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Nossa razão de ser ano 8 nº 45 janeiro/fevereiro/março/abril de 2011 Uma publicação da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo ISSN 2179-7455

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Nossa razão de ser

ano 8 nº 45 janeiro/fevereiro/março/abril de 2011

Uma publicaçãoda Escola Superiordo Ministério Públicode São Paulo

Certificação Digital. Segura, ágil e 100% confiável.Imprensa Oficial, a Autoridade Certificadora Oficial do Governo do Estado de São Paulo.

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ISSN 2179-7455

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editorial

PluralBoletim informativo da Escola Superior do Ministério Público

DiretorMário Luiz [email protected]

AssessoresEverton Luiz ZanellaJosé Mário Buck Marzagão BarbutoMaria Silva Garcia de Alcaraz Reale FerrariSusana Henriques da [email protected]

Jornalista responsável:Rosana Sanches (MTB: 17.993) [email protected]

FotosRosana SanchesMaurício NetoAntonio Carlos Carreta

Direção de arteGuen Yokoyama

Editora de arteVanessa Merizzi

DiagramaçãoTeresa Lucinda Ferreira de Andrade

Revisor de textoSárvio Nogueira Holanda

CTP, impressão e acabamentoImprensa Oficial do Estado de São Paulo

Tiragem3 mil

PeriodicidadeTrimestral Escola Superior do Ministério PúblicoRua 13 de Maio, 1259 Bela Vista – São Paulo/SPTelefone: (11) 3017-7990www.esmp.sp.gov.br

ISSN 2179-7455

A assunção ao cargo de diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Fun-cional - Escola Superior do Ministério Público, por um promotor de justiça, pela primeira vez na história da instituição, aflora a ideia de redemocratização.Essa nova fase vivenciada no Ministério Público exige a participação efetiva do CEAF/ESMP no processo de evolução institucional, com vistas a afastar as ameaças existentes no status social, adquirido na Constituição Federal de 1988, após clamor social e luta incessante de diversos colegas. Esse processo evolucional também se presta a coibir os focos de resistência à instituição, voltados a nos calar e a nos reduzir a mero auxiliar do Poder Execu-tivo, retrocedendo a um passado não tão remoto.Nessa esteira de raciocínio, notamos o importante desafio desta gestão: a criação de uma doutrina institucional, que fortaleça o Ministério Público. A rediscussão de algumas funções, tais como o poder investigatório do Ministério Público, a atuação nos interesses difusos e coletivos, a participação nos processos legislativos, o re-lacionamento com a imprensa, a democratização institucional e a rediscussão e revalorização da segunda instância, são motes exemplificadores.Para a concretização dessas ideias e ideais, o CEAF/ESMP buscou realizar – e programar – diversos cursos e eventos, que fortalecem essas concepções, sem se olvidar de outras atividades essenciais – que justificam a criação e a manu-tenção desse órgão auxiliar –, tais como, a realização de Concurso de Estagiá-rios (número recorde de inscrições!), o Curso de Adaptação dos Assistentes Ju-rídicos (primeira turma a ingressar na instituição) e o Curso de Adaptação para os Promotores de Justiça Substitutos do 87o Concurso de Ingresso na Carreira do Ministério Público – matéria de capa.Nos primeiros meses deste ano, também demos início ao curso “O Ministério Público na Constituição e nas Leis Orgânicas”, contando com a preciosa cola-boração do Prof. Emérito Hugo Nigro Mazzilli bem como ao curso de extensão em Biodireito, além dos eventos paralelos: o Ministério Público na Constituição Federal; A Lei da Ficha Limpa; Colóquio Internacional de Direito Processual Penal; Direito Europeu do Consumidor; Lei Orgânica da Assistência Social; Pla-nejamento nas obras públicas; 20 anos do Código de Defesa do Consumidor; o Simpósio de Política Nacional de Resíduos, dentre outros. Essas pequenas realizações apenas indicam o iní-cio de um longo percurso, no qual a colaboração dos colegas será indispensável e essencial, espe-cialmente para reafirmar os valores alçados pela nossa instituição.Que Deus nos abençoe nessa jornada.

Um abraço

Mário Luiz Sarrubbo

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índice

artigo Renato MarcãoCasa de Prostituição. O crime do art. 229 do Código Penal 4

seminárioHomenagem aos autores nos 20 anos do CDC 30

Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012 33

entrevista Entrevista: Fernando José Marques 12

capaUm mês de emoção e muito trabalho 18

concursoRecorde de inscritos no Concurso de Estagiários 23

cursosPrimeiro curso para Assistentes Jurídicos do MP 25

ESMP promove curso de extensão em Biodireito 28

Mazzilli: um especialista para ensinar sobre o MP 29

Antonio BaldinValores 8

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Renato MarcãoCasa de Prostituição. O crime do art. 229 do Código Penal 4

Homenagem aos autores nos 20 anos do CDC 30

Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012 33

Consumo europeu é tema para Mário e Ângela Frota 35

palestra Debate sobre a Lei orgânica da Assistência Social lota auditório 36

Novo Código de Processo Civil é tema da aula inaugural na ESMP 37

Para entender a Avaliação da Conformidade 38

possePromotor Mário Luiz Sarrubbo é empossado na ESMP 42

simpósio Novas regras para resíduos sólidos 45

livros 47

notas Evento no Núcleo Regional de Franca 48

Entrevista: Fernando José Marques 12

Um mês de emoção e muito trabalho 18

Recorde de inscritos no Concurso de Estagiários 23

Primeiro curso para Assistentes Jurídicos do MP 25

ESMP promove curso de extensão em Biodireito 28

Mazzilli: um especialista para ensinar sobre o MP 29

Antonio BaldinValores 8

ESMP discute a importância do planejamento em obras públicas 34

seminárioES

TE P

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CONSOME M

ENOS EN

ERGIAPROCEL

INMETRO

Eletrobrás

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artigo

A prostituição, como é voz corrente, talvez seja a mais antiga das profissões.1

Prestar favores sexuais, mercadejar o corpo e dis-tribuir os prazeres da carne podem constituir opção para alguns e destino para outros.

Manter estabelecimento em que ocorra explo-ração sexual, conforme a lei penal vigente, cons-titui crime que está previsto no art. 229 do Código Penal, grafado nos seguintes termos: “Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietá-

1 Renato Marcão e Plínio Gentil, Crimes Contra a Dignida-de Sexual, São Paulo, Saraiva, 2011.

Casa de Prostituição. O crime do art. 229 do Código PenalRenato Marcão

Membro do Ministério Público do Estado de São Paulo. Mestre em Direito. Professor convidado no curso de pós-graduação em Ciências Criminais da Rede Luiz Flávio Gomes e em cursos de pós-graduação em diversas Escolas Superiores de Ministério Público e da Magistratura. Membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. Membro da Association Internationale de Droit Pénal (AIDP). Membro Associado do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), do Instituto de Ciências Penais (ICP) e do Instituto Brasileiro de Execução Penal (IBEP).

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rio ou gerente: pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Antes da vigência da Lei 12.015/2009, o artigo 229 se referia de forma expressa à conduta consistente em “manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso (...)”, havendo perfeita correlação com o nomen juris emprestado à tipificação em testilha pelo Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Hoje, mesmo se referindo o dispositivo a “estabe-lecimento em que ocorra exploração sexual”, quer nos parecer que a denominação jurídica do tipo, que persiste, não exigia mesmo ser alterada.

Muito embora o legislador tenha optado por uma linguagem mais atualizada para compor o preceito primário, em verdade e em última análise está a se referir, ainda, aos locais em que exercitada a prostituição ou outra forma de exploração sexual, daí não ser de todo desajustada a manutenção do nomen juris – casa de prostituição –, como designativo do tipo, pois assim se revelam os “estabelecimentos” que à prática proscrita se destinam/dedicam.

A prostituição, a seu turno, acompanha a história da humanidade e é citada até mesmo em passagens bíblicas, como dão mostras, por exemplo, escritos do Novo Testamento a respeito de Maria Madalena, sobre “Sodoma e Gomorra” etc.

Não se trata de, ao contrário do que disse nelson Hungria,2 até certo ponto, constituir um mal necessá-rio, por revelar uma função preventiva na entrosagem da máquina social.

Vencido o tempo das reflexões lançadas pelo admirável penalista, já não podemos concordar com suas afirmações no sentido de que – “sem querer

2 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Fo-rense, 1956, v. VIII, p. 268.

fazer-lhe elogio” –, ressalvava cautelosamente, constitui a prostituição “uma válvula de escapamento à pressão de irrecusável instinto, que jamais se apaziguou na fórmula social da monogamia, e reclama satisfação antes mesmo que o homem atinja a idade civil do casamento ou a suficiente aptidão para assumir os encargos da formação de um lar. Anular o meretrício, se isso fora possível, seria inquestionavelmente orientar a imoralidade para o recesso dos lares e fazer referver a libido para a prática de todos os crimes sociais”.3

O modelo social dos dias que correm não mais se ajusta ao pensamento exposto, que em verdade bus-cava salvaguardar a família e a sociedade dos male-fícios que a ausência de opção para os reclamos que a satisfação da libido exige, por vezes arriscam e até insistem em proporcionar.

Os sistemas parciais4 que integram a sociedade contemporânea prescindem de tais favores para seu fortalecimento.

A realidade atual tornou superada a visão poética e por vezes romântica que enxergava nos prostíbu-los o primeiro acesso para a prática da masculini-dade sexual; para a iniciação da virilidade explícita melhor protagonizada por célebres e prometidas mercadoras do amor.

As sessões de iniciação tantas vezes patrocina-das por algum familiar próximo, que com alguma satisfação se dispunha a levar o jovem de escassa penugem para o congresso carnal com prostitutas experimentadas já não encontra correspondência no presente. Tais entrevistas de amor, que de amor nada tinham, se tornaram estampa fora de moda para o tecido social hodierno.

3 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Fo-rense, 1956, v. VIII, p. 268.4 Niklas Luhmann, Sociologia do Direito I, Rio de Janei-ro, Biblioteca Tempo Universitário, tradução de Gustavo Bayer, 1983, p. 168.

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Onde remanescem, as denominadas “zona de me-retrício” se tornaram opção de abrigo para criminosos e ponto de frequência para alguns poucos, não mais desfrutando das conotações e do colorido de que no passado se impregnara.

Mas a prostituição, livre pelas ruas ou confinada em estabelecimentos luxuosos, jamais deixou de exis-tir. Ao contrário, aproveitando-se do desejo atávico de desafogo da sexualidade, se expande como “negócio lucrativo” e se moderniza com oferta qualificada de “peças e serviços”, como se faz explícito em todos os meios de informação.

Ignorada, tolerada, regulamentada ou proibida, também disse nelson Hungria,5 a prostituição “sempre existiu e há de existir sempre”.

Conformemo-nos.Em si considerada, contudo, a prostituição não con-

figura ilícito penal. E nem poderia, por recair tal condu-ta dentro de limites amparados pelo livre-arbítrio.

