in-mind_português, 2010, vol.1, nº.1, hagá e garcia-marques, a criança dentro de nós

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  • 7/28/2019 In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N.1, Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns

    1/6

    A criana dentro de ns

    Sara Hag1 e Leonel Garcia-Marques2

    um dito popular quedentro de cada um de ns vive

    ainda uma criana. Quer-se com

    isso dizer que mesmo os adul-

    tos, s vezes, tm vontade de

    brincar, so capazes de ser mui-

    to ingnuos ou ainda que se-

    guem o impulso do momento e nessas vezes agem tal

    como uma criana o faria.

    Alguns autores propem e alguns estudos daPsicologia Social apoiam a ideia de que efectivamente

    continua a haver algo de criana dentro dos adultos na

    forma como processam informao3. Ou seja, inicialmente,os adultos processam informao como as crianas o

    fazem, mas depois so muito mais rpidos e eficientes a

    corrigir erros que tenham cometido.

    Dois exemplos tornaro esta ideia mais clara: (1) As crianas pequenas tm dificuldade emtarefas de tomada de perspectiva4, como bvio para

    quem conviva com elas. raro que uma criana pequena

    (at aos 5-6 anos) perceba espontaneamente que o outro

    no sabe tudo aquilo que ela sabe e que no v tudo aqui-

    lo que ela v. Se lhe perguntarmos, por exemplo: Onde

    ests?, uma resposta comum : Estou aqui!. Admita-se

    que no uma resposta completamente ineficaz, porque

    ficamos a saber que a criana est por perto e talvez aconsigamos localizar pelas pistas auditivas que nos forne-

    ceu. Mas uma resposta que revela que a criana no

    In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N. 1, 1-6 Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns 1

    1 Instituto Universitrio de Lisboa (ISCTE-IUL).

    2 Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa.

    3 Ver Glossrio para definio de processamento de informao.

    4 Ver Glossrio para definio de tomada de perspectiva.

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    est a considerar que o outro no dispe de toda a infor-

    mao que ela prpria tem. J um adulto responderia mais

    provavelmente: No quarto!.

    Esta caracterstica do pensamento infantil foiconsiderada central na definio de estdio de desenvol-

    vimento pr-operatrio1 na teoria de Piaget (e.g., 1947/

    1967) e foi designada de egocentrismo2. No um termo

    pejorativo, no significa que as crianas sejam narcsicas;

    apenas uma fase caracterstica do desenvolvimentonormal das crianas. A tarefa das trs montanhas uma

    das provas mais conhecidas de Piaget (Piaget & Inhelder,

    1948) e destina-se exactamente a testar se a criana ain-

    da pensa de forma egocntrica ou se j capaz de coor-

    denar perspectivas. Nesta prova a criana v uma maque-

    te com trs montanhas de diferentes tamanhos e uma

    bonequinha sentada num dos lados. O que a criana tem

    de fazer seleccionar o desenho que representa o que a

    boneca est a ver. Enquanto crianas mais novas tendem

    a escolher o desenho segundo a sua prpria perspectiva,

    crianas mais velhas (e adultos) tendem a escolher correc-

    tamente a perspectiva pretendida, a da boneca. Piaget

    teorizou que o egocentrismo dava lugar ao perspectivis-

    mo3. Durante bastante tempo isto equivaleu a pensar-se

    que no havia uma criana dentro de ns, na medida em

    que o egocentrismo, mais infantil, seria substitudo pelo

    perspectivismo, mais adulto.

