implantando a governança de ti - plano diretor de tecnologia da informação

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1 Administrador de Redes Sênior da ALMAVIVA DO BRASIL TELEMARKETING LTDA e aluno do curso de Gestão de Tecnologia da Informação da UNIBH. Email: [email protected] 2 Professor orientador, Mestre em Administração Publica Fundação João Pinheiro (2008) Email: [email protected] IMPLANTANDO A GOVERNANÇA DE TI: Plano diretor de Tecnologia da Informação Autor: Rodrigo Colen Silva 1 Orientador: Jose Humberto Cruvinel 2 RESUMO: Sabe-se que a governança corporativa define regras, processos e estratégias para o negócio como um todo, entretanto manter todas as áreas da empresa com a mesma visão estratégica do negócio não é tarefa fácil. É visando este amplo entendimento que a governança de TI é utilizada nas empresas, sejam elas com foco em TI ou com foco em outros produtos e serviços, para alinhar as estratégias de TI à estratégia do negócio, atingir um alto grau de maturidade na gerência de TI, disseminar comportamentos desejáveis, ou seja, atitudes em seus funcionários, clientes e fornecedores, conforme a estratégia que a corporação estabelece. Para atingir estes objetivos, processos, normas e documentos são elaborados em conformidade com a estratégia proposta, estes por sua vez vão ditar como a TI será gerenciada visando atingir o objetivo comum a corporação. A metodologia empregada na elaboração deste artigo é pesquisa bibliográfica e a realização de um estudo de caso baseado no resultado da aplicação do ciclo de governança de TI, a empresa AlmavivA do Brasil. O produto final é a elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI), documento utilizado para delinear os comportamentos de TI, esclarecer os métodos de tomadas de decisão empregados na organização e as prioridades ou foco da TI no negócio. Palavras chave: Governança de TI. Governança Corporativa. Plano Diretor de Tecnologia da Informação. PDTI. Estratégia.

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Page 1: Implantando a Governança de TI - Plano diretor de Tecnologia da Informação

1 Administrador de Redes Sênior da ALMAVIVA DO BRASIL TELEMARKETING LTDA e aluno do curso de Gestão de Tecnologia da Informação da UNIBH. Email: [email protected]

2 Professor orientador, Mestre em Administração Publica Fundação João Pinheiro (2008) Email: [email protected]

IMPLANTANDO A GOVERNANÇA DE TI:

Plano diretor de Tecnologia da Informação

Autor: Rodrigo Colen Silva 1

Orientador: Jose Humberto Cruvinel 2

RESUMO: Sabe-se que a governança corporativa define regras, processos e estratégias

para o negócio como um todo, entretanto manter todas as áreas da empresa

com a mesma visão estratégica do negócio não é tarefa fácil.

É visando este amplo entendimento que a governança de TI é utilizada nas

empresas, sejam elas com foco em TI ou com foco em outros produtos e

serviços, para alinhar as estratégias de TI à estratégia do negócio, atingir um

alto grau de maturidade na gerência de TI, disseminar comportamentos

desejáveis, ou seja, atitudes em seus funcionários, clientes e fornecedores,

conforme a estratégia que a corporação estabelece.

Para atingir estes objetivos, processos, normas e documentos são elaborados

em conformidade com a estratégia proposta, estes por sua vez vão ditar como

a TI será gerenciada visando atingir o objetivo comum a corporação.

A metodologia empregada na elaboração deste artigo é pesquisa bibliográfica e

a realização de um estudo de caso baseado no resultado da aplicação do ciclo

de governança de TI, a empresa AlmavivA do Brasil.

O produto final é a elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação

(PDTI), documento utilizado para delinear os comportamentos de TI, esclarecer

os métodos de tomadas de decisão empregados na organização e as

prioridades ou foco da TI no negócio.

Palavras chave: Governança de TI. Governança Corporativa. Plano Diretor de Tecnologia da

Informação. PDTI. Estratégia.

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1. INTRODUÇAO: Desde que introduzida no mundo dos negócios a Tecnologia da Informação (TI)

tem um papel realmente estratégico para as organizações como provedora de

soluções e serviços que visam aumentar a produtividade e conseqüentemente

os lucros experimentados por tais companhias.

Entretanto alinhar a estratégia da tecnologia da informação com a estratégia

traçada pela organização é um grande desafio a ser alcançado, de forma que a

TI seja uma área que contribui efetivamente com o crescimento da companhia,

permitindo que esta faça o melhor uso dos recursos tecnológicos disponíveis,

minimizando os custos e aumentando o ROI (retorno do investimento).

Colocar a TI no patamar de área funcional provedora de soluções que geram

lucros, que facilita o funcionamento diário das operações e aumentam sua

produtividade também é desafiador, haja vista que os lucros diretos e indiretos

gerados por TI são geralmente, intangíveis.

Pretendemos demonstrar que, com o alinhamento da TI ao negócio, vamos

atingir o objetivo supracitado e elevar ainda mais a qualidade dos nossos

serviços prestados e conseqüentemente a satisfação de nossos clientes

internos e externos.

É isto que devemos ter em mente para criar um Plano Diretor de Tecnologia

da Informação (PDTI), que tem como propósito orientar o planejamento e as

execuções de TI, buscando com isso o alinhamento estratégico entre a TI e os

planos diretores da companhia. Portanto o PDTI consiste em um importante

documento que deve guiar o desenvolvimento da TI nos próximos anos.

Para viabilizar a implementação do PDTI é interessante institucionalizar um

modelo de Governança de TI fundamentado nas melhores práticas de

mercado, competências e processos, de forma a nos dar a base administrativa

e gerencial necessária para tal evolução. Adotar modelos prontos como o ITIL

é também importante, sabendo que para o sucesso da implementação de tais

modelos devemos trabalhar por etapas.

