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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Importância da Alimentação no Aprendizado no Ensino Superior Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Por: Eunuce Chaves da silva Rio de Janeiro 2004 RESUMO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Importância da Alimentação no Aprendizado no

Ensino Superior

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.

Por: Eunuce Chaves da silva

Rio de Janeiro 2004

RESUMO

2

A alimentação está diretamente ligada à apropriação do conhecimento, à

construção e reconstrução de nossa humanidade a nível social e intelectual.

Ela, quando equilibrada, saudável e em quantidade suficiente ao organismo, é

fator fundamental para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo,

principalmente no ensino superior.

O tipo de alimento que o homem ingere em sua infância e adolescência irá

determinar o desenvolvimento intelectual e a saúde do adulto. Os hábitos

alimentares são formados principalmente nela e a tendência é que permaneçam

durante toda a vida do indivíduo e sejam transmitidos por ele à sua descendência.

O quadro de desnutrição, mesmo quando leve, provoca profunda alteração no

organismo humano: diminui a produção de proteínas essenciais à formação de

anticorpos, de células sangüíneas de defesa e de preservação e manutenção dos

tecidos, dificultando a resistência a doenças corriqueiras. Por isso ficam mais

vezes doentes, podendo mesmo morrer de enfermidades às quais as pessoas

bem nutridas facilmente possuem defesas, e mais sensíveis a agressões

psíquicas e afetivas. A tudo isso se acrescenta o fato de que, a cada quadro de

enfermidade, a saúde do desnutrido mais se deprime.

Desta maneira, se negar ao indivíduo uma alimentação saudável e necessária a

seus gastos energéticos, está-se promovendo sua desnutrição.

Por outro lado, ao se lhe prejudicar a capacidade de aprendizagem por falta de

nutrientes, negação de seu direito de aprender e ter acesso à riqueza cultural

desenvolvida pela humanidade ao longo de sua história. Está-se, assim, se lhe

negando sua condição humana. Ele será sempre um indivíduo isolado

culturalmente num mundo onde o conhecimento é tudo. Ele perde sua capacidade

total de conhecer a maior parte do saber existente: torna-se órfão do saber

ancestral.

Estudos demonstraram que as deficiências nutricionais estão freqüentemente

associadas às perturbações de aprendizagem e aos problemas cognitivos do

3aluno. Um aluno bem alimentado chega à escola alegre, disposta, aprende com

facilidade; um aluno com fome, ao contrário, não consegue se concentrar fica

inquietas, nervosas, sonolentas, apáticas e tem dificuldades de aprendizagem, por

falta de concentração. Isso determina alterações, por vezes graves, no rendimento

escolar e no comportamento do estudante. No entanto, mesmo tendo diante dos

olhos a realidade, ainda existe muita polêmica entre a fome e desnutrição e o

processo de aprendizagem, altos níveis de repetência e abandono, e o fracasso

escolar observado nas universidades brasileiras.

Há teorias que afirmam que a causa do fracasso escolar se deve a seqüelas

produzidas no sistema nervoso central de crianças submetidas à desnutrição nos

dois primeiros anos de vida; ou ainda desde o útero da mãe desnutrida, que se

alimentam inadequadamente.

O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de

quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções,

como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são

controladas pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os

inúmeros sinais enviados pelo organismo e pelo exterior.

Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas

regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar,

dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, pouco

ainda se sabe sobre os mecanismos que reagem o pensamento e a memória.

Mais sabe que a falta de alimentação, diminui a atividade cerebral.

É comum que se encontre professores do ensino de graduação queixando-se

de seus alunos: são desatentos, agressivos, inquietos, desanimados e, às vezes

sonolentos. É quando o aluno sente enjôo, têm dor de cabeça, transpiração

excessiva, tonturas e visão turva, sintomas característicos da má nutrição.

Palavras-chaves.1.Aprendizagem. 2.Alimentação. 3.Cérebro.

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

4

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Importância da Alimentação no Aprendizado no

Ensino Superior

Por: Eunuce Chaves da silva

Orientador

Prof. Ms. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro 2002

5

AGRADECIMENTOS

Eu, Eunice, agradeço a Deus por ter me

permitido chegar até aqui. A todos os

professores e colegas de sala que de uma

forma direta ou indireta contribuíram para

elaboração desta monografia. A minha

orientadora Fabiane Muniz.

6

DEDICATÓRIA

Ao meu marido Jaime, minha filha Jéssica,

Pai, mãe e irmãos.

7

METODOLOGIA

A metodologia aplicada por pesquisa bibliográfica. Os livros utilizados foram principalmente livros de leitura corrente que

objetivam proporcionar conhecimento cientifico como

Estes livros foram consultados por estar relacionado diretamente com o

tema proposto e por auxiliarem na elaboração da monografia e da resolução dos

principais problemas encontrados, são livros que contem assuntos pertinentes ao

tema.