Não bastasse a real impossibilidade de se pu-nir criminalmente a livre disposição dos impulsos sexuais na forma acima preconizada; de se tentar frear no campo penal a assegurada possibilidade de se distribuir favores sexuais a quem desejar e na forma que se pretender, mediante consenso, há ainda que se ressaltar a inviabilidade de se preten-der a moralização do homem pela via coercitiva do jus puniendi.

eugênio raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli proferem valiosa lição a respeito quando asseveram: “Sob nenhum ponto de vista a moral em sentido es-trito pode ser considerada um bem jurídico. A ‘moral pública’ é um sentimento de pudor, que se supõe ter o direito de tê-la, e que é bom que a população a tenha, mas se alguém carece de tal sentimento, não se pode obrigar a que o tenha, nem que se comporte como se

5 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Fo-rense, 1956, v. VIII, p. 274.

o tivesse, na medida em que não lesionem o senti-mento daqueles que o têm”.6

Tratando da racionalidade ética na legislação pe-nal, José luis díeZ riPollés traz importante lição, que seguramente comporta destaque neste ponto das reflexões atuais, e o faz nos seguintes termos: “A identificação daquilo cuja danosidade social afeta de modo grave os pressupostos imprescindíveis à con-vivência externa precisa de um ponto de referência. Essa referência é obtida através da remição ao inte-resse público. Com isso se quer dizer que os compor-tamentos ante os quais deve intervir o Direito Penal devem afetar as necessidades do sistema social em seu conjunto”.7

Segundo o escólio de Claus roxin,8 “o legislador não possui competência para, em absoluto, castigar pela sua imoralidade condutas não lesivas de bens jurídicos”. E segue: “A moral, ainda que amiúde se suponha o contrário, não é nenhum bem jurídico – no sentido em que temos precisado tal conceito, de-duzindo-o do fim do direito penal. Se uma ação não afecta o âmbito de liberdade de ninguém, nem tam-pouco pode escandalizar directamente os sentimen-tos de algum espectador porque é mantida oculta na esfera privada, a sua punição deixa de ter um fim de proteção no sentido atrás exposto. Evitar condutas meramente imorais não constitui tarefa do direito penal”.9

6 Manual de Direito Penal Brasileiro: parte geral, São Pau-lo, Revista dos Tribunais, 1997, p. 467.7 A racionalidade das leis penais, São Paulo, Revista dos Tribunais, tradução de Luiz Regis Prado, 2005, p. 153.8 Problemas fundamentais de Direito Penal, Lisboa, Vega, tradução de Ana Paula dos Santos Luís Natscheradetz, 1986, p. 29/30.9 Luiz Flávio Gomes tratou da matéria com profundidade em seus livros: Norma e bem jurídico no Direito Penal, São Paulo, Revista dos Tribunais, Série “As Ciências Cri-minais no século XXI”, v. 5, 2002; e, Princípio da ofensivi-dade no Direito Penal, São Paulo, Revista dos Tribunais, Série “As Ciências Criminais no século XXI”, v. 6, 2002

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Disso decorre afirmarmos ser destoante e ilógica a opção do legislador ao insistir em manter no sis-tema penal vigente o disposto no art. 229 do Código Penal, quando não se tem por criminosa a prática da prostituição nem assim pode ser considerada toda e qualquer exploração sexual.10

A propósito, diz andré estefaM: “Com o advento da Constituição Federal e a alteração do valor protegido nos arts. 213 a 234, que passam a ser crimes contra a ‘dignidade sexual’, não mais se justifica a própria subsistência do tipo penal. Num estado democrático de direito, calcado na dignidade da pessoa humana, que pressu-põe a liberdade de autodetermi-nação, não se pode considerar criminosa uma atividade que, em seu bojo, não envolve práticas ilí-citas (somente imorais)”.11

Bem por isso o acerto das oportunas observações lança-das por guilHerMe de souZa nuCCi quando revela sua indignação nos seguintes termos: “Em lugar de descriminalizar o óbvio, eliminando do cenário do Código Penal o art. 229, altera-se uma ex-pressão por outra análoga, gerando a expectativa de aplicação da norma, o que fatalmente, não ocorre-rá. Se a prostituição tanto incomoda, somente para argumentar, crie-se o tipo penal apropriado, crimi-nalizando-a. Somente assim teria sentido buscar a punição por quem a pratica ou quem mantém lugar destinado à prática desse crime. Porém, não cons-tituindo delito, de nada importa existir uma infração penal, pretendendo punir o dono de um lugar onde ocorra ato não criminoso. Se a prostituição é práti-

10 No mesmo sentido apreendido por Guilherme de Souza Nucci, in, Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2009, p. 80.11 Crimes sexuais, São Paulo, Saraiva, 2009, p. 118.

ca imoral, lembremos que a corrupção também é, aliás, além de imoral é crime. E não consta existir tipo penal punindo quem mantenha estabelecimento onde ocorra corrupção”.12

Há que se buscar um sistema de regulamen-tação criminal menos hipócrita possível, onde não exista espaço para a proteção de valores puramente morais,13 sem que isso traduza qualquer aplauso ou condescendência em relação a condutas marcadas por revelado desprezo à moral vigorante.

Discorrendo sobre os critérios de legitimação da criminalização, Jorge de figuei-redo dias e Manoel Costa andrade ensinam: “Segundo o entendi-mento unânime, só assumem dignidade penal as condutas que lesem bens jurídicos ou, noutros termos, que sejam socialmente danosas. Segundo, por exemplo, a sugestiva formulação de Morris e Hawkins, ‘a função primordial do

direito criminal é proteger as pessoas e os bens (...). Sempre que o direito criminal invade as esferas da moralidade ou do bem-estar social, ultrapassa os seus próprios limites em detrimento das suas ta-refas primordiais (...). Pelo menos do ponto de vista do direito criminal, a todos os homens assiste o ina-lienável direito de irem para o inferno à sua própria maneira, contanto que não lesem diretamente”.14

Como se vê, errou o legislador ao manter a tipifi-cação penal em comento.

12 Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2009, p. 80.13 Sobre a matéria, conferir o excelente livro de Alice Bianchini: Pressupostos materiais mínimos da tutela pe-nal, São Paulo, Revista dos Tribunais, Série “As Ciências Criminais no século XXI”, v. 7, 2002.14 Criminologia – O homem delinquente e a sociedade criminógena, 2a reimpressão, Coimbra, Coimbra Editora, 1997, p. 405/406.

Manter estabelecimento em que ocorra exploração sexual, conforme a lei penal vigente, constitui crime que está previsto no art. 229 do Código Penal

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artigo

Levantamento divulgado pelo Instituto Brasi-leiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que, nos últimos 20 anos, foram editadas aproximada-mente 34 normas tributárias por dia. Dos 365 dias do ano, 148 são destinados ao pagamento de tribu-tos, que são revertidos para o bem comum, através de investimentos em estradas, portos, aeroportos, casas populares e custeio de bens e serviços pú-blicos, como saúde, segurança e educação. Temos saúde, segurança e educação? Para onde vai tanto dinheiro arrecadado?

A corrupção tem um custo médio anual para o Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões, segundo re-velou o ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, na palestra de encerramento do I Congresso do Patri-mônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo, no dia 21 de agosto de 2010. Temos escân-dalos os mais diversos publicados pela imprensa e não se vê punição alguma. Aliás, os envolvidos se comportam como se nada aconteceu e até são li-sonjeados pela nossa sociedade. Vemos a mentira, lamentavelmente, transformar-se em verdade!

O crime organizado hoje é uma realidade e não se pode falar que exista soberania absoluta no Bra-sil, tal qual reza o art. 1o, inc. I, da Constituição. Há determinadas regiões nas quais quem governa são os bandidos, que usam parte do dinheiro arrecada-do ilicitamente para a manutenção do crime, paga-mento de propinas e outra parte, considerada como lucro, é investida em atividades lícitas, através do processo de transformação do dinheiro ilegal em dinheiro legal, por meio da “lavagem”. As organi-zações criminosas são respeitadas e temidas pelo poder de fogo, ou seja, o grau de violência, estando muito mais bem aparelhada que as polícias. Aliás, reportagem especial do Jornal da Record de 12 de setembro de 2010, mostrou dois assaltos, um em Minas Gerais e outro em Mato Grosso, onde os as-saltantes apareciam diante das câmaras portando armas privativas do exército e atirando a esmo, para mostrar o poder de fogo que eram capazes de exer-citar e a lei a ser seguida.

O tráfico de drogas vem exterminando as famí-lias brasileiras. A Lei no 11.343/06 desprisionou os usuários de entorpecentes e tornou até mais bran-

Antonio Baldin

VALORESÉ oportuno fazermos uma reflexão da nossa situação atual, para que possamos estabelecer um projeto de vida.

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da a punição do traficante, se comparada com a anterior, de no 6.368/76, cuja pena mínima era de três anos e, agora, passou a ser de 1 ano e 8 me-ses, admitindo até, segundo o STF, a substituição por penas alternativas. Antes, não era permitida a progressão ao autor de crime hediondo e hoje ela é admitida, deixando a pena sem utilidade alguma, pois se tornou uma chacota para os infratores. O usuário, que dá sustentáculo ao tráfico, é apenado com advertência e prestação de serviços à comu-nidade, mas se disser que não vai cumprir a pena, ficará por isso mesmo, sem punição alguma. Há previsão de que até 2012, 33.400 jovens sejam as-sassinados no Brasil.

A violência existente aqui foi classificada como “bastante grave” em comparação com o cenário internacional, ocupando o sexto lugar entre os pa-íses mais violentos. Esta informação foi prestada pelo secretário executivo da Secretaria de Assun-tos Estratégicos, Luiz Alberto Salomão, em pales-tra durante seminário no QG do Exército, intitulado Segurança Internacional: perspectivas brasileiras. Segundo ele, a violência é um dos fatores de vul-

nerabilidade à segurança interna e ao atual de-senvolvimento brasileiro. Na tabela apresentada, com base em dados colhidos entre 2004 a 2007, mostrou-se que o Brasil é um país quatro vezes mais violento que os EUA (27o lugar) e está atrás da Guiana (9o), do Paraguai (12o), da África do Sul (16o), do México (19o), Chile (28o), Argentina (32o) e Uruguai (35o).

O Decreto no 678, de 06/11/92, que promulgou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), a famosa Con-venção Americana sobre Direitos Humanos, pre-ga, com todas as letras, que “Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida” e que esse “direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente” (art. 4o). Seu art. 5o ressalta o direito à integridade pessoal, en-quanto o art. 7o recita o direito à liberdade, dando especial destaque ao seguinte enunciado: “Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais”. Ainda, são referenciadas a proteção da família, da propriedade e, mais, à honra e digni-

“É preciso estabelecer quais valores adotaremos para nossas vidas. Todos somos condicionados a valores! ”Antonio Baldin, Promotor de Justiça aposentado de São José do Rio Preto-SP

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dade, da livre circulação pelas ruas das cidades etc. É cumprida a Lei dos Direitos Humanos? Ela é universal!

Quando uma vítima é assaltada, há violação dos direitos humanos! Quando uma propriedade particular é invadida, há violação dos direitos hu-manos! Quando uma pessoa passa a noite na fila dos hospitais para atendimento médico, há trans-gressão dos Direitos Humanos! A propósito, é co-nhecida alguma luta ou exigência de que se cum-pra o enunciado dos Direitos Humanos? Alguém assistiu, percebeu ou ouviu algum pro-testo pelo descumprimento dos Direitos Humanos dos ho-mens de bem?

Infelizmente, no Brasil, glorificam-se criminosos e se pune a sociedade ordeira, que é compungida a arcar com pesados tributos, para o funcionamento de uma má-quina estatal ineficaz, em-perrada e corrompida.

Anualmente, com uma canetada, sem base alguma em processos ou elementos probatórios, nossos presidentes baixam decretos de indulto, perdo-ando a pena de criminosos já condenados irre-corrivelmente, em total menosprezo à sociedade ordeira e a todos que trabalharam nos proces-sos que geraram as condenações, vilipendiando policiais, delegados, promotores, juízes, advo-gados, cartorários, homens íntegros que pagam tributos etc.

Não comungamos com a recompensa que se dá aos criminosos. Isto significa falta de morali-dade e de respeito para com as pessoas honestas, que trabalham para o pagamento de pesados tri-

butos e não recebem contraprestação por parte do estado. É a impunidade e complacência com a violência, gerando a inversão de valores. É humi-lhante ver o reconhecimento de invalidez de quem é válido!

No dia 22 de setembro de 2010, nas escadarias da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP, foi lançado um manifesto fazendo críticas ao comportamento do governo em episódios como a quebra do sigilo fiscal de pessoas, sem obser-

vância das normas legais, exigindo-se a observância dos limites da lei para impe-dir os abusos e pedindo que se puna com eficácia quem os está praticando, alertan-do que, numa democracia, nenhum dos poderes é so-berano. Soberana é a Cons-tituição, pois é ela que dá corpo e alma à soberania do povo. Assinaram o manifes-to 58 pessoas, podendo ser citado Dom Paulo Evaristo Arns, Hélio Bicudo, procu-rador de justiça aposentado,

o ex-ministro do STF Carlos Velloso, o professor Renê Ariel Dotti e o economista Mailson da Nó-brega, entre outros.

