inaugurada em 1960, a construção de brasília fez parte de...

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INDICADORES SOCIOECONÔMICOS Inaugurada em 1960, a construção de Brasília fez parte de um projeto nacional de interiorização do desenvolvimento. Contudo, mais do que a função administrativa de cidade-capital, foram as obras de infra-estrutura – em especial de transporte, energia e comunicações que causaram transformações decisivas na expansão da economia regional e na correlata consolidação da fronteira. De fato, os impactos sócios-econômicos diretos no meio urbano e regional, resultantes do processo de transferência da capital federal, só foram concluídos em 1973. A ampliação da área de influência de Brasília, ao longo dos anos 70 e 80, ocorreu muito como resultado da expansão do mercado consumidor e do setor de serviços, sem que a cidade, contudo, passasse a disputar com Goiânia a condição de pólo regional. Outro aspecto importante é que a concentração dos serviços especializados do governo no restrito espaço territorial do núcleo de Brasília tornou-o muito valorizado, com conseqüente carência em equipamentos urbanos na periferia do Distrito Federal, principalmente por nela predominar uma ocupação fundiária irregular. Com isso, mesmo não tendo cumprido plenamente a função de pólo de desenvolvimento regional, a construção da capital federal foi um fato fundamental na história do desenvolvimento regional recente, permitindo e incentivando a presença de atividade econômica, ainda que fora da área de influência direta da capital. As razões para a implantação de Brasília foram geoestratégicas, mas sua existência e sua funcionalidade se sobrepuseram a uma dinâmica regional. Assim, ao ser criada na região central, como cidade planejada para ser a capital político-administrativa do país, Brasília passou a conviver e a interagir com cidades do Centro-Oeste. Consequentemente, se são notáveis os impactos que a presença da capital federal causou na região – sobretudo no que se refere às medidas de provimento de infra-estrutura que acompanharam

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INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

Inaugurada em 1960, a construção de Brasília fez parte de um projeto

nacional de interiorização do desenvolvimento. Contudo, mais do que a função

administrativa de cidade-capital, foram as obras de infra-estrutura – em

especial de transporte, energia e comunicações – que causaram

transformações decisivas na expansão da economia regional e na correlata

consolidação da fronteira.

De fato, os impactos sócios-econômicos diretos no meio urbano e regional,

resultantes do processo de transferência da capital federal, só foram

concluídos em 1973. A ampliação da área de influência de Brasília, ao longo

dos anos 70 e 80, ocorreu muito como resultado da expansão do mercado

consumidor e do setor de serviços, sem que a cidade, contudo, passasse a

disputar com Goiânia a condição de pólo regional.

Outro aspecto importante é que a concentração dos serviços especializados

do governo no restrito espaço territorial do núcleo de Brasília tornou-o muito

valorizado, com conseqüente carência em equipamentos urbanos na periferia

do Distrito Federal, principalmente por nela predominar uma ocupação fundiária

irregular.

Com isso, mesmo não tendo cumprido plenamente a função de pólo de

desenvolvimento regional, a construção da capital federal foi um fato

fundamental na história do desenvolvimento regional recente, permitindo e

incentivando a presença de atividade econômica, ainda que fora da área de

influência direta da capital.

As razões para a implantação de Brasília foram geoestratégicas, mas sua

existência e sua funcionalidade se sobrepuseram a uma dinâmica regional.

Assim, ao ser criada na região central, como cidade planejada para ser a

capital político-administrativa do país, Brasília passou a conviver e a interagir

com cidades do Centro-Oeste. Consequentemente, se são notáveis os

impactos que a presença da capital federal causou na região – sobretudo no

que se refere às medidas de provimento de infra-estrutura que acompanharam

sua construção –, também não pode ser relegada a influência dos centros

regionais existentes sobre a cidade projetada.1

Portanto, é preciso fazer a seguinte distinção: de um lado reconhecer que a

condição de cidade administrativa – e as típicas atividades de terciário que ela

engendra– não cumpriu as funções de pólo de desenvolvimento regional; de

outro, contatar que o impacto econômico causado na região pela presença de

Brasília alavancou o desenvolvimento dos dois principais pólos regionais do

Estado de Goiás: Goiânia e Anápolis. Como núcleo do aglomerado urbano, era

esperado que Brasília viesse a incentivar, em seu espaço, atividades

econômicas capazes de criar certa divisão do trabalho, promovendo a

diversificação produtiva e a interação entre as funções urbanas.

Economia

O Plano Piloto foi esboçado para ser local de trabalho e residência

permanente apenas de funcionários públicos, e os planos do governo (1974-

87), como aponta Steinberg, descartavam a instalação de indústrias no

perímetro do Distrito Federal. Em virtude da restrição à diversificação produtiva,

o Plano Piloto passou a caracterizar-se pelo predomínio de atividades

econômicas direta e indiretamente relacionadas aos serviços públicos.2

De fato, o entorno de Brasília é formado por cidades que dela dependem em

termos econômicos (no que se refere ao emprego) e de infra-estrutura

(assistência médico-hospitalar). A maioria delas está em território goiano.

Assim, tornou-se necessária uma ação conjunta do governo do Distrito Federal

e do governo goiano. Para isso, foi criada a Rede Integrada de

Desenvolvimento do Entorno (Ride), que inclui 28 municípios goianos. Trata-se

de um programa de desenvolvimento com múltiplas ações, que envolve desde

segurança pública até sistema de integração (duplicação da BR-060, que liga

Brasília a Goiânia).

1 Nesur-IE/Unicamp. Análise das regiões metropolitanas institucionalizadas. Região Integrada

de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - Região Metropolitana de Brasília. Campinas, 1999, (Relatório de Pesquisa).

2 Nesur-IE/Unicamp. Análise das regiões metropolitanas institucionalizadas. Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - Região Metropolitana de Brasília. Campinas, 1999, (Relatório de Pesquisa).

No que se refere à produção industrial, estima-se que 85% do que é

consumido em Brasília tem origem em outros Estados. Para reduzir esta

dependência, uma das primeiras medidas do atual governo foi instalar o

Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Distrito Federal

(Pró-DF). Outro objetivo do programa é criar cerca de 150 mil empregos.

O Pró-DF oferece aos empresários estímulos de vários tipos. Um deles é o

financiamento, em quinze anos, de até 70% do ICMS gerado pela empresa

instalada. Outros são os descontos de 60% a 90% do valor dos terrenos

oferecidos pelo governo com pagamento em até cem parcelas mensais, depois

da carência de um a dois anos.

Esse programa já gerou aumento de 12% no número de postos de trabalho

em doze meses, de acordo com o Dieese. Ao todo, são mais 3.400 empregos

no setor. Para deliberar sobre o Pró-DF, foi criado o Conselho de Política de

Desenvolvimento Integrado. A expectativa é de que sejam investidos mais de

R$ 342 milhões e criados mais de 11.200 novos empregos na região.

Os projetos mais significativos são: do Grupo Pão de Açúcar (um dos

maiores, com estimativa de investir R$ 37,4 milhões e criar 450 empregos); da

montadora Lada (R$ 32 milhões e 200 empregos); da União Química (R$ 30

milhões e 500 postos de trabalho); do laboratório Biolab (R$ 25 milhões e 350

empregos); da joint venture alimentícia Cuisine Solutions (R$ 14,5 milhões e

331 postos); e do atacadista Elo (R$ 31 milhões e 300 empregos)3.

Até o final de 2002, uma rede de fibra ótica interligará o Plano Piloto e as

cidades-satélites mais próximas. A rede custará entre R$ 30 milhões e R$ 40

milhões e lançará a Companhia Energética de Brasília (CEB) no setor de

telecomunicações, com a Capital Telecom. Estudos do setor estimam que o

mercado potencial da Capital Telecom é de mais ou menos 4 mil clientes

corporativos, só no Distrito Federal4.

Mesmo considerando a retração dos gastos em investimentos públicos, que

afeta de forma significativa a economia da Região Metropolitana de Brasília,

existem perspectivas de grandes investimentos no Distrito Federal e na região.

3 Gazeta Mercantil Balanço Anual 2000 – Distrito Federal – Goiás. 4 Gazeta Mercantil Balanço Anual 2000 – Distrito Federal – Goiás.

Destes, o de maior relevo refere-se à promessa de consolidar o DF como pólo

de turismo e eventos. No setor hoteleiro, por exemplo, estão previstos

investimentos de U$ 350 milhões na construção de sete hotéis de alto padrão,

segundo levantamento do Centro de Informações da Gazeta Mercantil. Além

deste, estavam programados, para o período de 1998 a 2003, investimentos de

R$ 1,15 bilhão no Distrito Federal, voltados principalmente para a área de

serviços gerais, infra-estrutura e tecnologia fina.

Tabela 4 Previsão de Investimentos

Distrito Federal 1998-2003

em porcentagem

Ramo de Atividade Valor

(US$ Milhão)

Participação no Total

Total 1.151,3 100,0 Serviços Gerais 477,3 41,5 Auto Peças e Material de Transporte 300,0 26,1 Serviços Públicos 150,0 13,0 Alimentos 100,0 8,7 Construção 55,0 4,8 Mecânica 30,0 2,6 Informática e Telecomunicações 14,0 1,2 Comunicação 11,3 1,0 Financeiro 9,7 0,8 Comércio Varejista 4,0 0,3 Fonte: Gazeta Mercantil Balanço Anual 1999 – Tocantins.

Além da hotelaria, a área de informática se sobressai no setor de prestação

de serviços, com a difusão de várias pequenas empresas produtoras de

softwares, o que vem conferindo ao Distrito Federal destaque pelo importante

pólo nacional de software.

Outro segmento bastante expressivo no setor terciário é de alimentação.

Constituído basicamente de empresas de pequeno porte, nele estariam sendo

investidos cerca de US$100 milhões no período de referência. Compõe, com

outros setores da área de prestação de serviços, 1.287 projetos que foram

aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal,

no período de 1996 a 1998, na maioria de empresas de pequeno porte. No

setor de alimentos, destaca-se a recente produção de vegetais com tecnologia

de estufas, o que permitiu não só a auto-suficiência do Distrito Federal em

alguns produtos com a possibilidade de exportação para países do Mercosul.

No setor de indústria do Distrito Federal, o segmento predominante é o da

construção civil, atividade voltada para o próprio mercado interno.

No caso do projeto de instalação de pólos de tecnologia, dois eixos são

delineados: no Asa Norte-Sobradinho, são priorizados os investimentos em alta

tecnologia; no Sul-Taguatinga-Gama, predominam os projetos de pequenas e

microempresas, com maior índice de absorção de mão-de-obra.

Do conjunto de intervenções públicas em infra-estrutura previstas no

programa Brasil em Ação para todo o território nacional, destacam-se,

especificamente para a Região Metropolitana de Brasília a construção do ramal

ferroviário que liga o Distrito Federal a Unaí e Pirapora, na sub-região noroeste

de Minas Gerais, e a modernização da ferrovia Pirapora − Belo Horizonte −

Vitória. Esses projetos viriam facilitar o escoamento da produção agrícola do

Centro-Oeste, favorecendo a integração de Goiás e do Tocantins à região

Sudeste, com estímulos para a diversificação das atividade produtivas,

particularmente para o Distrito Federal e entorno.

Somada aos incentivos, a instalação de portos secos em Anápolis e Brasília

abrem uma possibilidade de divisão inter-regional do trabalho na Região

Metropolitana de Brasília, o que permite novas modalidade de inserção no

comércio internacional. A construção do ramal ferroviário Unaí − Pirapora e da

extensão posterior até Brasília poderá facilitar a comercialização da produção

local. Com isso, vislumbra-se uma possibilidade de fortalecimento do Distrito

Federal e de seu entorno goiano com área com real poder de integração aos

mercados, trazendo, como provável desdobramento, a diversificação do

potencial produtivo, até então assentado predominantemente nas atividades

terciárias.

A Região Metropolitana de Brasília não desempenha papel importante de

articulação, seja no plano nacional, seja no plano mais restrito. A diversificação

produtiva é relativamente baixa e há grande concentração no setor terciário,

enquanto o setor industrial é pequeno, composto majoritariamente da atividade

de construção civil. Essa configuração tende a reforçar a característica da

Região Metropolitana de Brasília de ser um aglomerado que funciona

predominantemente com base nas transferências de renda, conformando um

grande mercado consumidor.

A expressiva renda interna, potencializadora desse mercado de significância

nacional, não provém de sua inserção produtiva regional, mas de recursos

tributário nacional, que responde pela sustentação de seu aparato

administrativo. Essa condição particular de Brasília induz os demais municípios

que gravitam na Região Metropolitana abrigarem grupos sociais que buscam a

apropriação direta dessa renda, seja no mercado de trabalho formal, seja nas

múltiplas atividades informais que proliferam.

A agropecuária não é significativa no Distrito Federal; é insuficiente mesmo

para atender demanda local. Ainda assim, destaca-se o setor hortifrutigranjeiro,

que chega a exportar produtos para algumas partes do Brasil.

A estrutura econômica da Região Metropolitana é fortemente dependente do

setor terciário, responsável por grande parcela da renda e do emprego gerados

no Distrito Federal, onde as principais atividades terciárias, como já se

comentou, estão relacionadas à administração pública, ao comércio, aos hotéis

e restaurantes, aos transportes e aos imóveis.

Essa acentuada concentração de empregos no setor terciário da RM e sua

grande dependência da renda gerada pelo emprego público, torna-se fator de

preocupação, já que o Distrito Federal vem perdendo capacidade de geração

de emprego em função da redução do emprego público na última década.

Produto Interno Bruto

A economia do Distrito Federal representava, em 1998, 2,7% do PIB

brasileiro. Isso revela uma alteração significativa do percentual desde 1985,

quando era de apenas 1,7%. De fato, observa-se também que a participação

do Distrito Federal no total da região Centro-Oeste cresceu de 29,8% para

38,0% no período de 1985 a 1998. O aumento da participação do Distrito

Federal no total da região, nesse período, ocorreu em quase todos os setores:

na agropecuária, a participação passou de 1,9% para 2,6%; na indústria, de

13,4% para 26,5%; e nos serviços, houve uma pequena queda, de 51,3% para

46,8% (Tabela 5).

Em 1998, na estrutura do PIB do Distrito Federal (incluindo o Dummy

Financeiro), a participação da indústria era de 11,1%, a agropecuária respondia

por apenas 0,9% e os serviços contavam com 94,7%, especialmente pelo

grande peso do sistema financeiro, uma vez que destas participações não foi

expurgado o Dummy Financeiro (Tabela 6). Nessa estrutura, destaca-se,

sobretudo, a administração pública, com 52,3% do total.

Tabela 5 Participação do PIB do Distrito Federal no Total do PIB da Região Centro-

Oeste, segundo Setor de Atividade Econômica

1985-1998 Em porcentagem

Setor de Atividade Econômica 1985 1990 1995 1998 Agropecuária 1,9 2,3 2,5 2,6

Indústria 13,4 21,9 24,1 26,5

Indústria Geral 5,8 8,0 12,2 12,5

Construção Civil 38,5 44,4 42,9 45,0

Serviços Industriais de Utilidade Pública

24,7 31,5 26,8 24,2

Serviços 51,3 58,2 46,4 46,8

Comércio 12,2 11,1 10,2 11,6

Transportes 24,9 29,1 26,2 28,0

Comunicações 41,7 41,0 46,9 47,5

Instituições Financeiras 61,6 77,6 37,1 38,0

Administração Pública 74,4 66,6 67,7 69,5

Aluguéis 35,9 39,1 34,0 30,8

Outros Serviços 37,4 37,6 39,0 39,6

Subtotal 36,9 48,9 37,1 38,0 Dummy Financeiro 61,6 77,6 37,1 38,0

PIB a Custo de Fatores 29,8 40,1 37,1 38,0

Fonte: Ipea – Produto Interno Bruto por Unidade da Federação – 1985-98.

Tabela 6 Estrutura do PIB a Custo de Fatores, segundo Setores de Atividade Econômica

Distrito Federal 1985-98

Em porcentagem

Setores de Atividade Econômica 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Agropecuária

1,4

1,5

1,3

1,3

1,0

0,7

0,7

0,7

0,8

1,2

1,0

0,9 0,9

0,9

Indústria

9,4

10,7

11,3

9,6

9,7

7,7

8,3

11,3

13,9

13,0

10,6

11,5 11,6

11,1

Indústria Geral

3,0

2,9

2,2

1,9

2,2

1,6

2,4

3,7

4,1

3,5

3,0

2,9 3,0

2,6

Construção Civil 5,1

6,7

7,2

6,3

6,2

4,9

4,8

6,3

8,4

7,9

6,4

7,4 7,5

7,4

Serviço Industrial de Utilidade Pública

1,3

1,1

1,8

1,5

1,3

1,3

1,1

1,3

1,3

1,6

1,3

1,2 1,1

1,1

Serviços

148,6

132,3

167,8

189,2

191,3

150,6

137,7

170,2

185,9

125,0

96,7

94,6 94,2

94,7

Comércio

3,9

3,5

2,9

3,1

2,0

2,6

2,5

2,6

2,4

2,3

2,1

1,9 1,8

1,7

Transportes

3,3

2,8

3,1

3,8

3,2

2,0

2,3

2,1

1,9

1,8

1,6

1,4 1,4

1,4

Comunicações

2,1

1,4

1,8

2,2

2,3

1,6

1,6

2,2

2,5

2,3

2,2

3,0 3,0

3,8 Instituições Financeiras

58,3

46,9

81,7

99,5

101,6

61,0

50,5

87,6

106,3

44,2

10,5

9,0 8,6

8,6

Administração Pública

54,7

49,0

50,7

55,8

60,7

64,9

55,7

52,1

51,7

53,9

56,3

51,1 52,2

52,3

Aluguéis

5,3

7,1

8,5

5,9

4,0

6,8

12,0

8,7

5,9

6,5

9,8

12,8 12,4

11,9

Outros Serviços

21,0

21,6

19,3

19,0

17,4

11,6

13,0

14,9

15,4

13,9

14,1

15,2 14,7

15,0

Subtotal

159,3

144,5

180,4

200,1

202,0

159,1

146,7

182,2

200,6

139,2

108,4

107,0 106,7

106,8

Dummy Financeiro

(59,3)

(44,5)

(80,4)

(100,1)

(102,0)

(59,1)

(46,7)

(82,2)

(100,6)

(39,2)

(8,4)

(7,0) (6,7)

(6,8) PIB a Custo de Fatores

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0 100,0

100,0

Fonte: Ipea – Produto Interno Bruto por Unidade da Federação.

Evolução das Ocupações e do Emprego

No que se refere às ocupações, observa-se um crescimento de 1,7% ao ano

da população residente em áreas urbanas ocupada em atividades não-

agrícolas no período de 1992 a 1999, segundo informações da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Os ramos de atividade que

registraram as maiores taxas de crescimento no período foram as seguintes:

serviços auxiliares (8,5% a.a.), indústria de transformação (3,3%), prestação de

serviços (2,1%) e transporte ou comunicação (2,0%). Contudo, os ramos que

empregaram maiores contingentes são: prestação de serviços (205 mil),

administração pública (108 mil) e comércio (107 mil) (Tabela 7).

Observando as ocupações por setores econômicos, os setores que

apresentaram maior crescimento, entre 1992 e 1999, foram serviços auxiliares

(19,6%), serviços jurídicos (12,7%), serviços de segurança (6,8%), clínicas e

ambulatórios (6,3%) e supermercados (5,9%). Em número de ocupados, em

1999, destacam-se: emprego doméstico (83 mil), construção (53 mil),

estabelecimentos de ensino público (34 mil) e administração federal (27 mil)

(Tabela 8).

As ocupações que apresentaram os maiores aumentos foram: dirigentes de

instituições de ensino (18,2%), diversos (14,5%), atendentes de serviços

(9,4%), copeiros balconistas (8,1%) e dirigentes da administração pública

(6,7%). Com relação ao total de ocupados, destacam-se serviços domésticos

(61 mil), balconistas e atendentes (38 mil), serventes faxineiros (31 mil),

diversos (26 mil) e motoristas (26 mil) (Tabela 9).

Tabela 7 População Ocupada em Atividades Não-Agrícolas, Residente em Áreas

Urbanas, segundo Ramo de Atividade Distrito Federal

1992-1999 Em 1.000 pessoas

Ramo de Atividade 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 1992/99

(% a.a.) Total 668 649 728 641 733 715 747 1,7 ** Indústria de Transformação 34 33 35 35 48 33 44 3,3 Indústria da Construção 51 55 59 43 49 49 53 -1,0 Outras Atividades Industriais

9 13 11 9 10 12 12 1,3

Comércio de Mercadorias 99 97 112 85 114 106 107 1,3 Prestação de Serviços 176 158 192 166 181 182 205 2,1 * Serviços Auxiliares 37 29 41 40 57 53 55 8,5 *** Transporte ou Comunicação

31 34 32 27 36 32 39 2,0

Serviços Sociais 91 91 100 100 105 107 94 1,6 * Administração Pública 112 107 118 106 101 112 108 -0,4 Outras Atividades 27 32 28 30 32 30 30 0,7 Fonte: Tabulações Especiais do Projeto Rurbano. IE/Unicamp,Janeiro/2000. ***,**,* indicam, respectivamente, 5%, 10% e 20% de confiança, estimado pelo coeficiente de regressão log-linear contra o tempo.

Tabela 8 População Ocupada em Atividades Não-Agrícolas, Residente em Áreas

Urbanas, segundo Setor de Atividade - PEA restrita Distrito Federal

1992-1999 Em 1.000 pessoas

Setor de Atividade 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 1992/99(% a.a.)

Total 668 649 728 641 733 715 747 1,7 ** Emprego Doméstico 72 65 78 67 79 75 83 2,3 * Construção 51 55 59 43 49 49 53 -1,0 Estab. Ensino

Público 31 30 30 36 35 30 34 1,0

Administração Federal

31 32 30 29 32 31 27 -1,1 *

Serviços Residenciais

13 16 16 16 12 17 24 5,2

Restaurantes 26 23 27 28 28 30 22 0,4 Administração

Estadual 20 12 18 10 10 11 21 -2,3

Transporte Público 15 16 13 13 17 14 19 1,3 Serv Financeiros 16 21 15 15 16 16 18 -1,1 Comércio de

Alimentos 12 14 13 11 16 12 17 2,9

Assist. Técnica – Verículos

14 13 16 11 13 11 16 -0,6

Serviços Pessoais 13 7 12 9 12 12 16 5,1 Serviços de Saúde

Pública 15 20 18 17 19 21 15 0,6

Serviços de Segurança

9 10 9 11 13 12 15 6,8 ***

Ensino Privado 17 16 17 17 18 21 15 0,3 Serviços Auxiliares 8 2 6 3 14 11 14 19,6 * Comércio Ambulante 11 16 28 9 17 16 13 0,6 Clínicas e

Ambulatórios 8 8 10 8 9 11 13 6,3 ***

Comércio Vestuário 17 12 12 8 12 10 13 -3,1 Inst. Militares -

Exército 14 13 14 13 11 14 13 -0,9

Policia Militar 12 12 14 13 12 13 11 0,0 Judiciário 8 10 12 11 9 14 11 4,4 * Comércio de Varejo 8 6 9 5 10 9 10 4,7 Comércio Art.

Transportes 9 10 9 5 8 9 10 -0,6

Legislativo e Trib.Contas

10 12 14 13 10 11 9 -1,3

Supermecados 8 5 7 9 9 10 8 5,9 * Indústria Alimentos 8 10 10 9 11 8 8 0,0 Comércio Art

Químicos 5 5 3 3 4 5 8 5,3

Comércio Art 10 7 7 9 10 6 8 -2,0

Construção Serviços Jurídicos 3 4 7 4 8 8 7 12,7 *** Sut-Total 494 482 534 453 522 517 552 1,4

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto Rurbano, IE/Unicamp. Janeiro/2000. ***,**,* indicam, respectivamente, 5%, 10% e 20% de confiança, estimado pelo coeficiente de regressão Log-linear contra o tempo.

Tabela 9 População Ocupada em Atividades Não-Agrícolas, Residente em Áreas

Urbanas, segundo a Ocupação Principal - PEA restrita Distrito Federal

1992-1999 Em 1.000 pessoas

1992/99Ocupação Principal 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 % a. a. Total 668 649 728 641 733 715 747 1,7 ** Serviços domesticos 54 49 61 52 65 59 61 2,7 * Balconistas atendentes 34 33 33 37 32 35 38 1,3 Servente faxineiro 23 23 21 15 18 23 31 1,6 Diversos 13 10 16 20 26 25 26 14,5 *** Motorista 24 23 22 19 24 21 26 -0,1 Assistentes administr 20 18 19 22 18 24 23 2,8 * Ajudante administrativo 25 26 26 24 23 19 21 -3,5 ** Praça militar 22 22 26 22 20 25 20 -0,8 Dirigente adm pública 11 13 15 17 17 18 17 6,7 *** Pedreiro 18 13 20 15 14 13 14 -2,6 Serviços Conta Própria 21 19 20 13 24 17 14 -4,0 Atendentes de Serviços 6 5 7 8 8 10 11 9,4 *** Ambulante – Outros 6 10 19 8 11 9 10 3,2 Empregador – Comércio 11 7 11 10 11 13 10 3,0 Diarista Doméstica 8 9 8 4 6 9 10 0,2 Guarda – Vigia 6 8 10 7 9 5 10 1,4 Estucador - - - - - - 9 Ajudante Pedreiro 10 10 13 7 11 12 9 -0,3 Porteiro etc. 6 4 7 6 7 6 8 6,1 ** Dirig Comérciio 6 5 6 7 9 7 8 6,6 *** Auxiliar Serv. Médico 5 9 9 8 10 10 8 5,4 * Professor. Primeiro Grau

Inicial 9 13 6 11 12 8 8 -2,7

Prof. Segundo Grau 5 5 5 6 5 6 8 5,2 ** Copeiro Balconista 5 6 9 8 8 10 8 8,1 *** Secretário Taquígrafo 13 17 16 13 12 8 8 -9,3 *** Oficial Militar Superior 6 6 6 7 6 6 8 2,1 Dirig Inst Ensino 3 2 4 3 3 9 8 18,2 ** Cozinheiro (Não

Doméstico) 6 9 8 10 10 9 7 2,0

Cabeleireiro 5 4 7 3 5 5 7 2,8 Ajudante Diversos 6 5 9 6 8 8 7 3,9 Sub-total 390 383 440 389 432 428 455 2,1 ***

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto Rurbano, IE/Unicamp. Janeiro/2000. ***,**,* indicam, respectivamente, 5%, 10% e 20% de confiança, estimado pelo coeficiente de regressão log-linear contra o tempo.

O total de empregados (emprego formal) no Distrito Federal em 1997 era de

cerca de 664 mil, em quase 28 mil estabelecimentos, de acordo com dados da

Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e

Emprego (MTb). O total de empregados no Estado cresceu 32,2% no período

de 1986 a 1997. Os setores que apresentaram maiores aumentos foram a

extrativa mineral (159,5%), construção civil (113,9%) e agricultura (105,0%), e

os setores que tiveram queda e foram outros (60,9%) e administração pública

(30,1%) (Tabela 10).

A distribuição do pessoal ocupado no Distrito Federal, por gênero, aponta

uma participação de homens no total de ocupados superior a 60% em quase

todos os setores: construção civil (89,3%), serviços industriais de utilidade

pública (82,8%), extração mineral (79,4%), agropecuária (77,6%),

administração pública (77,1%), indústria de transformação (69,5%) e comércio

(64,2%), com exceção do setor de serviços (59,1%) (Tabela 11).

De modo geral, observa-se, também pela análise dos dados de emprego

formal, a dimensão reduzida do setor industrial. Embora demonstre certa

diversificação, o setor industrial representa 7,9% do emprego formal, incluindo

o segmento da construção civil, que tem sido sempre bastante significativo no

Distrito Federal.

Quanto aos setores com maior contingente de empregados no Distrito

Federal, destaca-se a administração pública direta e autarquia, com metade

dos empregos (50,9%) do total. Isso reflete a natureza do Distrito Federal,

voltada para os serviços da administração pública. Os demais setores de

atividade têm pequena participação, e entre eles sobressaem-se serviços de

alojamento, alimentação etc. (10,9%) e comércio varejista (8,1%) (Tabela 12).

Tabela 10 Estabelecimentos e Pessoal Ocupado, segundo Setor de Atividade Econômica

Distrito Federal 1986–1997

1986 1997 1997/1986 (%) Setor de Atividade Estab. P O Estab. P O Estab. P O

Total 14.505 502.907 28.331 664.631 95,3 32,2 Extrativa Mineral 17 185 32 480 88,2 159,5 Indústria de Transformação 777 14.530 1.451 18.706 86,7 28,7 Serviços Industriais de Utilidade Pública 17 6.187 24 4.323 41,2 (30,1)Construção Civil 311 13.627 1.156 29.152 271,7 113,9 Comércio 5.586 43.665 11.020 61.316 97,3 40,4 Serviços 5.519 165.937 13.943 208.035 152,6 25,4 Administração Pública 2.183 255.607 175 338.112 (92,0) 32,3

Agricultura (inclusive Silvicultura, Criação de Animais, Extração Vegetal e Pesca) 67 1.970 367 4.038 447,8 105,0 Outros 28 1.199 163 469 482,1 (60,9)Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTb.

Tabela 11 Empregados, por Sexo, segundo Setor de Atividade

Distrito Federal 1997

Empregados Setor de Atividade Estabeleciment

os Total Homens (%)

Mulheres (%)

Homens/ Mulheres

Total 28.331 664.631 70,6 29,4 2,4Extração Mineral 32 480 79,4 20,6 3,8Indústria de Transformação 1.451 18.705 69,5 30,5 2,3Serviços Industriais de Utilidade Pública 24 4.323 82,8 17,2 4,8Construção Civil 1.156 29.189 89,3 10,7 8,3Comércio 11.020 61.320 64,2 35,8 1,8Serviços 13.943 207.780 59,1 40,9 1,4Administração Pública 175 338.112 77,1 22,9 3,4Agropecuária 367 4.260 77,6 22,4 3,5Outros / Ignorado 163 462 64,7 35,3 1,8Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTb.

Tabela 12 Distribuição dos Estabelecimentos e do Pessoal Ocupado, segundo Subsetor de Atividade

Distrito Federal 1986-1997

Em porcentagem 1986 1990 1995 1997 1990/1986 1995 / 1990 1997 / 1995 1997 / 1986

Subsetor de Atividade Estab. P O Estab. P O Estab. P O Estab. P O Estab. P O Estab. P O Estab. P O Estab. P O

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 10,8 7,7 52,3 16,2 15,8 5,6 95,3 32,2 Extrativa Mineral 0,1 0,0 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 70,6 126,5 (3,4) 83,3 14,3 (37,5) 88,2 159,5 Indústria de Prod. Min.Não-Metálicos 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 (3,5) (1,4) (20,0) (30,9) 31,8 11,4 1,8 (24,1)Indústria Metalúrgica 0,6 0,2 0,6 0,2 0,4 0,2 0,5 0,2 2,3 2,2 22,2 6,1 18,2 10,8 47,7 20,2 Indústria Mecânica 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 (9,5) (25,1) 73,7 284,7 (12,1) (13,3) 38,1 149,8 Indústria de Material Elétr.e de Comum. 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 19,2 35,9 (3,2) (70,1) 6,7 (1,7) 23,1 (60,0)

Indústria de Material de Transporte 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 (8,3) 19,7 154,5 15,1 7,1 66,3 150,0 129,1 Indústria da Madeira e do Mobiliário 0,7 0,4 0,8 0,3 0,4 0,2 0,4 0,2 17,3 (22,6) (9,8) (21,4) 0,9 9,8 6,7 (33,2)Indústria do Papel, Papelão, Edit. 0,9 0,9 1,0 0,3 1,0 0,6 1,0 0,6 24,8 (60,0) 56,4 131,1 20,1 0,3 134,4 (7,3)Indústria de Borracha, Fumo, Couros, Peles, Sim., e Ind. Diversas 0,6 0,2 0,7 0,2 0,4 0,1 0,3 0,1 24,2 (2,5) (13,3) (33,7) (21,4) (20,6) (15,4) (48,7)

Indústria Química de Prod. Farm., Veter, Perf., Sabão 0,3 0,1 0,2 0,1 0,3 0,1 0,2 0,1 (7,7) (4,4) 97,2 76,1 (1,4) (21,3) 79,5 32,5

Ind. Têxtil do Vest. e Art.de Tecidos 0,7 0,1 0,8 0,1 0,7 0,1 0,7 0,1 33,0 (2,2) 41,9 49,7 2,2 3,9 92,8 52,1 Indústria de Calçados 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 90,9 30,8 (85,7) (97,1) 33,3 750,0 (63,6) (67,3)Indústria de Prod. Alim., Beb. 0,7 0,5 0,7 0,5 1,4 1,0 1,5 1,2 8,5 20,8 202,6 134,2 23,6 20,7 305,7 241,5 Serviços Industr. de Utilidade Pública 0,1 1,2 0,2 1,5 0,1 0,7 0,1 0,7 94,1 30,7 (33,3) (41,8) 9,1 (8,1) 41,2 (30,1)Construção Civil 2,1 2,7 3,6 3,4 4,3 5,3 4,1 4,4 85,9 34,7 84,1 82,4 8,6 (12,9) 271,7 113,9 Comércio Varejista 35,5 7,8 35,3 7,5 35,7 7,5 35,5 8,1 10,3 4,1 54,1 16,5 15,0 13,8 95,3 38,0 Comércio Atacadista 3,0 0,9 2,7 1,0 3,7 1,3 3,4 1,1 (1,4) 13,4 110,7 48,9 6,1 (5,0) 120,4 60,4 Instituições de Crédito, Seguros e Capitalização 1,9 3,3 1,8 3,4 2,1 3,5 2,0 2,8 4,0 11,4 79,2 19,3 11,8 (15,8) 108,4 11,9

Com. Adm. Imov., Val. Mov., Serviços Técnicos Prof. etc. 11,9 5,8 15,2 6,3 15,6 5,6 17,1 6,7 41,9 16,6 56,4 2,1 26,8 27,3 181,6 51,5

Transportes e Comunicações 1,8 5,4 1,2 3,7 2,8 4,9 3,4 4,7 (24,0) (26,3) 256,0 56,5 39,0 0,7 276,0 16,1 Serviços Alojam., Alim., Rep. Manut. Red., Radio, TV 19,2 17,1 17,6 14,5 15,7 9,9 16,9 10,9 1,7 (9,1) 35,7 (20,3) 24,9 15,9 72,4 (16,0)

Serviços Médicos, Odont. E Veterin. 2,1 0,6 3,6 3,7 6,2 6,2 7,4 3,9 94,3 616,2 160,8 91,8 38,5 (32,8) 601,7 823,9 Ensino 1,3 0,8 1,1 0,8 2,1 2,2 2,4 2,3 (6,8) 13,2 189,8 212,4 33,3 8,1 260,0 282,3 Admin. Pública Direta e Autarquia 15,0 50,8 2,3 45,2 0,7 48,7 0,6 50,9 (83,0) (4,3) (52,4) 25,3 (1,1) 10,3 (92,0) 32,3 Agricultura, Silvicultura, Criação Animais, Extr. Veg., Pesca 0,5 0,4 1,0 0,5 1,8 0,7 1,3 0,6 134,3 36,8 180,9 74,1 (16,8) (13,9) 447,8 105,0

Outros 0,2 0,2 8,7 6,2 3,7 0,5 0,6 0,1 4871,4 2694,0 (35,3) (90,6) (81,9) (85,1) 482,1 (60,9)Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTb.

População

A população do Distrito Federal era, em 1996, 1,8 milhão de habitantes,

segundo dados do IBGE – Contagem Populacional. Isso corresponde a 1,2%

do total do país.

Como o Plano Piloto, planejado como núcleo da cidade de Brasília, além das

restrições à diversificação produtiva, não contemplava o grande fluxo

populacional provocado pela nova capital, novos adensamentos populacionais

foram surgindo, de forma relativamente desordenada e irregular, em seu

entorno, ao longo dos grandes eixos rodoviários, formando uma estrutura

fragmentada de cidades- satélites5. Essas novas aglomerações foram se

constituindo em novos núcleos econômicos graças à renda gerada pelo

exercício das funções administrativas e de governo, à atração populacional e à

valorização do espaço urbano no Plano Piloto. Nos casos de Taguatinga,

Gama, Guará e Ceilândia, ocorreu uma diversificação produtiva, e as cidades-

satélites passaram a concentrar população numericamente igual ou mesmo

superior à do Plano Piloto.

Em 1980, a população do DF superava 1 milhão de habitantes, e a

ocupação de seu território era muito dispersa entre o Plano Piloto e as cidades-

satélites, com concentração nas sedes dos distritos de Guará, Taguatinga,

Gama, Sobradinho, Samambaia e Ceilândia. A baixa densidade de população

imposta ao Plano Piloto era um fator de pressão por novos espaços. Já se

iniciava o processo de ocupação da periferia em direção aos municípios do

entorno imediato do DF, como Luziânia (GO), com parcelamento do solo rural

para fins urbanos. Ao longo da década de 80, expandiram-se de forma

expressiva as áreas urbanas dos municípios do entorno do DF.

5 Nesur-IE/Unicamp. Análise das regiões metropolitanas institucionalizadas. Região Integrada

de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - Região Metropolitana de Brasília. Campinas, 1999, (Relatório de Pesquisa).

O Distrito Federal encontra-se hoje subdividido em dezenove Regiões

Administrativas, que correspondem às cidades satélites, com populações entre

13 mil e 340 mil habitantes. Cinco RA's possuíam população superior a 100 mil

habitantes em 1991, número que subiu para oito em 1996, com Ceilândia como

a mais populosa, seguida de Taguatinga e Brasília, que abarca o Plano Piloto

(ver mapa 2 ). Essas oito RA's, que compreendem o Plano Piloto e as

primeiras cidades-satélites implantadas no DF, reuniam, em 1996, cerca de

três quartos da população.

Tabela 13 Distribuição da População, segundo Classes de Tamanho de Regiões

Administrativas Distrito Federal

1981-1996 1991 1996

Classes de Tamanho RA População Total

RA População Total

nº % nº % nº % nº % Total do Distrito Federal

19 100,00 1.601.094

100,00

19 100,00

1.817.001 100,00

Até 5 Mil Habitantes 1 5,26 2.240 0,14 0 0,00 0 0,00De 5 a 10 Mil Habitantes

1 5,26 5.680 0,35 0 0,00 0 0,00

De10 a 20 Mil Habitantes

4 21,05 65.000 4,06 1 5,26 13.829 0,76

De 20 a 50 Mil Habitantes

4 21,05 137.922 8,61 7 36,84 245.740 13,52

De 50 a 100 Mil Habitantes

4 21,05 320.310 20,01 3 15,79 195.466 10,76

De 100 a 500 Mil Habitantes

5 26,32 1.069.942

66,83 8 42,11 1.361.966 74,96

Mais de 500 Mil Habitantes

0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Fonte: IBGE e Codeplan.

O grau de urbanização do DF, sempre muito superior ao brasileiro, que em

1980 era de 97%, passou a 95% em 1991 e a 93% em 1996, devido à

expansão urbana ocorrida em áreas fora do perímetro urbano.

A população do DF tem crescido desde os anos 70 a taxas superiores às

nacionais. Na década de 70 a população cresceu em torno de 8,15% ao ano,

taxa que caiu para 2,84% a.a. no período de 1980 a 1991 e para 2,66% a.a. no

período de 1991 a 1996. As taxas brasileiras foram de 1,93% a.a. entre 1980 e

1991 e 1,36% a.a. entre 1991 e 1996. Isso não significa que Brasília tenha

perdido seu poder de atração populacional, mas pode ser explicado pelo fato

de o fluxo populacional ter se dirigido principalmente para o entorno goiano do

Distrito Federal.

Com efeito, dado o reconhecimento da emergência de uma área de

expansão metropolitana que extravasa o Distrito Federal, foi criada por lei, em

1998, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

(Ride), composta do DF, de dezenove municípios goianos e de dois municípios

mineiros6.

A tabela a seguir mostra a evolução da população do DF segundo as

dezenove regiões administrativas. No período de 1991 a 1996, do conjunto das

dezenove RA's, quatro apresentaram taxas de crescimento superiores a 20%

a.a., seis, taxas superiores à média do DF e nove taxas inferiores à média,

sendo que seis delas perderam população.

Tabela 14 Evolução da População do Distrito Federal, segundo as Regiões

Administrativas 1991/1996

População

Taxa de Cresciment

o (%)

Regiões Administrativas

1991 1996 1991/1996 Total D F 1.601.094 1.817.001 2,56 Ceilândia 364.289 342.834 -1,21 Taguatinga 228.249 221.247 -0,62 Brasília 213.764 199.019 -1,42 Samabaia 127.431 157.399 4,31 Gama 136.209 121.630 -2,24 Planaltina 90.185 115.832 5,13 Guará 97.374 102.913 1,11 Sobradinho 81.521 101.092 4,40 Santa Maria 14.830 87.745 42,70 Cruzeiro 51.230 55.726 1,70 Recanto das Emas

2.240 51.995 87,56

Brazilândia 41.119 47.716 3,02 Paranoá 39.065 47.162 3,84 São Sebastião 17.400 44.182 20,49 N. Bandeirante 27.878 31.205 2,28

6 Compõem a Ride os seguintes municípios, além do DF: do Estado de Goiás,

Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Vila Boa; do Estado de Minas Gerais, Buritis e Unaí.

Lago Sul 29.860 28.406 -0,99 Lago Norte 18.640 25.701 6,64 Riacho Fundo 5.680 21.368 30,34 Candangolândia 14.130 13.829 -0,43 Fonte: IBGE e CODEPLAN

As três RA's mais populosas, em 1996, Ceilândia, Taguatinga e Brasília

tiveram crescimento negativo no período de 1991 a 1996. As RA's de Planaltina

e Sobradinho, localizadas na saída nordeste do DF cresceram a taxas

superiores à média, 5,13% a.a. e 4,4% a.a., respectivamente, e atingiram 100

mil habitantes em 1996. A RA de Samambaia, localizada na saída sudoeste do

DF, teve taxa de crescimento também superior à média, 4,3% a.a., e um

acréscimo de cerca de 30 mil residentes no período entre 1991 e 1996.

O crescimento mais significativo, no entanto, ocorreu nas RA's de menor

porte. As RA's com as cinco maiores taxas de crescimento no período

possuíam, em 1991, população entre 2 mil e 18 mil habitantes. Destacam-se o

Recanto da Ema, com crescimento de 87,6% a.a., localizada na saída

sudoeste do DF, que apresentou crescimento absoluto de 49 mil habitantes, e

Santa Maria, com crescimento de 42,7% a.a., localizada na saída sul, com

acréscimo de 72 mil habitantes (mapa ).

No Distrito Federal predomina a população feminina 52% contra 48% de

homens, percentuais que se mantêm desde 1991. Tabela 15

Distribuição da População, por Sexo Distrito Federal

1996 Em porcentagem

Distrito Federal Homens Mulheres Distrito Federal 47,97 52,03 Fonte: Fundação IBGE - Contagem Populacional 1996; Fundação Seade.

Perfil Educacional

A análise da situação educacional do Distrito Federal fundamenta-se nos

indicadores de instrução da população (taxa de analfabetismo para 1991 e

1995), de escolarização (taxa líquida de escolarização para 1991 e 1998) e de

acesso ao sistema e permanência na escola (matrículas por nível de ensino e

dependência administrativa em 1991, 1996 e 1998 e variações das matrículas

por nível de ensino, entre 1991-1998 e 1996-1998, e dos concluintes entre

1990 e 1997).

Para dimensionar as dificuldades de acesso ao sistema e de permanência

da criança e do adolescente na escola, foram utilizados dados sobre a

população analfabeta e a taxa de analfabetismo do grupo de idade de 11 a 14

anos, em 1991. Segundo a Unesco, é nesse grupo que devem ser mensurados

o contingente de analfabetos e o nível de analfabetismo entre crianças e

adolescentes que já deveriam estar freqüentando a 5ª série do ensino

fundamental, sendo capazes de realizar operações numéricas simples.

O contingente de analfabetos e a taxa de analfabetismo entre os jovens –

população-alvo da educação profissional – podem ser visualizados através dos

indicadores desagregados por grupos de idade de 15 a 19 anos, 20 a 24 anos

e 15 a 24 anos, disponíveis para Estados e Regiões nos anos de 1991 e 1995.

Com relação aos Estados da Região Norte (exceto Tocantins), estas

informações limitam-se apenas à população urbana, pois a Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios – PNAD não investiga as características da

população rural residente.

No Distrito Federal, em 1991, as taxas de analfabetismo eram as mesmas

(4%) para a população de 11 a 14 anos, a de 15 a 19 anos e a de 15 a 24

anos, menores aproximadamente a metade, que as observadas na Região

Centro-Oeste (entorno de 8% nestas faixas etárias), e muito inferiores às

apresentadas para o Brasil (16% para as pessoas de 11 a 14 anos e 12% para

os outros dois grupos de idade).

Em 1995, as taxas de analfabetismo da população do Distrito Federal de 15

a 19 anos (1%) e de 15 a 24 anos (2%) registraram quedas, permaneceram

inferiores às registradas pela Região Centro-Oeste (3% e 4%,

respectivamente). A população de 20 a 24 anos do Distrito Federal apresentou

dois pontos percentuais abaixo do índice observado para a Região Centro-

Oeste (5%). Quando comparadas as taxas do Distrito Federal às nacionais,

verifica-se que, para todos os grupos etários os valores encontravam-se muito

menores que aqueles registrados para o país (7%, 7% e 8%, respectivamente).

Mesmo para o segmento de 15 anos e mais, o Distrito Federal (7%) manteve-

se abaixo da Região (13%) e do Brasil (16%).

Portanto, o Distrito Federal, que em 1991 já apresentava taxas de

analfabetismo mais baixas que as da Região e do conjunto do país, continuou

registrando queda significativa também em 1995.

Ao serem analisados esses indicadores por situação de domicílio e sexo,

observa-se que, neste período (1991-95), no Brasil, as taxas de analfabetismo

das mulheres e dos homens de 15 a 19 anos, de 15 a 24 anos e de 15 anos e

mais diminuíram aproximadamente cinco pontos percentuais em cada um dos

grupos de idade, e as reduções mais significativas ocorreram para a população

rural, que apresentava elevado analfabetismo. O mesmo declínio foi observado

para o Distrito Federal e para a Região Centro-Oeste que, embora

registrassem, em 1991, taxas menores, também tiveram queda acentuada do

analfabetismo para esses segmentos.

Tabela 16 População Total, População Não Alfabetizada e Taxa de Analfabetismo, por Situação do Domicílio e Sexo, segundo Grupos de Idade

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1991-1995

População Total População Não Alfabetizada Taxa de Analfabetismo Grupos de Idade Total Urbana Rural Homens Mulheres Total Urbana Rural Homens Mulheres Total Urbana Rural Homens Mulheres 1991 B rasil 11 a 14 Anos 13.440.733 9.768.687 3.672.046 . . . . . . 2.160.720 872.862 1.287.858 . . . . . . 16,1 8,9 35,1 . . . . . .

15 a 19 Anos 15.017.472 11.157.641 3.859.831 7.460.490 7.556.982 1.810.236 756.558 1.053.678 1.127.382 682.854 12,1 6,8 27,3 15,1 9,0 20 a 24 Anos 13.564.878 10.485.477 3.079.401 6.712.435 6.852.443 1.652.047 766.266 885.781 935.263 716.784 12,2 7,3 28,8 13,9 10,5 15 a 24 Anos 28.582.350 21.643.118 6.939.232 14.172.925 14.409.425 3.462.283 1.522.824 1.939.459 2.062.645 1.399.638 12,1 7,0 28,0 14,6 9,7 15 Anos e Mais 95.837.043 74.443.693 21.393.350 46.683.696 49.153.347 19.233.239 10.561.449 8.671.790 9.266.587 9.966.652 20,1 14,2 40,5 19,8 20,3

Região Centro-Oeste 11 a 14 Anos 884.742 719.455 165.287 ... ... 70.835 40.917 29.918 ... ... 8,0 5,7 18,1 ... ... 15 a 19 Anos 1.026.195 840.052 186.143 505.351 520.844 66.958 39.340 27.618 41.507 25.451 6,5 4,7 14,8 8,2 4,9 20 a 24 Anos 957.297 783.443 173.854 473.962 483.335 76.502 45.654 30.848 43.095 33.407 8,0 5,8 17,7 9,1 6,9 15 a 24 Anos 1.983.492 1.623.495 359.997 979.313 1.004.179 143.460 84.994 58.466 84.602 58.858 7,2 5,2 16,2 8,6 5,9 15 Anos e Mais 6.101.542 4.997.221 1.104.321 3.045.298 3.056.244 1.021.737 688.747 332.990 503.553 518.184 16,7 13,8 30,2 16,5 17,0

Distrito Federal 11 a 14 Anos 144.558 136.770 7.788 ... ... 5.976 5.092 884 ... ... 4,1 3,7 11,4 ... ... 15 a 19 Anos 173.738 165.059 8.679 80.098 93.640 6.466 5.641 825 3.618 2.848 3,7 3,4 9,5 4,5 3,0 20 a 24 Anos 179.545 170.374 9.171 85.046 94.499 8.751 7.530 1.221 4.921 3.830 4,9 4,4 13,3 5,8 4,1 15 a 24 Anos 353.283 335.433 17.850 165.144 188.139 15.217 13.171 2.046 8.539 6.678 4,3 3,9 11,5 5,2 3,5 15 Anos e Mais 1.058.642 1.007.132 51.510 496.044 562.598 97.798 86.453 11.345 44.359 53.439 9,2 8,6 22,0 8,9 9,5 1995 B rasil 11 a 14 Anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15 a 19 Anos 15.778.383 12.410.258 3.368.125 7.988.596 7.789.787 1.077.149 502.520 574.629 745.401 331.748 6,8 4,0 17,1 9,3 4,3 20 a 24 Anos 13.005.748 10.518.256 2.487.492 6.435.482 6.570.266 981.078 486.302 494.776 611.664 369.414 7,5 4,6 19,9 9,5 5,6 15 a 24 Anos 28.784.131 22.928.514 5.855.617 14.424.078 14.360.053 2.058.227 988.822 1.069.405 1.357.065 701.162 7,2 4,3 18,3 9,4 4,9 15 Anos e Mais 103.326.410 83.258.120 20.068.290 49.778.637 53.547.773 16.087.456 9.521.317 6.566.139 7.693.168 8.394.288 15,6 11,4 32,7 15,5 15,7

Região Centro-Oeste 11 a 14 Anos ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 15 a 19 Anos 1.115.901 912.428 203.473 563.502 552.399 37.017 23.151 13.866 26.687 10.330 3,3 2,5 6,8 4,7 1,9 20 a 24 Anos 987.559 808.653 178.906 485.337 502.222 44.528 25.384 19.144 24.752 19.776 4,5 3,1 10,7 5,1 3,9 15 a 24 Anos 2.103.460 1.721.081 382.379 1.048.839 1.054.621 81.545 48.535 33.010 51.439 30.106 3,9 2,8 8,6 4,9 2,9 15 Anos e Mais 6.939.462 5.687.217 1.252.245 3.424.296 3.515.166 926.337 631.923 294.414 449.751 476.586 13,3 11,1 23,5 13,1 13,6 Distrito Federal 11 a 14 Anos ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 15 a 19 Anos 191.580 181.481 10.099 89.479 102.101 2.735 2.104 631 1.683 1.052 1,4 1,2 6,2 1,9 1,0 20 a 24 Anos 185.265 175.792 9.473 83.586 101.679 4.633 3.581 1.052 2.738 1.895 2,5 2,0 11,1 3,3 1,9 15 a 24 Anos 376.845 357.273 19.572 173.065 203.780 7.368 5.685 1.683 4.421 2.947 2,0 1,6 8,6 2,6 1,4 15 Anos e Mais 1.198.235 1.134.043 64.192 556.415 641.820 77.681 67.367 10.314 37.054 40.627 6,5 5,9 16,1 6,7 6,3 Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep; Fundação Seade. (...) Dado não disponível.

A taxa líquida de escolarização – relação entre o número de alunos na faixa

etária adequada matriculados em determinado nível de ensino e a população

nesta mesma faixa etária –, no Distrito Federal, em 1991, foi de 40% para a

pré-escola, de 98% para o ensino fundamental e de 48% para o ensino médio.

Estas taxas são superiores às observadas para a Região Centro-Oeste (28%,

94% e 18%, respectivamente) e para o país (35%, 86% e 18%). Para 1998, o

Distrito Federal e a Região Centro-Oeste mantiveram a taxa para o ensino

fundamental, enquanto o país apresentou crescimento de nove pontos

percentuais. No ensino médio, no entanto, houve crescimento para as três

agregações: vinte pontos percentuais para o Distrito Federal e treze pontos

tanto para a Região quanto para o país.

Tabela 17 Taxas Líquidas de Escolarização, por Nível de Ensino

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1991-1998

Em porcentagemEducação Pré-Escolar Ensino Fundamental Ensino Médio (1) Regiões 1991 1998 1991 1998 1991 1998

Brasil 34,7 ... 86,1 95,3 17,7 30,8Região Centro-Oeste 28,1 ... 93,9 93,9 18,0 31,0Distrito Federal 39,6 ... 97,7 97,9 28,1 48,2

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep; Fundação Seade. (1) As faixas etárias utilizadas para o cálculo da taxa líquida de escolarização do ensino médio, foram 15 a 19 anos, em 1991, e 15 a 17 anos ,em 1998.

A distribuição das matrículas por nível de ensino e dependência

administrativa, no Distrito Federal, indica que a rede federal, em 1998,

participava com apenas 2% do ensino médio.

A rede estadual mantinha 42% dos alunos da pré-escola, 84% do ensino

fundamental e 78% do ensino médio, enquanto a rede particular participava

com 58%, 16% e 20%, respectivamente. Ressalte-se que a oferta de

matrículas para a pré-escola e para o ensino fundamental nos anos de 1996 e

1998 no Distrito Federal era atendida exclusivamente pela rede estadual.

No Distrito Federal, para o período de 1996-98, constatou-se a diminuição

das matrículas da pré-escola na rede estadual (22%).

Entre 1991 e 1998, as matrículas na pré-escola registraram aumento no

Distrito Federal (13%) e na Região Centro-Oeste (10%) e diminuição no Brasil

(7%). Ao analisar a variação das matrículas no período 1996-98, verifica-se

decréscimo de 9% no Distrito Federal, de 10% na Região e de 14% no Brasil.

Entre 1991 e 1998, houve aumento de 19% no total de matrículas do ensino

fundamental, percentual inferior ao encontrado para o Brasil (23%) e

semelhante ao da Região Centro-Oeste (20%), com crescimento de 94% no

número de concluintes, entre 1990 e 1997, percentuais 4% e 9% igualmente

inferiores aos valores registrados, respectivamente, para a Região Centro-

Oeste e para o país. Contudo, apesar de ocupar posição inferior à Região e ao

país, o Distrito Federal também obteve sucesso na implementação, neste

período, de políticas de acesso à escola e de combate ao fracasso escolar,

uma vez que, em 1991, a taxa de analfabetismo da população de 11 a 14 anos

era de 4%.

Para o ensino médio, observou-se, no período 1991-98, aumento de 85% no

número de matrículas no Distrito Federal, percentual igual ao verificado no país

e 7% inferior àquele registrado na Região Centro-Oeste. Para o período de

1996 a 1998, as matrículas tiveram crescimento no mesmo patamar para o

Distrito Federal, a Região Centro-Oeste e o país.

O total de concluintes do ensino médio cresceu 80% entre 1990 e 1997,

valor 15% e 22% inferior àqueles observados, respectivamente, na Região

Centro-Oeste e no Brasil.

As matrículas nos cursos presenciais de jovens e adultos, entre 1995 e

1998, tiveram decréscimo de 21%. A rede estadual, que em 1995 era

responsável por 76% dos alunos, decresceu 14% entre 1995 e 1998,

responsabilizando-se, todavia por 82% dos alunos.

Os relativos avanços obtidos com a implementação das políticas

educacionais destinadas aos jovens, visualizados pelos indicadores referentes

ao ensino médio regular e à modalidade educação de jovens e adultos no

Distrito Federal, estão atendendo moderadamente a este segmento

populacional, uma vez que, em 1995, o índice de analfabetismo jovem – 2%

para a população de 15 a 24 anos –, constatando-se um aumento, em 1998, na

taxa de escolarização de vinte pontos percentuais para o ensino médio.

Tabela 18 Matrículas e Variação, segundo Níveis de Ensino e Dependência Administrativa

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1991-1998

Dependência 1991 1996 1998 Variação (%) Níveis de Ensino Administrativa Nº Absoluto % Nº Absoluto % Nº Absoluto % 91/98 96/98

Brasil Pré-Escola/Classe Alfabetização Total 5.283.894 100,0 5.714.303 100,0 4.917.408 100,0 -6,9 -14,0 Federal 17.240 0,3 6.254 0,1 2.585 0,1 -85,0 -58,7 Estadual 1.209.937 22,9 997.723 17,5 461.663 9,4 -61,8 -53,7 Municipal 2.742.849 51,9 3.446.725 60,3 3.209.918 65,3 17,0 -6,9 Particular 1.313.868 24,9 1.263.601 22,1 1.243.242 25,3 -5,4 -1,6 Ensino Fundamental Total 29.203.724 100,0 33.131.270 100,0 35.792.554 100,0 22,6 8,0 Federal 95.536 0,3 33.564 0,1 29.181 0,1 -69,5 -13,1 Estadual 16.716.816 57,2 18.468.772 55,7 17.266.355 48,2 3,3 -6,5 Municipal 8.773.360 30,0 10.921.037 33,0 15.113.669 42,2 72,3 38,4 Particular 3.618.012 12,4 3.707.897 11,2 3.383.349 9,5 -6,5 -8,8 Ensino Médio Total 3.770.230 100,0 5.739.077 100,0 6.968.531 100,0 84,8 21,4 Federal 103.092 2,7 113.091 2,0 122.927 1,8 19,2 8,7 Estadual 2.472.757 65,6 4.137.324 72,1 5.301.475 76,1 114,4 28,1 Municipal 176.769 4,7 312.143 5,4 317.488 4,6 79,6 1,7 Particular 1.017.612 27,0 1.176.519 20,5 1.226.641 17,6 20,5 4,3Região Centro-Oeste Pré-Escola/Classe Alfabetização Total 244.718 100,0 296.676 100,0 268.131 100,0 9,6 -9,6 Federal 539 0,2 75 0,1 40 0,1 -92,6 -46,7 Estadual 98.844 40,4 104.878 35,4 67.345 25,1 -31,9 -35,8 Municipal 69.886 28,6 96.200 32,4 112.359 41,9 60,8 16,8 Particular 75.449 30,8 95.523 32,2 88.387 33,0 17,1 -7,5 Ensino Fundamental Total 2.140.062 100,0 2.400.822 100,0 2.565.837 100,0 19,9 6,9 Federal 5.603 0,3 2.868 0,1 2.415 0,1 -56,9 -15,8 Estadual 1.431.403 66,9 1.510.423 62,9 1.551.062 60,5 8,4 2,7 Municipal 462.157 21,6 616.902 25,7 776.225 30,3 68,0 25,8 Particular 240.899 11,3 270.629 11,3 236.135 9,2 -2,0 -12,7 Ensino Médio Total 260.706 100,0 412.087 100,0 500.997 100,0 92,2 21,6 Federal 10.092 3,9 8.539 2,1 8.723 1,7 -13,6 2,2 Estadual 193.356 74,2 325.491 79,0 410.067 81,9 112,1 26,0 Municipal 3.768 1,4 7.697 1,9 6.535 1,3 73,4 -15,1 Particular 53.490 20,5 70.360 17,1 75.672 15,1 41,5 7,5Distrito Federal Pré-Escola/Classe de Alfabetização (1) Total 43.690 100,0 54.089 100,0 49.490 100,0 13,3 -8,5 Federal 164 0,4 - - - - -100,0 - Estadual 23.631 54,1 26.827 49,6 20.925 42,3 -11,5 -22,0 Municipal - - - - - - - - Particular 19.895 45,5 27.262 50,4 28.565 57,7 43,6 4,8 Ensino Fundamental Total 346.459 100,0 397.283 100,0 412.052 100,0 18,9 3,7 Federal 2.909 0,8 1.583 0,4 1.414 0,3 -51,4 -10,7 Estadual 282.020 81,4 327.017 82,3 344.873 83,7 22,3 5,5 Municipal - - - - - - - - Particular 61.530 17,8 68.683 17,3 65.765 16,0 6,9 -4,2 Ensino Médio Total 60.633 100,0 92.536 100,0 112.202 100,0 85,1 21,3 Federal 3.708 6,1 1.602 1,7 1.767 1,6 -52,3 10,3 Estadual 43.438 71,6 70.048 75,7 87.527 78,0 101,5 25,0 Municipal - - - - - - - - Particular 13.487 22,2 20.886 22,6 22.908 20,4 69,9 9,7Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep; Fundação Seade. (1) Não existem classes de alfabetização no Distrito Federal.

Tabela 19 Concluintes e Variação, por Nível de Ensino

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1990-1997

Ensino Fundamental Ensino Médio Regiões 1990 1997 Variação

90/97 (%) 1990 1997 Variação 90/97 (%)

Brasil 1.062.707 2.151.835 102,5 658.725 1.330.150 101,9

Região Centro-Oeste

77.718 154.071 98,2 45.093 87.791 94,7

Distrito Federal 15.990 31.009 93,9 10.322 18.542 79,6Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep; Fundação Seade.

Tabela 20 Matrículas nos Cursos Presenciais de Jovens e Adultos,

com Avaliação no Processo, por Dependência Administrativa Distrito Federal

1995 - 1998 Dependência Administrativa Anos Total Federal Estadual Municipal Particular

1995 118.719 - 89.976 - 28.7431997 84.885 - 69.379 - 15.5061998 93.837 - 77.407 - 16.430Variação 95/98 -21,0 - -14,0 - -42,8Variação 97/98 10,5 - 11,6 - 6,0Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep.

O desempenho do sistema de ensino, captado pelas taxas de

aprovação, reprovação e abandono do ensino fundamental, no período

1995-97, demonstra avanço nos índices de aprovação do Distrito Federal,

da Região Centro-Oeste e do Brasil; as taxas apresentadas revelam

crescimento no Distrito Federal (4%), na Região (6%) e no país (7%),

mantendo-os no mesmo patamar.

Ressalte-se que, para este período (1995-97) apesar de as taxas de

abandono no Distrito Federal, terem registrado elevação de 3% da 1ª à 4ª série

e manutenção de 6% da 5ª à 8ª série, o total da taxa de abandono para o

Distrito Federal em 1995 era cinco vezes menor que o da Região e quatro

vezes menor que o do país, e para o ano de 1997 o Distrito Federal

permanecia com valor muito inferior (5%) aos registrados pela Região (14%) e

pelo país (11%).

É possível observar os avanços ocorridos também em relação ao

desempenho do ensino médio. Entre 1995 e 1997 houve aumento nas taxas de

aprovação para as três agregações – de 9% para a Região Centro-Oeste, de

7% para o Distrito Federal e de 11% para o país, enquanto para as taxas de

reprovação e abandono constata-se decréscimo para o Distrito Federal (6% e

1%), para a Região Centro-Oeste (2% e 7%) ,e para o Brasil (3% e 8%).

Verifica-se movimento inverso nas taxas observadas para o Distrito Federal em

relação à Região e ao país, que compartilham de um processo de redução

mais lento quanto às taxas de reprovação e uma queda vertiginosa para as de

abandono.

Tabela 21 Taxas de Aprovação, Reprovação e Abandono do Ensino Fundamental

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1995-1997

Em porcentagem Total 1ª à 4ª Série 5ª à 8ª série Regiões Aprovação Reprovação Abandono (1) Aprovação Reprovação Abandono (1) Aprovação Reprovação Abandono (1)

Brasil 1995 70,6 15,7 13,6 70,9 16,2 12,9 70,2 14,9 14,9 1996 73,0 14,1 12,9 73,3 14,8 11,9 72,7 13,0 14,3 1997 77,7 11,5 10,8 77,1 12,8 10,1 78,7 9,4 11,9

Região Centro-Oeste 1995 68,5 14,9 16,6 71,7 14,8 13,4 64,2 15,0 20,8 1996 71,1 14,8 14,1 75,0 14,8 10,2 66,1 14,8 19,1 1997 74,0 12,5 13,5 76,5 12,5 11,0 71,0 12,4 16,6

Distrito Federal 1995 77,3 19,1 3,7 82,3 16,1 1,6 71,5 22,5 6,0 1996 77,5 15,8 6,7 82,2 11,3 6,5 72,6 20,5 6,9 1997 81,7 13,4 4,9 86,6 9,1 4,4 76,4 18,1 5,5

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep. (1) Abandono = 100 menos a taxa da aprovação menos a taxa de reprovação.

Tabela 22 Taxas de Aprovação, Reprovação e Abandono do Ensino Médio

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1995-1997

Em porcentagemRegiões Aprovação Reprovação Abandono (1)

Brasil 1995 67,7 10,3 22,0 1996 74,4 9,9 15,7 1997 78,2 7,5 14,3

Região Centro-Oeste 1995 64,2 12,2 23,6 1996 68,5 11,3 20,1 1997 73,0 10,1 17,0

Distrito Federal 1995 65,6 24,5 9,9 1996 68,4 20,8 10,8 1997 72,4 18,4 9,2

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep. (1) Abandono = 100 menos a taxa da aprovação menos a taxa de reprovação.

A relação existente entre qualidade de ensino e formação de professores

aponta que, para complementar a análise do desempenho do sistema, é

necessário considerar o perfil dos docentes da educação básica e sua

respectiva remuneração.

O Distrito Federal ocupa uma posição confortável em relação ao Brasil e à

Região Centro-Oeste quanto à formação dos professores.

No Distrito Federal, 99% dos professores de 1ª à 4ª série e 96% dos de

5ª à 8ª série apresentavam a formação exigida para o exercício do

magistério, percentuais superiores àqueles verificados para a Região

Centro-Oeste (90% e 65%) e para o país (88% e 75%). No ensino médio,

97% dos professores possuíam a formação exigida para o exercício do

magistério, ficando o Distrito Federal, ainda em situação superior à

Região Centro-Oeste (79%) e ao país (89%).

Os valores do salário médio dos docentes, por grau de formação,

variavam significativamente, considerando-se apenas a formação exigida

pela lei. Para aqueles que lecionavam de 1ª à 4ª série e de 5ª à 8ª série, em

1997, os salários do Distrito Federal eram muito superiores (mais que o

dobro) aos verificados na Região Centro-Oeste e no país. No ensino

médio, o Distrito Federal mantinha remuneração superior à da Região

Centro-Oeste e à do país.

Esse quadro pode ter sido alterado no ensino fundamental, em 1998,

pela implantação do Fundef nos municípios, pois, ao exigir o

estabelecimento de Planos de Carreira e Remuneração do Magistério,

deverá ter propiciado aumento no salário dos professores, de acordo com

sua habilitação.

Tabela 23 Docentes e Salários por Grau de Formação, segundo Nível de Ensino em que Lecionam

Brasil, Região Centro-Oeste e Distrito Federal 1997

Grau de Formação Total Fundamental

Incompleto/Completo Médio Completo Superior Completo ou Mais Não Informado Nível de Ensino Nº

Absoluto Docentes

(%) Salário Médio

(R$) Docentes

(%) Salário Médio

(R$) Docentes

(%) Salário Médio

(R$) Docentes

(%) Salário Médio

(R$) Docentes

(%) Brasil Pré-Escola/Classe de Alfabetização 204.644 100,0 419,5 14,9 134,1 59,1 349,9 25,6 715,7 0,4 1ª à 4ª Série 616.956 100,0 425,6 12,2 147,4 62,0 363,4 25,5 687,6 0,4 5ª à 8ª Série 434.991 100,0 605,4 0,4 247,0 23,9 329,6 75,3 693,8 0,4 Ensino Médio 238.589 100,0 700,2 0,1 284,1 10,3 345,8 89,1 739,6 0,6 Região Centro-Oeste Pré-Escola/Classe de Alfabetização 13.407 100,0 573,64 7,0 192,05 59,3 405,14 33,4 949,08 0,4 1ª à 4ª Série 38.967 100,0 447,55 9,4 188,76 59,3 342,01 30,9 729,74 0,4 5ª à 8ª Série 34.326 100,0 584,20 0,9 222,59 33,4 296,59 65,3 734,83 0,4 Ensino Médio 17.612 100,0 701,79 0,1 256,72 20,3 291,23 79,1 806,89 0,5 Distrito Federal Pré-Escola/Classe de Alfabetização 3.388 100,0 1170,35 0,3 498,57 49,2 752,57 50,1 1571,76 0,5 1ª à 4ª Série 4.634 100,0 1162,32 0,2 538,26 46,1 824,38 53,3 1452,67 0,5 5ª à 8ª Série 5.414 100,0 1353,56 0,0 427,04 2,9 755,81 96,4 1370,26 0,7 Ensino Médio 3.361 100,0 1533,97 0,0 0,00 2,9 713,17 96,5 1558,78 0,6 Fonte: Ministério da Educação – MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep; Fundação Seade. Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.