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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL VIVIANE ALVES DE OLIVEIRA MAIA Natal/RN 2014 IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA EM CISTOS RADICULARES E DENTÍGEROS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

VIVIANE ALVES DE OLIVEIRA MAIA

Natal/RN

2014

IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA

PODOPLANINA EM CISTOS RADICULARES E

DENTÍGEROS

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Viviane Alves de Oliveira Maia

IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA EM CISTOS

RADICULARES E DENTÍGEROS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Patologia Oral da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos para obtenção do

título de mestre em Patologia Oral.

Orientador: Profº Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel.

Co-orientadora: Profª. Drª Roseana de Almeida Freitas.

Natal/RN

2014

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Anexo

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“Um dia você entende que o tempo não é inimigo.

E que ele é o nosso maior mestre.

Que tudo vem na hora que deve vir.

Que não adianta espernear nem se esconder da vida.

Que a fuga não é a melhor saída.

E que no fim das contas a gente sempre acaba agradecendo tudo que passou.

Porque o tempo (ah, o tempo!) está sempre ao nosso lado,

para nos mostrar o que realmente vale a pena.”

(Autor desconhecido)

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Dedicatória

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DEDICATÓRIA

Com muito amor e carinho dedico este trabalho...

Ao meu marido, amor, cúmplice, companheiro e confidente Marcus Fábio

Maia, pela ajuda, compreensão e apoio em todos os momentos.

Aos meus pais Marlene e Elismar que me ensinaram e me apoiaram em

todas as etapas na busca do conhecimento e, que nos últimos anos, mesmo de longe,

mas totalmente presentes, me inspiram, me abençoam, me incentivam e me

impulsionam na busca e realização dos meus sonhos. Pelo amor constante e

incondicional.

Aos meus irmãos Vagner e Vanessa, que fazem com que minha família seja

completa e realizada, pelo amor entre nós, e por festejarem comigo cada conquista.

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Agradecimentos

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Aos meus amigos de mestrado Thâmara, Andréia, Luciana, Tais, Tiago,

Maria Luiza, Luiz Eduardo e Marcelo pelo companheirismo, ajuda e

prestabilidade. Por serem verdadeiros amigos, dando apoio nas horas ruins,

comemorando as horas felizes e fornecendo incentivo, enfim, fazendo o fardo do dia-a-

dia ficar mais leve. Por serem confidentes e por formarem a família que eu tanto

precisava aqui em Natal. Vocês me completaram e, com certeza, cada um de modo

especial, será sempre lembrado e merecem meu muito obrigada.

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel,

e à minha coorientadora Prof. Dra. Roseana de Almeida Freitas, pela dedicação,

compreensão, companheirismo, amizade e doação. A Bruno, por saber me entender,

respeitar minhas opiniões, compartilhar seus conhecimentos de forma aberta, pela

extrema prestabilidade, e por aceitar encarar comigo esse desafio, que com certeza nos

serviu de grande aprendizado. A Roseana, por aceitar ser o apoio essencial, que com

carinho e de forma especial me acolheu como filha, me ouvindo, ajudando na

orientação e nos completando com seu imenso conhecimento e solicitude.

À Melka, em especial, por ser sempre solícita, por me ajudar com sua

extrema organização, seus caderninhos e sua gentileza.

Às doutorandas, Denise, Aninha, Bárbara, Clarissa, Natália, Roseane,

Keila, Cintia e Emeline por fornecerem ajuda e compartilharem seus conhecimento

sempre que solicitadas. Por fazerem parte do nosso dia-a-dia compartilhando e

vivenciando cada aflição, dúvida, alegrias, comemorações e conquistas.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente e, sobretudo, a Deus, por me conceder força para realizar meus

sonhos, e por abençoar e guiar todos os meus passos. A ELE toda honra e toda glória

por toda essa bênção.

Toda conquista só é alcançada com a ajuda de pessoas especiais, verdadeiros

anjos que se fazem presentes em nossa vida, não só nos concedendo apoio essencial,

mas por comemorarem e se orgulharem de cada vitória. Aos meus anjos, merecidos

agradecimentos sejam prestados:

A Marcus Fábio Maia, por ser meu companheiro, incentivador e

impulsionador para essa realização, que com certeza também é dele. Pela doação,

ajuda e compreensão nos momentos de ausência e muito trabalho. Por toda a

batalha vencida juntos, o que tornou meus momentos e minha vida mais felizes, leves

e completamente realizadas.

Aos meus pais Elismar e Marlene por me educarem e incentivarem para o

estudo. Por compreenderem minha ausência e mesmo assim me concederem amor

pleno, que me impulsiona na realização dos meus sonhos. Pela educação, dedicação e

compromisso que os fazem exemplos para minha vida, e a quem eu tenho imenso

orgulho e dedico cada realização, que só é conseguida com a ajuda incondicional

prestada por eles.

Aos meus irmãos Vagner e Vanessa por torcerem pela minha felicidade e por

fazerem minha família ser linda como é.

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Aos queridos funcionários Gracinha, Lurdinha, Sandrinha, Hévil, Ricardo e

Idel pela solicitude, prestabilidade e carinho com que nos ajudam, o que os tornam

especiais e essenciais nesta conquista.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Patologia Oral da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte: Profa. Dra. Éricka Janine

Dantas da Silveira, Profa. Dra. Hébel Cavalcanti Galvão, Prof. Dra. Lélia

Maria Guedes Queiroz, Prof. Dr. Leão Pereira Pinto, Prof. Dr. Antônio de

Lisboa Lopes Costa, Profa. Dra. Lélia Batista de Souza, Prof. Dra. Márcia

Cristina da Costa Miguel, Profa. Dra. Ana Myriam Costa de Mederiros pela

dedicação, disponibilidade e amor à Patologia Oral.

À minha ex-professora Tânia Regina Grão Velloso por ter dispertado em

mim o interesse pela Patologia Oral.

Aos amigos de perto e de longe que torceram, torcem e se alegram com cada

vitória. Em especial Raquel e Hilton por me incentivarem, serem amigos,

fornecerem apoio e sempre terem uma palavra de alegria e força. Por me concederem

a honra de ser madrinha do lindo e especial Luiz Fernando.

Ao apoio e incentivo financeiro fornecidos pela CAPES, que me permitiram

cursar o mestrado e realizar esta pesquisa.

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Resumo

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RESUMO

Os cistos radiculares (CRs) e dentígeros (CDs), apesar de possuírem etiologias diferentes, formam uma cavidade patológica revestida por epitélio, a qual cresce em função do acúmulo de líquido em seu interior, à medida que o osso ao redor é reabsorvido e o epitélio vai sendo induzido a proliferar. A proliferação epitelial, que tem sido apontada como um dos processos determinantes no crescimento das lesões císticas odontogênicas, é influenciada por fatores de crescimento como o EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico) e a podoplanina (PDPN), muitos dos quais podem ter sua produção estimulada principalmente durante processos inflamatórios. O objetivo desta pesquisa foi avaliar e comparar a expressão imunoistoquímica do EGFR e da PDPN em 30 casos de CRs e 30 casos de CDs, de forma semiquantitativa, em microscopia de luz, associando-a com o grau de inflamação, localização celular da imunocoloração e com as camadas epiteliais imunomarcadas. Os dados foram avaliados estatisticamente por meio de testes do Qui-quadrado e Exato de Fisher, considerando-se um nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que houve elevada imunorreatividade das duas proteínas nas lesões estudadas, sendo observada apenas diferença estatística significativa na imunoexpressão da PDPN (p=0,033), que se mostrou mais elevada nos CRs. Os demais parâmetros analisados não demonstraram diferenças significativas relevantes. Conclui-se que, como o EGFR e a PDPN apresentaram elevada imunoexpressão nas lesões císticas analisadas, essas proteínas participam da patogênese dessas lesões através da estimulação epitelial, apesar de apresentarem etiologias diferentes. Além disso, pode-se inferir que a maior imunomarcação da PDPN em CRs do que em CDs não se mostrou indicador de distinção entre as duas lesões, com relação às suas etiologias, uma vez que nestes últimos essa proteína também apresentou expressão considerável, independente da intensidade do infiltrado inflamatório.

Palavras-chave: Cistos odontogênicos. Cisto dentígero. Cisto radicular. EGFR. Podoplanina. Imunoistoquímica.

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Abstract

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ABSTRACT

The radicular cysts (RCs) and dentigerous (DCs), despite having different etiologies, form a pathological cavity lined by epithelium, which grows due to the buildup of fluid inside, as the surrounding bone is reabsorbed and the epithelium will being induced to proliferate. The epithelial proliferation, which has been identified as one of the key processes in the growth of odontogenic cystic lesions, is influenced by growth factors such as EGFR (epidermal growth receptor factor) and podoplanin (PDPN), many of which may have its production stimulated mainly during inflammatory processes. The objective of this research was to evaluate and compare the immunohistochemical expression of EGFR and PDPN in 30 cases of RCs and 30 cases of DCs, semiquantitatively, in light microscopy, associating it with the degree of inflammation, cellular localization of immunostaining and with the immunostained epithelial layers. Data were statistically analyzed by Chi-square test and Fisher exact test, considering a significance level of 5 %. The results showed high immunoreactivity of both proteins in the lesions studied, only statistically significant difference was observed in immunostaining of PDPN (p=0.033), which proved higher in RCs. The other analyzed parameters showed no relevant significant differences. We conclude that, as EGFR and PDPN showed high immunoreactivity in cystic lesions analyzed, these proteins participate the pathogenesis of these lesions through the epithelial stimulation process, despite having different etiologies. Furthermore, it can infer that the higher immunostaining of PDNP in RCs that DCs showed no distinction indicator between the two lesions, regarding their etiologies, once this protein also showed a considerable expression in DCs, independent of the intensity of the inflammatory infiltrate.

Keywords: Odontogenic Cysts. Dentigerous cyst. Radicular cyst. EGFR. Podoplanin. Immunohistochemistry.

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Lista de Ilustrações

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Ilustração da análise do infiltrado inflamatório em CRs e CDs,

segundo metodologia adaptada do estudo de Tsai et al.

(2004)............................................................................................ 57

Figura 2: Características morfológicas dos CRs e CDs............................... 75

Figura 3: Imunoexpressão do EGFR em CRs.............................................. 76

Figura 4: Imunoexpressão do EGFR em CDs.............................................. 77

Figura 5: Imunoexpressão da PDPN em CRs.............................................. 78

Figura 6: Imunoexpressão da PDPN em CDs.............................................. 79

Quadro 1: Classificação das variáveis dependentes. Natal-RN, 2014........... 55

Quadro 2: Classificação das variáveis independentes. Natal-RN, 2014........ 55

Quadro 3:

Especificações dos anticorpos primários utilizados na pesquisa.

Natal-RN, 2014.............................................................................. 58

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Lista de Tabelas

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório quanto ao tipo de

cisto. Natal-RN, 2014............................................................................... 63

Tabela 2: Distribuição dos escores de imunomarcação para EGFR e PDPN

quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014.................................................. 64

Tabela 3: Distribuição da localização celular da imunomarcação para EGFR e

PDPN quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014....................................... 65

Tabela 4: Distribuição das camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e

PDPN quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014....................................... 65

Tabela 5: Distribuição dos escores de imunomarcação com relação à

intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da

imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e

PDPN nos casos de CRs. Natal-RN, 2014.............................................. 66

Tabela 6: Distribuição dos escores de imunomarcação com relação à

intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da

imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e

PDPN nos casos de CDs. Natal-RN, 2014.............................................. 67

Tabela 7: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação à

localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos

de CRs. Natal-RN, 2014.......................................................................... 68

Tabela 8: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação à

localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos

de CDs. Natal-RN, 2014.......................................................................... 68

Tabela 9: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação às

camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de

CRs. Natal-RN, 2014............................................................................... 69

Tabela 10: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação às

camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de

CDs. Natal-RN, 2014............................................................................... 69

Tabela 11: Distribuição da localização celular da imunomarcação com relação às

camadas epiteliais imunomarcadas nos casos de CRs. Natal-RN,

2014......................................................................................................... 71

Tabela 12: Distribuição da localização celular da imunomarcação com relação às

camadas epiteliais imunomarcadas nos casos de CDs. Natal-RN,

2014......................................................................................................... 71

Tabela 13: Teste Exato de Fisher entre escores de imunomarcação do EGFR e

da PDPN quanto aos tipos de cistos analisados. Natal-RN, 2014.......... 72

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Tabela 14: Associação da imunomarcação para EGFR e PDPN quanto à

intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da

imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas, de acordo com

o Teste de Qui-quadrado/Exato de Fisher para os casos de CRs.

Natal-RN, 2014........................................................................................ 73

Tabela 15: Associação da imunomarcação para EGFR e PDPN quanto à

intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da

imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas, de acordo com

o Teste Exato de Fisher para os casos de CDs. Natal-RN, 2014............ 74

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Lista de Abreviaturas e Siglas

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AKT: Proteína cinase B.

BEH: Bainha epitelial de Hertwig.

CD: Cisto dentígero.

CD-105: Glicoproteína transmembranar expressa sobre as

células endoteliais vasculares ativadas.

CEA: Antígeno carcinoembriogênico.

CEO: Carcinoma epidermóide oral.

c-erbB-1: Primeiro membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de EGFR e HER-1.

c-erbB-2: Segundo membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de HER-2.

c-erbB-3: Terceiro membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de HER-3.

c-erbB-4: Quarto membro da família erbB/HER dos receptores de

tirosona cinase. Sinônimo de HER-4.

CNS: Conselho Nacional de Saúde.

CONEP: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

COO: Cisto odontogênico ortoceratinizado.

CR: Cisto radicular.

D2-40: Clone monoclonal do anticorpo anti-podoplanina.

DVL: Densidade de vasos linfáticos.

E-11: Glicoproteína do tipo mucina expressa em células

endoteliais linfáticas.

EGF: Do inglês epidermal growth factor, traduzido como fator

de crescimento epidérmico. É um fator de crescimento

que estimula o crescimento celular, proliferação e

diferenciação por se ligar ao seu receptor EGFR.

EGFR: Do inglês epidermal growth factor receptor, traduzido

como receptor do fator de crescimento epidérmico.

erbB: Familia de receptores de tirosina cinase a qual pertence

o receptor do fator de crescimento epidérmico. Sinônimo

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de Família HER.

EROE: Epitélio reduzido do órgão do esmalte.

FGF: Do inglês fibroblast growth factor, traduzido como fator

de crescimento de fibroblastos.

FP: Folículo pericoronário.

GP: Granuloma periapical.

GP38: Glicoproteína do tipo mucina expressa em células

fibroblásticas reticulares de órgãos linfóides e células

epiteliais tímicas.

HE: Hematoxilina/Eosina.

HER: Familia de receptores de tirosina cinase a qual pertence

o EGFR. Sinônimo de família erbB.

HER-1: Primeiro membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de EGFR e c-erbB-1.

HER-2: Segundo membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de c-erbB-2.

HER-3: Terceiro membro da família erbB/HER dos receptores

de tirosona cinase. Sinônimo de c-erbB-3.

HER-4: Quarto membro da família erbB/HER dos receptores de

tirosona cinase. Sinônimo de c-erbB-4.

ICAM-1: Do inglês Intercellular adhesion molecule 1, traduzido

como molécula de adesão intercelular 1.

MDV: Microdensidade vascular.

MMP(s): Do inglês matrix metalloproteinasis, traduzido como

metaloproteinase(s) de matriz.

MMP-13: Do inglês matrix metalloproteinasis 13, traduzido como

metaloproteinase(s) de matriz 13.

MMP-9: Do inglês matrix metalloproteinasis 9, traduzido como

metaloproteinase(s) de matriz 9.

OE: Órgão do esmalte.

OTS-8 Glicoproteína do tipo mucina, expressa quando induzida

por molécula de osteoblastos após tratamento do éster

de forbol e Aggrus, um fator de agregação plaquetária.

Page 24: IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA …...Viviane Alves de Oliveira Maia IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA EM CISTOS RADICULARES E DENTÍGEROS Dissertação apresentada

p63: Grupo de aproximadamente seis proteínas que são

produzidas em um único gene, devido à utilização de

dois promotores e splicings alternativos. Membro da

família da ptoteína p53.

PA2.26: Glicoproteína do tipo mucina, que é regulada

positivamente nos queratinócitos da pele após lesão.

PCNA: Do inglês proliferating cell nuclear antigen, traduzida

como antígeno nuclear de proliferação celular.

PDGF: Do inglês platelet-derived growth factor, traduzido como

fator de crescimento derivado de plaquetas.

PDPN: Podoplanina.

Ras: Transdutor de sinal extracelular, responsável pela

transmissão de informações da membrana celular para

o núcleo.

Ras-Raf: Tipo de via de sinalização celular MAPK.

RE: Retículo estrelado.

REM: Restos epiteliais de Malassez.

RhoA GTPase: Membro da família GTPases Rho envolvida na

sinalização da proteína G.

T1a/rTI40: Marcador molecular de células epiteliais alveolares do

tipo I.

