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Qualidade da Água Utilização dos Índices de Ross e Bolton Introdução à Qualidade Ambiental Universidade de Évora_________________________2002/2003__________________________Pág. 1/18 ÍNDICE ÍNDICE………………………………………………………………………………………………..1 PALAVRAS-CHAVE……..…………………………………………………………………………..2 ABSTRACT………………..……………………………………………........………………………2 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………..……………………3 ALBUFEIRA DE S. DOMINGOS ENQUADRAMENTO E SITUAÇÃO GEOGRÁFICA……..……...5 METODOLOGIA……………………………......................................................................7 ÍNDICE DE BOLTON ……………………………………………………………………….7 ÍNDICE DE ROSS………………………………………………..…………………………..9 VALORES OBTIDOS VS DECRETO-LEI Nº 236/98, DE 1 AGOSTO…………….10 APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO DE RESULTADOS………………………………………10 ÍNDICE DE BOLTON………………………………………………………………………10 ÍNDICE DE ROSS……….…………………………………………………………………13 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.…………………………….………………………………...14 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………................................17 BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………………….18

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Qualidade da Água – Utilização dos Índices de Ross e Bolton Introdução à Qualidade Ambiental

Universidade de Évora_________________________2002/2003__________________________Pág. 1/18

ÍNDICE

ÍNDICE………………………………………………………………………………………………..1

PALAVRAS-CHAVE……..…………………………………………………………………………..2 ABSTRACT………………..……………………………………………........………………………2

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………..……………………3

ALBUFEIRA DE S. DOMINGOS – ENQUADRAMENTO E SITUAÇÃO GEOGRÁFICA……..……...5 METODOLOGIA……………………………......................................................................7

ÍNDICE DE BOLTON ……………………………………………………………………….7

ÍNDICE DE ROSS………………………………………………..…………………………..9 VALORES OBTIDOS VS DECRETO-LEI Nº 236/98, DE 1 AGOSTO…………….10

APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO DE RESULTADOS………………………………………10

ÍNDICE DE BOLTON………………………………………………………………………10

ÍNDICE DE ROSS……….…………………………………………………………………13

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.…………………………….………………………………...14

CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………................................17

BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………………….18

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D E T E R M I N A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D A Á G U A N A A L B U F E I R A D E S . D O M I N G O S

- A P L I C A Ç Ã O D O S Í N D I C E S D E B O L T O N E R O S S -

U N I V E R S I D A D E D E É V O R A

Ciências do Ambiente, ramo de Qualidade do Ambiente

Introdução à Qualidade Ambiental

Autor: Ferreira, Carlos J. n.º 15193 [email protected]

____________________________________________

PALAVRAS-CHAVE

Qualidade da Água, Estação da Albufeira de São Domingos, Índice de Ross, Índice de Bolton,

Decreto-Lei nº236/98, de 1 de Agosto.

ABSTRACT

Este documento tem como objectivo avaliar a qualidade da água da Albufeira de S.

Domingos, situada na Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste, durante o período de

05/01/1999 até 06/08/2002. Realizou-se uma análise a diversos parâmetros (carência

bioquímica de oxigénio (BOD), os coliformes totais, P2O5 na forma de fósforo, os nitratos e

nitritos (TON), azoto amoniacal na forma de azoto, o oxigénio dissolvido (OD), o pH e os

sólidos suspensos totais (SST)), e com o cálculo do Índice de Bolton et al (1978) e Índice de

Ross et al (1977), que têm em conta estes parâmetros, tentou-se dar uma perspectiva da

qualidade da água. Perante os resultados obtidos de 88.76 e 70,12 (valores médios), para o

Índice de Bolton, através do método aritmético e o método de Solway, respectivamente,

podemos afirmar que a água se encontra em condições razoáveis. Com os valores obtidos,

através do Índice de Ross, com as médias e mínimos dos parâmetros considerados (BOD,

OD, SST e azoto amoniacal), permite afirmar que a água tem uma excelente qualidade

(“Water Quality Índex” (WQI)= 9.5 e 10.0, respectivamente), enquanto que com os valores

máximos dos parâmetros, isso já não sucede (WQI=4.5). Avaliando assim, de uma forma

abrangente, os valores obtidos para os dois índices pode-se reconhecer que a água da Alb.

