conhecido por

foto O MIRANTE

foto O MIRANTE foto O MIRANTE

Page 3: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013O MIRANTE | ECONOMIA | 3

José Bioucas recebeu o Prémio das mãos da presidente da Câmara de Abrantes Maria do Céu Albuquerque e Orlando Ferreira, administrador da Rodoviária do Tejo

Carina João Oliveira, entre Pedro Ribeiro, vice-presidente da Câmara de Almeirim e Sérgio Carrinho, presidente da Câmara da Chamusca, foi distinguida com o Prémio Política Feminino

Director do Conservatório de Música de Ourém/Fátima subiu ao palco para receber o Prémio na Área da Cultura

Os Quinta do Bill foram eleitos Personalidade do Ano

Sociedade Euterpe Alhandrense distinguida com o Prémio Cultura

fotos O MIRANTE

Bioucas, antigo presidente da Câmara de Abrantes e fundador do Centro de Recupe-ração Infantil de Abrantes. Joaquim Santana, fundador do grupo folclórico Os Campone-ses de Riachos e seu presidente e ensaiador há 55 anos recebeu o prémio Personalidade do Ano - Vida e destacou a “raridade” com que uma pessoa ligada ao folclore é distin-guida ao lado de “tão grandes personalida-des da região”.

Alexandre Rodrigues, presidente do Con-servatório de Música de Ourém Fátima, uma das entidades que recebeu o prémio Perso-nalidade do Ano na área da Cultura, leu dois textos seus sobre a música e a sua aprendiza-gem, terminando por ressalvar o trabalho da instituição que “chega a toda a população, independentemente do seu estatuto social ou disponibilidade financeira”.

Também Personalidade do Ano na área da Cultura, foi distinguida a Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA) que celebrou os 150 anos em 2012. “Estamos sediados numa terra que é a mais pequena e envelhecida do concelho de Vila Franca de Xira, mas que tem dado à SEA a capacidade de se renovar”, referiu o presidente Jorge Zacarias, que terminou o seu discurso de agradecimento citando a actor Raul Solnado. “Façam o favor de ser felizes” , acrescentando à frase: “ (...) apoian-do o movimento associativo”.

O empresário tauromáquico há mais tempo em actividade em Portugal, António Manuel Cardoso, mais conhecido por Nené, considerado Personalidade do Ano na área da tauromaquia, depois de ouvir o director-geral de O MIRANTE dizer que o jornal “tem a cabeça no cepo” devido ao corte da publicidade do Estado relativa a actos públicos e os inúmeros processos judiciais movidos por gente que quer destruir o projecto disse esperar que tal não seja necessário mas que se for preciso iria “meter a cabeça no cepo ao lado do jornal”

Page 4: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013 | O MIRANTEECONOMIA| 4

Jovens músicosA cerimónia de entrega dos prémios contou com dois momentos musicais proporcionados por alunos do Conservatório de Música de Ourém Fátima. Primeiro subiu ao palco, a aluna de canto Beatriz Carreira, e depois um Quarteto de Cordas. Beatriz Nicoleta Ferreira Carreira, soprano, é aluna da classe de canto e foi acompanhada ao piano pelo seu professor Bruno Martins. Em simultâneo com os seus estudos musicais, Beatriz Carreira estuda na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, no curso de Gestão. Cantou “Con qué la lavaré” - do ciclo Quatro canções de Amor de Joaquín Rodrigo, “Nun beut die Flur”, da oratória A Criação de Joseph Haydn e “De dónde venís amore” - do ciclo Quatro canções de Amor de Joaquín Rodrigo.O Quarteto de Cordas, formado em 2012 é constituído pelos violinistas Bruno Poupado e Miriam Silva, pela violetista Marisa Beltrão e pelo violoncelista Filipe Darci Gonçalves e orientado, semanalmente, pelo professor Pedro Trigo. Interpretaram “Choral nº1” de Joanne Sebastian Bach, “Largo from Winter” de Antonio Vivaldi e “Minueto e Trio” de Luigi Boccherini

Falso alarmeHomem prevenido vale por dois, diz a sabedoria

popular. E terá sido isso mesmo que pensou Carlos Carvalheiro, actor e encenador do grupo de teatro tomarense Fatias de Cá, que apareceu na cerimónia de atribuição dos prémios Personalidade do Ano de O MIRANTE munido de uma aconchegante manta de lã. Afinal, veio a saber-se, não era caso para tanto, pois o ar condicionado do Cineteatro São Pedro fun-cionou a preceito.