T1α-2: Antígeno expresso sobre a superfície apical das células

alveolares pulmonares do tipo I.

TGF-α: Do inglês transforming growth factor alpha, traduzido

como fator de crescimento transformante alfa.

TGF-β: Do inglês transforming growth factor beta, traduzido

como fator de crescimento transformante beta.

TOA: Tumor odontogênico adenomatóide.

TOC: Tumor odontogênico calcificante.

TOEC: Tumor odontogênico epitelial calcificante.

Tris-HCL: Do inglês Tris (hydroxymethyl) aminomethane

hydrochloride. Reagente essencial na formulação de

tampões para estabilização e eletroforese de moléculas

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biológicas.

UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Sumário

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 27

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 30

2.1 CISTO RADICULAR ......................................................................... 30

2.2 CISTO DENTÍGERO ........................................................................ 36

2.3 EGFR ................................................................................................ 39

2.4 PODOPLANINA ................................................................................ 45

3 PROPOSIÇÃO ................................................................................. 53

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................... 55

4.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................ 55

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................. 55

4.2.1 Variáveis .......................................................................................... 55

4.3 POPULAÇÃO ................................................................................... 56

4.4 AMOSTRA ........................................................................................ 56

4.4.1 Critérios de seleção da amostra ................................................... 56

4.4.1.1 Critérios de inclusão da amostra ...................................................... 56

4.4.1.2 Critérios de exclusão da amostra ..................................................... 56

4.5 ESTUDO MORFOLÓGICO .............................................................. 57

4.6 ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO ...................................................... 58

4.7 ANÁLISE IMUNOISTOQUÍMICA ...................................................... 60

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................. 60

5 RESULTADOS ................................................................................. 63

5.1 RESULTADOS DO ESTUDO MORFOLÓGICO ............................... 63

5.2 RESULTADOS DO ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO ...................... 63

5.3 RESULTADOS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................... 72

6 DISCUSSÃO .................................................................................... 81

CONCLUSÕES ................................................................................ 92

REFERÊNCIAS ............................................................................... 94

APÊNDICES ..................................................................................... 101

ANEXO ............................................................................................. 104

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25

Introdução

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27

1 INTRODUÇÃO

Os cistos são cavidades patológicas revestidas por epitélio contendo em seu

interior um material líquido ou semi-líquido. São classificados em cistos

odontogênicos e não odontogênicos, sendo os odontogênicos aqueles em que os

remanescentes epiteliais da odontogênese dão origem à lesão. Os cistos

odontogênicos podem ainda ser subclassificados, de acordo com a etiologia, em

cistos de desenvolvimento e cistos inflamatórios. Os cistos de desenvolvimento

apresentam estímulo indutor desconhecido e os inflamatórios, como o próprio nome

sugere, são resultantes de um estímulo inflamatório (MORAES et al., 2013).

O cisto radicular (CR) é um cisto odontogênico inflamatório que surge a partir

de um granuloma periapical (GP) preexistente, por indução dos restos epiteliais de

Malassez (REM) (MARTINS NETO; DANESI; UNFER, 2004; SCHULZ et al., 2009).

O cisto dentígero (CD) é um cisto odontogênico de desenvolvimento que está

aderido à região cervical (junção amelo-cementária) de um dente não-erupcionado,

envolvendo sua coroa (NEVILLE et al., 2009). Ele surge pelo acúmulo de líquido

entre o epitélio reduzido do órgão do esmalte (EROE) e a coroa de um dente incluso

(XU et al., 2011), através da proliferação de remanescentes do órgão do esmalte

(OE) ou do EROE (epitélio reduzido do órgão do esmalte) (REGEZI; SCIUBBA;

JORDAN, 2008).

Apesar de os cistos odontogênicos serem considerados as lesões destrutivas

mais comuns do esqueleto facial, os mecanismos responsáveis pelo seu

crescimento ainda não são completamente esclarecidos. Acredita-se que a formação

destes está relacionada com a proliferação de restos epiteliais, que são ativados

pela liberação de citocinas e/ou fatores de crescimento, produzidos principalmente

durante processos inflamatórios (ISAAC et al., 2010; MORAES et al., 2011), sendo

seu crescimento acompanhado pela liberação de fatores de reabsorção do osso e

aumento da osmolaridade do fluido cístico (TAMGADGE et al., 2011; LIMA et al.,

2013). No processo de proliferação epitelial e crescimento cístico merece destaque o

receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e, mais recentemente,

especula-se que a podoplanina (PDPN) também possa estar envolvida.

O EGFR é uma glicoproteína transmembranar cuja ligação ao fator de

crescimento transformante alfa (TGF-α) e ao fator de crescimento epidérmico (EGF)

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conduz a ativação de vias de transdução de sinal que estão envolvidos na regulação

e diferenciação da proliferação celular epitelial (LIN et al., 2007; OLIVEIRA et al.,

2011). A PDPN é uma glicoproteína transmembranar do tipo mucina que, embora

tenha sido considerada como um imunomarcador específico para células endoteliais

linfáticas, sua expressão também tem sido demonstrada em várias células normais,

bem como em células neoplásicas (ASTARITA; ACTON; TURLEY, 2012). Especula-

se que essas duas proteínas possam estar relacionadas com lesões císticas e

neoplásicas odontogênicas, através da estimulação epitelial (LIN et.al., 2007;

ZUSTIN; SCHEUER; FRIEDRICH, 2010; OLIVEIRA et al., 2011).

Apesar de etiologias diferentes, CRs e CDs podem exibir uma faixa estreita

ou extensa de inflamação primária ou secundária, respectivamente, e é possível que

variações vistas na cápsula fibrosa destes cistos, com relação ao infiltrado

inflamatório, possam refletir diferenças na atividade de crescimento destas lesões

(MORAES et al., 2011).

Assim, estudos que auxiliem na compreensão do envolvimento do EGFR e da

PDPN no processo de crescimento e expansão das lesões císticas odontogênicas

tornam-se necessários, sobretudo em CRs e CDs, que são as mais prevalentes e

que, apesar disso, apresentam reduzido número de trabalhos publicados nesse

sentido. A técnica de imunoistoquímica tem sido muito utilizada, analisando não

somente a quantidade de células que expressam essas proteínas, mas também o

padrão da imunoexpressão, ou seja, através da análise da localização celular da

imunocoloração e das camadas epiteliais imunomarcadas. Vale pesquisar ainda se o

processo é dependente ou não da intensidade do infiltrado inflamatório.

Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi avaliar e comparar a expressão

imunoistoquímica do EGFR e da PDPN em CRs e CDs, assim como associar essa

imunoexpressão com o grau da inflamação, localização celular da imunomarcação e

camadas epitelias imunomarcadas. Pretendeu-se que os resultados contribuíssem

para o melhor entendimento da participação dessas proteínas na patogênese das

lesões císticas analisadas.

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Revisão de Literatura

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CISTO RADICULAR

Cistos odontogênicos são as lesões com destruição óssea mais comuns da

região maxilofacial (SANTOS et al., 2011; MORAES et al., 2011), sendo que os CRs

constituem a maior parte destes (LATOO et al., 2009; SELVAMANI et al, 2012). O

CR também tem sido designado como cisto periodontal apical, apical ou periapical

(TOMMASI, 2002). É um cisto odontogênico inflamatório que tem como etiologia

principal a cárie dentária (SANTOS et al., 2006; REGEZI; SCIUBBA; JORDAN,

2008).

Segundo Brave et al. (2011), esses cistos podem ocorrer na região periapical

de todos os dentes, em qualquer idade, mas raramente é visto associado com a

dentição decídua. Ocorrem mais comumente entre a terceira e a quinta décadas de

vida, com maior prevalência em homens do que em mulheres, e maior frequência na

região anterior da maxila. Taylor et al. (2002) relataram que, em geral, são

assintomáticos nas etapas iniciais, a menos que sejam infectados secundariamente

ou alcancem um tamanho significativo. Gibson et al. (2002) descreveram ainda que,

nestas situações, podem ocorrer tumefação, sensibilidade, mobilidade e/ou

deslocamento dental.

Quando a cárie atinge porções mais profundas do dente ocorre um ataque

bacteriano massivo e uma resposta inflamatória intensa, estando a polpa com suas

funções vitais ameaçadas. O processo inflamatório causa elevação da pressão nos

canais radiculares que juntamente com o acúmulo de mediadores, pode causar dano

vascular, aumento da inflamação e necrose tecidual (GARCÍA et al., 2007; NEVILLE

et al., 2009).

No processo de necrose pulpar, bactérias, seus subprodutos e mediadores da

inflamação se acumulam no sistema de canais radiculares e podem se difundir além

do forame apical, produzindo lesões nos tecidos periodontais. Desta forma, mesmo

em estágios iniciais de inflamação da polpa dentária, como em resposta a uma

exposição por cárie, alterações no tecido periapical podem ser observadas como

perda da lâmina dura, desenvolvimento de uma pequena área radiotransparente

associada a um infiltrado inflamatório e aumento do número de osteoclastos. Porém,

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lesões maiores somente ocorrem se a polpa necrosada sofrer uma invasão de

microrganismos pela câmara pulpar e ocorrer uma grande multiplicação bacteriana

(BERGENHOLTZ; BINDSLEV; REIT, 2006).

A lesão periapical representa uma resposta imune local à infecção da polpa, e

pode ser considerada uma segunda linha de defesa, que tem a finalidade de manter

a infecção dentro dos limites do sistema de canais radiculares. O processo

inflamatório periapical ocorre da mesma forma que na inflamação pulpar, com

exceção de que a destruição do osso periapical também acontece (STASHENKO;

TELES; D'SOUZA, 1998; SANTOS et al., 2011).

Dependendo dos microrganismos envolvidos e da integridade dos

mecanismos de defesa do indivíduo, este processo pode ser agudo (abscesso) ou

crônico (GP ou CR). O processo inflamatório pode se propagar para os tecidos

periapicais, onde ocorrerá uma intensa proliferação microbiana de alta

patogenicidade que, associada com uma resistência orgânica baixa, caracteriza os

quadros agudos, ou pode se apresentar sob a forma de GP ou CR, fruto de

multiplicação e proliferação microbiana de pequena intensidade, caracterizando os

processos crônicos. (AZAMBUJA; BERCINI; ALANO, 2006; GARCÍA et al., 2007).

Após a fase aguda, o processo entra em equilíbrio com a resposta do

hospedeiro, com início de um contínuo combate às bactérias invasoras e tentativas

do hospedeiro em reorganizar e reparar os tecidos danificados. Devido à constante

liberação de produtos bacterianos o reparo pode não ocorrer, iniciando um estágio

crônico da inflamação chamado de GP (BERGENHOLTZ; BINDSLEV; REIT, 2006).

O GP é uma massa de tecido de granulação localizada ao redor do ápice

radicular, formado em resposta a estímulos de baixa intensidade provenientes do

canal radicular e é considerada a periapicopatia mais comum. Após a necrose

pulpar, as toxinas se difundem ao periápice, seguindo uma resposta inflamatória

com proliferação de tecido fibroblástico e vascular, acompanhado de infiltrado

inflamatório. Há o espessamento do ligamento periodontal e o início da reabsorção

óssea com destruição da lâmina dura. Radiograficamente apresenta-se como uma

lesão radiolúcida arredondada, unilocular, sendo parecida com CR e, portanto,

torna-se difícil diferenciá-las (AZAMBUJA; BERCINI; ALANO, 2006).

Com o passar do tempo, um GP pode se transformar em um CR (SCHULZ et

al., 2009), sendo este definido como um cisto odontogênico inflamatório que está

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aderido ao periápice de um dente com necrose pulpar (GIL; DOMINGUES, 2007).

Os dentes associados são sempre não vitais e podem mostrar descoloração, porém,

geralmente não apresentam reabsorção radicular (BRAVE et al., 2011). Diferente do

granuloma, o cisto formará uma cavidade patológica revestida por epitélio, com

exsudato inflamatório líquido ou semi-sólido em seu interior, além de produtos

necróticos (AZAMBUJA; BERCINI; ALANO, 2006).

Este epitélio que delimita a lesão cística será comumente originado pela

proliferação dos REM presentes no ligamento periodontal, que são estimulados por

citocinas e fatores de crescimento liberados durante o processo inflamatório

(BERGENHOLTZ; BINDSLEV; REIT, 2006; LIN; HUANG; ROSENBERG, 2007;

LATOO et al., 2009). Estes restos epiteliais proliferam a fim de separar o estímulo

inflamatório (polpa necrótica) do osso circundante (REGEZI; SCIUBBA; JORDAN,

2008). Segundo NEVILLE et al. (2009) podem também serem consideradas fontes

epiteliais viáveis para o desenvolvimento dos CRs: o epitélio crevicular, o

revestimento sinusal e o revestimento epitelial dos trajetos fistulosos.

A bainha epitelial de Hertwig (BEH), que é formada pela fusão dos epitélios

interno e externo do OE, tem a finalidade de estimular e guiar o desenvolvimento da

dentina radicular durante a odontogênese e, após cumprir sua função, é reabsorvida

parcialmente ficando seus remanescentes, também conhecidos como REM,

localizados ao longo do ligamento periodontal (LIN et al., 2007; GIL; DOMINGUES,

2007). Com a formação dos GPs, os REM podem ser englobados, sendo estes

encontrados em aproximadamente metade dos casos. (BERGENHOLTZ;

BINDSLEV; REIT, 2006).

O processo de desenvolvimento dos cistos pode ser dividido em três fases:

iniciação, formação e expansão. Na fase de iniciação, os restos celulares epiteliais

odontogênicos proliferam devido à inflamação resultante dos restos necróticos e

antígenos bacterianos derivados da polpa necrosada, estabelecendo uma

verdadeira rede epitelial no interior do granuloma apical. Na de formação, o epitélio

odontogênico proliferativo reveste a cavidade patológica do cisto. A de expansão

compreende a fase de crescimento cístico, em torno de 5 mm de diâmetro por ano,

tendendo à expandir progressivamente e crescer consideravelmente se não tratados

(GARCÍA et al., 2007; LATOO et al., 2009; SHEAR; SPEIGHT, 2011).

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São conhecidas duas teorias para a fase de formação cística, sendo ambas

possíveis e, às vezes, independentes. Uma propõe que o epitélio prolifera e recobre

a superfície exposta do tecido conjuntivo de um abscesso ou a cavidade pode

ocorrer em função da fragmentação do tecido conjuntivo pela atividade enzimática

proteolítica. A outra, e mais provável, sugere que uma cavidade cística se forma

dentro de uma massa epitelial proliferativa em um GP pela degeneração e morte das

células centrais. A morte das células centrais não ocorre pela falta de suprimento

sanguíneo, mas sim através de reações imunológicas, sendo que as colagenases do

tipo metaloproteinases de matriz (MMPs), que são produzidas por células epiteliais,

fibroblastos e plasmócitos, podem estar envolvidas na degradação da matriz. A

MMP-13 pode ter um papel importante na patogênese dos cistos, facilitando a

proliferação das células epiteliais e a invasão do tecido de granulação (LIN et al.,

2007; LATOO et al., 2009; SHEAR; SPEIGHT, 2011).

Na fase de expansão, ocorre um aumento da pressão hidrostática ou

osmótica no interior da lesão e o cisto cresce e se expande por pressão (LATOO et

al., 2009). Assim, à medida que o cisto se expande, a pressão osmótica passa a ter

um papel menor e a proliferação celular se torna mais importante. A proliferação

celular continua, desde que exista um estímulo inflamatório. Quando o estímulo

para, a proliferação epitelial cessa. Assim, um aumento posterior de material líquido

ou semilíquido no interior da cavidade cística provavelmente leva à atrofia do

revestimento epitelial. O crescimento do cisto pode também ser acompanhado pela

reabsorção óssea e degradação dos tecidos conjuntivos adjacentes (SHEAR;

SPEIGHT, 2011).

Radiograficamente, aparecem como radiotransparências apicais regulares,

circunscritas por uma linha radiopaca bem definida, com perda da lâmina dura na

região, podendo, às vezes, ocorrer reabsorção radicular. Para estabelecer o

diagnóstico definitivo é necessário, além de dos testes de vitalidade pulpar, realizar

a biópsia excisional, que pode ser precedida de punção aspirativa (RIBEIRO JR et

al., 2004).

Macroscopicamente, podem apresentar geralmente entre 1-1,5 cm de

diâmetro, atingindo até 3 cm. As paredes podem ser delgadas ou terem até 5 mm de

espessura. A superfície interna pode ser uniforme ou corrugada e apresentarem

cristais de colesterol swe projetando para a cavidade. O fluido geralmente é marrom,

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proveniente de componentes do sangue como a hemossiderina, e quando os cristais

de colesterol estão presentes dão uma coloração amarelada ou palha brilhante ao

fluido (SHEAR; SPEIGHT, 2011; BRAVE et al., 2011).

