ims5

11

Upload: daria-leon

Post on 22-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Colunista de Assuntos Esotéricos (67)9203-4494 (67)9203-4494 [email protected] SEDE Rua Barão de Grajaú, 908 - Novos Estados Campo Grande/MS Cep:79034-440 Antônio Fabiano Portilho Coene Dênis Willie Doreto Governar de baixo para cima: Construir o Poder Popular para o povo governar. Dária Souza Kaká Torres Designer de Capa Arte Finalista (67)9116-1011 [email protected] Redator-Chefe [email protected] Diretora Executiva DRT MS 364 [email protected] CNPJ 15.146.635\0001-79

TRANSCRIPT

Page 1: IMS5
Page 2: IMS5

ExpedienteDária Rodrigues de Souza - ME

CNPJ 15.146.635\0001-79

SEDERua Barão de Grajaú, 908 -

Novos EstadosCampo Grande/MS

Cep:79034-440

Dária SouzaDiretora Executiva

DRT MS [email protected]

Antônio Fabiano Portilho Coene

[email protected]

Dank MirandaDesigner de Capa

Arte Finalista(67)9116-1011

[email protected]

� iago KongArte Finalista e Diagramador

(67)8194-3036 [email protected]

Kaká TorresColunista de Moda & Beleza

(67)3326-6014(67)9237-1763

[email protected]

Dênis Willie Doreto Colunista de Assuntos

Esotéricos(67)9203-4494 (67)9203-4494

[email protected]

EDITORIALCampo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 201202 03Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Esse documento faz parte do esforço de organizações e indivíduos, de propor uma nova forma de participação política, ou seja, uma participação de baixo pra cima, por todas e todos que sentem diariamente as dores de se viver numa realidade de injustiças, miséria e discriminação, mas também de esperança e força de vontade para mudar

desde agora as condições que nos cercam e as relações que nos tocam.Estamos no período de eleições municipais. No entanto, estamos fartos de tantas promessas, mentiras, escândalos de corrupção envolvendo a política partidária. É somente no período de eleições que nos convocam para com-parecer às urnas, como se votando nos candidatos fossem resolver todos os nossos problemas. Mas acreditamos

que a política vai muito além do voto, por isso propomos os Congressos Municipais/Outra Campanha.A proposta que temos para essas eleições é inspirada na experiência acumulada pelo Movimento das Comunidades Populares que em 1969 – quando a grande maioria da esquerda revolucionária acreditava que só a luta armada, promovida por organizações de vanguarda, poderia enfrentar a ditadura – esse movimento realizou em Vacarias, RS, um congresso popular com cerca de 2000 pessoas. Isso depois de um longo processo de preparação nos bairros com levantamentos de problemas para pressionar os candidatos a resolvê-los. E assim essa experiência se repetiu em eleições municipais do anos de 1993,1996 e 2008. Em 1993, por exemplo, foram realizados 15 congressos em 15 municípios, 11 assembleias em 8 municípios e 18 encontros em 20 municípios. Com a pesquisa de casa em casa

foram atingidas quase 18 mil pessoas.

Criada no México, a OUTRA CAMPANHA é o nome atribuído a uma iniciativa política de comunidades inde-pendentes que defendem a participação popular impulsionada pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional ( EZLN) e seus aliados em todo o México. Em Junho de 2005, o EZLN, a partir da Sexta declaração da selva Lacan-dona, decidiu convidar organizações políticas e indivíduos a construírem um movimento nacional. Em Janeiro de 2006, já na época das suas primeiras jornadas, os zapatistas perceberam que tal tarefa deveria passar necessari-amente pela elaboração de um PROGRAMA NACIONAL DE LUTAS, com vistas a criar uma nova constituição

política na qual estivessem explícitas as demandas (problemas) do povo Mexicano.Para a con� rmação de tal propósito as entidades participantes da OUTRA CAMPANHA, buscaram escutar o povo Mexicano, grupos organizados ou não e todos aqueles que têm interesse em mudar a sociedade capitalista, regidos por certos princípios como: anticapitalismo, horizontalidade, democracia direta, autonomia e igualdade. O movi-mento assim iniciou a sua caminhada pelos vários municípios em todos os 31 estados mexicanos os delegados

zapatistas escutaram as queixas do povo, suas angústias, apreensões, partilhando com ele as suas necessidades.Desta generosa iniciativa os delegados colheram, além da magní� ca experiência, os pontos de um programa ver-dadeiramente popular. Construído a partir da base da sociedade mexicana, daquela que produz as riquezas, com amparo na consistência dos fatos e na opinião de quem de fato trabalha. Um programa tanto mais forte por não ter nascido de uma “única mente”, de uma ideia individual, mas da longa experiência da classe, de suas re� exões,

resultado por tanto da sabedoria popular.Na verdade tudo isso teve seu início a partir do mês de agosto de 2003, inspirando-se no imaginário coletivo dos povos originários do Sul do México, os zapatistas passaram a concentrar seus esforços no resgate de antigas técni-cas de resistência, construindo a autonomia através de zonas batizadas de Caracoles (espirais) e das Juntas de Bom Governo, instâncias de coordenação das comunas autônomas em cada zona do estado de Chiapas. A iniciativa tinha um caráter fundamentalmente organizativo, uma vez que precisavam encontrar maneiras diferentes daquela

determinada pelo Estado para a convivência comunitária.

Precisamos criar o poder popular para garantir a participação do povo na elaboração de um Programa do Governo Municipal e, depois da eleição, manter o controle popular das políticas públicas a partir da base. Para construir o Poder Popular, precisamos unir todos os movimentos populares, entidades sindicais e associações de trabal-hadores, comunidades religiosas de base, povo indígenas,assentamentos de agricultores e quilombolas que existem

nos nossos municípios, Organizações não Governamentais de caráter popular, etc.Precisamos realizar pesquisas de casa em casa e em reuniões de base, para levantar os principais problemas da população. A partir daí, elaborar proposta de solução desses problemas para os próximos 4 anos. O Programa Popular deve chegar às mãos dos candidatos, da imprensa, do Ministério Público, etc., antes das eleições. A entrega do Programa pode ser feita por meio de Assembleias Comunitárias, Congressos ou Encontros Municipais, Camin-

hadas (marcha) ou até , Ato público de caráter cultural, de acordo com as decisões tomadas nas Assembléias.O importante é o povo aprender a governar de baixo pra cima, a exercitar a democracia participativa/direta. Mais importante ainda, é continuar organizado como Frente Popular para todos os anos avaliar, em Assembleia Popular, como estamos encaminhando a solução de problemas que podem ser resolvidos por iniciativas coletivas, ou seja, pelo próprio povo e se a administração municipal está implantando o nosso Programa. Caso não esteja, discutir

forma de pressionar o poder público municipal.

Governar de baixo para cima: Construir o Poder Popular para o povo governar.

Page 3: IMS5

04 Mulher Amor & Sexo 05AS DEUSAS E O COMPORTAMENTO DA MULHERpor CIRANDDA DA LUA - [email protected]

Um dos instrumentos que está sendo muito utilizado por profissionais da área de saúde com o objetivo de

melhor compreender e possibilitar a cura da alma feminina é o estudo dos arquétipos, que são padrões psíquicos que influenciam as crenças, atitudes, valores e predisposições para determinados comportamentos.

Este artigo está baseado no arquétipo de sete deusas gregas, entendendo-as como representações das pos-

sibilidades ou como modos específicos de ser mulher. Teremos a oportunidade de através de cada mito pessoas destas deusas, medirem como eles se manifestam na vida de cada mulher, identificando os de maior e menor pre-dominância.

No meu trabalho como terapeuta e com profundo embasamento teórico posso concluir que todos os

arquétipos existem em todas as mulheres, manifestando-se segundo seu tipo psicológico e sua história de vida. Existem tipos psicológicos que favorecem o desenvolvimento de um ou outro arquétipo. conhecer as deusas e seus atributos proporciona às mulheres o auto conhecimento e, também, o que está por trás de seus relacionamentos de qualquer na-tureza, mas principalmente no tocante aos relacionamen-tos afetivos. Conhecer as deusas, portanto, favorece que a mulher, além de seu autoconhecimento, compreenda seus relacionamentos com homens e mulheres, com seus pais e filhos.

As Deusas Gregas e o Arquétipo Feminino

As deusas gregas são imagens de mulheres que viveram na imaginação humana por mais de 3000 anos. As

deusas são modelos ou representação daquilo com que as mulheres se assemelham atualmente na nossa cultura. Elas representam padrões inerentes ou arquétipos que podem modelar o curso da vida de uma mulher, pois todas elas es-tão potencialmente presentes em cada uma de nós. Quando diversas deusas disputam o domínio da psique de uma mulher, esta precisa decidir que aspecto de si próprio expressar e quando expressá-lo.