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Entende-se que a Governança de TI consiste no alinhamento do setor de TI

com os objetivos estratégicos do negócio e com a governança corporativa, a

qual preza pelos princípios de transparência, prestação de contas, equidade e

sustentabilidade. Com isso, os projetos de TI estarão contribuindo para a

realização de cada objetivo, sendo os gastos justificados conforme pode ser

verificado em Weill e Ross (2006).

2. HISTÓRICO DO PROBLEMA: Sabe-se que organização e metodologia são fundamentais em qualquer área

de conhecimento. Se fizermos a analogia de uma empresa com o corpo

humano podemos dizer que, assim como o corpo humano, uma empresa não

consegue sobreviver se não existir harmonia, sincronismo e organização.

De outra forma não adiantaria nosso cérebro dar uma ordem para virar à direita

e as pernas ficarem paradas ou virarem à esquerda. Portanto se a empresa

tem um objetivo ou estratégia e o setor de tecnologia da informação não está

alinhada a esta estratégia ou objetivo, estará tentando andar na direção

contraria.

Faz-se necessário, portanto, diretrizes, normas e conceitos que permitam o

alinhamento da empresa com seus setores no que tange a tecnologia da

informação. A área de conhecimento que trata de fazer este alinhamento é

denominada de Governança de TI.

O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) é um dos documentos

necessários para garantir que Empresa e TI andem lado a lado. Segundo Weill

e Ross (2006) empresas com uma Governança de TI eficaz têm lucros até 20%

superiores.

3. OBJETIVOS O objetivo principal deste artigo é propor uma metodologia para implementação

da governança de TI em uma empresa, demonstrando os mecanismos da

governança de TI.

Os resultados deste artigo poderão ser aplicados na empresa com o propósito

de colaborar para o crescimento do negócio, transformando-a em uma área

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que colabora em prol da estratégia do negócio, mesmo que a TI propriamente

dita não seja a provedora do produto ou serviço fim da empresa.

Pretende-se também por objetivo a elaboração de um plano gestor de

tecnologia da informação, demonstrando quais pontos devem ser levados em

consideração para sua elaboração, informar sobre quais são as peças chave

na elaboração de tal documento, e o grau de importância que ele representa

para a estratégia do negócio.

Pretende-se exemplificar a aplicação destes mecanismos através da

elaboração de um PDTI para uma empresa real (AlmavivA do Brasil),

demonstrando qual o produto fim conquistado através do trabalho e esforço

conjunto dentro da companhia.

Para se atingir o objetivo principal os seguintes objetivos secundários deverão

ser atingidos:

1.Estudo bibliográfico sobre o assunto Governança de TI.

2.Realização de um levantamento de informações na empresa AlmavivA.

3.Propor um Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) para AlmavivA.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1. ESTRATÉGIA As definições do conceito de estratégia são quase tão numerosas quanto os

autores que as referem. Existindo, embora, convergência em alguns aspectos

que estão na base do conceito, o conteúdo e os processos de formação da

estratégia são objeto de abordagens muito diversas que assentam na forma

como os autores concebem a organização e entendem o seu funcionamento,

conforme pode ser consultado em Nicolau (2001).

“Estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma

empresa e a adoção das ações adequadas e afetação de recursos para atingir

esses objetivos.” (Chandler,1962)

“Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente:

relação atual (situação estratégica) e relação futura (plano estratégico, que é

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um conjunto de objetivos e ações a tomar para atingir esses objetivos).”

(Katz ,1970)

Quando se fala em alinhamento estratégico da TI ao negócio, é necessário

propor meios para que a TI da companhia compartilhe dos objetivos básicos e

de longo prazo da corporação.

Fazer com que esta se integre ao negócio é como uma simbiose, na qual a TI

interage e passa a ser uma área que comprovadamente gera lucros e não

despesas para os acionistas, conforme pode ser verificado em Fernandes e

Abreu (2008).

Alinhamento estratégico nada mais é do que fazer parte do negócio, entender

sua função como parte deste e colaborar para que o todo seja realizado com

sucesso, ou seja, para que os objetivos sejam alcançados.

“Como a literatura tem definido, ‘alinhamento estratégico’ é o processo de

transformar a estratégia do negócio em estratégias e ações de TI que garantem

que os objetivos de negócio sejam apoiados.” (FERNANDES e ABREU, 2008,

p36)

4.2. ANÁLISE SWOT A Análise S.W.O.T. é uma ferramenta estrutural utilizada na análise do

ambiente interno para a formulação de estratégias. Através dela é possível

identificar as forças e fraquezas da empresa, extrapolando então oportunidades

e ameaças externas para a mesma.

Forças e Fraquezas (Strengths e Weakness, S e W) são fatores internos de

criação (ou destruição) de valor, como ativos, habilidades ou recursos que uma

companhia tem à sua disposição, em relação aos seus competidores.

As oportunidades e ameaças (Opportunities e Threats, O e T) são fatores

externos de criação (ou destruição) de valor, os quais a empresa não pode

controlar, mas que emergem ou da dinâmica competitiva do mercado em

questão, ou de fatores demográficos, econômicos, políticos, tecnológicos,

sociais ou legais.

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Uma organização deve tentar se adaptar ao seu ambiente externo. A análise

S.W.O.T. é uma ferramenta excelente para analisar as forças e fraquezas

internas de uma organização, e as oportunidades e ameaças externas que

surgem como consequência, o que pode ser confirmado em CORRËA (2007).

Fonte: Adaptado de Vedove, Gustavo (2008).

4.3. GOVERNANÇA CORPORATIVA A Governança corporativa tem por objetivos fornecer transparência, prestação

de contas, equidade e sustentabilidade. Ela comunica as diretrizes de negócio

da corporação, e, portanto deve sempre ser tida como base na elaboração de

documentos de governança de ti.