    Mas, em 2004, Epley, Morewedge e Keysar pu-seram esta viso em causa atravs de uma experincia

    com uma tarefa muito semelhante das trs montanhas.Os autores convidaram pais e filhos a sentarem-se, vez,

    frente a uma estante com vrios compartimentos, alguns

    deles contendo diferentes objectos (por exemplo, carri-

    nhos de vrios tamanhos, um frasco de cola, etc.). Do

    outro lado da estante sentava-se uma outra pessoa que

    servia de guia. Alguns compartimentos estavam tapados

    de tal forma que s os parti-

    cipantes, e no o guia, os

    conseguiam ver. A tarefa

    consistia no guia dar instru-

    es aos participantes para

    moverem determinados ob-

    jectos (por exemplo: Ponha

    o carro pequeno em cima do

    frasco de cola.). Por vezes, o objecto a que o guia se

    referia segundo a sua perspectiva (por exemplo, o carropequeno) poderia ser ambguo para o participante, uma

    vez que este via mais objectos que o guia. Ou seja, como

    o participante via carros de diferentes tamanhos, alguns

    em compartimentos ocultos para o guia, de forma a ser

    bem sucedido na tarefa e cumprir a indicao do guia,

    teria de mover aquele que da sua prpria perspectiva seria

    o carro mdio, uma vez que o carro mais pequeno de to-

    dos estava escondido dos olhos do guia.

    Desde os estudos de Piaget que se sabia que ascrianas at determinada idade iriam ter dificuldade emconsiderar a perspectiva do outro e iriam mover, a maior

    parte das vezes, aquele que era o carro pequeno do seu

    prprio ponto de vista (o que estava tapado). E, de facto,

    foi isso que aconteceu. Os adultos cometeram esse erro

    algumas vezes (talvez por estarem distrados), mas rara-

    mente. Porm, os resultados mais interessantes desta

    experincia foram os seguintes. Registou-se, com uma

    cmara de vdeo, para onde os participantes olhavam logo

    aps a instruo ter sido dada pelo guia. Tanto os pais

    como os filhos olharam quase sempre primeiro para oobjecto que correspondia descrio do seu prprio pon-

    to de vista. A grande diferena que os filhos moviam

    mesmo esse objecto, enquanto os pais rapidamente olha-

    vam para o outro objecto (o que correspondia descrio

    do ponto de vista do guia) e moviam esse.

    In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N. 1, 1-6 Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns 2

    1 Ver Glossrio para definio de estdio pr-operatrio.

    2 Ver Glossrio para definio de egocentrismo.

    3 Ver Glossrio para definio de perspectivismo.

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    Os autores concluram ento que, num primeiromomento (apenas uma fraco de tempo), crianas e

    adultos processaram a informao de uma forma seme-

    lhante e, neste caso, de uma forma egocntrica. Depois,

    porm, os adultos conseguiram corrigir essa primeira ten-

    dncia e coordenar perspectivas. Dito de outra forma,

    segundo Epley e colaboradores (2004), mesmo que o

    adulto respondesse No quarto! pergunta Onde es-

    ts?, o que realmente lhe tinha passado pela cabea era:

    Estou aqui, no quarto!. Plausvel, certo?

    O segundo exemplo: (2) As crianas mais pequenas acreditam emquase tudo o que lhes seja dito. Acreditam no Pai Natal,

    que o seu ursinho foi passar uns dias ao spa (quando na

    realidade se perdeu e os pais compraram um novo) e que

    se se esforarem o suficiente conseguiro encontrar gam-

    bozinos e ca-los. S quando tm um pouquinho mais

    de idade que as crianas comeam a conseguir pr em

    causa algumas das coisas que ouvem ou aprendem (Gil-

    bert, 1991). Num estudo realizado por Lee, Cameron,

    Doucette e Talwar (2002), por exemplo, crianas de 3 e 4

    anos acreditavam em mentiras implausveis (tal como que

    uma cadeira tinha ganho vida e partido o copo), enquanto

    crianas de 5 a 6 anos j se apercebiam de que eram

    mentiras.

    Gilbert, Krull e Malone, em 1990, estavam a ten-tar perceber como que os adultos chegam concluso

    de que alguma coisa verdadeira ou falsa. Mais especifi-camente, estes autores tentavam descobrir qual de dois

    modelos oponentes, oriundos do campo da Filosofia, des-

    crevia melhor o funcionamento cognitivo humano. O mo-

    delo cartesiano, proposto por Descartes, afirma que as

    pessoas, ao ouvirem determinada afirmao, primeiro

    compreendem essa afirmao e s depois avaliam se a

    afirmao verdadeira ou falsa. O modelo spinoziano,

    proposto por Spinoza, prope que para que as pessoas

    possam compreender a afirmao tm que, por instantes,

    consider-la verdadeira, e s depois a rejeitaro se for

    falsa ou a confirmaro se for verdadeira.

