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Revista Brasileira de Neurologia » Volume 47 » Nº1 » jan - fev - mar, 2011 » 7 Incidência das Meningites no Estado do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2006 Incidence of meningitis in the state of Rio de Janeiro, in the period of 2000 to 2006 Simone da Silva de Vasconcelos, MSc Luiz Claudio Santos Thuler MD, PhD Vania Reis Girianelli MD, PhD 1 Professora – E.M. Marcílio Dias, bióloga, especializada em patologia e análises clínicas, mestre em neurologia, área de concentração Neurociências pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); 2 Professor Adjunto da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Coordenador de Educação do Instituto Nacional de Câncer (INCA); 3 Pesquisadora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da UERJ. Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Resumo As meningites são um importante problema de saúde pública, em particular as de origem bacteriana, devido à maior chance de evolução com sequelas neurológicas ou óbito. No Estado do Rio de Janeiro, no entanto, existem poucos estudos sobre o tema. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo descritivo sobre a incidência das meningites ocorridas no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2006. Os dados foram extraídos do banco de dado do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Foram calculadas as taxas de incidência padronizada de meningite e a variação percentual relativa no período. A taxa de incidência padronizada de meningite para o Estado do Rio de Janeiro variou de 14,5 em 2000 a 11,1 por 100 mil em 2006, com uma variação percentual relativa de 23,3%. A maior taxa média de incidência ocorreu no município de Carapebus (25,3 por 100 mil). Observou-se uma queda na taxa de incidência por meningite no Estado do Rio de Janeiro, no último ano do período estudado. Palavras-chave: meningites, incidência, Sistemas de Informação e Estado do Rio de Janeiro. Abstract Meningitis is an important public health problem, particularly those of bacterial origin, due to higher chance of evolve with neurological sequelae or death. In the State of Rio de Janeiro, however, there are few studies about the issue. The objective of this work was to perform a de- scriptive study of the incidence of meningitis that occurred in State of Rio de Janeiro, Brazil, in the period of 2000 to 2006. Data were obtained from the Information System Notification Diseases (SINAN) Database.The meningitis incidence rates were calculated, in standard way, and the percentage change in the period. The standardized incidence rate of meningitis in the State of Rio de Janeiro ranged from 14.5 in 2000 to 11.1 per 100 000 in 2006, with a relative percentage change of 23,3%. The highest average incidence rate occurred in the municipality of Carapebus (25.3 per 100,000). There was a decrease in the incidence rate of meningitis in the State of Rio de Janeiro, in the last year of the studied period. Keywords: meningitis, incidence, Information Systems and State of Rio de Janeiro. » Rev Bras Neurol, 47 (1): 7-14, 2011 RBNeurologia_Vol 47 Nº 1.indd 7 27/05/2011 12:41:02

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Revista Brasileira de Neurologia » Volume 47 » Nº1 » jan - fev - mar, 2011 » 7

Incidência das Meningites no Estado doRio de Janeiro no período de 2000 a 2006

Incidence of meningitis in the state of Rio de Janeiro,in the period of 2000 to 2006

Simone da Silva de Vasconcelos, MSc Luiz Claudio Santos Thuler MD, PhD

Vania Reis Girianelli MD, PhD

1Professora – E.M. Marcílio Dias, bióloga, especializada em patologia e análises clínicas, mestre em neurologia, área de concentração Neurociências pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); 2Professor Adjunto da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Coordenador de Educação do Instituto Nacional de Câncer (INCA); 3Pesquisadora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da UERJ.

Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

ResumoAs meningites são um importante problema de saúde pública, em particular as de origem bacteriana, devido à maior chance de evolução

com sequelas neurológicas ou óbito. No Estado do Rio de Janeiro, no entanto, existem poucos estudos sobre o tema. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo descritivo sobre a incidência das meningites ocorridas no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2006. Os dados foram extraídos do banco de dado do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Foram calculadas as taxas de incidência padronizada de meningite e a variação percentual relativa no período. A taxa de incidência padronizada de meningite para o Estado do Rio de Janeiro variou de 14,5 em 2000 a 11,1 por 100 mil em 2006, com uma variação percentual relativa de 23,3%. A maior taxa média de incidência ocorreu no município de Carapebus (25,3 por 100 mil). Observou-se uma queda na taxa de incidência por meningite no Estado do Rio de Janeiro, no último ano do período estudado.