Uma vez que ela governa as regras, normas, diretrizes e estratégias no âmbito

geral da corporação, seria, portanto, impossível fazer alinhamento estratégico

com a empresa sem tomá-la como base, conforme pode ser confirmado em

Fernandes e Abreu (2008).

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Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança

corporativa é: “Sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e

incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de

administração, diretoria e órgãos de controle.” (IBGC, 2011).

Ainda segundo o IBGC, as boas práticas de governança convertem princípios

em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de

preservar e aperfeiçoar o valor da organização, facilitando seu acesso ao

capital e contribuindo para sua longevidade. (IBGC, 2011)

4.4. GOVERNANÇA DE TI A governança de TI busca desenvolver nos funcionários e usuários de TI

comportamentos desejáveis, sendo necessário para isso o desenvolvimento de

regras, processos que vão nortear o uso da tecnologia da informação. (Weill &

Ross, 2004)

Além destas definições a Governança de TI deve garantir o alinhamento

estratégico da TI ao negócio, a continuidade do negócio contra interrupções e

falhas, a existência do alinhamento da TI aos marcos regulatórios como SOX,

Basiléia II e outras e que os investimentos que são realizados em TI sejam

coerentes com os objetivos e estratégia organizacional.

A Governança de TI é de responsabilidade da alta administração (incluindo diretores e executivos), na liderança, nas estruturas organizacionais e nos processos que garantem que a TI da empresa sustente e estenda as estratégias e objetivos da organização. (FERNANDES, ABREU, 2008, v.2, p13).

“Consiste em um ferramental para a especificação dos direitos de decisão e

das responsabilidades, visando encorajar comportamentos desejáveis no uso

da TI” (Weill & Ross, 2004).

A governança de TI é motivada por diversos fatores como: Ambiente de

negócios, TI como prestadora de serviços, integração tecnológica, segurança

da informação, dependência do negócio em relação a TI e finalmente os

marcos regulatórios (FERNANDES e ABREU, 2008).

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4.5. METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE GOVERNANÇA DE TI Para melhor entendimento pretende-se expor cada uma das etapas do ciclo de

Governança de TI de forma sucinta, pois este é item básico na estruturação de

um bom Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI). Os passos abaixo

descritos podem ser encontrados em Fernandes e Abreu (2008)

O primeiro item do ciclo fala de alinhamento estratégico e compliance.

Sabemos que existem dois tipos de alinhamento estratégico: o alinhamento

estático e o alinhamento dinâmico. Inicialmente se faz necessário o

alinhamento estático que definirá as regras iniciais da Governança e

posteriormente o alinhamento dinâmico para manter as áreas em

conformidade.

Pode-se utilizar para ambos o BSC – Balanced Score Card, uma ferramenta útil

que se adapta bem as necessidades estratégicas de TI. Esta é fundamentada

em quatro perspectivas: cliente, processos internos, aprendizado e

crescimento, e sobre a ótica financeira. (FERNANDES e ABREU, 2008).

Como parte do alinhamento ao negócio algumas empresas atuam em

segmentos de mercado onde se faz necessário a aplicação de compliance

externos como SOX ou BASILEIA II. A figura abaixo demonstra o ciclo de

governança de TI, conforme pode ser verificado em FERNANDES E ABREU

(2008)

Fonte: Adaptado de Fernandes e Abreu (2008, p14,).

O segundo item sobre decisão, compromisso, priorização e alocação de

recursos trata de definir quem são os tomadores de decisão a ser envolvidos

nos processos de TI. Quando falamos de arquitetura, serviços, investimentos,

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necessidades de aplicação e mecanismos de decisão, ajudamos a compor o

portfólio de TI e a definir o quanto gastar para manter o mesmo.

O terceiro item sobre estrutura, processos, operações e gestão é referente à

estrutura funcional de TI, processos de gestão e operação de produtos e

serviços. Aqui são definidos as operações sistêmicas, infra-estrutura, suporte

técnico, segurança da informação, escritório do CIO, dentre outras.

Já no quarto item: medição de desempenho, são gerados os indicadores dos

resultados de TI, dos processos, serviços, produtos tendo em vista a estratégia

estabelecida e as metas a serem alcançadas.

É importante observar que todos os ciclos são interligados, uma vez que pode

ser necessário, a qualquer momento, retomar iniciativas já determinadas.

Nota-se que frameworks como ITIL (Information Technology Infrastructure

Library), CoBiT (Control Objectives for Information and related Technology),

CMMI (Capability Maturity Model Integration) dentre tantos outros são meios

para se alcançar os resultados de uma boa implementação da governança de

TI, conforme pode ser verificado em FERNANDES E ABREU (2008).

4.5.1. Domínios e componentes da Governança de TI: Observando a ilustração abaixo podemos ter a noção da dimensão da tarefa

que é estabelecer uma boa Governança de TI seguindo devidamente às regras

da boa Governança de TI.

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(FERNANDES e ABREU, 2008, p17), ADAPTADO PELO AUTOR

Abaixo se explica cada componente da Governança de TI (FERNANDES e

ABREU, 2008):

No alinhamento estratégico é onde determinamos qual será o alinhamento da

TI no que tange a infraestrutura, aplicações, processos e organização com as

necessidades presentes sem esquecer as futuras, ou seja, nesta etapa defini-

se amplamente as necessidades da TI para a corporação. Só é possível fazer

um bom trabalho aqui se a estratégia definida na Governança Corporativa for

levada em conta e seguida como parâmetro nas decisões, conforme pode ser

conferido em (FERNANDES e ABREU (2008).

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Princípios de TI são basicamente as regras que todos devem seguir. Estas

regras subsidiam as decisões sobre a arquitetura, infraestrutura, aquisição e

desenvolvimento de aplicações, dentre outros.