S. Domingos apresenta uma boa qualidade. Esta afirmação é corroborada pela análise

comparativa global dos valores dos parâmetros analisados, com os estabelecidos pela

legislação portuguesa (Decreto-Lei n.º236/98, de 1 de Agosto), para os seus diversos fins

(consumo humano directo, qualidade das águas doces superficiais destinadas à produção de

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água para consumo humano e águas destinadas à rega). Verificou-se que a água não era

adequada para consumo humano directo devido aos valores de certos parâmetros estarem

acima dos valores limites como o VMA e o VMR (valor máximo admissível e valor máximo

recomendado, respectivamente), enquanto que nas águas destinadas à rega não havia

nenhum parâmetro que tenha sido analisado a ultrapassar os valores limites. Para as águas

destinadas à produção de água para consumo humano todos os valores médios encontram-

se dentro dos limites embora alguns tenham que ser sujeitos a tratamentos A2 e A3, sendo

que a maioria só necessita tratamento A1.

Diante disto, retira-se que previamente a um aproveitamento da água da Albufeira de S.

Domingos, esta terá que ser sujeita a tratamento, para eliminação de concentrações

excessivas, em alguns parâmetros, no caso das águas destinadas ao consumo humano.

É ainda de mencionar que todo este estudo tem um carácter meramente figurativo (de

interesse apenas para o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos na cadeira de

Introdução à Qualidade do Ambiente), uma vez que, para um estudo realmente fidedigno,

teríamos de ter tido em conta um maior número de aspectos que não foram neste trabalho

considerados.

INTRODUÇÃO

A água é um recurso natural renovável, e indispensável à maioria das actividades humanas e

para o ambiente, estando sujeito a várias pressões, derivadas em particular da sua captação

e poluição infringida pelo Homem. O abastecimento de água às populações, em quantidade e

qualidade, adequadas às diferentes utilizações assim como o seu posterior tratamento,

prévio à devolução ao meio, são indicadores significativos de qualidade de vida (Gomes et al,

2000). As quantidades relativamente pequenas de água que ocorrem em lagos e rios de

água doce devem a sua importância basicamente à manutenção da vida na Terra.

A qualidade da água é determinante tanto para a saúde pública como para a qualidade do

ambiente. O exemplo é que os indicadores de saneamento básico que se relacionam

directamente com a qualidade do meio aquático, como a drenagem e tratamento das águas

residuais, têm vindo a melhorar na última década embora ainda falte bastante para se atingir

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o ideal. A qualidade da água dos rios, riachos, ribeiras, albufeiras, frequentemente

preocupante, reflecte esta realidade (Instituto do Ambiente, 2001).

Em face da complexidade e da extensão dos factores que determinam a qualidade da água,

e da variedade de parâmetros que podem ser utilizados para determinar essa qualidade, não

é fácil definir o conceito de qualidade da água.

Se se considerar que a água é uma componente ambiental, suporte de vida e elemento

regulador dos mais diversos ecossistemas, há que definir a qualidade da água de uma forma

envolvente. Assim, a qualidade da água pode ser definida como o conjunto de características

físico-químicas, biológicas e ecológicas que são próprias à água, expressas em concentração

de substâncias orgânicas e inorgânicas, espécies químicas e parâmetros físicos (Gomes et al,

2000) e, ainda, pela composição e estado biota da água.

A qualidade de uma massa de água é variável no espaço e no tempo devido tanto a factores

internos como externos e é determinada, em primeiro lugar pelas condições climáticas,

geomorfológicas (Wetzel, 1983) e geoquímicas da bacia drenante e dos aquíferos

subjacentes.

Enquanto a qualidade físico-química de uma massa de água pode ser determinada pelos

métodos analíticos, a descrição da qualidade biológica é sempre uma combinação de

descritores quantitativos e qualitativos das espécies, das populações, das comunidades e,

finalmente, dos ecossistemas atendendo às funções e aos nichos próprios de cada elemento.

A necessidade crescente de determinar a qualidade biológica da água tem conduzido ao

desenvolvimento de metodologias, entre as quais se destaca o recurso a indicadores e a

índices ambientais. A utilização deste revela-se importante no sentido de tornar os dados

científicos mais facilmente utilizáveis por decisores técnicos, gestores cientistas e pelo

público em geral.

A qualidade química e biológica das águas deve ser objecto de uma gestão cuidada, no

sentido de assegurar que os recursos disponíveis não sejam reduzidos ou encarecidos devido

à sua degradação (Serralheiro et al, 1997). Assim, a utilização dos recursos hídricos deve

fundamentar-se numa cultura de poupança, apoiada tecnologicamente, no sentido da plena

rentabilização (Serralheiro et al, 1997).