Palavras-chave: meningites, incidência, Sistemas de Informação e Estado do Rio de Janeiro.

AbstractMeningitis is an important public health problem, particularly those of bacterial origin, due to higher chance of evolve with neurological

sequelae or death. In the State of Rio de Janeiro, however, there are few studies about the issue. The objective of this work was to perform a de-scriptive study of the incidence of meningitis that occurred in State of Rio de Janeiro, Brazil, in the period of 2000 to 2006. Data were obtained from the Information System Notification Diseases (SINAN) Database.The meningitis incidence rates were calculated, in standard way, and the percentage change in the period. The standardized incidence rate of meningitis in the State of Rio de Janeiro ranged from 14.5 in 2000 to 11.1 per 100 000 in 2006, with a relative percentage change of 23,3%. The highest average incidence rate occurred in the municipality of Carapebus (25.3 per 100,000). There was a decrease in the incidence rate of meningitis in the State of Rio de Janeiro, in the last year of the studied period.

Keywords: meningitis, incidence, Information Systems and State of Rio de Janeiro.

» Rev Bras Neurol, 47 (1): 7-14, 2011

w w w . a p s e n . c o m . b r / d e p r e s s a o

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

MARÇ

O/20

11

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Os pacientes do sexo masculino com ereções prolongadas ou com duração inadequada, devem suspender imediatamente o tratamento com o medicamento e consultar o médico. A trazodona não é recomendada para o uso durante a fase inicial de recuperação do infarto do miocárdio. GRAVIDEZ: Não há estudos adequados e bem controlados sobre os efeitos em mulheres grávidas. A trazodona não deve ser usada durante os três primeiros meses da gravidez, e nos meses restantes apenas se o benefício esperado justificar o risco potencial para o feto. AMAMENTAÇÃO: A trazodona e/ou seus metabólitos foram encontrados no leite de ratos lactantes, sugerindo que o medicamento pode ser excretado no leite humano. Não se recomenda administrar o cloridrato de trazodona para lactantes. DONAREN® RETARD não deve ser utilizado durante a gravidez e a amamentação, exceto sob orientação médica. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se ocorrer gravidez ou iniciar amamentação durante o uso deste medicamento. PEDIATRIA: A segurança e eficácia em crianças abaixo de 18 anos ainda não está bem determinada. GERIATRIA: O uso em pacientes idosos, acima de 65 anos de idade, exige uma administração reduzida, conforme especificado em Posologia e Modo de Usar. INTERFERÊNCIA EM EXAMES LABORATORIAIS: Ocasionalmente foram observadas contagens baixas de células brancas e neutrófilos no sangue em pacientes que receberam cloridrato de trazodona que, em geral, não exigiram a suspensão do medicamento; contudo, o tratamento deve ser suspenso em qualquer paciente cuja contagem de células brancas ou neutrófilos absolutos no sangue caia abaixo dos níveis normais. Contagens de células brancas e diferenciais são recomendadas para pacientes que apresentem febre e dor de garganta (ou outros sinais de infecção) durante a terapia. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Deve-se evitar o uso de DONAREN® RETARD concomitantemente à terapia por eletrochoque pela ausência de pesquisa nessa área. Há relatos de ocorrência de aumento e diminuição de tempo de protrombina em pacientes sob tratamento com warfarina e trazodona. A trazodona na dose de 175 mg/dia não intervem na terapia anticoagulante com cumarínicos, embora modere o efeito da heparina. A trazodona na dose de 100 a 300 mcg/Kg produz uma inibição dose-dependente do efeito anti-hipertensivo da clonidina. Há relatos da ocorrência de aumento nos níveis de digoxina ou fenitoína no sangue em pacientes que recebem trazodona juntamente com um desses medicamentos. Foi descrito um caso de possível intoxicação digitálica precipitada pela trazodona em um paciente geriátrico, sugere-se especial cuidado nestes casos. Não se conhece sobre a ocorrência de interações entre inibidores de monoaminaoxidase (IMAO) e a trazodona. Devido à ausência de pesquisa clínica, se os inibidores da MAO forem suspensos um pouco antes ou forem administrados concomitantemente à trazodona, a terapia deve ser iniciada com cautela aumentando-se gradualmente a dosagem até que se obtenha a reação esperada. REAÇÕES ADVERSAS: - Reações mais frequentes: sonolência, boca seca, gosto desagradável, náusea, vômito e cefaleia. Assim como outras drogas psicoativas, a trazodona causa sedação, mas seu efeito sobre o sono difere de todas as demais drogas da classe, pois não deprime o sono REM como a fenotiazida que deprime o comportamento de auto-estimulação pela ação da anfetamina e produz um bloqueio alfa-adrenérgico, mas ao contrário das demais drogas a trazodona apresenta mínimos efeitos anticolinérgicos e não antagoniza a dopamina central. - Reações ocasionais ou raras: priapismo, efeitos no SNC, batimento cardíaco irregular, hipotensão, excitação anormal, visão turva, constipação, diarreia, dor muscular, debilidade ou fraqueza anormal. Houve ocorrências ocasionais de bradicardia sinusal em estudos a longo prazo. Outros relatos mais raros, incluem: acatísia, reação alérgica, anemia, dores no peito, fluxo alterado de urina, alteração da menstruação, flatulência, hematúria, hipersalivação, hipomania, dificuldade da fala, impotência, aumento do apetite, aumento de libido, contrações musculares, entorpecimentos e ejaculação retrógrada. O tratamento com a Trazodona foi associado à ereção do pênis e priapismo. Para avaliar esta reação adversa, um estudo duplo-cego em 6 pacientes saudáveis, comparou a ação da trazodona com a trimipramina (tricíclico). Durante o tratamento com trazodona houve um aumento estatisticamente significativo da ereção noturna que passou de 177±21 minutos com trimipramina para 285±115 minutos com trazodona (p<0.05). A análise do sono REM, quando ocorre a ereção, em relação à detumescência foi significativamente prolongada em 2,4 vezes com trazodona. A trazodona foi associada à melhora da ereção em homens impotentes e ao prolongamento da ereção em homens normais. O aumento da libido na mulher e priapismo no homem com trazodona foi relatado em um estudo aberto em 3 pacientes onde o autor realça que a trazodona pode causar priapismo intratável no homem, mas pode ter alguma utilidade terapêutica nas mulheres com distúrbios sexuais. POSOLOGIA: A posologia recomendada para adultos é de 75-150 mg ao dia, a ser administrado em uma dose única à noite, antes de dormir. A dose pode ser aumentada para 300 mg ao dia, dividida em duas administrações. Em pacientes hospitalizados a dose pode ser adicional aumentada para 600 mg ao dia, em doses divididas. Pacientes idosos: Começar com uma dose única de 100 mg ao dia, a ser administrada à noite. A dose pode ser aumentada, como prescrita pelo médico, dependendo da resposta clínica. Não são ultrapassadas doses maiores que 300 mg ao dia. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Reg. MS - 1.0118.0601.