As deusas também viviam numa sociedade patriarcal, portanto representam modelos que refletem a vida

numa cultura patriarcal como a nossa. Na Grécia antiga as mulheres sabiam que estavam sob o domínio de uma deusa a quem veneravam prestando homenagens e oferendas em seus templos, invocando seu auxílio. Estas mesmas deusas, ainda fazem parte da vida da mulher, mas habitam o mundo do inconsciente coletivo como arquétipos (imagens primordiais). Segundo, Carl Gustav Jung, o inconsciente coletivo é a instância psíquica mais profunda que armazena experiências que não são nem pessoais e nem individuais, mas imagens primordiais ou arquetípicas e também os instintos, que não podem ser acessadas quando necessário, entretanto, manifestam-se

em sonhos, mitos e fantasias de maneira simbólica. Por isso, no íntimo de toda mulher encontrar-se-ão as deusas. Todavia, em cada mulher, estará uma ou mais deusas ati-vadas e outras não, e mesmo a ativação terá suas diferenças individuais.

Como as Deusas auxiliaram e auxiliam as Mulheres:

Atenas auxiliava na reflexão sobre uma situação, é a deusa da sabedoria; Perséfone, a se estar disponível

e receptiva; Hera, no desempenho dos compromissos e para ter autoconfiança; Deméter, no desenvolvimento da paciência, generosidade e tolerância; Ártemis, na constân-cia do objetivo; Afrodite, na capacidade para o amor, na relação com o próprio corpo e Héstia, para manutenção da paz e serenidade.

As Deusas e a Mulher

Jean Shinosa Bolen, no livro “As Deusas e a Mulher”, inova classificando as deusas em:

Virgens, vulneráveis e alquímicas. Segue um breve resumo das características dessa classificação e deusas.

As Deusas virgens:

A deusa da caça e da lua, Ártemis; a da sabedoria e das artes, Atenas, e a da lareira, Héstia são con-sideradas deusas virgens, não por serem intoca-das sexualmente, mas por serem independentes e ativas. Portanto, representam estas caracterís-ticas nas mulheres. Virgem, signi� ca “não pert-encente ao homem”, ou seja, não há dependên-cia do homem e nem de sua aprovação. Por isso, não faz nada com a única � nalidade de agradar a um homem, faz porque quer, porque sente que assim deve fazer; ela segue sua própria escala de valores que não foram afetados pela coletividade. As mulheres com aspectos das deusas virgens são aquelas que sacri� cam os relacionamentos com os homens para relacionarem-se mais profunda-mente consigo próprias. Mas cada uma das Deu-sas virgens tem sua peculiaridade. Ártemis apartou-se do convívio com os homens, e hoje podemos observá-la nas feministas convic-tas e nas mulheres extremamente rígidas e indi-vidualistas. Já, Atenas, não se apartou e conviveu com os homens como igual; é a mulher atual que compete, lado a lado, pro� ssionalmente, com os homens. E, Héstia, é a que se retraiu e � cou soz-inha. É a mulher que abandona a sua feminili-dade assim evitando atrair o interesse masculino e se recolhe em tarefas diárias.

A Deusa Alquímica:

Jean Shinoda Bolen, denominou Afrodite de deusa alquímica por seu grande poder de trans-formação, simbolizando o poder transformativo e criativo do amor. Ela, também, representa a composição harmoniosa entre os aspectos das deusas virgens e das vulneráveis. Não é vulneráv-el, pois jamais sofreu, seus relacionamentos eram correspondidos, e, não é virgem, pois valorizava as experiências emocionais e os relacionamentos, mas não como permanentes e duradouros. Ela impregna de beleza e amor os relacionamentos, não apenas os sexuais. Ela permite a empatia en-tre as pessoas. Ela visa seus próprios objetivos e interesses (consciência enfocada) sem abrir mão da receptividade ao outro. Ela pede pela conexão com o outro, pois, sem essa conexão nada se cria e, portanto, não há transformação. Afrodite era capaz de acreditar no sonho de seus homens. Que o sonho era possível. Isto fazia com que eles se sentissem, realmente, importantes e especiais. Acreditar no sonho de alguém gera expectativas positivas no comportamento do outro, desperta o outro para o seu melhor. É uma atitude receptiva e doadora ao mesmo tempo, recebe-se o sonho e se encoraja o outro a buscar a realização. Isso confere segurança e dinamismo ao outro.

As deusas vulneráveis:

As três deusas vulneráveis são: Hera, deusa do casamento e que representa a esposa, Deméter, do cereal e que representa a mãe e Perséfone, do inferno que representa a � lha. São denominadas de vulneráveis, por Bolen, pois foram vitimadas de alguma forma por deuses ou humanos. São deusas orientadas para o relacion-amento, sendo motivadas pelas recompensas que um relacionamento traz. Sua percepção e consciência são difusas, perce-bendo tudo ao seu redor. Portanto, estão atentas aos estímulos sensoriais que o meio oferece. São capazes de perceber o tom emocional de uma conversa ou idéia; são sensíveis e empáticas com os outros.

Bibliogra� a: As Deusas e A Mulher

Jean Shinoda Bolen

Mude o jeito de falar com seu parceiro e evite mal entendidos

Manter um relacionamento estável não é fácil. Ainda mais quando você diz uma coisa e seu parceiro entende outra. Veja diferentes formas de falar sobre assuntos diferentes e evite o “telefone sem � o”

Muitas vezes os homens distorcem tudo o que ouvem das mul-heres, ou então elas enrolam tanto para ir direto ao

assunto que acabam criando uma confusão na cabeça deles. Veja dicas para evitar mal entendidos e ser bem

compreendida pelo parceiro.

Você diz: Nós precisamos ter uma conversinha...Ele entende: “Pintou sujeira! Ela vai querer terminar comigo!”Você deveria dizer: O sexólogo Amaury Mendes Jr. diz que os homens não gostam de serem postos contra a parede. Diga: “Acho que estamos com di� culdade no relacionamento. Vamos buscar uma solução juntos?”

Você diz: Vê se não me liga, hoje vou sair com as minhas amigas!Ele entende: “Ih, ela vai aprontar! Vou descobrir o que está acontecendo”Você deveria dizer: Para não deixá-lo descon� ado, seja clara. Diga: “Hoje vou encontrar com as minhas amigas para ma-tar a saudade. Você pode ir me buscar mais tarde?”, ensina Amaury.

Você diz: Você viu que a louça ainda está toda suja?Ele entende: “Lá vem ela me cobrar, pressionar, irritar...”Você deveria dizer: Aja como se lavar louça fosse algo legal e convença-o assim: “Me ajuda a lavar a louça? Assim, sobra mais tempo para � carmos juntos.”

Você diz: Você não repara em nada, nem notou que cortei o cabelo!Ele entende: “Ela deve estar me odiando. Haja paciência!”Você deveria dizer: A terapeuta Solange explica que a maio-ria dos homens não costuma reparar nas mudanças. Quando quiser que ele repare, diga: “Cortei meu cabelo, você gostou?”

Você diz: Seus amigos não gostam de mim! Não dá para conviverEle entende: “Ela é muito controladora, quer escolher até meus amigos!”Você deveria dizer: Se você acha que a convivência com os amigos dele vai ser difícil, diga: “Tudo bem eles não terem gostado de mim. Não quero que você deixe de estar com eles.”

Você diz: Acho lindo quando uma mulher ganha � ores do parceiro.Ele entende: “Ela nunca gostou de nenhum presente que eu dei!’Você deveria dizer: O começo da relação é uma boa hora para vocês conversarem e dizerem o que gostam ou não, assi-nala a terapeuta Solange. Se ele esquecer, não custa lembrá-lo. Diga: “Não se esqueça que eu adoro fores!”

Você diz: Minhas amigas não vão com a sua cara. E agora?Ele entende: “Elas não gostaram de mim? Eu devo ser mes-mo muito chato e antipático!”Você deveria dizer: Em vez de fazê-lo pensar que é um sujeito desagradável, diga: “Você conseguiu me conquistar tão rápido, esforce-se e faça o mesmo com as minhas amigas. Tenho certeza que elas vão te adorar.”

Você diz: Todo casal feliz tem � lhos, menos nós...Ele entende: “Sozinho, eu não consigo fazê-la feliz. Ela quer mais!”Você deveria dizer: Para não correr o risco de fazê-lo pensar que o amor dele não basta para você, diga: “Queria ter um � lho com você, seria a prova viva do nosso amor!”

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 4: IMS5

06 07Bastidores do PoderExemplo

Ivone Ferreira Caetano é o nome de uma

mulher que admiro. Aos 68 anos, casada há 42, ela é a Juíza da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro. Uma � gura polêmica – luta-dora e inovadora.