É difícil digerir o desrespeito que vem sendo imple-mentado aos Direitos Humanos dos honestos traba-lhadores. Neste momento crucial, a união dos povos é imprescindível, para que, irmanados num único obje-tivo, possamos pleitear mais seriedade na aplicação dos nossos direitos assegurados na Constituição Fe-deral e leis extravagantes. Jamais poderemos perder os sonhos de habitarmos um mundo melhor porque a esperança está depositada naquelas pessoas cons-cienciosas, que lutam com dignidade, respeitam os li-

A violência existente aqui foi classificada como “bastante grave” em comparação com o cenário internacional, ocupando o sexto lugar entre os países mais violentos. Luiz Alberto SalomãoSecretário-executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos

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mites legais, amam a Pátria e não desanimam com as inconsequências hoje expostas à vista de todos.

Será que a sociedade precisa se preparar me-lhor diante das enfermidades e intransigências sociais que estão surgindo? Não vale a pena um esforço maior para termos melhor qualidade de vida? Que herança queremos deixar para os que hão de vir? Deveremos continuar escravos dos valores corrompidos de desonestos e irresponsá-veis? Seremos eternos serviçais das disfunções dos criminosos? Daremos espaço para os que es-tão dizimando as famílias? A impunidade e o per-dão a bandidos devem prevalecer numa sociedade legitimamente organizada? Ainda há homens de bem? Por que não agir?

Disse Sócrates, filósofo grego, que “nunca sabe-mos se uma linha é torta até que colocamos uma linha reta a seu lado”. Será que a transformação moralmente condenável e totalmente reprovável por que passa a sociedade brasileira não está sen-do perceptível? A verdade deve ser substituída pela ambiguidade moral? Deveremos aceitar passiva-mente a prisão domiciliar imposta aos homens de bem e a liberdade plena oferecida apenas aos infra-tores da lei? Não se esqueçam nunca que a verdade pode ser mostrada também num uivo de protesto, como este que faço agora!

A respiração ruidosa da agonia precisa ser re-cuperada. A harmonia, justiça, paz, seriedade, mo-ralidade, integralização de valores ainda podem ser encontradas, seguindo a bússola da virtude, que aponta sempre na mesma direção, qualquer que seja a moda ou a tendência. Todo conceito de ver-dade pode ser extraído de quem aprendeu a arte de construir uma vida digna. Nosso caráter e nossa discriminação ética são desenvolvidos com base em nossas pequenas decisões, que não estamos ado-tando. São os pequenos insetos que derrubam as grandes árvores quando não erradicados de pronto!

Precisamos fazer uma revolução para espa-lharmos em todas as direções valores e mais va-lores que enalteçam e otimizem os seres huma-nos para a luta por um mundo melhor! Estamos passando pela crise, também, da virtude. Hoje em dia, um número grande de pessoas tem con-dições de viver muito bem, mas carece de uma razão para se viver bem! Por que existimos? Qual a finalidade de viver?

É preciso estabelecer quais valores adotaremos para nossas vidas. Todos somos condicionados a valores! O corrupto tem seus valores. O assaltan-te está condicionado e atua motivado por valores. O mesmo acontece com o matador de mulheres e de homens, com o ladrão, os honestos etc. É de se indagar quais valores queremos seguir. Não podemos esquecer que tudo na vida são escolhas e nossas escolhas têm consequências pela vida afora, pela história afora e, assim por diante, por toda a eternidade. Muitos não aceitam esta verdade e passam dando explicações para suas fraquezas, lamentando-se ou culpando outros por suas defi-ciências. Nossas escolhas vão muito além do que imaginamos. O que queremos escolher diante de nossa atualidade?

Antonio Baldin,Promotor de Justiça aposentado de São José do Rio Preto-SP

Nunca sabemos se uma linha é torta até que colocamos uma linha reta a seu lado.

SócratesFilósofo grego

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entrevista

Fernando José Marques ingressou no MP em setembro de 1972. Foi

promotor de Justiça substituto em Bauru, Duartina, Itapecerica da Ser-

ra e na capital. Atuou ainda nas comarcas de Agudos, Piratininga, Pi-

rajuí, Garça e Campinas. Na capital, atuou nas varas distritais da Vila

Maria e da Lapa. No foro central atuou nas 2a e 4a Curadorias de Famí-

lia, na 1a Curadoria de Registros Públicos e na Curadoria de Massas

Falidas, bem como nas 7a, 8a, 21a e 27a varas criminais, além de ter

integrado por dois anos a equipe de promotores de justiça que atua-

vam perante a 2a Vara do Júri. Em dezembro de 1983, foi promovido a

procurador de Justiça, passando a atuar sempre na área criminal. No

primeiro semestre de 1993, estagiou na Seção Internacional da Esco-

la Nacional da Magistratura Francesa, em Paris. Foi eleito duas vezes

para compor o Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça

e é membro nato desse colegiado desde fevereiro de 2000. No biênio

2006-2007, foi membro do Conselho Superior do Ministério Público,

período em que foi o substituto legal do procurador-geral de Justiça.

No biênio 2009-2010 foi designado pelo Órgão Especial como o subs-

tituto legal do corregedor geral do Ministério Público. Foi vice-secre-

tário executivo da Procuradoria Criminal nos anos de 2009 e 2010 e

atualmente é o 4o Procurador de Justiça da Procuradoria Criminal.

Fernando José Marques

Primeiro ouvidor no Ministério Público de São Paulo

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plural – Como é ser o primeiro ouvidor no MP de São Paulo?

– Em primeiro lugar, é uma honra. Ao mesmo tempo, é um grande desafio porque o primeiro tem que montar a estrutura, dar os rumos. Quando aceitei ser candidato e fiz a campanha, pesquisei em outros MPs e vi que em vários a Ouvidoria se confunde com a Corregedoria. Não acho que seja esse o nosso papel, que considero mais amplo e mais nobre. A Ouvidoria é o canal de comunicação com a sociedade.

plural – O que realmente pretende a nossa Ou-vidoria?

– Pretende ser esse canal de comunicação. Muitas vezes, a pessoa já fez queixa e não sabe mais como proceder; em outras, reclamou em local errado. On-tem, por exemplo, recebi advogados e empresários que trouxeram grave representação ao Ministério Público e que não sabem como agir. A Ouvidoria tem condição de ajudar as pessoas com esse tipo de pro-blema, que envolve ação policial de alto nível. As pes-soas não têm acesso direto a outros órgãos públicos.

plural – A Ouvidoria orienta e encaminha essa pessoa?

– Sim. Também tivemos casos de reclamação por interesses contrariados. Há queixa contra o promotor, mas, pela própria experiência, a gente percebe o real

motivo. Como a Ouvidoria não está presa nem aos códigos processuais, nem às normas procedimentais da Corregedoria, atuamos de forma desburocrati-zada. Em outro exemplo, liguei para um promotor, ele estava ocupado e retornou no dia seguinte. Por telefone, ficou clara a veracidade de minha percep-ção inicial: a queixa era por interesses contrariados. O promotor, que é do interior, ficou de me passar os documentos do caso – que ele afirmou já ter encami-nhado cópias para todas as partes – e o reclamante vai recebê-los através da ouvidoria.

plural – Como a Ouvidoria vai agir quando houver procedência na queixa?

– A Ouvidoria não tem a função de apurar, nem de penalizar. Vai repassar para a Corregedoria.

plural – Dizem que o ouvidor precisa ser calmo. É o seu caso?

– Sim. E por isso me candidatei. As pessoas me incentivavam e o resultado confirmou o grande apoio que eu sentia durante a campanha. Muita gente fa-lava que precisava ser um procurador antigo, que conhecesse bem a instituição. É meu caso: fui conse-lheiro, substituto do procurador geral, substituto do corregedor. Sou procurador de justiça desde antes da Constituição de 1988, que deu várias competências ao MP. Eu não havia atuado na área de interesses difu-

“Fiquei feliz em ser escolhido na primeira eleição totalmente informatizada. Para mim, foi um presente... uma recompensa por, na segunda instância, ter sido um dos pioneiros no uso da informática.”Fernando José Marques4o Procurador de Justiça da Procuradoria Criminal

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sos, mas, como conselheiro, fui relator de vários processos e tive que estudar a área cível.

plural – O senhor considera que a criação do cargo foi para cumprir imposição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ou foi consequência de projetos de administrações an-teriores?

– Foi para cumprir deter-minação da Constituição. Na Reforma do Judiciário, a Cons-tituição determinou que todos os Ministérios Públicos estaduais criassem o cargo de ouvidor. Mais tarde, o CNMP passou a cobrar essa providência. O dr. Rodrigo César Rebello Pinho, quan-do procurador geral, mandou o projeto para a Assem-bleia e o dr. Fernando Grella Vieira fez força para que ele fosse aprovado.

plural – A primeira Ouvidoria de MP do Brasil foi criada em Curitiba. O MP paulista, tão presente e pio-neiro em outras ações, é um dos últimos a ter Ouvi-doria. Como se explica isso?

– Acho que é porque todos nós – e me incluo aí – desconhecíamos o papel que a ouvidoria poderia representar para o MP. Quando me candidatei, con-versei com colegas que trabalham ou trabalharam fora da instituição, em empresas e em secretarias de estado onde já existia o ouvidor. Eles me conven-ceram da importância do cargo e do fato de que a Ouvidoria pode ajudar – e muito – a Administração. Também fiz um paralelo com a França, onde esta-giei na Escola de Magistratura, por seis meses, em 1993. Lá a Justiça é organizada de forma diferente. O Ministério Público faz parte da Magistratura. To-dos são magistrados, só que uns são juízes e outros são promotores, podendo se inverter essas posições. Não há separação. Lá não existe poder judiciário, to-

dos são funcionários que obe-decem ao ministro da justiça. É um regime parlamentarista. Nas campanhas políticas, os candidatos se referem às me-tas que pretendem atingir na justiça. Como o presidente do tribunal e o corregedor são no-meados pelo ministro, a Justi-ça cumpre metas. Os políticos ouvem o que a população quer e repassam esse anseio para a chefia do judiciário. Aqui, nós, do Ministério Público, sabemos

sobre a existência do promotor da cidadania, do ido-so etc., mas a população desconhece isso. Sabendo que tem ouvidoria, ela vem reclamar aqui. Sendo da alçada do MP, repassamos para o promotor com es-sas atribuições. Não podemos exigir que a população conheça essas divisões se nós mesmos, quando se trata principalmente da área cível, as desconhece-mos. Quando o ouvidor repassa o caso para o setor certo, há um retorno muito positivo para o MP.

plural – A pessoa se sente amparada porque teve uma resposta...

– É também uma forma de a Ouvidoria agir como relações públicas, um tanto quanto passiva-mente. O ouvidor também faz o atendimento “mi-údo” e é aí que entra a paciência. Outro dia, re-cebi uma reclamação contra uma promotora. No meio da conversa, a pessoa reclamou contra outro promotor da comarca e falou porque estava recla-mando: teve interesses contrariados. Se ela recla-masse na Corregedoria, obrigatoriamente se abri-ria um protocolado e se mandaria um ofício para o promotor. O promotor, que tem as atribuições de seu cargo, teria que parar para responder ao ofí-cio, juntar documentos, correr atrás do malote. É uma chateação.

Fernando Marques não

nega: foi atrás dessas

experiências, para

ter o maior número

possível de acertos

aqui em São Paulo e

realmente transformar

a ouvidoria em um canal

de comunicação com a

sociedade.

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plural – A gente deduz, então, que a Ouvidoria é um filtro?

– Também serve como filtro. Há coisas que têm relação com a Corregedoria. Vou conversar com o corregedor, extraoficialmente, para estabelecermos um modus operandi, para que a Ouvidoria não sobre-carregue a Corregedoria com coisas desnecessárias, mas para que também o ouvidor não seja omisso, um engavetador de reclamações.

plural – Por que só procurador pode ser ouvidor?– O promotor participar da administração do MP

é uma discussão antiga. Historicamente, nossa asso-ciação era administrada por promotores. Eles passa-ram a não querer cuidar mais da associação e ultima-mente só procuradores tomam conta da associação. E não é que os promotores perdem as eleições, eles nem se candidatam. Particularmente, acho que é uma carreira. Os cargos relacionados com a administração do MP devem ser ocupados por procuradores. Em ou-tros estados, com poucos procuradores, até se pode discutir a questão, mas, em São Paulo, com 300 pro-curadores, não há discussão. Houve uma paralisação na carreira, por um tempo, fruto da reforma da previ-dência, mas o fluxo de renovação está sendo retoma-do. Este ano já tivemos inúmeras aposentadorias, te-remos diversas nos próximos dias e meses, haverá a renovação natural da segunda instância e promoções.

Aí os novos poderão se candidatar a todos os cargos. E também há o aspecto da experiência.

plural – Alguns promotores se aposentam pro-motores. Eles não acumulam experiência?

– Acumulam na primeira instância, mas não na se-gunda. É lógico que se o cargo fosse ocupado por um promotor, ele teria acesso, por exemplo, ao secretário de segurança. Mas sendo um procurador de justiça, o acesso é maior. No Tribunal de Justiça, por exemplo, é outro tratamento. Não acho que haja discriminação aos promotores. É uma questão política, não no sen-tido partidário e sim em termos de relacionamento de autoridades. A grande maioria dos procuradores fica circunscrita a dar pareceres, mas esse é um dos pa-péis do procurador. Os 20 mais antigos são membros natos do Órgão Especial e participam da administração superior. E outros podem ser eleitos. Fui eleito duas ve-zes até que assumi por antiguidade. O procurador par-ticipa de câmaras, de julgamento no tribunal, conhece melhor o trato com as autoridades em nível diferente do promotor. Também fui promotor. Quando se exer-cem cargos no Conselho, passa-se a ter outra visão da instituição. O Órgão Especial cria cargos, abre concur-sos. Especificamente com relação ao cargo de ouvidor, muitos colegas, durante a campanha, disseram que tínhamos outros bons candidatos, e que pelo menos o primeiro ouvidor deveria ser bastante experiente. Veja

“Vou conversar com o corregedor para estabelecermos um modus operandi, para que a ouvidoria não sobrecarregue a corregedoria, mas para que também o ouvidor não seja omisso, um engavetador de reclamações.”

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o caso das reclamações que já ci-tei. Eu poderia encaminhar direto para o corregedor – essa é uma forma de trabalho. Poderia arqui-var, sem maiores consequências, ou falar com o promotor. Num mandato de dois anos, posso fa-zer muita política.

plural – O ouvidor tem muito poder.

– Por isso o Órgão Especial aumentou a quarentena para dois anos. O ouvidor tem um poder político muito grande, pode eventualmente fazer política externa, dizendo que pede coisas para o corregedor, para o procu-rador geral, e que eles não tomam providências. Dá para torpedear essas duas autoridades, até porque independe delas. Mas, na minha visão, a Ouvidoria, independentemente de quem seja o ouvidor, o procu-rador geral ou o corregedor, pode ajudar a adminis-tração superior porque tem as estatísticas do volume de reclamações e saberá sugerir atuações mais fir-mes em determinadas áreas. Hoje, o procurador ge-ral toma essas atitudes acatando sua assessoria, os centros de apoio, mas as pessoas que estão nessas posições gostam desses temas, trabalham na área. A Ouvidoria engloba todas as áreas.

plural – Como foram as primeiras reclamações que chegaram?

– A primeira não tinha nada a ver com o MP, tinha a ver com a prefeitura e a Secretaria de Segurança Pública. Tivemos reclamações de toda a ordem nesse curto espaço de tempo. Há quem incentive as pessoas a denunciar promotor. Acho que ouvir essas denún-cias não é o papel da Ouvidoria. Para mim, a função é mais nobre. A Ouvidoria não é concorrente da Corre-gedoria, não dita normas aos promotores. Mas, con-forme a reclamação, os promotores podem se orien-

tar para tomar certa cautela e evitar que o problema aconteça novamente.

plural – De todos os car-gos-chave no MP, ouvidor é o único que precisa cumprir quarentena?

– Não. É o único com qua-rentena por lei. Mas já tem havido, por decisão do CNMP, quarentena de quem esteve fora da carreira.

plural – Dois anos de qua-rentena é um bom prazo?

– Sim, para evitar que o ouvidor faça de certos acontecimentos um trampolim político para ocupar cargos na administração superior. Eu mesmo votei a favor dessa quarentena. A Ouvidoria não pode ter uso político nem de uma pessoa, nem de um grupo.

plural – O ouvidor tem mais liberdade para pro-curar autoridades e cobrar atuação?

– O ouvidor não carrega o peso do cargo de um procurador geral, que teria que encaminhar o proble-ma mais formalmente.

plural – Qual é a infraestrutura aqui?– Ainda pequena: dois funcionários, duas salas.

Não há motivo para exigir um monte de funcionários de início, quando os próprios procedimentos mudam de um dia para o outro porque é tudo novo, estamos nos adaptando. O CTIC nos ofereceu uma atuação toda informatizada, digitalizada, e eu, apesar de ser dos mais antigos membros do MP em atividade, sou totalmente aberto ao uso da tecnologia. Detesto buro-cracia e adorei começar de forma desburocratizada. Esse foi o mote de minha campanha e está mais des-burocratizado do que eu pensava que fosse possível.

plural – Como foi participar da primeira eleição totalmente eletrônica do Ministério Público?

– Como eu e o Álvaro Pinto de Arruda, procurador há

Fã da desburocratização

e do uso da informática,

Fernando Marques se

confessa feliz por isso

e começa a cumprir as

promessas de campanha,

focando no computador

e no telefone as soluções

para os problemas que

aparecem.

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A Ouvidoria do Ministério Público, criada pela Lei Complementar no 1.127, de 29 de novembro de 2010, tem como objetivo fortalecer a cida-dania e elevar, continuamente, os padrões de transparência, presteza e segurança das ati-vidades desenvolvidas pela instituição. Para atingir esse objetivo, a Ouvidoria do Ministério Público recebe comunicações da população pelos seguintes canais:

- pela internet, preferencialmente através do formulário;

- pelo e-mail: [email protected]

- por carta ou pessoalmente no endereço:

Ouvidoria do M. P. do estado de São Paulo Rua Riachuelo, 115 – 2o andar – sala 221 – Centro – São Paulo – CEP 01007-904

- por telefone: (11) 3119-9700

muito aposentado, fomos os primeiros procuradores a usar computador (cheguei a ouvir discurso de procura-dores, à época, contra o uso da informática no MP), fiquei feliz por ser o escolhido na primeira eleição totalmente informatizada. Foi um presente. Comecei a usar compu-tador em julho de 1984. E já pensava em banco de dados, essas coisas. Hoje tenho ainda em meu computador um banco de dados com mais de 14 mil ementas. Nos pri-meiros computadores, a gente escrevia em português, mas não conseguia imprimir. Só se imprimia em inglês. Então, era preciso montar um driver. E eu fazia isso para todo mundo que começava a usar computador. Brincava com os colegas que nasci sabendo por que meu pai foi um dos primeiros programadores do Brasil. O Windows acabou com essa minha “carreira” porque reconhecia a impressora automaticamente. Vencer a primeira eleição eletrônica no MP foi, para mim, como uma recompensa por na segunda instância ter sido um dos pioneiros no uso da informática.

plural – Já dá pra saber em qual área há mais re-clamação?

– Das cerca de 50 que chegaram às minhas mãos, a maioria é de interesses difusos. Saúde, corrupção, educação... é bem pulverizado. Já teve reclamação contra promotor, mas também já chegou elogio.

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capa

Um mês de emoção emuito trabalho

Durante todo o mês de abril, a ESMP recebeu os 73 promotores subs-titutos aprovados no 87o Concurso de Ingresso na Carreira do Ministé-rio Público do Estado de São Paulo, para o curso de adaptação. Entre palestras e aulas práticas, distribuídas das 8h30 às 18h30, eles co-nheceram a instituição da qual agora fazem parte e se familiarizaram com o trabalho que terão daqui pra frente. “Foi um período essen-cial”, consideraram os novos membros do MP, ao término do curso.

Encerramento oficial feito pelo procurador geral de justiça Fernando Grella Vieira

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Com um coquetel no hall de entrada do audi-tório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na sede da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo, ter-minou dia 29 de abril o curso de adaptação para os 73 promotores de justiça substitutos aprovados no 87o concurso de ingresso na carreira do MP, que teve 6.219 candidatos inscritos e foi realizado em três fases: Prova preambular, prova escrita I, prova escrita II e exame oral, aplicadas de maio de 2010 a março deste ano.

Após um dia de intensa atividade, iniciado com palestra sobre a história do Ministério Público, feita pelo procurador de justiça aposentado Hugo Nigro Mazzilli, passando por um bate-papo informal com a procuradora de justiça Lídia Helena Ferreira da

Monitoria na ESMP

Costa Passos, por explanação do ouvidor do MP, Fernando José Marques, por palestras dos pro-motores Augusto Eduardo de Souza Rossini e Luiz Henrique Cardoso Dal Poz, e por considerações fi-nais da Corregedoria e da Associação Paulista do Ministério Público, foi feito o anúncio das designa-ções, quando os promotores substitutos finalmen-te souberam seus destinos no mês de maio.

A cerimônia de encerramento, logo a seguir, teve duas etapas: a primeira, feita pelo diretor da ESMP, Mário Luiz Sarrubbo, a partir das 17h15, mais informal e emocionante, já que foi ele o res-ponsável por toda a organização do curso de adap-tação; e a segunda, solene, feita pelo procurador geral de justiça, Fernando Grella Vieira.

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O curso de adaptação, ministrado durante todo o mês de abril, na ESMP, foi considerado “essen-cial para o início de atividades”, nas palavras da promotora de justiça substituta Bianca Reis D’Ávila Faria, que já tinha a informação de que passaria por esse período ao ser aprovada no concurso. “Correspondeu totalmente à minha expectativa”, disse.

Para Pedro André Picado Alonso, “deu para co-nhecer bem a instituição. As monitorias foram o que houve de mais produtivo”, considerou, assim como Fabiana Lima Vidal, para quem o saldo foi extremamente positivo: “Digo até que o curso po-deria durar mais dois meses...”, falou.

Outro dos substitutos, Alexandre de Oliveira

Daruge mostrou-se à vontade para falar, segun-do ele acredita, em nome da maioria dos colegas: “Foi uma experiência bastante válida e edificante. A parte prática, principalmente nas monitorias em que a gente manipulou o processo, foi primorosa. Como crítica construtiva, o aspecto prático poderia ser mais enfatizado, sem embargo das palestras para deixar a gente a par da instituição”.

Suas palavras são corroboradas – e completa-das – por mais dois promotores substitutos: a pri-meira colocada no concurso, Manuela Schreiber Silva e Souza, para quem “o curso foi muito inte-ressante – a gente se sente amparada, é um mo-mento de acolhida quando tudo é muito novo ain-da”, e por Gabriel Rodrigues Alves, que considerou

Monitoria no fórum da Barra Funda

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“Foi uma experiência bastante válida e edificante.”Alexandre de Oliveira Daruge, promotor de justiça substituto

“Correspondeu totalmente à minha expectativa.”Bianca Reis D’Ávila Faria, promotora de justiça substituta

“ O curso de adaptação poderia durar mais dois meses.”Fabiana Lima Vidal, promotora de justiça substituta

Gabriel Rodrigues Alves, promotor de justiça substituto“ Muito produtivo. A única decepção foi não ter feito o júri.”