Bioucas foi o primeiro a chegarJosé dos Santos de Jesus, mais conhecido em Abran-

tes (e não só) por José Bioucas, foi a primeira Persona-lidade do Ano a chegar ao Cineteatro São Pedro, em Abrantes, ou não residisse o ex-autarca abrantino a es-cassas duas centenas de metros da sala de espectáculos. Após o reconhecimento do terreno, José Bioucas foi a casa “mudar de farda” e regressou à frente de uma vasta comitiva familiar, sempre com a boa disposição que o caracteriza.

Dionísio Mendes recebeu o prémio das mãos de Salomé Rafael e João Poitier Joaquim Santana foi distinguido com o Prémio Vida

O Grupo de Cem Soldos recebeu o Prémio da Área do Associativismo

fotos O MIRANTE

Presidente da Câmara Municipal de Coruche, criticou o que considera ser um ataque sem precedentes ao poder local. “Numa altura em que levamos com uma lei de limitação de mandatos e uma lei dos compromissos que faz tábua rasa da qualidade do desempenho, assistimos à extinção selvagem de algumas freguesias e quando se adivinha uma lei das finanças locais que vai penalizar todas as regiões do interior, reconheço a coragem de O MIRANTE de destacar aqui um autarca e com isso reconhecer a importância do poder local”, afirmou.

Page 5: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013O MIRANTE | ECONOMIA | 5

Director Geral de O MIRANTE critica Governo por ter acabado com a publicidade de actos públicos Joaquim António Emídio diz que para além de afectar a transparência política a medida tira receitas aos jornais

Na tarde de quinta-feira, 21 de Feve-reiro, em Abrantes, no decorrer da cerimó-nia de entrega dos prémios “Personalidade do Ano” de O MIRANTE, o director geral do jornal criticou o Governo por ter acabado com a publicidade obrigatória de certos actos públicos que, para além de contribuir para a

transparência política, era uma forma de con-tribuição para o pagamento do serviço que os jornais regionais prestam às comunidades .

“Nestes 25 anos de existência já nos vi-raram do avesso algumas vezes. Uma delas alterando as regras do Porte Pago (apoio da-do ao envio de jornais pelo correio). Mais recentemente cortando toda a publicidade

que facturávamos junto de entidades conce-lhias que era e deveria continuar a ser uma fonte de receita que ajudasse a pagar o ser-viço público que prestamos à comunidade”, disse Joaquim António Emídio.

Perante uma plateia que enchia o cinete-atro S. Pedro, o orador garantiu, no entanto, que a decisão governamental a que chamou “traiçãozinha”, não derrubou O MIRANTE porque ele tem “bons alicerces”.

Depois de confessar o orgulho que sente por O MIRANTE ter completado 25 anos de edição em Novembro do ano passado, como líder incontestado de audiências e na posição de melhor jornal regional do país, Joaquim António Emídio explicou que o caminho do sucesso não é fácil.

“Somos em Portugal o único jornal de re-ferência que não pertence a um grande grupo económico. O único, não me canso de o repe-tir. Dito assim parece uma banalidade. Quem sabe o que custa viver e sobreviver num mer-cado dominado por uma concorrência desle-al, num mercado onde a comunicação social é dominada por patrões que ganham dinhei-ro noutros negócios para perderem nos seus jornais e televisões, quem sabe isto, percebe melhor e entende melhor o significado que atribuo ao facto de sermos um jornal inde-pendente, que pode praticar um jornalismo de proximidade sem a canga de um patrão ou de um investidor que precisa do jornal para servir os seus interesses pessoais ou os das suas empresas”.