São delas alguns exemplos de de-

cisões que irritam parte retrógada da sociedade e alguns juristas acomo-dados. Como repórter de CartaCapital, fui conversar com a juíza para discutir os assun-tos que a tornam con-stantemente centro de polêmicas judiciais.Segunda ela, um dos problemas que vem en-contrando é o do recon-hecimento a crianças, principalmente afri-canas no Rio. Quando ela toma conhecimento de algum deles – a per-ambular pelas ruas do centro da cidade – dá documentos especiais, sejam bebês, crianças ou adolescentes. Es-sas crianças africanas

não aparecem em estatísticas brasileiras por entrarem no Brasil ilegalmente, fugindo de suas terras natais. Ela diz como resolve: reconhece as crianças o� cialmente como estrangeiras a viver no Brasil e elas passam a ter direitos como saúde, educação e proteção da sociedade, tudo com base na Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente. É quando esses garo-tos – que chegam, na maioria dos casos, sem responsáveis, em navios principalmente – pas-sam a existir como seres humanos no Brasil.

Pelos mesmos mo-tivos, que também

irritam alguns setores, a magistrada manda tirar das ruas crianças que usam tóxicos e as interna em abrigos para tratamento.

Quando defendem que ela não pode

decidir sobre o direito de ir e vir, ela lembra: o direito à vida desses jovens é superior a tudo.E assume sua respon-sabilidade: “Algum pai que pode pagar inter-nação e tratamento a seu � lho o deixaria abandonado ao tóxico?” Na falta de responsáveis, o Estado tem essa responsabilidade e as crianças são encamin-hadas para instituições que cuidam de viciados.

Ela também já mandou adolescentes grávidas e viciadas para tratamen-to obrigatório, garantin-do a perfeita formação da criança.

Na área de adoção, Ivone Caetano

também provoca celeumas. Lembra que, quando uma criança está para ser adotada, a Justiça faz perícia para saber se o interessado tem condições � nancei-ras, psicológicas para criar um � lho sadio. En-tão, a pessoa, tendo 16 anos mais que a criança, se é casada, solteira ou homossexual, não inter-essa para a juíza. Im-portante é que o adulto esteja apto a dar boa criação ao adotado.

Por essa linha vanguardista de

pensamento, e com experiência de vida de quem passou pro� s-sionalmente por subúr-bios do Rio e dá confer-ências no exterior, Ivone Caetano sempre tem di� culdades. Em vez de ter sentenças recor-ridas, ela já recebeu 19 representações – termo jurídico para um ato de repreender ou punir o juiz – “todas indeferidas e arquivadas”, lembra ela.

Antes de se formar em Direito, Ivone

Ferreira Caetano trabal-hou no IBGE, na Sec-retaria de Finanças da

Prefeitura e no Banco Boa Vista. Depois de formada, tentou – por nove vezes consecuti-vas – passar em con-curso público ligado a sua pro� ssão. Como o cargo pretendido era o mesmo, um dia ouviu de um dos examina-dores, quando estava na terceira fase do teste: “menina, para de tentar entrar aqui: você é mul-her e negra. E eles não gostam disso aqui”.

Desde que ouviu essa a� rmação – senti-

da, mas nunca verbali-zada – Ivone Caetano entendeu que precisaria ter sempre sua autoes-tima elevada e enfren-tar, sem medo, sua vida, como mulher e negra, numa pro� ssão elitista. Passou assim por todas as esferas do Judiciário até chegar ao cargo que ocupa hoje.Sorrindo, com ar doce de quem cuida de crian-ças – e velhos – ela diz que sempre teve di� cul-dade em tudo que fez. Com cabelos curtinhos, olhar profundo de quem sabe o que está dizendo, desabafa, sem revolta: “ser negra e mulher é muito difícil no Brasil. Tudo é muito sutil e quem não tem traços do Daomé não sabe o que isso representa”, diz ela, brincando e mostrando seu nariz que tem for-mato típico da região africana de onde vieram inúmeros escravos para

o Rio de Janeiro. Com humor, ela reforça: “E nem eu sei meus as-cendentes são de lá”.

Terminada nossa conversa, encontrei

um amigo que temos em comum, Marcelo Ferreira, diretor da As-sociação Comercial e Empresarial da Cidade Nova. Comentei com ele que tinha falado com a juíza sobre suas ações.Joguei minhas descon-� anças para Ferreira: essa � gura respeitada por importante parte da sociedade e rejeitada em parte do Poder Ju-diciário, chegará a gal-gar o cargo de desem-bargadora, como já é de justiça e direito? Sendo progressista, mulher e negra? Ou tudo contin-ua como aconteceu nos concursos de 40 anos atrás?

Estava lançada minha dúvida. Ferreira,

com seus olhos claros, olhou fundo nos meus, sorriu silenciosamente, também com ar inter-rogativo e conclusivo.

Com esta curiosi-dade na alma, lanço

minha esperança de o Rio ter, a curto prazo, a primeira desembarga-dora negra no Tribunal de Justiça, neste país hoje dirigido por uma mulher e tem outras mulheres em postos-chave da República.

‘Ser negra e mulher é muito difícil no Brasil’

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),

presidente da CPI do Cachoeira, usou verba do seu mandato para comprar reportagens em jornais da Paraíba, segundo reporta-gem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira 24.

A reportagem diz que três jornalistas disseram receber din-heiro do congressista para divulgar matérias favoráveis a

ele. Rêgo teria repassado 41 mil reais para os repórteres desde o início do seu mandato, em 2011.

O senador disse que “não usa a verba indenizatória para a publicação de matérias favoráveis”. Segundo ele, as

empresas são contratadas para promover e divulgar o seu mandato.

O dinheiro utilizado pelo senador saiu dos 15 mil reais mensais que cada congressista tem direito para os gastos

do seu mandato, como aluguel, manutenção de escritório, transporte e outros.

Este não é o primeiro caso de suspeita de mal uso da verba indenizatória do senador. Ele virou alvo de reportagens

após ganhar poder e visibilidade no Congresso ao assumir a relatoria da CPI.

Na última terça-feira, a Folha mostrou em reportagem que outro jornalista presta o mesmo serviço para o senador.

Ele receberia por meio de sua � lha, uma funcionária-fantasma do gabinete.

Apesar de ter virado alvo de acusações, nada deve acontec-er com o senador: até agora nenhum congressista pediu

explicações ou a abertura de qualquer investigação contra Rêgo.

Presidente da CPI usa verba para comprar reportagens

Novo silênciona CPI

A CPI do Cachoeira fecha seus tra-balhos desta semana sem nenhu-

ma resposta. Nesta quinta-feira 24, três integrantes do grupo criminoso forma-do por Carlos Augusto Ramos, o Car-linhos Cachoeira, repetiram a postura do bicheiro na terça-feira 22 e não re-

sponderam nenhuma per-gunta feita pelos integran-tes da comissão. Todos eles evocaram o artigo quinto da Constituição, garantidor do direito dos presos de per-manecerem calados.

Wladmir Garcez (PSDB), ex-vereador

de Goiânia envolvido com o grupo, foi o primeiro a não responder perguntas desta quinta. Ele se limitou a ler um texto preparado previa-mente.

O ex-vereador con� rmou que era contratado pela Delta Construções, suspeita de ligação com a organização in-

vestigada, e disse trabalhar como assessor do então diretor re-gional da companhia no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Por esse trabalho, o ex-vereador recebia R$ 20 mil. Garcez disse que nunca entregou dinheiro ao governador de Goiás, Marco-ni Perillo (PSDB), e que as gravações feitas pela Polícia Federal no inquérito são “montagens”.

Garcez também disse que recebia mensalmente de Carlin-hos Cachoeira R$ 5 mil para assessorá-lo em sua empresa

de medicamentos. O interesse tanto da Delta quanto de Cach-oeira no trabalho do ex-vereador, segundo seu depoimento, ocorreu pela proximidade que ele tinha ou aparentava ter com autoridades políticas em todas as esferas. Essas relações, segundo Garcez, foram construídas durante o tempo que foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Goiânia. “Para me ‘cacifar’ eu demonstrava ter mais poder, mais força”, con-tou o vereador.

Em seguida, o araponga e ex-sargento da Aeronáutica Idal-berto Matias de Araújo, mais conhecido como Dadá, tam-

bém não respondeu perguntas. Dadá é considerado o braço-direito de Cachoeira. O araponga Jairo Martins de Souza foi o último a comparecer à sessão, que durou quase três horas.

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 5: IMS5

0908 CapaPolítica

“PARAGUAIOS x INSS”Há, exatos, dois meses atrás, ação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), � agrou 15 trabalhadores paraguaios em condições irregulares em 2 obras de construção civil

em Campo Grande.

A operação foi realizada no dia 30 de março deste ano, após o recebimento de denúncia na Polícia Federal de que estrangeiros estavam trabalhando irregularmente em obra da concessionária Kampai. No local, foram encontrados cerca de 9 trabalhadores

paraguaios e 30 brasileiros, todos sem registro, segundo informações preliminares. Na obra, também foram constatadas irregularidades quanto às normas de segurança e saúde, tais como máquinas sem proteção de serras e polias, instalações elétricas inadequadas, andaimes sem travamento e ausência de outros equipamentos de proteção coletiva e individual.

Após outras diligências, também foram localizados mais 6 paraguaios trabalhando na construção do posto de saúde localizado na Vila Carvalho. Segundo informações preliminares, colhidas junto aos trabalhadores, os responsáveis pela obra do posto de

saúde são os mesmos da obra da concessionária Kampai.