Qual foi a sua avaliação do curso de adaptação?

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o mês, “muito produtivo. O curso é bastante válido para nos preparar para o exercício profissional. A única decepção que tive foi não ter feito o júri, por conta do falecimento do réu”, lamentou.

Pela programação do curso de adaptação para os promotores substitutos do 87o Concurso de In-gresso na Carreira do Ministério Público do Estado de São Paulo, todas as áreas do MP estiveram re-presentadas. Além de palestras para que os pro-motores conhecessem cada setor da instituição, vários temas foram abordados, intercalados com aulas práticas em que eles tiveram a monitoria de colegas mais experientes.

O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Fun-cional – Escola Superior do Ministério Público (CEAF/ESMP) está previsto em nossa lei orgânica estadual como um dos órgãos auxiliares do MP de São Paulo, tendo por finalidade o aprimoramento profissional e cultural de seus membros, auxilia-res e servidores. Após mais de 20 anos de exis-tência, com seus eventos pontuais, seus cursos de extensão e pós-graduação, simpósios e ciclos de estudos é, hoje, referência nacional. Mas jamais se esquece de sua essência e razão de ser: foi conce-bida para o curso de adaptação de promotores de justiça substitutos.

Diretor e assessoria da ESMP

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concurso

O 16o Concurso de Credenciamento de Estagiá-rios do Ministério Público, para provimento de 545 vagas iniciais e das que vierem a ocorrer até a aber-tura de novo concurso, ao longo de 2011, atraiu o nú-mero recorde de 4.293 estudantes de Direito, que se submeteram à prova no dia 20 de março, das 10 às 12 horas, no prédio da Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado

Recorde de inscritos noconcurso de estagiários

– FAAP, em Higienópolis, na Capital, e em mais nove regiões no interior do estado.

Tradicional porta de entrada para o Ministério Pú-blico do Estado de São Paulo (são muitos os estagiá-rios que depois se tornam promotores de justiça), o concurso proporciona bolsa de R$ 630,00, para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.

O estágio não confere vínculo empregatício com o

Tradicional porta de entrada para o Ministério

Público do Estado de São Paulo, o concurso de

estagiários de 2011 atraiu 4.293 estudantes para

a disputa de 545 vagas oferecidas inicialmente.

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estado, mas é considerado tempo de serviço público para todos os fins e o tempo de prorrogação, após a conclusão do curso de bacharelado em Direito, é considerado atividade jurídica.

Cinco por cento das vagas existentes em cada re-gião são reservadas aos candidatos com deficiência, sendo-lhes garantidas condições especiais necessá-rias à sua participação no concurso.

A prova teve duração de duas horas, com ques-

tões de múltipla escolha sobre as matérias constan-tes no programa divulgado em edital.

O preenchimento das vagas existentes e das que vierem a ocorrer, até o período de validade do con-curso, será efetuado por ato do Procurador Geral de Justiça, designando o local de exercício do esta-giário, tendo em vista a localização da Faculdade de Direito, a escolha manifestada e a ordem obtida no concurso regional.

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cursos

Primeiro curso para assistentes jurídicos do MP

Com aulas presenciais obrigatórias e a distân-cia, através de webcast, de acordo com a opção do aluno, a ESMP ministrou em fevereiro, pela pri-meira vez, o “Curso de Adaptação aos Assisten-tes Jurídicos do Ministério Público do Estado de São Paulo”, dirigido aos analistas de promotoria aprovados em concurso público e nomeados pelo procurador geral.

As aulas presenciais obrigatórias foram nos dias 14 e 15 (para assistentes do interior) e nos dias 16 e 17 (para os da capital), das 8h30 às 18h30, no auditório do Centro de Estudos e Aper-feiçoamento Funcional/Escola Superior do Mi-nistério Público e compuseram o I Módulo. Como

objetivo, apresentar instituição aos novos servi-dores, com exposições sobre os órgãos da ad-ministração superior, sobre a estrutura do MP, o SISMP e o CTIC, além da rotina administrativa, na parte da manhã. À tarde, práticas de redação e apresentação sobre as rotinas de trabalho das procuradorias e das promotorias de justiça.

No segundo dia, uma exposição sobre o tema “Diligências” encerrou os trabalhos após a com-plementação das apresentações das promoto-rias, feitas pela manhã e à tarde.

O II módulo, ministrado com aulas presenciais e a distância, visou à elaboração de peças práti-cas e reuniu os alunos em turma única.

Assistentes jurídicos na primeira fase do curso de adaptação, com aulas presenciais obrigatórias

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1o MÓDULO: Presencial. Apresentação do Ministério Público do Estado de São Paulo

TURMA I – Interior

Dia 14 de fevereiro de 2011

8h30–9h: Abertura e apresentação da diretoria da ESMP

9h–10h30: Apresentação dos órgãos da administração superior, estrutura do MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL BENTEJANE ROMANO.

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa: di-reitos e deveres dos servidores do MP. MARTA ELISABETE DE ARAUJO (DG).

11h30 – 13h: Almoço.

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO CHINELATTO

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura-dorias. Noções sobre elaborações de pareceres nas respec-tivas áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procuradoria Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procuradoria de HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procuradoria Cível); e MARCO ANTONIO ZANELLATO (Procuradoria de Interesses Difusos).

16h –16h15 – Intervalo

16h15–17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de traba-lho. Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA CAMARGO MILANI.

17h30–18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com atribuição na área da Infância e Juventude (carentes, infra-tores e interesses difusos) e exposição sobre suas rotinas de trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de peças. FRANCISMAR LAMENZA.

Dia 15 de fevereiro de 2011

8h30–11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio-Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos - Saúde, Idosos, PPD, inclusão social; Consumidor; Patrimônio Público e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho. Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO DUARTE DANELUZZI.

Veja a programação completa e os palestrantes e professores que participaram do curso para 132 alunos do Interior e mais 132 da Capital

11h30 – 13h: almoço

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às 16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de pe-ças. EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria do JECRIM); MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria do Júri) e PEDRO DE JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”. JOAQUIM PASTOURELO KFOURI (GAECO); e MÁRCIO ALEXANDRE DE MÉO (GAECO).

1o MÓDULO: Presencial. Apresentação do Ministério Público do Estado de São Paulo

TURMA II – Capital

Dia 16 de fevereiro de 2011

8h30 – 9h: Abertura e apresentação da Diretoria da ESMP

9h – 10h30: Apresentação dos órgãos da administra-ção superior, estrutura do MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL BENTEJANE ROMANO

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa: Direitos e Deveres dos servidores do MP. MARTA ELISABETE DE ARAUJO (DG).

11h30 – 13h: Almoço.

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO CHINELATTO

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura-dorias. Noções sobre elaborações de pareceres nas respec-tivas áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procuradoria Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procuradoria de HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procuradoria Cível) e MARCO ANTONIO ZANELLATO (Procuradoria de Interesses Difusos).

16h – 16h15 – Intervalo

16h15 – 17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de tra-balho. Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA CAMARGO MILANI.

17h30 – 18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça

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com atribuição na área da Infância e Juventude (carentes, infratores e interesses difusos) e exposição sobre suas roti-nas de trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de peças. FRANCISMAR LAMENZA.

Dia 17 de fevereiro de 2011

8h30 –11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos - Saúde, Idosos, PPD, inclusão social; Consumidor; Patrimônio Público e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho. Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO DUARTE DANELUZZI.

11h30 – 13h: almoço

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às 16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de pe-ças. EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria do JECRIM); MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria do Júri) e PEDRO DE JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”. JOAQUIM PASTOURELO KFOURI (GAECO) e MÁRCIO ALEXANDRE DE MÉO (GAECO).

2o MÓDULO. Presencial ou à distância. Curso para elabora-ção de peças práticas

TURMA ÚNICA (capital e interior)

I – OBJETIVO: Propiciar atualização e aperfeiçoamento dos analistas no que tange à elaboração de peças processuais e o uso de elementos e regras gramaticais responsáveis pela construção de sentido em situações formais de comunicação.

II – ESTRUTURA: O módulo ELABORAÇÃO DE PEÇAS PROCESSUAIS terá a duração de 7 semanas. Em cada uma das semanas, o aluno deverá reservar 3 horas para acom-panhar a aula por Webcast, no site www.apmp.com.br ou presencialmente no Auditório da Associação Paulista do Ministério Público – APMP, situado no Largo São Francisco, n. 34, 13o andar, Centro, São Paulo e 3 horas para a redação da peça processual na Plataforma Moodle, da Escola Virtual.

III – AVALIAÇÃO: A avaliação do aproveitamento será pelo acompanhamento das aulas e pela elaboração das peças processuais. Será conferido certificado ao aluno que cum-prir, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) da carga horária, que será verificada pela presença ou acesso, bem como pela elaboração das peças processuais.

IV – DINÂMICA: Toda semana, haverá aula expositiva que poderá ser acompanhada presencialmente no Auditório da

APMP ou por Webcast, conforme a opção feita pelo aluno. O fluxo de trabalho no curso se desenvolverá da seguinte maneira: o professor, promotor de justiça fornece as orien-tações jurídicas necessárias e um caso prático hipotético para a elaboração da peça processual; o aluno redige a peça processual e a envia pela plataforma Moodle; a professora Thais Montenegro Chinelatto analisa as peças e, com base nas dificuldades de redação apresentadas pelos alunos, or-ganiza sua aula. As peças processuais não serão corrigidas individualmente, mas sim de forma coletiva. Ressalta-se, ainda, que os participantes deverão acompanhar as aulas em tempo simultâneo para que a presença seja considerada.

V – CONTEÚDO: 25/2/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) - Tema: Denúncia, arquivamento e memorial . Professor Ednilson Andrade Arraes de Melo; 28/2/2011 – Prazo para a entrega da peça processual na plataforma Moodle.

4/3/2011 – das 9h às 12h (Presencial ou Webcast) - Tema: Recursos em sentido estrito e outros recursos. Professor Ednilson Andrade Arraes de Melo; 7/3/2011 – Prazo para a entrega da peça processual na plataforma Moodle.

11/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) - Retextualização: Denúncia, arquivamento e memorial – Professora Thais Montenegro Chinelatto. 14/3/2011 – (plata-forma Moodle) - Tema: Retextualização: Recursos em sen-tido estrito e outros recursos. Professora Thais Montenegro Chinelatto. 18/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou web-cast) – Tema: Portaria de instauração de PPIC e IC e ter-mo de ajustamento de conduta e instrução de IC. Professor Marcelo Duarte Daneluzzi; 21/3/2011 – Prazo para entrega da peça processual na plataforma Moodle.

25/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) – Tema: Inicial da ação civil pública e arquivamento de IC. Professor Marcelo Duarte Daneluzzi. 28/3/2011 – Prazo para entrega da peça processual na plataforma Moodle.

01/4/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) – Tema: Retextualização: Portaria de instauração de PPIC e IC e termo de ajustamento de conduta. Professora Thais Montenegro Chinelatto; 8/4/2011 – (plataforma Moodle) – Tema: Retextualização: Inicial da ação civil pública –Professora Thais Montenegro Chinelatto.

Coordenação geral – Mário Luiz Sarrubbo – Promotor de Justiça Diretor do CEAF-ESMP Everton Luiz Zanella, José Mário Buck Marzagão Barbut, Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari e Susana Henriques da Costa - promotores de justiça Assessores do CEAF/ESMP

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ESMP promove curso de extensão em Biodireito

O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Fun-cional/Escola Superior do Ministério Público de São Paulo promove Curso de Extensão em Biodi-reito desde 29 de março até 28 de junho, sempre às terças-feiras, das 19 às 22 horas, no auditório da sede da ESMP (Rua Treze de Maio, 1259).

O curso é destinado aos membros, servido-res e demais funcionários do Ministério Público do Estado de São Paulo, magistrados, demais

operadores do Direito, médicos e profissionais da Saúde, com a finalidade de trazer ao debate questões interdisciplinares, em especial as liga-das à bioética e à medicina social, esclarecendo e desmistificando temas que muitas vezes envol-vem os profissionais das duas áreas simultanea-mente – as aulas serão ministradas sempre por dois palestrantes: um da área jurídica e outro da área médica.

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Com a presença do procurador geral de justiça Fernando Grella Vieira, o diretor da ESMP, Mário Luiz Sarrubbo, abriu o curso “O Ministério Público na Constituição e nas Leis Orgânicas”, ministrado pelo professor, jurista e procurador de Justiça apo-sentado Hugo Nigri Mazzilli.

Iniciado em 14 de março, o curso tem duração de 16 semanas, com aulas presenciais, no auditó-rio da Associação Paulista do Ministério Público, no Largo São Francisco, e também por webcast.

Embora aposentado há cerca de 10 anos, Hugo Ni-gro Mazzilli confessou-se emocionado com o convite para ser professor neste curso destinado aos mem-bros, servidores e estagiários do Ministério Público de São Paulo, advogados e bacharéis em Direito em geral e estudantes do Direito a partir do 5o semestre.

Mas ninguém melhor do que ele: Hugo Nigro Mazzilli é um profundo estudioso e conhecedor do assunto – o programa inclui a evolução institucio-

Mazzilli: um especialistapara ensinar sobre o MP

nal do Ministério Público, o MP na Constituição de 1988, a Lei Orgânica Nacional do MP, Lei Orgâni-ca do Ministério Público da União, Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo, funções típicas e atípicas do MP, ação penal pública; ação civil pública e inquérito civil; ações de inconstitucio-nalidade e interventivas, e controle externo da ati-vidade policial.

“Algumas pessoas poderiam se perguntar sobre o motivo desse curso, já que acham que conhecem o MP. Mas o MP é, primeiramente, uma instituição ética. E estamos aqui não para conhecer e sim para compreender os princípios, os fundamentos, o fun-cionamento, as garantias, os deveres e as funções da instituição. Teremos os próximos meses para isso”, disse, saudando os presentes no auditório e – completamente à vontade diante das câmeras – os cerca de 100 alunos de todo o Brasil, inscritos para acompanharem as aulas a distância.

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seminário

Com apoio cultural da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, do Departamento Jurí-dico do XI de Agosto, da Escola Paulista de Advo-cacia do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Editora Atlas, do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) e do Centro de Estudos da Procuradoria Ge-ral do Estado de São Paulo, a Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo promo-veu o seminário “20 Anos de Vigência do Código de Defesa do Consumidor – 1991-2011”, nos dias 15 e 16 de março, no salão nobre da Faculdade de Di-reito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco. O seminário serviu ainda como homena-gem aos juristas que contribuíram para a consoli-dação do Direito do Consumidor no Brasil.

Homenagem aos autoresnos 20 anos do CDC

No dia 15, a participação dos membros do MP do Estado de São Paulo na elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi amplamente exposta por José Geraldo Brito Filomeno e Paulo Salvador Frontini, ambos autores do Anteprojeto do CDC, que tiveram Marco Antonio Zanellato como debatedor.

Os avanços, retrocessos e as perspectivas do có-digo foram abordados por Nélson Nery Júnior (dia 15) e Daniel Roberto Fink (dia 16). A promotora de justiça Adriana Borghi Fernandes Monteiro, asses-sora da Corregedoria Geral do MP, fez o contrapon-to, com Marcelo Gomes Sodré, professor da PUC e ex-diretor do Procon. Daniel Roberto Fink, José Geraldo Brito Filomeno, Nélson Nery Júnior, Paulo Salvador Frontini, Ada Pellegrini Grinover, Antonio

A ESMP comemora a lei “que pegou” porque foram vários os setores da sociedade que se articularam e promoveram um esforço conjunto para esse fim. Afinal, somos todos consumidores!

Antonio Magalhães Gomes Filho, diretor da Faculdade de Direito da USP

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Foto acima: Vidal Serrano, Antonio Magalhães, Susana Henriques, Mário Luiz Sarrubbo, Marco Antonio Zanellato e Silmara de Abreu Chinellato. Foto abaixo: Mesa de abertura do seminário em comemoração às duas décadas de existência do CDC

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Herman de Vasconcellos e Benjamin, Antonio Jun-queira de Azevedo (homenagem póstuma), Car-los Alberto Bittar (homenagem póstuma) e Kazuo Watanabe foram os homenageados no seminário, como antigos professores da Faculdade de Direito da USP e membros do Ministério Público que con-tribuíram para a consolidação do Direito do Consu-midor no Brasil.

A aula magna sobre o assunto foi dada por An-tonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, ministro do Superior Tribunal de Justiça, ex-procurador de Justiça do Estado de São Paulo e um dos autores do anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor na abertura dos trabalhos, no dia 16.

Silmara Juny de Abreu Chinellato e o desem-bargador federal Newton De Lucca, professores da Faculdade de Direito da USP, falaram sobre a im-plantação da disciplina “Direito do Consumidor” na Faculdade, tendo como debatedores os professores José Fernando Simão e Armando Carlos Morato, também um dos organizadores do evento.

Todos os palestrantes insistiram em que, duas décadas depois de implantada, se pode dizer que a lei “pegou” porque foram vários os setores da so-ciedade que se articularam e promoveram um es-forço conjunto para esse fim. A lei veio, para ficar, porque atendeu os chamados interesses individuais homogêneos, já que todos somos consumidores.

Mário Luiz Sarrubbo e Marco Antonio Zanellato Público prestigia o evento

Aula magna com Herman Benjamin, ministro do Superior Tribunal de Justiça

Newton De Lucca, desembargador federal e professor da Faculdade de Direito da USP

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Mais de 100 pessoas, representantes da socie-dade civil, participaram do seminário “A lei da Ficha Limpa e as eleições municipais de 2012”, promovido pela ESMP, pela Assessoria Eleitoral e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral no Estado de São Paulo, em conjunto com a Procuradoria Regional Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Eleito-ral, no dia 1o de abril, na sede do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordenador da Assessoria Eleitoral da Procuradoria Geral de Justiça, e Carmen Cecília de Souza Amaral, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral no estado de São Paulo, abriram o evento, que teve o tema “Ficha Limpa: novo paradigma jurídico eleitoral” exposto pelo desembargador Anto-nio Carlos Mathias Coltro e pelo presidente da Abramppe, Marlon Jacinto Reis.

O jurista e professor Hélio Bicudo e o procura-dor regional eleitoral Pedro Barbosa Pereira Neto falaram sobre “Mobilização cidadã pela lisura das eleições”, enquanto “Considerações sobre a apli-cação da Lei Complementar 135/10 nas eleições

Lei da Ficha Limpa para aseleições municipais de 2012

de 2010” reuniu Dom Milton Kenan Junior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Francisco Whitaker, um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e Jeferson Moreira de Carvalho, juiz do Tribunal Regional Eleitoral.

seminário

Seminário atrai público eclético, representante da sociedade civil, para o auditório “Queiroz Filho”, na sede do MP.

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordenador da Assessoria Eleitoral da Procuradoria Geral de Justiça

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A ESMP realizou seminário, presencial e por webcast, no auditório da sede social da Associação Paulista do Ministério Público, no dia 25 de março, para discutir o tema “A importância do Planejamen-to nas Obras Públicas: projeto básico e executivo”.

Paulo Sérgio Puerta, diretor geral do MP, re-presentando Fernando Grella Vieira, procurador geral de justiça, presidiu a mesa de trabalhos em que foram debatidas questões referentes à impor-tância do projeto no planejamento da obra pública e o gerenciamento da execução da obra contratada – como maneira de se evitarem fraudes e corrupção, além de garantir segurança, qualidade e baixo cus-to às obras. Licitação, entraves orçamentários e fis-calização da obra também foram pontos discutidos.

Os engenheiros civis João Alberto Viol, presi-

seminário

ESMP discute a importância doplanejamento em obras públicas

dente do Sindicato Nacional das Empresas de Ar-quitetura e da Engenharia Consultiva, José Roberto Bernasconi e Antonio Moreira Salles Neto, vice--presidente de Gestão e Assuntos Institucionais, expuseram como membros do SINAENCO.

Pelo Ministério Público, participaram do evento o subprocurador geral de Justiça de Gestão, Már-cio Fernando Elias Rosa, os promotores de justiça Adriana Ribeiro Soares de Morais e Otávio Ferreira Garcia, coordenadores da área de Patrimônio Pú-blico e Social do Centro de Apoio Cível e de Tutela Coletiva, e Everton Zanella, promotor de justiça, as-sessor da ESMP, além de outros inscritos, promo-tores de justiça da capital e do interior, servidores do Ministério Público, que acompanharam o semi-nário on-line.

Mesa com representantes do Ministério Público e do SINAENCO

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palestra

Dirigida não apenas a membros, servidores e estagiários do Ministério Público de São Paulo, dos Ministérios Públicos Estaduais e do Ministério Pú-blico da União, magistrados, advogados e demais operadores do Direito, mas também aberta ao pú-blico em geral, a palestra “Direito Europeu do Con-sumidor”, dia 22 de março, das 9 às 12 horas, no Auditório do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional “Júlio Fabbrini Mirabete” (na Rua Treze de Maio, 1259, Bela Vista), trouxe de volta ao Brasil o casal português Ângela Maria Marini Simão Por-tugal Frota e Mário Ângelo Leitão Frota, especialis-tas em direito do consumidor.

A palestra sobre as comemorações da ESMP pelos 20 anos do Código do Consumidor foi subdi-

Consumo europeu é temapara Mário e Ângela Frota

vidida em dois temas: “A Teoria Geral dos Contratos de Consumo”, que teve como expositor o professor Mário Frota, e “Educação para a Segurança Alimen-tar”, desenvolvida por Ângela Frota.

Ambos conferencistas nacionais e internacionais, Mário Frota é professor da Universidade Lusíada do Porto e da Universidade de Paris XII, presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo-APDC (Coimbra), fundador e presidente da Comissão de Instalação do Instituto de Direito do Consumidor da Comunidade de Povos de Língua Portuguesa; Ângela Frota é especialista em Educação para o Consumo e em Segurança Alimentar, cofundadora da Sociedade Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) e da As-sociação de Consumidores de Portugal (ACOP).

Interessados no tema “Direito Europeu do Consumidor” Mário Frota, Éverton Luiz Zanella e Ângela Frota

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palestra

O auditório “Queiroz Filho”, completamente tomado pelo público

Aldaíza Sposati (de vermelho) comanda a palestra sobre a Lei Orgânica de Assistência Social

Lotado, o auditório Queiroz Filho (no prédio-sede do MP, na Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 35) recebeu, no dia 23 de março, das 9h30 às 12h30, membros, servidores e estagiários do Ministério Público de São Paulo, magistrados, advogados e as entidades parceiras para a palestra sobre “A Lei Orgânica da Assistência Social – História, Atualidade e Desafios”, ministrada por Aldaíza Sposati, professora da PUC--SP, pós-doutorada pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e doutora em Serviço So-cial pela PUC-SP.

O Objetivo era refletir sobre a Lei Orgânica de Assistência Social-LOAS considerando sua im-

Debate sobre a Lei Orgânica daAssistência Social lota auditório

portância para a sociedade e, ao mesmo tempo, debater o papel do Ministério Público na sua im-plementação e melhoria. O encontro teve, como debatedor, o promotor de justiça que atua na Pro-motoria de Direitos Humanos da capital, Eduardo Ferreira Valério.

A iniciativa foi da ESMP, em conjunto com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área de Di-reitos Humanos e com a Coordenadoria de Estu-dos e Desenvolvimento de Projetos Especiais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo--CEDPE/PUC.

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Com 75 participantes (67 inscritos e oito autori-dades), a Escola Superior do Ministério Público de São Paulo abriu o ano letivo de 2011 com a palestra “O Novo Código de Processo Civil”, proferida pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo José Roberto dos Santos Bedaque, professor titu-lar da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na noite de 16 de fevereiro, no auditório da Rua Treze de Maio, 1.259.

O evento teve como público-alvo os membros do Ministério Público de São Paulo, dos Minis-térios Públicos Estaduais e do Ministério Pú-blico da União, estagiários e servidores dessas instituições e magistrados, aberto também aos demais operadores do Direito, professores e es-tudantes.

palestra

Novo Código de Processo Civil étema da aula inaugural na ESMP

Além do palestrante, do diretor da ESMP e seus assessores, estiveram presentes Franscisco Stella Junior, subprocurador geral de justiça de relações externas, representando o procurador geral de justiça; Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, procu-rador de justiça, membro do Conselho Superior do MP; o procurador de justiça, ex-diretor da ESMP, Mário de Magalhães Papaterra Limongi; Vânia Ma-ria Ruffini Penteado Balera, procuradora de justi-ça, representante do Conselho Curador do CEAF/ESMP; Moacir Tonani Júnior, promotor de justiça assessor do CAO Criminal, representando Gianpa-olo Poggio Smânio; Darci Ribeiro, procurador de justiça, coordenador geral dos grupos de estudos do MP/SP; e o ex-procurador geral de justiça Pau-lo Salvador Frontini.

O ano letivo começou em 16 de fevereiro, com aula ministrada pelo desembargador do Tribunal de Justiça José Roberto dos Santos Bedaque

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palestra

O evento teve o objetivo de apresentar o papel do INMETRO na sociedade brasileira e a importância da regulamentação técnica de produtos, serviços e profissionais para a saúde e segurança do

consumidor e do meio ambiente.

A manhã da quarta--feira, 23 de fevereiro, reuniu técnicas do IN-METRO e interessados no “Programa de Ca-pacitação em Avalia-ção da Conformidade”, no auditório da ESMP, em evento com o obje-tivo de fazer com que os inscritos compre-endessem o papel do INMETRO na sociedade brasileira, bem como a importância da regu-lamentação técnica de produtos, serviços e profissionais para a saúde e segurança do consu-midor e do meio ambiente.

A iniciativa, conjunta entre a Escola Superior do Ministério Público de São Paulo e o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva, trouxe para a ESMP as expositoras

Para entender a Avaliação da Conformidade

Ana Valéria de Freitas Silva, física, mestre em Física de Laser, e Juliana Azevedo de Souza, advogada, analista de Relações Internacionais, mes-tre em Gestão Social e pós-graduada em Direito Penal e Pro-cesso Penal – ambas técnicas da Divisão de Orientação e Incentivo à Qualidade da Dire-toria da Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normali-

zação e Qualidade Industrial (INMETRO), que divi-diram suas exposições em dois módulos: O INME-TRO e a Qualidade (1) e Normas e Regulamentos Técnicos (2).

Pela complexidade de suas atribuições, o IN-METRO atua com forte envolvimento dos diferentes

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segmentos sociais interessados nos programas de avaliação de conformidade a serem desenvol-vidos. Dois documentos constituem a base de um programa: uma norma técnica ou um regulamen-to técnico definem o que deve ser avaliado e outro documento, a Instrução Normativa de Avaliação da Conformidade, define como deve ser feita essa avaliação. Todo o programa é desenvolvido, imple-mentado e acompanhado por comissões técnicas especialmente constituídas para esse fim de as-sessoramento ao INMETRO.

No Brasil, a fiscalização no mercado de produ-tos regulamentados com conformidade avaliada compulsoriamente é conduzida por uma rede de órgãos públicos, através de delegação do INME-TRO, que tem competência para interditar, apreen-der os produtos ou ainda multar fabricantes e/ou comerciantes em desacordo com as normas. Mas uma das mais importantes atividades de acompa-nhamento dos produtos regulamentados no mer-cado é a verificação da conformidade, em caráter

A física Ana Valéria de Freitas Silva

A advogada Juliana Azevedo de Souza

O promotor de justiça Celso Fróes Brocchetto

preventivo, que consiste em recolher amostras, periodicamente, nos pontos de venda, para anali-sar se preservam as características básicas pelas quais obtiveram a licença para uso da marca de conformidade.

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1. O que é Avaliação da Conformidade?

As principais definições, com significados seme-lhantes, são:

Definição da ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005: “demonstração de que os requisitos especifica-dos relativos a um produto, processo, sistema, pessoa ou organismo são atendidos”. Definição da OMC – Acordo sobre Barreiras Técnicas, Anexo 1: “qualquer procedimento utilizado, direta ou indire-tamente, para determinar que as prescrições per-tinentes de regulamentos técnicos ou normas são cumpridas”. Definição do Inmetro : “procedimento que objetiva prover adequado grau de confiança em um determinado produto, mediante o atendi-mento de requisitos definidos em normas ou regu-lamentos técnicos”.

2. O que seria “um adequado grau de confiança”?

A definição do adequado grau de confiança im-plica a necessidade de associá-lo ao preço a ser pago pela sociedade. Quanto maior o grau de con-fiança, maior o custo do produto final e, consequen-temente, maior o preço. O desafio é estabelecer a melhor relação confiança x preço, sem inviabilizar a competitividade do produto nacional ou torná-lo inacessível ao consumidor.Uma analogia simplista poderia ser feita, usando um exemplo do setor au-tomobilístico, entre um carro popular 1.0 e um mo-delo de luxo. Ambos devem possuir requisitos mí-nimos de segurança, mas os desempenhos, no que diz respeito à proteção oferecida, não podem ser comparados. Melhor exemplificando: ambos pos-suem cinto de segurança. Entretanto, o modelo de luxo, além do cinto de segurança, possui também “air-bag”, o que faz com que ele ofereça um nível maior de segurança, mas seja colocado no mercado com um preço mais elevado. Ambos, porém, tanto o carro popular quanto o modelo de luxo, atendem

aos requisitos mínimos de segurança definidos na legislação brasileira.Outro exemplo, ainda no se-tor automobilístico, diz respeito ao carro blindado. Ele é obviamente muito mais seguro do que o não blindado. Mas a opção pela blindagem, em muitos casos, praticamente dobra o seu preço.

3. Qual é o papel do Inmetro ao estabelecer Pro-gramas de Avaliação da Conformidade?

O Inmetro define as regras em documentos específicos (o que e como avaliar cada produto), promove o desenvolvimento da infra estrutura para avaliação (laboratórios de calibração e de ensaios, padrões metrológicos, organismos de certificação acreditados, normas técnicas, etc.), implementa a avaliação e dá assistência às partes interessadas, em especial às micro e pequenas empresas. Além disso, faz o acompanhamento do produto no mercado, estabelecendo penalidades, quando identificadas não conformidades, inten-cionais ou aperfeiçoando o Programa de Avalia-ção da Conformidade, quando identificadas não conformidades sistemáticas.

4. Qual a razão de ser da presença do Inmetro nos programas de certificação?

O Inmetro, na condição de entidade neutra de governo, e atuando com isenção, transparência e imparcialidade, agrega confiança e credibilidade aos produtos com conformidade avaliada, ou seja, que ostentam o seu selo. Um corpo técnico alta-mente capacitado, um moderno sistema de gestão e a adoção de práticas internacionais usadas nos países mais evoluídos conferem credibilidade às certificações no mercado interno e reconhecimen-to nos fóruns internacionais mais exigentes, o que facilita a aceitação dos produtos pelos diferentes mercados.

Avaliação da Conformidade

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Avaliação da Conformidade5. O Inmetro certifica os produtos que levam o

seu selo?

A resposta à pergunta é não. O Inmetro não certifica o produto. A certificação é feita por um organismo acreditado pelo Inmetro. A acreditação é palavra da língua portuguesa, de uso recente no Brasil. Assim, é fundamental o entendimento de que acreditação não é delegação de competência. Ao acreditar o organismo, com base em critérios internacionalmente aceitos, o Inmetro o reconhece tecnicamente competente para efetuar a avaliação da conformidade de um determinado produto. Adi-cionalmente, cabe destacar que a certificação é o mecanismo de Avaliação da Conformidade mais praticado no Brasil, mas não é o único. Existem ou-tras, como a declaração do fornecedor e a inspeção.

6. A acreditação assegura a atuação tecnicamente correta do organismo certificador?

A acreditação reconhece a competência do cer-tificador, ou seja, que ele demonstrou ser capaz de avaliar a conformidade do produto, obedecendo às regras estabelecidas pelo Inmetro. Ela pauta-se em uma relação de confiança. De qualquer forma, as auditorias periódicas nos organismos certifica-dores e as ações de acompanhamento no mercado, dos produtos certificados, avaliam o desempenho do certificador, após a acreditação.

7. A presença do selo do Inmetro garante a quali-dade do produto?

Não. Quem garante a qualidade do produto é seu fornecedor (fabricante, importador ou vendedor, conforme definido no Código de Proteção e Defesa do Consumidor). O selo de identificação da confor-midade indica que normas ou regulamentos desen-volvidos para aquela categoria de produto foram observados na sua concepção/fabricação/colocação

no mercado. Portanto, os programas de Avaliação da Conformidade estabelecem os requisitos mínimos de segurança aos quais os produtos de uma mesma categoria devem atender. Entretanto, isso não signi-fica dizer que são similares. Pelo contrário, a Avalia-ção da Conformidade estimula a busca contínua pelo fornecedor do aperfeiçoamento do produto, no senti-do de definir diferencial competitivo e, consequente-mente, conquistar a preferência do consumidor. Os programas de Avaliação da Conformidade desenvol-vidos pelo Inmetro têm como foco a segurança e a saúde do cidadão e a proteção do meio ambiente.

8. O que faz o Inmetro depois que o produto – que tem sua conformidade avaliada – é disponibili-zado no mercado para os consumidores?

O Inmetro, através da Rede Brasileira de Metrolo-gia Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I) – presen-te em todos os estados da Federação – acompanha o produto no mercado, em particular através de ações de fiscalização, realiza verificações de conformidade periódicas (retirada de amostras no mercado segui-da da realização de ensaios em laboratórios) e aper-feiçoa o programa, sempre que necessário.

Selo do Inmetro

ESTE

PRO

DUTO

CONSOME M

ENOS EN

ERGIAPROCEL

INMETRO

Eletrobrás

Fonte: Cartilha da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade.

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posse

Em emocionante cerimônia realizada no Auditó-rio Queiroz Filho, na sede do Ministério Público do Estado de São Paulo, no dia 18 de fevereiro, Mário Luiz Sarrubbo foi solenemente empossado diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – Escola Superior do MP, para cumprir um manda-to de três anos, em substituição à procuradora de justiça Eloisa de Sousa Arruda, que desde janeiro assumiu a Secretaria de Estado da Justiça e da De-fesa da Cidadania – atendendo a um convite do go-vernador Geraldo Alckmin.

Eleito por unanimidade, pelo Conselho Curador da ESMP, Sarrubbo é o primeiro promotor de justiça a ocupar o cargo.

O procurador de justiça Washington Epami-nondas Medeiros Barra, presidente da Associa-ção Paulista do Ministério Público, foi o primeiro a discursar, lembrando a importância da ESMP para os promotores, principalmente os substi-tutos, que têm o primeiro encontro efetivo com a instituição durante o Curso de Adaptação mi-nistrado na Escola. Fez questão, ainda, de falar

Promotor Mário Luiz Sarrubbo é empossado na ESMP

Momento da execução do Hino Nacional Auditório repleto de membros do MP

Eleito por unanimidade pelo Conselho Curador da ESMP Sarrubbo é o primeiro promotor de justiça a ocupar o cargo.

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sobre a competência do novo diretor e colocar a Associação à disposição dele para parcerias, “as-sim como ocorreu em outras ocasiões, com ou-tros diretores”, ressaltou.