Referindo-se aos processos que o jornal tem em tribunal manifestou a sua esperan-ça que não seja uma eventual degradação do

sistema de justiça a pôr em causa a continui-dade do jornal. “Não caíremos nas muitas batalhas que travamos todos os dias mas po-demos morrer no campo de batalha traídos pela falta de justiça que tanto defendemos e tentamos respeitar no nosso trabalho diário. Nada de queixinhas. Mas as liberdades con-quistadas com o 25 de Abril já não são o que eram. Principalmente para os que teimam em lutar com as armas do trabalho e da indepen-dência e que assumem a rebeldia na defesa de causas tão velhas como a honestidade”.

A intervenção do director-geral de O MIRANTE terminou com um rasgado elogio às Personalidades do Ano. “Temos mil histó-rias para contar desta vida de andarilhos e de escrita pela noite dentro mas não temos tan-tos quilómetros de estrada como os músicos dos Quinta do Bill, nem tantas horas de olho fino como o Nené a ver para que lado mar-ram os toiros, nem sabemos tanto de política como a deputada Carina Oliveira, que tem a escola da Assembleia da República. Jamais conseguiremos ser jornalistas de proximida-de com a mesma proximidade que o Dionísio Mendes que é presidente de câmara; nunca chegaremos aos calcanhares do massagista Mário André a deitar a mão a uma dificul-dade. Por muitos anos que vivamos nunca mais conseguiremos apanhar o passado an-tifascista e cheio de referências culturais da Euterpe Alhandrense e ficaremos sempre de boca aberta a ver como se organizam em ter-mos empresariais e associativos o Conserva-tório de música de Ourém e Fátima e o Sport Clube Operário de Cem Soldos. O Juventude Amizade e Convívio de Alcanena é um caso raro de êxito no desporto, principalmente fe-minino, e nós somos todos uns trambolhos se nos tirarem o ofício da escrita ou, noutros casos, a capacidade de ajudarmos a duplicar negócios com a publicidade que vendemos para o nosso jornal”.

fotos O MIRANTE

Rádio Hertz com especial Quinta do BillMúsica e depoimentos sobre a banda ao longo do dia da entrega dos prémios O MIRANTE

Ao longo de quinta-feira, dia 21 de Feve-reiro, a Rádio Hertz de Tomar, transmitiu um especial “Quinta do Bill” - Personalidade do Ano, durante o qual transmitiu músicas dos oito álbuns da banda e depoimentos de fãs e de personalidades da cidade. A respon-sabilidade da iniciativa foi do director da estação, João Franco e da locutora Helena Gomes. A ideia partiu de uma sugestão de

um leitor de O MIRANTE deixada na caixa de comentários do jornal.

Um dos depoimentos mais significativos foi o de João Portela, letrista de grande par-te das canções dos Quinta do Bill, conside-rado como o sexto elemento. Embora nos últimos a sua participação no projecto seja muito menor, a banda continua a considerá--lo como fazendo parte da família. “Em alma

continuo a fazer parte dos Quinta do Bill”, disse o entrevistado, que contou a história de algumas das letras que escreveu.

“A minha participação foi consequência da amizade pessoal com o Carlos Moisés. Foi em 1988/89, eu era crítico de música e já escrevia. A nossa colaboração não era con-vencional. Ele escrevia as melodias e dava indicação de como seria o desenho da frase da letra do ponto de vista fonético. Limita-va-me mas adaptei-me. Se eu tiver que es-colher uma letra que me marcou foi “Dias de Cumplicidade”, razões estritamente pes-soais. Escrevi para registar um acto de infe-licidade imensa. A perda de alguém muito próximo com vinte e poucos anos de idade. A letra que me deu mais prazer no contexto dos Quinta do Bill foi Os Filhos da Nação”.

João Portela diz que a letra resultou da observação que fazia dos seus colegas do Instituto Superior Técnico, no tempo do Governo Guterres. “Aquela letra nunca foi entendida. Até nos conotaram com a extrema-direita. Não era nada disso. “Era uma celebração dos meus colegas que eram muito ambiciosos. Que integravam o Go-verno e que eram vistos como Deuses. Foi esse quadro dessa situação que pintei com palavras”.