Todos os 15 trabalhadores paraguaios estavam alojados em barracão improvisado próximo à obra da Kampai. No alojamento, os trabalhadores dormiam e faziam refeições juntamente com materiais de construção, em camas improvisadas com tábuas

erguidas sobre latas, madeiras, tijolos e até pneus.

Aliciamento - Segundo relato dos trabalhadores paraguaios, eles teriam sido contratados na cidade de Bela Vista, do lado paraguaio, e trazidos de vans para Campo Grande em janeiro deste ano. Por outro lado, o representante do dono da obra da Kampai, Carlos da Graça, a� rmou que os trabalhadores paraguaios já estavam em Campo Grande e teriam laborado em outra obra antes de começarem a trabalhar para ele. Tais fatos estão sendo apurados pela Polícia Federal, através dos depoimentos dos trabalhadores e do representante da Kampai. O que chama a atenção é o fato de ambas as obras estarem ligadas ao Deputado Marcio Fernandes. Sendo que a 1ª porque seu tio Carlos da Graça Fernandes é o dono da obra e da empresa Kampai. Inclusive, por ventura seus primos, � lhos de Carlos foram os 2 maiores doadores de sua campanha a caminho a Assembléia Legislativa. E tem mais. A construção do Posto de Saúde na Vila Carvalho era uma reivindicação antiga da população do bairro, represen-tada na Assembleia Legislativa pelo esforço do “mesmo” Deputado Estadual Marcio Fernandes (PTdoB), vice-líder do governo.

Na próxima edição faremos uma edição completa sobre o “vertiginoso” crescimento do Grupo Fernandes em MS. Aguardem...

A Schettini Engenharia, uma das empresas responsáveis pela elabo-

ração de projetos de contenção de en-chentes precisa rever seus malfadados projetos devido a sucessão de erros nitidamente notados toda vez que chove em Campo Grande. Sabemos que quem está pagando a conta e o pato somos nós contribuintes, bem como, as empreiteiras

responsáveis pela execução de seus in-competentes projetos. Comandada pelo ex- funcionário da Agesul, o Engenheiro Ricardo Schettini Figueiredo, a Schettini se refestela com o dinheiro dos cofres públicos, entregando à população, uma coleção de projetos malfeitos que cus-tam bem caro e podem levar a falência a Gerpav Engenharia, empresa responsável

pelo dique de Porto Murtinho. Diga-se de passagem que este mesmíssimo dique já caiu várias vezes, não por falha da Gerpav, mas sim, do projeto feito pela Schettini, com recursos aplicados do Ministério de Integração Nacional. Acompanhe o levantamento feito pela Revista IMS.

Nelson Cintra recebe Schettini para vistoria nas obras do dique

As obras de contenção da barranca do Rio

Paraguai em Porto Murtin-ho receberam visita hoje do prefeito Nelson Cintra e da equipe técnica responsável pelos projetos da obra, que conta com Ricardo Schet-tini da empresa Schettini Engenharia e Sistemas. Eles foram até o local onde está sendo construído o muro

de contenção para controle de en-chentes e assorea-mento do rio.

O p r i m e i r o passo para

a construção de uma obra de grande porte

como esta feita no municí-pio é a montagem de um projeto de infra-estrutura. Em etapas seguintes, um amplo projeto arquitetônico e urbanístico vai mudar a paisagem no topo do dique, criando um ponto turístico e de lazer. Essa parte está a cargo das arquitetas Isabela Mercante e Luciana Mecchi.

De acordo com o pre-feito Nelson Cintra

essa é uma obra de extrema importância não só para a população Murtinhense que contará com entretenimen-to de qualidade, quanto para o setor do turismo, já que os barcos hotéis presentes na região terão um setor próp-rio para atracamento. No projeto de urbanização ain-da há espaço para quadras esportivas, praia para banho com quiosques, redário e uma marina municipal para embarcações de pequeno porte. A verba para a obra foi as-segurada por meio do em-penho do governador e da

bancada federal junto ao Ministério da Integração Nacional. O Estado do Mato Grosso do Sul também vai aplicar recursos próprios em contrapartida.

Na cidade já existe um dique com extensão

de 11 quilômetros. Ele foi construído em 1982 pela empreiteira brasileira Bet-ter S/A, durante o governo militar de Figueiredo, uma obra concretizada através dos esforços do então Minis-tro do Interior Mário David Andreazza.

“Até onde temos con-hecimento, a cidade de

Porto Murtinho é a única no mundo que é 100% fechada por um dique e protegida das inundações”, ressalta o historiador Braz Leon. Um ponto curioso colocado por Braz, é que os empreiteiros encarregados da obra foram até a Holanda para receber treinamento especializado, pois o país por estar abaixo do nível do mar e sofrer com problemas semelhan-tes, sempre teve tradição em construções nesse seg-mento.

Extrato da Ordem de Execução de Serviços Nº. 452/2009 Nº. Cadastral 0410/2009-AGESUL

Processo nº. 19/101.609/2009Partes: AGÊNCIA ESTADUAL DE GESTÃO DE

EMPREENDIMENTOS e SCHETTINI ENGENHARIA LTDA.Objeto: Elaboração do Projeto de Contenção e Recuperaçãodo Dique - Etapa 3, na margem esquerda do Rio Paraguai -

Orla do Dique, em Porto Murtinho -MS.

RESULTADOS DE JULGAMENTOSCONVITE Nº 154/2008

Processo nº: 19/100.496/2008 OBJETO: Serviços de detalhamento do projeto executivo de complementação da recuperação do dique de Porto Murtin-

ho - MS 2ª ETAPAVencedora: SCHETTINI ENGENHARIA LTDA

Valor Total: R$ 102.614,87 (cento e dois mil, seiscentos e quatorze reais e oitenta e sete centavos)

Prazo de Execução : 60 dias consecutivos.Adjudicação/homologação: conforme consta do processo, o resultado foi devidamente adjudicado à empresa vencedora sendo igualmente homologado todo o procedimento pela

autoridade competente.Campo Grande-MS, 7 de maio de 2008.

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

E SEUS PROJETOS CONTRA

E N C H E N T E S

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 6: IMS5

10 11Capa CapaObras do dique de Porto Murtinho já consumiram R$ 3,5 milhões a mais do que o

previstoToninho Ruiz, colaborador em Porto Murtinho

A construção de um dique na margem do rio Para-

guai, em Porto Murtinho, tor-nou-se uma verdadeira dor de cabeça para a população local. A obra foi iniciada em setembro de 2008 com recur-sos federais da ordem de R$ 8 milhões, mas até agora foram necessários R$ 11,5 milhões e

o dique não está nem próxi-mo de � car pronto.

No início do ano a empreiteira Gerpav retomou os trabalhos no local após oito meses de paralisação. Diversos prob-lemas técnicos pontuaram a execução da obra, e o solo lodoso di� cultava a � xação dos pilares que sustentariam

as placas de concreto de 3,6 toneladas.

Em uma chuvarada em junho de 2009, o aterro deslizou e arrastou as placas e os pilares para o fundo do rio. A patrola e o operário que a controlava também foram levados pelo

desmoronamento.A população também rec-

lama que � cou mais difícil ter acesso à barranca do rio para passeio ou banho, além de mudar a rotina das em-barcações nos portos da orla do rio. Os comerciantes que exploram o turismo de pesca a� rmam que hoje, em toda a orla, só existem dois locais

para atracar.

A empreiteira terá fazer várias intervenções, como substituir pi-lares, instalar rede de drenagem, reforçar os cabos de aço na base de sustentação das placas, con-struir novas estacas de concreto e envelopar cabos de aço. Segundo a Secretaria Estadual de Obras, a Gerpav vai arcar com parte dos prejuízos ocorridos no projeto.

Neste caso quem deveria arcar com os prejuízos era a Schettini Engenharia, au-tora da elaboração e execução do projeto. Familiares do falecido dono da Gerpav Engenharia, Sr Gerardo Cafure a� rmam que esta obra foi um das causadoras do avanço repentino do câncer o que levou ele a falecer em ago-sto do ano passado.

Porto Murtinho localizada a margem esquerda do rio

Paraguai, entrou para o Site dos Recordes Guinness Brasil como única cidade brasileira a ter um Dique de Conten-ção de enchentes. Após so-frer três grandes enchentes do Rio Paraguai, o município construiu o Dique, e este ano recebe uma mega-obra de re-vitalização e reforma orçada em R$ 36 milhões de reais. A obra foi possível graças a ad-ministração suprapartidária

do prefeito Nelson Cintra Ribeiro.

Hoje, 13 de junho de 2008, Porto Murtinho no Pantanal do Nabileque celebra seus 96 anos de emancipação político

administrativo.

Através da parceria entre o governo do Estado e a

bancada federal em Brasília, serão investidos na reforma do dique de Murtinho (con-struído em 1982) R$ 7,6 milhões. A obra assegurada

durante a solenidade será re-alizada em duas frentes. No primeiro lote serão aplicados R$ 2,4 milhões. Para o seg-undo serão destinados mais de R$ 5 milhões. Serão refor-mados 1,8 qui lômet-ros, na r e f o r m a serão sub-stituidas as

pedras usadas em 1982 por placas de concreto pré-mol-

dadas.

Porto Murtinho tem risco de enchente com abandono da obra em dique

Mídia Max

Obra que desaba e empreiteira em crise é igual à obra aban-

donada. A breve equação resume a situação da proteção que deve-ria guarnecer o dique de Porto Murtinho, que em junho de 2009 desabou, lançando ao rio Para-

guai 3,6 toneladas de concreto.Como o nome indica, o dique tem a função de conter as águas

do rio Paraguai nas cheias, para proteger a cidade pantaneira de fortes inundações, que já ocor-reram no passado. Além disso, o dique serve como atracadouro e

ponto de atração turística.

Depois do desabamento da obra, o governo estadual assinou um segundo convênio com o minis-

tério da Integração Nacional, no valor de R$ 3 milhões, em janeiro de 2010. A � nalidade era recu-perar a estrutura comprometida, embora o dano tenha sido causa-do, a princípio, por erro de pro-jeto, portanto de empresa con-

tratada.

Na época, apurou-se que os novos pilares de proteção não sustentaram as placas de concreto colocadas nas paredes do dique.

Textualmente, a notícia o� cial do convênio de 2010 a� rma que “por conta das chuvas do começo de janeiro, a obra sofre danos, e necessita de reparos urgentes”. A

situação perdura até hoje.

A Agesul, que fez as licitações da obra, tem o papel de � scalizar a sua execução, até para � ns de pagamento às empreiteiras con-tratadas pelo governo estadual.

Convênios paralisadosNo Ministério da Integração Nacional constam dois convênios ativos. O convênio 558445, adimplente, tem valor de R$ 2.631.828 e sua data � nal seria de 30 de abril de 2012, se tudo tivesse corrido bem.O de 2009, de nº 703744, aparece como “Aguardando Prestação de Contas”. Tem valor de R$ 3 milhões, com data � nal de janeiro de 2012. Sem prestação de contas não ocorrem novas liberações.Procurado através de sua assessoria, o governo estadual também não forneceu informações sobre as medidas que tomou, ou tomará, para sanar o grave problema antes da estação das chuvas e da cheia do rio Paraguai.

Porto Murtinho teve cheias históricasO dique foi feito em 1982, a partir de uma barreira de terra escorada por pedras. Com a sua deterio-ração, o governo estadual � rmou um convênio em 2008 com o ministério da Integração Nacional para substituir as pedras por placas de concreto, e assim evitar o risco de cheias, que abalaram a cidade, anteriormente.Em 1979, o município pantaneiro viveu uma enchente sem precedentes, que se repetiu em 1988, mesmo com o dique já construído.

A obra para conter erosão do dique que protege Porto Murtinho das

enchentes do Rio Paraguai sofreu mais um desmoronamento. De acordo com o prefeito, Nelson Cintra (PSDB), essa é a quarta vez que a construção apresenta problemas desde que começou, há pouco

mais de dois anos.

Dessa vez o problema ocorreu com al-guns pilares de concreto da obra. Com a forte chuva de ontem, parte da estrutu-ra localizada na região central de Porto Murtinho, rompeu e as placas com peso aproximado de 3.600 kg cederam no Rio

Paraguai.

“Estamos � nalizando a segunda etapa. Ainda temos a terceira pela frente que irá oferecer uma estrutura melhor para que esses deslizes não voltem a acontecer”, explica Nelson.

Continuam os remendos nas obras (?) do dique de Porto Murtinho...ESTER FIGUEIREDO 10/03/2012 00h00

Continuam os remendos nas obras (?) do dique de Porto Murtinho. Enter-

raram alguns milhões em estacas num terreno arenoso e agora tentam conser-tar o erro. A Advocacia Geral da União está de olho nos contratos, porém tudo

vem sendo feito em ritmo muito lento. Parece que esperam mais uma cheia do Rio Paraguai para encobrir muro de con-

creto, prestes a desmoronar. Pode?

“Cidadãos campo-grandenses, a Schettini juntamente com a Ecoprime foram respon-sáveis pelo Plano Diretor de Drenagem de

Águas Pluviais em Campo Grande. “

Obra em dique de Porto Murtinho desmorona a quarta vezRadioweb MS

28 DE OUTUBRO DE 2008.

O Plano Diretor de Drenagem de Águas Pluviais de Campo Grande é parte integrante do Programa de Contenção de Enchentes realizado pela PMCG em parceria com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.O Plano tem o objetivo de criar mecanismos de gestão da infra-estrutura urbana relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos rios na área urbana. Este planejamento visa evitar perdas econômicas e melhorar as condições de saúde e do meio ambiente da cidade, dentro de

princípios econômicos, sociais e ambientais de� nidos pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Este Plano, elaborado pelo consórcio RES - Planejamento em Drenagem Urbana, formado pelas empresas Rhama Consultora Ambiental Ltda, Ecoprime Engenharia em Meio Ambiente Ltda e Schettini Engenharia Ltda., terá como produtos principais:

um Programa Municipal de Drenagem, um Manual de Drenagem Urbana e um Banco de Dados Georreferenciados.

CONTRATO MILIONÁRIO...PARA???

SCHETTINI ENGENHARIA.

OBJETO DA CONTRATAÇÃO : PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, VISANDO A ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA NAS OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URBANA - MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS NO COMPLEXO

SEGREDO E URBANIZAÇÃO FUNDO DE VALE NO LAGOA, EM CAMPO GRANDE VALOR INICIAL DA CONTRATAÇÃO : R$ 1.999.998,80

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

O dique foi feito em 1982, a partir de uma barreira

Page 7: IMS5

1312 Capa EspecialEMPREITEIRAS FARRISTAS

Dando continuidade a nossa série de reportagens sobre as Empreiteiras Farristas, falaremos um pouco da

Construtora Aro. Outra Construtora de Minas Gerais que deita e rola em contratos do PAC e BNDES deixa para trás obras inacabadas e superfaturadas, funcionários sem rece-ber e seus donos, ricos. Grande parceira do DNIT-MS, na época comandada pelo então, Superintendente Marcelo Miranda Soares, destituído do cargo por suposta prática de corrupção. Talvez pelo fato de Marcelo Miranda ser mineiro uai! de Uberaba, daí tanta a� nidade com estas empreiteiras. Em companhia de seu parceiro de todas as horas, o Diretor do DNIT-DOURADOS, Roberto Mil-horim, que tem como amigo e parceiro da empreitadas técnicas, Pedro Batistoti Junior (ECR TECNOLOGIA) empresa responsável técnica de várias obras do Estado no comando do DNIT-MS.

Batistoti é acusado de ter recebido 300 mil reais em sua conta bancária de uma das empresas laranjas de Carlinhos

Cachoeira. Mas esta história � ca para próxima edição.Continuando com a CONSTRUTORA ARO, empreiteira que fez ou “faz” obras milionárias do PAC E principalmente para o DNIT-MS tem uma sede fundo de quintal. Veja logo abaixo:

Logo em seguida veremos seus sócios, de onde nasceram e suas residências � xas.

Observe que os “caras- de- pau” ainda colocam o nome de Jesus para lavrar suas parcerias em falcatruas...

Trecho BR- 262Abandonado por empreiteira que recebeu R$ 93,5 mi, trecho da

BR-262 oferece perigoFonte: Midiamax em 07 de Maio de 2012

Uma rodovia fed-eral que corta o

Pantanal, e que liga a Capital à Corumbá. Por ela passam milhares de mora-dores da terceira ci-dade mais populosa do estado e outro tanto de turistas de todos os cantos do país e do mundo, em busca das belezas naturais do Pantanal, e das festas tradicionais de Corumbá.

É justamente a rodovia que serve

a essa imensa popu-lação que está aban-donada, num logo tre-cho de 86 quilômetros, que começa no Km

266 e termina ao pé da ponte sobre o rio Para-guai.

A situação não de-veria estar assim.

Em 2009, a descon-hecida Construtora ARO, de Belo Hori-zonte (MG), venceu a licitação de R$ 99 milhões para restaurar o trecho. Pela obra, en-tre 2009, 2010 e 2011, a Construtora ARO recebeu R$93.5 mil-hões pelos serviços de restauração da BR, segundo o site da transparência do gov-erno federal. E mesmo com a elevada quan-tia de R$ 1.15 milhão por quilômetro res-

taurado, a ARO aban-donou a obra. Por falta de dinheiro, comenta-se na região. Coinci-dentemente ou não, o dinheiro graúdo deixou de ser pago em julho de 2011, quando estourou a crise no ministério dos Trans-portes e no Dnit, que culminou com a de-missão pela presi-dente Dilma, de toda a cúpula dos dois órgãos federais, comandados pelo PR à época. Inclu-sive de Luiz Antônio Pagot, que vira e mexe vinha ao MS partici-par de festas política do seu partido. ►

PROVAS INCONTESTÁVEIS DE UM PROJETO MAL ELABORADO...SÓTER...

SHOPPING CAMPO GRANDE

VIA PARQUE...

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012 Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 8: IMS5

14 15EspecialEspecialUma

rodovia federal que corta o Pantanal, e que liga a Capital à Corumbá. Por ela passam milhares de moradores da terceira cidade mais populosa do estado e outro tanto de turistas de todos os can-tos do país e do mundo, em busca das belezas naturais do Pantanal, e das festas tradicionais de Corumbá.É justamente a rodovia que serve a essa imensa população que está abandonada, num logo trecho de 86 quilômet-ros, que começa no Km 266 e termina ao pé da ponte sobre o rio Para-guai.

A situação não deve-ria estar assim. Em

2009, a desconhecida Construtora ARO, de Belo Horizonte (MG), venceu a licitação de R$ 99 milhões para restau-rar o trecho. Pela obra, entre 2009, 2010 e 2011,

a Construtora ARO re-cebeu R$93.5 milhões pelos serviços de restau-ração da BR, segundo o site da transparência do governo federal. E mesmo com a elevada quantia de R$ 1.15 milhão por quilômetro restaurado, a ARO abandonou a obra. Por falta de dinheiro, comenta-se na região. Coincidentemente ou não, o dinheiro graúdo deixou de ser pago em julho de 2011, quando estourou a crise no ministério dos Trans-portes e no Dnit, que culminou com a de-missão pela presidente Dilma, de toda a cúpula dos dois órgãos federais, comandados pelo PR à época. Inclusive de Luiz Antônio Pagot, que vira e mexe vinha ao MS participar de festas política do seu partido.

A reportagem do Midiamax per-

correu o trecho de 86

quilômetros da ARO ao lado de um motorista que trabalhava na obra, e que hoje dirige ônibus rodoviário. O motoris-ta, que não quer se iden-tificar, conta que o valor do contrato foi elevado em outubro de 2010, porque a ARO ganhou do Dnit um gordo aditivo, que elevou o custo da restauração para os cofres públicos de R$ 99 milhões para R$ 118 milhões - ou R$ 1.3 milhão por quilômetro restaurado.

De fato, o extrato do termo aditivo con-

firma a informação, di-zendo que se tratava de uma “revisão de projeto, com reflexo financeiro positivo (aumento do valor contratual) e in-clusão de novos preços”. A data da assinatura do aditivo de R$ 19 mil-hões foi bem ao final do primeiro turno das eleições de 2010. Confira:

“EXTRATO DE TERMO ADITIVO Nº 1/2010 Número do Contrato: 391/2009. Nº Processo: 50619000199200841.

Contratante: DNIT-DEPARTAMENTO NACIONAL DE -INFRAEST. DE TRANSPORTES. CNPJ Contratado: 17682303000134.

Contratado : CONSTRUTORA ARO LTDA Objeto: Aprovação do 1º Relatório de Revisão de Projeto em Fase de Obras, com re� exo � nanceiro positivo (aumento de valor contratual) e

inclusão de preços novos. Fundamento Legal: Lei nº 8.666, de 21.06.93.

Valor Total: R$118.041.328,78. Data de Assinatura: 06/10/2010.

O aditivo está pub-licado no Diário

Oficial da União em 7 de outubro de 2010, em nome da Superintendên-cia Regional do Dnit no MS, à época dirigida por

Marcelo Miranda.

Mesmo com essa dinheirama, a

ARO desapareceu do lugar, em dezembro de 2011, carregando suas máquinas. Deixou para

trás cerca de 100 trabalhadores, sem rece-

ber seus salários e direitos durante 6 meses. A maio-

ria era de Miranda.

Depois do abandono, a obra e a via ficaram em

“frangalhos”.

Alojado ao lado do motorista,

a reportagem pode constatar que do quilômetro 266 à ponte do Paraguai a BR-262 está, literal-mente, se desman-chando. Um serviço de tapa-buraco não resolveu a situação de risco.

Segundo o motor-ista, todos sabiam

que os materiais usa-dos na restauração da BR-262 tinham quantidade e quali-dade inferior à pro-jetada para o serviço. Um vídeo gravado no percurso também confirma essas infor-mações.

Entregues há um ano, e sinaliza-

dos, alguns trechos “novos” apresentam afundamentos, sulcos e o chamado “couro de jacaré”, quando o asfalto granula em função da infiltração de água. Buracos e re-mendos estão surgin-

do em profusão. Em outros pontos ainda não totalmente acaba-dos, afundamentos gritantes confirmam a falta de qualidade da obra. E aqueles trechos que nem se-quer foram mexidos estão piores que no começo da obra, em 2009.

O motorista afir-ma que o maior

temor é dirigir à noite porque o trecho lo-calizado bem no meio do Pantanal sul-mato-grossense não tem acostamento em muitos pontos, nem sequer sinalização.

A reportagem ten-tou localizar di-

rigentes da ARO, em Belo Horizonte, mas os telefones da em-presa simplesmente não atendem. Uma empresa coligada - Fat Construções - de São Paulo, também não funciona mais.Procurado, o dire-tor interino do Dnit/

MS, Antônio Carlos Nogueira, não quis se pronunciar alegando a interinidade. No en-tanto, fala sobre out-ros temas para jornais do MS.

A assessoria da sede do Dnit

em Brasília apenas se limitou a responder a solicitação de infor-mações sobre o tema, com uma breve nota. Nela, afirma que o Dnit/MS vai punir a empresa e fazer um novo edital. Não in-formou nem como, nem quando, mesmo passados cinco meses do abandono da obra pela ARO. Confira a breve resposta do Dnit:

“Em razão da inex-ecução do Contrato por parte da Contrat-ada, a Superintendên-cia Regional do DNIT/MS abriu procedimen-to referente à aplicação de penalidades para autuar a Construtora ARO Ltda. pela “IN-EXECUÇÃO” das Obras de Restauração na Rodovia BR-262/MS, conforme prevê a legislação. Visto a não conclusão da Obra, a Administração está providenciando uma nova licitação para que seja concluído o remanescente dos Serviços não executados.”

Buracos, afundamentos e risco são o retrato da BR-262 no trecho.

Prosseguimos mostrando o abandono da obra depois da faxina. Em virtude das práticas desses picaretas, pessoas de MS � caram mais uma vez sem receber seus salários.

Acompanhe:Sem salários, trabalhadores de Miranda buscam solução no

Ministério do Trabalho da Capital

Cerca de cem trabalhadores estão

sem salário desde dezem-bro de 2011, devido à falta de pagamento da empresa Construtora Aro Ltda, que é contratada pelo Departa-mento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) de Mato Grosso do Sul, para fazer a restauração do asfalto no quilômetro 622 da BR-262 até a ponte do rio Paraguai.

Segundo Amarildo Rob-erto de Souza Coelho,

56 anos, que trabalhava como chefe de transporte, os trabalhadores eram con-tratados como operadores de máquina, motoristas e

serviços gerais para fazer o asfalto. Foram quase seis meses de trabalho, todos os homens tiveram a carteira assinada pela construtora e ganhavam entre R$ 600 e R$ 2 mil. No mês de dezembro de 2011, a empresa sumiu levando as máquinas, patro-las e capadora. Os salários e os 13º terceiros não foram pagos. “Todos os trabal-hadores levantavam às 4h30 da madrugada e muitas vezes saiam do trabalho ás 21 horas. O mais difícil é que não deram baixa nas carteiras de trabalho. Agora não temos direito de rece-ber Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e não podemos procurar

outro emprego”, afirma o tra-balhador.

Todos os trabalhadores moram em Miranda, a

194 quilômetros da Capital. Muitos pagam de aluguel e tem filhos menores de 18 anos, que dependem do salário dos pais.O fiscal de obras do DNIT, Antônio Carlos Nogueira, disse que entrou em contato com a Construtora Aro Ltda que fica em Belo Horizonte (MG), e informou que os trabalhadores estão pas-sando necessidades. “Eles disseram que vão entrar em contrato com os trabal-hadores para regularizar essa questão”.

Conforme Antônio, os trabalhadores tem que

cobrar a construtora que também falhou com o Dnit. “Uma parte da BR-262 não foi terminada, sendo 11 quilômetros que ficaram sem a restauração. Eles ale-gam que não tinham mais verba e estrutura para termi-nar o trabalho”.

A equipe de reportagem entrou em contato com

Construtora Aro em Belo

Horizonte (MG), mas um atendente disse que o ger-ente da empresa não estava. Ela fez questão de alertar que é muito difícil ter con-tato com ele. Hoje, cinco dos trabalhadores virão à Capi-tal para uma audiência no Minstério do Trabalho. Eles estão trazendo mais de 70 assinaturas de trablhadores que não receberam salário de dezembro em busca de uma solução para o caso.

Processos contra a Construtora ARO:TJMG: 1.0024.09.478627-4/002, 1.0024.09.478627-4/001 e 1.0024.09.478627-4/003TCU: Processo 011.916/2007-5, Processo OO1.909/2006, Processo 375.478/1998-1

Processos contra a Construtora ARO:TJMG: 1.0024.09.478627-4/002, 1.0024.09.478627-4/001 e 1.0024.09.478627-4/003TCU: Processo 011.916/2007-5, Processo OO1.909/2006, Processo 375.478/1998-1

UCampo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 9: IMS5

1716 Comportamento Direito

Corrupção é mal que não tem curaA corrupção vem de berço, consolida-se na personalidade da criança até os 8 anos e, uma vez manifestada, não tem cura. O polêmico diagnóstico é do médico e psicoterapeuta do Hospital das Clínicas de São Paulo João Augusto Figueiró, para quem não existe corrupto arrependido. ‘Ele pode até se arrepender, mas se tiver condições de trapacear novamente, nãovai pensar duas vezes’, diz. Figueiró a� rma que o corrupto não tem qualquer doença, mas um desvio de comportamento que só o permite crescer na vida trapaceando. E mais: não sente qualquer remorso. Figueiró só vê uma saída para o problema: educação. A

seguir, a entrevista que ele concedeu ao repórter Alan Gripp e publicada no jornal ‘O Globo’.Como nasce um corrupto? Considerando que o núcleo da constituição ética e moral de um indi-víduo se estabelece nos primeiros oito anos de vida, ele (o corrupto) nasce ainda criança. Não quer dizer que isso seja imutável, mas com certeza esse período é decisivo. É importante dizer que o corrupto não apresenta uma doença ou um transtorno. Trata-se de um comportamento corrupto. Sob ponto de vista da psicologia, ele não é uma pessoa normal. Mas não está classi� cado dentro das doenças mentais, isso seria um atenuante para ele.

O que o leva a desenvolver o comportamento corrupto? O comportamento transgressor tem uma contribuição mais importante dos fatores ambientais, familiares e culturais do que propriamente de fatores genéticos ou hereditários. Mas é evidente que o comportamento trapaceiro pode ser observado em todas as espécies animais e é inclusive um fator de seleção natural. Um animal que não trapaceia com os seus predadores tem probabilidade alta de extinção. O ser humano, pelo seu potencial de malignidade, também. Se ele não internalizar valores éticos, morais e legais para a sua cultura o mais cedo possível, tem probabilidade muito alta de ter um comportamento corrupto.

A corrupção tem cura? A priori, o comportamento corrupto é incurável. O indivíduo que tem essa personalidade transgressora no pior sentido vai manifestá-la sempre que tiver oportunidade. Por isso, a única forma de contê-la é utilizar con-troles externos. No caso do político, por exemplo, o mais e� caz é privá-lo do direito de se candidatar. Nos Estados Unidos, os candidatos a vagas na Polícia são avaliados para se descobrir se ele manifesta esse comportamen-to, mesmo sendo difícil discriminar quem pode ser corrompido ou não. Porque o corrupto é, por natureza, um trapaceiro.

Então não há chance de existir um corrupto arrependido? De um modo geral, eu diria que não. O corrupto se arrepende quando é � agrado ou punido, ou privado de algum tipo de benefício. Mas se ele tiver condições de trapacear novamente, não vai pensar duas vezes.

Qual o per� l do corrupto? Geralmente são sedutores, bem-falantes, arrogantes, menos sensíveis ao sofrimento dos demais, egocêntricos, egoístas, histriônicos, teatrais, instáveis e oscilam do amor ao ódio de acordo com as circunstâncias que os grati� quem ou frustrem. São trapaceiros nas pequenas e grandes coisas de sua vida, com baixa tolerância à frustração, gostam do atalho e utilizam a esperteza para satisfazer seus desejos.

Um corrupto então jamais toleraria um trabalho normal... Ele fracassa em se conformar com as normas sociais; não aceitaria nunca ter um trabalho comum e ter que esperar virar o mês para receber um salário. Ele repetidamente pratica atos considerados como ilegais, tem pro-pensão para enganar e mente compulsivamente. Sente prazer em ludibriar o outro. En� m, utiliza quase sempre a chamada Lei de Gérson.

O corrupto tem noção de que está praticando um ato ilícito ou já considera tudo normal?Tem noção, sim. Mas apresenta uma indiferença ou racionaliza, apre-sentando sempre uma explicação para validar o seu ato: ‘Eu ajo assim porque todo mundo faz ou o meu partido faz assim porque todos fazem’. Isso é para que ele se isente perante si mesmo.

Todos possuímos este transtorno em algum grau? A experiência empírica mostra que não. Mostra que existem cidadãos que funcionam dentro de molduras éticas e morais preconizadas pela sociedade em que vivem. Mas estes indivíduos foram educados neste sen-tido, identi� caram-se com comportamento éticos na família, na escola, na comunidade, na sociedade e na cultura, introjetaram estes valores e aprenderam a valorizá-los acima da auto-satisfação a qualquer preço.

Uma pessoa que acha normal roubar um talher no restaurante sofreria do mesmo transtorno em grau menor?Essa pessoa não deixa de ter comportamento transgressor, permissivo. Tem a característica de ser egocentrada. Há uma piada que diz que ela avança em termos de corrupção até onde vai a garantia do seu anoni-mato. Se aquele comportamento não for revelado, o indivíduo é capaz de fazer coisas maiores e maiores.

A incidência deste comportamento é maior entre políticos e policiais? Aparentemente sim. A pessoa com esse comportamento tende a pro-curar essas pro� ssões. O indivíduo que tende a se corromper tem a capacidade diminuída de conseguir seus benefícios com esforço, rotina. Ele busca atalhos e isso o leva a ocupações nos quais esse comportamento possa se manifestar livremente. A política e a polícia são instituições que dão autoridade, nas quais uma pessoa pode se sobrepor a outra. O abuso da autoridade é facilitado e ela tem acesso direto ao dinheiro com pouco controle. O indivíduo corrupto que for trabalhar num banco será � agrado. Não sobreviveria num trabalho normal.

Qual o caminho para evitar novas gerações de corruptos? Educação. Mas num sentido muito mais amplo possível, que inclui o minuto a minuto em contato com a sociedade à volta. E nesse aspecto o Brasil é um mau exemplo. Temos uma cultura excessivamente permissiva e transgressora.

Outro Estudo feito por especialistas em Pernambuco detectaram o seguinte...

Fez-se um experimento com Servidores Públicos do Estado de Pernambu-co com o objetivo de entender os determinantes do comportamento cor-rupto desses funcionários. O servidor respondeu que decisão tomaria di-ante de três cenários nos quais tinham oportunidade de receber suborno. A situação foi descrita de maneira a deixar claro que o ato era ilegal e que a probabilidade de ser pego crescia do cenário 1 ao 3. Houve indicações de que servidores mais velhos são mais propensos à corrupção.

A renda individual não está correlacionada com corrupção, no entanto quanto maior a renda familiar, menor é o comportamento corrupto entre os indivíduos. Finalmente, quanto maior a probabilidade de ser descoberto, menos indivíduos aceitam suborno e a média dos valores do suborno aceito também dimunui.

Censura Na Roma Antiga, censura era o cargo ou a função de um censor. Este artigo está relacionado com o controle sobre a imprensa e outros meios informativos e fotos indecentes

É o uso pelo estado ou grupo de poder, no sen-

tido de controlar e impedir a liberdade de expressão. A censura criminaliza certas acções decomunicação, ou até a tentativa de exercer essa co-municação. No sentido mod-erno, a censura consiste em qualquer tentativa de suprim-irinformação, opiniões e até formas de expressão, como

certas facetas da arte.

O propósito da censura está na manutenção do

status quo, evitando alter-ações de pensamento num determinado grupo e a conse-quente vontade de mudança. Desta forma, a censura é mui-to comum entre alguns gru-pos, como certos grupos de interesse e pressão (lobbies), religiões,multinacionais e governos, como forma de manter o poder. A censura procura também evitar que

certos con� itos e discussões se estabeleçam.

A censura pode ser ex-plícita, no caso de estar

prevista na lei, proibindo a in-formação de ser publicada ou acessível, após ter sido ana-lisada previamente por uma entidade censora que avalia se a informação pode ou não ser publicada (como suce-deu na ditadura portuguesa através daPIDE), ou pode tomar a forma de intimidação governamental ou popular, onde as pessoas têm receio de expressar ou mostrar apoio a certas opiniões, com medo de represálias pessoais e pro� s-sionais e até ostracismo, como sucedeu nos Estados Unidos da América com o chamado

período do McCartismo.

Pode também a censura ser entendida como a su-

pressão de certos pontos de

vista e opiniões divergentes, através da propaganda, con-tra-informaçãoou manipu-lação dos meios de comuni-cação social. Esses métodos tendem a in� uenciar opinião pública de forma a evitar que outras ideias, que não as dos grupos dominantes, tenham

receptividade.

Formas modernas de cen-sura referem-se a limi-

tações de acesso a certos mei-os de comunicação, ao modo de atribuição de concessões de rádio etelevisão por agên-cias reguladoras ou a crité-rios editoriais discricionários, segundo os quais um jornal, por exemplo, pode não noti-

ciar determinado fato.

Muitas vezes a censura se justi� ca em termos

de proteção do público, mas, na verdade, esconde uma posição que submete artistas,

intelectuais e o próprio movi-mento social ao poder do es-tado e infantiliza o público, considerado como incapaz de

pensar por si próprio.Actualmente a censura pode ser contornada mais e� caz-mente, com o recurso à In-ternet, graças ao fácil acesso a dados e a sistemas de par-tilha de � cheiros peer-to-peer - como a Freenet -, de manei-ra e independentemente de

fronteiras geográ� cas.

A convivência quotidi-ana com a censura pode

suscitar, entre os produtores culturais e formadores de opinião, uma atitude de de-fesa bastante corrosiva - a autocensura, que consiste em evitar a abordagem de certos assuntos ou a não expressar opiniões que possam gerar situações de confronto com o

poder.

A censura sem censura

Num mundo atual para informação,a censura é de extrema importância para os meios de comunicação.Também vincu-lados na internet,onde surgem temas e desdobram-se os acontecimentos cotidianos,a censura tende a perder seu efeito

e que tarde são re� etidas sua ausência diretamente na sociedade.

Um exemplo claro é quanto a atual falência dos afazeres urbanos, que bur-ladas pela censura, o trá� co de drogas lucram espaço através das músicas

e que o fazem temas livres já dependentes,a censura luta contra a liberdade de expressão no qual tomam as ações ilícitas em sociedade. Neste caso uma falta de censura torna-se um agravo por todo o país.Há uma diferença entre a censura e a proibição da liberdade de expressão. O Estado tem por obrigação intervir em mensagens e linguagens onde se fomenta a violência, a pornogra� a e a tendenciosidade a tal ou qual forma de pensar, onde veri� ca-se claramente o desrespeito ao pensamento alheio e a falta de ordem. Isto não deve impedir, entretanto, que a imprensa ou os seus usuários tenham o direito de expressar sua opinião política, religiosa ou de outra natureza.

A opinião de quem defende tal ou qual pensamento deve estar clara de tratar-se de um pensamento de quem o emitiu, sem, no entanto, constituir-se em in� uência sutil ou deliberada do pensamento alheio.

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012 Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 10: IMS5

18 19Variedades EntretenimentoRedes sociais mudam comportamento de marcas

A Millward Brown – pertencente ao Grupo Ibope no Brasil – acaba de lançar um serviço global de pesquisa qualitativa. Chamada de Fire� y, a nova marca agrega agências nos 40 países em que a empresa atua, formando uma equipe que

virtualmente possui cerca de 300 funcionários.

A Fire� y divulgou o estudo “As marcas e a Dinâmica do Consumidor nas Redes Sociais”, desenvolvido exclusivamente no meio digital em nove países, entre eles o Brasil. Os resultados foram mostrados pela diretora de pesquisa qualitativa da

Fire� y, Marina Fernandez, que destacou o comportamento das marcas frente ao tipo consumidor que surgiu estas redes.

O estudo identi� cou que sites como Twitter e Facebook alteraram a forma como os consumidores são impactados. Eles esperam que as empresas ajam como amigas, não mais como grandes corporações.

Em entrevista ao Adnews, Marina contou que algo que acontece comumente no mercado, mas que prejudica muito a imagem

das companhias: colocar um estagiário para cuidar da comunicação com os clientes nas redes.Ela explicou que o problema não é a idade do funcionário, mas sim não ser alguém bem treinado e que tenha propriedade para falar em nome da marca.

Marina destacou que as empresas precisam seguir “as novas regras do jogo”, estabelecendo um relacionamento com o con-

sumidor, em vez de “invadir o espaço dele”. Um dos erros cometidos pelas empresas seria pedir que o consumidor preencha cadastros logo no primeiro contato com a marca.

Com informações do Adnews e do repórter Leonardo Pereira.

O Brasil na AstrologiaO Brasil na AstrologiaToda a história astrológi-

ca do Brasil está ligada a Portugal e sua in� uência na formação das nossas car-acterísticas. A tradição as-trológica indica que Portugal tem características piscianas. Por sua localização geográ-� ca – Portugal – era conhe-cida como � nis terrae, e sua formação teve a participação de celtas, fenícios, cartagine-ses, cretenses, gregos e roma-nos, também teve in� uência de ondas invasoras de tribos germânicas e, posterior-mente, dos mouros muçul-manos, sem falar da grande contribuição de judeus e out-

ras raças.

Foi através de Dom Hen-rique que Portugal alcan-

çou a expansão territorial que conhecemos. O desenvolvi-mento da matemática e dos conhecimentos astronômi-cos dos portugueses veio da in� uência árabe, com sua tradição de observar os as-tros. Os árabes eram herdei-ros dos conhecimentos dos povos que habitaram a Meso-potâmia. A famosa Escola de Sagres, com seu círculo de estudantes adotaram o quad-

rante, o astrolábio e outros instrumentos que eram con-

hecidos dos árabes.

Com todos estes instrumen-tos associados aos cálculos as-trológicos foi possível traçar o cálculo do deslocamento das embarcações nos oceanos nunca dantes navegados, no sentido das longitudes. O conhecimento astronômico associado com a Astrologia foi o responsável por esta lib-ertação da navegação que se fazia até então, somente pelas

costas conhecidas.

Na carta astrológica do nascimento de dom

Manuel, o Venturoso, rei de Portugal na época do desco-brimento do Brasil, Júpiter, na posição mais elevada, no signo de Peixes, prenunciava a grande expansão do reino. Quando estudamos as carac-terísticas da época, percebe-mos a relação entre o misti-cismo e o universalismo da

alma portuguesa.

Em todos os momentos importantes em relação

à História do Brasil, como o mapa da chegada de Pedro

Álvares Cabral, da tomada de posse da terra, bem como a chegada da corte portu-guesa, da independência e da república são notáveis e marcantes as presenças de planetas entre Aquário e Pei-xes. A missão do Brasil é im-portante tanto do ponto de vista astrológico bem como espiritual, tanto que o Brasil é conhecido pelos kardecistas como coração do mundo (em virtude do seu formato ge-ográ� co em relação com um coração) e pátria do evan-

gelho.

A grande mistura entre índios, portugueses, ne-

gros e depois com as levas de imigrantes criou no Bra-sil uma raça diferente, alegre, cordial e que sempre quer agradar. O carinho do bra-

sileiro é tão grande.O Brasil é um dos poucos países a ter um atestado de nascimento, a carta de Pero Vaz de Caminha é este docu-mento, chega a citar as cir-cunstâncias e horas em que

tudo aconteceu.

O desenvolvimento cul-tural e místico do Brasil

se deu em grande parte com a chegada da corte portu-guesa, foi ela quem trouxe as primeiras lojas maçônicas. A Maçonaria tem entre seus símbolos o Zodíaco e sem-pre foi a difusora dos ensina-mentos astrológicos. Com a grande conjunção de Urano e Netuno em Capricórnio atingimos a independência. Quando em 1846 Urbain Le Verrier descobriu Netuno, a República é proclamada sob a conjunção de Netuno e

Plutão em Gêmeos.

Nossa bandeira é a única a levar gravada numa es-

fera celeste a faixa da eclíptica e as principais constelações que viram nascer o Brasil. Com o destaque da estrela Spica, alfa da constelação de Virgem, os positivistas au-tores da bandeira resgataram o simbolismo solar do grito do Ipiranga. A proclamação da República foi o selo de-� nitivo rompendo de vez os laços com Portugal. Quando admiramos a nossa bandeira estamos fazendo reverência ao céu e ao nosso destino, que como diz a canção está

escrito nas estrelas.

Marun participa da 44ª Reunião Ordinária do CEC/MS

No dia 24/05 em Chapadão do Sul, o secretário de Estado de Habitação e das Cidades, Carlos Marun juntamente o prefeito Jocelito Krug e os

Conselheiros da CEC/MS, participam da 44ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual das Cidades de MS/CEC-MS.

O evento será realizado nesta quinta-feira às 14 horas na Câmara Municipal de Chapadão do Sul, localizada na Rua Dezoito, 758.

Em pauta acompanharão a apresentação do empresário Valter Cortez da Empresa Organura Planejamento, Projetos e Obras Ltda, que

exibirá o balanço dos trabalhos de elaboração dos planos diretores participativos da Região Geográ� ca 1.

Outra apresentação programada é do consultor do Sebrae/MS, Ricardo Senna, que irá explicar sobre o Prêmio Prefeito Empreendedor e ações de desenvolvimento sustentável local. Também será discutida a proposta de repúdio aos

vereadores do município de Figueirão entre outros assuntos.

Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012Campo Grande / MS • De 27 de Maio a 2 De Junho de 2012

Page 11: IMS5