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alcochete Informação da Câmara Municipal de Alcochete FEVEREIRO 2012 | Número 5 | Distribuição Gratuita www.cm-alcochete.pt › PÁGINAS 8 E 9 35 ANOS DE PODER LOCAL EM GRANDE PLANO COM PRESIDENTES DE JUNTA DO CONCELHO › PÁGINA 10 ALCOCHETE COMEMOROU 114 ANOS DA RESTAURAÇÃO DO CONCELHO MAIOR INVESTIMENTO DE SEMPRE É NA EDUCAÇÃO › PÁGINAS 4 E 5

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Informação da Câmara Municipal de Alcochete

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Page 1: InAlcochete

alcochete

Informação da Câmara Municipal de AlcocheteFEVEREIRO 2012 | Número 5 | Distribuição Gratuita

www.cm-alcochete.pt › PÁGINAS 8 E 9

35 ANOS DE PODER LOCAL EM GRANDE PLANOCOM PRESIDENTES DE JUNTA DO CONCELHO

› PÁGINA 10

ALCOCHETE COMEMOROU 114 ANOS DA RESTAURAÇÃO DO CONCELHO

MAIOR INVESTIMENTO DE SEMPRE É NA EDUCAÇÃO

› PÁGINAS 4 E 5

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in SÍNTESE

2.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

FICHA TÉCNICA

PERIODICIDADE Bimestral | PROPRIEDADE Câmara Municipal de Alcochete | MORADA Largo de São João 2894-001 AlcocheteTelef.: 212 348 600 DIRECTOR Luís Miguel Carraça Franco, Presidente da Câmara Municipal de Alcochete | EDIÇÃO SCI – Sector de Comunicação e Imagem COORDENAÇÃO DE REDACÇÃO Susana Nascimento REDACÇÃO Íngride Nogueira, Micaela Ferreira,Rosa Monteiro | FOTOGRAFIA SCI | PAGINAÇÃO CJORGE – Design & Comunicação e Rafael Rodrigues/SCI | IMPRESSÃO EmpresaGráfica FUNCHALENSE | DEPÓSITO LEGAL 327832/11 | REDACÇÃO E FOTOGRAFIA SCI – Sector de Comunicação e ImagemTelef.: 212 348 658 | [email protected] | TIRAGEM 10 000 | ISSN 2182-3227 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPOSIÇÃO “LITERACIA FINANCEIRA – EDUCAÇÃO+De 28 de Fevereiro a 1 de Março, a Câmara Municipal apresenta, na Bibliotecade Alcochete, a exposição “Literacia Financeira – Educação +”, resultante de umprojecto conjunto da Caixa Geral de Depósitos e da Universidade de Aveiro.Com conteúdos interactivos, dirigidos a jovens dos 7 aos 17 anos, esta exposição auxilia os jovens na gestão das suas finanças e apresenta sugestõessobre como fazer escolhas ou optar por decisões mais acertadas. No dia 27 de Fevereiro, às 15h00, no Auditório da Escola Secundária de Alcochete, realiza-se também uma conferência sobre Educação Financeira dirigida a gestores escolares e professores.

Inalcochete

CONTACTOS ÚTEISCâmara Municipal de Alcochete – 212 348 600 | Comunicação de Avarias, Roturas e Entupimentos 919 561 411 Serviço Municipal de Protecção Civil – 912 143 999 | Canil Municipal – 914 432 270 | Cemitério – 212 348 638Posto de Turismo – 212 348 655 | Bombeiros Voluntários de Alcochete – 212 340 229 ou 212 340 557 | Guarda NacionalRepublicana – 212 348 071 | Centro de Saúde de Alcochete – 212 349 320 | Extensão de Saúde em Samouco – 212 329 600Extensão de Saúde em São Francisco – 212 314 471 | Farmácia Nunes – 212 341 562 | Farmácia Cavaquinha – 212 348 350Farmácia Póvoas – 212 301 245 | Central de Táxis Alcochete – 212 340 040 | Central de Táxis Samouco e Freeport– 212 321 775 | Transportes Sul do Tejo – 211 126 200 | Transtejo – 210 422 400.

MAFALDA ARNAUTHACTUA EM ALCOCHETEEM MARÇONo próximo dia 10 de Março, às 21h30, no Fórum Cultural deAlcochete, MafaldaArnauth apresenta-nos“O Mar Fala de Ti – História de umEncontro”. Mais do queum conjunto de temas,este concerto “conta-nos”a história do seu encontro com o músicoargentino RamónMaschio. Uma históriasobre uma amizade quenasceu na música e quecedo transpôs as fonteirasque os separavam. Paraalém das criações musicais conjuntas, sãoas suas visões pessoaisda vida, dos sentimentose das emoções que trazem uma dimensãoúnica a este concerto.Em Alcochete, MafaldaArnauth (voz) e RamónMaschio (guitarra clássica) surgem acompanhados por umconvidado: o jovem pianista Hélder Godinho.

IDOSOS PARTICIPAMEM ATELIÊ OCUPACIONAL DE AGRICULTURADesde Setembro de 2011, e a decorrer no Pinhal das Areias, o ateliê ocupacional dedicado à agriculturapromovido pela CâmaraMunicipal é o pretextopara reunir os utentesdo Centro de Dia da Santa Casa daMisericórdia que, destaforma lúdica e prática,partilham conhecimentose desenvolvem algumasdas técnicas aprendidasao longo da vida. Apóspreparação do terreno,os participantes já plantaram alguns produtos hortícolas. O ateliê ocupacional de agricultura, dirigidoa todos os Centros de Dia do Concelho, é uma iniciativa quecontribui para o aumento da auto-estima e do bem-estar, físico e mental, da populaçãosénior do Concelho.

CAMPANHACOASTWATCHAlcochete associa-se,mais uma vez, àCampanha Coastwatch,um projecto de âmbitoeuropeu, dirigido ao público escolar e à população em geral,que visa a monitorizaçãoe caracterizaçãoambiental do litoral.“Proteger, promover e sensibilizar” é o lemadesta 22.ª campanhanacional que serádesenvolvida até aofinal de Março de 2012.Em Alcochete, estãodefinidos quatro percursos no Sítio das Hortas, na Vila de Alcochete, nas Salinasde Samouco e na PraiaFluvial de Samouco.Durante a campanha, os participantes vão proceder à observação e identificação das espécies e dos materiaisarrastados pela maré.Os resultados serão posteriormente divulgados.

EXPOSIÇÃO“OLHARES SOBRE O IMATERIAL”De 24 de Março a 21 de Abril, a Biblioteca de Alcochete apresenta ao público a exposição“Olhares sobre o Imaterial” numaparceria com a ComissãoNacional da Unesco. Um conjunto de fotografias ilustram, artística e simbolicamente, o patrimónioimaterial. A complementar estamostra realizam-se, no dia 30 de Março, às 15h00, naBiblioteca de Alcochete, duaspalestras a cargo da Dra. Anna-Paula Ormeche, que vaicontextualizar o trabalho da UNESCO, das ComissõesNacionais e das Redes, e da Dra.Clara Cabral que vai abordar a Convenção para a Salvaguardado Património Cultural Imaterial.

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Fevereiro 2012 | inalcochete.3Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Caros (as) Munícipes,

A situação social e económica do País agrava-se progressivamente fruto daserradas opções que têm vindo a ser tomadas. Chagas sociais, como os saláriosem atraso e o desemprego, regressaram de forma assustadora, atingindo valo-res impressionantes de 14% no País, afectando, hoje, 1,2 milhões de portu-gueses, condenando-os ao endividamento, à subsistência económica e à po-breza.Por isso, neste momento, a minha preocupação vai para a situação de muitosAlcochetanos que vêem o seu emprego e as suas condições de vida a piorar. Consideramos, por isso, inadiável arrepiar caminho, construir uma alternati-va e um novo rumo para o País, a Europa e o Mundo!É urgente substituir o pessimismo pela esperança e confiança; a resignaçãopela vontade e acção; de trocar a espera passiva de um sempre ansiado em-purrão da economia europeia pela reestruturação activa da economia nacio-nal e substituir a política do défice público pela política do primado da eco-nomia e da inovação. Portugal precisa de recuperar o caminho do crescimen-to, do desenvolvimento e da confiança!No entanto, o futuro próximo não se afigura risonho e coloca-nos grandes exi-gências colectivas: capacidade para resistir, determinação e vontade para pros-seguir no caminho do progresso, apesar do quadro descrito. Nesse sentido, oMunicípio de Alcochete tem vindo a preparar-se para estes novos desafios,com tudo o que isso implica de planeamento, trabalho colectivo, dedicação eempenho na causa pública. Somos forçados a redefinir as nossas prioridades,

a reprogramar os nossos investimentos, aproceder a uma gestão financeira mais exi-gente e mais rigorosa, sem descurar a di-mensão social da nossa vida colectiva esem abandonar os nossos objectivos estra-tégicos. Em paralelo, temos vindo a dialo-gar activamente com todos os agentes cul-turais, sociais, educativos e desportivos,apelando à sua compreensão para a gravi-dade da situação que vivemos, e desenvol-vendo novas soluções e abrindo novos ca-minhos para superar este período difícil.Uma das prioridades no quadro da nossaintervenção foi, desde sempre e continua-rá a ser, concedida ao sector da Educaçãocom o desígnio de valorizar o Sistema Lo-cal de Conhecimento e a sua inserção Re-gional. E assim, no passado mês de Janei-ro, honrámos e cumprimos um dos nossoscompromissos, com a inauguração do “Centro Escolar de São Francisco”, o maiorinvestimento alguma vez concretizado no

Concelho de Alcochete, consubstanciando, deste modo, políticas e projectosao serviço da nossa Juventude.Este trabalho, a exemplo de outros, fruto da actividade e investimento da Au-tarquia constitui o exemplo de como é importante o Poder Local para a vidadas populações, na sua relação de proximidade, na resolução de problemasconcretos e na evidência da importância do investimento público para a dina-mização da actividade económica local e no contributo para a melhoria daqualidade de vida das populações.Por isso, este ano, conferimos uma especial atenção e prestamos tributo ao pa-pel relevantíssimo do “Poder Local” na nossa sociedade e, por esse motivo, naSessão Solene da passagem de mais um Aniversário, o 114.º da Restauraçãodo Concelho, homenageámos as três Juntas de Freguesia do Concelho de Al-cochete.Também por estas razões, vemos com “apreensão” a anunciada “reforma admi-nistrativa” que não tem em conta, a dimensão histórica e o contributo inde-lével do Poder Local na construção da democracia e no desenvolvimento donosso País.Estamos certos que os próximos tempos não vão ser fáceis, no entanto reafir-mamos a confiança no Futuro do nosso Concelho. Em especial na nossa Ju-ventude e na vontade inquebrantável da nossa população para superar estesdesafios, aliada da exigência e determinação para lutar e resistir contra osatentados que ameaçam o nosso devir coletivo e nos pretendem colocar numpercurso de retrocesso civilizacional.Pela nossa parte, continuaremos a trabalhar com a plena dedicação à causapública e tudo faremos para desenvolver a actividade municipal e prosseguiros objectivos preconizados, com uma gestão democrática e participada, en-volvendo os cidadãos, os trabalhadores da Autarquia e todos os agentes dedesenvolvimento do Concelho, procurando alcançar um futuro harmoniosoe o desenvolvimento sustentado do Concelho de Alcochete!

Dedicaçãoà causa públicapara um futuromais harmonioso

EDITORIAL

Estamos certos que os próximos tempos não vão serfáceis, no entanto reafirmamos a confiança no Futuro do nosso Concelho. Em especial na nossa Juventude e na vontade inquebrantável da nossa população parasuperar estes desafios, aliada da exigência e determinaçãopara lutar e resistir contra os atentados que ameaçam o nosso devir coletivo e nos pretendem colocar num percurso de retrocesso civilizacional.

LUÍS MIGUEL CARRAÇA FRANCOPresidente da Câmara Municipal de Alcochete

ALCOCHET’AVENTURAOs adeptos do programa Alcochet’Aventurapodem consultar o calendário de passeiosagendados para 2012, através de um simplesclique no site da Câmara Municipal. AtéDezembro estão programadas quinze iniciativasdesportivas, desde passeios pedestres, percursosde BTT e passeios de canoagem. Com níveis dedificuldade diferenciados, os passeios permitemaos participantes um contacto com a Natureza.

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4.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

in FOCO

Centro Escolar de São Franciscotem capacidade para 300 crianças

melhores condições técnicas e pe-dagógicas e equipado com mobiliá-rio adequado às exigências educati-vas, que permite que as crianças dafreguesia e do Concelho tenham acess-o a uma educação de qualidade.Com capacidade para acolher 300crianças o Centro Escolar integra oi-to salas para o Ensino Básico, qua-

tro para o Pré-escolar, um refeitóriocom cozinha, um ginásio/sala poli-valente, uma sala de recursos queintegrará uma biblioteca e um es-paço informático, salas para profes-

sores e educadores e instalações deapoio.Durante a inauguração, o Presiden-te da Câmara referiu que, com a cons-trução deste Centro Escolar, con-cretiza um compromisso assumidona área da Educação enquanto vec-tor estratégico de desenvolvimentodo Concelho.

“Decidimos desenvolver políticas edu-cativas municipais que conferissemao concelho de Alcochete os instru-mentos necessários ao nosso desen-volvimento”, acrescentou Luís Mi-guel Franco.Foi com emoção que o Presidenteda Junta de Freguesia de São Fran-

O Centro Escolar de São Franciscofoi inaugurado no passado dia 21de Janeiro, naquele que foi um diaimportante para a freguesia e parao Concelho, testemunhada por au-tarcas, directores e representantesdas escolas, presidentes e represen-tantes das associações de pais, alu-nos e encarregados de educação e apopulação em geral.Constituído por um núcleo para oPré-escolar e outro para o 1.º Ciclodo Ensino Básico, o Centro Escolarde São Francisco está dotado das

Maior investimento alguma vez efectuado pela Câmara Municipal, o Centro Escolar de São Francisco garanteuma educação de qualidade às crianças do Concelho e traduz a concretização de uma prioridade definidapelo Executivo Municipal, no âmbito da requalificação do parque escolar.