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E é aqui que tem importância fundamental o conceito de desenvolvimento sustentável para

que possam surgir novas politicas de gestão da qualidade da água que têm como principais

objectivos:

A protecção da saúde publica, associada ao consumo de água; A protecção dos ambientes aquáticos, de modo a que estes estejam aptos para os

possíveis usos de cada um;

A protecção da vida aquática e dos ecossistemas (Gower, 1980) Na água para consumo humano, verifica-se que, nos últimos anos se obteve uma

estabilização do número de distribuidores, a par de um crescimento do número de habitantes

a ser servido. Quanto à aplicação das normas estabelecidas na legislação é de referir uma

acentuada redução, também nos últimos anos, do número de análises em violação e um

melhor conhecimento da realidade nacional (REA, 2001).

Este trabalho tem como objectivo o estudo da qualidade da água numa das estações de

amostra dentro da Bacia hidrográfica das Ribeiras do Oeste, com base na aplicação dos

índices de Ross e Bolton que entram em linha de conta os parâmetros físicos, químicos e

biológicos da água, tais como o azoto amoniacal, a carência bioquímica de oxigénio (BOD),

os coliformes totais, o fosfato total, o fósforo total, os nitratos e nitritos, o oxigénio dissolvido

(OD), o pH e os sólidos suspensos totais (SST), tendo como propósito saber se a água

apresenta os requisitos mínimos para os seus fins.

ALBUFEIRA DE S. DOMINGOS – ENQUADRAMENTO E SUA SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

Após a sua entrada em funcionamento, em Janeiro de 1998, a rede domiciliária de

abastecimento de água abrange a totalidade do Concelho de Peniche para consumo de água,

para os cerca de 20.000 habitantes da zona, além de ser um local onde habitualmente se

praticam desportos naúticos como a canoagem.

A água da albufeira também se destina à rega

das culturas agrícolas.

Figura 1 – A Barragem de Albufeira de S.

Domingos na sua capacidade máxima (Tirada a 17/04/2003, por Carlos Ferreira).

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A Barragem no Rio de S. Domingos situa-se nas proximidades da Atouguia da Baleia,

pertencente ao concelho de Peniche. A Albufeira encontra-se no Rio de S. Domingos,

apresentando o código 18B/01, atribuído pelo SNIRH (Sistema Nacional de Informação dos

Recursos Hídricos), e situa-se na Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste, localizando-se

esta no extremo ocidente de Portugal encaixadas entre o Atlântico e as Serras d´Aire e

Candeeiros, Montejunto e Arrábida (Figura 2). Apresenta uma área de drenagem de 31,4

Km2, com 64 metros de altitude em relação ao ponto de cota zero e localiza-se a cerca de

6,5 Km da foz. Na margem esquerda deste afluente, as encostas limítrofes apresentam uma

certa inclinação, contrariamente com o que se verifica na margem direita, em que o relevo é

pouco acentuado. É também de salientar que o uso do solo é predominantemente agrícola,

ocupado essencialmente por culturas anuais e floresta mista.

Figura 2 – Localização geográfica, em Portugal, da Bacia Hidrográfica (B.H.) das Ribeiras do Oeste, à direita. À esquerda apresenta-se em pormenor a B.H. das Ribeiras do Oeste e as diferentes estações de recolha de água para posterior análise em laboratório. O ponto mais saliente da figura (da

esquerda) é a localização da estação escolhida (Alb. S. Domingos) para se proceder à análise da qualidade da água através dos índices de Ross e Bolton (Fonte SNIRH).

Figura 3 – Uma outra visão da Albufeira. (Fotografia tirada a

17/04/2003, por Carlos Ferreira)

Localização exacta da

Albufeira de

S. Domingos

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METODOLOGIA

Para se efectuar a análise da qualidade da água numa das muitas estações situadas na bacia

hidrográfica das Ribeiras do Oeste, procedeu-se à determinação do valor final de dois dos

índices existentes que são o Índice de Qualidade da Água desenvolvido por Bolton et al

(1978) e um outro desenvolvido por Ross et al (1977). Para obtenção de dados procedeu-se

à recolha de valores na base de dados do SNIRH (na rede Qualidade), no site do Instituto

Nacional da Água (INAG, em www.inag.pt), da estação da

Albufeira de S. Domingos (código 18B/01).

Posteriormente, foi seleccionado um período de tempo em que se registava valores de todos

os parâmetros necessários, pelo menos durante um período mínimo de 3 anos. Neste caso

recolheu-se os dados desde 05/01/1999 até 06/08/2002 (ver anexo II).

