implementação da campanha das precauções básicas em...

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Marta Coelho Enfermeira no Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) – Unidade de Portimão/Lagos Implementação da Campanha das Precauções Básicas em Controlo de Infeção num Centro Hospitalar

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Marta Coelho

Enfermeira no Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e

de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) – Unidade de Portimão/Lagos

Implementação da Campanha das Precauções Básicas em Controlo de Infeção num Centro Hospitalar

Conteúdo

• Ponto da situação antes da norma nº 029/2012 da DGS – PBCI

• Apresentação da Norma e daquilo que trouxe de novo

• O que já sabíamos sobre PBCI

• A proposta da DGS – CPBCI

• Implementação da CPBCI na instituição

• Resultados obtidos na 1ª auditoria (avaliação diagnóstica)

• Desafios futuros

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O que tínhamos…

• Norma de Isolamentos - Precauções Básicas e Precauções Baseadas nas Vias de Transmissão no Manual Hospitalar do CHBA

Norma nº 029 da DGS de 29/12/2012 – Precauções Básicas do Controlo de Infeção.

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O que trouxe de novo?

• Responsabilidades atribuídas aos dirigentes das unidades

prestadoras de cuidados de saúde e aos profissionais;

• Critérios de suporte à aplicação da Norma relativos a cada

Precaução Básica do Controlo de Infeção;

• Instrumento para avaliação do seu cumprimento.

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O que já sabíamos?

DEFINIÇÃO As PBCI são recomendações de boa prática que devem ser adotadas por todos os profissionais, na prestação de cuidados de saúde, devendo ser aplicadas a todos os utentes independentemente do seu diagnóstico ou estado infeccioso.

OBJETIVO Prevenir a transmissão cruzada de microrganismos de fontes de infeção conhecidas ou não e que incluem o sangue e outros fluidos orgânicos (excluindo o suor), pele não íntegra, mucosas, assim como qualquer material ou equipamento do ambiente de prestação de cuidados, passível de contaminação com as fontes referidas.

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• O princípio subjacente às PBCI é de que “não há doentes de risco, mas sim procedimentos de risco”.

• A ênfase é colocada na adequação das precauções a adotar consoante os procedimentos clínicos e os seus riscos inerentes, de modo a garantir a segurança dos utentes, dos profissionais de saúde e de todos os que entram em contacto com os cuidados de saúde.

Não há doentes de risco

Há procedimentos de risco !!

O que já sabíamos?

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As PBCI são compostas por 10 itens

Colocação dos doentes

Etiqueta respiratória

Utilização de Equipamento de

Proteção Individual (EPI)

Controlo Ambiental

Manuseamento seguro da roupa

Recolha segura de resíduos

Descontaminação do equipamento

clínico

Práticas seguras na preparação e

administração de injetáveis

Exposição a agentes

microbianos no local de trabalho

Higiene das mãos

O que já sabíamos?

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O que a DGS propôs

• Criação da Campanha das Precauções Básicas em Controlo de Infeção (CPBCI), englobando a anterior Campanha Nacional da Higiene das Mãos (implementada em 2009) e mais 2 módulos;

CPBCI

Higiene das Mãos Uso de EPI nas

unidades de saúde

Higiene e controlo ambiental nas

unidades de saúde

• Criação da plataforma online para digitação dos dados (disponível no final de 2014).

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O que resolvemos fazer?

• Teste ao instrumento de auditoria em dois serviços – 19/06/2013

• Permitiu verificar algumas lacunas:

• Questões feitas na forma negativa

• Questões a serem avaliadas por questionário/entrevista – A quem? A quantos profissionais? Onde registar as respostas?

• Questões redundantes (ex.: Estão disponíveis luvas de material alternativo ao látex? – SIM, para todos os serviços)

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Daí que…

• Reunião com Diretores de Serviço, Enf.os Chefes/Responsáveis, Técnicos Coordenadores e Elos de Ligação com a CCI nos dias 11 e 19/07/2013;

• Elaboração de apresentação em PowerPoint sobre as PBCI, baseada na norma da DGS:

• Replicação na formação em serviço e pelos diferentes grupos profissionais

• Obtenção de taxas de adesão à formação

Taxa de adesão à formação

Enfermeiros 58%

Assistentes Operacionais 39%

Médicos 20%

Técnicos Diagnóstico e Terapêutica 22%

• Reforço da informação sobre a precaução básica “Etiqueta Respiratória” na intranet e posterior criação de cartaz institucional.