CONTRAINDICAÇÕES: IAM, intolerância a frutose e diabetes. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: O uso concomitante com álcool ou outros depressores do SNC, pode causar depressão excessiva do Sistema Nervoso Central.

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8 » Revista Brasileira de Neurologia » Volume 47 » Nº1 » jan - fev - mar, 2011

Vasconcelos SS, Thuler LCS, Girianelli VR

IntroduçãoMeningite é uma doença do Sistema Nervoso

Central, caracterizada por um processo inflamatório do espaço subaracnóideo e das membranas leptomeníngeas que revestem o encéfalo e a medula espinhal39. Os principais agentes etiológicos de meningites são as bactérias e os vírus. É possível também a ocorrência de meningites causadas por fungos, protozoários e helmintos, sendo esses bem menos frequentes do que os anteriormente citados.

As meningites têm distribuição mundia l e sua expressão epidemiológica varia conforme a região, dependendo principalmente da existência de aglomerados populacionais, fatores climáticos, agentes circulantes e características sócio-econômicas dos grupos populacionais6. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorra aproximadamente 1,2 milhão de casos em todo mundo e 135 mil mortes por ano14. As crianças são as mais atingidas e as que mais evoluem para o óbito, principalmente nas faixas etárias mais baixas, pela imaturidade do Sistema Nervoso Central40.

A doença meningocócica comporta-se de modo hiperendêmico na região da África, onde se registra, anualmente, em alguns países uma incidência de 150 casos por 100.000 habitantes, valor este 10 a 50 vezes acima dos descritos no Brasil20. O Estado do Rio de Janeiro apresentou em 1988 uma incidência da doença meningocócica de 5/100.000 habitantes, ultrapassando 10/100.000 por habitantes, em 19953.