Também fizeram uso da palavra, na sequência, a procuradora de justiça Eloisa de Sousa Arruda, que aproveitou a oportunidade para agradecer a colaboração de sua equipe no ano em que dirigiu a ESMP, e o procurador geral de justiça, Fernando Grella Vieira, que reafirmou sua crença na compe-tência do novo diretor da ESMP, baseada na pro-fícua carreira do promotor no MP desde o ano de seu ingresso, em 1989.

Em seu emocionado discurso de posse, Mário Luiz Sarrubbo citou a necessidade de formulação de uma nova doutrina institucional, para reafirmar “a nossa vocação de um Ministério Público vibrante, desbravador, destemido, valente e valoroso, sempre sensível aos movimentos, anseios e necessidades da nação brasileira” e prometeu valorizar ainda mais a segunda instância. Após os agradecimentos ao apoio de sua família em todos os anos e passos de sua car-reira, foi aplaudido, em pé, pelos presentes.

Sarrubbo também foi homenageado por seus alunos da Faculdade de Direito da FAAP. Através de um texto elaborado para ser lido na posse, eles confessaram o desejo de entrar para o Ministério

Público, como influência do professor ao externar sua paixão pela instituição nas salas de aula.

Pessoas ilustres compareceram à posse: além de familiares e amigos do novo diretor, prestigia-ram a solenidade o desembargador Armando Sér-gio Prado de Toledo, presidente em exercício do Tribunal de Justiça e diretor da Escola Paulista da Magistratura; Nelson Gonzaga de Oliveira, corre-gedor geral do MP; José de Arruda Silveira Filho, secretário do Órgão Especial do Colégio de Pro-curadores; Antonio Carlos da Ponte, secretário do Conselho Superior do MP; Antonio Ferreira Pinto, secretário da Segurança Pública; Felipe Locke Ca-valcanti, membro do Conselho Nacional de Justiça; João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo (USP); Dirceu de Mello, reitor da Ponti-fícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Elival da Silva Ramos, procurador geral do Estado; Ivan Francisco Pereira Agostinho, chefe de gabi-nete da Secretaria Estadual de Logística e Trans-portes, representando o secretário Saulo de Cas-tro Abreu Filho; Antonio Magalhães Gomes Filho, diretor da Faculdade de Direito da USP; Sergei Co-bra Arbex, secretário geral da Caixa de Assistên-cia dos Advogados de São Paulo, representando o presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo, Luiz Flávio Borges D’Urso; Valdira Câmara Torres

Familiares e amigos também prestigiaram a solenidade Mesa da cerimônia de posse do novo diretor

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Pinheiro Costa, coordenadora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MP do Rio Grande do Norte; Sérgio Dário Machado, diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MP do Espírito Santo e vice-presidente do colégio de di-retores de Escolas dos MP’s; Ivete Senise Ferreira, presidente do Instituto dos Advogados de São Pau-lo; Mariangela Sarrubbo Fragata, chefe do Cen-tro de Estudos da Procuradoria Geral do Estado; Elaine Moraes Ruas Souza, diretora da Defensoria Pública do Estado, representando a defensora pú-blica geral, Daniela Sollberger Cembranelli; Car-la Abrantkoski Rister, diretora da Associação dos Juízes Federais do Brasil, representando o presi-dente Gabriel de Jesus Tedesco Wedi; Luis Antonio

Martinez Vidal, chefe de gabinete da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, representando o presidente Paulo Skaf; Marco Antônio Ribeiro de Campos, diretor da Academia de Polícia Civil de São Paulo; Álvaro Villaça Azevedo, diretor da Faculdade de Direito da Fundação Armando Álvares Penteado; Hubert Alquéres, presidente do Conselho Estadual de Educação, além dos subprocuradores gerais de Justiça Márcio Fernando Elias Rosa (Gestão), Wil-son Alencar Dores (Institucional), Sérgio Turra So-brane (Jurídico) e Francisco Stella Junior (Relações Externas), membros do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça e do Conselho Superior do MP, procuradores, promotores de justiça e fun-cionários da ESMP.

Em seu discurso de posse, Mário Luiz Sarrubbo citou a necessidade de formulação de uma nova doutrina institucional e prometeu valorizar ainda mais a segunda instância.

Foram muitas as pessoas ilustres que compareceram à posse solene

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simpósio

Numa iniciativa conjunta entre a Escola Superior do Ministério Público e o CAO Cível e de Tutela Co-letiva, cinco expositores especialistas no tema es-tiveram no auditório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na ESMP, dia 24 de fevereiro, para tirar todas as dúvi-das dos inscritos no simpósio “Política Nacional de Resíduos Sólidos e sua Regulamentação”.

Em agosto do ano passado, após 21 anos de tra-mitação no Congresso, o ex-presidente Lula sancio-nou a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, com o objetivo de incentivar a reciclagem de lixo e o cor-reto manejo de produtos usados com alto potencial de contaminação. A grande novidade da nova lei foi

a criação da “logística reversa”, que obriga os fa-bricantes, distribuidores e vendedores a recolher embalagens usadas. A medida vale para materiais agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrifi-cantes, lâmpadas e eletroeletrônicos.

Alexandra Facciolli Martins, promotora de justiça de Santa Bárbara D’Oeste, mestre em Direito Am-biental pela Universidade Metodista de Piracicaba, e Roberto Varjabedian, assistente técnico de pro-motoria (MP/SP), biólogo, mestre em Ciências pelo Departamento de Ecologia Geral da USP, expuseram pela manhã, sobre “A Lei n° 12.305/10 e o Decreto Federal n° 7.404/10: Exposição Comentada”.

Novas regras para resíduos sólidosA grande novidade da nova lei foi a criação da “logística reversa”, que obriga os fabricantes, distribuidores e vendedores a recolher embalagens usadas.

Washington Novaes com Alexandra Facciolli e Éverton Luiz ZanellaAndré Vilhena

Carlos Silva Filho Roberto Varjabedian

Alexandra Facciolli Martins

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À tarde, o jornalista Washington Novaes, colunis-ta de “O Estado de S. Paulo” e “O Popular”, de Goi-ânia, supervisor geral do programa “Repórter Eco” da TV Cultura de São Paulo, tratou sobre os aspectos positivos e negativos do marco regulatório, seguido por André Vilhena (“Perspectivas e Responsabilidade na Área de Reciclagem”), diretor executivo do CEM-PRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem; e por Carlos Silva Filho (“Perspectivas em relação à destinação dos resíduos”), diretor executivo da Asso-ciação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e de Resíduos Especiais – ABRELPE.

A nova legislação também determina que as pessoas façam a separação doméstica nas cidades onde há coleta seletiva. Catadores e a indústria de reciclagem receberão incentivos da União. Além disso, os municípios só receberão recursos do go-verno federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos depois de aprovarem planos de gestão. O objetivo das novas regras é estabelecer a responsabilidade compartilhada entre a sociedade, empresas, governos estaduais, a União e prefeitu-ras no manejo correto do lixo.

TEMPO DE DECOMPOSIçãO DE RESíDUOS EM OCEANOS

Papel Toalha: 2 a 4 semanas; Caixa de Papelão: 2 meses; Palito de Fósforo: 6 meses; Restos de Frutas: 1 ano; Jornal: 6 meses; Fralda Descartável: 450 anos; Fralda Descartável Biodegradável: 1 ano; Lata de Aço: 10 anos; Lata de Alumínio: não se corrói; Bituca de Cigarro: 2 anos; Copo Plástico: 50 anos; Garrafa Plástica: 400 anos; Camisinha: 300 anos; Pedaço de Madeira Pintada: 13 anos; Boia de Isopor: 80 anos; Linha de Náilon: 650 anos; Vidro: tempo indeterminado; Lixo radioativo: 250 anos ou mais

Fonte: www.compam.com.br

DECOMPOSIçãO DO LIxO

Papel: 3 a 6 mesesJornal: 6 mesesPalito de madeira: 6 mesesToco de cigarro: 20 mesesNáilon: mais de 30 anosChicletes: 5 anosPedaços de pano: 6 meses a 1 anoFralda descartável biodegradável: 1 anoFralda descartável comum: 450 anosLata e copos de plástico: 50 anosLata de aço: 10 anos Tampas de garrafa: 150 anos Isopor: 8 anos Plástico: 100 anos Garrafa plástica: 400 anos Pneus: 600 anos Vidro: 4.000 anos

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livros

20 ANOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: Estudos em Home-nagem ao professor José Geraldo Brito Filomeno

Luís Ferreira da Rocha, Vidal Serrano Nunes, Vicent Lamanda, Vicent Vigneau, Vitor Morais de Andrade, Winston Neil Bezerra de Alencar e Zelmo Denari

1a edição (2010) Páginas: 688 páginas

Esta obra foi organizada para comemorar os 20 anos de aprovação do Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990) e homenagear o professor José Geraldo Brito Filomeno, que desempenhou importantíssimo papel como vice-presidente da comissão responsável pelo anteprojeto de lei. Por meio do reconhecimento ao trabalho do homenage-ado e da comissão que elaborou o anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor, não só os operadores do Direito, mas toda a sociedade brasileira agradecem a consolidação da proteção ao consumidor e, em última análise, da própria democracia ao proteger os mais fracos diante dos mais fortes, recordando a célebre frase de Lacordaire no sentido de que “entre o fraco e o forte a liberdade escraviza e a lei liberta”. A organização desta obra coletiva teve o imediato retorno dos mais renomados juristas brasileiros, o que denota o respeito e – sobretudo – a afeição de que desfruta o prof. José Geraldo Brito Filomeno.

Organizador(a): Antonio Carlos Morato e Paulo de Tarso Neri Autor(a): Ada Pellegrini Grinover, Adriana Borghi Fernandes Monteiro, Alberto do Amaral Júnior, Belisá-rio dos Santos Junior, Brunno Pandori Giancoli, Daniel Roberto Fink, Edgard Moreira da Silva, Eunice Apare-cida de Jesus Prudente, Fabio Ulhoa Coelho, Fátima Nancy Andrighi, Gladston Mamede, Glauber Moreno Ta-lavera, Hamilton Rangel Junior, João Batista de Almei-da, José Fernando Simão, José Ricardo de Bastos, Josué Rios, Liliana Minardi Paesani, Luiz Antonio Scavone Ju-nior, Luiz Otávio de Oliveira Amaral, Maíra Feltrin Alves, Marco Antonio Zanellato, Mário Frota, Miguel Augusto Machado de Oliveira, Nehemias Domingos de Melo, Pau-lo Hamilton Siqueira Jr., Priscila Senise Lisboa, Ricardo Algarve Gregorio, Ricardo de Moraes Cabezón, Rizzato Nunes, Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer, Roberto Grassi Neto, Roberto Senise Lisboa, Rodolfo de Camar-go Mancuso, Silmara Juny de Abreu Chinellato, Sílvio

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Evento no Núcleo Regional de Franca

notas

MP e a Educação e Violência EscolarPromovido pela Escola Superior do Ministério Público, em conjunto com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área da Educação e com o Centro de Apoio Criminal – CAO Criminal, o evento “O Ministério Público e a Educação” aconteceu das 9 horas ao meio-dia, no dia 18 de março, na Sede Regional da Associação Paulista do Ministério Público (Rua Arthur Marangoni, no 2411), em Franca. Luiz Antonio Miguel Ferreira, promotor de Justiça, coordenador da Área da Educação – CAO Cível e de Tutela Coletiva, foi o expositor.Voltado especialmente aos promotores de Justiça que atuam nas áreas da infância e da juventude e cri-minal da região de Franca, o evento teve ainda exposição sobre “Violência Escolar”, feita por Gianpaolo Poggio Smanio, procurador de Justiça, coordenador do CAO Criminal. Na coordenação local, o promotor de Justiça Carlos Henrique Gasparoto, Coordenador do 7o Núcleo Regional da ESMP – Franca.

Luiz Antonio Miguel Ferreira, coordenador da Área de Educação do Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva do MP

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Nossa razão de ser

ano 8 nº 45 janeiro/fevereiro/março/abril de 2011

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