    Gilbert e colaboradores (1990) montaram entoum estudo a que chamaram Experincia da Linguagem

    Hopi1 para tentar descobrir se os seres humanos proces-

    sam informao de forma cartesiana ou spinoziana. Nesta

    experincia, era dito aos participantes (adultos) que se

    procurava estudar os processos envolvidos na aprendiza-

    gem de uma lngua estrangeira no quando aprendidaem sala de aula, mas quando aprendida no pas de ori-

    gem dessa lngua, em conversao com nativos. Nessas

    condies, quem est a aprender tem muitas vezes de

    tentar adivinhar o significado de determinada palavra e s

    depois que sabe se encontrou o significado verdadeiro

    ou se pensou num significado falso. Para simular essa

    situao, os participantes viam afirmaes no computador

    do tipo Um hib uma canoa. Passados uns segundos

    era-lhes dito (tambm atravs do computador) se aquela

    afirmao era verdadeira ou falsa. Acontece que nalguns

    casos, logo a seguir a esta informao ser apresentada,

    ouvia-se um apito e os participantes tinham de carregar

    num boto. Os participantes pensavam que a tarefa do

    apito se destinava a medir quo rpidos eram os seus

    reflexos, mas na verdade essa tarefa impedia que proces-

    sassem a fundo se a frase anterior era verdadeira ou falsa.

    Esta interrupo importante para distinguir entre os dois

    modelos, porque o modelo cartesiano prediz que as pes-

    soas, no tendo conseguido catalogar as frases como

    verdadeiras ou falsas (por causa do apito) iro responder

    ao acaso, podendo acertar ou errar (ao dizer que afirma-es falsas so verdadeiras ou que afirmaes verdadeiras

    so falsas). J o modelo spinoziano prediz que as pessoas

    acreditam na verdade da afirmao por defeito. Se no

    tiverem conseguido catalogar se a afirmao era verdadei-

    ra ou falsa, tero uma grande tendncia para considerar

    as afirmaes verdadeiras, podendo tambm acertar

    (quando as afirmaes eram realmente verdadeiras) ou

    errar (apenas quando respondem que afirmaes falsas

    so verdadeiras).

    In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N. 1, 1-6 Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns 3

    1 Hopi a designao de um povo nativo da Amrica do Norte.

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    Os resultados deste estudo, mais especificamen-te o padro de erros cometidos pelos participantes, apoi-

    am o modelo spinoziano, constituindo mais um exemplo

    de como continua a haver uma criana dentro de cada

    adulto. Tal como as crianas, parece que os adultos tam-

    bm comeam por acreditar em tudo o que lhes dito;

    apenas tm as competncias, tm mais experincia e so

    mais rpidos a, de seguida, pr em causa o que ouviram e

    confirmar a sua verdade ou verificar a sua falsidade.

    Para alm dos dois exemplos aqui apresentados,muitos outros fenmenos, encontrados em estudos com

    adultos e descritos por outros autores, podem ser explica-

    dos por um mecanismo deste tipo a forma como as

    crianas processam informao no desaparece, so-

    mente ajustada e optimizada por outros processos que

    funcionam cada vez mais rpida e eficientemente medi-

    da que a criana se transforma em adulto.

    Os autores deste texto esto presentemente atestar duas linhas de investigao.