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Enquanto isto…

• Criação do CHAlgarve a 17/05/2013 pelo Decreto-Lei nº 69/2013

• Nomeação do GCL-PPCIRA do CHAlgarve a 17/02/2014 com vogais médicos, farmacêuticos e de enfermagem das duas unidades e coordenação em Faro

• Núcleos distintos em Faro e Portimão/Lagos

• Coordenadores Locais da CPBCI distintos nestes 2 núcleos:

• Unidade de Portimão/Lagos – Dra. Paula Campos (coordenadora da antiga CNHM)

• Unidade de Faro – Enfª. Ana Dora Veiga (coordenadora da antiga CNHM)

• Adequação do instrumento de auditoria

• Trabalho levado a cabo pela Enf.ª Fátima Fernandes, da Unidade de Cuidados Intensivos da Unidade de Faro no âmbito do estágio realizado no GCL-PPCIRA - Unidade de Faro, sob orientação da Enf.ª Ana Dora Veiga.

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GCL-PPCIRA Portimão/Lagos

• Realização da auditoria às PBCI em outubro de 2014, na unidade de Portimão e em janeiro de 2015 na unidade de Lagos.

• Elaboração de formação em PowerPoint sobre “Uso de Luvas”

baseada na Norma nº 013/2014 da DGS – Uso e gestão de luvas nas unidades de saúde e “Higiene do ambiente hospitalar” apresentadas e cedidas em reunião com os Elos de Ligação no final de 2014, com o objetivo de replicação nos serviços no 1º trimestre de 2015.

• Fraca adesão à formação – dos 27 serviços, apenas 9 efetuaram

formação em serviço nestes temas.

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GCL-PPCIRA Portimão/Lagos: Estratégia utilizada para auditoria

PREPARAÇÃO

Informação aos serviços

Constituição de equipa restrita de auditoria: 2 membros dinamizadores e 3 elementos do GCL-PPCIRA

EXECUÇÃO

Em todos os serviços clínicos

25 na Unidade de Portimão

2 na Unidade de Lagos

ENCERRAMENTO

Inserção dos dados na plataforma online (outputs muito limitados)

Elaboração de relatório interno com sugestões e medidas corretivas

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Resultados da auditoria às PBCI • O instrumento de auditoria é composto por dois tipos de critérios: de processo e

de estruturas, nos quais são incorporados itens relativos às dez PBCI.

• O índice de qualidade global (IQG) de processo da Unidade de Saúde (Portimão e Lagos) foi de 85,8%. Este índice foi avaliado através dos critérios 1 a 10, que consistem nas dez PBCI.

Relatório de progresso da implementação da CPBCI e resultados da auditoria 2014 – Unidade de Portimão/Lagos

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Resultados da auditoria às PBCI

• O índice de qualidade global (IQG) de estruturas da Unidade de Saúde foi de 79,8%. Este índice, por sua vez, foi avaliado através dos Padrões 1 (Conhecimento das PBCI) e 2 (Recursos).

Relatório de progresso da implementação da CPBCI e resultados da auditoria 2014 – Unidade de Portimão/Lagos

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Resultados da auditoria às PBCI

Relatório disponível na plataforma das PBCI

por serviço

Tabela criada por nós com indicação dos

itens não conseguidos

Relatório de progresso da implementação da CPBCI e resultados da auditoria 2014 – Unidade de Portimão/Lagos

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Resultados da auditoria às PBCI Taxa de conformidade e sugestões de melhoria – Critérios de processo

Escala de conformidade

0% - 25% 26% - 50% 51% - 75% 76% - 100%

Não satisfatório Pouco satisfatório Satisfatório Bom

1 Colocação de Doentes Taxa de

conformidade

1.1 É feita avaliação de risco de transmissão de agentes infecciosos na admissão do doente 0%