Dos vários parâmetros físicos, químicos e biológicos disponíveis retiraram-se apenas os

dados tidos em conta nos índices utilizados e são eles o azoto amoniacal, a carência

bioquímica de oxigénio (BOD), os coliformes fecais, o fósforo sobre a forma de P2O5, os

nitratos e nitritos (TON – total oxidized nitrogen – azoto oxidado total), o oxigénio dissolvido

(OD), o pH e os sólidos suspensos totais (SST). Também se retirou os valores respeitantes à

condutividade e temperatura, mas estes não foram tidos em conta (a justificação encontra-

se à frente)

Após a recolha dos dados, estes foram tratados estatisticamente obtendo assim o valor

médio, o valor máximo e mínimo para cada um dos parâmetros para o período de tempo

considerado.

Índice de Bolton

O Índice de Bolton et al (1978) resulta da tentativa de junção entre uma diversidade de

índices semelhantes e de parâmetros considerados como bons indicadores de qualidade da

água. O índice apoia-se em 10 parâmetros (já atrás referidos) aos quais se atribui um peso

dependendo da sua importância relativa para a qualidade da água (ver Tabela 1).

É de referir que neste índice foram suprimidos os parâmetros temperatura e a condutividade,

visto que ambos dependem de coordenadas geográficas e geoquímicas, e os valores

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apresentados em anexo I, satisfazerem apenas a situação do Reino Unido. Desta forma,

como não foram utilizados a totalidade dos parâmetros, procede-se à correcção do valor

obtido para o índice. Logo, é inevitável corrigir o valor final obtido multiplicando-o por 1/x,

em que x representa a soma dos pesos relativos dos parâmetros considerados no cálculo do

índice, que neste caso vale 0,89.

Este índice produz valores entre 0 e 100, sendo que o valor 0 corresponde à qualidade

mínima da água e o valor 100, uma água de extrema qualidade.

Na tabela seguinte apresenta-se os parâmetros considerados no índice de Qualidade da Água

de Bolton et al (1978).

PARÂMETRO UNIDADES PESO

OD % saturação 0,18

BOD mg/L 0,15

Azoto amoniacal mg/L as N 0,12

Coliformes fecais MPN/100mL 0,12

pH ---- 0,09

Azoto total (TON) mg/L as N 0,08

Fósforo total mg/L as P 0,08

SST mg/L 0,07

Condutividade µmho/cm 0,06

Temperatura ºC 0,05

Total dos Pesos = 1,00

Tabela 1 – Índice de Qualidade da Água de Bolton et al (1978) com os parâmetros tidos em conta, as

suas unidades e o peso relativo de cada um dos parâmetros.

Para o cálculo do índice podem-se considerar seis fórmulas diferentes, sendo que neste

trabalho apenas se irá ter em conta duas delas. Em ambas, têm-se em conta os pesos

atribuídos. Os métodos que irão ser utilizados são o Método Aritmético e o Método de Solway

cujas fórmulas abaixo se indicam:

Método Aritmético do Índice de Bolton et al (1978) = (qi wi)

Método de Solway do Índice de Bolton et al (1978) = 1/100

2

1

n

i

ii wq ,

em que qi e wi, representam respectivamente, o parâmetro i e o peso do parâmetro i.

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O valor de qi wi (“weighted water quality rating”) correspondente a cada parâmetro, é

retirado da tabela construída pelos autores, que se encontra em Anexo I, na qual a cada

intervalo de valores corresponde um valor de qi wi definido pelos autores, valor esse

utilizado posteriormente no cálculo do índice.

Índice de Ross

Este índice considera quatro parâmetros (SST, BOD, azoto amoniacal e OD) e consiste na

atribuição de um determinado peso a cada um dos parâmetros de acordo com a sua

importância relativa para a qualidade da água.

O Índice de Ross et al (1977) dá-nos resultados entre 0 e 10, em que 0 representa uma

água de péssima qualidade e o valor de 10, o oposto. Para obtenção de resultados utiliza-se

a fórmula:

Índice de Ross et al (1977) = ( (qi wi) / pi

sendo : qi = parâmetro i

wi = peso do parâmetro i pi = peso relativo do parâmetro i

O valor de qi wi correspondente a cada parâmetro é retirado da tabela 2, na qual cada

intervalo de valores de cada parâmetro corresponde um valor de qi wi, valor esse utilizado

no índice.

PARÂMETRO UNIDADES PESO

OD % saturação 1

0D mg/L 1

BOD mg/L 3

Azoto amoniacal mg/L as N 3

SST mg/L 2

Total dos Pesos = 10

Tabela 2 – Índice de Qualidade da Água de Ross et al (1978) com os parâmetros tidos em conta, as suas unidades e o peso relativo de cada um dos parâmetros.