    A primeira decorre da ideia de que outros tiposde caractersticas do pensamento infantil podem encon-

    trar-se ainda durante a idade adulta, ainda que estejam

    camuflados por outros tipos de resposta, mais caracters-

    ticos dos adultos. Sabe-se, por exemplo, que as crianas

    so muito mais insensveis contradio do que os adul-

    tos, sendo frequente crianas pequenas afirmarem duas

    coisas contraditrias entre si, sem que isso parea inco-

    mod-las, mesmo quando lhes fazemos notar a contradi-o (Loureno, 1997). Se esta caracterstica se mantiver

    nos adultos, ento talvez tambm eles sejam incapazes de

    reconhecer determinadas incongruncias em alturas que

    tenham muito pouco tempo para reflectir. Imagine a frase:

    A educadora de infncia deu um pontap num co que

    estava a ganir. Se acreditar que as educadoras de infn-

    cia costumam ser carinhosas e afveis, esta frase vai-lhe

    parecer estranha. Contudo, conseguir pensar em vrias

    alternativas capazes de explicar o sucedido (por exemplo,

    que a educadora pensou que o co estava a rosnar ou

    que simplesmente estava muito nervosa e se descontro-

    lou). Mas e se tiver muito pouco tempo para pensar nisso?

    Estamos presentemente a testar como que as crianas

    respondem a este tipo de contradio para depois po-

    dermos levantar hipteses sobre qual ser a resposta mais

    imediata dos adultos (ou seja, a resposta de criana que

    tm dentro de si e que iro ajustar caso tenham tempo

    para tal).

    Se a primeira linha de investigao parte da ob-servao das respostas das crianas para inferir sobre o

    funcionamento adulto, a segunda linha faz o percursooposto. Ou seja, nos estudos da segunda linha de investi-

    gao, procuramos descobrir se processos que se pensa

    serem automticos em adultos, se encontram j em crian-

    as. Por exemplo, os adultos tendem a pensar automati-

    camente que algum que deixou cair um prato uma pes-

    soa desastrada. S se tiverem mais tempo para pensar no

    ocorrido, que levaro em considerao o facto de que o

    prato estava escorregadio para concluir que se calhar a

    pessoa no assim to desastrada (Gilbert, Pelham &

    Krull, 1988). Em dois estudos que realizmos com crian-

    as (Hag & Garcia-Marques, submetido para publicao)

    as crianas de 5 anos parecem ainda no levar em consi-

    derao que o prato estava escorregadio (o que as distin-

    gue, como previsto, dos adultos), mas tambm nem sem-

    pre parecem concluir que a pessoa desastrada. Este

    resultado parece apontar no sentido de que os adultos

    tambm nem sempre pensam automaticamente que a

    pessoa desastrada. De futuro tentaremos explorar al-

    guns dos factores implicados nas respostas das crianas,

    como por exemplo as expectativas prvias. Ou seja, o que

    dir uma criana sobre uma pessoa que, antes de partir oprato, j partiu muitas outras coisas ou que, pelo contrrio,

    mexeu nessas coisas mas no as partiu? Ser que essa

    expectativa prvia vai influenciar o quo desastrada as

    crianas acham que a pessoa que partiu o prato ? De-

    pois de explorar factores como estes, planeamos testar se

    tambm se encontram nas respostas automticas dos

    adultos.

    Enfim, mas como processamos informao deuma forma extremamente rpida, a criana dentro de ns

    s se poder revelar naquelas alturas em que temos muito

    pouco tempo para pensar ou em que estamos muito ocu-

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    pados a pensar noutra coisa qualquer. S que termos

    muito pouco tempo para pensar e estarmos ocupados

    com mil-e-uma coisas acontece imensas vezes no nosso

    dia-a-dia, certo?

    Por isso no se espantese numa festa, enquanto convive

    com os seus amigos e ouve as

    ltimas novidades, preferir beber

    do copo mais alto e estreito e nodo copo mais baixo e largo.

    que um copo alto, primeira vis-

    ta, parece ter mais refresco. Ou pelo menos isso que as

    crianas acham

    Glossrio

    Processamento de informao: srie de transforma-

    es que a informao sofre desde os estmulos sensoriais

    (por exemplo, as ondas acsticas que nos chegam aos

    ouvidos) at s representaes mentais (por exemplo,

    percebermos o que nos foi dito).

    Tomada de perspectiva: capacidade de perceber que a

    realidade pode ser apreendida de vrias perspectivas.