INTRODUÇÃO

A avaliação dos transtornos da aprendizagem constitui um dos desafios mais

freqüentemente enfrentado na universidade. A falta de êxito acadêmico ou as

dificuldades no rendimento escolar acarretam preocupações para os pais, para os

professores e também do próprio aluno, necessitando, portanto de uma avaliação

médica a fim de determinar se existem fatores neurológicos, psiquiátricos,

psicológicos e nutricional que possam ser remediados.

Além de problemas com a memória, inclui condições tais como uma falha de

percepção, dano cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia do

desenvolvimento.

Os transtornos da aprendizagem podem ser definidos como uma deficiência

especial na aprendizagem. Refere-se a uma alteração em um ou mais dos

processos psicológicos básicos para a compreensão ou o uso da linguagem

escrita ou oral, que pode se manifestar como uma falta de habilidade para escutar,

8pensar, ler, escrever, soletrar ou desempenhar cálculos matemáticos, Maban

(1999),

A falta de alimentação é um dos fatores de maior relevância para o transtorno

da aprendizagem. Os estudantes universitários muitas vezes não valorizam a

importância da alimentação, ela que determina a boa saúde a capacidade de

concentração, aprendizado e memorização, em fim tendo melhor qualidade de

vida. A atenção e interesse pela alimentação e nutrição vêm aumentando

constantemente. Sua importância é traduzida não só pela preocupação dos

professores, mas também pela indústria e dos governos, mas também pelo fato de

as Nações U, por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização

das Nações unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e do Fundo de

Socorro a Infância das Nações unidas (UNICEF) ao lado do Banco Mundial,

estarem continuamente enfatizando, cada vez mais, o papel da alimentação na

estabilidade e no processo sócio – econômico de toda a humanidade. Dutra

(1998).

É importante enfatizar que os universitários a sim como outros estudantes

precisam de nutrientes em quantidade adequada para atender todas as

necessidades energéticas para o bom funcionamento cerebral, sendo as

proteínas, carboidratos, gorduras, minerais, vitaminas, fibras e água são os

principais.

Os alimentos em gerais são de principal importância para manter os níveis

plasmáticos de glicose, pois, ele e o principal combustível para o cérebro, Champe

(1996).

A ingestão de alimentos em quantidade insuficiente pode ser por fatores que

levam a inapetência, falta de tempo, anorexia, desejo de perder peso, ou

ignorância, Dutra (1998).

As vitaminas são micronutrientes essenciais a diversas reações metabólicas do

organismo. Presentes em pequenas quantidades em alimentos naturais, uma dieta

variada normalmente é suficiente para suprir as necessidades diárias do

9organismo.O consumo insuficiente ou exagerado de certas vitaminas pode

ocasionar distúrbios nutricionais. Franco (1999).

Os sais minerais -São nutrientes inorgânicos que fornecem ao homem elementos

químicos como o cálcio, o fósforo, o ferro ou o enxofre, entre outros. O cálcio, por

exemplo, é um elemento químico de fundamental importância na estrutura dos

ossos. O ferro, presente na hemoglobina do sangue de diversos animais, é

fundamental para o transporte de oxigênio para as células. O fósforo faz parte da

molécula de ATP, responsável pelo fornecimento de energia a todas as reações

químicas fundamentais à vida. São elementos que desempenham diversas

funções essenciais no organismo, tanto como íons dissolvidos em líquidos

orgânicos como constituintes de compostos essenciais. SANTOS,(2000)

10

CAPÍTULO I

1.1- O que é o cérebro?

O cérebro é à parte do sistema nervoso central que fica dentro do crânio. É a parte

mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesa cerca de 1,3 kg e é uma

massa de tecido cinza-róseo. Quando cortado, o cérebro apresenta duas

substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outras cinzentas, que

forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas

funcionalmente distintas. Cada uma delas controla uma atividade específica. A

presença de grandes áreas cerebrais relacionadas ao controle da face e das mãos

explica por que essas partes, Figueredo (2000).

Do corpo têm tanta sensibilidade. No córtex estão agrupados os neurônios.

1.2- Componentes do cérebro

Segundo, Figueredo (2000). O cérebro é composto por cerca de 100 bilhões de

células nervosas, conectadas umas às outras e responsáveis pelo controle de

todas as funções mentais. Além das células nervosas (neurônios), o cérebro

contém células da glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos

secretores.

Ele tem três componentes estruturais principais: os grandes hemisférios cerebrais,

em forma de abóbada (acima), o cerebelo, menor e com formato meio esférico

(mais abaixo à direita), e o tronco cerebral (centro).

No tronco cerebral, destacam-se a medula alongada ou bulbo raquiano (o

alargamento central) e o tálamo (entre a medula e os hemisférios cerebrais).

Os hemisférios cerebrais são responsáveis pela inteligência e pelo raciocínio.