Microscopicamente, esses cistos exibem uma cavidade patológica revestida

total ou parcialmente por epitélio pavimentoso estratificado não ceratinizado,

apresentando, com certa frequência, espongiose, exocitose e/ou hiperplasia

(GARCÍA et al., 2007; NEVILLE et al., 2009; SANTOS et al., 2011). A natureza do

revestimento epitelial depende da fase de desenvolvimento do cisto e da intensidade

da inflamação. A espessura deste revestimento varia de 1 a 50 camadas celulares,

porém a maioria apresenta de 6 a 20 camadas de células. Nos cistos iniciais, o

revestimento epitelial pode ser proliferativo e exibir projeções arciformes, com um

processo inflamatório intenso associado, composto predominantemente de

neutrófilos. Porém, à medida que o cisto se expande, o revestimento epitelial se

torna regular com certo grau de diferenciação. Mudanças metaplásicas, na forma de

células mucosas ou ciliadas, são vistas com frequência no revestimento epitelial

(GARCÍA et al., 2007; SHEAR; SPEIGHT, 2011; BRAVE et al., 2011; SANTOS et al.,

2011).

Ocasionalmente, o revestimento epitelial apresenta calcificações lineares ou

em forma de arco, conhecidas como corpúsculo de Rushton, assim como cristais de

colesterol (GARCÍA et al., 2007; NEVILLE et al., 2009; SHEAR; SPEIGHT, 2011;

SANTOS et al., 2011). O lúmem cístico é constituído por material amorfo eosinofílico

com alto teor protéico, grande número de cristais de colesterol e células epiteliais

descamadas. Colônias bacterianas podem fazer parte do conteúdo cístico ou

apenas serem detectadas na superfície apical do dente afetado (LEONARDO,

1998).

O tecido conjuntivo da parede do CR é formado por feixes de fibras

colágenas, fibroblastos e pequenos vasos sanguíneos em número variável

(MARTINS NETO; DANESI; UNFER, 2004). Esta cápsula consiste em tecido

conjuntivo fibroso denso, muitas vezes com infiltrado inflamatório contendo linfócitos

variáveis, mesclados com neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e, raramente,

mastócitos e eosinófilos. Ocasionalmente, a cápsula apresenta granulomas hialinos

dispersos. Estas estruturas surgem como pequenas poças de material eosinofílico

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que exibe uma periferia ondulada de colágeno condensada, quase sempre por

linfócitos e células gigantes multinucleadas (NEVILLE et al., 2009).

Henriques et al. (2013) estudaram a frequência de granulomas hialinos e a

natureza dessas estruturas em uma série de 661 casos de cistos odontogênicos

inflamatórios. Destes, 594 eram CR, 49 CRs residuais (CRRs) e 18 cistos

paradentários. Os resultados mostraram que, do total, vinte e dois casos (3,3%)

apresentaram granulomas hialinos. A freqüência relativa dessas estruturas foi maior

entre os CRRs (6,1%), seguido por cistos paradentários (5,6%) e CRs (3,0%). Em 14

casos (63,6%) essses granulomas se mostravam como massas

homogêneas/fibrilares circulares, e em 3 (13,6%), apresentavam-se como estruturas

redondas com material amorfo. Concluíram, então, que uma baixa freqüência de

granulomas hialinos é encontrada em cistos odontogênicos inflamatórios e

sugeriram a hipótese de que estas estruturas surgem a partir da implantação de

material estranho, partículas de alimentos provavelmente de origem vegetal.

Diversas características microscópicas possivelmente representam diferentes

estágios de desenvolvimento dessas estruturas.

Na parede fibrosa dos cistos de formação recente podem ser encontradas

áreas típicas de GP antecedente, e suas variáveis morfológicas. Já nos cistos

maiores e mais persistentes, a parede cística encontra-se fibrosa, densa e

colagenizada com graus variáveis de infiltração leucocitária, predominantemente

mononuclear. Ainda na parede cística, calcificações distróficas e focos eventuais de

exsudato purulento associados com focos de infiltrado neutrofílico são, por vezes,

encontrados (LEONARDO, 1998).

Calcificações distróficas, cristais de colesterol com células gigantes

multinucleadas, hemácias e áreas de pigmentação por hemossiderina estão

presentes, por vezes, no lúmem, na cápsula ou em ambos (NEVILLE et al., 2009).

Remanescentes epiteliais odontogênicos também são encontrados na cápsula.

(SHEAR; SPEIGHT, 2011).

O tratamento indicado para lesões endodônticas, com ou sem envolvimento

do periápice tem sido o tratamento de canais radiculares. Quando apenas este não

consegue restabelecer a integridade dos tecidos periapicais, é necessário a

realização de cirurgias apicais (RIBEIRO JR et al., 2004; AZAMBUJA; BERCINI;

ALANO, 2006; BRAVE et al., 2011). Quando o dente envolvido com a formação do

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CR é removido sem que o tratamento tenha sido instituído, o cisto permanecerá no

local recebendo a denominação de CRR, que poderá regredir, estabilizar, ou

aumentar de tamanho ao longo dos anos (NONAKA et al., 2008; JAMDADE et al.,

2012), sendo seu diagnóstico estabelecido com a junção das características

radiográficas e histopatológicas (BOFFANO; GALLESIO, 2010).

2.2 CISTO DENTÍGERO

O CD, também chamado de cisto folicular, é um cisto odontogênico de

desenvolvimento, originado através do acúmulo de fluido entre o remanescente do

OE e a coroa dentária subjacente de um dente não irrompido, causando expansão

de seu folículo, permanecendo preso à região cervical (junção cemento-esmalte)

(GIL e DOMINGUES, 2007; SHEAR e SPEIGHT, 2011; DANTAS et al., 2012). É o

segundo tipo mais comum dos cistos odontogênicos e o mais comum entre os cistos

de desenvolvimento dos maxilares (SELVAMANI et al, 2012).

São geralmente presentes na segunda ou terceira décadas de vida (RAVI et

al., 2012), e em indivíduos do sexo masculino (AVELAR et al., 2009). Ocorrem, com

maior frequência, em associação com terceiros molares inferiores e caninos

superiores, pois estes são os dentes que se apresentam mais comumente

impactados (XU et al., 2011; LIMA et al., 2013). Trata-se de uma lesão cística

comum, solitária e assintomática (COSTA et al., 2011), porém, múltiplos cistos

podem ocorrer em associação com síndromes como a Síndrome de Gardner,

Síndrome de Maroteaux-Lamy, Mucopolissacaridose, Síndrome do nevo basocelular

(RAVI et al., 2012). Geralmente, apresentam pequenas dimensões, mas, em alguns

casos, atingem tamanhos consideráveis causando expansão óssea e assimetria

facial. A estimativa de tamanho desta lesão é muito variável, podendo ser

confundida com um folículo pericoronário (FP) (CARVALHO et al., 2011).

A presença deste cisto impede a erupção do dente a ele vinculado, porém

raramente aparecem na dentição decídua. São rotineiramente diagnosticados

através de radiografias panorâmicas ou periapicais de rotina e radiograficamente

constitui-se de uma área radiolúcida associada a um dente não irrompido ou retido,

circundado por uma linha esclerótica (MARZOLA; PEREIRA; TOLEDO FILHO, 2007;

DANTAS et al., 2012). O tratamento da lesão é realizado através de intervenção

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cirúrgica com remoção completa da lesão, precedida por punção aspirativa e biópsia

incisional. O índice de recidiva é baixo e possui um prognóstico favorável (VAZ;

RODRIGUES; JUNIOR, 2010).

A histogênese exata não é conhecida, porém o fator chave parece ser o

acúmulo de fluido entre o EROE e o esmalte ou no OE, entre suas camadas. Esse

acúmulo ocorre como resultado da pressão exercida no folículo, pela tentativa de

erupção de um dente incluso, que obstrui o fluxo venoso e, assim, induz a rápida

transudação de soro através das paredes capilares. Por outro lado, acredita-se que

a origem provável deste cisto possa ser a destruição de células em proliferação do

FP, após a interrupção da erupção. Esta destruição celular resulta no aumento da

tensão osmótica e, portanto, na formação do cisto (BENN; ALTINI, 1996;

TAMGADGE et al., 2011).

Afirma-se ainda que se desenvolva a partir da proliferação de remanescentes

do OE ou do EROE após a formação completa ou parcial da coroa dental, em uma

fase em que o retículo estrelado (RE) deveria ser reabsorvido biologicamente e, não

o sendo, permanece como elemento responsável pelo desencadeamento cístico, e

seu crescimento está relacionado tanto com a proliferação epitelial, como por fatores

de reabsorção do osso e aumento da osmolaridade do fluido cístico (MARZOLA,

2005; XU et al., 2011; DANTAS et al., 2012; LIMA et al, 2013).

O EROE é formado por uma camada interna e uma externa. A interna

consiste na camada onde os ameloblastos transformam-se e ficam firmemente

aderidos à superfície do esmalte. A camada externa consiste de células mais

achatadas, a remanescente de todas as camadas do órgão do esmalte. No

desenvolvimento do CD, há acúmulo de líquido entre o EROE e o esmalte do dente,

ou entre as camadas do EROE, líquido este proveniente do espaço intersticial. À

medida que o cisto cresce, células epiteliais são descamadas para o interior do

lúmem aumentando assim o conteúdo proteico do líquido cístico, atraindo mais

líquido do conjuntivo para a cavidade cística (GIL; DOMINGUES, 2007).

Dependendo do estado de involução do RE, o CD apresenta os subtipos:

Central, aderido à coroa dental; Lateral, aderido à face mesial, distal, lingual ou

vestibular; Extrafolicular, no qual o retículo se solta da coroa dental, individualizando-

se, sendo central quando superficializa a coroa; lateral, já que se desprende para os

lados (MARZOLA, 2005).

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Quando esta lesão é removida cirurgicamente e enviada para análise

histopatológica evidencia-se aspectos diferentes caso o cisto esteja inflamado ou

não (NEVILLE et al., 2009). No CD não inflamado é observada parede cística fibrosa

delgada que, sendo derivada do FP, consiste em fibroblastos jovens amplamente

separados pelo estroma e uma substância fundamental rica em

mucopolissacarídeos ácidos (SHEAR; SPEIGHT, 2011). A cápsula de tecido

conjuntivo fibroso é arranjada frouxamente e a substância fundamental contém

quantidade considerável de glicosaminoglicanas. Pequenas ilhas ou cordões de

restos de epitélio odontogênico aparentemente inativo podem estar presentes na

cápsula. O revestimento epitelial, que na verdade é o EROE, consiste de duas a

quatro camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a interface entre epitélio

e tecido conjuntivo é plana (SHEAR; SPEIGHT, 2011; RAVI et al., 2012).

Em um CD inflamado, a cápsula fibrosa é mais colagenizada e o infiltrado

crônico de células inflamatórias é variável. O limitante epitelial mostra quantidade

variável de hiperplasia com desenvolvimento de projeções epiteliais e aspecto

escamoso mais definido (NEVILLE et al., 2009). Células mucosas ocasionalmente

são evidenciadas no limitante epitelial e raramente são encontrados na cápsula

células colunares ciliadas e pequenos conglomerados de células sebáceas

(NEVILLE et al., 2009; SHEAR; SPEIGHT, 2011).

Godoy, em 2001, desenvolveu um estudo que teve como objetivo realizar

uma análise clinicopatológica de 108 casos de CDs previamente diagnosticados.

Pretendeu-se correlacionar os achados histomorfológicos e os dados

epidemiológicos, que constavam nas fichas de solicitação de exame histopatológico,

no intuito de caracterizar uma possível variante da lesão, denominada CD de origem

inflamatória. A análise histomorfológica revelou que as lesões exibiram, em sua

maioria, um limitante epitelial delgado, com uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso

ricamente vascularizado, colageinizado e com uma relativa predominância de um

intenso infiltrado inflamatório mononuclear. A correlação clinicopatológica mostrou

que 11 dos 12 casos de cistos que apresentaram um limitante epitelial espesso, com

alto grau de vascularização e colageinização, e intenso infiltrado inflamatório na

cápsula cística estiveram localizados na região de pré-molares, em pacientes abaixo

de 12 anos de idade e que, em sua maioria, apresentaram sintomatologia dolorosa,

características compatíveis com o CD inflamatório. Concluiu-se, frente a esses

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resultados, que esta lesão, é passível de ser considerada uma variante do CD,

levando a sugerir a denominação de “cisto folicular inflamatório” para esta entidade.

2.3 EGFR

O EGFR é uma glicoproteína transmembranar que constitui um dos quatro

membros da família erbB de receptores da tirosina cinase. A ligação do EGFR aos

seus ligantes leva à auto fosforilação do receptor de tirosina cinase e ativação

subsequente de vias de transdução de sinal que estão envolvidos na regulação da

proliferação e diferenciação celular epitelial. A família do EGFR inclui quatro

receptores: o receptor do fator de crescimento epidérmico 1 (EGFR, c-erbB-1, HER-

1), c-erbB-2 (HER-2), c-erbB-3 (HER- 3) e c-erbB-4 (HER-4). EGFR foi o primeiro

membro deste grupo a ser descrito. É uma glicoproteína com 170-kd, e consiste de

um receptor com um domínio extracelular, uma região transmembranar, e um

domínio intracelular com função de tirosina cinase (HERBST, 2004; PAYERAS et al.,

2007; BERNARDES et al., 2010; MICHIKAWA et al., 2011).

Vários ligantes podem ativar o EGFR, incluindo o EGF, TGF-α, anfiregulina,

EGF de ligação à heparina e betacelulina, sendo o EGF e o TGF-α considerados os

mais importantes. Esta ligação ocasiona a homo ou heterodimerização do receptor

na superfície da célula, seguida pela internalização do receptor dimerizado. Após

estas etapas, ocorre a autofosforilação dos domínios de tirosina cinase na região

intracitoplasmática. Resíduos de tirosina cinase fosforilados servem como locais de

ligação para o recrutamento de transdutores e ativadores de sinalização intracelular

tais como o Ras, que em seguida estimulam uma cascata de transdução de sinal

intracelular. O Ras-Raf, ativado pela proteína cinase, e o fosfatidil-inositol 3 cinase e

Akt, são as duas principais rotas de sinalização para a família HER, onde o EGFR

também está incluído. Estas vias regulam múltiplos processos biológicos de

proliferação celular, angiogênese e inibição da apoptose (JORISSEN et al., 2003;

HERBST, 2004).

Todas as células epiteliais normais requerem estimulação com base em sinais

para se submeterem ao crescimento, diferenciação e proliferação, muitos dos quais

realizados por fatores de crescimento. O EGFR desempenha, portanto, um papel

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importante na diferenciação e morfogênese de diversos órgãos e na proliferação e

sobrevivência de células em mamíferos (SARKIS et al., 2010).

Embora esteja presente em células normais, o EGFR tem sua expressão

elevada na maioria dos tumores sólidos incluindo o câncer de mama, câncer de

cabeça e pescoço, câncer oral, carcinoma de células não pequenas de pulmão,

câncer renal, câncer de ovário e câncer de cólon. Nas células normais, sua

expressão varia de 40.000 a 100.000 receptores por célula. Alguns cânceres de

mama, por exemplo, podem expressar até 2 x 106 moléculas do EGFR por célula.

Essa superexpressão produz intenso sinal de ativação de vias de sinalização,

resultando em células que têm um crescimento mais agressivo, características de

invasão, e associação com prognóstico pobre e menor sobrevida. Também

desempenha um papel na resistência à quimioterapia e tratamento de radiação em

células tumorais (HERBST, 2004; HIRAISHI et al., 2006; LEE et al., 2010).

Além de estudos que avaliaram a expressão do EGFR em tumores malignos,

autores direcionaram suas pesquisas na avaliação da expressão deste receptor em

lesões odontogênicas, visto que sua expressão tem sido observada no epitélio de

mucosa oral normal, gengiva saudável e inflamada, lesões inflamatórias periapicais,

tecidos envolvidos com o desenvolvimento dentário e em FP, analisando

remanescentes do epitélio odontogênico (WANG et al., 1990; NORDLUND et al.,

1991; COBO et al., 1992; LIN et al., 1996; BAUMGART, 2003).

Wang et al. (1990) estudaram a presença do EGFR, através de “western blot”,

em 12 espécimes de mucosa oral normal obtidas de indivíduos saudáveis. Foi

descrita uma proteína com uma banda principal de 160K e uma banda menor de

170K, características estas partilhadas com os receptores do EGF em outros

tecidos. Este estudo foi o primeiro a demonstrar a presença do receptor do EGF em

mucosa oral humana.

Nordlund et al. (1991) examinaram espécimes gengivais de indivíduos adultod

periodontalmente saudáveis, com periodontite, pacientes diagnosticados com

periodontite juvenil (atualmente denominada periodontite agressiva), e em REM,

obtidos do ligamento periodontal de um terceiro molar mandibular e um pré-molar,

que foram removidos por causa de cáries e motivos ortodônticos, respectivamente.