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VALORES OBTIDOS VS DECRETO-LEI Nº 236/98, DE 1 AGOSTO

Por último, os valores obtidos para alguns dos parâmetros analisados foram comparados com

os valores limites (VMA – valor máximo admissível e VMR – valor máximo recomendado)

estabelecidos pela legislação portuguesa (Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto) para a

qualidade para os diversos fins aos quais se destina a água.

APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO DE RESULTADOS

Na Tabela 3 apresentam-se os valores médios, máximos e mínimos dos parâmetros

considerados no período de 05/01/1999 até 06/08/2002, determinados com base nos dados

recolhidos no SNIRH, para determinar a qualidade da água para a estação da Alb. S.

Domingos.

PARÂMETRO UNIDADE Nº

VALORES

VALOR

MÉDIO

VALOR

MÁXIMO

VALOR

MÍNIMO

BOD mg/L 44 3,477 10,500 2,000

Azoto amoniacal mg/L 44 0,137 0,780 0,010

Nitratos (NO3) mg/L 38 6,911 26,240 0,290

Nitritos (NO2) mg/L 44 0,140 1,300 0,010

OD (laboratório) mg/L 44 9,4 12,5 5,9

OD (laboratório) % saturação 44 98,977 141,000 62,000

SST mg/L 44 11,798 92,000 1,800

P2O5 mg/L 44 0,075 0,510 0,020

Coliformes fecais MPN/100mL 42 79 800 1

pH Escala Sorensen 45 7,92 8,60 6,00

Condutividade µmho/cm --- --- --- ---

Temperatura ºC --- --- --- ---

Tabela 3 – Valores médios, máximos e mínimos dos diferentes parâmetros tidos em conta no período

de 05/01/1999 até 06/08/2002 (Fonte SNIRH).

Nota: Apesar de se ter valores para a condutividade e temperatura estes não se encontram

na tabela, visto estes dois parâmetros não entrarem em linha de conta para o índice de Bolton et al (1978), devido a não se adequar à situação geográfica e geoquímica de Portugal (apenas para o Reino Unido).

Índice de Bolton

Mas nem todos os valores retirados do SNIRH são os necessários para a determinação dos

índices. Para o cálculo deste índice é necessário conhecer a massa de azoto, proveniente do

azoto amoniacal, do azoto oxidado total (TON), proveniente dos nitritos (NO2) e nitratos

(NO3), e de fósforo, proveniente dos fosfatos (P2O5) existentes na água.

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Conhecendo a percentagem que cada elemento tem no respectivo composto, através da

relação de massas moleculares dos compostos e as massas atómicas dos elementos,

calculam-se as massas acima referidas, as quais se apresentam nas tabelas seguintes (4,5 e

6).

Massa NH4 (mg) Massa N em NH4 (mg)

Valor

Médio

Valor

Máximo

Valor

Mínimo

Valor

Médio

Valor

Máximo

Valor

Mínimo

0,137 0,780 0,010 0,106 O,606 0,00777

Tabela 4 – Massa de azoto, proveniente do azoto amoniacal, presente na água.

Tabela 5 – Massa de fósforo, proveniente do P2O5 , presente na água.

Massa No3 (mg) Massa N em No3 (mg)

Massa TON (mg)

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

6,911 26,240 0,290 1,561 5,927 0,06551

1,602 6,306 0,06843

Massa No2 (mg) Massa N em No2 (mg)

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

0,140 1,300 0,010 0,0409 0,3794 0,00292

Tabela 6 – Massa de azoto oxidado total (TON), proveniente dos nitratos (No3) e nitritos (No2,), presentes na água.

Depois de efectuados todo o tratamento de resultados preciso para chegar aos valores

necessários, para aplicar o Índice de Bolton, cabe agora mostrar um quadro resumo de todos

os parâmetros tidos em conta neste índice.