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Os troncos encefálicos, formados pelo mesencéfalo, pela ponte e pela

medula oblonga, conecta o cérebro à medula espinal, além de coordenar e

entregar as informações que chegam ao encéfalo. Controla a atividade de

diversas partes do corpo.

O mesencéfalo recebe e coordena informações referentes ao estado de

contrações dos músculos e à postura, responsável por certos reflexos.

O cerebelo ajuda a manter o equilíbrio e a postura.

O bulbo raquiano está implicado na manutenção das funções involuntárias, tais

como a respiração.

A ponte é constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas que ligam o

córtex cerebral ao cerebelo.

O tálamo age como centro de retransmissão dos impulsos elétricos, que viajam

para e do córtex cerebral.

1.3-Funções dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo

Embora os hemisférios cerebrais tenham uma estrutura simétrica, ambos com os

dois lóbulos que emergem do tronco cerebral e com áreas sensoriais e motoras,

certas funções intelectuais são desempenhadas por um único hemisfério.

Geralmente, o hemisfério dominante de uma pessoa ocupa-se da linguagem e das

operações lógicas, enquanto que o outro hemisfério controla as emoções e as

capacidades artísticas e espaciais. Em quase todas as pessoas destras e em

muitas pessoas canhotas, o hemisfério dominante é o esquerdo. Esses dois

hemisférios são conectados entre si por uma região denominada corpo caloso.

12

1.4-Funções do cérebro

O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de

quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções,

como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são controladas

pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros

sinais enviados pelo organismo e pelo exterior, Figueredo (2000).

Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas

regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar, dos

movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, pouco ainda se

sabe sobre os mecanismos que reagem o pensamento e a memória.

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CAPÍTULO II

2- Memória

De acordo com Souza (2000 ).O termo memória tem sua origem etmológica no

latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e

conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças,

reminiscências.

A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma

a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento

mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar

proveito da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que

abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente

associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso

comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória;

em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a

memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos. , FrancoG. (1999).

Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando

envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades

intelectuais e mecânicas.

Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento,

habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no

presente e prevermos o futuro. , FrancoG. (1999).

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2.1- Os Mecanismos Cerebrais da Memória

A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um

fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais

que funcionam juntos. SANTOS,(2000)

O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo

envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima

das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região freqüentemente são

os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo.

Existem consideráveis evidências apontando esta região como sendo

particularmente importante para armazenar eventos passados.

O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região

potencialmente envolvida com a memória em longo prazo.

Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si que

parece exercer a função da memória para fatos e eventos (memória declarativa),

entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as vias que

conectam estas estruturas com outras partes do cérebro.

O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e

eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de

novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota

rodoviária, Figueredo (2000).

A amígdala, por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se

comunica com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de

suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do meio externo como

som, cheiro, sabor, visualização e sensação de objetos, são traduzidos em sinais

elétricos, e ativam um circuito na amígdala que está relacionado à memória, o qual

depende de conexões entre a amígdala e o tálamo.

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Conexões entre amígdala e hipotálamo, onde as respostas emocionais

provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a

aprendizagem, porque elas ativam outras conexões da amígdala para as vias

sensoriais, por exemplo, o sistema visual.

O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução de

problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o

córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado

com o lobo temporal e o tálamo, Figueredo (2000).

2.2- Processo de memorização do Cérebro

O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações

químicas e circuitos interligados de neurônios.

As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios ou

neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações

denominadas sinapses.Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar

em nosso banco de dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos

recentes, que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua

capacidade de fixação alterada por razões relacionadas a variações de estado

emocional ou a problemas de ordem física, Souza (2000 ).

Cada célula cerebral(ou neurônio)contribui para o comportamento e para a

atividade mental, conduzindo ou deixando de conduzir impulsos.

Todos os processos da memória são explicados em termos dessas descargas.

As alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são chamadas

de plasticidade. Elas se referem a uma alteração na eficiência das sinapses e

podem aumentar a transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o

comportamento, Figueredo (2000).

16Quando uma célula é ativada, é desencadeada a liberação de substâncias

químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas.

Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados" possuem um número maior

de ramificações (dendritos) se comunicando com dendritos de outros neurônios.

Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas

formem novas interconecções e novas moléculas de proteína.

2.3- Perda da Memória

Segundo Souza (2000 ). A perda de memória pode estar associada a

determinadas doenças neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas

metabólicos e alimentares.

A falta de vitamina B1 (tiamina) pela ma alimentação levam a perda da memória

para fatos recentes e com freqüência estão associados a problemas de marcha e

de confusão mental.

Doenças da tireóide, como o hipotireoidismo, e causada pela deficiência de iodo

na alimentação ocorre o comprometimento da memória. Kathleen (1998).

A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma

dieta deficiente, favorece a perda de memória.

Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de

nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria

perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender.

A esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia.