Necessidades de aplicação determinam as aplicações de TI. Podemos definir

aplicações de TI neste contexto como sistemas transacionais, sistemas de

gestão, BI business intelligence, dispositivos de segurança na captura de

transações, sistemas de controle de risco, aplicações de tecnologias de

reconhecimento biométrico, aplicações de RFDI Radio-Frequency IDentification

(identificação por radio freqüência.), dentre outras.

A arquitetura de TI foca processos, padrões que são o reflexo da estratégia e

do credo da organização. Aqui se faz necessário um bom desenho da

arquitetura a ser implantada.

A infra-estrutura de TI é o que conecta a empresa ao mundo, ou seja, com

seus parceiros, clientes, fornecedores ou demais serviços, como SERAZA,

SPC, BANCOS, ORGAO DO GOVERNO dentre outros. Nos dias de hoje seria

impossível a TI de uma organização, qualquer que seja esta, não levar a sério

a sua infra-estrutura, uma vez que para ser competitiva no mercado a

conectividade é item básico.

Objetivos de desempenho direcionam a TI para atender as metas de

desempenho a serem estabelecidas. Neste contexto o bom entendimento de

metas e que estas estejam alinhadas aos objetivos principais da corporação se

faz interessante.

Capacidade de atendimento de TI trata principalmente de gestão de talentos

(pessoas) e recursos (parque), passando por quantidade de pessoas

necessárias para fazer os atendimentos até a quantidade de recursos

computacionais necessárias.

Estratégia de outsourcing, aqui a corporação avalia, pesquisa e define se será

feito uso de outsourcing de serviços, define como gerenciar tais serviços, como

fazer e como manter tal relacionamento com as terceiras.

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Política de segurança da Informação consiste em determinar as regras,

diretrizes base para segurança, no que tange a ativos, software, parque

computacional de servidores, serviços, gestão de acessos, gestão de pessoas

aqui englobando funcionários, clientes, fornecedores e parceiros.

As competências necessárias para a TI, ou seja, conhecimentos e habilidades

necessárias para o bom funcionamento da TI, determinar como manter e gerir

este conhecimento também é um item importante face ao momento em que

vivemos no Brasil.

Processos e organização, define como os produtos e serviços de TI são

criados, desenvolvidos, melhorados e ofertados aos usuários e clientes.

Plano de TI, defini quais são as responsabilidades, atribuições ou seja quem

determina ou decide o que dentro de TI, qual é a responsabilidade pelo o que

dentro de TI, alem de saber o que deve ser feito e porque.

Para que seja possível priorizar projetos sobre os demais é necessário ter bem

definido quem toma esta decisão e ainda aonde o orçamento (budget) de TI,

que geralmente é limitado, será investido e por que será empregado ali. O

portfólio de TI é o instrumento utilizado para tais determinações.

Estrutura, processos, organização e gestão são definições como onde

acontece o atendimento de TI, desenvolvimento e manutenção de sistemas,

como serão as operações de suporte técnico, entrega de serviços, operações

de suporte ao CIO como gestão de contratos, escritório de projetos, finanças

dentre outras alem de operações de processos como criação e manutenção

dos processos de negócio alem de demais operações necessárias.

Medir o desempenho da TI é etapa importante do processo, uma vez que aqui

detectamos falhas e podemos fazer o alinhamento dinâmico da Governança de

TI. Aqui o monitoramento dos objetivos de desempenho das operações de

serviços é realizado e podemos medir os acordos de nível de serviço (SLA),

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acordos de nível operacional (OLA) e acordos de níveis de serviço dos

contratos de apoio (UC).

5. ESTUDO DE CASO COM A EMPRESA ALMAVIVA DO BRASIL

5.1. INTRODUÇÃO: A AlmavivA do Brasil é uma sociedade de Telemarketing e Informática do

Grupo AlmavivA – The Italian Innovation Company – empresa líder nos

serviços de CRM e nas soluções de Tecnologia da Informação para a

Administração Pública e para os setores de Transporte/Logística e

Território/Ambiente.

Ao longo dos últimos 5 anos que esta presente no Brasil, experimenta grande

crescimento, o que pode ser observado no grande aumento em número de

postos de atendimento, funcionários e sites. A empresa iniciou suas atividades

em 2006 com apenas 24 posições de atendimento e atualmente possui mais de

6mil em 5 sites. Além disso, já está implementando dois novos sites que

acomodarão mais 2500 posições de atendimento.

Sabe-se que tal fato está diretamente ligado a permanência de clientes e a

conquista de novos, fórmula básica para o sucesso de qualquer empresa.

Para suportar o crescimento pelo qual a empresa tem passado é necessário o

amadurecimento da TI e seu alinhamento com a estratégia corporativa. Com

base nesses fundamentos pretendemos garantir que a AlmavivA continue

sendo uma empresa competitiva nos projetos e desafios que estão por vir.

Os itens missão, visão e valores declarados para TI, foram obtidos através da

análise de folheto de divulgação ampla, conforme abaixo:

MISSÃO:

Ser instrumento de criação, inovação e desenvolvimento de estratégias de comunicação e relacionamento entre organização e clientes, garantindo a remuneração dos acionistas e satisfação dos funcionários, impulsionando a comunidade em geral em seu processo de crescimento e respeitando as leis e normas que regulamentam o setor. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg)

VISÃO:

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Ser considerado o melhor parceiro no mercado de CRM, agregando valor ao business dos clientes através de um trabalho pautado em criatividade, competência, seriedade e profissionalismo. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg)

VALORES:

Transparência: Construir um clima de confiança por meio de relações sinceras, justas e sólidas, expressando livremente as próprias idéias e contributos, até se contrários à orientação comum, mas cumprindo lealmente o seu papel uma vez que a decisão for tomada. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg) Integração: Compartilhar conceitos, metas, conhecimento e experiências entre todos os colaboradores, visando o crescimento profissional em prol de objetivos comuns. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg) Profissionalismo: Decidir com rapidez e no tempo certo, assumir riscos e experimentar novas soluções no ambiente de trabalho, sendo capaz de alcançar os resultados prioritários e a satisfação do cliente com o menor custo possível. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg) Empreendedorismo: Olhar o futuro, imaginar cenários, antecipar o novo, buscando o crescimento contínuo e a superação de si mesmo, dentro da empresa e com a empresa: cada um buscando um perfil de um grande vencedor. (A razão de ser: AlmavivA do Brasil, 2008, 1pg)

Nos demais tópicos propõe-se o PDTI para a empresa AlmavivA do Brasil. A a

metodologia apresentada neste artigo é a base para a criação deste PDTI e as

análises e levantamentos realizados foram aprovadas pela Diretoria de TI da

AlmavivA. N, no entanto, documentos que são considerados sigilosos pela

empresa não tiveram sua divulgação autorizada e, portanto não constam neste

trabalho.

5.2. PROPOSTA DE MISSÃO, VISÃO E VALORES PARA O DEPARTAMENTO DE TI:

5.2.1. Missão:

Incentivar a criação e inovação suportando as estratégias da

organização, transformando a TI em um forte ativo e diferencial

competitivo para organização e nossos clientes, cooperando com a

AlmavivA no objetivo de gerar maior satisfação em nossos

acionistas e clientes.

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5.2.2. Visão:

Criar uma base sólida e eficaz em TI, através da valorização das

competências atuais e desenvolvimento das futuras, acreditando na

criatividade e competência de nossos profissionais, contribuindo

assim, ativamente, para que nos tornemos o melhor parceiro no

mercado de CRM.

5.2.3. Valores:

Cultivar a transparência no relacionamento diário de nossos

funcionários; incentivar a colaboração e trabalho em equipe; cuidar

de nossos talentos individuais em prol do coletivo; colaborar para

que as rápidas tomadas de decisão tenham êxito; utilizar o novo

como meio para alcançar nossos resultados; gerir os investimentos

em TI com o menor custo, e mesmo assim inovar e agregar valor;

garantir a continuidade do negócio da AlmavivA e de nossos

clientes.

5.3. ANALISE DE SWOT: Através da análise de SWOT pretendemos identificar os pontos que requerem

maior atenção. Esta análise será, portanto, útil no auxilio à tomada de decisão,

quanto a investimentos, políticas, procedimentos e até da necessidade de

realinhamento estratégico. A analise foi realizada pelo Autor.

5.3.1. Fortalezas: • Colaboração entre os profissionais.

• Trabalho em equipe.

• Bom clima organizacional.

• Profissionais com capacidade de lidar com pressão e urgência.

• Repasse de conhecimento entre os profissionais.

• Profissionais com grande empenho em suas tarefas.

• Equipe altamente capacitada para lidar com o ambiente da

organização.

• Boa visão de relacionamento com o cliente.

• Atendimento ao cliente bem executado.

• Rigor na pontualidade exigida nos projetos.

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• Entrega de novos sites sempre acontece como planejado.

• Consegui-se extrair o máximo das equipes.

5.3.2. Fraquezas: • Falta visão quanto ao real potencial da empresa.

• Pouca transparência entre as equipes.

• Baixo alinhamento as metas do negócio.

• Alta necessidade de liderança para alcançar os objetivos básicos.

• Falta de autocrítica quanto aos resultados obtidos.

• Política motivacional com pequena abrangência.

• Processos existentes não suprem a necessidade da organização.

• Falta de alguns procedimentos normativos na instituição.

• Falta de sistema de controle de incidentes.

• Falta de comunicação entre as áreas da organização.

• Topologia de rede atual deve ser revista.

• Método de controle de acessos às instalações é fraco.

• A agilidade do negócio não tem permitido bons planejamentos.

• Baixo compliance com os escopos de projetos em andamento.

• Urgência na entrada de novas operações eleva o custo.

5.3.3. Ameaças: • Assédio do mercado, que está carente de bons profissionais.

• Mercado tecnológico que evolui rapidamente gerando muitas

mudanças.

• Novos cargos são preenchidos com contratações externas.

• Risco de não ser compliance em novos contratos.

5.3.4. Oportunidades: • Investimentos em treinamento para garantir a qualidade dos seus

profissionais.

• Replicar conhecimento entre profissionais.

• Promoções individuais gerando visão de progressão aos novatos.

• Valorizar a opinião dos profissionais como forma de incentivar a

inovação.

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• Gerar metas e desafios para os colaboradores.

• Inserção de processos como forma de incentivar comportamentos

desejáveis.

• Prática de reuniões como forma de assegurar o alinhamento

estratégico.

• Aproveitar cada expansão para aumentar a capacidade do

datacenter.

5.4. ESTRATÉGIAS PARA TI: • Utilizar a inovação e a tecnologia como atrativo e diferencial para os

clientes, criando um ambiente de altíssima disponibilidade.

• Implantação de novos sites em localidades geograficamente

estratégicas com grande quantidade de população de baixa renda e

baixo índice de empregos.

• Cultivar boas relações entre a empresa, funcionários e clientes.

• Investir no treinamento e capacitação de seus funcionários.

• Implantar um plano de cargos e salários bem definido.

• Criar processos para atender a demanda crescente da empresa.

• Aquisição de software de controle e análise de incidentes.

• Aumentar o nível de segurança física na empresa.

• Utilizar de procedimentos operacionais padrão (POPs).

5.4.1. Justificativa da estratégia adotada: • Evitar as paradas, que é um dos principais motivos de perda de

clientes.