Sugestão de melhoria: Implementação de um instrumento de avaliação do risco de transmissão de agentes infecciosos, em todos os

serviços de internamento, a ser aplicado no momento da admissão do doente

Responsabilidade pela implementação da medida/sugestão de melhoria: órgão de gestão

1.2 Os doentes de maior risco de transmissão estão isolados (por ex. doentes com diarreia) 100%

2 Higiene das Mãos Taxa de

conformidade

2.1 Existe SABA visível a todos os profissionais e próximo do ambiente do doente ou do seu ambiente envolvente 100%

2.2 Está em curso no serviço algum tipo de sensibilização sobre a higiene das mãos 93%

3 Etiqueta Respiratória Taxa de

conformidade

3.1 Existem cartazes afixados, chamando a atenção para as medidas preconizadas na etiqueta respiratória 96%

3.2 Os doentes/clientes e visitantes têm acesso fácil a lavatório ou SABA 100%

3.3 Os profissionais conhecem os componentes da etiqueta respiratória 63%

3.4 Os profissionais sabem como devem proceder em relação aos doentes/clientes nos períodos de maior

prevalência de infeções respiratórias 74%

Sugestões de melhoria (3.3 e 3.4): Formação a todos os grupos profissionais acerca dos componentes desta PBCI;

Responsabilidade pela implementação da medida/sugestão de melhoria: responsáveis dos serviços

Relatório de progresso da implementação da CPBCI e resultados da auditoria 2014 – Unidade de Portimão/Lagos

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Resultados da auditoria às PBCI Taxa de conformidade e sugestões de melhoria – Critérios de estruturas

Escala de conformidade

0% - 25% 26% - 50% 51% - 75% 76% - 100%

Não satisfatório Pouco satisfatório Satisfatório Bom

Padrão 1 – Conhecimento das PBCI Taxa de

conformidade

1. A norma das PBCI está disponível no Manual de Boas Práticas da Unidade de saúde 100%

1.1 Os profissionais conhecem a norma das PBCI 56%

Sugestão de melhoria: Formação em serviço anual para todos os grupos profissionais acerca das PBCI.

Responsabilidade pela implementação da medida/sugestão de melhoria: responsáveis dos serviços, responsáveis pela formação em

serviço e elos de ligação com o GCL-PPCIRA.

2.Existe evidência nos registos de formação do serviço, de que todos os grupos profissionais receberam formação sobre as PBCI

2.1 Médicos 30%

2.2 Enfermeiros 92%

2.3 Outros Técnicos (ex: Radiologia, Laboratório, Medicina Física e Reabilitação) 80%

2.4 Assistentes Operacionais 85%

2.5 Funcionários de Limpeza N/A

2.6 Outros profissionais e/ou voluntários (considerámos apenas os Assistentes Técnicos) 15%

Sugestão de melhoria: Reforço da formação nos grupos profissionais com menor taxa de adesão à formação, nomeadamente médicos,

assistentes técnicos e também técnicos de diagnóstico e terapêutica.

Responsabilidade pela implementação da medida/sugestão de melhoria: diretores de departamento, responsáveis dos serviços,

coordenadores dos assistentes técnicos e técnicos coordenadores.

Relatório de progresso da implementação da CPBCI e resultados da auditoria 2014 – Unidade de Portimão/Lagos

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Desafios para o futuro

• Consolidação da CPBCI o Módulo da Higiene das Mãos:

20 serviços aderentes

Taxa de adesão em 2014 – 67%

o Restantes módulos: Implementação interna de um método de avaliação da qualidade da

higiene do ambiente (aguarda-se a norma da DGS)

Implementação da auditoria ao uso de luvas, dando resposta à norma da DGS já publicada

o Realização da 2ª auditoria às PBCI em novembro de 2015

o Efetuar a avaliação de progresso

• Dar continuidade à 4ª fase de implementação da CPBCI em 2016 e 2017

• Motivar os profissionais para as boas práticas e para a formação contínua

Small things can make

a big difference