    Estdio pr-operatrio: fase do desenvolvimento em

    que a criana j capaz de agir mentalmente sobre al-

    guns problemas, mas ainda no consegue coordenar ml-

    tiplas dimenses (ainda no opera mentalmente); Piaget

    preconizava que este estdio se estendia dos 2-3 anos

    aos 6-7 anos (e.g., Loureno, 1997).

    Egocentrismo, na teoria de Piaget: a dificuldade da cri-

    ana em distinguir o seu prprio ponto de vista da pers-

    pectiva dos outros.

    Perspectivismo, na teoria de Piaget: o oposto de ego-

    centrismo, ou seja, a capacidade da criana perceber que

    o seu prprio ponto de vista pode ser diferente do dos

    outros.

    Referncias

    Epley, N., Morewedge, C. K., & Keysar, B. (2004). Per-

    spective taking in children and adults: Equivalent egocen-trism but differential correction.Journal of Experimental

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    can Psychologist, 46, 107-119.

    Gilbert, D. T., Krull, D. S. & Malone, P. S. (1990). Unbeliev-

    ing the unbelievable: Some problems in the rejection of

    false information.Journal of Personality and Social Psy-

    chology, 59, 601-613.

    Gilbert, D. T., Pelham, B. W., & Krull, D. S. (1988). On cog-

    nitive busyness: When person perceivers meet persons

    perceived. Journal of Personality and Social Psychology,

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    social cognition? The ontogeny of person perception dual

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    boa: Colibri.

    Lee, K., Cameron, C. A., Doucette, J., & Talwar, V. (2002).

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    Piaget, J. (1947/1967). La psychologie de lintelligence.

    Paris: Armand Colin.

    In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N. 1, 1-6 Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns 5

    http://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1991-17453-001&CFID=5847249&CFTOKEN=71090670http://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://www.talwarresearch.com/files/lee_talwar_6.pdfhttp://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1988-26492-001&CFID=5852597&CFTOKEN=56794395http://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://faculty.bschool.washington.edu/ryalch/M581/Gilbert-Krull-Malone(JPSP-1990).pdfhttp://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1991-17453-001&CFID=5847249&CFTOKEN=71090670http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=1991-17453-001&CFID=5847249&CFTOKEN=71090670http://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdfhttp://www.andrew.cmu.edu/user/morewedg/personal/papers/perspectivetaking.pdf
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    Piaget, J., & Inhelder, B. (1948). La reprsentation de

    lespace chez lenfant. Paris: Presses Universitaires de

    France.

    Autores

    Sara Hag estudante dedoutoramento no ISCTE-IUL,

    em Lisboa, sob a orientao de

    Leonel Garcia-Marques, da

    Universidade de Lisboa, e de

    Kristina Olson da Universidade

    de Yale, EUA. Interessa-se por

    vrias reas de estudos da

    Cognio Social (como Per-

    cepo de Pessoas, Formao

    de Impresses, Memria de Pessoas) e os participantes

    dos seus estudos so, usualmente, crianas. Esteve re-

    centemente como investigadora visitante na Universidade

    de Yale. [email protected]

    Leonel Garcia-Marques

    Professor Catedrtico na Fa-

    culdade de Psicologia da Uni-

    versidade de Lisboa. Os seus

    interesses de investigaoabrangem inmeras reas da

    Cognio Social (como Mem-

    ria de Pessoas, Esteretipos e

    Inferncias Espontneas de

    Trao), Memria e Julgamentos

    e Deciso na Incerteza. Foi recen-

    temente Editor de uma das mais prestigiadas revistas na

    rea da Psicologia Social (European Journal of Social

    Psychology). E [email protected]

    In-Mind_Portugus, 2010, Vol.1, N. 1, 1-6 Hag e Garcia-Marques, A criana dentro de ns 6In-Mind_Portugus , 2010, Vol.1, N. 1, 7-12 Teixeira, Negociaes intergrupais: Puzzles de 1000 e muitas peas

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]