A boa alimentação é fundamental para a conservação da memória. Deve-se evitar

excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é a bem balanceada entre

proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A tiamina, o ácido fólico e

a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores

envolvidos no processo da memória, devendo ser utilizados de preferência

17produtos naturais . , FrancoG. (1999). A colina é uma vitamina do complexo B que

está presente em alimentos ricos em colesterol como ovos e fígado. A falta deste

componente pode causar comprometimento da memória e da capacidade de

concentração, pois é precursor do neurotransmissor acetilcolina. Não deixa de ser

uma boa desculpa para incluir ovos no seu plano alimentar, sem excessos, é

claro, Figueredo (2000).

A água é muito importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.

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CAPÍTULO III

3- MÁ ALIMENTAÇÃO PODE AFECTAR A INTELIGÊNCIA

Uma alimentação deficitária de certos nutrientes vitais para o cérebro pode ser a

responsável de muitos comportamentos estúpidos e irresponsáveis.

Se é verdade que a subnutrição crónica, impede a inteligência de se desenvolver,

não é menos verdade que a má nutrição (falta de certos nutrientes vitais) prejudica

seriamente o cérebro, dificultando a inteligência e o desempenho de funções

fundamentais como a memória, a concentração e a aprendizagem.

A alimentação do cérebro é extraordinariamente importante porque o nosso

amadurecimento intelectual e emocional depende, em primeiro lugar, dos

nutrientes que as células nervosas e outras que lhe estão associadas receberem,

Souza (2000 ).O juízo crítico, pensar, memorizar, imaginar, ler, ouvir e todas as

funções cognitivas que se produzem graças ao cérebro exigem o trabalho

simultâneo de milhões de células (neurónios, células gliais, etc) que o constituem.

Mas não só: é o cérebro quem comanda ou influencia todas as funções corporais,

nomeadamente a pressão sanguínea, o sistema imunitário, os batimentos

cardíacos, a respiração, as hormonas, enfim, tudo, Figueredo (2000).

Assim, tão importante como estudar e aprender (que vão alimentar o intelecto e

agilizar a mente) é também a alimentação do cérebro onde todas aquelas

actividades têm lugar. É como um automóvel: se espera um bom funcionamento e

uma viagem sem problemas torna-se necessário, no mínimo, cuidar do motor e

“alimentá-lo” da energia que vem do combustível.

Fazendo ainda a analogia com o automóvel, o cérebro é um órgão de grande

consumo. Com efeito, é o órgão que mais energia requer. Sozinho, o cérebro, que

pesa apenas, num adulto, cerca de 1,370 kg, exige, para si, 20% do total do

19oxigénio de que o corpo necessita para viver em condições saudáveis!

O sistema nervoso, de que cérebro é o seu elemento central, é um fluxo de

matéria, energia e informação. Da interacção destas três forças resulta a

consciência, a inteligência e o pensamento (incluindo as funções preceptivas, a

atenção, a memória, a imaginação, etc.).SANTOS(2000), diz que o cérebro “é o

máximo em complexidade. Caracteriza-se por forma e fluxo, interacção com o

meio ambiente, mudanças súbitas, sensibilidade a perturbações. Exige a parte de

leão da energia do corpo”.

A alimentação é um dos factores que mais intervém na idade biológica. A

qualidade e o bem-estar do organismo reflectem-se nesse plano. Cuidar do corpo

é uma necessidade para a própria mente pois esta não apenas inclui a inteligência

como também os esteios da personalidade e do comportamento.

Um cérebro bem nutrido não só se torna mais ágil como também proporciona uma

inteligência mais flexível. Manter um comportamento de alto nível implica em

manter um cérebro saudável.

Um dos grandes fatores desencadeantes de crises de enxaqueca é o fato

de não se alimentar. O jejum (mesmo não prolongado) pode, muito

freqüentemente, causar enxaqueca. A hipoglicemia (baixa do açúcar no

sangue), que ocorre em conseqüência do indivíduo ficar muito tempo sem

se alimentar, pode resultar em vasodilatação (aumento dos vasos

sangüíneos), levando a uma dor de cabeça como conseqüência, Kathleen

(1998.)

Quando se fica muito tempo sem comer, o cérebro entende que o corpo

está entrando em uma fase de escassez e tem de fazer economia. O corpo

reduz a velocidade do metabolismo e, com isso, passa a queimar menos

calorias.

Pessoas que não têm fome de manhã aprenderam a desprezar o relógio

interno; o "normal" é sentir fome depois de tantas horas de abstinência. O

prejuízo para quem modificou seus hábitos a ponto de "enganar" o

20estômago é baixo rendimento. O estudante deve restabelecer o ritmo

metabólico (reeducando-se a ponto de comer algo no café da manhã),

começará a sentir fome ao acordar", afirma. A fome também aparecerá nos

horários comuns e a vontade de beliscar irá desaparecer, FrancoG. (1999).