As meningites são um importante problema de saúde pública, em particular as de origem bacteriana, devido a maior chance de evolução com sequelas neurológicas ou óbito. No Estado do Rio de Janeiro, no entanto, existem poucos estudos sobre o tema.

O objetivo desse trabalho foi estudar a incidência de meningite no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2006.

MétodoFoi realizado um estudo descritivo sobre a incidência

das meningites ocorridas no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2006. Foram elegíveis todos os casos de meningite notificados no Estado do Rio de Janeiro, com registros no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Os bancos de dados do SINAN para cada ano foram disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Os dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) foram obtidos da página da internet do Departamento de Informática do SUS (DATASUS).

A análise descritiva foi realizada por meio de médias e proporções das variáveis estudadas, conforme a indicação. Foram calculadas taxas de incidência padronizadas de meningite para cada ano de ocorrência no Estado do Rio de Janeiro. As taxas foram padronizadas por grupo etário de cinco anos pelo método direto, utilizando como referência a população padrão mundial proposta por SEGI (1960) e modificada por DOLL et al. (1966) (15). Foi calculada a taxa específica por faixa etária para o período de estudo. A variação percentual relativa foi utilizada para analisar a tendência temporal das taxas de incidência.

Também foram ca lculadas as taxas médias padronizadas de incidência de meningite por município de residência. Os dados referentes ao ano de 2000, não foram considerados devido à inexistência de dados desagregados para o município de Mesquita, em função do processo de emancipação do município de Nova Iguaçu. Estas taxas foram apresentadas em mapas utilizando o programa TabWin.

A análise foi realizada utilizando o programa estatístico Epi-info (versão 3.5 de 2008), TabWin (versão 3.4) e Microsoft Office Excel (2007).

ResultadosForam notificados 13.324 casos de meningite no

Estado do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2006. A taxa de incidência padronizada de meningite para o Estado do Rio de Janeiro variou de 14,5 por 100 mil habitantes em 2000 a 11,1 por 100 mil em 2006, apresentando um decréscimo de 23,3%. A maior taxa ocorreu em 2005 (17,5 por 100 mil) (Figura 1). A taxa de incidência média padronizada, foi maior no município de Carapebus (25,3 por 100 mil). Em 25 municípios a taxa variou de 13,2 a 19,7 por 100.000 (Figura 2). Os demais municípios apresentaram taxas inferiores a 13,2 por 100.000. Apenas o município de Rio das flores não notificou casos de meningite no período avaliado.

A maior taxa de incidência específica dos casos ocorreu nos menores de 1 ano (122,9/100 mil habitantes), seguida da faixa etária de 1 a 4 anos (40,2/100 mil habitantes) (Figura 3). A maioria dos casos era do sexo masculino (58,2%), de cor branca (12,4%), tinha ensino fundamental incompleto (17,3%) e residia na área urbana (89,1%) (Tabela 1). No entanto as variáveis raça/cor da pele e escolaridade apresentaram alto percentual de dados ignorados (76,6 % e 75,6%, respectivamente).

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Incidência das Meningites no Estado do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2006

Figura 1. Taxa de incidência padronizada pela população padrão mundial de meningite, por 100 mil habitantes, no Estado do Rio de Janeiro - 2000 a 2006

Figura 3. Taxa de Incidência Específica por Faixa Etária no Estado do Rio de Janeiro de 2000 a 2006

Figura 2. Distribuição espacial da taxa média de incidência de meningite, padronizada pela população mundial padrão, por 100 mil habitantes no Estado do Rio de Janeiro - 2001 a 2006

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Vasconcelos SS, Thuler LCS, Girianelli VR

Tabela 1: Características sócio-demográficas dos casos de meningite notificados no Estado do Rio de Janeiro de 2000 a 2006

Variáveis N %

Sexo

Masculino 7.749 58,2

Feminino 5.500 41,3

Ignorado 75 0,6

Raça/Cor

Branca 1.649 12,4

Parda 987 7,4

Preta 462 3,5

Amarela 14 0,1

Indígena 2 0,0

Ignorada 10.210 76,6

Escolaridade (em anos)

Nenhuma 48 0,7

1 a 3 290 4,1

4 a 7 923 13,2

8 a 11 311 4,4

12 e mais 133 1,9

Ignorada 5.296 75,6

Local de Residência

Área urbana 11.868 89,1

Área rural 254 1,9

Área urbana/rural 68 0,5

Ignorada 1.134 8,5

Total 13.324 100

A maioria dos casos realizou estudos citoquímicos

(95,9%) e punção lombar (90,1%), havendo predomínio do líquor turvo (40,8%). Em 60,6% dos casos notificados confirmou-se tratar de meningite bacteriana. A principal bactéria identif icada foi Neisseria meningitidis, responsável por 3.174 dos casos (23,8%). No entanto, em apenas 25,9% desses casos o sorogrupo foi avaliado, com predomínio do sorogrupo B (61,5%), seguido do sorogrupo C (32,2%). As demais bactérias identificadas foram: o pneumococo (8,4%), Mycobacterium tuberculosis (3,2%) e Haemophilus influenzae (0,9%).

Em 3.259 (24,5%) casos houve confirmação diagnóstica de meningite por outras bactérias. Seguida, em ordem decrescente de frequência, pelas meningites assépticas 2.272 casos (17,1%) e meningite não especificada 2.026 casos (15,2 %) (Tabela 2).

Tabela 2: Etiologias dos casos de meningite, 2000 – 2006 - Estado do Rio de Janeiro

Diagnóstico etiológico N %

Meningite bacteriana não especificada

3,259 2,45

Doença meningocócica 3.174 23,8

Meningite asséptica 2.272 15,2

Meningite não especificada 2.026 89,1

Meningite por pneumococo 1.118 8,4

Meningite por outra etiologia 915 6,9

Meningite tuberculosa 429 3,2

Meningite por hemófilo 126 0,9

Meningite pós-vacinal* 5 0,04

Total 3.324 00,00*Meningite pós-vacinal: vacina antimeningocócica B/C (1 caso), vacina BCG (1 caso), tríplice (2 casos) e anti-sarampo (1 caso).

Dos 13.324 casos de meningite notificados 95,8% foram hospitalizados, 20,5% evoluíram para óbito e 2,2% apresentaram sequelas. Os principais sinais e sintomas apresentados foram: febre (82,9%), vômitos (62,2%), cefaléia (57,7%) e rigidez de nuca (51,5%).

Maiores taxas de letalidade e de evolução para sequela foram observadas na meningite tuberculosa (42,7% e 5,8%, respectivamente), seguida de meningite pneumocócica (35,2% e 2,9%, respectivamente). Em relação à vacinação prévia 15,4% dos casos de meningite tuberculosa haviam sido vacinados e 11,1% dos casos de meningite por Haemophilus. Poucos casos (< 3%) informaram contato prévio para a doença (Tabela 3).

Tabela 3: Etiologia das meningites segundo vacinação prévia, contato prévio com doente, letalidade e sequela, 2000 – 2006 - Estado do Rio de Janeiro

VariáveisDoença

meningocócicaN (%)

Meningite por hemófilo

N (%)

Meningitepneumocócica

N (%)

Meningitetuberculosa

N (%)

Vacinação prévia* 128 (4,6) 14 (11,1) 2 (0,2) 66 (15,4)

Contato prévio com doente 87 (2,6) 1 (0,8) 20 (1,8) 11 (2,6)

Letalidade 663 (20,9) 15 (11,9) 393 (35,2) 183 (42,7)

Sequela 68 (2,1) 3 (2,4) 32 (2,9) 25 (5,8)Total 3174 126 1118 429

* Vacinação prévia: Antimeningocócica, BCG, anti-haemophilus, anti-pneumocócica

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Incidência das Meningites no Estado do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2006

DiscussãoA taxa de incidência padronizada de meningite

para o Estado do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2006, apresentou no ano de 2005, um pico de 17,49 por 100.000 habitantes. Neste mesmo ano segundo Pinto Júnior e colaboradores (2009), entre os meses de março e maio houve uma epidemia por Echovírus 30 (causador de meningite asséptica), a primeira por esse agente a ser detectada no Estado do Rio de Janeiro, a saber, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Os autores ainda afirmam que já era previsível tal surto epidêmico, porém os órgãos competentes não tomaram as medidas cabíveis para amenizá-lo.

