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Page 1: Impostos Diferidos - Universidade da · PDF fileActivo Imobilizado. Nas com base em diploma legal, os 40% do excesso de amortizações contabilizadas nos diferentes exercícios, constituem

IMPOSTOS DIFERIDOS

Os impostos diferidos resultam das diferenças entre as normas contabilísticas e as normas fiscais, concretamente entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e as respectivas bases fiscais (diferenças temporárias), dando origem aos passivos por impostos diferidos (que representam mais imposto sobre o rendimento a pagar no futuro) e activos por impostos diferidos (que representarão poupança futura de imposto sobre o rendimento). Regra geral o lucro tributável é diferente do lucro contabilístico. As diferenças entre ambos podem ter duas naturezas:

• Diferenças Permanentes ou definitivas (não revertem nos períodos seguintes) – são custos ou proveitos que afectam o resultado fiscal mas nunca o contabilístico e vice-versa Ex: Multas, desp. confid., IRC, menos valias contabilísticas.

• Diferenças tempestivas ou Temporárias de resultados – podem ser tributáveis (aumenta o imposto a pagar) ou dedutíveis (diminui o imposto a pagar). Ex: Reavaliação do Imobilizado, Prejuízos Fiscais, Subs. Investimento

Diferenças Temporárias Tributáveis

Resultam de um incremento de tributação e, do seu efeito fiscal, resulta a contabilização de passivos por impostos diferidos. Ou seja, resultará no futuro num incremento de tributação em imposto sobre o rendimento. Exemplos:

• Reaval. Activo Imobilizado. Nas com base em diploma legal, os 40% do excesso de amortizações contabilizadas nos diferentes exercícios, constituem já uma reversão da diferença temporária originada pela reavaliação (DIF. TEMP.PURA);

• Quotas perdidas de amortizações que originam, no futuro, um custo contabilístico não aceite fiscalmente (DIF. TEMP.PURA);

• Custo fiscal anterior ao custo contabilístico (caso dos prejuízos fiscais imputados por ACE, ou no caso espanhol ou americano, a prática de amortizações aceleradas para efeitos fiscais mas com contabilização por quotas constantes (DIF. TEMP.TEMPESTIVA).

Diferenças Temporárias Dedutíveis

Resultam numa diminuição de tributação e, do seu efeito fiscal, resulta a contabilização de activos por impostos diferidos, se verificadas as condições para o seu reconhecimento (princípio da prudência – pcga). Resulta no futuro numa diminuição de tributação em imposto sobre o rendimento. Exemplos:

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• Custo contabilístico anterior ao custo fiscal (imparidades não dedutíveis ou excessivas);

• Proveito fiscal anterior ao proveito contabilístico (ex: lucros tributáveis imputados por ACE).

Estas situações darão origem a impostos diferidos activos quando:

• se espera que a entidade vá ter lucros tributáveis futuros suficientes;

• existem diferenças temporárias tributáveis em montante igual ou superior;

• o prazo de reversão das diferenças temporárias tributáveis seja igual ao da reversão das diferenças temporárias deduzíveis.

Desdobramento das contas SNC:

CLASSE 2

2411 Impostos Corrente 274 Impostos Diferidos 2741 - Activos por impostos diferidos 2742- Passivos por impostos diferidos

CLASSE 5

5612 – Impostos diferidos relativo a Resultados Transitados 5812 – Impostos Diferidos relativos a Reaval. AFT’s 5892 – Impostos Diferidos Outros Excedentes 592 - Ajustamentos por Impostos Diferidos

CLASSE 8 81 Resultado Líquido do Período

8121 – Imposto Estimado para o Período 8122 – Imposto Diferido

O tratamento contabilístico dos impostos diferidos, está associado ao tratamento contabilístico das transacções ou eventos que lhes dão origem. O tratamento contabilístico dos efeitos tributários das diferenças tempestivas, afecta sempre contas ligadas aos resultados, já que as diferenças tempestivas resultam de diferentes critérios de imputação temporal utilizados pela contabilidade e pela fiscalidade. É o caso de impostos diferidos originados, por exemplo, com provisões não dedutíveis fiscalmente, mais valias fiscais associadas a reinvestimentos, amortizações excessivas que se pretendam recuperar ou quotas perdidas, diferenças geradas no caso de contratos de construção, etc...

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Sempre que a transacção ou evento que origina os impostos diferidos, for contabilizado em contas diferentes de resultados, então os impostos diferidos, quando a diferença temporária se origina, não afectam contas ligadas aos resultados, mas sim, as contas em que foram contabilizados os factos subjacentes. Assim sendo, no caso de uma reavaliação do Imobilizado que origine uma diferença temporária, os efeitos tributários desta reavaliação afectam as respectivas contas de capitais próprios. No caso de uma concentração que seja uma aquisição e que gere diferenças temporárias, então os efeitos fiscais respectivos afectam o Trespasse. Em relação às reavaliações, é importante referir que, no caso de reavaliação de bens não amortizáveis, o activo ou o passivo deve ser registado tendo em consideração o efeito fiscal associado à venda dos bens em lugar da recuperação do valor através do uso. Assim sendo, a DC 28 (e a NIC 12) preconiza a óptica do uso para os activos amortizáveis, e a óptica da alienação para os bens não amortizáveis. REPORTE DE PREJUÍZOS – de acordo com a NCRF 25 deve ser reconhecido um activo por impostos diferidos relativamente a prejuízos fiscais que possam ser deduzidos a lucros futuros, na medida em que for previsível que venham a ser obtidos lucros tributáveis que permitam a dedução de tais prejuízos, ou existam diferenças temporárias tributáveis que permitam a utilização dos referidos prejuízos fiscais. Não deve ser reconhecido qualquer activo no ano em que se apura a perda fiscal, excepto se a empresa tiver suficientes diferenças temporárias tributáveis que permitam a recuperação desse prejuízo fiscal. Se o montante dessas diferenças temporárias tributáveis não forem suficientes, reconhecerá um activo por impostos diferidos somente até ao montante do passivo por impostos diferidos cujas diferenças temporárias revertam dentro do período de compensação dos prejuízos fiscais.