Massa P2O5 (mg) Massa P em P2O5 (mg)

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

0,075 0,510 0,020 0,0163 0,1113 0,0044

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PARÂMETRO PESO VALOR MÉDIO

“RATING” (QI * WI)

VALOR MÁXIMO

“RATING” (QI * WI)

VALOR MÍNIMO

“RATING” (QI * WI)

BOD (mg/L)

0,15 3,477 10 10,500 1 2,000 13

Azoto amoniacal (mg/L as N)

0,12 0,106 11 0,606 4 0,0077 12

TON (mg/L as N)

0,08 1,602 6 6,306 2 0,0684 8

OD (laboratório) (% saturação)

0,18 98,977 18 141 ou 62 13 ou 8 100* 18

SST (mg/L)

0,07 11,798 6 92,000 1 1,800 7

pH (Escala Sorensen)

0,09 7,92 8 8,60 ou 6,0 7 ou 8 7,2** 9

P2O5 (mg/L as P)

0,08 0,0063 8 0,1113 5 0,0044 8

Coliformes fecais (MPN/100mL)

0,12 79 12 800 11 1 12

SOMATÓRIO 0,89 79 39 até 45 87

Tabela 7 – Tabela resumo dos valores médios, máximos e mínimos dos diferentes parâmetros tidos

em conta no período de 05/01/1999 até 06/08/2002 (Fonte SNIRH).

* O parâmetro OD (% saturação) enquadra-se nos componentes que têm um intervalo considerado

como óptimo, e não como sendo o que apresenta um valor máximo ou mínimo. Tendo em conta esse facto, colocou-se o valor de 100% saturação de OD (encontrado ao longo do período analisado (ver Anexo II).

** O que se referiu em relação ao OD (% saturação), também se aplica ao pH. O pH considerado como óptimo é o de 7.2.

Visto que para a obtenção dos valores dos índices de Bolton, não se ter recorrido a dois dos

parâmetros, teremos que o corrigir. Os valores apresentam-se em seguida. É de referir que

este método corresponde ao Aritmético.

Qualidade

da Água

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Método Aritmético (não corrigido)

i

n

i

i wq 1

79 39 até 45 87

Método Aritmético (corrigido)

xwq

n

i

ii

1

1

, com X=0,89 88,76 43,82 até

50,56 97,75

Tabela 8 - Valor corrigido do Índice de Bolton através do Método Aritmético.

Uma outra de obter o valor do Índice de Bolton é através do método de Solway.

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Qualidade da Água

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Método Solway (não corrigido) 2

1100

1

i

n

i

i wq 62,41

15,21 até

20,25 75,69

Método Solway (corrigido)

x

wqn

i

ii

1

100

12

1

, com X=0,89 70,12

17,09 até

22,75 85,04

Tabela 9 - Obtenção do valor do Índice de Bolton através do Método de Solway.

Índice de Ross

Na tabela 10 e 11 encontra-se, os valores da qualidade da água da estação da Alb. S.

Domingos, determinados através do Índice de qualidade da Água (WQI) de Ross et al

(1977). Para auxílio encontra-se em Anexo I, os “Rating” e os pesos relativos de cada

parâmetro.

PARÂMETRO PESO VALOR MÉDIO

“RATING” (QI * WI)

VALOR MÁXIMO

“RATING” (QI * WI)

VALOR MÍNIMO

“RATING” (QI * WI)

SST

(mg/L) 2 11,798 18 92,000 6 1,800 20

BOD

(mg/L) 3 3,477 27 10,500 12 2,000 30

Azoto amoniacal (mg/L)

3 0,137 30 0,780 18 0,010 30

OD (% saturação)

1 98,977 10 141,000

ou 62,000 6 100* 10

OD (mg/L)

1 9,4 10 5,9 4 12,5 10

SOMATÓRIO 10 95 46 100

Tabela 10 - Parâmetros com os seus valores médios, máximos e mínimos e respectivos valores de

“Rating” para a determinação do Índice de Qualidade da Água de Ross et al (1977).

*Nota: Para todos os parâmetros, aplicados no índice de Ross, os valores mínimos podem ser os considerados como excelentes, excepto para o OD (% saturação), no qual o valor considerado como óptimo é o valor de 100% de saturação, valor esse que também encontramos nos dados recolhidos

embora não seja um valor máximo ou mínimo.

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VALOR MÉDIO

VALOR MÁXIMO

VALOR MÍNIMO

Qualidade da Água ou Water Quality Index

WQI =

""

""

Pesos

Rating

WQI= 95/10=

9,5

WQI= 46/10=

4,6

WQI= 100/10=

10

Tabela 11 – Valores de WQI para os valores médios, máximos e mínimos dos 5 parâmetros considerados no índice de Ross.

Por último, os valores obtidos para alguns dos parâmetros analisados irão ser comparados

com os valores limites (VMA – valor máximo admissível e VMR – valor máximo recomendado)

estabelecidos pela legislação portuguesa (Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto), através

da qualidade, para os diversos fins aos quais se destina a água.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Ao se utilizar os valores médios dos parâmetros para determinar o valor do índice de

qualidade da água de Bolton et al (1978), pelo método aritmético e pelo método de Solway,

88.76 e 70.12, respectivamente, podemos afirmar, que através do método aritmético, a

qualidade da água da estação da Albufeira de S. Domingos, na Bacia Hidrográfica das

Ribeiras do Oeste, apresenta uma boa qualidade, embora com o método de Solway, esta

apresente só uma qualidade razoável. Com o valor médio dos parâmetros tidos em conta,

utilizando o Índice de Ross, obteve-se o valor de 9.5, quase próximo duma qualidade

considerada óptima.

Conjugando a análise dos dois índices determinados verifica-se que a água desta albufeira

(barragem), apresenta uma boa qualidade sendo esta afirmação corroborada pela análise

comparativa global dos valores dos parâmetros analisados com os valores limites legislados

(VMR e VMA) pelo Decreto-Lei nº236/98, de 1 de Agosto.

De forma a se ter mais facilidade na comparação dos valores obtidos com os estabelecidos

pela legislação portuguesa, apresenta-se nas tabelas 12, 13 e 14 alguns parâmetros, com os

seus valores médios, máximos e mínimos e os valores VMR e VMA estabelecidos, isto quer

para a qualidade das águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo

humano, quer para a qualidade da água para consumo humano, assim como para a

qualidade das águas destinadas à rega.

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A1 A2 A3

Parâmetro Unidade VMR VMA VMR VMA VMR VMA Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

BOD mg/L 3 - 5 - 7 - 3,477 10,500 2,000

Azoto

amoniacal mg/L 0,05 - 1,00 1,50 2,00 4,00 0,137 0,780 0,010

Nitratos (NO3)

mg/L 25 50 - 50 - 50 6,911 26,240 0,290

OD (laboratório)

% saturação

70 - 50 - 30 - 98,977 141 ou

62 100

SST mg/L 25 - - - - - 11,798 92,000 1,800

P2O5 mg/L P2O5 0,4 - 0,7 - 0,7 - 0,075 0,510 0,020

Coliformes fecais

MPN/100mL 20 - 2000 - 20000 - 79 800 1

pH Escala

Sorensen

6,5-

8,5 -

5,5-

9,0 -

5,5-

9,0 - 7,92

8,60 ou

6,00 7,2

Tabela 12 - Qualidade das águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo

humano.

Nota: A1 – tratamento físico e desinfecção

A2 - tratamento físico, químico e desinfecção A3 - tratamento físico, químico de afinação e desinfecção

Fazendo uma breve análise à tabela 12 podemos afirmar que o BOD, o azoto amoniacal, o

OD, o P2O5 e os coliformes fecais encontram-se acima do valor considerado como limite da

classe A1, classe essa, onde apenas se faz o tratamento físico e de desinfecção da água e

onde a frequência mínima de amostragem de análises é menor. Já o valor médio do pH, dos

SST e nitratos, encontram-se situados abaixo do VMR. É também de salientar que todos os

valores mínimos estão abaixo do VMR.

Parâmetro Unidade VMR VMA

Valor Médio

Valor Máximo

Valor Mínimo

Azoto amoniacal Mg/L 0,05 0,5 0,137 0,780 0,010

Nitratos (NO3) Mg/L 25 50 6,911 26,240 0,290

Nitritos (NO2) Mg/L - 0,1 0,140 1,300 0,010

OD (laboratório) %

saturação - - 98,977 141,000 62,000

SST Mg/L Ausência - 11,798 92,000 1,800

P2O5 mg/L P2O5 0,4 5 0,075 0,510 0,020

Coliformes fecais MPN/100mL - 0 ou < 1 79 800 1

pH Escala

Sorensen 6,5 – 8,5 9,5 7,92 8,60 6,00

Tabela 13 - Qualidade da água para consumo humano.

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Caso a água fosse utilizada para consumo humano directo esta não era aconselhável de

modo algum. Esta afirmação apoia-se no facto do azoto amoniacal com o seu valor médio

ultrapassar em muito o VMR, o mesmo acontecendo com os nitritos. Os SST e os coliformes

fecais nem deveriam existir nestas águas, mas isso sucede, sendo mais um ponto negativo

para a água da albufeira. Se se considerar os valores máximos, o VMA dos parâmetros azoto

amoniacal, nitratos, nitritos e pH é ultrapassado. Estas são as principais conclusões desta

tabela, embora se pudesse realizar um maior número de comparações tendo em conta os

valores máximos e mínimos.

Parâmetro Unidade VMR VMA

Valor

Médio

Valor

Máximo

Valor

Mínimo

Nitratos (NO3) mg/L 50 6,911 26,240 0,290

SST mg/L 60 11,798 92,000 1,800

Coliformes fecais MPN/100mL 100 79 800 1

pH Escala

Sorensen 6,5 – 8,4 4,5 – 9,0 7,92 8,60 6,00

Tabela 14 - Qualidade das águas destinadas à rega.

A qualidade da água tendo como função a rega, pode-se considerar em excelentes condições

quando se faz a análise com os valores médios, visto não ultrapassar em nenhum dos

parâmetros o VMR. Só em casos extremos é que a água nem para a rega é considerada útil,

como se pode verificar quando se tem em conta os valores máximos dos SST e coliformes

fecais.

Assim, retira-se a conclusão que, previamente a um aproveitamento da água da Albufeira de

S. Domingos, esta deverá ser sujeita a tratamento de acordo com o seu uso futuro, que é o

fornecimento de água com qualidade para consumo humano, neste caso para a cidade de

Peniche e arredores. No caso da água para rega, esta apresenta uma qualidade excelente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho tem que ser encarado como um estudo meramente figurativo, no qual existem

diversas lacunas, para um estudo mais completo que nos conduzissem a conclusões mais

fidedignas. Isto deve-se ao facto que quer no caso da utilização dos índices, quer na

comparação dos valores por nós obtidos com os legislados, se ter utilizado poucos

parâmetros. Os parâmetros utilizados nestes índices são aqueles, que em laboratório são os

menos dispendiosos para a nossa carteira. É de notar que não se teve em conta, por

exemplo, neste estudo os metais pesados, os pesticidas, os hidrocarbonetos aromáticos

polinucleares, entre outros mais. Portanto, considera-se importante ter em conta certos

aspectos que levariam a um estudo mais completo e rigoroso.

O incumprimento das normas de qualidade da água impede a boa utilização do recurso, bem

como conduz a perturbações potenciais dos ecossistemas associados, tendo assim

implicações de carácter ambiental, social e económico. Uma qualidade de água excelente ou

pobre depende muito do uso que se pretende dar a essa água e como é óbvio da atitude das

pessoas que fazem esse julgamento. A água contaminada coloca sérios riscos para a saúde

pública.

Um outro ponto a focar é o facto de a Albufeira de S. Domingos ainda ser uma barragem

relativamente recente (inaugurada a princípios de 1998), o que faz com que o processo de

eutrofização ainda não seja muito evidente. Hoje sabe-se que é um processo lento e faz

parte de um envelhecimento natural. No entanto, as descargas domésticas e industriais de

efluentes, bem como o escoamento de fertilizantes agrícolas, entre muitos outros factores

contribuem para a indesejável eutrofização artificial. Os nutrientes que mais irão promover a

eutrofização é o caso do fósforo e azoto, bem como as de outros nutrientes cuja necessidade

não é tão aguda, são relativamente elevadas.

Por último, é de salientar que para a determinação de uma massa de água deve incluir um

elevado número de parâmetros de diferentes tipos, de modo a obter uma perspectiva

unificadora, para, deste modo, melhor aferir da qualidade da água.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GOMES, M.L. & M.M. MARCELINO & M.G. ESPADA, 2000. Proposta para um Sistema de Indicadores de

Desenvolvimento Sustentável. Edição da Direcção Geral do Ambiente (ISBN 972-8419-48-1);

GOWER, A., 1980. Water Quality in Catchment Ecosystems. John Wiley & Sons, pp. 229 – 241;

INSTITUTO DO AMBIENTE, 2002. Relatório do Estado do Ambiente 2001. Ministério das Cidades,

Ordenamento do Território e Ambiente (ISBN 972-8419-66-X);

OREA, D.G., 1998. Evaluacion de Impacto Ambiental. 3ª Ed., Ediciones Mundi-Prensa, Editorial Agrícola

Española, S.A., Madrid, 1999 (ISBN 84-85441-56-6);

SERRALHEIRO, R. & A. BETTENCOURT & J. A. FERNANDES & J. CARVALHO & P. PINTO, 1997.

Recursos Hídricos do Alentejo – Perspectivas de Utilização Duradoura. Ciências da Natureza e do

Ambiente, Publicações da Universidade de Évora, Évora;

WETZEL, R.G., 1983. Limnologia. Fundação Calouste Gulbenkian (ISBN 84-85441-56-6);

SITES NA INTERNET

www.inag.pt