Quanto às canções que, segundo ele, re-flectem os dois pólos do grupo, Folk e Pop, refere Os Filhos da Nação, que é uma cele-bração e que resulta bem nos concertos e “Se te Amo”, uma canção pop que por is-

so mesmo passa melhor nas rádios e que, defende, “foi a primeira grande afirmação do Carlos Moisés enquanto compositor”.

Para o Padre Mário, os Quinta do Bill “souberam sempre ser arautos de uma men-sagem que é pura. Que é entendível. Que mexe com aqueles que têm sentimentos”. O conhecido religioso diz que os "Quinta do Bill têm alma solidária” e confessa que os ouve, principalmente quando conduz porque as músicas transmitem-lhe tranqui-lidade. “Gosto muito do violino. É o instru-mento do amor”, afirmou.

Rute de Oleiros, Castelo Branco, Paulo Jorge, de Lisboa mas a residir em Porto Al-to, concelho de Benavente, e Rosinha, do Porto, admiradores e seguidores da banda realçaram a simplicidade dos músicos e o facto de serem acolhidos sempre que os procuram, como amigos. Os três são contra qualquer possibilidade do grupo vir a cantar em inglês e acusam as rádios nacionais de não passarem músicas dos Quinta do Bill, situação que consideram injusta.

“Símbolo de Tomar moderno” foi a de-signação escolhida por António Paiva, ex--presidente da câmara para definir o grupo. O maestro tomarense António Sousa, que nos anos 60 pertenceu a um outro grupo musical da cidade que ganhou projecção nacional “Filarmónica Fraude”, realça o fac-to dos Quinta do Bill nunca terem ido para Lisboa. Bruno Graça, presidente da Associa-ção Filarmónica Gualdim Pais referiu-se ao concerto conjunto que a banda da Socie-dade e os Quinta do Bill vão dar na praça de touros da cidade, em Julho deste ano.

MÚSICA. Elementos do grupo estiveram no estúdio da Rádio Hertz, em Tomar

VER VÍDEOwww.omirante.ptou no canal 642649 do MEO

Page 6: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013 | O MIRANTEECONOMIA| 6

O mérito das pessoas reconhecido enquanto elas estão vivasO MIRANTE ouviu quem foi assistir aos prémios “Personalidade do Ano”Na hora de escolher, os nossos interlocutores não têm dúvidas de que se tivessem que atribuir um prémio de mérito o mesmo iria parar às mãos de um ou mais elementos da sua família. Consideram que se devia premiar mais o mérito em Portugal e que a iniciativa de O MIRANTE representa aquilo que se devia fazer sempre: reconhecer e felicitar o sucesso dos outros no verbo presente.

Jean Campiche, 66 anos, Director da Escola Superior de Educação de Santarém

Um prémio de mérito para todas as mulheres

Natural da Suíça, Jean Campiche consi-dera que, por vezes, em Portugal basta um pequeno formalismo para evitar que o mé-rito venha a ser reconhecido. “Acho que se devia reconhecer mais o mérito a quem re-almente o merece”, atesta. Se tivesse a opor-tunidade de atribuir um prémio de mérito entregava-o a todas “as mulheres que sabem combater e ultrapassar as dificuldades com que se deparam” nas suas vidas profissio-nais e pessoais. Ao actual director da Escola Superior de Educação de Santarém não lhe custa mostrar o apreço a quem sabe que o merece, mesmo a quem não conhece pesso-almente. “Acho que é importante e até uma atitude responsável que devemos adoptar. O meu pai falava com toda a gente na rua e recebi essa educação. Não tenho o medo, que sinto nos portugueses, de elogiar os ou-tros ou cumprimentar na rua quem não co-nheço", atesta.