31- A NUTRIÇÃO E O FUNCIONAMENTO CEREBRAL

Segundo Kathleen (1998). O cérebro é responsável por grande parte das reações

químicas que ocorrem no organismo e algumas delas têm por objetivo tornar a

energia dos alimentos disponível para os diversos sistemas fisiológicos. Isso

acontece após o processo de digestão dos alimentos, tendo como resultado a

produção de ATP (trifosfato de adenosina) que é armazenado em todas as células

e utilizado como combustível para que as reações químicas necessárias ocorram.

A energia gerada é necessária para ativar a atividade muscular, a secreção pelas

glândulas, a manutenção de potenciais de membrana nas fibras nervosas e

musculares, a síntese de substâncias intracelulares e a absorção dos alimentos

pelo trato gastrintestinal. O trato digestivo fornece ao organismo um suprimento

contínuo de água, eletrólitos, substâncias e nutrientes. Isso exige movimentação

do alimento ao longo do trato digestivo, secreção de sucos digestivos e digestão

do alimento, absorção dos produtos da digestão, de água e dos vários eletrólitos,

circulação de sangue pelos órgãos gastrintestinais e o controle de todas essas

funções é feito pelo sistema nervoso e hormonal, FrancoG.(1999).

Sem uma fonte contínua de energia as células deixam de funcionar e morrem.

Sabe-se que o carboidrato é a melhor fonte energética e que um grama de

carboidratos fornece 4 kcal, sendo o produto final de sua desintegração, a glicose,

21molécula simples que rapidamente fornece energia. Os carboidratos são

essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a

glicose é o principal combustível para o cérebro. É ela que irá manter a integridade

funcional dos tecidos nervosos. Os sintomas de uma redução moderada na

glicose sangüínea (hipoglicemia) incluem sensações de fraqueza, fome e

vertigens. Uma queda contínua e profunda pode causar dano cerebral irreversível.

Assim como o resto do organismo, o cérebro necessita de uma alimentação

balanceada, com cereais, frutas ricas em vitamina C (laranja), legumes, carnes

magras, leite desnatado ou iogurte, e, principalmente, de carboidratos, como o

pão. O cérebro tem 2% do peso de uma pessoa, mas consome diariamente 30%

das calorias ingeridas. Além de ser energético, o carboidrato possui outras

funções: são ativadores do metabolismo das gorduras e poupa a queima de

proteínas com finalidade energética. Kathleen (1998).

Entretanto, se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a uma dieta

inadequada ou pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza as gorduras para o

consumo energético e ao esgotarem as reservas lipídicas, o organismo passa a

utilizar a proteína em maior quantidade como fonte de energia. Isso pode resultar

no acúmulo de substâncias ácidas (cetoácidos ou corpos cetônicos), que são

prejudiciais ao organismo, pois tornam o PH sanguíneo mais ácido. Por um

período prolongado pode ocorrer uma acidose metabólica, ausência de substrato

energético para funcionamento normal do cérebro, falência dos órgãos e até

morte. SANTOS,(2000)

3.2-Falta de Concentração

Quem ignora o café da manhã, costuma sentir fome entre as refeições ou acaba

ingerindo quantidades maiores de comida durante o almoço. Pior: porque o

metabolismo está em marcha lenta, as calorias extras são armazenadas no corpo

em forma de gordura. Se já é ruim para o corpo, imagine para a mente. "Pular o

22café da manhã pode afetar o corpo da mesma forma que o stress. A pessoa que

fica muito tempo sem se alimentar não vai conseguir se concentrar e produzir com

a mesma eficiência daquela que comeu pela manhã", afirma SANTOS,(2000)

O cérebro é como um carro, compara."Se a gasolina estiver no fim; o motor

engasgará; se acabar, o carro não andará. Depois de uma noite de sono, o nível

de açúcar (combustível necessário para o funcionamento celular) no sangue é

baixo. Se o combustível estiver baixo, as células do cérebro terão dificuldade de

funcionar, abalando a capacidade de concentração e a memória."

A chave para um bom desempenho durante o dia está na alimentação, confirma

NUNES, ( 2000). Um prato de cereal, um copo de leite e um de suco de laranja

fornecem em média 68% da dose diária recomendada de ácido fólico (vitamina do

complexo B), 54% de vitamina A, 50% de vitamina C, 40% de fibra, 40% de ferro,

38% de vitamina E e 37% de cálcio - valores que dificilmente serão repostos

durante o dia, Figueredo (2000).

Há pouco menos de um século a humanidade só consumia farinha de trigo

integral, que além das vitaminas do complexo B, contém quantidades razoáveis de

ácido glutâmico, um elemento que favorece o desenvolvimento cerebral e é

importante para o metabolismo das células nervosas. Uma dieta pobre em ácido

glutâmico reduz a capacidade de raciocínio e de reter informações e, como

conseqüência, atua negativamente no desenvolvimento do Q.I., Kathleen (1998).