CIRCULAÇÃO RODOVIÁRIA SERÁ ALTERADAA circulação rodoviária junto ao Centro Escolar de São Francisco vai sofrer alterações que visam assegurar as indispensáveis condições de segurança no acesso ao mesmo. Neste sentido existirá um troço de sentido único de circulação, em frente ao CentroEscolar, reservado aos utentes deste equipamento, passando o tráfego proveniente de Alcochete e Montijo a realizar-se pela Av. do Corvo Marinho.Ao nível do estacionamento será criada uma zona junto ao Centro Escolar que terá 21 lugares, em que um deles está destinado a pessoas com mobilidade reduzida, sendo que 17 lugares de estacionamento já foram criados junto a este equipamento escolar.Esta intervenção integra a demolição de uma das faixas, ao nível dos pavimentos e lancis, a definição de novos alinhamentos do arruamento e estacionamento, a pavimentação de lugares de estacionamento, em betão betuminoso, e passeios em calçada, a execução de passadeiras, a execução de sinalização horizontal e instalação de sinalização vertical, e ainda a reformulação dos separadores e da sinalização na Av. do Corvo Marinho.

EDUCAÇÃOMAIOR INVESTIMENTO DE SEMPRE DA AUTARQUIA

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Fevereiro 2012 | inalcochete.5Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inFOCO

SALA DO NÚCLEO PRÉ-ESCOLAR SALA DO NÚCLEO DO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO

cisco se dirigiu ao imenso público,que lotou a capacidade da sala poli-valente, referindo que este equipa-mento escolar vai beneficiar a fre-guesia de São Francisco mas tam-bém a população do Concelho.“Esta é uma obra muito grande, rea-lizada com muito sacrifício e queriadar os parabéns ao Presidente da Câ-mara, que foi das poucas pessoasque sempre acreditou que esteequipamento seria uma realidade”.Presente na cerimónia de inaugura-ção a Presidente da CCDR-LVT ma-nifestou grande contentamento pelaconcretização deste equipamentoescolar no concelho de Alcochete:“A construção de equipamentos edu-cativos (no âmbito do financiamen-to regional associado ao QREN) foide facto uma aposta fortíssima”. “Épossível com estes instrumentos fi-nanceiros fazer a regulação de assi-metrias existentes, pois nós quere-mos que a região seja equilibrada eque não esteja mais forte na margemnorte em relação à margem sul”, su-blinhou Teresa Almeida.Após o descerramento da placa deinauguração teve início uma visitaao Centro Escolar orientada peloVereador da Educação, Paulo AlvesMachado, que explicou aos presen-tes as valências do equipamento.

Pais e filhos, professores e educa-dores percorreram o novo Centro Es-colar de São Francisco com grandeinteresse e alguma ansiedade, porparte dos jovens alunos, que que-riam mostrar a sua nova escola.O Centro Escolar entrou em fun-cionamento, no início do 2.º perío-do escolar e acolhe diariamente ascrianças que frequentam o ensinopúblico da localidade. Entusiasmo não falta aos jovens alu-nos e professores que encontramnesta escola, que também é deles,as condições ideais para aprender.

MAIOR INVESTIMENTO DE SEMPRE DA CÂMARA MUNICIPALO Centro Escolar de São Franciscofoi objecto de um investimento naordem dos 4 milhões de euros, quecorresponde à construção do edifí-cio, aquisição de equipamentos emobiliário, mas também à concep-ção de projectos e ao valor comer-cial dos terrenos. Um investimento avultado mas jus-tificado pela necessária requalifica-ção do parque escolar, perante a so-brelotação e desdobramento de ho-rários existente nas escolas do Con-celho, corrigindo desta forma as as-simetrias existentes

“O esforço financeiro da Câmara Mu-nicipal é o mais substancial, apesardas comparticipações, quer de fun-dos comunitários, quer do Progra-ma de Alargamento da Rede Pré-es-colar”, enfatiza Luís Miguel Franco.Este novo equipamento escolar be-neficiou de uma comparticipaçãofinanceira, na ordem dos 800 mileuros, ao abrigo do Programa deAlargamento da Rede Pré-escolar,no que se refere ao Núcleo do Pré-escolar, e no âmbito de uma candi-datura ao PORLisboa, no que se re-fere ao Núcleo do 1.º Ciclo do En-sino Básico.A premente requalificação do par-que escolar impeliu o Executivo Mu-nicipal à concretização do maiorinvestimento de sempre efectuadopela Câmara Municipal, em todasas áreas, cumprindo desta forma maisum compromisso eleitoral assumi-do com a população do Concelho.Neste sentido a Câmara Municipaltem desenvolvido e implementadopolíticas educativas no Município,com o objectivo de assegurar noconcelho de Alcochete as condi-ções necessárias de desenvolvimen-to nos domínios da educação, ciên-cia e cultura.“Temos o sentimento de dever cum-prido e da concretização de um so-

CEN TRO ESCOLAR

€4 000 000,00

INVESTIMENTO GLOBAL DA CMA NA ORDEM DOS

€800 000,00

E acrescentou: “Por estar localizadona freguesia de São Francisco esteequipamento escolar tem clara-mente uma dimensão que vai per-mitir servir todo o Concelho e aco-lher as crianças de todo o Conce-lho, e não somente as crianças queresidem em São Francisco”.“Esta escola foi pensada, concebidae concretizada principalmente paraas crianças que dela vão usufruir”,concluiu Luís Miguel Franco.Apesar da redução de meios e re-cursos financeiros disponíveis, oExecutivo Municipal pretende con-tinuar a desenvolver os instrumen-tos de planeamento, no que concer-ne à actualização do Plano Estraté-gico de Educação. Quanto à requalificação do parqueescolar a Câmara Municipal man-tém outro objectivo, relacionado coma construção do Centro Escolar daQuebrada, na freguesia de Alco-chete. Apesar da crise económica que as-sola o país, e que consequentemen-te tem impacto no Concelho, a Au-tarquia pretende concluir os pro-jectos de execução para a constru-ção desse Centro Escolar e com acomissão directiva do QREN aferirda possibilidade de reprogramaçãoda sua concretização.

COMPARTICIPAÇÕES NA ORDEM DOS

nho, ainda que o percurso tenha ti-do algumas vicissitudes, e que in-clusivamente tenha suscitado emalgumas pessoas dúvidas sobre asua concretização. Mas nós na Câ-mara Municipal sempre nos man-tivemos firmes na concretizaçãodaquele investimento, que veio emmuito requalificar o nosso parqueescolar”, sublinhou o Presidente daCâmara.

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in LOCAL

Reuniões de Câmara descentralizadastêm início em São Francisco

AUTARQUIA ESTÁ A AUMENTAR ÁREAS PARA ESTACIONAMENTONo sentido de aumentar o estacionamento na vila de Alcochete, a Câmara Municipalrequalificou em Janeiro duas áreas: uma, no Largo de São João, a outra na Rua Dr. LuísCebola, que ascendem a €9 923,09. No Largo de São João, o passeio sul foi requalificado,por administração directa, com a delimitação de quatro lugares para a praça dos táxis, trêslugares para estacionamento automóvel e um para cargas e descargas, intervenção realizada numa área com 440 m2. Também na Rua Dr. Luís Cebola foram criados 12 lugarespara dar resposta às necessidades dos automobilistas numa área com elevado tráfegorodoviário por se situar junto à Escola Secundária. Em Fevereiro, os serviços municipaisestão a realizar obras para aumentar o estacionamento na Rua dos Descobrimentos.

No sentido de promover um mais rápido e fá-cil acesso à informação e envolver os cidadãosna gestão autárquica, a Câmara Municipal pros-segue no ano de 2012 com a realização reuniõespúblicas descentralizadas em cinco locais dis-tintos do concelho, para além das reuniões quedecorrem no edifício dos Paços do Concelho.Para permitir e incentivar a participação da co-munidade, as reuniões descentralizadas, quetêm tido êxito na concretização de uma políti-

Para dar resposta à crescente procura de ajudas técnicas, a Rede Social de Alcochete definiu comoprioridade, no seu Plano de Acção, a criação de um banco que possibilita o empréstimo gratuito de equipamentos que melhoram a qualidade de vida de cidadãos com deficiência ou mobilidadereduzida.

6.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

REGUESIAS / LOCALIDADES 1.º SEMESTRE 2.º SEMESTRE LOCALSão Francisco 29 de Fevereiro 18 de Julho Junta de FreguesiaSamouco 28 de Março 29 de Agosto Junta de FreguesiaValbom 23 de Maio 26 de Setembro Vulcanense Futebol ClubePassil 6 de Junho 24 de Outubro Centro Comunitário do PassilFonte da Senhora 20 de Junho 22 de Novembro Delegação da Junta de Freguesia

Municípes podem requisitarequipamentos a custo zero

O Banco de Ajudas Técnicas é um projecto so-cial, que visa minimizar o problema de aquisi-ção destes equipamentos, criado no âmbito daRede Social de Alcochete.Para que o Banco de Ajudas Técnicas seja umaresposta social eficaz, é fundamental o contribu-to de todos. Para tal, está a decorrer uma cam-panha solidária para a angariação de equipa-mentos, dirigida não só à comunidade, mastambém, a instituições e empresas do sector pri-vado. Os equipamentos, que posteriormenteserão emprestados a pessoas mais carenciadas,podem ser entregues na Santa Casa da Miseri-córdia, no Centro de Saúde de Alcochete ou noSector da Desenvolvimento Social e Saúde daSanta Casa da Misericórdia.

De forma a facilitar os processos de reabilitaçãoou garantir uma melhor qualidade de vida diá-ria da população mais idosa, a Câmara Munici-pal em conjunto com parceiros sociais criaram

um Banco de Ajudas Técnicas que permite oempréstimo gratuito de equipamentos necessá-rios para repouso, apoio à mobilidade ou à prá-tica de cuidados de higiene. Durante o períodode recuperação do seu problema de saúde, osmunícipes podem assim requisitar equipamen-tos como cadeiras e bancos de banho, camas,cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, entreoutros.Os interessados em solicitar Ajudas Técnicastêm que preencher o formulário disponível noCentro de Saúde, na Santa Casa da Misericórdia,no Centro Comunitário Cais do Sal ou na Câma-ra Municipal, no Sector de Desenvolvimento So-cial e Saúde.

ca de maior proximidade, realizam-se sempreàs 21h00 e vão decorrer nas sedes das Juntasde Freguesia de Samouco e de São Francisco e

nos lugares do Passil, Fonte da Senhora e Val-bom, áreas estas que pertencem à Freguesiade Alcochete.

A Câmara Municipal adjudicou umaempreitada para reforçar a sinalização horizontal nas três freguesias do Concelho. Pinturas e repinturas de marcas longitudinais e transversais estãoincluídas neste conjunto de acçõesque totalizam um custo de €15.342,86 e que vão ser realizadas durante o ano 2012.Em São Francisco está prevista a pintura de passadeiras na Alameda Júlio Dinis e na RuaFutebol Clube de São Francisco. Já na freguesia de Samouco, a segurança rodoviária será reforçada com a pintura de passadeiras nas Praças da República e José Coelho, na Rua do Norte, assim como na Rua Dr. Manuel da Cruz Júnioronde toda a sinalização será remodelada.Em Alcochete, existe um conjunto de espaços públicos contemplados nesta empreitada: Na Avenida Euro 2004 será reforçado o eixo longitudinal, talcomo na Rua dos Rosmaninhos e na Rua dos Alecrins. Na Rua do Láparo, junto aos serviços municipais, a pintura de passadeirasserá reforçada e ainda, entre estearruamento e a Avenida Alto do Chafariz, serão pintadas as marcas transversais.Na Avenida Combatentes daGrande Guerra vão ser pintadasnovas passadeiras e ainda na malhaurbana da Vila de Alcochete, na Avenida da Revolução, no troçocompreendido entre a Rua Dr. Ciprião Figueiredo e a Rua CarlosManuel Rodrigues Francisco toda a sinalização horizontal existenteserá alvo de intervenção.

AUTARQUIA REFORÇA SINALIZAÇÃO HORIZONTAL NO CONCELHO

SAIBA MAIS

QUEM PODE SOLICITAR O APOIO DO BANCO DE AJUDAS TÉCNICAS?› Quem reside no Concelho de Alcochete

› Quem seja portador de incapacidade/deficiência ou que por motivos de perdade autonomia física careça de ajudas técnicas

› Quem tenha rendimentos mensaisiguais ou inferiores ao salário mínimonacional em vigor à data do pedido (estecritério pode ser substituído em função de uma análise sócio económica que justifique)

BANCO DE AJUDAS TÉCNICAS

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inLOCALREGULAMENTO DE RESÍDUOS URBANOS ESTÁ EM CONSULTA PÚBLICAO Regulamento do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos e Limpeza Pública do Município de Alcochete está em consultapública desde 31 de Janeiro, último, por um período de 30 dias úteis.Neste Regulamento, que será aplicado em toda a área do Município de Alcochete, estão definidas as regras que respeitam à recolhae transporte de resíduos urbanos indiferenciados e de resíduos de construção e demolição, assim como como à limpeza urbana.Os interessados podem remeter as suas sugestões à Câmara Municipal, por escrito, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipalaté ao término do período de apreciação pública, para a morada Largo de São João, 2890-001 Alcochete, ou por fax: 212 348 690ou através do endereço electrónico: [email protected] Regulamento do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos e Limpeza Pública do Município de Alcochete pode ser consultadona Divisão de Ambiente e Espaços Verdes, situado no Estaleiro Municipal/ Serviços Operacionais e em www.cm-alcochete.pt.