Manuel Duarte dos Santos, 68 anos, presidente da Assembleia Municipal de Abrantes

“Prémios de mérito devem ser dados em vida”

“Em Portugal o mérito das pessoas só é reconhecido, na maior parte dos casos, após a sua morte”, diz Manuel Duarte dos San-tos, presidente da assembleia municipal de Abrantes. Se tivesse que atribuir um prémio de mérito a alguém, o nosso interlocutor não tem dúvidas em escolher a sua mãe. “É uma senhora com 95 anos e com uma grande lu-cidez e da qual me orgulho muito ser filho”, atesta. Em termos profissionais, recorda um companheiro de curso e da Direcção Nacio-nal dos Registos e Notariado, José Manuel Martins que considerava um “visionário” dos registos. “Andava à frente no tempo dez anos e, actualmente, é de pessoas assim que o país precisa”, sustenta. Manuel Duarte dos Santos diz ainda que não tem problemas em elogiar quem não conhece, tais como os ga-lardoados da Personalidade do Ano.

Pedro Neto, 42 anos, Director Regional da Moneris

“Temos que expandir tudo o que é positivo”

Pedro Neto considera que, no nosso país, o mérito não é suficientemente reconhecido ou premiado. “Normalmente quando o é já vai fora do tempo porque é sempre depois das pessoas falecerem. Acho que se tem que reco-nhecer o mérito das pessoas enquanto elas cá estão, para poderem ser um exemplo vivo pa-ra os demais”, refere o Director Regional da Moneris. O prémio de mérito de Pedro Neto ia directamente para os seus pais. “Sou aqui-lo que sou fruto da educação que me deram", justifica. Em termos gerais, considera que to-dos aqueles que defendem interesses globais em detrimento dos pessoais mereciam um prémio de mérito. Sempre que tem oportu-nidade e considera oportuno, elogia os outros com facilidade, mesmo que não sejam das su-as relações pessoais ou profissionais. “Temos que expandir tudo o que é positivo”, atesta.

Manuela Ruivo, presidente da direcção do Montepio Abrantino

“Valorizo com facilidade as pessoas que trabalham comigo”

Manuela Ruivo considera que o mérito dos outros nem sempre é reconhecido ou premiado em Portugal. “Devíamo-nos pautar sempre pelo mérito e este deveria estar associado ao trabalho que a pessoa desenvolve tal como mostra esta iniciativa de O MIRANTE”, atesta a presiden-te da direcção do Montepio Abrantino “Soares Mendes”. O seu prémio de mérito ia para uma pessoa muito especial das suas relações, o avô, falecido há poucos meses com 97 anos. “Tenho vários ídolos na minha vida mas o meu prémio iria para o meu avô uma vez que dele recebi valores e ensinamentos que me tornaram na pessoa que sou”, atesta. Manuela Ruivo diz que elogia com facilidade quem a rodeia, sejam das suas relações pessoais ou profissionais. “Valorizo com facilidade as pessoas que trabalham comi-go. Sou presidente de algumas instituições mas o sucesso destas depende da equipa que tenho ao meu lado”, refere.

André Gralha, 36 anos, árbitro de futebol

“Há muitas pessoas a fazer coisas bem feitas e ninguém se lembra delas”

O árbitro de futebol André Gralha, que já foi distinguido na categoria de Desporto Masculino, com o prémio Personalidade do Ano em 2011 considera que em Portugal não é fácil reconhecer o mérito nos outros. “Como em tudo na vida, há muitas pessoas que fazem um bom desempenho e ninguém se lembra delas. Nós, felizmente, no distri-to de Santarém, temos a felicidade de ter O MIRANTE, que todos os anos vai dando visibilidade a essas pessoas e ao seu traba-lho”, testemunha. O seu prémio de mérito ia, em primeiro lugar, para os pais que são a sua “referência”. Em termos desportivos, distinguia uma pessoa que tem feito um tra-balho excepcional com crianças, o José Lu-ís, do Rossio, que teve alguns problemas de saúde e agora encontra-se a recuperar. “É uma pessoa que nos tem feito muita falta”, refere. André Gralha considera que é mais fácil elogiar quem se conhece mas se o tiver que fazer a alguém com quem nunca falou não vê problemas nisso.