O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao arroz branco em relação ao arroz

integral, no que se refere às vitaminas e ao ácido glutâmico, além da perda de

alguns aminoácidos e de minerais importantes durante o processo industrial de

descorticação e polimento. SANTOS,(2000)

23

CAPÍTULO IV

4-Ação dos Nutrientes no Desenvolvimento Mental

4.1-Proteínas, Carboidratos e Gorduras

A síntese de tecidos, enzimas e fatores de crescimento pode ser negativamente

afetada pelo aporte insuficiente de macronutrientes (proteínas, carboidratos e

gorduras), que compromete o crescimento corporal e do cérebro. As proteínas são

utilizadas para a síntese de tecidos e os carboidratos para o fornecimento de

energia. As gorduras (em especial o colesterol, fosfatidilcolina, ácido linoléico,

ácido linolênico e os ácidos graxos de cadeia longa) são necessárias para o

desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro e da retina

Os períodos mais vulneráveis à desnutrição protéico-calórica (DPC) abrangem

toda a fase de desenvolvimento, do período pré-natal chegando ate a fase adulta,

ocorrendo prejuízo da formação de axônios e dendritos e da mielinização. O

metabolismo dos neurônios e particularmente o desenvolvimento do hipocampo

são extremamente sensíveis à disponibilidade de glicose, sendo facilmente

afetados pelo aporte insuficiente de carboidratos na dieta. Kathleen (1998).

4.2-Ácido Docosahexaenóico

O ácido docosahexaenóico (DHA) é um ácido graxo poliinsaturado de cadeia

longa (LC-PUFA), cuja ação é essencial para a síntese e integridade das

membranas celulares e para os mecanismos de transferência de sinais no sistema

24nervoso, devido a sua participação no processo de mielinização.

4.3- Iodo

O iodo é essencial para a síntese do hormônio tireóideo, que regula o

metabolismo de todas as células no organismo. O tipo de retardo mental evitável

mais comum no mundo todo está ligado ao hipotireoidismo congênito por carência

de iodo e, segundo, Figueredo (2000). Afeta pelo menos 30 milhões de pessoas,

enquanto 1,6 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco de deficiência de iodo.

A deficiência do iodo causa comprometimento funcional do cérebro, mas não

anatômico, aparentemente devido à redução do metabolismo oxidativo, sendo o

quadro reversível com terapia de reposição do hormônio tireóideo, Figueredo

(2000).

4.4-Ferro

A deficiência de ferro afeta 30% da população dos países em desenvolvimento e é

a deficiência nutricional de maior prevalência no Brasil, chegando a atingir 50 a

63% dos estudantes. Mais do que à classe socioeconômica, está relacionada aos

hábitos alimentares, baixa ingestão de carne ou outras fontes de ferro. O principal

tipo de ferro ingerido pela maioria dos universitário é o ferro não heme, obtido de

vegetais e legumes como o feijão e com biodisponibilidade menor que o ferro

heme, cujas principais fontes são as carnes, KATHLEEN(1998).

As principais ações do ferro no desenvolvimento mental estão ligadas aos

processos de mielinização, síntese e função de neurotransmissores (dopamina,

serotonina, catecolaminas e GABA) e metabolismo dos neurônios das áreas de

memória. O ferro é componente de enzimas que regulam a divisão celular no

sistema nervoso central (ribonucleotídio redutase), síntese de dopamina (tirosina

25hidroxilase), mielinização (delta 9- desaturase) e metabolismo oxidativo (citocromo

C oxidase) , Figueredo (2000).

A deficiência de ferro se associa tanto a danos estruturais como funcionais no

cérebro, com comprometimento das funções psicomotoras e cognitivas. Em adulto

com deficiência de ferro são apáticas, demonstram baixa atenção e têm alterações

de afetividade. Estudantes com anemia por deficiência de ferro demonstraram

maior imaturidade visual, auditiva e motora e alterações do ciclo sono-vigília,

quando comparados a estudantes normais do mesmo nível de escolaridade.

Devido ao comprometimento auditivo, podem ocorrer também falhas na aquisição

da linguagem. Deficiência de ferro é responsável por dificuldades de

memorização, FrancoG. (1999).

4.5--Sistema Nervoso Autônomo

No sistema nervoso autônomo, a deficiência de ferro provoca alterações ligadas à

deficiente mielinização, afetando tanto o sistema nervoso parassimpático - SNP

(responsável pelas funções anabólicas, recuperação e conservação de energia, e

ciclos vitais ligados ao repouso) como o sistema nervoso simpático - SNS

(responsável pelo aumento do metabolismo e pela resposta ao stress). A

mielinização do SNS ocorre mais cedo; já no SNP, a maior parte da mielinização

ocorre no período pós-natal. Por isso, o maior impacto da anemia por deficiência

de ferro na infância ocorre sobre o SNP, causando diminuição do tônus vagal e

maior reatividade ao stress, Figueredo (2000).