Apesar de poucos estudos contemplando o tema no Estado do Rio de Janeiro, observamos que a incidência de meningite no Estado sofreu um decréscimo no último ano do período. Analisando a cidade de Curitiba em comparação ao Estado do Rio de Janeiro, são encontrados valores bem acima dos deste estudo para as meningites de todas as etiologias, com taxas de incidência por 100.000 habitantes que variaram de 39,86, em 2000 a 54,48 em 2002, com uma redução significativa em 2003 de 31,7%, com taxa de 36,62. Segundo o autor, essa redução ocorreu devido às meningites assépticas que possuíam no ano de 2002 e 2003, 32 casos/100.000 e 17 casos/100.000 habitantes, respectivamente35.

Neste estudo houve predominância de casos de meningites no sexo masculino, fato consistente com os estudos previamente realizados por Gama et al. (1997) sobre a enfermidade na área metropolitana do Rio de Janeiro. Outros autores como Barroso (1998), Nery-Guimarães et al. (1981b), Scheld (1984), Dagan et al. (1994), Vieira (2001), Weiss et al. (2001), Carvalho et al. (2007), Lucena et al. (2002), Leimann e Koifman (2008) e Pinto Júnior et al. (2009), também descrevem predominância nesse sexo. Segundo Moraes e Barata (2005), o sexo masculino é mais atingido devido à maior exposição às ocupações, tais como construção civil, extração de petróleo, mineração entre outras, as quais favorecem a transmissão da doença pelas condições de confinamento e aglomeração. Pinto Júnior et al. (2009), afirmam que não se conhece a causa da predominância nesse gênero, mas sugerem que o sexo masculino tenha maior grau de exposição aos fatores de risco envolvidos na transmissão da enfermidade. Altmann et al. (1973), estudando a incidência de infecções meningocócicas assintomáticas em três grupos: recrutas militares

masculinos, recrutas femininas e alunas de enfermagem, em Israel, obtiveram em seus trabalhos, uma incidência da infecção de 78,8% (86,2% entre os recrutas do sexo masculino, 63,5% entre as recrutas do sexo feminino e 21,2% entre as estudantes de enfermagem), o que leva a crer que o sexo masculino possui maior chance de contágio.

Em relação à raça/cor da pele houve neste estudo um alto percentual de dados ignorados, o que pode ter comprometido a análise da variável, porém a raça mais atingida foi a branca. Labiak et al. (2007) encontraram em seus resultados a raça branca como a mais atingida. Já Scheld (1984) apontou a raça negra como de maior risco para contrair meningite. Essa diferença encontrada pelos autores acima pode ser explicada pela grande miscigenação da população brasileira, o que muitas vezes dificulta a caracterização racial.33.

Os indivíduos com ensino fundamental incompleto (de 1 a 7 anos de estudo) foram os mais atingidos, apesar da variável escolaridade também ter apresentado alto percentual de dados ignorados. Fraser et al. (1974) sugerem um maior risco de contrair a doença nos indivíduos com menos de 12 anos de estudo.

No que se refere à idade, observou-se que houve uma maior taxa de incidência específica neste estudo nos menores de um ano de idade, seguida da faixa etária de 1 a 4 anos. Resultados semelhantes foram encontrados por Fogarty et al. (1994) no qual afirmam em seu trabalho, os menores de um ano com maior taxa de incidência específica seguida dos menores de 5 anos de idade. Nas meningites em geral as crianças menores de um ano e nas faixas etárias de 1 a 4 anos e de 5 a 9 anos são as mais atingidas pela enfermidade10, 22,30.

A punção lombar e a citoquímica foram realizadas na maioria dos casos. A ausência da punção lombar geralmente impede o diagnóstico etiológico da doença, segundo Stoll et al. (2004). Carvalho e Cancelier (2007) afirmam, em sua discussão sobre um estudo realizado na Pensilvânia, que na dependência da precocidade da realização da punção lombar as meningites virais podem apresentar um predomínio de células polimorfonucleares no liquor, típico de meningite bacteriana, deixando o exame com baixo valor preditivo positivo para as meningites causadas por bactérias. Neste estudo, o aspecto do líquor foi predominantemente turvo, o que é comum nas meningites causadas por bactérias38; a etiologia mais incidente foi a bacteriana, o que está em conformidade com os resultados encontrados nos

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estudos de Bryan et al. (1990), Dash et al. (2006) e Dash et al. (2009). O sorogrupo da bactéria Neisseria meningitidis em destaque foi o sorogrupo B, seguido do C. Também nos trabalhos de Berg et al. (1996), 65% pertenciam ao sorogrupo B. Donalisio et al. (2000), igualmente observaram predomínio do sorogrupo B seguido do C.