Joaquim Gomes, 54 anos, administrador da Luságua Alcanena

“Uma palavra de conforto pode ser uma forma de reconhecer o mérito”

Para Joaquim Gomes, da Luságua, empresa concessionária do Sistema Municipal de Abas-tecimento de Água de Alcanena, o reconheci-mento do mérito em Portugal faz-se de forma “pontual” quando devia ser generalizado. “Es-ta iniciativa de O MIRANTE é uma excepção no nosso distrito e que acho que é de louvar e manter”, atesta. Se tivesse que atribuir um prémio de mérito entregava-o a quem está à frente de instituições de solidariedade social e se dedica a essas causas, de forma diária, nos bastidores. “Conheço uma rapariga, em Alca-nena, a quem o mérito devia ser reconhecido porque era uma ex-toxicodependente, foi “re-cuperada” dos maus caminhos, fez um curso de reinserção na área da geriatria e hoje é uma funcionária muito querida pelos utentes”, ates-ta. Joaquim Gomes refere que procura incen-tivar, através do elogio, os seus colaboradores, não tendo o hábito de o fazer com quem não conhece. “O mérito não é só atribuir um pré-mio. Uma palavra de conforto pode ser uma forma de reconhecer o mérito. Das coisas pe-quenas nascem grandes “, sublinha.

Sara Rosa, 33 anos, empresária, RISA-Organização Empresas Lda

“É muito importante valorizar as pessoas com o elogio”

Sara Rosa, da RISA - Organização Empre-sas Lda, com sede em Vila Moreira, Alcanena é da opinião que no nosso país o reconheci-mento do mérito depende muito da situação. “Em alguns sectores é mais fácil ver o méri-to atribuído do que em outros. Posso falar que, em termos das empresas, premiamos bastante o mérito das pessoas e esta é uma característica bastante importante”, refere. Se tivesse que atribuir um prémio de mérito a alguém a resposta vem acompanhada com um “óbvio”: o seu pai, Artur Rosa. “Pelos anos que tem de empresário, pelo sucesso alcançado e pelo motor que é na nossa em-presa”, justifica. Sara Rosa costuma elogiar os outros com facilidade, mesmo quando trabalhava na área social, antes de ir para a empresa da família. “É muito importante valorizar as pessoas com o elogio e dar uma palavra de incentivo quando as coisas correm bem. Não é só criticar quando as coisas cor-rem mal”, sustenta, reconhecendo que, em Portugal, não há a cultura do elogio fácil.

Elza Vitório, 61 anos, Directora do Centro de Emprego e Formação Profissional Santarém

“Se o desempenho é bom devemos dizê-lo com todas as letras”

“É possível melhorar” as iniciativas de mérito aos outros, considera Elza Vitório, Directora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Santarém. “Seja em vida ou a titulo póstumo é sempre um exemplo moti-vador para aqueles que tomam conhecimen-to. Quem é reconhecido acaba sempre por receber uma parte de valorização, estímulo e bem-estar”, refere. Se tivesse que atribuir um prémio de mérito, Elza Vitório escolhia “uma pessoa que tivesse um bom desempe-nho profissional”, tarefa que seria fácil de fazer em equipas que tem dirigido ao nível profissional. A família e os amigos também merecem o seu mérito, embora não queira nomear quem por receio de injustiça. “Te-nho bastantes nomes para indicar. Custa-me escolher apenas um”, responde. A directora do Centro de Emprego de Santarém enten-de e coloca em prática a valorização profis-sional dos outros “Se o desempenho é bom, devemos dizê-lo com todas as letras. Mais do que elogio é um reconhecimento que o mo-tiva a continuar”, salienta.

fotos O MIRANTE

Page 7: PRÉMIOS PERSONALIDADE DO ANO 2012

28 FEVEREIRO 2013O MIRANTE | ECONOMIA | 7

Grândola vila Morena pelo coro da câmara de Coruche

O vocalista dos Quinta do Bill, Carlos Moi-sés chegou a perguntar ao público se queria cantar Grândola Vila Morena mas acabou

por não dar o tom e a oportunidade gorou-se mas o grupo de funcionários da Câmara de Coruche, o presidente Dionísio Mendes e a vereadora Fátima Galhardo não abandona-ram o cineteatro S. Pedro sem entoarem a canção de Zeca Afonso. Foi no final, já com a sala praticamente vazia, quando subiram ao palco para uma foto de conjunto.