4.6 -Ritmo Circadiano e Ciclo Sono-Vigília

O ritmo circadiano é uma função do sistema nervoso central composta por eventos

fisiológicos, hormonais e celulares, que representam uma adaptação aos

estímulos ambientais ligados ao ciclo solar. Está diretamente relacionado com

26atividade motora, ingestão de alimentos e ciclo sono-vigília e é um fator decisivo

para a integração funcional e cognitiva do universitário, SOUZA, ( 2000).

No sono ativo há predomínio do SNS; no sono profundo predomina o SNP, que

pode estar mais afetado pela deficiência de ferro. Estudos demonstram que a

anemia por deficiência de ferro provoca alterações do ciclo sono-vigília ligadas a

distúrbios dos neurotransmissores, com repercussão sobre o controle emocional e

a afetividade. Essa seria uma das hipóteses para explicar o atraso cognitivo

apresentado por universitários com anemia por deficiência de ferro, Kathleen

(1998).

4.7-Zinco

O zinco é componente de mais de 200 enzimas, que participam da síntese de

proteínas e ácidos nucléicos. De forma semelhante ao ferro, o zinco tem funções

cruciais no desenvolvimento do cérebro humano, incluindo a formação de

sinapses, arborização dendrítica, formação do hipocampo e estabelecimento de

conexões entre o hipocampo e o córtex pré-frontal. A deficiência de zinco pode

comprometer o desenvolvimento do estudante, se as reservas tiverem sido

inadequadas, devido à dieta pobre em zinco ocorre uma diminuição do

desempenho motor, letargia, distúrbios neuropsicológicos e prejuízo da memória e

da capacidade, Franco M. (1998).

4.8--Cobre

Deficiência de cobre causa lesão nas mitocôndrias do cérebro, em decorrência da

inativação da citocromo C oxidase. Os radicais de oxigênio que saem da

mitocôndria lesada provocam apoptose mediada pelo stress oxidativo, com

conseqüente neurodegeneração, Franco M. (1998).

O cobre é incorporado na ceruloplasmina no fígado. Excesso de cobre também

pode ocasionar danos, acumulando-se nos hepatócitos, que sofrerão necrose,

27com saída de cobre para o plasma e sinais de intoxicação pelo cobre. A

ceruloplasmina também atua no metabolismo do ferro, com atividade de

ferroxidase; conseqüentemente, déficit de cobre interfere com a homeostase do

ferro, levando a acúmulo de ferro nos neurônios e na glia e perda de neurônios.

O cobre é parte da enzima Cu-, Zn-superoxido dismutase, que se constitui numa

barreira de defesa contra o stress oxidativo ao catalisar reações de peroxidação.

Essa enzima pode remover anions superóxido (O2-) de interações potencialmente

tóxicas com metais ou outros radicais que gera-riam oxidantes mais potentes,

como as hidroxilas (OH-), Franco M. (1998).

4.9-Selênio

O selênio afeta indiretamente o desenvolvimento mental, por seu papel na

ativação do hormônio tireóideo e interação com outros micronutrientes, como

ferro, zinco e cobre. O selênio também participa do metabolismo da dopamina e é

responsável pela ativação de genes ligados a mielinização. O universitário com

ingestão protéica insuficiente também podem ter aporte inadequado de selênio

causando deficiência de memória, Franco G. (1992).

4.10-Colina

A colina atua como fonte de radicais metila em processos metabólicos do sistema

nervoso, além de ser substrato para a síntese do neurotransmissor acetilcolina e

dos fosfolipídios que fazem parte das membranas celulares.

A deficiência de colina pode afetar o indivíduo ao longo do seu ciclo vital, mas a

maior vulnerabilidade a essa deficiência ocorre no feto, no lactente e na criança

até a idade adulta, estando ligada a dificuldades de processamento da memória

no hipocampo. Ingestão insuficiente de colina dos universitários conduz a

distúrbios na expressão de inibidores da cinase dependentes de ciclina (CDKI),

proteínas ligadas à maturação de axônios e dendritos, em células do hipocampo

do estudante, condicionando mudanças permanentes nas funções cognitivas e no

28comportamento. Os estudos nutricionais demonstraram melhora da memória

verbal e visual, após 24 semanas de suplementação com colina, Kathleen (1998).

4.11-Ácido Fólico

Em situações normais, proteínas transportadoras de folato ou de sua forma

reduzida provocam acúmulo de folato dentro das células, em concentrações 100 a

1000 vezes maiores que a concentração extracelular. Deficiência de ácido fólico

pode causar defeitos do fechamento do tubo neural por mecanismos não

completamente identificados: quando reduzido a ácido tetrahidrofólico (FH4), o

ácido fólico transforma-se em uma co-enzima metabolicamente ativa em reações

de transferência de metilas na síntese de purinas e ácidos nucléicos. Mutações ou

anomalias da enzima metileno tetrahidrofolato redutase são responsáveis por

aumento da susceptibilidade aos defeitos do tubo neural, Kathleen (1998).