Reformulação da redede transportes penaliza utentesO documento final de reformulação e simpli-ficação da rede de transportes na Área Metro-politana de Lisboa, apresentado pelo Gover-no, penaliza os utentes dos transportes públi-cos do concelho de Alcochete. Quem o afirma é o vereador da Rede Viária,José Luís Alfélua que considera que “no con-celho de Alcochete a população é penalizadano trajecto para Lisboa, quer os utentes queutilizam os TST, quer os utentes que utilizamas carreiras fluviais da Transtejo”.Apesar de registar algumas contribuições apre-sentadas pelos Municípios da AML, o docu-mento final avança com a redução e elimina-ção de carreiras, o aumento do custo dos bi-lhetes e dos passes. “Estas medidas vão inevi-tavelmente reduzir o estímulo à utilização dostransportes públicos, incentivando o transpor-te particular, com todas as consequências fi-nanceiras, ambientais e de mobilidade queacarretam”, sublinhou o Vereador José LuísAlfélua.Para o Executivo Municipal este documentonão reflecte as preocupações e reivindicaçõesao nível da oferta de transportes públicos e dasimplificação do tarifário, entretanto manifes-tadas em reuniões da Junta Metropolitana deLisboa e posteriormente remetidas ao Governo.Recorde-se que o primeiro estudo, apresenta-do à Junta Metropolitana de Lisboa, pelo Go-verno, em Outubro de 2011, foi rejeitadopelos Municípios da AML, pois não conside-rava os interesses dos utentes, iniciando-seentão um processo de participação dos Muni-

cípios, no sentido da integração das suas pro-postas no documento final.“Alguns dos contributos foram integrados. Noque diz respeito aos transportes rodoviários hou-ve uma melhoria, mas no que concerne à rede detransportes fluviais praticamente nada se alte-rou”, acrescentou o Vereador José Luís Alfélua.Assim, nas carreiras fluviais Montijo – Lisboavão ser suprimidas duas carreiras nos dias

úteis, duas carreiras ao sábado e uma carreiraao Domingo, não estando ainda definida a re-formulação dos horários.Mesmo perante a conjuntura actual e a ne-cessidade de rentabilização dos meios e con-tenção na despesa, o Executivo Municipal con-sidera que não é desta forma que se reajusta arede de transportes, pois prejudica os utiliza-dores da mesma.

ELIMINAÇÃO DE CARREIRAS PREJUDICA UTENTES NAS LIGAÇÕES A LISBOA

Fevereiro 2012 | inalcochete.7Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Em Janeiro, a Câmara Municipalreuniu com os representantes do Movimento Associativo do Concelho para, em conjunto,debaterem assuntos relacionadoscom os apoios a conceder durantea época 2011/ 2012 e as alteraçõesprevistas para o Regulamento deApoio ao Movimento Associativo.Perante a actual conjuntura financeira, a Câmara Municipal é obrigada a reduzir os apoiosfinanceiros que, até então, tem atribuido às colectividades e associações que desenvolvemactividade no Concelho. Consciente do trabalho que estasentidades concretizam em prol da comunidade, a Autarquia temprocurado encontrar soluções quecolmatem a redução dos apoiosfinanceiros. Neste sentido, foi apresentada aos dirigentes associativos a possibilidade de utilizarem os equipamentosmunicipais para a realização das suas iniciativas, com redução,ou em certos casos, com isençãode taxas de utilização, bem como o apoio na divulgação das suas actividades e na prestação de apoiotécnico.O Centro de Estágio Albergue da Juventude, o Fórum Cultural, osPavilhões Desportivos, os Camposde Futebol e de Ténis e a tradicionalEmbarcação Alcatejo são algunsdos equipamentos que estão,assim, à disposição do movimentoassociativo. Para serem concedidosestes apoios, a Câmara Municipalvai alterar um conjunto de regulamentos municipais. No regulamento da embarcaçãoAlcatejo, por exemplo, passará aestar prevista uma viagem gratuita,por ano, para cada associação. Já no Centro de Estágio e Albergue daJuventude vão ser concedidas vintedormidas gratuitas para cada associação e o Fórum Culturalpoderá ser cedido duas vezes porano a cada entidade, com cedênciade bilheteira em horário normal, oque inclui os sábados até às 18h00. Os representantes associativostambém apresentaram as suaspreocupações ao ExecutivoMunicipal, uma vez que em 2012, os apoios financeiros a atribuir ao movimento associativo do Concelho terão uma redução decerca de 50%. Quanto à avaliaçãodas candidaturas apresentadas paraobtenção de apoios, será dada prioridade às actividades regulares,em detrimento das pontuais, bemcomo os apoios para inscrições e seguros, muito solicitados pelasassociações que promovem modalidades desportivas.

CÂMARA E ASSOCIAÇÕESARTICULAM APOIOSPARA 2012

Regulamento do Cemitériode Alcochete em consulta pública

para a ocupação de ossários e para o términodas sepulturas perpétuas. Depois de terminado o prazo de consulta públi-ca, a proposta de alteração ao Regulamento doCemitério Municipal de Alcochete será remeti-do para apreciação em Assembleia Municipal.

Com o objectivo de actualizar as regras de utili-zação e funcionamento do Cemitério de Alco-chete, a Câmara Municipal apresentou uma al-teração ao Regulamento deste equipamento mu-nicipal, uma proposta que já foi aprovada, porunanimidade, em sessão pública de Câmara eencontra-se em consulta pública desde o passa-do dia 25 de Janeiro.Num prazo de trinta dias úteis, os munícipesinteressados podem consultar este novo Regu-lamento, que se encontra disponível na Divisãode Ambiente e Espaço Verdes ou no Sector deExpediente Geral e de Apoio aos Órgãos Autár-quicos da Autarquia e enviar, por escrito as suassugestões, numa comunicação endereçada aoPresidente da Câmara Municipal.A proposta apresenta um conjunto de altera-ções referentes ao pagamento dos serviços cemi-teriais, à utilização da Casa do Velório, à realiza-ção e aos horários de funerais e às exumações.Devido à demorada decomposição verificada

nos terrenos do Cemitério, propõe-se nesteregulamento que o prazo mínimo de inumaçãopasse de 3 para 6 anos, assim como são igual-mente contempladas novas regras para o em-belezamento das construções funerárias, para arealização de obras no interior do Cemitério,

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GRANDEPLANO

8.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Recentemente celebrámos os 35 anos do po-der local democrático. Quais as recordaçõesque tem das primeiras eleições autárquicas?Estêvão Boieiro (E.B.): As primeiras eleiçõesautárquicas pós 25 de Abril foram para mim,e penso que para todos que as viveram, umaexperiência inesquecível e indescritível. A emo-ção, a ansiedade, a expectativa eram sentimen-tos fortes e partilhados por todos. Antes dahora de votar já existiam filas enormes e aspessoas aguardavam que as portas se abrissempara escolher livremente os seus representan-tes nos órgãos de governação. António Almeirim (A.A.): As primeiras elei-ções decorreram na Escola Primária porque,nessa altura, não tínhamos estas instalações. Às08h00, quando abriram as mesas de voto, esta-vam centenas de pessoas para exercer o seu di-reito de voto, tal não era a ânsia de liberdade e departicipar na vida colectiva. Guardo como boarecordação o facto de ter sido eleito nesse dia.António Soares (A.S.): Na altura tinha 19 anos,portanto, as recordações são mínimas. Masvotei nas primeiras eleições autárquicas. Umadas recordações que tenho é que quando sedeu o 25 de Abril de 1974, o nosso país tinhaum elevado quadro de pobreza, de analfabetis-mo também… E com o 25 de Abril e as suasconquistas houve uma mudança, um desenvol-vimento, um avanço para a nossa população.

Nos anos subsequentes a 1976, os cidadãostinham noção que estavam a assistir a umamudança histórica, na qual também que-riam participar. A vida colectiva sentia-se deuma forma diferente?E.B.: A vida colectiva passou a viver-se de for-ma mais participada e intensa. Obtivemos ca-pacidade de refletir coletivamente sobre diver-sificadas matérias. Desde agricultores a estu-dantes todos sentiram necessidade de se asso-ciarem, eleger representantes, reivindicar. For-mam-se associações de moradores, brigadasde alfabetização, comissões de trabalhadores ede estudantes, elegem-se delegados sindicais.Explode o desenvolvimento associativo.

A.A.: Era muito, sublinho, muito diferente. Eureferia há pouco a ânsia que sentíamos quan-do exercíamos o direito de voto, e sentia-se omesmo quanto à vontade de participar na vidacolectiva. As Assembleias de Freguesia eramqualquer coisa de extraordinário porque todasas pessoas apresentavam contributos. A.S.: Sim houve uma mudança de 180 graus!Até porque até 1974, não se realizavam elei-ções e se aconteciam era só para quem tinhadireito a voto. E a partir desta data e mesmoem 1976 só não votou quem não quis, não foiporque não pudessem exercer esse direito.Recordo-me que São Francisco teve, nessa al-tura, uma Comissão de Moradores muito acti-va, que é um bom exemplo de como se sentiaa vida colectiva. Muitas pessoas fizeram partedessa Comissão e várias instalações foram fei-tas “a pulso” porque não existiam máquinas.

O poder local democrático foi uma dasprincipais conquistas alcançadas pela Re-volução de Abril de 1974. E, na vossa opi-nião, quais as conquistas obtidas pela popu-lação com a implementação do poder local?E.B.: Considero que o poder local democráti-co foi, talvez, a maior conquista de Abril. Aocontrário do que era norma, este dá azo a quecada cidadão possa escolher quem melhor co-nhece e melhores opções fará para o desenvol-vimento sustentado e equilibrado da sua terra.A.A.: O poder local democrático é, para mim, amaior das conquistas do 25 de Abril. A qualida-de de vida melhorou tremendamente. As gran-des transformações dão-se pelo 25 de Abril e de-pois o poder local democrático é uma conquis-ta dessa data e as transformações são evidentes. A.S.: As pessoas ficaram a ganhar muito. Porexemplo, mesmo aqui em São Francisco, quesó se tornou Freguesia em 1985, as pessoasestavam muito isoladas e graças às autarquiaslocais esta realidade mudou. Foi, sem dúvida,uma mais-valia para as populações.

Os autarcas locais têm sido, ao longo des-tes 35 anos, a viva voz dos problemas sen-

tidos pelos cidadãos que representam. Estaé uma realidade que ainda se mantém? E.B.: Constato que, cada vez mais, as pessoasse me dirigem. Na rua, na Junta, em qualquerlocal colocam-me questões, partilham angús-tias e problemas. A maioria das vezes são ma-térias para as quais não tenho competênciaspara resolver. Oiço-as e encaminho-as para ser-viços ou entidades específicas. Ainda há muitadesinformação e nos últimos tempos assisti-mos a frequentes alterações ao nível dos pro-

cedimentos que baralham os cidadãos fazen-do com que se percam no meio de tanta alte-ração e burocracia.A.A.: Eu tenho muitos exemplos quanto àproximidade. Sou Presidente de Junta de Fre-guesia, já cumpri vários mandatos e as pessoasconhecem-me. Raramente chego à Junta demanhã sem que não tenha sido abordado na rua.Quando dizemos que o primeiro patamar dopoder local democrático são as Juntas de Fre-guesia é precisamente pela proximidade, sem

PODER LOCAL DEMOCRÁTICO35 ANOS AO SERVIÇO DA POPULAÇÃO

ENTREVISTA AOS TRÊS PRESIDENTES DE JUNTA DE FREGUESIA DO CONCELHO DE ALCOCHETE

Perante uma nova reforma administrativa para as Autarquias Locais, os Presidentes das trêsJuntas de Freguesia do Concelho reflectem sobre os 35 anos de Poder Local Democrático. 35 anos de participação colectiva, de serviço à comunidade e de conquistas que podem,nos dias de hoje, estar à beira de um retrocesso.

“O que está em marcha é um atentado ao poder local e a todos os que acreditam na democracia assente nas eleições livres e na representatividade”

ESTÊVÃO BOIEIRO, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE ALCOCHETE

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dúvida. E este contacto é também um sinal deque as pessoas acreditam em nós porque se osmunícipes achassem que não tínhamos capa-cidade para resolver problemas nunca viriamter com as Juntas. A.S.: Sim e eu vejo isso mesmo aqui na Juntade Freguesia de São Francisco. Ainda hoje éaqui que as pessoas “vêm bater à porta” comproblemas de toda a natureza. E, de acordocom as nossas capacidades, tentamos resolveros problemas que vão surgindo ou reencami-nhamos os mesmos quando ultrapassam asnossas competências. E penso que esta reali-dade é igual em todas as Juntas de Freguesia.

Por ocasião do 114.º aniversário da Restau-ração do Concelho, a Câmara Municipalatribuiu a Medalha D. Manuel I às três Jun-tas de Freguesia do Concelho. Consideramque esta foi uma homenagem que veio emboa hora?E.B.: Foi oportuna porque vivemos um mo-mento particularmente sensível no que às Fre-guesias diz respeito. O que está em marcha éum atentado ao poder local e a todos os queacreditam na democracia assente nas eleiçõeslivres e na representatividade. É mais uma ac-ção que, a concretizar-se, terá um efeito per-verso. E será o golpe final na desertificação dointerior do País. Já fecharam escolas, correios,centros de saúde e agora fecham também Jun-tas de Freguesia? Pronto… fecham a aldeia de-finitivamente.A.A.: Enquanto uns pensam acabar com asJuntas de Freguesia, outros, como é o caso daCâmara Municipal de Alcochete, decidem dis-tinguir o esforço e reconhecer o trabalho des-sas mesmas Juntas de Freguesia. A.S.: Sim eu penso que é uma ideia muito fe-liz, numa altura em que se fala de agregaçãoou extinção de Freguesias, embora não tenhasido só agora que as Juntas de Freguesias me-recessem ser reconhecidas. A atribuição da Me-dalha D. Manuel I vem, mais uma vez, reco-

nhecer e valorizar o trabalho que as Juntas deFreguesia desenvolvem em prol da população.É um reconhecimento do trabalho que nósprestamos à comunidade.