Em termos de apresentação clínica, os sintomas mais predominantes foram: febre, vômitos e cefaléia, sendo esses os sintomas clássicos das meningites como manifestação inicial, como destacam Beek et al. (2004). Carvalho et al. (2007) também obtiveram como mais frequentes esses mesmos três sintomas iniciais.

Neste trabalho apenas uma minoria dos pacientes não foi hospitalizada (4,2%), o que é esperado, dada à gravidade da doença. De acordo com Miranzi et al. (2003), a hospitalização dos casos de meningite é obrigatória.

Apesar de ter sido encontrada uma frequência baixa de sequelas (2,2%), no período estudado, Carvalho et al. (2007) sinalizam que a sequela pode atingir até 25% dos casos. Este estudo considerou apenas as sequelas descritas no momento da notificação do caso, não havendo seguimento dos pacientes para identificação de sequelas de aparecimento posterior.

A taxa de casos que evoluíram para o óbito neste estudo foi de 20,5%, o que se aproximou dos resultados obtidos nos estudos de Labiak et al. (2007), que observaram no ano de 2002 que 17,24% dos pacientes faleceram em decorrência da doença e afirmaram que para o período de 1992 a 2001 houve 19,5% de óbitos nos pacientes com meningite meningocócica.

A doença teve maior frequência em indivíduos residentes na zona urbana. Estes resultados coincidiram com os achados de Floyd et al. (1974) e Leimann e Koifman (2008). Miranzi et al. (2003), declaram que a urbanização é um dos fatores que contribui para o aumento da doença, devido a facilitar os contatos inter-humanos.

O maior número de óbitos, evolução para sequelas e vacinação ocorreu na meningite tuberculosa, sendo 42,7%, 5,8% e 15,4% respectivamente. Essas taxas de evolução para óbito estão acima do valor declarado por Puccioni-Sohler e Brandão (2007), de 30%. Por outro lado, as taxas de sequela observadas neste estudo encontram-se abaixo do que foi descrito por Enberg G. et al. (2006), que analisando casos de meningite tuberculosa em adultos, no Chile, entre os anos de 1995

e 2002, observaram 23% de sequelas neurológicas. Pastor Sequeiros et al. (2003) analisando 38 pacientes diagnosticados com meningite tuberculosa, observaram que 17 (44,7%) deles haviam tomado a vacina BCG, e que houve 29,4 % de evolução para o óbito; afirmaram ainda que existe uma alta porcentagem dessa enfermidade apesar da imunização.

O contato íntimo foi descrito mais frequentemente na doença meningocócica, em 2,6% dos casos, e somente em um caso (0,8%) de meningite causada por Haemophilus. Segundo Brasil (2006), a identificação dos contatos íntimos é importante para que possam ser programadas medidas de controle indicadas especificamente em cada situação, possibilitando orientar a população adequadamente. Nos casos em que esses contatos são com pacientes com meningite meningocócica ou meningite causada por Haemophilus influenzae está indicada a quimioprofilaxia (que não assegura efeito protetor absoluto e prolongado, mas tem sido adotada na falta de meios disponíveis mais eficazes de proteção), uma vez que os contatos domiciliares possuem um risco elevado de contrair a doença42, pois a transmissão direta do microorganismo pode ocorrer através de um contato íntimo com o portador ou o doente. Em geral, os meningococos sensíveis desaparecem da nasofaringe em 24h após o início do tratamento.

ConclusãoConclui-se que a taxa de incidência das meningites

sofreu um decréscimo no último ano do período estudado no Estado do Rio de Janeiro (14,5 por 100 mil habitantes em 2000 para 11,1 por 100 mil habitantes em 2006), com alguns municípios apresentando taxas médias de incidência superiores às observadas no Estado, destacando-se o município de Carapebus com a maior taxa do Estado (25,3 por 100 mil habitantes). Destaca-se a importância da melhoria do preenchimento das fichas de investigação de meningite do SINAN pelos profissionais de vigilância epidemiológica, de variáveis com alto percentual de ignorado (3/4 dos dados sobre raça/cor da pele e escolaridade eram ignorados) e que, a exemplo de outros sistemas de informação em saúde, os dados fossem disponibilizados com identificação do paciente para que estudos acadêmicos pudessem ser realizados, contribuindo de forma mais efetiva para complementação e melhoria das informações e, por conseguinte, para a compreensão do comportamento das doenças em populações específicas.

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