Além disso, foram detectados restos celulares a partir de uma biópsia de gengiva

saudável. Utilizaram um anticorpo monoclonal dirigido contra o receptor do EGF

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através da técnica de imunoistoquímica. Os receptores foram expressos em níveis

elevados na superfície de células da camada basal do epitélio gengival. No epitélio

juncional normal, por outro lado, a imunomarcação foi fraca ou negativa, indicando

que os receptores são mal expressos ou ausentes nestas células. Não foram

detectadas diferenças entre espécimes gengivais não inflamados de indivíduos

adultos saudáveis e de pacientes com periodontite juvenil. Em biópsias de tecido

gengival inflamado de pacientes adultos com periodontite, foi observada uma

marcação intensa na superfície celular de células epiteliais em proliferação. Células

epiteliais dos restos de Malassez ligaram-se intensamente ao anticorpo. Os

resultados sugerem que o EGF está envolvido no controle do crescimento e

diferenciação do epitélio em tecidos periodontais.

A expressão do EGF e seu receptor (EGFR) no desenvolvimento de dentes

foram estudados por imunoistoquímica em embriões de rato (E-16 e E-21).

Imunocoloração muito fraca foi observada nas células germinativas odontogênicas

durante o estágio de broto, capuz e sino, bem como em algumas células

ectomesenquimais. Em dentes desenvolvidos, mas que não erupcionaram, uma

imunoreatividade moderada para EGF e EGFR estava presente nos odontoblastos,

ameloblastos, e células do epitélio interno do órgão do esmalte, contudo, foi mais

forte na dentina (COBO et al., 1992).

Shrestha et al. (1992) analisaram a imunoexpressão do EGFR em células

epiteliais de 67 casos de cistos odontogênicos e 35 casos de tumores

odontogênicos, utilizando anticorpo monoclonal para este receptor. As lesões

císticas incluíam ceratocistos odontogênicos (atualmente denominado de tumor

odontogênico ceratocístico-20 casos), cisto primordial (8 casos), CRs (20 casos) e

em CDs (19 casos). Os tumores eram constituídos por ameloblastomas (21 casos),

ameloblastoma de células granulares (4 casos), cisto odontogênico calcificante

(TOC-4 casos), tumor odontogênico adenomatóide (TOA-4 casos), tumor

odontogênico escamoso (2 casos) e fibroma ameloblástico (2 casos). Destes,

ceratocisto e cisto primordial apresentaram 75% dos casos com imunopositividade

para esse receptor. O CR apresentou imunopositividade em 35% dos casos, e o CD

em 47,4% dos casos. Em todos os casos positivos a imunomarcação era apenas

membranar. Imunomarcação negativa do EGFR foi um achado característico nos

tumores odontogênicos de origem epitelial. Sugeriram então, que os cistos

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odontogênicos, ao contrário dos tumores odontogênicos, são capazes de

proliferação mediada por esse receptor.

Li et al. (1993) analisaram a imunoexpressão do EGFR em ceratocistos

odontogênicos (13 casos), CDs (11 casos), CRs (11 casos), ameloblastomas (6

casos) e em GPs (7 casos). Os resultados mostraram que o revestimento epitelial de

ceratocistos odontogênicos e de CDs geralmente expressavam níveis mais elevados

de imunomarcação para o EGFR do que no revestimento de CRs (derivados dos

REM). A menor imunomarcação do EGFR em CRs coincidia com a presença de

alterações degenerativas no interior do epitélio associadas com infiltrados de células

inflamatórias no local. Esta associação de reduzida expressão do EGFR e

inflamação também foi detectada no revestimento de ceratocistos odontogênicos

(derivados dos remanescentes da lâmina dental). Em qualquer caso, a maior

expressão do EGFR nos cistos de desenvolvimento contra cistos inflamatórios

apoiam a idéia de que diferentes mecanismos de iniciação e controle de proliferação

de células epiteliais estão envolvidos em suas formações. O nível de expressão

desse receptor parece estar relacionado com a presença de inflamação no interior

do tecido conjuntivo adjacente em vez da proliferação de células epiteliais.

No estudo de Lin et al. (1996) foram examinados, através da imunoexpressão

do EGFR, 15 lesões inflamatórias periapicais (10 GPs e 5 CRs), obtidos a partir de

cirurgias periapicais, e 6 lesões periapicais adicionais (4 GPs e 2 CRs) coletados de

dentes extraídos. Os resultados indicaram que os GPs apresentaram uma fraca

imunocoloração ou baixa ligação específica. Em contraste, os CRs exibiram uma

forte imunocoloração em células epiteliais e elevada ligação específica.

A imunoexpressão do EGFR foi investigada no trabalho de Bastawisy e

Nouaem (2000) no revestimento epitelial de 20 cistos odontogênicos (CRs, CDs,

ceratocistos, cistos odontogênicos calcificantes) e 17 tumores odontogênicos

(ameloblastomas), utilizando anticorpo monoclonal dirigido contra esse receptor. Os

resultados revelaram que houve expressão mais elevada desse receptor em

ceratocistos, seguidos por cisto odontogênico calcificante e em menor quantidade

nos CRs. Alguns casos de tumores odontogênicos mostraram expressão do EGFR

que parecia estar relacionada à ceratinização. A ausência de sua expressão, em

alguns cistos e tumores, indica que o crescimento nestes é EGF independentes, ou

seja, não necessitam deste fator de crescimento para crescerem.

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Todos os receptores, incluindo os da família erbB, são sintetizados e

encaminhados para a sua localização celular específica, mesmo na ausência do

ligante. No entanto, diferentes localizações do EGFR podem ser observadas, de

acordo com o tipo celular específico e o anticorpo utilizado (WILEY, 2003). A

importância potencial dos efeitos do EGF e, por conseguinte, a distribuição e

expressão do seu receptor, em processos de desenvolvimento normais e

patológicos, têm estimulado muitos estudos sobre a localização imunoistoquímica do

EGFR e sua expressão diferencial (LI et., 1993).

Baumgart et al. (2007) investigaram a distribuição imunoistoquímica do EGFR

em FPs como um preditor de progressão para cistos e tumores odontogênicos.

Foram analisados os padrões de coloração no EROE e em ninhos de epitélio

odontogênico associado com folículos de molares impactados. O padrão de

coloração de 20 espécimes de FPs foi comparado com o de 16 amostras de mucosa

oral normal e amostras de carcinomas epidermóides orais (CEOs). Os resultados

mostraram que colorações citoplasmáticas e membranares foram observadas na

mucosa oral normal, principalmente nas camadas proliferativas (basal e suprabasal),

diminuindo de intensidade em direção à superfície. Os padrões de coloração

observados no EROE foram citoplasmáticos apenas e combinados, resultado que é

semelhante aos resultados da mucosa oral normal. Marcação do EGFR apenas na

membrana pode ser um indicador de potencial aumentado para ninhos epiteliais de

se tornarem cistos ou tumores odontogênicos.

Vicente et al. (2010) compararam o padrão de imunoexpressão do EGFR,

ciclina D1, Ki-67, p-53 e antígeno carcinoembrionário (CEA) no revestimento epitelial

de 11 ceratocistos odontogênicos, 10 CDs, 10 CRs e 10 ameloblastomas. A

expressão do EGFR foi positiva em 100% dos ameloblastomas, 73% dos

ceratocistos, 40% dos CDs e em 30% dos CRs. Em 9 casos de ameloblastomas a

imunomarcação do EGFR era difusa, enquanto em 1 caso, a reação era focal. Em

ceratocistos, o EGFR foi localizado na camada de células basais, e foi focal em 8 e

difusa em nenhum caso. Em todos os casos de CDs e CRs positivos, a

imunocoloração foi focal. Em todos os casos positivos a localização celular do EGFR

foi membranar. Algumas destas descobertas podem apoiar a teoria de que

ceratocistos odontogênicos são de origem neoplásica, mas outros resultados apoiam

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claramente que estas lesões são cistos de desenvolvimento com algumas

propriedades neoplásicas por causa do elevado potencial de crescimento intrínseco.

Oliveira et al. (2011) realizaram um estudo para avaliar o perfil de

imunomarcação do EGFR, Ki-67 e survivina em tumores odontogênicos

ceratocísticos (TOC-13 casos), CDs (14 casos) e em FPs (9 casos). A

imunomarcação foi analisada nas camadas basal e suprabasal de TOCs e CDs, e

em FPs, nas ilhas de epitélio odontogênico e/ou no EROE. Ceratocistos

apresentaram a maior taxa de proliferação entre os três grupos, principalmente na

camada suprabasal. Imunomarcação para EGFR foi observada principalmente no

citoplasma nas camadas basal e suprabasal de ceratocistos e na camada

suprabasal de CDs. Imunomarcação tanto membranar e citoplasmática foi maior em

PFs, sendo que nestes a coloração apenas membranar também foi obsevada. Em

CDs, a camada basal parecia proliferar em resposta ao estímulo. Embora FPs

mostrassem baixa atividade proliferativa, a expressão do EGFR indica que algumas

células apresentam uma elevada capacidade de resposta a estímulos, que

provavelmente poderia explicar a origem de lesões odontogênicas.

O objetivo do estudo de Gonçalves et al. (2012) foi avaliar a expressão

imunistoquímica da proteína p63, EGFR e Notch-1 no revestimento epitelial de CRs

(35 casos), CDs (22 casos) e em TOCs (17 casos). Quase todos os casos

demonstraram expressão de p63, EGFR e Notch-1. Para os CRs, a reação

inflamatória crônica na cápsula fibrosa não influenciou a expressão do EGFR no

revestimento epitelial. Não houve diferença estatística significativa entre quantidade

da expressão e a intensidade da expressão do EGFR entre as lesões. Em CRs e

CDs, para o EGFR, foi observada correlação positiva entre a quantidade da

expressão e intensidade de coloração. Os autores sugeriram que o epitélio das

lesões císticas é capaz de proliferar, sendo esta mediada pelo EGFR e que este é

um fator importante para a manutenção do revestimento epitelial cístico, onde a

maioria dos casos analisados para o EGFR mostrou padrão de coloração

membranar e citoplasmática. Foi observada correlação positiva entre os

imunomarcadores. Estes resultados sugerem a participação de p63, EGFR e Notch -

1 no desenvolvimento, manutenção e integridade dos cistos epiteliais odontogênicos

favorecendo a persistência da lesão.

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Ressalta-se, portanto, que a distribuição do EGFR na membrana celular e/ou

citoplasma indica a forma como as células irão responder a um estímulo de

proliferação. Se este receptor estiver restrito à membrana da célula, a resposta de

proliferação na presença do ligante circulante será rápida. Se o EGFR estiver

internalizado no citoplasma, a resposta de proliferação será mais lenta. Se for

observada sua presença tanto na membrana quanto no citoplasma, tem sido

sugerido que a capacidade das células para responder a um estímulo de

proliferação é semelhante a uma resposta do tipo fisiológica (BAUMGART et al.,

2007; OLIVEIRA et al., 2011).

2.4 PODOPLANINA

A PDPN é uma glicoproteína transmembranar do tipo mucina expressa em

podócitos renais humanos e é homóloga à T1α-2, um antígeno expresso sobre a

superfície apical de células alveolares pulmonares do tipo I (ZUSTIN; SCHEUER;

FRIEDRICH, 2010; FRIEDRICH; SCHEUER; ZUSTIN, 2012). Ela tem homólogos em

humanos, camundongos, ratos, cães e hamsters e é relativamente bem conservada

entre as espécies. Apresenta uma ampla variedade de funções, incluindo a

regulação do desenvolvimento dos órgãos, motilidade celular, tumorigênese e

metástases (ASTARITA; ACTON; TURLEY, 2012). Desde que o anticorpo

monoclonal D2-40, que é anti-PDPN, tornou-se conhecido por identificar

especificamente células endoteliais linfáticas, tem sido considerada como um

marcador imunistoquímico importante para linfangiogênese (ZUSTIN; SCHEUER;

FRIEDRICH, 2010; KREPPEL et al., 2010; OKAMOTO et al., 2010; CAETANO et al.,

2012; TSUNEKI et al., 2012; TJIOE et al., 2012).

Foi identificada e estudada em diferentes contextos, por isso é conhecida por

vários nomes. A primeira descrição foi em células endoteliais linfáticas como E11 e

sobre as células fibroblásticas reticulares de órgãos linfóides e como GP38 em

células epiteliais tímicas como. É homóloga a T1a/rTI40, um dos primeiros

marcadores moleculares de células epiteliais alveolares do tipo I; PA2.26, que é

regulada positivamente nos queratinócitos da pele após lesão; OTS-8, uma molécula

induzida em osteoblastos mediante tratamento com éster de forbol; e Aggrus, um

fator de agregação plaquetária. Finalmente, a esta molécula foi dado o nome de

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PDPN devido à sua expressão em podócitos renais e possível envolvimento no

achatamento dos processos podálicos (ASTARITA; ACTON; TURLEY, 2012).

Embora a proteína tenha sido considerada como um marcador específico

para células endoteliais linfáticas, sua expressão tem sido demonstrada também em

várias células normais, bem como em células neoplásicas. No geral, é crucial para o

desenvolvimento de múltiplos órgãos, incluindo o sistema linfático, pulmões e

coração (ASTARITA; ACTON; TURLEY, 2012). Em células e tecidos humanos

normais, além do endotélio linfático, sua expressão tem sido detectada em células

epiteliais basais da pele, no colo do útero, no esôfago, em células mesoteliais

peritoneais, osteócitos, células ependimais, células estromais, células reticulares,

células dendríticas foliculares de órgãos linfóides (OKAMOTO et. al., 2010), além de

podócitos, células alveolares tipo I, células mioepiteliais, células das glândulas

mamárias, glandulares salivares, assim como em miofibroblastos da próstata,

condrócitos, epêndima, plexo coróide e epitélio subependimário (ZUSTIN;

SCHEUER; FRIEDRICH, 2010).

A PDPN foi mais estudada no câncer devido sua atuação na linfangiogênese,

sendo sua imunoexpressão aumentada muitas vezes correlacionada com

prognóstico desfavorável. Em pessoas com câncer, o número de vasos tumorais

positivos para esta proteína é frequentemente utilizado como marcador de

diagnóstico (ASTARITA; ACTON; TURLEY, 2012). Sua expressão também foi

observada em células tumorais de diferentes neoplasias, incluindo o CEO, de

pulmão, de pele, de células granulares e mesotelioma, bem como o condrossarcoma

de baixo grau. Além disso, tem sido implicada no processo de progressão do câncer

oral (ZUSTIN; SCHEUER; FRIEDRICH, 2010).

É sabido que a expressão da PDPN acelera a motilidade celular in vitro e

induz a invasão e metástase de células tumorais malignas. Além disso, sua

superexpressão promove a formação de células alongadas e extensões

citoplasmáticas, aumentando a adesão e migração celular, sugerindo um papel para

essa proteína na reorganização do citoesqueleto. Tem sido demonstrado que o

rearranjo do citoesqueleto de actina ocorre através da ativação de RhoA GTPase

para fosforilar ezrina, que promove a transição epitélio-mesênquima facilitando a

migração celular e metástase (CAETANO et al., 2012; SAWA, 2010; MIYAZAKI et

al., 2009).

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Kreppel et al. (2010) investigaram a influência da imunoexpressão da PDPN

em células epiteliais tumorais de CEOs (80 casos). Tentaram correlacionar a

imunoexpressão dessa proteína com o prognóstico e disseminação metastática via

linfática. Em 67 casos (84%) a PDPN foi expressa nas células tumorais e 19 casos

(24%) apresentaram altos níveis de expressão. A sobrevida global em 5 anos para

os pacientes com altos níveis de expressão dessa proteína foi significativamente

inferior (31%), do que para os pacientes com baixa e moderada expressão (93% e

65%, respectivamente). Houve associação entre a expressão da PDPN e a

freqüência de metástases em linfonodos cervicais. Metástases em linfonodos

cervicais foram encontradas em 79% da pacientes com alta expressão da proteína,

enquanto pacientes com baixa expressão apresentaram metástases em apenas

22%. Nenhum dos 13 casos com ausência de imunoexpressão apresentou

metástase em linfonodos cervicais. Concluíram que a PDPN é expressa

freqüentemente em CEO, e sua expressão elevada está correlaciona com

metástases linfáticas cervicais e com piores prognósticos.

O estudo de Sousa et al. (2012) teve a finalidade de avaliar a densidade de

vasos linfáticos (DVL) e a microdensidade vascular (MDV) em CEOs, por meio dos

anticorpos D2-40 e CD105, respectivamente. A análise foi realizada em áreas

intratumorais e peritumorais do tumor primário, e em linfonodos normais e

metastáticos. A maioria dos casos com envolvimento nodal apresentou alta DVL

peritumoral. A MDV foi estatisticamente associada à metástase. LVD e MVD foram

maiores nos linfonodos metastáticos do que em linfonodos não metastáticos. Assim,

um elevado número de vasos linfáticos em tumores pôde indicar a ocorrência de

linfangiogênese em CEO neste estudo. Os vasos linfáticos e microvasos parecem

regular a propagação e progressão do câncer.

Inoue et al. (2012) analisaram a importância da expressão da PDPN em

células epiteliais de 103 lesões orais pré-cancerígenas (79 leucoplasias, 4

eritrolasias e 20 carcinomas in situ), em células tumorais de 69 CEOs primários sem

metástase, e em 31 CEOs com metástase. Foi realizada análise imunoistoquímica e

de biologia molecular. A imunorreatividade para PDPN foi detectada em 89 (86,4%)

lesões pré-cancerígenas e a intensidade da marcação foi correlacionada com o grau

de displasia epitelial. Elevada expressão foi observada em 66 (95,7%) dos CEOs e

foi significativamente associada com baixo grau de diferencição histopatológica. Na

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transição epitélio-mesênquima foi observada imunocoloração em 18 (58,1%) dos

CEOs primários com metástase para linfonodos regionais. Os achados sugerem que

a PDPN está associada com o desenvolvimento do tumor através da seqüência

displasia oral/carcinoma e poderia estar envolvida em vias de sinalização de

crescimento tumoral e invasão.

Além de sua expressão ter sido confirmada em vários tipos de células

tumorais malignas, incluindo as células do CEO, destaca-se sua positividade em

tecidos embrionários, o que demostra sua propriedade multifuncional. Por

apresentar expressão em germe dentário, foi sugerida uma associação na atividade

celular proliferativa. Nesses, a PDPN está presente em células com atividade

mitótica elevada, isto é, na porção terminal da lâmina dental, bainha epitelial de

Hertwig e pré-ameloblastos. Este padrão de imunomarcação sugere que sua

expressão é necessária durante os processos que exigem alta atividade celular tais

como a proliferação e diferenciação (CAETANO et al., 2012; SAWA, 2010).

O estudo de Imaizumi et al. (2010) teve como objetivo investigar a distribuição

de células que imunoexpressavam PDPN em germes dentários de camundongos,

em vários estágios de desenvolvimento. Na fase de botão, a PDPN foi expressa nas

células epiteliais do germe dentário. Na fase de capuz, ela foi expressa no OE

(epitélio interno e externo). Na fase inicial de campânula, foi observada

imunorreatividade forte no epitélio interno e externo das alças cervicais, e nos

odontoblastos da papila dentária. Na fase final da odontogênese, nos estágios de

formação da coroa e da raiz, a PDPN foi expressa em odontoblastos que estavam

gerando dentina radicular e na bainha epitelial de Hertwig. Estes resultados sugerem

que as células epiteliais do germe dentário adquirem a capacidade de expressar a

PDPN e mantém essa capacidade no epitélio da mucosa oral. A expressão desta

proteína em odontoblastos foi induzida com o desenvolvimento do germe dentário,

mas foi suprimida após a formação completa da dentina primária, o que sugere que

a PDPN pode estar envolvida no crescimento de odontoblastos.

A discussão sobre essa glicoproteína e sua participação nos tumores

odontogênicos é um tema muito recente de estudo. Em ameloblastomas, TOCs,

TOAs, tumores odontogênicos epiteliais calcificantes (TOEC), tumor odontogênico

cístico calcificante e fibro-odontoma ameloblástico a imunoexpressão é membranar

e citoplasmática predominantemente observada nas células epiteliais odontogênicas

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na periferia destes tumores. Em contraste, não se observa a expressão nos

ameloblastos do fibro-odontoma, que são células menos ativas, assim como na

camada superior do revestimento epitelial de TOCs e em TOECs nas células

fantasmas. Apesar dos numerosos estudos sobre a presença de expressão de

PDPN em vários tecidos e tumores orais, pouco se sabe sobre a sua função

fisiológica ou patológica, porém ela parece estar relacionada com a atividade

proliferativa do TOCS e pode tem um papel importante no processo de invasão local

de tumores odontogénicos com e sem ectomesênquima. (CAETANO et al., 2012).

O estudo de Tsuneki et al. (2012) mostrou a imunolocalização diferencial de

PDPN entre quatro tumores odontogênicos, dentre eles o ameloblastoma, TOA,

tumor odontogênico cístico calcificante e TOC, em comparação com outras

moléculas relacionadas com a proliferação celular e via de sinalização da matriz

extracelular. As células PDPN positivas foram localizadas no centro da proliferação

celular, pois coincidiam com as células PCNA (antígeno nuclear de proliferação

celular) positivas, que também estavam distribuídas na periferia/zona basal dos

ninhos de células tumorais. Outro resultado interessante foi que células PDPN

positivas foram sobrepostas por células positivas para a integrina 1, fibronectina, e

MMP-9, sendo a co-localização de MMP-9 também relatada em células endoteliais

linfáticas. Com base nestes dois resultados principais, foi sugerido que esta

glicoproteína está envolvida na remodelação de moléculas de sinalização de matriz

extracelular, que é eventualmente relacionada com o crescimento celular. Portanto

ela não é sempre diretamente envolvida no ciclo celular em si, mas que serve como

uma das moléculas chave, que incluem as vias de sinalização de moléculas de

matriz extracelular para a proliferação celular nestes tumores.

Friedrich, Scheuer e Zustin (2012) analisaram a imunoexpressão da PDPN e

p63 em 6 TOCs de pacientes com a síndrome de Gorlin-Goltz. Imunorreatividade

linear contínua nas células epiteliais basais para PDPN foi observada em todos os

casos. A intensidade da coloração era forte e não diferiu dos casos relatados

anteriormente na literatura. Forte expressão de p63 nuclear foi detectada em

camadas de células basais, e diminuição nas camadas suprabasais. Observaram

que TOCs exibiram aumento da expressão de PDPN em casos associados com a

síndrome. Embora as funções biológicas desta proteína ainda não tenham sido

totalmente reconhecidas, sua expressão é capaz de promover a formação de

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extensões celulares alongadas e aumentar a adesão e migração de células

inflamatórias. Expressão desta proteína em TOC está possivelmente associada com

invasão lenta das estruturas adjacentes e às frequentes recorrências locais deste

tumor odontogênico.

O estudo de Gonzáles-Alva et al. (2010) investigou a imunoexpressão da

PDPN, E-caderina e da vimentina em amostras de ameloblastomas (38 casos) e em

CDs (15 casos). Os resultados mostraram que expressão para PDPN foi detectada

na membrana celular e no citoplasma na maioria das células epiteliais tumorais

odontogênicas dos ameloblastomas. Para os CDs esta proteína foi negativa em 60%

dos casos (9 cistos), mas algumas áreas com reação inflamatória foram fracamente

positivas em 40% dos casos (6 cistos) na camada basal. A imunoexpressão para

PDPN em ameloblastomas foi significativamente mais elevada do que em CDs

(p<0,01). Concluíram que sua expressão está associada com tecidos odontogênicos

neoplásicos e desempenha um papel na migração coletiva de ninhos de células

tumorais em ameloblastomas, sendo que este processo pode estar relacionado com

a reorganização do citoesqueleto.

Okamoto et al. (2010) analisaram a imunoexpressão da PDPN em TOCs (46

casos), cistos odontogênicos ortoceratinizados (COO-11 casos) e CDs (15 casos).

Os resultados mostraram que os TOCs apresentaram positividade para PDPN na

membrana celular e no citoplasma na maioria das camadas basais e suprabasais e

na periferia dos cistos filhos. No caso de COO e CD, somente os casos associados

com inflamação foram positivos para PDPN, fenômeno este semelhante ao que

acontece com gengivas inflamadas. Quando comparado a expressão da PDPN entre

TOC, COO e CD concluiu-se que a PDPN é fortemente expressa em TOC em

comparação com os dois últimos cistos. O padrão de coloração em TOC pode estar

relacionado com a sua natureza neoplásica, e sugere um papel da proteína no

processo de crescimento tumoral.

Em um estudo de Miyazaki et al. (2009) que utilizou anticorpo anti-PDPN em

40 amostras de tecido gengival inflamado foi observada uma forte imunorreatividade

na porção membranar e citoplasmática de células basais epiteliais de gengiva que

exibiam intenso infiltrado inflamatório na lâmina própria subepitelial. Quando existia

leve ou ausente infiltrado inflamatório subepitelial, pouca ou nenhuma

imunorreatividade nas células basais foram observadas. Esta Imunorreatividade

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51

também foi detectada em extensões de células basais, que são frequentemente

observadas no epitélio gengival, mas não em outros tipos de epitélio bucal e implica

que o epitélio gengival pode apresentar características de epitélio odontogênico.

Estes resultados sugerem que os estímulos inflamatórios dos periodontopatógenos

podem induzir a imumoexpressão de PDPN no epitélio sulcular e juncional oral,

aumentando a capacidade migratória do epitélio, essencial para a progressão da

periodontite.

O estudo de Zustin, Scheuer e Friedrich (2010) teve como objetivo analisar a

imunoexpressão da PDPN em 9 germes dentários humanos e 7 dentes

permanentes, extraídos por motivos ortodônticos, assim como em lesões

odontogênicas (10 CRs, 10 CDs, 3 TOCs, 5 ameloblastomas e 2 TOAs). A

expressão da proteína foi detectada na maioria das células epiteliais e

ectomesenquimais dos tecidos dos germes dentários humanos, e nos odontoblastos

e fibroblastos superficiais da polpa de dentes permanentes. Em CRs e CDs houve

forte marcação membranar e citoplasmática na camada basal do revestimento

epitelial. TOC, ameloblastoma plexiforme e TOA revelaram forte marcação

membranar e citoplasmática nas camadas epiteliais basais e parabasais da periferia

do tumor. Concluíram, então, que a PDPN parece estar envolvida em processos

fisiológicos e patológicos, formando extensões celulares alongadas e fibras

odontoblásticas, na transição epitélio-mesênquima, durante o desenvolvimento do

germe dentário, assim como em lesões odontogênicas císticas e neoplásicas.

Sugeriram então que mecanismos semelhantes de adesão celular, envolvimento

epitélio-mesênquima e crescimento são, provavelmente, envolvidos na formação

destas lesões.

A razão pela qual a expressão da PDPN é aumentada durante os processos

com grande atividade celular, bem como durante a resposta inflamatória, permanece

desconhecida (TJIOE et al., 2012). Além disso, existe uma escassez de pesquisas

sobre sua expressão em cistos odontogênicos, sobretudo em CRs e CDs, já que

apresentam alta frequência de acometimentos, porém são de etiologias diferentes.

Dessa forma, novas pesquisas são necessárias para que haja um melhor

entendimento da atuação da PDPN nessas lesões císticas.

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25

Proposição

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53

3 PROPOSIÇÃO

Esta pesquisa se propôs a avaliar e comparar a expressão imunoistoquímica

do EGFR e da PDPN em cistos radiculares e cistos dentígeros, bem como associá-la

com o grau de inflamação, localização celular da imunomarcação e com as camadas

epiteliais imunomarcadas. Pretendeu-se que os resultados contribuíssem para o

melhor entendimento da participação dessas proteínas na patogênese das lesões

císticas analisadas.

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54

Materiais e Métodos

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55

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

O presente estudo foi cadastrado na Plataforma Brasil e seu conteúdo foi

submetido à análise pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS). O projeto foi aprovado com parecer nº 349.001 (ANEXO A).

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo consistiu de uma avaliação observacional, descritiva e retrospectiva

da expressão imunoistoquímica do EGFR e da PDPN em CRs e CDs.

4.2.1 Variáveis

As variáveis analisadas neste estudo foram classificadas segundo informações

que constam nos Quadros 1 e 2.

Quadro 1 – Classificação das variáveis dependentes. Natal-RN, 2014.

VARIÁVEIS DEPENDENTES

TIPO CLASSIFICAÇÃO

Imunoexpressão para EGFR Qualitativa ordinal

Imunoexpressão para podoplanina

Qualitativa ordinal

Quadro 2 – Classificação das variáveis independentes. Natal-RN, 2014.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES

TIPO CLASSIFICAÇÃO

Tipo de cisto Qualitativa nominal mutualmente

exclusiva

Grau de inflamação Qualitativa ordinal

Localização celular da imunocoloração

Qualitativa nominal exaustiva

Camadas epiteliais imunomarcadas

Qualitativa ordinal

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56

4.3 POPULAÇÃO

Todos os casos de CRs e CDs diagnosticados e arquivados no Setor de

Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral do Departamento de

Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entre os

anos de 1985 e 2013.

4.4 AMOSTRA

A amostra foi intencional e composta por 60 espécimes de CRs e CDs incluídos

em parafina, obtidos a partir dos registros do Serviço de Patologia Oral da UFRN.

Estes foram selecionados com a finalidade de se obter 30 casos de CRs e 30 casos

de CDs segundo os critérios de seleção da amostra.

4.4.1 Critérios de seleção da amostra

4.4.1.1 Critérios de Inclusão da Amostra

Foram incluídos casos diagnosticados como CRs e CDs, que exibiram aspectos

histopatológicos bem definidos pré-estabelecidos e confirmados por dados

radiográficos. Foram selecionados apenas os casos que exibiram uma cavidade

patológica revestida total ou parcialmente por epitélio pavimentoso estratificado

não ceratinizado que apresentaram subjacente ao mesmo uma quantidade

suficiente de cápsula fibrosa para realização da análise morfológica.

Para os CRs, não houve restrição com relação ao local de acometimento.

Para os CDs, foram incluídos apenas os espécimes provenientes de lesões em

região de terceiro molar (maxilar ou mandibular) e região anterior da maxila,

associadas a dentes totalmente inclusos.

Foram selecionados apenas os casos que possuíram material biológico

suficiente nos blocos de parafina para o desenvolvimento da pesquisa.

4.4.1.2 Critérios de Exclusão da Amostra

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57

Foram excluídos do estudo os casos que não satisfizeram os critérios de

inclusão anteriormente citados.

4.5 ESTUDO MORFOLÓGICO

O estudo morfológico foi realizado em lâminas coradas pela técnica de rotina

da hematoxilina e eosina, já existentes no arquivo do laboratório de Anatomia

Patológica da disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da

UFRN. Por meio da microscopia de luz, investigou-se a intensidade do infiltrado

inflamatório presente no tecido conjuntivo/cápsula, que foi classificada de acordo

com critérios adaptados do estudo de Tsai et.al. (2004).

No aumento de 100x, a partir da porção luminal das lesões císticas em

direção à periferia, ou seja, a partir da região subepitelial, a cápsula fibrosa foi

dividida em terços, formando três campos microscópicos consecutivos. Os

espécimes cujo infiltrado inflamatório era ausente ou se apresentou restrito ao

primeiro campo microscópico, foram classificados como grau 1 (ausente ou leve

infiltrado inflamatório); as lesões com células inflamatórias presentes até o segundo

campo microscópico foram definidas como grau 2 (moderado infiltrado inflamatório);

e as lesões que exibiram infiltrado inflamatório até o terceiro campo microscópico,

foram categorizadas como de grau 3, conforme ilustra a figura 1. As avaliações

foram realizadas por um único examinador previamente treinado e os dados

transcritos para uma ficha elaborada para o estudo (Apêndice A).

Figura 1: Ilustração da análise do infiltrado inflamatório em CRs, segundo metodologia adaptada do estudo do estudo de Tsai et al. (2004).

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral da UFRN. Fotomicrografia obtida em microscópio de luz no aumento de 100x.

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58

4.6 ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO

Os espécimes fixados em formol a 10%, incluídos em parafina e selecionados

para a pesquisa, foram submetidos a cortes histológicos de 3 µm de espessura e

estendidos em lâminas de vidro, previamente limpas, desengorduradas e

preparadas com adesivo à base de organosilano (3-aminopropyltrietoxy-silano,

Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA). Posteriormente, o material foi submetido

ao método da imunoperoxidase pela técnica baseada em polímeros de dextrano

(ADVANCETM HRP, Dako North America Inc., Carpinteria, CA, USA), utilizando

anticorpos monoclonais anti-EGFR e anti-PDPN, conforme mostra o quadro 3.

Quadro 3 - Especificações dos anticorpos primários utilizados na pesquisa. Natal-RN, 2014.

*Spring Bioscience, Inc., Pleasanton, CA, USA; **Dako North America, Inc., Carpinteria, CA, USA.

Como controle positivo foi utilizado espécime de carcinoma epidermóide oral. O

controle negativo consistiu na substituição do anticorpo primário por albumina de

soro bovino (BSA) a 1% em solução tampão.

A técnica utilizada seguiu o protocolo descrito abaixo:

Desparafinização: 2 banhos em xilol, ambos por 10 minutos em temperatura

ambiente;

Reidratação em cadeia descendente de etanóis:

Álcool etílico absoluto I (3 minutos);

Álcool etílico absoluto II (3 minutos);

Álcool etílico absoluto III (3 minutos);

Álcool etílico 95°GL (3 minutos);

Álcool etílico 80°GL (3 minutos);

Especificidade/ Clone

No

do Catálogo Fabricante Diluição

Sistema

Recuperação Antigênica

Incubação

EGFR (SP9)

SPB

M3090 Spring

Bioscience* 1:200

Advance

Citrato ph 6,0 Pascal

60 minutos

Podoplanina (D2-40)

M3619 Dako** 1:400

Advance

Tris/EDTA ph 9,0 Pascal

Overnight

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59

Remoção de pigmentos formólicos com hidróxido de amônia a 10% em etanol

95° em temperatura ambiente (10 minutos);

Lavagem em água corrente (5 minutos);

Duas passagens em água destilada (3 minutos cada);

Recuperação antigênica (Quadro 3);

Lavagem em água corrente (10 minutos);

Duas passagens em água destilada (5 minutos cada);

Uma incubação dos cortes em solução de peróxido de hidrogênio 3% 10 volumes

para o bloqueio da peroxidase endógena tecidual (15 minutos cada);

Lavagem em água corrente (10 minutos);

Duas passagens em água destilada (5 minutos cada);

Uma passagem em solução tampão TRIS-HCl (tris-hidroximetil-aminometano,

Sigma Chemical Co. St. Louis, MO, USA) pH 7,4;

Incubação dos cortes com anticorpos primários (Quadro 3) em solução diluente

(Antibody diluent with background reducing components, Dako North America Inc.,

Carpinteria, CA, USA);

Duas passagens em solução de Tween 20 a 1% em TRIS-HCl pH 7,4;

Incubação com anticorpo secundário (ADVANCETM HRP Link, Dako North

America Inc., Carpinteria, CA, USA), à temperatura ambiente (30 minutos);

Duas passagens em solução de Tween 20 a 1% em TRIS-HCl pH 7,4 (5 minutos

cada);

Incubação com anticorpo polimerizado à peroxidase (ADVANCETM HRP Enzyme,

Dako North America Inc., Carpinteria, CA, USA e Kit LSAB HRP, Dako Cytomation,

Carpinteria, CA, USA), à temperatura ambiente (30 minutos);

Duas passagens em solução tampão TRIS-HCL pH 7,4 (5 minutos cada);

Revelação da reação com solução cromógena de 3,3-diaminobenzidina (Liquid

DAB+ Substrate, Dako North America Inc., Carpinteria, CA, USA) (10 minutos);

Lavagem em água corrente (10 minutos);

Passagens rápidas em água destilada (2 trocas);

Contracoloração com hematoxilina de Mayer, à temperatura ambiente (10

minutos);

Desidratação em cadeia ascendente de etanóis:

Álcool etílico 80°GL (2 minutos);

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Álcool etílico 95°GL (2 minutos);

Álcool etílico absoluto I (5 minutos);

Álcool etílico absoluto II (5 minutos);

Álcool etílico absoluto III (5 minutos);

Duas passagens em xilol (2 minutos cada);

Montagem em resina Permount® (Fisher Scientific Inc., Fair Lawn, NJ, USA),

para análise em microscópio de luz.

4.7 ANÁLISE IMUNOISTOQUÍMICA

As lâminas coradas pela técnica de imunoistoquímica foram analisadas em

microscópio de luz, em um aumento de 400x e as características do padrão de

expressão celular de cada imunomarcador anotadas em fichas especiais

previamente elaboradas para o estudo (Apêndice B).

A análise das células imunomarcadas para EGFR e PDPN foi realizada

somente no revestimento epitelial, de forma semiquantitativa, segundo metodologia

adaptada do estudo de Gonçalves et al. (2012). Foram consideradas imunopositivas

as células do revestimento epitelial cístico que apresentaram coloração

acastanhada, independente da intensidade. Os casos foram classificados de acordo

com a porcentagem de células positivas em: Escore I - 0 a 5% de células positivas;

Escore II - 5 a 50% de células positivas; Escore III - acima de 50% das células

positivas.

Seguindo a metodologia adaptada do estudo de Oliveira et al. (2011), foi

analisada também a localização da imunomarcação nas células individualmente

(membranar, citoplasmática, ou em ambas) e nas diferentes camadas do epitélio

(basal, suprabasal e superficial).

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise descritiva e inferencial dos dados foi realizada por meio do software

Statistics Package of the Social Sciences versão 20 (IBM, São Francisco, CA, EUA).

Para avaliar as possíveis associações entre as variáveis dependentes

(Imunomarcação para EGFR e PDPN) com as variáveis independentes (tipo de

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61

cisto, intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e

número de camadas epiteliais imunomarcadas) utilizou-se o teste de Qui-quadrado e

Exato de Fisher, ambos com nível de significância estatística de 5%. Foram utilizados

estes testes, tendo em vista que os dados são de natureza qualitativa e, portanto,

sem distribuição normal.

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25

Resultados

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63

5 RESULTADOS 5.1 RESULTADOS DO ESTUDO MORFOLÓGICO

A análise morfológica dos casos de CRs e CDs revelou que estes

apresentaram aspectos histopatológicos compatíveis com os descritos na literatura.

Observou-se a presença de uma cavidade cística revestida total ou parcialmente por

epitélio pavimentoso estratificado não ceratinizado. Os CRs exibiram número de

camadas epiteliais variadas, apresentando 13 casos com epitélio hiperplasiado, 9

com epitélio hiperplasiado e áreas de atrofia e 8 com epitélio atrófico. A cápsula de

tecido conjuntivo fibroso destes cistos apresentou intenso infiltrado inflamatório (grau

3) na maioria dos casos, o que conferia ao epitélio alterações como espongiose,

degeneração hidrópica, exocitose e hiperplasia (Figura 2-A,B,C). Para os CDs, a

maioria dos casos exibiu um delgado revestimento epitelial e interface plana com o

tecido conjuntivo (14 casos com epitélio atrófico, 9 com epitélio atrófico e áreas de

hiperplasia e 8 com epitélio hiperplasiado). Na cápsula fibrosa destes cistos

predominou ausente ou leve infiltrado inflamatório (grau 1), apresentando alguns

casos com moderado infiltrado inflamatório (grau 2), que conferia a ele maior

número de camadas epiteliais e algumas alterações como espongiose e

degeneração hidrópica (Figura 2-D,E,F). Como a intensidade da inflamação foi o

critério morfológico analisado, constam na tabela 1 os dados referentes à

distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório quanto ao tipo de cisto.

Tabela 1: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014.

Cisto radicular Cisto dentígero

N % N %

Intensidade do infiltrado inflamatório

Grau 1- Ausente ou Leve 6 20 19 63,3

Grau 2 - Moderado 7 23,3 11 36,7

Grau 3 - Intenso 17 56,7 - -

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

5.2 RESULTADOS DO ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO

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64

O estudo imunoistoquímico mostrou que todos os casos de CRs e CDs

apresentaram imunomarcação para EGFR. Para PDPN, todos os casos de CDs e

quase a totalidade dos CRs apresentaram imunomarcação.

Os resultados revelaram que a maioria dos casos de ambos os cistos

apresentaram escore III de imunomarcação para o EGFR, ou seja, ambas as lesões

exibiram elevada expressão. Para a PDPN, os CRs apresentaram maior

imunomarcação, com a maioria dos casos apresentando escore III quando

comparado aos CDs, onde a maioria dos casos apresentarou escore II. A tabela 2

mostra a caracterização da amostra quanto aos escores de imunomarcação celular

para o EGFR e a PDPN, de acordo com o tipo de cisto.

Tabela 2: Distribuição dos escores de imunomarcação para EGFR e PDPN quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014.

Cisto radicular Cisto dentígero

Células epiteliais imunomarcadas para

EGFR N % N %

Escore I - Até 5% 1 3,3 - -

Escore II - De 5 a 50% 1 3,3 1 3,3

Escore III - Acima de 50% 28 93,3 29 96,7

Células epiteliais imunomarcadas para

PDPN

Escore I - Até 5% 6 20 2 6,7

Escore II - De 5 a 50% 8 26,7 21 70

Escore III - Acima de 50% 16 53,3 7 23,3

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

Quanto à localização celular da imunomarcação para o EGFR, ambos os

cistos apresentaram predominância de positividade apenas no citoplasma, seguida

pela associação de membranar e citoplasmática (Figuras 3 e 4). Com relação à

localização celular da imunomarcação para PDPN em ambos os cistos, predominou

a imunomarcação membranar e citoplasmática associadas, seguida pela membranar

e pela citoplasmática (Figuras 5 e 6), conforme mostra a tabela 3.

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65

Tabela 3: Distribuição da localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014.

Cisto radicular Cisto dentígero

N % n %

Localização celular da imunomarcação para

EGFR

Membranar - - - -

Citoplasmática 17 56,7 23 76,7

Ambas 13 43,3 7 23,3

Localização celular da imunomarcação para

PDPN

Membranar 10 34,5 7 23,3

Citoplasmática 2 6,8 1 3,3

Ambas 17 58,6 22 73,3

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

A tabela 4 mostra o perfil de imunomarcação para EGFR e PDPN por

camadas epiteliais, de acordo com o tipo de cisto. As informações inicialmente foram

computadas por caso, havendo casos onde uma ou mais camadas apresentaram

células imunomarcadas. Para ambas as lesões houve imunomarcação do EGFR em

praticamente todas as camadas epiteliais, na maioria dos casos (Figuras 3 e 4).

Para PDPN, tanto em CRs como em CDs, a camada epitelial mais frequentemente

imunomarcada foi a basal (Figuras 5 e 6).

Tabela 4: Distribuição das camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN quanto ao tipo de cisto. Natal-RN, 2014.

Cisto radicular Cisto dentígero

N % n %

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para EGFR

Basal 28 93,3 30 100

Suprabasal 28 93,3 30 100

Superficial 30 100 30 100

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para PDPN

Basal 29 96,7 30 100

Suprabasal 19 63,3 15 50

Superficial 20 66,7 9 30

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

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66

A distribuição dos escores de imunomarcação com relação à intensidade do

infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais

imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CRs, constam na tabela 5.

Quando se analisou a distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório

com os escores de imunomarcação, nos casos de CRs, pode-se perceber que a

maioria dos casos apresentou imunomarcação celular escore III para EGFR,

independente do grau de inflamação. Para PDPN, a maioria dos casos com infiltrado

inflamatório grau 3 apresentou imunomarcação escore III.

Tabela 5: Distribuição dos escores de imunomarcação com relação à intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CRs. Natal-RN, 2014.

EGFR PDPN

Escore I

(%)

Escore II

(%)

Escore III

(%)

Escore I

(%)

Escore II

(%)

Escore III

(%)

Intensidade do

infiltrado

inflamatório

Grau 1 - - 6 (100) 2 (33,3) 2 (33,3) 2 (33,3)

Grau 2 - - 7 (100) - 4 (57,1) 3 (42,9)

Grau 3 1 (5,9) 1 (5,9) 15 (88,2) 4 (23,5) 2 (11,8) 11 (64,7)

Localização

celular da

imunomarcação

Membranar - - - 2 (20) 2 (20) 6 (60)

Citoplasmática 1 (5,9) - 16 (94,1) 1 (50) 1 (50) -

Ambas - 1 (7,7) 12 (92,3) 2 (11,8) 5 (29,4) 10 (58,8)

Quantidade de

cada camada

epitelial

imunomarcada

Basal - - 28 (100) 5 (17,2) 8 (27,6) 16 (55,2)

Suprabasal - - 28 (100) 1 (5,3) 2 (10,5) 16 (84,2)

Superficial 1 (3,3) 1 (3,3) 28 (93,3) 2 (10) 3 (15) 15 (75)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

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67

A tabela 6 mostra a distribuição dos escores de imunomarcação com relação

à intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e

camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CDs.

Para o EGFR, quase a totalidade dos casos apresentou escore III de

imunomarcação, independente da intensidade do infiltrado inflamatório. Para PDPN,

a maioria apresentou escore II de imunomarcação, independente da intensidade do

infiltrado inflamatório.

Tabela 6: Distribuição dos escores de imunomarcação com relação à intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CDs. Natal-RN, 2014.

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

A tabela 7 mostra a distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com

relação à localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos de

CRs. Na tabela 8, têm-se a distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com

EGFR PDPN

Escore I

(%)

Escore II

(%)

Escore III

(%)

Escore I

(%)

Escore II

(%)

Escore III

(%)

Intensidade do

infiltrado

inflamatório

Grau 1 - 19 (100) 2 (10,5) 14 (73,7) 3 (15,8)

Grau 2 - 1 (9,1) 10 (90,9) - 7 (63,6) 4 (36,4)

Grau 3 - - - - - -

Localização

celular da

imunomarcação

Membranar - - - 1 (14,3) 5 (71,4) 1 (14,3)

Citoplasmática - 1 (4,3) 22 (95,7) - - 1 (100)

Ambas - - 7 (100) 1 (4,5) 16 (72,7) 5 (22,8)

Quantidade de

cada camada

epitelial

imunomarcada

Basal - 1 (3,3) 29 (96,7) 2 (6,7) 21 (70) 7 (23,3)

Suprabasal - 1 (3,3) 29 (96,7) - 8 (53,3) 7 (46,7)

Superficial - 1 (3,3) 29 (96,7) - 2 (22,2) 7 (77,8)

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68

relação à localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos de

CDs.

Tabela 7: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação à localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos de CRs. Natal-RN, 2014.

Intensidade do infiltrado inflamatório

Grau 1

(%)

Grau 2

(%)

Grau 3

(%)

Localização celular da imunomarcação do

EGFR

Membranar - - -

Citoplasmática 5 (29,4) 3 (17,6) 9 (52,9)

Ambas 1 (7,7) 4 (30,8) 8 (61,5)

Localização celular da imunomarcação da

PDPN

Membranar 2 (20) 1 (10) 7 (70)

Citoplasmática 2 (100) - -

Ambas 2 (11,8) 6 (35,3) 9 (52,9)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

Tabela 8: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação à localização celular da imunomarcação para EGFR e PDPN nos casos de CDs. Natal-RN, 2014.

Intensidade do infiltrado inflamatório

Grau 1

(%)

Grau 2

(%)

Grau 3

(%)

Localização celular da imunomarcação do

EGFR

Membranar - - -

Citoplasmática 14 (60,9) 9 (39,1) -

Ambas 5 (71,4) 2 (28,6) -

Localização celular da imunomarcação da

PDPN

Membranar 5 (71,4) 2 (28,6) -

Citoplasmática - 1 (100) -

Ambas 14 (63,6) 8 (36,4) -

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

A distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação às

camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CRs consta

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69

na tabela 9. A tabela 10 mostra a distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório

com relação às camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos

de CDs.

Tabela 9: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação às camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CRs. Natal-RN, 2014.

Intensidade do infiltrado inflamatório

Grau 1

(%)

Grau 2

(%)

Grau 3

(%)

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para EGFR

Basal 6 (21,4) 7 (25) 15 (53,6)

Suprabasal 6 (21,4) 7 (25) 15 (53,6)

Superficial 6 (20) 7 (23,3) 15 (56,7)

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para PDPN

Basal 6 (20,7) 7 (24,1) 16 (55,2)

Suprabasal 2 (10,5) 4 (21,1) 13 (68,4)

Superficial 2 (10) 4 (20) 14 (70)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

Tabela 10: Distribuição da intensidade do infiltrado inflamatório com relação às camadas epiteliais imunomarcadas para EGFR e PDPN nos casos de CDs. Natal-RN, 2014

Intensidade do infiltrado inflamatório

Grau 1

(%)

Grau 2

(%)

Grau 3

(%)

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para EGFR

Basal 19 (63,3) 11 (36,7) -

Suprabasal 19 (63,3) 11 (36,7) -

Superficial 19 (63,3) 11 (36,7) -

Quantidade de cada camada epitelial

imunomarcada para PDPN

Basal 19 (63,3) 11 (36,7) -

Suprabasal 8 (53,3) 7 (46,7) -

Superficial 4 (44,4) 5 (55,6) -

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

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70

A tabela 11 mostra a distribuição da localização celular da imunomarcação

com relação às camadas epiteliais imunomarcadas para os casos de CRs. Pode-se

observar que, para o EGFR, houve praticamente igual distribuição entre a

imunolocalização citoplasmática e associada (membranar e citoplasmática) entre as

camadas. Para PDPN, a maioria dos casos com imunomarcação na basal,

suprabasal e superficial apresentaram imunolocalização associada na membrana e

no citoplasma.

Na tabela 12 constam os dados referentes à distribuição da localização

celular da imunomarcação com relação às camadas epiteliais imunomarcadas, para

os casos de CDs. Pode-se observar que, para o EGFR, a maioria dos casos com

imunomarcação na camada basal, suprabasal e superficial apresentou

imunolocalização citolasmática. Para PDPN, a maioria dos casos que

imunomarcaram a camada basal, subrabasal e superficial apresentavam

imunomarcação celular associados na membrana e no citoplasma.

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71

Tabela 11: Distribuição da localização celular da imunomarcação com relação às camadas epiteliais imunomarcadas nos casos de CRs. Natal-RN, 2014.

Localização celular da imunomarcação para EGFR Localização celular da imunomarcação para PDPNa

Membranar (%)

Citoplasmática (%)

Ambas (%)

Membranar (%)

Citoplasmática (%)

Ambas (%)

Quantidade de cada camada epitelial imunomarcada

Basal - 16 (57,1) 12 (42,9) 10 (34,5) 2 (6,9) 17 (58,6)

Suprabasal - 16 (57,1) 12 (42,9) 7 (36,8) - 12 (63,2)

Superficial - 17 (56,7) 13 (43,3) 7 (35) - 13 (65)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN. a Um caso de cisto radicular foi excluído, por não apresentar imunomarcação celular para PDPN.

Tabela 12: Distribuição da localização celular da imunomarcação com relação às camadas epiteliais imunomarcadas nos casos de CDs. Natal-RN, 2014.

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

Localização celular da imunomarcação para EGFR

Localização celular da imunomarcação para PDPN

Membranar (%) Citoplasmática (%) Ambas (%) Membranar (%) Citoplasmática (%) Ambas (%)

Quantidade de cada camada epitelial imunomarcada

Basal - 23 (76,7) 7 (23,3) 7 (23,3) 1 (3,3) 22 (73,3)

Suprabasal - 23 (76,7) 7 (23,3) 4 (26,7) 1 (6,7) 10 (66,7)

Superficial - 23 (76,7) 7 (23,3) 1 (11,1) 1 (11,1) 7 (77,8)

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72

5.3 RESULTADOS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os testes estatísticos foram aplicados associando as variáveis dependentes e

independentes. Foi realizado o teste Exato de Fisher para observar se existia ou não

diferença estatisticamente significativa dos escores de imunomarcação do EGFR e

da PDPN entre os dois tipos de cistos analisados. Houve diferença estatisticamente

significativa entre os cistos somente com relação à imunoexpressão da PDPN

(p=0,033), já que esta proteína apresentou maior escore de imunomarcação nos

CRs. Entretanto, para que fosse possível realizar o teste, a variável dependente

precisou ser recategorizada, juntando-se os escores I e II, permanecendo o escore

III separado. Optou-se por unir os escores I e II, pois, como as proteínas analisadas

são encontradas em quantidade de destaque mesmo na mucosa oral normal (escore

I e II), somente sua superexpressão (escore III) representaria ativividade mais

intensa dessas proteínas (Tabela 13).

Tabela 13: Teste Exato de Fisher entre escores de imunomarcação do EGFR e da PDPN quanto aos tipos de cistos analisados. Natal-RN, 2014.

EGFR

p

PDPN

P Escore I e II

(%)

Escore III (%) Escore I e II

(%)

Escore III

(%)

Tipo de

cisto

Radicular

2 (6,7) 28 (93,3)

1,000

14 (46,7) 16 (53,3)

0,033

Dentígero

1 (3,3) 29 (96,7) 23 (76,7) 7 (23,3)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

As tabelas 14 (CRs) e 15 (CDs) exibem a análise estatística da associação

entre os escores de imunomarcação para EGFR e PDPN e a intensidade do

infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais

imunomarcadas, de acordo com o teste de Qui-quadrado/Exato de Fisher. Para que

fosse possível realizar o teste, a variável independente, que diz respeito à

intensidade do infiltrado inflamatório, precisou ser recategorizada, juntando-se o

grau 2 e 3, permanecendo o grau 1 separado, uma vez que a presença de um

moderado a intenso infiltrado inflamatório nos CRs é um achado comum, e nos CDs

a ausência ou escassez é o achado mais frequente.

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73

Os casos de CRs com imunomarcação do EGFR escore III exibiram maior

positividade nas camadas basal e suprabasal (p=0,002). Os casos de CRs com

imunomarcação para PDPN escore III apresentaram uma associação significativa

com imunomarcação nas camadas suprabasal e superficial (p<0,001) (Tabela 14).

Para os casos de CDs com imunomarcação da PDPN escore III, pôde-se obsevar

que estes também estão associados significativamente com a imunomarcação nas

camadas suprabasal e superficial (p= 0,006; p<0,001, respectivamente) (Tabela 15).

Tabela 14: Associação da imunomarcação para EGFR e PDPN quanto à intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas, de acordo com o Teste de Qui-quadrado/Exato de Fisher para os casos de CRs. Natal-RN, 2014.

EGFR

p

PDPN

P Escore I

e II (%)

Escore III

(%)

Escore I

e II (%)

Escore III

(%)

Intensidade do infiltrado

inflamatório

Grau 1 - 6 (100) 1,000

d

4 (66,7) 2 (33,3) 0,378

d

Grau 2 e Grau 3 2 (8,3) 22 (91,7) 10 (41,7) 14 (58,3)

Localização celular da

imunomarcaçãob

Membranar - -

0,448d

4 (40) 6 (60)

-c Citoplasmática - 16 (100) 2 (100) -

Ambas 1 (7,7) 12 (92,3) 7 (41,2) 10 (58,8)

Camada epitelial

imunomarcada

Basal

Presente - 28 (100) 0,002

d

13 (44,8) 16 (55,2) 0,467

d

Ausente 2 (100) - 1 (100) -

Suprabasal

Presente - 28 (100) 0,002

d

3 (15,8) 16 (84,2) <0,001

d

Ausente 2 (100) - 11 (100) -

Superficial

Presente 2 (6,7) 28 (93,3) -a

5 (25) 15 (75) <0,001

d

Ausente - - 9 (90) 1 (10)

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN. a Não foi possível realizar o teste de Exato de Fisher, devido a variável permanecer constante.

b Um caso de cisto radicular foi excluído, por não apresentar imunomarcação celular para PDPN.

c Não foi possível realizar o teste de Qui-quadrado, por haver caselas com contagem esperada menor

que 5. d Teste Exato de Fisher.

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74

Tabela 15: Associação da imunomarcação para EGFR e PDPN quanto à intensidade do infiltrado inflamatório, localização celular da imunomarcação e camadas epiteliais imunomarcadas, de acordo com o Teste Exato de Fisher para os casos de CDs. Natal-RN, 2014.

EGFR

P

PDPN

P Escore I e

II (%)

Escore III

(%)

Escore I e

II (%)

Escore III

(%)

Intensidade do

infiltrado inflamatório

Grau 1 - 19 (100) 0,367

16 (84,2) 3 (15,8) 0,372

Grau 2 e Grau 3 1 (9,1) 10 (90,9) 7 (63,6) 4 (36,4)

Localização celular da

imunomarcação

Membranar - -

1,000

6 (85,7) 1 (14,3)

-b Citoplasmática 1 (4,3) 22 (95,7) - 1 (100)

Ambas - 7 (100) 17 (77,3) 5 (22,7)

Camada epitelial

imunomarcada

Basal

Presente 1 (3,3) 29 (96,7) -a

23 (76,7) 7 (23,3) -a

Ausente - - - -

Suprabasal

Presente 1 (3,3) 29 (96,7) -a

8 (53,3) 7 (46,7) 0,006

Ausente - - 15 (100) -

Superficial

Presente 1 (3,3) 29 (96,7) -a

2 (22,2) 7 (77,8) <0,001

Ausente - - 21 (100) -

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN. a Não foi possível realizar o teste, pois a variável permaneceu constante.

b Não foi possível realizar o teste, por haver caselas com contagem esperada menor que 5.

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75

Figura 2:

Figura 12- Imunomarcação citoplasmática para EGFR em cistos radicular.

Figura 13- Imunomarcação citoplasmática para

EGFR em cistos radicular.

A D

B E

F

Figura 2: Características morfológicas de CRs e CDs. A) CR com infiltrado inflamatório grau 1 e epitélio atrófico. B) CR com infiltrado inflamatório grau 2, epitélio hiperplasiado e com projeções. C) CR com infiltrado inflamatório grau 3. D) CD com infiltrado inflamatório ausente (grau 1) e epitélio atrófico. E) CD com infiltrado inflamatório grau 1 (leve infiltrado inflamatório). F) CD com infiltrado inflamatório grau 2 (H/E, 100x).

C

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

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76

Figura 3: Imunoexpressão do EGFR em CRs. A) Imunolocalização citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 1. a) Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática. B) Imunolocalização citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 3. b) Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática. C) Imunolocalização membranar e citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 1. c) Maior detalhe da imulocalização membranar e citoplasmática associada. A seta preta mostra células com imunolocalização membranar (ADVANCE, 400x).

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

C

c

B

b

a

A

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77

Figura 4: Imunoexpressão do EGFR em CDs. A) Imunolocalização citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 1. a) Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática. B) Imunolocalização citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 1. b) Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática. C) Imunolocalização membranar e citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 2. c) Maior detalhe da imunolocalização membranar e citoplasmática associada (ADVANCE, 400x).

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

C

c

B

b

A

a

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78

Figura 5: Imunoexpressão da PDPN em CRs. A) Imunolocalização membranar nas camadas basal e

suprabasal, infiltrado inflamatório grau 3. a) Maior detalhe da imunolocalização membranar. B)

Imunolocalização membranar e citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório

grau 3. b) Maior detalhe da imunolocalização membranar e citoplasmática associada. C)

Imunolocalização citoplasmática nas camadas basal e suprabasal, infiltrado inflamatório grau 1. c)

Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática (ADVANCE, 400x).

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

C

c

B

b

A

a

Page 81: IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA …...Viviane Alves de Oliveira Maia IMUNOEXPRESSÃO DO EGFR E DA PODOPLANINA EM CISTOS RADICULARES E DENTÍGEROS Dissertação apresentada

79

Figura 6: Imunoexpressão da PDPN em CDs. A) Imunolocalização membranar nas camadas basal e suprabasal, infiltrado inflamatório grau 1. a) Maior detalhe da imunolocalização membranar. B) Imunolocalização membranar e citoplasmática em todas as camadas epiteliais, infiltrado inflamatório grau 2. b) Maior detalhe da imunolocalização membranar e citoplasmática associada. C) Imunolocalização citoplasmática na camada basal, infiltrado inflamatório grau 1. c) Maior detalhe da imunolocalização citoplasmática (ADVANCE, 400x).

Fonte: Programa de Pós-graduação em Patologia Oral/UFRN.

C

c

B

b

A

a

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80

Discussão

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81

6 DISCUSSÃO

Os CRs e CDs são as lesões císticas odontogênicas mais prevalentes,

tornando-as alvos de numerosas pesquisas que objetivam compreender melhor suas

etiopatogenias. Sabe-se que esses cistos apresentam etiologias diferentes, sendo

os CDs com estímulo indutor ainda desconhecido. Os mecanismos de

estabelecimento e crescimento dessas lesões não são completamente esclarecidos,

porém, acredita-se que a proliferação epitelial tenha um papel importante, o que

torna relevante o estudo de possíveis biomarcadores envolvidos neste processo.

Acredita-se que o EGFR e a PDPN possam participar da formação e crescimento

desses cistos, através do processo de estimulação epitelial.

A formação dos cistos está relacionada com a proliferação de restos epiteliais,

que são ativados pela liberação de citocinas e/ou fatores de crescimento, produzidos

principalmente durante processos inflamatórios (ISAAC et al., 2010; MORAES et al.,

2011). Nestes processos, estão presentes células como os macrófagos que, dentre

outras, são importantes por produzirem uma diversidade de fatores de crescimento,

dentre os quais incluem: EGF, FGF (fator de crescimento de fibroblastos), PDGF

(fator de crescimento derivado de plaquetas), TGF-β (fator de crescimento

transformante beta) e VEGF (fator de crescimento endotelial vascular). O EGF atua

realizando quimiotaxia e proliferação de fibroblastos, assim como proliferação e

quimioatração de queratinócitos. Assim, para que EGF atue, é necessária a

presença de seu receptor (EGFR), que também é expresso durante processos

inflamatórios (ISAAC et al., 2010). Acredita-se que a expressão da PDPN também

seja influenciada pela inflamação, porém a razão pela qual sua expressão é

reforçada durante os processos de alta atividade celular e resposta inflamatória

permanece desconhecida (TJIOE et al., 2012).

Assim, diante dos poucos trabalhos com essas proteínas (EGFR e PDPN),

nessas lesões císticas (CRs e CDs), este estudo buscou avaliar e comparar a

expressão imunoistoquímica do EGFR e da PDPN em CRs e CDs e associá-la com

o grau de inflamação, localização celular da imunocoloração e com as camadas

epiteliais imunomarcadas, na tentativa de contribuir para o melhor entendimento da

participação dessas proteínas na patogenia dessas lesões.

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82

O EGF atua em células alvo através da ligação a um receptor de superfície

célular específico (EGFR). Esta ligação leva à auto fosforilação do receptor de

tirosina cinase, sendo este considerado o primeiro passo para uma cadeia de

reações que culminam em mitose. As ativações de vias de transdução de sinal

estão, portanto, envolvidas na regulação da proliferação e diferenciação celular

epitelial (VICENTE et al., 2010).

Pôde-se observar que para o EGFR, no presente estudo, todos os casos de

CRs e CDs apresentaram imunomarcação em células epiteliais. Além disso, dos 30

casos de cada cisto que foram analisados, quase a totalidade (28 casos de CR e 29

de CD) apresentaram imunomarcação escore III, ou seja, elevada imunoexpressão.

Adicionalmente, não houve diferença estatística significativa na imunoexpressão do

EGFR entre as lesões analisadas. Com isso, pode-se sugerir que o EGFR participa

da patogênese das lesões císticas analisadas, através da proliferação epitelial.

Resultados similares aos do presente estudo foram encontrados no trabalho

de Li et al. (1993) e Gonçalves et al. (2012). Os resultados do estudo de Li et al.

(1993) corroboram os dados de imunoexpressão apresentados pelo presente

estudo, visto que o revestimento epitelial de todos os CRs e CDs analisados

expressaram o EGFR, apesar da metodologia de análise ser diferente. O estudo de

Gonçalves et al. (2012) utilizou metodologia e número de casos semelhantes. Neste,

todos os CRs e CDs apresentaram alta imunoexpressão do EGFR (acima de 50% de

células positivas), e não houve diferença estatística significativa na imunoexpressão

deste receptor entre as lesões, resultados esses que também foram encontrados no

presente estudo.

No entanto, os resultados acima expostos estão em contradição aos

apresentados no trabalho de Shrestha et al. (1992), aos outros dados apresentados

no estudo de Li et al. (1993), e aos resultados do estudo de Vicente et al. (2010). No

estudo de Shrestha et al. (1992), os autores analisaram, dentre outras lesões, os

CRs, que apresentaram imunopositividade para EGFR em 35% dos casos, e os CDs

com imunopositividade em 47,4% dos casos. Estas porcentagens são inferiores as

encontradas no presente estudo, onde todos os casos, em ambos os cistos,

apresentaram imunopositividade, e não houve diferença de imunomarcação entre os

tipos de cistos.

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83

Li et al. (1993) também encontraram que o revestimento epitelial dos cistos de

desenvolvimento apresentou imunocoloração mais intensa para EGFR, do que os

cistos inflamatórios. Os autores afirmaram que a maior expressão do EGFR nos

cistos de desenvolvimento apoia a ideia de que diferentes mecanismos de iniciação

e controle de proliferação de células epiteliais estão envolvidos em suas formações.

Assim, como no presente estudo não houve diferença estatística significativa entre a

imunoexpressão do EGFR entre os cistos e para os dois tipos de cistos a maioria

dos casos foi escore III, pode-se sugerir que, ao contrário do que afirmaram Li et al.

(1993), mecanismos semelhantes de iniciação e controle de proliferação de células

epiteliais podem estar envolvidos em suas formações, apesar de apresentarem

etiologias diferentes.

O estudo de Vicente et al. (2010) mostrou que houve imunoexpressão positiva

para EGFR em apenas 30% dos casos de CRs e 40% dos casos de CDs. Estas

porcentagens também mostraram-se-se inferiores as encontradas no atual estudo,

onde, como já relatado, ambos os cistos analisados apresentaram imunomarcação

positiva para EGFR em todos os casos e, portanto, não houve diferença de

imunoexpressão entre as lesões.

É sabido que os CRs são originados pela proliferação dos REM (LATOO et

al., 2009). Nordlund et al. (1991) encontraram que REM não proliferantes no

ligamento periodontal apresentaram a superfície de todas as células coradas

intensamente com o anticorpo anti-EGFR. No presente estudo, todos os casos de

CRs apresentaram imunomarcação para o EGFR, sendo que a grande maioria

apresentou escore III, ou seja, elevada imunomarcação. Esses resultados

associados sugerem que, no desenvolvimento dos CRs, os REM mantêm a

capacidade de proliferação mediada pelo EGF e, portanto, esse fator de crescimento

epidérmico e seu receptor contribuem para o estabelecimento e crescimento deste

tipo de cisto.

Acredita-se que os CDs possam se desenvolver a partir da proliferação de

remanescentes do OE ou do EROE, através de acúmulo de líquido entre as

camadas destes, após a formação completa ou parcial da coroa dental (LIMA et al,

2013). Cobo et al. (1992) mostraram que em dentes de ratos que não erupcionaram,

moderada imunorreatividade para EGF e EGFR estava presente nos ameloblastos e

nas células do epitélio interno do órgão do esmalte. Sabendo da constituição do

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EROE e do OE, a moderada imunorreatividade encontrada nestes locais, associada

com os dados encontrados no atual estudo, onde todos os casos de CDs

apresentaram imunomarcação, sendo que quase a totalidade apresentou escore III

para EGFR, pode-se supor que no desenvolvimento de CDs, estas células epiteliais

do OE ou do EROE aumentam a capacidade de proliferação mediada pelo EGF e,

portanto, este fator de crescimento epidérmico e seu receptor poderiam contribuir,

também, para o estabelecimento e crescimento desse tipo de cisto. Apesar de o

estudo de Cobo et al. (1992) ter sido realizado em ratos, acredita-se que processos

semelhantes ocorram em humanos.

Quando se associa a intensidade do infiltrado inflamatório com as células

epiteliais imunomarcadas para EGFR em CRs e CDs, pode-se perceber que, para os

dois tipos de cistos, não foram observadas diferenças estatísticas significativas.

Portanto, a inflamação parece não influenciar na imunomarcação do EGFR nas

células epiteliais dessas lesões. Este resultado está em concordância com o estudo

de Gonçalves et al. (2012), porém, discorda dos resultados apresentados no estudo

de Li et al. (1993). Gonçalves et al. (2012) analisaram, em CRs, a imunoexpressão

do EGFR, bem como a sua associação com a intensidade do infiltrado inflamatório.

Foi observado que a reação inflamatória não influenciou a expressão do EGFR no

revestimento epitelial, corroborando, portanto, os resultados do presente estudo,

apesar de utilizarem forma de análise do infiltrado inflamatório diferente.

O estudo de Li et al. (1993) mostrou que o revestimento epitelial de

ceratocistos odontogênicos (atualmente denominados de tumor odontogênico

ceratocístico) e de CDs expressavam níveis mais elevados de imunomarcação do

EGFR do que o revestimento de CRs, como relatado anteriormente. A menor

intensidade de coloração do EGFR em CRs coincidia com a presença de alterações

degenerativas no interior do epitélio associadas com infiltrado de células

inflamatórias no local. Foi sugerido que níveis de expressão do EGFR parecem estar

relacionados com a presença de inflamação no interior do tecido conjuntivo

adjacente (inversamente relacionada) em vez da proliferação de células epiteliais.

A imunolocalização do EGFR parece ser importante por determinar a

velocidade da resposta celular proliferativa a estímulos (OLIVEIRA et al., 2011;

GONÇALVES et al. 2012). No estudo de Baumgart et al. (2007), os autores

observaram que expressões citoplasmáticas e associadas (membranares e

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citoplasmáticas) foram observadas na mucosa oral normal, principalmente nas

camadas proliferativas (basal e suprabasal). As células que apresentam coloração

citoplasmática apenas ou coloração combinada (membranar e citoplasmática), em

que todos ou alguns dos receptores tenham sido interiorizados, mostram uma

resposta mais lenta, do tipo fisiológica.

Nos casos em que o EGFR é restrito à membrana celular, a resposta, na

presença de um ligante, é mais rápida. Caso contrário, se estiver internalizado no

citoplasma, a resposta proliferativa decorrente de estimulação é mais lenta.

(OLIVEIRA et al., 2011; GONÇALVES et al. 2012).

Os resultados apresentados sobre a localização celular da imunomarcação no

presente estudo indicaram que predominou, tanto em CRs como em CDs, a

imunorreatividade citoplasmática, seguida pela localização associada de membranar

e citoplasmática. Quase todas as camadas epiteliais, na maioria dos casos, de

ambos os cistos, apresentaram-se imunomarcadas e com elevada expressão

(escore III). Assim, os resultados revelaram que os casos de CRs com

imunomarcação do EGFR escore III estão mais associados com imunomarcação nas

camadas basal e suprabasal do epitélio. Já para os casos de CDs, não existiu

diferença estatísca entre células imunomarcadas e as camadas epiteliais, pois

houve intensa imunopositividade (escore III) igualmente em todas as camadas.

Vale ressaltar que, apesar da diferença estatística entre CRs e CDs, as

camadas basais e suprabasais, que são camadas consideradas mais proliferativas,

apresentaram elevada imunomarcação (escore III) na grande maioria dos casos,

para ambos os cistos. Porém, predominou a imunolocalização citoplasmática,

seguida pela membranar e citoplasmática associada. Isto poderia indicar que,

apesar de bastante expresso, o receptor, nestes cistos, na presença do ligante,

reage de forma mais lenta ao estímulo de proliferação celular epitelial, pois alguns

de seus receptores estão internalizados no citoplasma, fato este semelhante ao que

acontece na mucosa oral normal, em processos fisiológicos, como afirmam

Baumgart et al. (2007).

Em contradição, os resultados apresentados no estudo de Shrestha et al.

(1992) demonstraram que em todos os casos de CRs e CDs que apresentaram

imunomarcação, esta era apenas membranar, fato este que não foi encontrado no

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atual estudo, pois não houve, para ambas as lesões, qualquer caso com

imunomarcação apenas membranar.

No estudo de Oliveira et al. (2011) observou-se que a imunolocalização do

EGFR em CDs foi somente citoplasmática, ou membranar e citoplasmática

associada, estando estas presentes na camada basal e suprabasal. Esses

resultados são semelhantes aos do presente estudo, com relação à localização

celular, porém foi divergente com relação às camadas epiteliais imunomarcardas,

pois neste, houve positividade praticamente igual em todas as camadas, e no estudo

de Oliveira et al. (2011) a camada superficial não foi avaliada. Ainda neste artigo, em

CDs, a imunolocalização do EGFR na camada basal foi semelhante no citoplasma

(57%), e na membrana e no citoplasma associados (42%), resultado que contrasta

com a camada suprabasal, em que a coloração era predominantemente observada

no citoplasma (82,8%). Esses resultados também discordam dos que foram

encontrados no presente estudo, pois neste, houve imunomarcação

predominantemente apenas citoplasmática (76,7%), na camada basal, suprabasal e

superficial.

Ainda em relação à imunolocalização do EGFR em CRs e CDs, os resultados

encontrados no trabalho de Gonçalves et al. (2012), apesar de metodologia e

número de casos semelhantes, também se mostraram diferentes aos do presente

estudo. Nesse, a maioria dos casos exibiu padrão de coloração membranar e

citoplasmática associada para o EGFR, fato este que não foi encontrado no estudo

atual, onde a maior parte dos casos apresentou imunomarcação citoplasmática

apenas.

A PDPN, além de ter sua imunoexpressão confirmada em vários tipos de

células tumorais malignas, incluindo as células do CEO, também teve sua

associação sugerida na atividade celular proliferativa de cistos e tumores

odontogênicos devido sua expressão em germe dentário, presente em células com

atividade mitótica elevada. Isto indica que sua expressão é necessária durante os

processos que exigem alta atividade celular tais como a proliferação e diferenciação

(CAETANO et al., 2012; SAWA, 2010).

Os resultados encontrados no presente estudo mostraram que todos os casos

de CDs e a grande maioria dos casos de CRs (29 casos) apresentaram

imunomarcação para PDPN. A imunoexpressão da PDPN, quanto ao tipo de cisto

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analisado, revelou diferença estatística significativa, já que esta proteína apresentou

maiores escores de imunomarcação nesses últimos. Assim, pode-se sugerir que a

PDPN participa da patogênese das lesões císticas analisadas através da

estimulação epitelial, sendo que os CRs parecem expressar PDPN de forma mais

intensa do que os CDs.

González-Alva et al. (2010) mostraram que nos CDs, a imunoexpressão da

PDPN, em células epiteliais, esteve ausente em 60% das lesões, e foi somente

fracamente positiva em áreas com reação inflamatória, em 40% dos cistos. Estes

resultados estão em contradição com os que foram encontrados no presente

trabalho, já que para os CDs foi encontrado positividade em todos os casos.

O estudo de Imaizumi et al. (2010) relatou que a PDPN foi expressa nas

células epiteliais do germe dentário, no epitélio interno e externo do OE, no epitélio

interno e externo das alças cervicais, nos odontoblastos e na bainha epitelial de

Hertwig em germes dentários de camundongos. Os autores sugeriram que as

células epiteliais do germe dentário adquirem a capacidade de expressar a PDPN e

mantêm essa capacidade no epitélio da mucosa oral. Sabendo da origem dos CRs e

CDs através da proliferação dos restos epiteliais, e que os resultados do presente

estudo demonstraram marcante imunoexpressão para PDPN nas células epiteliais

desses dois tipos de cistos, pode-se sugerir, juntamente com os achados de

Imaizumi et al. (2010), que no desenvolvimento desses cistos, os restos epiteliais

mantêm ou aumentam a capacidade de expressar a PDPN, reiterando que esta

participa do processo de estabelecimento e crescimento dessas lesões, através da

estimulação epitelial.

A análise de associação entre a imunomarcação da PDPN e a intensidade do

infiltrado inflamatório revelou que tanto para os casos de CRs, quanto para os casos

de CDs, não houve diferença estatística significativa. Sendo assim, a inflamação

parece não influenciar na imunomarcação da PDPN, nas células epiteliais dessas

lesões. Com isso, pode-se inferir que apesar de ter sido observada maior

imunoexpressão da PDPN em CRs do que em CDs, essa diferença não se mostrou

indicador de distinção entre estas duas lesões, com relação às suas etiologias, uma

vez que nestes últimos esta proteína também apresentou expressão considerável,

independente da intensidade do infiltrado inflamatório.

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Okamoto et al. (2010) encontraram que nos casos de COOs e CDs, somente

os que estiveram associados com inflamação foram positivos para PDPN, fenômeno

este, segundo os autores, semelhante ao que ocorre com gengivas inflamadas. Nos

casos de CDs, forte positividade para PDPN foi observada nas camadas basais

associadas com intensa resposta inflamatória no tecido conjuntivo, e fraca

positividade foi observada quando uma escassa a moderada reação inflamatória

estava presente. Este trabalho de Okamoto et al. (2010) está em contradição com o

presente estudo, quando da relação da imunoexpressão da PDPN com a

intensidade do infiltrado inflamatório, pois, pode-se observar, que todos os casos de

CDs do estudo atual apresentaram imunomarcação, mesmo tendo 19 casos com

ausente ou leve infiltrado inflamatório (grau 1). O mesmo fenômeno pode ser

relatado para os cistos radiculares, pois, para este, também não houve associação

entre a intensidade do infiltrado inflamatório e a imunomarcação para PDPN, apesar

de serem reconhecidamente de etiologia inflamatória e a maioria dos casos

apresentarem infiltrado inflamatório grau 3 (intenso). O estudo de González-Alva et

al. (2010) também mostrou resultados contraditórios ao do atual estudo pois os

resultados mostraram imunopositividade para PDPN em apenas 40% dos casos de

CDs, e nestes, a expressão só esteve presente fracamente em áreas com reação

inflamatória.

Com relação à localização celular da imunomarcação da PDPN para ambos

os cistos, predominou a localização membranar e citoplasmática associadas. Com

relação às camadas epiteliais imunopositivas, tanto para os casos de CRs quanto

para CDs, a camada basal foi a que se apresentou mais comumente imunomarcada.

Apesar disto, nos dois cistos analisados, detectou-se que a imunomarcação escore

III para essa proteína está mais associada com positividade em células das

camadas suprabasal e superficial. Sabendo-se que é comumente na camada basal

dos epitélios que se encontra o maior potencial proliferativo, os resultados aqui

encontrados podem indicar que essa proteína está sendo produzida pelas células

epiteliais não só visando estímulos proliferativos, mas também outros processos

necessários ao crescimento cístico relacionados com adesão e vias de sinalização

da matriz extracelular.

O estudo de Zustin, Scheuer e Friedrich (2010) mostrou que em CRs e CDs

observou-se apenas forte imunomarcação membranar e citoplasmática na camada

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basal epitelial. Este estudo apresentou resultados distintos aos encontrados no

estudo atual, pois neste, apesar de a maioria dos casos de CRs e CDs

apresentarem imunomarcação membranar e citoplasmática associadas, assim como

a camada basal mais comumente imunomarcada, também houve casos com

imunomarcações separadas, somente na membrana e somente no citoplasma,

assim como também houve casos que imunomarcaram a camada suprabasal e a

superficial.

Okamoto et al. (2010) mostraram que os TOCs apresentaram

imunopositividade para PDPN na membrana celular e no citoplasma na maioria das

camadas basais e suprabasais e na periferia dos cistos filhos. Nos casos de COOs e

CDs, somente os casos associados com inflamação foram positivos para

podoplanina. Os autores concluíram que a PDPN é fortemente expressa em TOC

em comparação com COO e CD. O padrão de coloração em TOC pode estar

relacionado com a sua natureza neoplásica e sugere um papel da proteína no

processo de invasão tumoral.

No estudo atual, a maioria dos casos de CDs apresentou imunomarcação

membranar e citoplasmática, sendo mais comumente na camada basal e

suprabasal, resultados estes semelhantes aos encontrados pelos autores acima

citados em TOCs. Com isso, presume-se que a podoplanina participa na formação e

crescimento tanto de TOC quanto de CDs, com imunoexpressões semelhantes.

Como os resultados apresentados no estudo atual sobre a imunoexpressão da

podoplanina foi semelhante para CRs e CDs, acredita-se que essa mesma

suposição pode ser também aplicada para os CRs.

Fundamentando ainda mais essas suposições, o estudo de Zustin, Scheuer e

Friedrich (2010) demonstrou que a PDPN parece estar envolvida em processos

fisiológicos e patológicos, formando extensões celulares alongadas e fibras

odontoblásticas, na transição epitélio-mesênquima durante o desenvolvimento do

germe dentário, assim como em lesões odontogênicas císticas e neoplásicas.

Sugeriram, então, que mecanismos semelhantes de adesão celular, envolvimento

epitélio-mesênquima e crescimento são, provavelmente, envolvidos na formação

destas lesões.

As discrepâncias entre os resultados do presente estudo e dos estudos

citados podem ser explicadas, na maioria dos casos, pela diferença na forma com

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que foi realizada a análise morfológica, a análise da imunoexpressão celular, uso de

clones diferentes dos anticorpos, assim como diluição, tempo de incubação e

sistema também diferentes. Sabe-se que pequenas variações na técnica de

imunoistoquímica podem contribuir para alterações nos resultados. O estudo de Li et

al. (1993) confirma essa afirmação. Neste estudo, foi comparada a

imunorreatividade de quatro anticorpos monoclonais anti-EGFR comercialmente

disponíveis. Os resultados demonstram que os revestimentos epiteliais de todos os

tipos de cisto odontogênico analisados expressaram receptores de EGF, embora a

intensidade e o padrão de coloração variaram de acordo com o tipo de anticorpo

monoclonal utilizado. Adicionalmente, o reduzido número de casos utilizados pelos

estudos com resultados contraditórios, também pode ter contribuído para essas

diferenças nos resultados.

Como já é estabelecido o EGFR está envolvido no processo de proliferação

epitelial também em CRs e CDs, fato que foi confirmado pelos resultados

encontrados no presente estudo. Porém, a análise isolada da imunoexpressão da

PDPN indica que esta proteína participa do processo de estimulação epitelial em

CRs e CDs, porém, não é possível afirmar que está envolvida diretamente no ciclo

celular, pois segundo os resultados do estudo de Tsuneki et al. (2012) foi sugerido

que esta glicoproteína também possa estar envolvida na remodelação de moléculas

de sinalização de matriz extracelular, que é eventualmente relacionada com o

crescimento celular. Portanto, ela não é sempre diretamente envolvida no ciclo

celular em si, mas serve como uma das moléculas chave, que incluem as vias de

sinalização de moléculas de matriz extracelular para a proliferação celular. Assim,

para ajudar a desvendar o envolvimento da PDPN na estimulação epitelial de CRs e

CDs, novos estudos são necessários, correlacionando a imunoexpressão dessa

proteína com a de outras moléculas relacionadas com a adesão, proliferação celular

e vias de sinalização da matriz extracelular.

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Conclusões

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7 CONCLUSÕES

Os resultados encontrados no presente estudo suportam as seguintes

conclusões:

1. A marcante expressão tanto do EGFR quanto da PDPN em CRs e CDs indica

importante participação destas proteínas na patogênese destas lesões

através da estimulação epitelial;

2. A imunoexpressão do EGFR e da PDPN em CRs e CDs parece não sofrer

influência direta da intensidade do infiltrado inflamatório;

3. Os CRs parecem expressar PDPN de forma mais intensa do que os CDs;

4. Apesar de ter sido observada maior imunoexpressão da PDPN em CRs do

que em CDs, essa diferença não se mostrou indicador de distinção entre

estas duas lesões, com relação às suas etiologias, uma vez que nestes

últimos esta proteína também apresentou expressão considerável,

independente da intensidade do infiltrado inflamatório.

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Referências

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Apêndices

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APÊNDICE A

Ficha para coleta dos dados histopatológicos

( ) Cisto Dentígero ( )Cisto Radicular

Nº do caso

Grau 1

(ausente ou leve infiltrado inflamatório)

Grau 2

(moderado infiltrado

inflamatório)

Grau 3 (intenso infiltrado

inflamatório) 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

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26

27

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29

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APÊNDICE B

Ficha para coleta dos dados Imunoistoquímicos

( ) Cisto Dentígero ( )Cisto Radicular

( ) EGFR ( )D2-40

Nº do caso

Escore I (0-5% de células

positiva)

Escore II (5-50% de

células positivas)

Escore III (Maior que

50% de células

positivas)

Localização celular da

imunomarcação

Camadas epitelias

imunomarcadas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

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Anexo

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ANEXO A

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