Actualmente, as Autarquias Locais vêem asua actividade muito condicionada devidoao estrangulamento financeiro… Comofazem a gestão dos recursos que têm ao seudispor e das solicitações que chegam dia-riamente por parte dos munícipes?E.B: Os montantes que recebemos do Fundode Financiamento de Freguesias foram sem-pre insuficientes para as competências quenos estão atribuídas na Lei. Esta é abrangentee igual para todas as freguesias, seja para umado interior do País com 150 ou 200 habitan-tes, seja para outra com 40 ou 50 mil. Assim,vamos fazendo os possíveis e impossíveis paracorresponder às expectativas de cada um.A.A.: Temos que recorrer e trazer para a Au-tarquia as nossas vivências e a nossa criativida-de para tentar resolver as coisas. Por exemplo,a praia do Samouco que não tinha nada é,hoje, um espaço aprazível, com ginásio, bal-neários, chapéus de sol… Ora bem, podem-me perguntar: “então mas como tiverammeios para fazer tudo aquilo?”. Muitos dosmeios financeiros foi a Câmara Municipal quenos facultou e que nos possibilitou transfor-mar a praia. E depois é a tal criatividade e fazermos aquiloque gostamos com o nosso próprio esforço,com a nossa própria mão-de-obra. Portanto,para combater a exiguidade de meios finan-ceiros temos que ser, no mínimo, criativos. Edepois dar também o nosso esforço. A.S.: É muito complicado. Tudo o que nãoimplique custos, tentamos resolver. Quandoenvolve custos tem que haver uma retenção.Mas estas dificuldades sentem-se a nível na-cional e as Juntas de Freguesia não fogem à re-gra. Vivemos bastantes dificuldades, como é doconhecimento de todos. Parece-me que não

No que respeita à reforma da Administra-ção Local prevê-se a agregação ou a extin-ção de 1300 a 1400 freguesias e está contem-plado um incentivo financeiro de 15% paraas Freguesias que se agreguem… Qual a vos-sa opinião sobre esta Reforma?E.B.: O Documento Verde possui critérios des-fasados da realidade de cada freguesia e nãoatinge metas economicistas. E o estímulo fi-nanceiro é um ardil. O bolo do OE não irá ser aumentado. Este éretirado do montante dos 0,10% que nos atri-buem, o que significa que uns irão ter umpouco mais em detrimento de outros que te-rão menos, com claro prejuízo para as fregue-sias que não se agregarem. Mas cuidado… es-te incentivo é extensivo também à fusão de Mu-nicípios!A.A.: Só quem não conhece a nossa realidademinimamente é que se propõe acabar com Jun-tas de Freguesia. É também um engano, porparte do Sr.º Ministro Miguel Relvas, fazer aapologia de que acabar é o melhor. Mas me-lhor para quem? O que é que a população ga-nha com a extinção das Freguesias? Eu debru-ço-me sobre este assunto e não consigo en-contrar uma única coisa que a população ga-nhe. Pelo contrário só vejo variadíssimas coi-sas que a população perde. Perde essa proxi-midade, perde a possibilidade de ir à sua Juntade Freguesia resolver as suas coisas. Esta deci-são só pode vir de alguém a querer vingar-sedo 25 de Abril. A.S.: Não concordo com essa forma de pen-sar, de maneira nenhuma. As Juntas de Fregue-sia fazem falta à população. Está provado queas Juntas de Freguesia são “uma gota de águano oceano” e, por isso, temos que trabalharpara melhorar e não extinguir Freguesias. Adespesa que a Administração Central tem comas Juntas de Freguesia não tem impacto quasenenhum no seu orçamento. Por isso, é umainfeliz ideia e não é por aqui que o Estado vaipoupar.

GRANDEPLANO

Fevereiro 2012 | inalcochete.9Informação da Câmara Municipal de Alcochete

há nenhuma Junta de Freguesia que se encon-tre de “boa saúde”, nem as Câmaras Munici-pais e nem o próprio Governo. Por outro lado,chegam-nos muitas solicitações. Pessoas quepedem ajuda à Junta de Freguesia para rece-ber a reforma, para se deslocarem ao hospital,para marcarem uma consulta… É à Junta deFreguesia que as pessoas recorrem.

Perante este cenário de crise, a atribuiçãode verbas por parte da Câmara Municipalno âmbito da descentralização de compe-tências é fundamental para continuarem aprestar serviço à população?E.B.: Se existirem mais e melhores condiçõesfinanceiras e meios podemos, certamente, pres-tar um melhor e mais diversificado serviço. Nós,Presidentes de Juntas, solicitámos aos váriosGovernos mais competências próprias, maisverbas e meios para que possamos implemen-tar e intervir de forma directa na efectiva qua-lidade de vida dos nossos eleitores. E nuncaobtivemos resposta. Algum deste desequilíbriofinanceiro tem sido colmatado com a negocia-ção e assinatura de protocolos de descentrali-zação de competências com o Município.A.A.: Não vou falar em números, digo-lhe sóque se a Câmara Municipal de Alcochete dei-xasse de participar financeiramente através dadelegação de competências, a Junta de Fre-guesia teria que fechar as portas. A.S.: É mesmo fundamental porque se nãohouvesse essa descentralização de verbas porparte da Câmara Municipal não havia hipóte-ses de mantermos a “porta aberta” ou prestar-mos qualquer tipo de serviço. Não consegui-ríamos fazer face às despesas porque a Juntade Freguesia de São Francisco não tem recei-tas próprias. Portanto, recebemos as verbas daCâmara Municipal, através do protocolo queestabelecemos para a descentralização de com-petências, e o que recebemos do Estado é mui-to reduzido pois não dá sequer para pagar oordenado de um funcionário.

“As grandes transformações dão-se pelo 25 de Abril e depoiso poder local democrático é uma conquista dessa data e as transformações são evidentes”

“Está provado que as Juntas de Freguesia são “uma gota de água no oceano” e, por isso, temos que trabalhar paramelhorar e não extinguir Freguesias”

ANTÓNIO ALMEIRIM, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DO SAMOUCO ANTÓNIO SOARES, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO FRANCISCO

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inVIDA

Na noite de 15 de Janeiro de 2012, a popula-ção da vila de Alcochete e a Banda da Socieda-de Imparcial 15 de Janeiro de 1898 saíram àrua tal como acontecera há 114 anos atrás. Nes-ta noite histórica, e como “manda” a tradição,o Hino da Restauração fez-se ouvir pelas ruasdo Núcleo Antigo da Vila numa interpretaçãodos músicos da Banda da SIA que, anualmen-te, protagonizam a alegria e a euforia que foisentida em 1898. “É com honra que temos apopulação connosco neste dia. Comemora-

mos hoje 114 anos da nossa independênciapolítica e administrativa depois de três anosagregados à Aldeia Galega (hoje Município doMontijo) e devemos perpetuar este momentopara todo o sempre”, enfatizou o Presidente daCâmara Municipal, nos Paços do Concelho,depois da saudação e apresentação de cumpri-mentos às colectividades pela Banda da SIA. Numa noite em que foi exaltada a história e aidentidade local, um “Viva Alcochete!” fez-seouvir numa Galeria Municipal repleta de mu-

nícipes, autarcas e representantes do movi-mento associativo.E sendo a Restauração do Concelho uma dasdatas com mais significado para Alcochete, étambém durante a Sessão Solene alusiva a es-ta efeméride que a Câmara Municipal distin-gue personalidades, colectivas ou singulares,que tenham enaltecido o Concelho atravésdos seus feitos. Na Sessão Solene que decorreuno Salão Nobre dos Paços do Concelho, nopassado dia 22 de Janeiro, a Câmara Munici-

Em Janeiro, Alcochete comemorou e recordou mais uma vez o dia em que o Concelho recuperou a sua autonomia política e administrativa: o 15 de Janeiro de 1898. Mais do que um recuperar de memórias, as comemorações do 114.º aniversário da Restauração do Concelho são a celebraçãoda identidade de um povo que tem orgulho na sua história.

pal homenageou as três Juntas de Freguesiado Concelho com a atribuição da Medalha D.Manuel I, uma homenagem que se traduziutambém, segundo o Presidente da CâmaraMunicipal, num “tributo ao papel relevantís-simo do Poder Local na nossa sociedade”, nu-ma altura em que se celebra o 35.º aniversá-rio da institucionalização do Poder Local De-mocrático mas também que se discute umanova reforma administrativa. “Assim, realiza-mos uma vez mais esta cerimónia, não sópara relembrar o momento histórico de recu-peração da nossa autonomia política e territo-rial, mas, simultaneamente, para continuar arelembrar todos aqueles que, de forma deter-minada, ombrearam na luta pela afirmaçãoda nossa identidade e pelo reforço do nossosentir enquanto comunidade”, enfatizou LuísMiguel Franco na sua intervenção. E se o Poder Local teve um lugar de destaquenestas Comemorações, os trabalhadores quecompletaram trinta anos ao serviço da causapública também não foram descurados. Coma atribuição da Medalha Municipal de BonsServiços, a Câmara Municipal distinguiu osfuncionários Filipe Sequeira, Estêvão Garrette Idália Bernardo pelo profissionalismo e tra-balho desempenhado em prol da comunidadelocal. Sobre a atribuição de Medalhas Muni-cipais, o Presidente da Câmara explicou que:“este ano quisemos conferir uma especialatenção ao papel relevantíssimo do Poder Lo-cal na nossa sociedade, assim como à dimen-são do trabalho e aos profissionais em fun-ções públicas que são o rosto da nossa Admi-nistração Autárquica e a referência de cidada-nia e do serviço público”. Numa altura em quese exalta a História do Concelho e são engran-decidos os nomes daqueles que contribuempara um melhor futuro no Concelho, as críti-cas às medidas do Governo, que agravam asdificuldades sentidas por aqueles que desen-volvem actividade local, ganharam força nosdiscursos dos autarcas locais. Luís Miguel Fran-co enumerou um conjunto de medidas “abso-lutamente desastrosas para o país e para ascondições de vida dos portugueses”. À Lei doOrçamento de Estado, aprovada para 2012,somam-se a grave recessão económica e socialque se vive no país, as elevadas taxas de de-semprego, a diminuição das funções sociaisdesempenhadas pelo Estado, a redução no in-vestimento público e a diminuição nas trans-ferências do Estado para as Autarquias. Porsua vez, os Presidentes das Juntas de Fregue-sia de Alcochete, de Samouco e de São Fran-cisco manifestaram a sua discordância sobre apossibilidade de agregação de Freguesias pre-vista no Documento Verde da Reforma daAdministração Local. Depois das intervençõesoficiais, a Sessão Solene do 114.º Aniversárioda Restauração do Concelho terminou comum momento musical proporcionado peloQuarteto de Guitarras de Lisboa.

114 ANOS DE AUTONOMIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA

ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA

Qual a opinião do Executivo Municipalsobre a nova Reforma Administrativa,tendo em conta que a mesma poderá trazer alterações consideráveis para a administração local?A Câmara Municipal (assim como a AssembleiaMunicipal) já tomou uma posição política sobreestas matérias, aprovando uma moção de rejeição destes planos e objetivos políticosdo Governo. Consideramos que esta matérianecessita de ser esclarecida junto da população,razão pela qual pretendemos promover debates alargados, convidando também os responsáveis nacionais autárquicos dos diferentes partidos políticos. A CâmaraMunicipal está totalmente disponível para apresentar os seus contributos, no sentido de uma verdadeira Reforma Administrativa queprossiga os princípios estabelecidos na nossaLei Fundamental de reforço da descentralizaçãopolítica, administrativa e financeira do PoderLocal Democrático, a institucionalização dasRegiões Administrativas e o aprofundamentode uma democracia participativa. Relativamente à nova Reforma para a Administração Local importa referir que o Governo considera que, no que diz respeito à organização administrativa do território, a existência de 308 Municípios e 4259Freguesias no nosso País corresponde a umarealidade considerada desproporcional e exagerada. No entanto, esta realidade, quandocomparada com outros países da Europa, evidencia que Portugal tem indicadores equilibrados nesta matéria. Dando corpo

Central e Local, assim como a uma subversão do actual regime de atribuições e competênciasmunicipais, consubstanciada na sua transferência para estruturas “supra municipais”(ao arrepio de um verdadeiro processo de descentralização política como o que se verificaria se fossem instituídas as RegiõesAdministrativas) e à extinção de centenas de freguesias, eliminando a participação política e democrática das populações. De facto, o pacote legislativo que está em marcha traduz-se numa completa destruiçãode alguns dos princípios mais progressistas e avançados do Poder Local em Portugal. No que concerne à organização interna das Autarquias Locais, está previsto, no Orçamento de Estado para 2012, a reduçãode 15% do número de cargos de dirigentesmunicipais e de 3% no número de trabalhadores efectivos. Como se compreende, esta linha de actuação terá repercussões nefastas ao nível da empregabilidade e, consequentemente, ao nível das condições de vida da população.As Câmaras Municipais devem poder decidiracerca do que consideram ser o melhor organograma de funcionamento dos respectivos serviços, uma vez que estamosa falar de serviços prestados à população, ou seja, de serviço público, que deve ser crescentemente qualitativo. Ora, se a filosofiado Governo relativamente ao Poder Local viera conhecer implementação, muito provavelmente, o serviço público perderá qualidade.

ao entendimento que preconiza, o Governo avança para esta reorganização da AdministraçãoLocal com um plano de consolidação que revê a reorganização e a redução significativa do número de Autarquias, propõe a fusão voluntária de Municípios, elimina a representaçãoplural e democrática dos Executivos Camarários,estabelece critérios de extinção e agregação de Freguesias e desenvolve uma acção políticaassente nos quatro seguintes pilares: restruturaçãodo sector empresarial local, reorganização do território, redefinição do modelo de gestãomunicipal, intermunicipal e de financiamento e reforço da democracia local.

Ainda no que a esta matéria diz respeito,quais as principais linhas de força subjacentes a esta proposta de alteração ao Poder Local? Do que conhecemos das intenções do Governosobre esta matéria é possível identificarmos comoprincipais linhas de força o desvirtuamento do sistema eleitoral para as Autarquias Locais, através da eliminação da eleição directa das câmaras (a que acresce o reforço do poderabsoluto unipessoal dos respetivos presidentes), a redução do número de eleitos nas Câmaras e Assembleias Municipais e a imposição de umregime de executivos homogéneos, acabandodesta forma com as características plurais e democráticas hoje existentes. Assiste-se ainda a uma instituição de um regime de finanças locaisque, assente na fiscalidade local, reduz os factoresde coesão e elimina o princípio constitucional da justa repartição entre as Administrações

Restauração do Concelho

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Fevereiro 2012 | inalcochete.11Informação da Câmara Municipal de Alcochete

“Diz-me dEças”com António Machadoe Philippe Leroux

Já dizia Eça de Queiroz que o “Riso é a maisútil forma de crítica, porque é a mais aces-sível à multidão”. É importante falar de coi-sas importantes de forma divertida?António Machado (A.M.): Eu acho que sim,sempre foi a forma mais subversiva de crítica.Philippe Leroux (P.L.): A mensagem chegamais facilmente às pessoas pura e simplesmen-te. É tão simples quanto isso.

“Diz-me dEças” é uma comédia?A.M.: Eu acho que não é bem uma comédia, éuma peça de teatro, é um ensaio mas não é umacomédia. Tem momentos de comédia, tem mo-

mentos mais dramáticos e outros mais intensos.P.L.: No geral é uma peça de bom humor.

Como é que se constrói esta peça, que é umensaio com o público?António G. Pereira (A.G.P.): Começou comuma folha em branco em que as únicas anota-ções eram: isto é um ensaio, os actores estãoneles próprios e eu não apareço. Isto em ter-mos de encenação. Em termos de textos, co-meçou por uma selecção de textos só de Eçade Queiroz, aliás os únicos textos completos,tirando os meus, são do Eça e temos tambémas citações a propósito desses textos, que ser-

vem de introdução e de ligação entre eles. Masa base foi esta, uma folha em branco com trêsnotinhas de encenação e com a ideia de pes-quisar e escolher textos de Eça de Queiroz.

Foi fácil fazer essa interligação entre os tex-tos actuais com os textos mais antigos?A.G.P.: Espantosamente fácil e não só com osdo Eça, mas também com o que o Camões dis-se há 500 anos e que o Grouxo Marx disse há60 e que Karl Marx disse há 100.

Existe alguma chamada de atenção ou “lição”que pretendam dar aos portugueses? Ou um

apelo à memória, até porque um dos princí-pios inerentes à concepção da peça foi “hámuito que se anda a dizer as mesmas coisase a cometer os mesmos erros”.A.M.: Não é bem uma chamada de atenção, émais um já viram que há 500 anos anda-se adizer a mesma coisa e a coisa não muda, a cairnos mesmos erros e as pessoas não mudam eas coisas não mudam. A.G.P.: E atenção que não é só na política.A.M.: Esta não é uma peça completamentepolítica, temos textos de política, mas temostextos de amor, sobre a sociedade…A.G.P.: Inclusivamente há um texto do Eça queserve para dizer que sempre houve gente cha-ta, que curiosamente podem até salvar-nos a vi-da, como acontece nesse texto. A política temum peso… mas parte é política e parte é social.P.L.: Actualmente, a política tem muito peso.Mas existe claramente uma comparação, nosentido de olha que interessante, dizem-se asmesmas coisas e estão a acontecer as mesmascoisas…

Qual a reacção do público?A.M.: Ao princípio há alguma tensão porquenão se percebe bem o que estamos a fazer, esta-mos a dizer frases, a inventar textos, a dizer quevamos construir uma peça e as pessoas tambémnão sabem muito bem de que se trata, até per-ceberem que existe um fio condutor. E depoisquando as frases são bombásticas ouve-se aque-le frio… mas ouve-se também risos.P.L.: Muitas pessoas acham mesmo que háuma falha qualquer. Já aconteceu que algumaspessoas pensaram mesmo que é um ensaio, equestionaram sobre a data da estreia.

Consideram que o riso é o melhor remédiopara combater esta tristeza e frustração queactualmente se sente em Portugal?A.M.: Eu acho que sim. É bom rir. Não é o risoparvo. Não é rir de uma forma inconsciente.Mas é bom para pelo menos andarmos bem-dispostos.P.L.: E é uma maneira de nos conhecermos por-que rimo-nos de nós próprios. Se for outra pes-soa a rir de nós é diferente, não é agradável, masquando nos identificamos com algo, como umafrase ou com alguma coisa que está a acontecere nos rimos, estamos a rir de nós próprios.

O espectáculo é sempre o mesmo em cadasala onde o vão representar ou há um espec-táculo novo?P.L.: Os textos são sempre os mesmos e a li-nha condutora é sempre a mesma, mas há, devez em quando, um espaço para podermosbrincar e há também referência à cidade ondevamos.A.G.P.: Há um texto inicial que é feito de umamaneira surpreendente sobre a localidade on-de se efectua a actuação. Em Alcochete pedi-mos ao Prof. José Hermano Saraiva que desseinício ao espectáculo e nos contasse algumashistórias relacionadas com a localidade.

Da autoria de António Gonçalves Pereira, o espectáculo “Diz-me dEças” iniciou uma digressão, poralguns palcos do país, a 24 de Fevereiro, no Fórum Cultural de Alcochete. Em palco António Machado e Philippe Leroux testaram e interpretaram textos de diferentes autores, com destaque para Eça de Queiroz, Aquilino Ribeiro, Camões, entre outros, num “ensaio”partilhado com o público, que se deixou envolver em momentos hilariantes, sérios e de surpresa perante a actualidade de alguns dos textos mais antigos. Quisemos saber o que o autor e os actores querem dizer em “Diz-me dEças”.

ACTORES E ENCENADOR REVELAM O QUE QUEREM DIZER EM “DIZ-ME DEÇAS”

1.º Festival CAF envolveu participação de 300 criançasTrezentas crianças participaram na 1.ª ediçãodo Festival CAF que decorreu no passado dia14 de Janeiro, no Fórum Cultural de Alcoche-te, numa organização da Câmara Municipal.Familiares e profissionais da área da educaçãonão faltaram a esta iniciativa dos alunos do

Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básicoque, no âmbito das actividades realizadas naComponente de Apoio à Família (CAF), pro-tagonizaram actuações de dança, música, ar-tes circenses, entre outras. Neste espectáculo,em que os “pequenos artistas” foram os gran-

des protagonistas, o Vereador da Educação,Paulo Alves Machado, destacou o trabalho quetem sido desenvolvido pelas educadoras emparceria com as técnicas da Câmara Munici-pal. “Esta CAF que a Câmara Municipal temvindo a desenvolver já há alguns anos tem

sido, para nós, um grande esforço, mas reali-zado com muita satisfação. Quero dizer-vosque, ao longo dos anos, a articulação estabe-lecida com as técnicas da Autarquia tem sidouma mais-valia para o trabalho desenvolvidonos jardins-de-infância”, frisou.

UM ENSAIO BEM PORTUGUÊS NO FÓRUM CULTURAL DE ALCOCHETE

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inMOVIMENTO

ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES COMEMORA 7.º ANIVERSÁRIOA Associação de Pescadores de Alcochete comemora, no próximo dia 18 de Março, sete anos de existência e convida os sócios e amigos da colectividade a participar no jantar de aniversário que se realiza, a 31 de Março, no restaurante “O Âncora”em Alcochete. A 10 de Março a associação promoveum convívio e uma actividade de pesca junto à Muralha, na Av. D. Manuel I, entre as 15h30 e as 19h00, seguindo-se umjantar de confraternização para todos os participantes.

12.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

A Associação Cultural Recreativa e Despor-tiva do Rancho Folclórico de Danças e Can-tares do Passil festejou no dia 19 de Janeiroo seu 21.º aniversário. Quais as modas quedançam e cantam e qual a sua origem?A Associação festejou o seu 21.º aniversáriomas o Rancho Folclórico vai festejar 25 anos emJunho porque quando esta colectividade foi ofi-cialmente constituída, o Rancho já existia hámais de três anos com a professora Maria José,que formou o Rancho com os miúdos que an-davam na escola do Passil. Na altura, o Presi-dente da Câmara, Sr. Miguel Boieiro, mandouconstruir o edifício no Passil (o actual CentroComunitário) e como o Rancho não tinha con-dições para ensaiar na Escola, passou a ensaiarneste edifício e constituiu-se a colectividade.Na altura da sua criação, o Rancho dedicou-se àrecolha de danças e cantares das populações quevinham de diversos pontos do País para trabalharaqui nas lezírias e nos campos de arroz e que, apouco a pouco, se foram estabelecendo nesta Re-gião. Nessa altura, quem estava à frente do Ran-cho ia procurar essas pessoas para saber como éque eram as danças e os cantares depois de um diade trabalho. Foi daí que surgiram as nossas modas.Temos, entre muitas outras modas, as seguin-tes: “Cavalo Sueste”, “Corridinho do Barrete Ver-de”, “Fado Marcado”, “Fandango”, “Fado Bati-do”, “Bailarico de Pancas”, “Flor de Girassol”,“Vira do Minho” e “Lezírias de Alcochete”.

Quais as tradições e costumes da Região queprocuram manter vivos?Procuramos manter vivas as profissões que an-tigamente davam trabalho a esta gente: o campi-no, a mondina e o salineiro, ou seja, profissõesligadas ao gado bravo, ao arroz e ao sal.

ra: os homens, como Campino de Gala, Cam-pino de Trabalho, Viúvo, Corticeiro, Cocheiro,Lavrador; as mulheres, como Mondina Domin-gueira e de Trabalho, Traje rico, Traje Domin-gueiro, Viúva, Mulher do Campino… Queremosainda acrescentar ao nosso Grupo o traje de Sa-lineiro, que é uma aposta desta Direcção, umavez que é uma profissão do nosso Concelho.As actividades da agricultura e da lezíria sãomuito marcantes no nosso Rancho Folclóricoporque o Passil é uma zona rural, que fica pertoda Herdade da Barroca d´Alva e de Rio Frio, daslezírias, e que também está perto do Rio Tejo etudo isso faz com que os nossos trajes estejamligados a estas vivências.

Os tocadores e cantadores são também ele-mentos de destaque dos ranchos folclóricos.Como é que é assegurada a componente mu-sical no vosso grupo?É assegurada por um cantador, uma cantadeirae três acordeonistas. Temos ainda os tocadoresde vários instrumentos: bilha, matraca, reco-reco,pandeireta, cana, martelo, ferrinhos e maracas.

Quantas pessoas integram o Rancho Folcóri-co de Danças e Cantares do Passil?Temos 42 elementos que residem na nossaRegião, desde as Lagameças ao Penteado e Sa-mora Correia. São pessoas, sobretudo os maisjovens, que vieram aos nossos ensaios, que gos-taram do ambiente e que apreciam as nossasmodas, que são rápidas.

Quais as diferenças que se podem apontarquanto ao desempenho do Rancho Folclóricodesde os primeiros anos da sua criação até àactualidade?Sou muito novo na Associação e não tenho es-sa percepção do antigamente e do que é agora,mas sei que tem vindo a evoluir porque passá-mos do traje único para trajes etnográficos quedocumentam a forma como os trabalhadores devárias profissões se vestiam nos seus trabalhos.

Em que medida a comunidade local apoia eparticipa na vida do Rancho Folclórico?Para além de algumas famílias, que sempre nosapoiaram, a participação do resto da populaçãonão é como nós gostaríamos, com muita penanossa. Penso que devia haver mais participaçãoda população do Passil porque nós estamoscom eles, fazemos tudo em prol deles, só que àsvezes não sentimos o feedback dessa mesma po-pulação. É pena mas não podemos fazer maisnada.

Quais os pontos altos da vida da colectivida-de ao longo do ano?Penso que são o aniversário da colectividadeem Janeiro e o do Rancho em Junho e o Nataldas Crianças, em que oferecemos brinquedos elanche aos filhos dos sócios até aos 10 anos,mas temos várias actividades durante o ano, sóque quero realçar estas três iniciativas. Comohá muitas crianças carentes no Passil e muitasdelas não têm um brinquedo no Natal, estaDirecção faz questão de há já três anos festejaresta data.

O que representa o folclore para os elementosdo Rancho de Danças e Cantares do Passil?É uma forma de divulgar a cultura do Concelhoe as suas tradições e é também uma forma deconvívio com grupos com outras tradições. Naessência, o folclore é uma escola das tradições donosso País. O folclore faz-me feliz e tenho orgu-lho nas pessoas que fazem parte do rancho ecom quem trabalho. Gosto das pessoas, da co-lectividade e também passei a gostar de folclo-re. Tudo isto me motiva, só é pena é que nãohaja outras pessoas que nos ajudem para queas coisas sejam melhores do que são, mas nãoé isso que me vai desmotivar de estar à frenteda associação.

Quais as razões que levaram à criação do Ran-cho Folclórico no lugar do Passil?Pelo que sei, a missão primordial foi a ocupaçãodos tempos livres das crianças deste lugar poriniciativa da professora Maria José Lopes, queviu que as crianças não tinham nada para fazerquando saíam da escola e para as manter ocu-padas e não irem para outros afazeres, criou umgrupo de folclore.

O traje é um elemento indissociável do fol-clore. Como é que os elementos do RanchoFolclórico do Passil se apresentam trajadosnos espectáculos?Normalmente estão trajados da seguinte manei-

RANCHO FOLCLÓRICO DO PASSIL PROMOVE TRADIÇÕES RURAISHá mais de duas décadas que a Associação Cultural Recreativa e Desportiva do Rancho Folclórico deDanças e Cantares do Passil desenvolvea sua acção na promoção da culturapopular de uma zona que acolheu pessoas de vários pontos do País para trabalhos nas lezírias e nos arrozais da margem sul do Tejo.José Maria Tavares Marneca presidedesde 2008 à Direcção destaAssociação, uma experiência que o levou a gostar de folclore e a terorgulho nas pessoas que fazem parte do rancho.

ENTREVISTA A JOSÉ MARIA TAVARES MARNECA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL RECREATIVA E DESPORTIVA DO RANCHO FOLCLÓRICO DE DANÇAS E CANTARES DO PASSIL

RANCHO FOLCLÓRICO DO PASSIL ANIMA FESTAS ANUAIS DO CONCELHO

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CAÇADORES DE ALCOCHETE CELEBRAM 23 ANOSA Associação de Caçadores de Alcochete comemora, a 13 de Março, o 23.º Aniversário com um torneio de tiro aos pratos inter-sócios, que se realiza no dia 10 de Março, pelas 14h00, na Quinta da Carrasqueira.No dia 18 de Março, às 13h00, tem lugar no restauranteMoínho da Praia, em Samouco, o almoço de aniversário, durante o qual vão ser entregues os prémios do torneio de tiro aos pratos.

FUTEBOL CLUBE DE SÃO FRANCISCO ASSINALA 35 ANOSDurante o mês de Março o Futebol Clube de São Francisco assinala 35 anos de existência com um conjunto de actividades,com destaque para os torneios de matraquilhos, snooker e suéca, e o tradicional corte do bolo de aniversário, a 19 de Março, dia de aniversário da associação.Refiram-se ainda as participações das equipas de futsal, infantil e sénior, nos jogos a contar para os respectivos campeonatosdistritais da modalidade.

inMOVIMENTO

Fevereiro 2012 | inalcochete.13Informação da Câmara Municipal de Alcochete

ESTÃO DE PARABÉNSEM FEVEREIRO…Associação Gilteatro | 3 de Fevereiro de 1996Centro Social de São Brás3 de Fevereiro de 2002Associação Equestre de Alcochete8 de Fevereiro de 1995Clube Taurino de Alcochete18 de Fevereiro de 1998Sport Clube de Samouco25 de Fevereiro de 2005

EM MARÇO...Sociedade Recreativa de São Francisco1 de Março de 1944Associação de Caçadores de Alcochete13 de Março de 1989Associação de Pescadores de Alcochete18 de Março de 2005 Futebol Clube de São Francisco19 de Março de 1977Associação Académica de Alcochete23 de Março de 1994

O Grupo Folclórico de Danças e Cantares foifundado em 1987, integrado no Grupo Des-portivo da Fonte da Senhora e desde essa da-ta destaca-se na preservação e divulgação dofolclore. Quais as origens das vossas modas?Quando nascemos há 25 anos não tínhamos anoção do que era o folclore. Para nós, folclore eracantar, dançar e vestir uma roupa, a que se dá onome de traje estereotipado. Seis anos depois danossa fundação fizemos o levantamento de algunstrajes e modificámos o grupo para traje etnográ-fico, que fomos melhorando ao longo dos anos.Quando “nascemos” vieram aqui alguns idosospara nos dar umas modas, tanto a cantar como adançar. Saliento o Ti Manuel dos Santos, de RioFrio, pai do acordeonista fundador do nosso gru-po, que veio aqui ensinar como é que se tocavae como é que se dançava algumas modas. Mas eunão tinha a noção que aquilo era um acto de re-colha de uma moda ou de uma dança e nem te-mos testemunho disso mas permitiu-nos fazer umtrabalho muito superior de pesquisa e recolha, tan-to de trajes como de modas. É com isso que nósestamos a preparar o nosso processo de filiaçãona Federação Portuguesa de Folclore, da qual so-mos aderentes há uns cinco anos. E, este ano, já fizquase que um ultimato à Federação de Folclorepara terminarmos esta situação de sermos apenassócios aderentes, porque temos sido vítimas denão haver conselheiros técnicos na nossa Região.

Quais as tradições e os costumes que procu-ram manter vivos?As cantigas, os trajes, os usos e os costumes. Porexemplo, nos últimos anos, temos feito o levan-tamento de alguns quadros etnográficos. Umquadro etnográfico baseia-se numa tradição danossa gente e tanto pode ser baseado no traba-

lho, na vivência de uma família, como numatradição e a grande tradição que nós temos aquié a romaria à Senhora da Atalaia. Temos tidogrande êxito na representação de vários quadrosetnográficos. O último quadro que representá-mos tem a ver com a vivência da ida à Vila ou àpraça de trabalho, ao Montijo, que era assimque as pessoas daqui iam arranjar trabalho.Os elementos do Grupo Folclórico da Fonte daSenhora apresentam-se em palco trajados a ri-gor e só com adereços que pertencem ao nossopassado, porque estamos a representar os nos-sos antepassados e como tal temos que os hon-rar. É uma questão de opção e a nossa opção érepresentar o antigamente. Temos o traje da idaà romaria ou à festa da Atalaia, o da ida à feirado Pinhal Novo, o de senhora mais abastada, ode camponesa de domingar, o de mondina ou demondadeira do arroz da Barroca d´Alva, o de sa-lineiro, que é muito representativo de Alcoche-te e alguns trajes comuns da época. Nós situa-mo-nos nos finais do século XIX, princípios doséculo XX, portanto há muito trajes comuns quesão representativos.

A tocata é um elemento fundamental no fol-clore. Como é que se apresentam em palco?Temos três cantadeiras e os tocadores de acor-deão, cana rachada, reco-reco, ferrinhos, bom-bo e viola. E depois temos os figurantes, pessoasque não dançam, só fazem representação comtrajes de trabalho. O salineiro, a mondina e asenhora idosa, que fazia trabalhos de costura erenda e tomava conta das crianças, fazem parteda tocata como figurantes.No total, o Grupo Folclórico da Fonte da Senho-ra tem nove pares de adultos, seis a oito paresde infantis e a tocata com 13 pessoas. O Grupo

engloba várias idades, desde uma criança comtrês anos, que é o mais novinho, ao salineiro eà senhora idosa, pessoas com mais de 80 anos.

Qual a evolução do Grupo Folclórico ao lon-go da sua existência?Nesta colectividade, o nosso Grupo Folclóricotem sido mesmo o número um. Quando o Gru-po Desportivo da Fonte da Senhora nasceu há29 anos tinha como finalidade o desporto, mascom o aparecimento do rancho folclórico, o des-porto ficou muito apagado. O folclore tem tidoum papel fundamental, faz a colectividade fun-cionar.

Em que medida a comunidade local apoia aactividade do Grupo Folclórico?Dizer que a comunidade do nosso bairro apoiamuito, estaria a mentir, mas também não di-zem que não apoiam. Muitas vezes, quando fa-zemos actividades na nossa colectividade, se nãovêm é porque não estão interessados, mas des-de que não nos critiquem, já nos sentimos bem.Mas também sei ver que o nosso bairro estámuito envelhecido, quase não há crianças, osfilhos das pessoas que cá vivem casaram e fo-ram morar para outros lados. Felizmente temossempre muita adesão de pessoas do Montijo,do Pinhal Novo e de Alcochete e não nos senti-mos desapoiados, temos sempre público emtodos os espectáculos.

Quais as iniciativas com mais destaque nacolectividade?Posso salientar que, por exemplo, no ano pas-sado, tivemos uma noite maravilhosa com umamini revista que nós fizemos baseada na histó-ria da televisão, “A Caixa que Mudou o Mundo”,

no âmbito dos festejos do 25 de Abril. Foi umêxito. Realizamos, por norma, o nosso Festivalde Folclore, que este ano vai ser a 12 de Maio,em que trazemos grupos de folclore de excelen-te qualidade e organizamos também o Baile daPinha antes da Páscoa.Temos agora um grupo de sevilhanas, residentena colectividade que, quando fazem um encon-tro, a casa rebenta pelas costuras. Festejamos tam-bém os dois aniversários, o do Grupo Folclóricoem Novembro e o da colectividade em Janeiro.

Quais as origens do Grupo Folclórico de Dan-ças e Cantares da Fonte da Senhora?Temos que recuar alguns anos antes de surgir oGrupo Desportivo da Fonte da Senhora. Existiam,na altura, alguns rapazes, ainda miúdos, que gos-tavam muito de futebol, de fazer algumas brin-cadeiras e começaram a fazer uns bailes no cha-parral e no cruzamento ao pé do café Borralho.Daí começaram a surgir as danças de roda na ruae começou-se a falar de um rancho folclórico. Quando o grupo de jovens conseguiu formar aassociação do Grupo Desportivo, a senhora Ma-ria José Garrancho, que era Presidente da Juntade Freguesia de Alcochete, ofereceu um terrenopara se construir a nossa sede e assim que a sedecomeçou a tomar corpo, a ideia do rancho fol-clórico surgiu logo na nossa mente e foi assimque nasceu o rancho folclórico dentro do espíri-to do Grupo Desportivo da Fonte da Senhora.

Como é que sentem e vivem o folclore?Ao contrário do que, muitas vezes, dizem emsentido depreciativo: “isto é tudo folclore”, o fol-clore é muito sério, representa as vivências, osusos e costumes, as tradições dos nossos ante-passados, dos nossos avoengos e os ranchos sãosérios, não deixam morrer algumas tradições enão deixam apagar a nossa identidade portugue-sa. São eles que fazem as recriações, as represen-tações, que falam de como eram antigamente astradições. Portanto, o folclore é um assunto mui-to sério e temos que o respeitar e obedecer àssuas regras.

GRUPO DA FONTE DA SENHORA REFORÇA IDENTIDADE SOCIALO Grupo Folclórico de Danças e Cantares da Fonte da Senhora festeja este ano um quarto de séculona promoção do folclore da Região com a expectativa de ver o seu trabalho reconhecido pelaFederação Portuguesa do Folclore. Dirigente associativa, cantadeira e grande impulsionadora do folclore, Maria Otília d´Avó conta como surgiu e qual tem sido a acção do Grupo na preservaçãoe divulgação das tradições e usos da cultura popular.

ENTREVISTA A MARIA OTÍLIA D’AVÓ, PRESIDENTE DO GRUPO FOLCLÓRICO DE DANÇAS E CANTARES DA FONTE DA SENHORA

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14.inalcochete | Fevereiro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inPLURAL

o período que antecedeu a Ordem do Dia, a deputada munici-pal Ana Brandão questionou sobre a transferência dos alunospara o Centro Escolar de São Francisco. O Executivo Municipalesclareceu a deputada municipal sobre a questão colocada. No período reservado aos Assuntos Relevantes para o Municípioo deputado municipal António Almeirim informou a AssembleiaMunicipal acerca das conclusões do 13º congresso da ANAFRE.

No período de Discussão e Aprovação de Propostas de Moção os deputadosmunicipais da CDU apresentaram duas moções.A moção “Documento Verde da Administração Local e Orçamento de Estado”,foi aprovada, por maioria, com 14 votos a favor da bancada da CDU, 2 votoscontra da bancada do PSD e 7 abstenções da bancada do PS. O deputado municipal Fernando Leiria referiu que a moção da CDU é distin-ta da moção apresentada pela bancada do PSD, e enumerou algumas questõesque considerou serem falsas nessa moção, nomeadamente, a racionalização nagestão territorial, a utilização de menos dinheiro e a centralização administra-tiva. Fernando Leiria considerou que este é o livro negro do Poder Local De-mocrático, que em Dezembro fez 35 anos. António Almeirim, membro da Assembleia Municipal advertiu que as CâmarasMunicipais prestam contas em relação ao dinheiro que gastam e sublinhou queo Poder Local não foi o causador do actual estado deficitário em que o País seencontra. António Almeirim afirmou que a moção apresentada pela bancadada CDU é igual à da Câmara, pois a bancada orgulhosamente a subscreve. Odeputado municipal justificou o seu voto desfavorável em relação à moçãoapresentada pela bancada do PSD, com a leitura de algumas das conclusões do13º congresso da ANAFRE. A moção “Proposta de Saudação aos Trabalhadores”, foi aprovada, por maioria,com 14 votos a favor da bancada da CDU, sete abstenções da bancada do PS edois votos contra da bancada do PSD, No que diz respeito às Matérias que constam na Ordem do Dia a proposta“Diagnóstico e Definição da Estratégia de Reabilitação e Valorização da FrenteRibeirinha do Concelho de Alcochete: Alcochete, Porta do Estuário da Cidadedas Duas Margens” foi apresentada aos deputados municipais e depois de sujei-ta a discussão foi aprovada por unanimidade.A proposta “Autorização para a contracção de um empréstimo de médio elongo prazo no âmbito do Programa de Acção para a Regeneração da FrenteRibeirinha da vila de Alcochete” foi aprovada por maioria com 14 votos a favorda bancada da CDU, oito votos a favor da bancada do PS e dois votos contrada bancada do PSD.As propostas “Regulamento da Piscina Municipal de Alcochete”, “Regulamentoda Casa de Velório de Alcochete”e “Regulamento do Serviço de Abastecimentode Água e Drenagem de Águas Residuais do Município de Alcochete” foramaprovadas por unanimidade.A proposta “Protocolos de Descentralização de Competências da CâmaraMunicipal de Alcochete nas Juntas de Freguesia do Concelho” foi aprovada pormaioria, com 14 votos a favor da bancada da CDU e oito da bancada do PS ea abstenção da bancada do PSD.Em relação a esta proposta António Almeirim, agradeceu as palavras do depu-tado municipal socialista Fernando Pinto endereçou um agradecimento àCâmara Municipal pelo reconhecimento que de facto têm do trabalho desen-volvido pela Junta de Freguesia, que refere ser um trabalho muito difícil. A proposta “ Grandes Opções do Plano, Plano Plurianual de Investimentos,Actividades Mais Relevantes para os anos de 2012-2015, Orçamento para oano de 2012” foi aprovada, por maioria, com 14 votos a favor da bancada daCDU, oito votos contra da bancada do PS e dois votos contra do PSD.A proposta “Mapa de Pessoal para 2012” foi aprovada por maioria com 14votos favoráveis da bancada da CDU, oito abstenções da bancada do PS e doisvotos contra da bancada do PSD.Após a votação, a bancada da CDU apresentou uma declaração de voto.No período que antecede o encerramento da Sessão a deputada municipal Ra-quel Prazeres informou a Assembleia Municipal que não recebeu convocatóriapara as reuniões da CPCJ que se realizaram em Novembro, e manifestou o seudesagrado por esta situação. António Almeirim, mencionou ainda a existência de textos publicados naComunicação Social, da autoria de militantes do PSD Alcochete sobre os assal-tos na freguesia de Samouco, e referiu ainda o plenário, já realizado, sobre apossibilidade de agregação da freguesia de Samouco.

Nntes da Ordem do Dia o deputado municipal Francisco Giro ques-tionou o Executivo Municipal sobre o plano de acção do CLASpara 2012. O Executivo Municipal respondeu à questão colocada.Durante o período destinado aos Assuntos Relevantes para o Mu-nicípio o deputado Francisco Giro mencionou um assunto queconsidera fundamental para uma reflexão da Assembleia Muni-cipal, relacionado com a ausência dos elementos da bancada da

CDU e do PSD nas reuniões, dos dias 13 e 20 de Outubro, da Comissão de Pro-tecção de Crianças e Jovens, referindo também a reunião que se realizou no dia 16de Novembro com um técnico da Comissão Nacional das Comissões de Protecçãode Crianças e Jovens.No período de Discussão e Aprovação de Propostas de Moção a bancada do PSapresentou duas moções. A Moção Voto de Congratulação “Prémio da Qualida-de do Distrito de Setúbal – Rede de Bibliotecas de Alcochete”, que foi aprovadapor unanimidade e a moção Voto de Pesar, por Vaclav Havel, “A Europa estámais pobre”, que foi rejeitada, com 14 votos contra da bancada da CDU, setevotos favoráveis da bancada do PS e dois votos favoráveis da bancada do PSD.A bancada socialista absteve-se nas votações das moções apresentadas pela ban-cada da CDU e pela bancada do PSD e apresentou uma declaração de voto,após a votação de cada uma das moções.Sobre o Livro Verde da Reforma da Administração Local, a deputada municipalJoana Roque Lino salientou que há questões com as quais os deputados muni-cipais do PS não podem concordar na íntegra com o documento em causa, so-bretudo na parte das freguesias que mantêm grande proximidade com os cida-dãos e asseguram determinados serviços.A deputada referiu que a reforma é importante, assim como é importante con-siderar aspectos que podem ser melhorados, por exemplo, ao nível do sectorempresarial local, ao nível da transferência sucessiva de competências para asAutarquias, e também ao nível eleitoral.No que concerne às matérias que constam na Ordem do Dia a bancada do PS vo-tou favoravelmente a proposta “Diagnóstico e Definição da Estratégia de Reabili-tação e Valorização da Frente Ribeirinha do Concelho de Alcochete: Alcochete, Por-ta do Estuário da Cidade das Duas Margens” e apresentou uma declaração de voto.Os deputados do Partido Socialista votaram favoravelmente a proposta “Autori-zação para a contracção de um empréstimo de médio e longo prazo no âmbito doPrograma de Acção para a Regeneração da Frente Ribeirinha da vila de Alcochete.O deputado municipal Pedro Lavrado interrogou a Câmara Municipal sobre a exis-tência de capacidade financeira e ainda se este empréstimo afecta a sustentabilida-de financeira da Câmara. O Executivo Municipal respondeu à questão colocada.Após a votação a bancada do Partido Socialista apresentou uma declaração de voto.As propostas “Regulamento da Piscina Municipal de Alcochete”, “Regulamentoda Casa de Velório de Alcochete”, “Regulamento do Serviço de Abastecimentode Água e Drenagem de Águas Residuais do Município de Alcochete” e a pro-posta sobre “Protocolos de Descentralização de Competências da Câmara Mu-nicipal de Alcochete nas Juntas de Freguesia do Concelho” foram também apro-vadas pela bancada socialista.Sobre a descentralização de competências da Câmara Municipal nas Juntas deFreguesia, o deputado Fernando Pinto referiu que entende a redução que a edi-lidade teve que preconizar nestes protocolos, na ordem dos 20%., assim comoas dificuldades acrescidas que as três Juntas de Freguesia vão ter para desenvol-ver a sua actividade.A bancada socialista votou desfavoravelmente a proposta “Grandes Opções doPlano, Plano Plurianual de Investimentos, Actividades Mais Relevantes para osanos de 2012-2015, Orçamento para o ano de 2012” e absteve-se na a votaçãoda proposta “Mapa de Pessoal para 2012”. O deputado Pedro Lavrado questionou o Executivo Municipal sobre os Docu-mentos Previsionais, no que diz respeito às despesas correntes com instalações,limpeza e em higiene e em comunicações. Em relação às receitas, o deputadomunicipal referiu-se à ocupação de via pública e à execução de publicidade. Pe-dro Lavrado questionou se há empolamento nas taxas, multas e outras penalida-des, ao prever um aumento de 139%, quase duas vezes e meia em relação àqui-lo que foi orçamentado o ano passado.Sobre esta matéria o deputado Fernando Pinto manifestou que esperava umacontenção no Orçamento, na medida em que este tem um aumento de 1,8%.Em termos de coesão social referiu que não identificou um valor que fosse atri-buído ao realojamento de famílias ou comparticipação a famílias no âmbito doprograma de recuperação de imóveis. E questionou o Executivo Municipal so-bre a questão da receita ao nível do loteamento, sobre a despesa, relacionada como subsídio de turno, a alimentação, a gasolina, a aquisição de serviços, as comu-nicações, os transportes, a vigilância e segurança, e no âmbito das receitas refe-riu-se ao saneamento, à instalação de ramais de ligação e contadores de água.O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas.Após votação a bancada do Partido Socialista apresentou uma declaração de voto. No período de antes de encerrar a Sessão o deputado Francisco Giro interpe-lou o Executivo Municipal sobre o conteúdo da carta que foi endereçada ao se-nhor presidente da Câmara no âmbito do estatuto da oposição.

Bancadado PartidoSocialista

Ao período de Antes da Ordem do Dia, o deputado municipal, LuizBatista, interpelou o Presidente da Câmara sobre a menção deque o PSD Alcochete era favorável à junção dos concelhos deMontijo e Alcochete. O deputado afirmou que em momento al-gum a Comissão Política do PSD de Alcochete se pronunciounesse sentido, sublinhando que tal referência apenas foi feitanum artigo de um militante do PSD publicado num jornal local.

O Executivo Municipal esclareceu o deputado municipal sobre a questão colocada.Nesta reunião da Assembleia Municipal os deputados municipais do PSD apre-sentaram a Moção “Reformar para melhor e desenvolver o Poder Local”, quefoi rejeitada, com 14 votos contra da bancada da CDU, sete abstenções da ban-cada do PS e dois votos a favor da bancada do PSD. Referindo-se à moção apresentada pela bancada da CDU, sobre esta temática,o deputado Luiz Batista afirmou ter dúvidas sobre se a moção apresentada, éda Câmara ou da CDU, na medida em que afirmou ter assistido à reunião deCâmara em que esta foi aprovada pelo Executivo Municipal.O deputado referiu que na grande maioria dos Municípios, há uma certa formade despesismo, uma situação de descontrolo de dívida, que de facto é incom-portável. E sublinha que ninguém pode ser Ministro das Finanças de um Paísonde há mais de 300 Municípios a gastar sem prestarem contas. No que concerne às matérias que constam na Ordem do Dia, a bancada do PSDvotou desfavoravelmente a proposta sobre o “Diagnóstico e Definição da Estra-tégia de Reabilitação e Valorização da Frente Ribeirinha do Concelho de Alco-chete: Alcochete, Porta do Estuário da Cidade das Duas Margens” e o deputa-do Luiz Batista referiu que este documento está muito bem elaborado e apontade facto caminhos muito concretos para Alcochete, mas referiu um problemaque é a relação deste documento com o Alcochete 2025, além das questões re-lacionadas com o NAL, a 3ª Travessia do Tejo e a possibilidade da Portela mais1 e a interligação civil e militar, referindo-se ao aeroporto de Beja.O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas.Após a votação a bancada do PSD apresentou uma declaração de voto.Os deputados sociais-democratas votaram desfavoravelmente a proposta “Au-torização para a contracção de um empréstimo de médio e longo prazo no âm-bito do Programa de Acção para a Regeneração da Frente Ribeirinha da vila deAlcochete”. A deputada social-democrata Raquel Saraiva interrogou o ExecutivoMunicipal sobre a necessidade efectiva da contracção deste empréstimo.Luiz Batista fez incidir a sua intervenção noutra vertente deste empréstimo enas condições, que foram propostas pela entidade bancária.O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas.Após a votação a bancada do Partido Social Democrata apresentou uma decla-ração de voto.As propostas “Regulamento da Piscina Municipal de Alcochete”, “Regulamentoda Casa de Velório de Alcochete”, “Regulamento do Serviço de Abastecimentode Água e Drenagem de Águas Residuais do Município de Alcochete” foramaprovadas pela bancada do PSD.No que concerne à proposta sobre o Regulamento do Serviço de Abastecimen-to de Água e Drenagem de Águas Residuais do Município de Alcochete, LuizBatista mencionou uma cláusula referente às instituições que beneficiam degratuitidade da água, propondo que para essas instituições fosse emitida umafactura pró-forma, em que os montantes de água fossem reflectidos como doa-ção da Câmara a essas instituições. O Executivo Municipal respondeu à questão colocada.A bancada do PSD absteve-se na votação da proposta “Protocolos de Descen-tralização de Competências da Câmara Municipal de Alcochete nas Juntas deFreguesia do Concelho”.A bancada do PSD votou desfavoravelmente as propostas “Grandes Opções doPlano, Plano Plurianual de Investimentos, Actividades Mais Relevantes para osanos de 2012-2015, Orçamento para o ano de 2012” e “Mapa de Pessoal para 2012”.O deputado Luiz Batista perguntou ao Executivo Municipal qual vai ser o es-forço de pagamento da dívida a fornecedores e como é que a Câmara podeapresentar tantos projectos, tantos planos, quando, no seu entender, é precisoter o dever de pagar as dívidas.O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas.Após a votação a bancada do PSD apresentou uma declaração de voto.No período de antes de encerrar a Sessão o deputado municipal Luiz Batista ex-plicou qual a razão pela qual o PSD não esteve representado nas últimas reuniõesda CPC e leu o que considerou ser uma mensagem de esperança para Alcochete.

Bancada do Partido SocialDemocrata

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As Moções e Declarações de Voto apresentadas pelos deputados municipais durante a sessão da Assembleia Municipal estão disponíveis em www.cm-alcochete.pt

A Assembleia Municipal reuniu em sessão ordinária a 28 de Dezembro de 2012, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, para deliberar sobre o Diagnóstico e Definição da Estratégia de Reabilitação e Valorização da Frente Ribeirinha do concelho de Alcochete: Alcochete, Porta do Estuário da Cidade das Duas Margens, a contracção do empréstimo no âmbito do Programa de Acção para a Regeneração da Frente Ribeirinha da vila de Alcochete, o Regulamento da Gestão e Funcionamento da PiscinaMunicipal de Alcochete, o Regulamento da Casa de Velório de Alcochete, o Regulamento do Serviço de Abastecimento de Água e Drenagem de Águas Residuais do Município de Alcochete, os Protocolos de Descentralização de Competências da Câmara Municipal de Alcochete nas Juntas de Freguesia do Concelho, as Grandes Opções do Plano,Plano Plurianual de Investimentos, Actividades Mais Relevantes para os anos de 2012-2015, o Orçamento para o ano de 2012 e o Mapa de Pessoal para o ano de 2012. Além dos assuntos que constavam da Ordem do Dia, os deputados municipais abordaram diferentes assuntos que consideraram importantes.

Bancadada ColigaçãoDemocráticaUnitária

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inEMPRESARIAL

Como descreve a Quinta das Mélias?A Quinta das Mélias é uma pequena empresaque nasceu em Outubro de 2010 e que veio darseguimento ao trabalho desenvolvido na Urze,empresa que já não existe, em termos de entre-gas nos supermercados e nas lojas da especiali-dade, mas agora numa estrutura mais reduzida.A minha quinta principal está convertida à agri-cultura biológica desde 1989, mas neste mo-mento são cultivados dois terrenos que perfazem4,5 hectares. Actualmente temos 7 funcionários,um pomar com citrinos e uma estufa, mantemosa funcionar um armazém, 3 câmaras frigoríficas,efectuamos a limpeza e pesagem dos produtosque vêm do campo e embalamos os produtos paraas superfícies comerciais.

Porque optou por uma estrutura mais reduzida?Optei por uma estrutura mais reduzida porqueos grandes grupos comerciais foram a causa damorte da Urze. Além dos pagamentos seremsempre atrasados, as percentagens exigidas eramincomportáveis e as exigências ao nível das ins-talações eram muito elevadas. Por isso eu redu-zi a estrutura e aposto nos mercados de rua emLisboa, Cascais, Oeiras, Algés e Amadora asse-gurando a distribuição dos meus produtos tam-bém em alguns supermercados. Eu tenho 20 anosde experiência nesta área com ligação aos hiper-mercados e supermercados, e eles esperam queas empresas se segurem com margens curtas.

Actualmente, o que produz a Quinta das Mélias?Produzimos alface, alho francês, batata, cebola,

Quais são os principais requisitos da agricul-tura biológica?É necessário converter os terrenos para a agri-cultura biológica durante dois anos e só depoisno terceiro ano é que se pode praticar agricultu-ra biológica. Quando as terras estão em trata-mentos intensivos e com químicos, os dois anosde transição servem para limpar a terra, apesarde haver alguns herbicidas que deixam resíduosna terra durante muitos anos. Aqui foi um pou-co diferente porque o terreno já estava parado,mas mantive os dois anos de conversão.

E quais são os benefícios?Os benefícios são claros em termos de saúde.Não utilizamos químicos de síntese, só o enxo-fre que é também um químico, mas não é desíntese, é um mineral. Utilizamos também acalda bordalesa que é feita com cal e sulfato decobre. Mas temos de controlar as aplicações aonível de cobre pois são metais pesados. Há agri-cultores convencionais que simplesmente colo-cam veneno na terra, herbicidas e adubos defundo, adubos foliares, adubos de profundida-de, adubos de superfície e outros. Por exemplouma cultura de cenouras começa com químicosà nascença e acaba com químicos até ao adubofoliar, uns quantos dias antes da apanha, para elater uma rama verdinha. E quem anda a tentarproteger o ambiente, que é o meu caso, a minhaquinta representa uma micro gota no oceano,não é respeitado. A agricultura biológica temgrandes benefícios ao nível da saúde e claro napreservação do planeta e do meio ambiente.

Que comentário faz em relação aos transgé-nicos?Esta história dos transgénicos é a maneira dealguns grupos económicos liderarem no mun-do da alimentação. Muitas pessoas não sabem oque é o transgénico, pensam que é melhor paraa rentabilidade, mas não, uma vez que na pe-núltima corrente molecular, eles colocam o“factor stop”. Ou seja, quando o produtor temuma boa colheita e pensa em guardar algumassementes para semear mais tarde, esta não vaifuncionar e o produtor tem de ir comprar maissementes às empresas que as produzem. E é aíque reside o grande negócio. O milho transgé-nico tem todos os tratamentos, que lhe dão re-sistência, tem a química toda feita, e claro que énocivo para a saúde, porque tem alterações mo-leculares que são transmitidos ao nível celular àspessoas. A manipulação genética é muito com-plicada e acarreta muitos perigos para a saúdedas pessoas e pouco se sabe sobre os efeitos se-cundários que pode causar. Mas nós que prati-camos agricultura biológica temos uma ideia eos biólogos também sabem. Quando plantarbatatas não vou aplicar químicos de síntese,mas é um risco. Podia produzir mais se eu apli-casse químicos. O ano passado não apliquei emetade das batatas estragaram-se, apanharammíldios e foi tudo para o lixo.

Esse é um dos maiores riscos da agriculturabiológica?As pessoas queixam-se do preço do produto,mas mais de metade do preço é o risco, porquenós podemos perder este ano a produção toda,mas temos de ter dinheiro para produzir para oano. As pessoas que têm a ilusão de vender oproduto biológico ao preço do convencional es-tão muito enganadas, pois não é sustentável.

Em cada cultura qual é a percentagem de ris-co de perda?Na batata pode ser 100%. Se houver ataque demíldio e se a batata ainda não estiver numa evo-lução de vida a mais de metade pode perder-setoda a cultura. E o estrume também comportacustos elevadíssimos. Eu vou gastar 5 700 eu-ros com composto, em granulado, em estrumecompostado para a próxima plantação.

Essa quantidade de composto dá para quê?Dá-me para fazer a seara das batatas. E talvezumas couves, mas representa logo metade dopreço final. As pessoas não têm noção quandoquerem o produto ao mesmo preço do conven-cional. Há terras fortes que não precisam detanto estrume como a minha. Se não colocaraqui matéria orgânica eu não apanho nada.

Ao nível da certificação como é que se pro-cessa o controlo?Somos uma empresa certificada pela Certipla-net. Há vários controlos ao longo do ano, al-guns com aviso prévio, outros de surpresa. Háum levantamento do que é feito, algumasamostras são mandadas para análise e é assimque tudo se processa. Neste momento a Quin-ta das Mélias é uma empresa certificada por es-sa entidade.

Empresa aposta nos mercados de ruae no contacto directo com o consumidor

ENTREVISTA A JOAQUIM ALVES, PROPRIETÁRIO GERENTE DA QUINTA DAS MÉLIAS

cenoura… Aliás, sou o maior produtor de ce-noura biológica, mesmo com as áreas que tenhopara produção. O ano passado estragou-se mui-ta cenoura e perdeu-se muito dinheiro mas va-mos continuar a produzir. Este ano, vamos pro-duzir também courgette, que normalmente nãoproduzimos, couve portuguesa, couve roxa, er-vilhas, favas, feijão-verde, pepino, pimentos ver-de e vermelho, tomate cereja e claro temos aindaa fruta, ou seja, os citrinos: clementina, tangeri-na encore, tangerina de Setúbal, tânjara, limão,laranja e toranja. Produzimos também amoras,tília, alecrim, marmelos e romãs. Mas em quan-tidade plantamos cebola, batata, cenoura, cou-ves e alho francês e no Verão, em quantidade,temos ainda a melancia e o melão.

Enquanto centro de distribuição também im-porta produtos de origem biológica? De on-de?Importamos maçã e pêra, e quando não temosa nível nacional importamos alguma batata ecebola. O recurso ao estrangeiro é paliativo àfalta de produtos a nível nacional. Normalmen-te vêm de Espanha, França, Alemanha, Holan-da, Itália e às vezes vêm também produtos daÁfrica do Sul, como é o caso do abacate. DosCamarões vem o gengibre, através do comérciojusto. Tentamos sempre ajudar os produtores.Podíamos comprar gengibre três vezes maisbarato na China mas preferimos comprar nocomércio justo. Por vezes, importamos cebolacertificada da Argentina, pois nós fazemos partede um núcleo de certificação a nível mundial.

Entusiasta da agricultura biológica e da naturopatia e um acérrimo contestatário dos transgénicos,Joaquim Alves produz na Quinta das Mélias, situada no Passil, na freguesia de Alcochete, uma grandediversidade de frutas e vegetais sem herbicidas. Por encomenda ou directamente na Quinta das Mélias,o consumidor pode criar o seu próprio “bio cabaz” com produtos sempre frescos e convenientementeembalados.

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Numa visita guiada ao Núcleo Sede, o visitan-te começa por aceder à área da recepção, localonde estão expostas e à venda livros, catálo-gos e postais, editados pela Câmara Munici-pal ou particulares, relacionados com Alco-chete, e ainda as produções musicais das duasBandas de Música e dos três ranchos folclóri-cos existentes no concelho.Como a apresentação das colecções obedeceua critérios cronológicos, a primeira sala desteNúcleo é dedicada ao período do Neolíticocom os artefactos que foram encontrados noSítio da Conceição aquando das obras de cons-trução da Ponte Vasco da Gama. Destaca-seainda a exposição da Carta Arqueológica doConcelho de Alcochete, que serve também deintrodução à temática da sala seguinte: a ocu-pação pelo império romano de um territórioque forma o concelho de Alcochete.Alguns enigmas estão ainda hoje por desven-dar em relação aos dados obtidos nas escava-ções arqueológicas em Porto dos Cacos, querevelaram uma das mais importantes unida-des de produção de ânforas em Portugal, nu-

ma zona rica em argila e madeira, outrora comacesso pelo rio, por onde saíam os produtospara todo o império. Uma necrópole que in-dicia a existência de um aglomerado popula-cional com alguma dimensão e um misterio-so alinhamento de ânforas, fotografado e ex-posto no Núcleo Sede, redobra o nosso inte-resse nesta visita guiada.A nossa atenção passa depois para a vitrinaonde estão expostos dois jarros e uma jarrado século XIV, provenientes de Granada, emEspanha, e encontrados no Largo do Troino,vistos como testemunho das vivências em Al-cochete de gente abastada, circunstância quenos remete para a passagem e estadia da corteportuguesa na Vila. Está assim dado o motepara falarmos do significado do nascimentode D. Manuel I, O Venturoso em Alcochete.O monarca alcochetano está presente no Nú-cleo Sede através da exposição do Foral, atri-buído por D. Manuel I a Alcochete e AldeiaGalega (Montijo), através dos pesos e medi-das, símbolos da organização interna do Paísrealizada no seu reinado, do fuste do Pelo-urinho e da réplica, em tamanho reduzido, daestátua do rei existente no Largo Marquês deSoydos.

O municipalismo sai reforçado com a exposi-ção do Livro das Vereações, um documentocom uma extraordinária importância que do-cumenta a gestão e a administração do terri-tório nos distantes anos de 1421-1422, quepermitiu aos especialistas saber da importân-cia das salinas, da produção vinícola, da pro-dução de gado e até das caçadas aos lobos,numa altura em que existia um vasto conce-lho chamado Santa Maria de Sabonha, comsede onde hoje existe o núcleo urbano de SãoFrancisco.A etnografia local surge documentada na ter-ceira sala do Núcleo Sede com a exposição depeças relativas à construção naval na zonaribeirinha de Alcochete, às embarcações tra-dicionais do Tejo, à produção agrícola noscampos e à mais antiga festividade, com ori-gem numa promessa para vencer a adversida-de: o Círio dos Marítimos de Alcochete.As tradições tauromáquicas, evidenciadascom os trajes dos dois grupos de Forcados deAlcochete, os Amadores do Aposento do Bar-rete Verde e os Amadores de Alcochete, e aprodução de sal com a exposição de váriosutensílios usados nesta safra, entre os quaisvários tipos de pás e os pãezinhos de sal, sãoalguns dos elementos que destacamos na salaque dá acesso aos espaços reservados àsexposições temporárias e ao Centro de Docu-mentação.

Contactos:Núcleo Sede do Museu MunicipalRua Dr. Ciprião de Figueiredo2890-071 AlcocheteTel.: 212 348 653E-mail: [email protected]

Horário:Terça-feira – das 14h00 às 17h30Quarta a Sexta-feira – das 10h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30Sábado – das 14h30 às 18h30Domingo – das 10h30 às 12h30 e das 14h30às 18h30

MUSEU MUNICIPAL DE ALCOCHETE:NÚCLEO SEDE CONVIDA PARA UMA VIAGEM NA HISTÓRIA

O Núcleo Sede do MuseuMunicipal de Alcochete, inaugurado em Agosto de 1988,surgiu da necessidade e da vontade de preservar e divulgar o património concelhionum período em que os surpreendentes e valiososachados recolhidos na estaçãoarqueológica de Porto dos Cacosvieram consolidar aquele propósito.Desde aquela data e quase a festejar as bodas de prata, oNúcleo Sede do Museu Municipal,instalado na Rua Dr. Ciprião deFigueiredo, na vila de Alcochete,funciona num edifício adaptadopara servir como espaço museológico, actualmente comquatro salas destinadas à exposição permanente, umasala para exposições temporáriase actividades do ServiçoEducativo e um Centro de Documentação.Um pequeno jardim separa o edifício principal de duas construções anexas, uma parafuncionamento dos serviços técnicos, outra, de reduzidadimensão, para arrumos e oficina,instalações que são exíguas paraacolher o depósito do restanteespólio, que se encontra em reserva, no antigo edifício do Centro de Saúde de Alcochete,situado no mesmo arruamentodo Núcleo Sede.

ENCANTOS & PATRIMÓNIO

SABIA QUEO Museu Municipal de Alcochete (MMA)tem um âmbito local e três núcleos de exposição permanente: o Sede, o de Arte Sacra e o do Sal.O MMA foi distinguido em 2007 com umaMenção Honrosa, no âmbito da 7.ª ediçãodo Prémio da Qualidade em ServiçosPúblicos do Distrito de Setúbal, numa iniciativa da Associação de Municípios da Região de Setúbal.Em 2009 foi nomeado para o Prémio BoasPráticas no Sector Público, uma iniciativada empresa Deloitte, em colaboraçãocom o Diário Económico, o InstitutoNacional da Administração Pública e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.Em 2010, o MMA obteve a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade,segundo o referencial normativo NP ENISO 9001:2008, atribuído pela EIC –Empresa Internacional de Certificação.Em 2011 passou a integrar a RedePortuguesa de Museus, sinónimo do reconhecimento dos padrões de rigore qualidade no exercício das funçõesmuseológicas.

SAIBA MAIS

De Fevereiro a Julho, na Sala de ExposiçõesTemporárias do Núcleo Sede, visite a exposição“Memórias do Trabalho: a Indústria”, que apresenta como peça de destaque o Pneu.Através de um fragmento de um pneuFirestone podemos reviver o processo de construção da fábrica em Alcochete, que se inicia em 1858, as mudanças nas condições de vida da população, o método de fabrico dos pneus e o desaparecimento de uma unidade fabril que transformou profundamente o concelho de Alcochete.

INDÚSTRIA DO FABRICO DE PNEUS EM DESTAQUE NO NÚCLEO SEDE