• Aproveitar da carência da região para adquirir mão de obra barata

que pode ser treinada para atender nossos clientes de forma

satisfatória e ainda levar desenvolvimento sócio econômico para

tais regiões. Neste caso o objetivo é reter o funcionário e garantir

a satisfação do cliente no que tange a relacionamento.

• Investir em treinamento será uma forma de garantir a constante

evolução profissional dos funcionários colaborando para diminuir

a evasão destes.

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• O plano de cargos e salários visa garantir ao funcionário a real

percepção de chance de crescimento, que colabora com a baixa

evasão.

• Com os processos bem definidos podemos melhorar diversas

áreas de atuação, otimizando a organização.

• A adoção de POP – Procedimentos Operacionais Padrão,

aumenta o controle sobre o ambiente e ainda facilita a replicação

de conhecimento entre os profissionais.

5.5. PRINCIPIOS DE TI:

5.5.1. Papel da TI: Prover rápidas soluções para atender a novas demandas de mercado;

proporcionar rápida implantação de novos sites; proporcionar meios para

que as operações melhorem seu desempenho de modo geral; atender

aos requisitos operacionais dentro do prazo; estar atento ao mercado,

alinhando a empresa com os requisitos tecnológicos atuais; ater os

gastos ao que foi estipulado no orçamento.

5.5.2. Informações e Dados: Garantir disponibilidade, integridade e segurança das bases de dados

dos clientes.

5.5.3. Padrões e Arquitetura: A padronização deve ser utilizada com foco em aumentar a qualidade do

serviço, facilitar o trabalho de TI e de operações, diminuir o fluxo de

incidentes, aumentar a agilidade no atendimento geral.

5.5.4. Comunicação: Prover alta disponibilidade de dados e voz entre os sites e os clientes,

utilizando o princípio básico de redundância de links e equipamentos.

5.5.5. Gestão de Ativos: Sempre faremos aquisições visando os melhores produtos pelo menor

preço, procurando estar em linha com as últimas tecnologias do

mercado, utilizando de prova de conceito.

Page 19: Implantando a Governança de TI - Plano diretor de Tecnologia da Informação

19

5.6. PLANO DE TI:

5.6.1. Necessidades de aplicações: • Implementação de uma solução de backup que indexe todas as

ligações, minimizando perdas de gravações e dados.

• Adquirir solução de BI, utilizando data warehouse e ferramentas

OLAP - On-line Analytical Processing (processamento analítico

online).

• Adquirir/Implementar solução de monitoração do ambiente de

forma a prever e ou visualizar possíveis problemas que estejam

acontecendo antes de causar prejuízos ao negócio.

• Implantar software de workflow para permitir o melhor

gerenciamento da força de trabalho e aderência aos processos

internos, melhorando também a condução dos processos.

5.6.2. Objetivos de desempenho. • Garantir que 100% das gravações de voz serão recuperadas

quando necessário em tempo hábil.

• Garantir que 80% dos chamados de serviço serão atendidos

dentro do SLA acordado.

• Garantir que 80% dos projetos de TI serão implementados dentro

do escopo, prazo e custo acordados.

5.6.3. Diretrizes para a Arquitetura de TI. • Buscar padronizar os serviços que mais exigem da TI,

minimizando as exceções.

• Prover processos ágeis e consistentes para projetos.

• Criar e implantar padrões para manutenção do ambiente

tecnológico.

• Utilizar de documentação e modelos como meio para as rápidas

implantações de novos sites e operações.

• Incluir sempre os clientes internos nas tomadas de decisão como

forma de manter o alinhamento estratégico.

Page 20: Implantando a Governança de TI - Plano diretor de Tecnologia da Informação

20

(ELABORADO PELO AUTOR)

5.6.4. Diretrizes para a Infra-Estrutura de TI • Contar sempre com mais de um fornecedor de produtos e

serviços.

• Prever prováveis pontos de falhas e trabalhar para minimizar os

riscos.

• Alta redundância nos ativos de infraestrutura básica.

• Centralizar a infraestrutura visando minimizar os custos e facilitar

a manutenção do ambiente.

(ELABORADO PELO AUTOR)

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21

5.6.5. Estratégia de outsourcing • A empresa não utiliza outsourcing.

5.6.6. Mecanismo para priorização. A priorização se dará pela avaliação com base nos seguintes métodos:

• BSC – Balanced Score Card: avaliação será feita tendo como

base as 4 perspectivas do BSC.

• TCO – Total Cost Ownership: avaliação feita pelo custo total de

propriedade. Tendo o TCO em base podemos tomar decisões que

irão agregar maior valor financeiro.

5.6.7. Arquétipo de decisão atual, este será mantid o.

Fonte: Elaborado pelo Autor

5.6.8. Diretrizes para o relacionamento com usuário s e/ou clientes.

Catálogo de Serviços de TI:

O catálogo de serviços de TI é útil por especificar quais, exatamente,

são os serviços ofertados, portanto ajuda a especificar o que é de

responsabilidade da TI ou não.

Acordos de Nível de Serviço.

Visa medir o quão eficiente é o serviço ofertado por TI, contempla quais

são os prazos e qualidade do serviço que deve ser ofertado e ajuda a

melhorar o relacionamento entre as áreas na empresa.

Portal da TI .

O portal da TI estreita o relacionamento com os clientes, fornecendo

informações sobre projetos em andamento, nível de atendimento

prestado, quantidade de solicitações em aberto, dicas de conduta, notas

Page 22: Implantando a Governança de TI - Plano diretor de Tecnologia da Informação

22

sobre tecnologias, possibilidade de consultar uma base para solução de

problemas comuns.

Software de Gerencia de incidentes.

Este software vai permitir a centralização dos atendimentos da área de

TI, sendo possível então medir os esforços e custos dispensados sobre

algum incidente ou problema em comum, permitindo a atuação focada

em determinados momentos.