4.12-Vitamina A

A vitamina A liga-se a regiões de genes que regulam o crescimento e a

diferenciação dos neurônios e sua deficiência pode provocar desenvolvimento

anormal da inteligência, causando dificuldade de memorização. A vitamina A

aparentemente interage com o ácido fólico na determinação dos defeitos do tubo

neural, sendo um fator importante na regulação do receptor dopami-nérgico D2.

Se ingerida em quantidades excessivas, a vitamina A também pode ser

teratogênica para o sistema nervoso. Franco M. (1998).

4.13-Vitamina C

As elevadas concentrações de vitamina C no sistema nervoso provavelmente se

explicam pela necessidade de ascorbato para a síntese de neurohormônios e de

noradrenalina. A vitamina C participa no metabolismo do triptofano e dos

neurotransmissores serotonina e dopamina. Além disso, a vitamina C é importante

na dieta porque aumenta a absorção de ferro não heme, FrancoG. (1999)

29

CONCLUSÃO

Como observação final, os alimentos são geralmente fontes ricas em vitaminas,

proteínas, glicídios e lipídios, são fontes de todas as energias do organismo, a

falta desses nutrientes vai refletir diretamente na memória.

A nutrição adequada, ao lado de variáveis como a carga genética e o ambiente

psicológico e socioeconômico, têm influência decisiva no desenvolvimento e

manutenção das funções psicomotoras e cognitivas ao longo da vida. Todos os

nutrientes são importantes para o desenvolvimento estrutural e funcional do

cérebro; alguns, entretanto, têm importância particular em determinados períodos

do desenvolvimento mental. O armazenamento e subseqüente mobilização a partir

das reservas orgânicas asseguram que quantidades adequadas de cada nutriente

aportem ao cérebro, Figueredo (2000).

A desnutrição protéico-calórica e o déficit de nutrientes específicos, como ácido

fólico e vitamina A, podem afetar o desenvolvimento mental desde o período pré-

nata. Os ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LC-PUFAs) são

particularmente importantes para o desenvolvimento visual e cognitivo de

lactentes, sejam prematuros ou nascidos a termo. Nutrientes como iodo, ferro,

zinco, selênio, cobre, colina, inositol, vitaminas A, C e do complexo B, são

importantes para a estrutura e funções do sistema nervoso, Figueredo (2000).

A idade em que ocorre a deficiência de um determinado nutriente determinará o

tipo e a intensidade das conseqüências sobre o desenvolvimento mental. Embora

a formação de sinapses e a mielinização sejam processos contínuos, o período

crítico do desenvolvimento cerebral se situa entre os primeiros três a cinco anos

de vida. Algumas funções cognitivas ligadas à linguagem e à socialização

continuam a se desenvolver até os 20 anos ou mais. SANTOS,(2000)

30

O universitário que não tiveram uma alimentação correta na infância, pode

apresentar alterações no metabolismo basal, diminuição proporcional às

atividades basais, diminuição de albumina sérica, anemia e deficiência no

aprendizado. A nutrição do universitário deve ser balanceada tendo boa qualidade

e quantidade suficiente para repor as necessidades nutricionais exigida para a

manutenção do organismo.

31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DULTRA,OLIVEIRA, Ciências Naturais,Sarvier ,SP-1998.

FENICHEL, OTTO, Teoria Psicanalítica das Neuroses, Atheneu, SP-2000.

FIGUEIREDO, Dr. JORGE. Noções de Anatomia e Bioquímica, 2º Edição, Isbn,

RJ-2000.

FRANCO,GUIHLERME Tabela e Composição Química dos Alimentos, Ed.

Atheneu, 1999

FRANCO, NELSON. Tabela de Composição Química dos Alimentos 1992

KATHLEEN, MABAN L., Sylvia Escott-Stump Alimentos, Nutrição e Dietoterapia,

Ed. Roca, 1998.

NUNES, PORTELLA, Psiquiatria e Saúde Mental, Atheneu, SP-2000

SANTOS, ILCIMAR SOARES DOS, Bases de Neurologia para a

Psicanálise, Isbn, RJ-2000.

SOUZA, Dr. JOSÉLIO GOMES. Medicina Psicossomática, Isbn, RJ-2000.

.

32

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I – O que é o cérebro? 03

CAPÍTULO II- Memória

06

CAPÍTULO III-Má Alimentação pode Afetar a Inteligência 11

CAPÍTULO IV–-Ação dos Nutrientes no Desenvolvimento Mental 16

CONCLUSÃO 22

BIBLIOGRAFIACONSULTADA

24

33

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: Importância da Alimentação no Aprendizado no

Ensino Superior

Autor: Eunuce Chaves da silva

Data da entrega: 30 julho 2004

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Conceito Final: