inclusão na escola

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INCLUSÃO NA ESCOLA Inclusão escolar para os cegos É possível e bem-sucedida, desde que a escola pública conte com o apoio do governo para as instalações e os materiais necessários 05/09/2013 15:27 Texto Cynthia Costa Foto: Maurício Melo Alunos com deficiência visual também se saem muito bem na escola! Feche os olhos. Como seria ir à escola assim, de olhos fechados? Esse é odesafio de cerca de 70 mil alunos no Brasil, segundo dados no Inep/MEC. Mas, por incrível que possa parecer para quem enxerga bem, as crianças cegas ou com diferentes graus de deficiência visual costumam se sair bem na sala de aula - e podem sair do Ensino Médio prontas para o exercício de uma profissão. "O primeiro impacto de ter um aluno cego em classe pode ser difícil, pois exige uma adaptação por parte dos professores e colegas. Mas, em 90% dos casos, a criança acaba frequentando as aulas tranquilamente, sem a necessidade de um assessor para ajudá-la", pondera Shirley Monteiro Maciel, pedagoga especializada em deficiência visual que trabalha nas cidades de Mauá e Santo André, na grande São Paulo. Especial Inclusão e Diversidade Reportagens especiais sobre como promover a inclusão de crianças especiais nas escolas

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Como tratar a inclusão nas escolas públicas?

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  • INCLUSO NA ESCOLA

    Incluso escolar para os cegos

    possvel e bem-sucedida, desde que a escola pblica conte com o apoio do governo para as instalaes e os materiais necessrios

    05/09/2013 15:27

    Texto Cynthia Costa

    Foto: Maurcio Melo

    Alunos com deficincia visual tambm se saem muito bem na escola!

    Feche os olhos. Como seria ir escola assim, de olhos fechados? Esse odesafio de

    cerca de 70 mil alunos no Brasil, segundo dados no Inep/MEC. Mas, por incrvel que possa

    parecer para quem enxerga bem, as crianas cegas ou com diferentes graus

    de deficincia visual costumam se sair bem na sala de aula - e podem sair do Ensino

    Mdio prontas para o exerccio de uma profisso.

    "O primeiro impacto de ter um aluno cego em classe pode ser difcil, pois exige uma

    adaptao por parte dos professores e colegas. Mas, em 90% dos casos, a criana acaba

    frequentando as aulas tranquilamente, sem a necessidade de um assessor para ajud-la",

    pondera Shirley Monteiro Maciel, pedagoga especializada em deficincia visual que

    trabalha nas cidades de Mau e Santo Andr, na grande So Paulo.

    Especial Incluso e Diversidade Reportagens especiais sobre como promover a incluso de

    crianas especiais nas escolas

  • Com a ajuda da profissional, traamos algumas diretrizes bsicas para que a incluso de

    alunos com deficincia visual seja melhor compreendida e facilitada.

    1. A deficincia visual

    Existem diversos graus de deficincia visual; considera-se que alunos cegos ou

    com baixa viso sejam beneficiados pela incluso na escola regular, desde que

    esta se adapte quanto s suas necessidades. A cegueira completa, em geral, de

    origem congnita; as outras deficincias podem ter causas diversas. Os cegos

    aprendero a ler e a escrever em braile.

    2. Materiais especiais

    O aluno cego ou com baixa viso precisa, necessariamente, de materiais especiais

    que permitam o seu aprendizado, como livros e exerccios em braile e a mquina

    de braile para que ele possa escrever - ou em fonte Arial 24 e cadernos com

    pautas largas, caso a criana apresente baixa viso. As provas tambm tm de ser

    adaptadas. A escola, portanto, deve providenciar esses materiais e, se preciso,

    pedir ajuda ao governo (municipal, estadual ou federal) para isso.

    3. Acompanhante na escola

    Dependendo do caso, o aluno pode ou no precisar de um acompanhante em sala

    de aula, que leia para ele os enunciados das tarefas e preste outros auxlios a fim

    de facilitar o seu aprendizado. "Cognitivamente, a criana com deficincia visual

    aprende no mesmo ritmo dos colegas", ressalta a pedagoga Shirley Monteiro

    Maciel.

    4. Sala de recursos

    O esperado que o aluno com deficincia visual passe cerca de 10 horas

    semanais na sala de recursos de sua escola. Trata-se de um espao com

    materiais especiais e profissionais especializados, onde ele possa resolver dvidas

    e receber estmulos especficos. Essas atividades so feitas no contraturno do

    horrio de aula - ou seja, se o aluno vai s aulas regulares pela manh, ficar na

    sala de recursos tarde, e vice-versa. "Ali, h livros ampliados e em braile e lupas

    modernas, que os ajudam na leitura de textos", destaca a pedagoga Shirley, que

    faz formao de professores para a sala de recursos. Idealmente, todas as escolas

    deveriam dispor dessa ferramenta, mas, como sabemos que essa no a

    realidade em nosso pas, pais de crianas com deficincia visual devem, se

    possvel, procurar instituies paramentadas com uma boa sala de recursos.

    5. Solidariedade em sala de aula

  • Ter um amiguinho cego ou com dificuldade para enxergar obriga os colegas de

    classe a ficarem mais quietos - afinal, eles sabem que escutar essencial para ele.

    "Ao contrrio do que se possa imaginar, a criana cega se adapta muito bem

    escola e s vezes at mais levada do que as outras", brinca a pedagoga Shirley.

    O silncio em sala de aula acaba sendo um ganho para todos, e tambm a

    colaborao: comum que se faa um revezamento entre colegas para ajudar o

    coleguinha com deficincia visual; cada dia ou em cada aula, um amigo l para ele.

    Alm de esse recurso estimular o aprendizado de todos, a solidariedade

    trabalhada no dia a dia.