Gerentes de relacionamento.

Vai permitir a proximidade com clientes VIP, minimizando a pressão

sobre os analistas que estão atuando sobre uma demanda, incidente ou

problema. Visa garantir que a atenção devida será gasta com

determinada situação.

5.6.9. Diretrizes para o relacionamento com fornece dores.

• Plano de contingência de serviços.

Garante que os serviços prestados serão entregues sobre

circunstâncias especiais, deixando claro o que esperar de cada

fornecedor e fornecendo a possibilidade de aplicar multas em

casos específicos.

• Plano de transição de serviços.

Visa garantir que os fornecedores possuam controle efetivo sobre

atuações em seus ambientes, garantindo a estabilidade do

ambiente da corporação.

• Acordos de níveis operacionais.

Garantir que o serviço prestado por nossos fornecedores atendam

as especificações necessárias ao nosso negócio.

• Requisitos de segurança da informação.

Rege as políticas no relacionamento, ditando regras sobre a

proteção da informação compartilhada, seja ela dentro do nosso

ambiente ou do fornecedor, se estendendo inclusive a política de

segurança adotada por este em seu ambiente.

5.6.10. Métodos de controle e gestão de desempenho:

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23

• DashBoard para executivos.

Indicadores de desempenho com visão macro do ambiente

permitindo uma visão ampla do desempenho das atividades de TI,

incluindo qualidade do serviço, prazo, compliance do ambiente.

• Indicadores de Nível de serviço .

Indicadores específicos do cumprimento ou não do acordo de

nível de serviço interno, possibilitando a rápida tomada de decisão

por parte dos gerentes.

• Gestão de qualidade.

Gestão da qualidade prevê métodos para análise da qualidade do

serviço prestado, inclusive do atendimento à normas internas e

compliance com processos específicos.

• Avaliação de nível de satisfação dos clientes.

Permite visualizar o nível de satisfação dos clientes internos e

externos, coletando dados estatísticos nos atendimentos

realizados a cada fechamento de demanda, chamado ou

problema, fornece a possibilidade de alterar métodos de

atendimento ou atuar em situações especificas quando

necessário.

6. IMPLEMENTAÇÃO: Dois dos itens descritos no PDTI, aqui exposto, foram aplicados na

AlmavivA do Brasil e sendo assim verificamos os resultados. Os itens

implantados serão listados, juntamente com uma avaliação anterior e

posterior a sua implementação, indicando a evolução ou não por sua

aplicação.

6.1. Metodologia para avaliação: É importante notar que o contínuo desenvolvimento e aplicação de tais

metodologias garante a evolução dos mesmos.

A governança é baseada em determinar o comportamento desejado e

focar os processos de forma a gerar tais comportamentos nas pessoas.

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24

Consideramos que a maturidade de cada processo é atingida conforme

a persistência e aperfeiçoamento empregados nos mesmos.

6.2. Da priorização dos processos:

A priorização dos processos foi feita conforme arquétipo de decisão

proposto neste documento, sendo os métodos utilizados pelo Diretor da

AlmavivA do Brasil.

6.3. Processos adotados/criados:

Gestão de mudanças.

Visa assegurar o tratamento sistemático e padronizado de todas as mudanças ocorridas no ambiente operacional, minimizando assim os impactos decorrentes de incidentes/problemas relacionados a estas mudanças na qualidade do serviço, e melhorando, conseqüentemente, a rotina operacional da organização. (FERNANDES e ABREU, 2008, v.2, p287).

Gestão de incidentes.

Visa restaurar a operação normal de um serviço no menor tempo possível, de forma a minimizar os impactos adversos para o negócio, garantindo que os níveis de qualidade e disponibilidade sejam mantidos dentro dos padrões acordados (trata o efeito e não a causa). (FERNANDES e ABREU, 2008, v.2, p291).

6.4. Do período de avaliação:

A avaliação aqui exposta foi realizada no período de 2 meses.

7. ANALISE DO RESULTADO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO:

7.1. Gestão de mudanças:

Avaliação anterior:

As alterações no ambiente de TI aconteciam sem:

• O conhecimento da direção de TI.

• Avaliação de riscos,

• Consentimento da gerência.

• Divulgação aos interessados.

• Planos de retorno.

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• Devida documentação das alterações realizadas ao longo do

tempo, não sendo possível o retorno a um determinado ponto

mais desejável.

Avaliação posterior:

Seguindo o processo que determina o fim de ações sem levar em conta

os tópicos anteriormente informados, obtivemos os seguintes resultados:

• Menos problemas causados por alterações indevidas.

• Atuação mais consciente da equipe de TI.

• Participação e entendimento de outras áreas nas mudanças.

• Maior controle do ambiente, devido à documentação inserida pelo

processo.

• Tais medidas aumentaram a credibilidade da TI na corporação.

• Foi também possível atingir um dos objetivos do PDTI: o da

transparência na relação com clientes e fornecedores.

7.2. Gestão de incidentes:

Avaliação anterior:

• Os funcionários de outras áreas tinham o costume de ir

diretamente à sala de TI, o que gerava maior estresse para os

atendentes e para os clientes internos.

• Os funcionários seniores empenhavam seu tempo em solucionar

problemas corriqueiros e de baixa complexidade técnica, por

serem diretamente demandados a isso.

• Apesar de existir um software de gestão de incidentes não havia

política publicada no sentido de orientar os funcionários e gerar o

comportamento desejado do ponto único de contato.

• Não era possível mensurar o volume de atendimento do setor

uma vez que muitos atendimentos não eram iniciados e

finalizados pela ferramenta adequada.

Page 26: Implantando a Governança de TI - Plano diretor de Tecnologia da Informação

26

• Nos momentos de crise, diversos gerentes tendo seus resultados

afetados pelo problema, exerciam pressão sobre os analistas que

estavam atuando no problema, muitas das vezes, atrapalhando a

resolução dos casos.

• Todos os itens acima geram desconforto ao cliente interno e

desconfiança ao setor.

Avaliação posterior:

• Foi publicado o fluxo de acionamento tendo o ponto único de

contato como o service desk, o que eliminou o problema do

volume de pessoas de outras áreas na sala de TI.

• Os funcionários seniores começam a ser menos exigidos pelo

restante da empresa e empenham mais seu tempo na solução de

problemas de maior complexidade e na melhoria do ambiente.

• A concentração dos chamados na ferramenta de gerenciamento

de incidentes trouxe a possibilidade de gerar relatórios,

viabilizando a análise dos gerentes e diretores sobre o volume de

incidentes, proporcionando a possibilidade de focar em incidentes

que acontecem com maior volume.

• Após a adoção do papel de gerente de incidentes, que se tornou o

ponto único de contato em momentos de crise, a pressão exercida

sobre os analistas diminuiu.

• Adotada metodologia de transparência com as demais áreas,

onde o gerente de incidentes publica relatórios indicando as

causas e a ação adotada na solução de cada problema.

Análise de resultados como exemplo:

Para demonstrar o resultado do alinhamento estratégico da TI ao

negócio foi selecionado o seguinte caso:

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Reincidência de problemas em HEADSET:

A falta de headset (fone de ouvido com microfone, auricular) em um contact

center gera grande perda financeira, pois no modelo de negócio adotado pela

corporação temos o faturamento atrelado ao número de postos de atendimento

funcionais, ou seja, um funcionário efetivamente disponível para atendimento.

Neste caso, um posto de atendimento sem headset significa menos

faturamento e mais despesas. Menos faturamento, pois o valor hora/dia do

posto de atendimento não é pago e maior despesa, pois a AlmavivA tem que

arcar com o concerto do aparelho.

Através das ações para aumentar o controle sobre os incidentes, por meio do

processo de Gerenciamento de Incidentes, foi possível identificar que havia um

grande volume de quebras/extravios de headset e que determinados setores

eram os responsáveis pela maior parte destes problemas, cerca de 70% dos

problemas.

Algumas ações simples foram adotadas, como o controle sobre a

disponibilização do headset, determinando responsáveis pelo cuidado destes

dentro de cada operação.

Tal ação resultou em grande economia financeira para empresa e foi alvo de

demonstração de resultados para o corpo diretor executivo.

8. CONCLUSÃO:

Conclui-se que a elaboração de um PDTI requer o envolvimento de toda a

equipe de TI, principalmente do corpo diretor e da alta direção da empresa.

Sabe-se que sem o envolvimento destes o PDTI não será estabelecido e seus

objetivos, conseqüentemente, não serão alcançados.

De outra forma também entende-se não ser simples a obtenção e aplicação

dos resultados aqui demonstrados, devido ao conjunto de resultados depender

de forte envolvimento dos membros das equipes dentro da área de TI e muitas

vezes de outras áreas dentro da organização.

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28

Entretanto, conforme os estudos comprovam e também segundo os resultados

obtidos através de nosso estudo de caso, consegue-se observar forte evolução

da maturidade de TI, conforme alguns processos vão sendo implantados.

É fator determinante a escolha da ordem correta em que os processos serão

implementados para se atingir um melhor resultado. Observa-se também que

em um processo podemos atingir diversos objetivos do PDTI, conforme os

exemplos ilustrados no estudo de caso.

Nota-se também que é desejável estabelecer metas gradativamente para

minimizar o impacto cultural causado pela implementação de certos processos

dentro da organização. Também é importante o foco nos esforços conjuntos na

implementação de poucos processos trazendo bons resultados, haja vista o

exemplo citado.

Percebe-se que ao utilizar de metodologias para priorizar certas partes da

implementação do PDTI pode-se obter melhores resultados, pois ao focar o

esforço em processos que trarão resultados reais para toda a TI obtivemos

resultados reais que puderam ser observados por todos membros da equipe.

Isso garante que a equipe se mantenha focada para implantar os próximos

passos.

Ao estabelecer claramente quais são as regras que vão nortear a TI, percebe-

se maior ação conjunta das equipes conforme estratégias estabelecidas pela

diretoria, sendo assim, comprava-se que o alinhamento da estratégia de TI a

estratégia de negócio é essencial para o sucesso do PDTI.

A divulgação das estratégias obtidas aos membros dos grupos internos de TI

faz também com que os esforços sejam empenhados de forma conjunta, o que

traz maior resultado para empresa e para negócio.

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9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

A RAZAO DE SER : ALMAVIVA DO BRASIL, 2008, 1PG

CHANDLER, A., 1962, Strategy and Structure, MIT Press, Cambrige, MA.

CORRÊA, KENNETH, Planejamento Estratégico , 2007. Disponível em: <http://www.administracaoegestao.com.br/planejamento-estrategico/analise-swot/> Acesso em: 11/04/2011

FERNANDES E ABREU. Implantando a Governança de TI . 2. Ed. Ver e atual. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. 444 p.

IBGC, Perguntas Freqüentes , 2011. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/PerguntasFrequentes.aspx> Acesso em: 13/04/2011

KATZ, R. L., 1970, Cases and Concepts in Corporate Strategy, Prentice-Hall Inc., New Jersey.

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VEDOVE, GUSTAVO, O emprego da Matriz SWOT na gestão de riscos, 2009, Disponível em: <http://www.brasiliano.com.br/blog/?p=2265> Acesso em: 31/05/2011

WEILL, ROSS. Governança de TI: Tecnologia da Informação. São Paulo: M. Books, 2006. 276 p.