Os extremos tocam-seSantarém esteve bem representada na

cerimónia de atribuição dos prémios Per-sonalidade do Ano de O MIRANTE, como o comprova esta imagem, onde aparecem o provedor da Santa Casa da Misericórdia

escalabitana, Mário Rebelo, e o presidente da Associação de Jovens do Ribatejo, Carlos Catalão. Lado a lado, em convívio, a mais antiga instituição da cidade e uma das mais recentes colectividades. Uma prova de que os extremos se tocam.

Há falta de homens...para cantar

As cantoras do coro da Sociedade Eu-terpe Alhandrense (SEA) explicaram a O MIRANTE que tinham ido de Alhandra a Abrantes acompanhar o presidente Jorge Zacarias na subida ao palco para receber

o prémio Personalidade do Ano - Cultura, por serem reformadas e terem mais tem-po disponível. Quando interrogadas sobre o facto de apenas estar presente um ele-mento masculino do Coro aproveitaram para desafiar mais homens a ir cantar com elas... se não um dia destes o grupo deixa de ser misto.

Discurso bem ensaiado mas com versão mais curta

O Presidente da câmara municipal de Co-ruche, Dionísio Mendes, confidenciou a O MIRANTE que o discurso que leu na altura em que lhe foi entregue o prémio Persona-

lidade do Ano - Política Masculino, estava bem ensaiado uma vez que era uma versão mais curta de um outro, com a duração de meia-hora, que tinha lido durante uma reu-nião autárquica. Ficámos foi sem saber que o facto de o seu vídeo de apresentação ter encravado a meio da apresentação, obrigan-do à sua repetição, o fez encurtar ainda mais a intervenção.

Leituras atrasadasEnquanto os colegas da banda conversa-

vam à porta do cineteatro S. Pedro, Paulo Bi-zarro, baixista dos Quinta do Bill, foi ao hall de entrada, a uma das mesas onde tinham sido colocados exemplares de O MIRANTE, buscar alguns exemplares da edição especial Personalidades do Ano. "Ainda não lemos a

nossa entrevista”, confessou com um sorri-so enquanto distribuía jornais pelos colegas. Quem também se atirou ao jornal assim que o viu foi a Personalidade do Ano - Política Feminino. Carina João Oliveira, que já tinha dito na entrevista a O MIRANTE que com-pra mais jornais do que aqueles que conse-gue ler, desabafou que também não tinha arranjado tempo para ler a sua entrevista.

Faltou a DalilaCarlos Moisés, compositor e vocalista dos

Quinta do Bill andou numa roda viva para conseguir que todos os elementos do grupo estivessem em Abrantes para receber o pré-mio Personalidade do Ano. O esforço feito merece destaque, pela importância que foi

dada à distinção (o que nos honra), e pelo facto de alguns dos músicos não morarem na região. Infelizmente para alguns admiradores masculinos da banda de Tomar, a violinista Dalila foi a única que não conseguiu estar presente porque, segundo nos foi explicado, teve que ajudar os seus alunos do Conservató-rio de Ourém e Fátima a preparar um exame.

Quem se atrasa fica em terra

Joaquim Santana, Personalidade do Ano - Vida, foi um dos primeiros a chegar ao Ci-ne Teatro S. Pedro, muito antes da hora marcada para o início da cerimónia. O di-rector e ensaiador do rancho folclórico Os Camponeses de Riachos garantiu que toda a vida foi pontual. A filha Maria Gabriela Santana, que o acompanhou, contou que

em certas alturas o rancho teve que partir com um dia de antecedência para alguns es-pectáculos por causa daquela preocupação com o chegar a tempo e horas. “Agora, na altura das partidas, já dá uma tolerância de 15 minutos mas quem não aparecer até essa altura, fica em terra”, afiança. Com algumas dificuldades de locomoção, a esposa de Joa-quim Santana, Maria José Santana, entrou primeiro para a sala e foi a ela que ele en-tregou o prémio depois de descer do palco.

fotos O MIRANTE