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IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS EM UMA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CASTANHAS DE CAJU Samuel Ferrer da Costa e Silva (UFC) [email protected] Juliana Matos Monteiro Vieira (UFC) [email protected] Hanna Pamplona Hortencio (UFC) [email protected] Sergio Jose Barbosa Elias (UFC) [email protected] Felipe Costa Timbo (UFC) [email protected] As organizações deparam-se com problemas que envolvem excessivas perdas de produção devido a retrabalhos, desperdícios, reclamações de clientes, decréscimo de vendas, competição no mercado e pressão da sociedade sobre a melhoria da qualidadde. A sobrevivência de uma empresa no mercado competitivo atual está diretamente ligada à produção de manufaturas que conseguem atender às necessidades do cliente, com qualidade e baixo custo. O controle estatístico do processo é uma técnica que permite reduzir a variabilidade nas características de qualidade de um produto, contribuindo para a melhoria contínua da qualidade, da produtividade, confiabilidade e redução de custo do processo. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo de caso sobre a proposta de implantação do controle estatístico de processos (CEP) em uma indústria de beneficiamento de castanhas de caju. A implantação do CEP na empresa possibilitou o incremento da capabilidade do processo, com consequentes ganhos de qualidade e produtividade. Palavras-chaves: Variabilidade, controle estatístico de processos, beneficiamento de castanha de caju XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE

ESTATÍSTICO DE PROCESSOS EM UMA

INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE

CASTANHAS DE CAJU

Samuel Ferrer da Costa e Silva (UFC)

[email protected]

Juliana Matos Monteiro Vieira (UFC)

[email protected]

Hanna Pamplona Hortencio (UFC)

[email protected]

Sergio Jose Barbosa Elias (UFC)

[email protected]

Felipe Costa Timbo (UFC)

[email protected]

As organizações deparam-se com problemas que envolvem excessivas

perdas de produção devido a retrabalhos, desperdícios, reclamações

de clientes, decréscimo de vendas, competição no mercado e pressão

da sociedade sobre a melhoria da qualidadde. A sobrevivência de uma

empresa no mercado competitivo atual está diretamente ligada à

produção de manufaturas que conseguem atender às necessidades do

cliente, com qualidade e baixo custo. O controle estatístico do processo

é uma técnica que permite reduzir a variabilidade nas características

de qualidade de um produto, contribuindo para a melhoria contínua da

qualidade, da produtividade, confiabilidade e redução de custo do

processo. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo

de caso sobre a proposta de implantação do controle estatístico de

processos (CEP) em uma indústria de beneficiamento de castanhas de

caju. A implantação do CEP na empresa possibilitou o incremento da

capabilidade do processo, com consequentes ganhos de qualidade e

produtividade.

Palavras-chaves: Variabilidade, controle estatístico de processos,

beneficiamento de castanha de caju

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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1. Introdução

O Brasil é um dos líderes mundiais de produção e processamento de castanha de caju,

reconhecido pela qualidade de suas amêndoas e confiabilidade de seus fornecedores. É no

Nordeste que se encontram 100% das indústrias de beneficiamento de castanha de caju do

país.

Nas indústrias alimentícias, os fatores que se destacam entre os concorrentes são a

conformidade e a confiabilidade, garantidos pelo nível de qualidade do produto. As indústrias,

contudo, possuem problemas de qualidade nos produtos que as privam de obter maiores

lucros, além de comprometer a satisfação do cliente.

Nos sistemas de gerenciamento necessários a garantia da qualidade são definidas técnicas que

visam à obtenção e manutenção da qualidade de um produto ou serviço, identificando e

eliminando as causas de problemas de qualidade. Estas técnicas enunciam o controle da

qualidade devendo ser feito através do uso de ferramentas estatísticas (OAKLAND, 1994).

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de implantação do controle

estatístico de processo no setor de torragem de uma indústria de beneficiamento de castanha

de caju situada em Fortaleza, para o produto castanha de caju torrada e salgada em

embalagem sachê de 50 gramas, visando à redução na variação do processo.

2. Revisão bibliográfica

2.1. Controle estatístico de processo

2.1.1. Conceito

Para Paladini (1995), a qualidade deve ser gerada a partir do processo produtivo. Todos os

processos de produção apresentam variações, gerando produtos ou serviços que diferem entre

si. Como a variabilidade só pode ser descrita em termos estatísticos, os métodos estatísticos

desempenham papel central nos esforços para a melhoria da qualidade.

O Controle Estatístico do Processo (CEP) utiliza técnicas estatísticas para analisar o

comportamento do processo de fabricação, efetuar ações corretivas que permitam mantê-lo

dentro de condições preestabelecidas, objetivando evitar a produção de itens de qualidade

insatisfatória, melhorando e assegurando a qualidade dos produtos produzidos.

2.1.2. Variabilidade

A variabilidade de um processo pode ser devida à duas categorias de causas: causas comuns,

variações inerentes a um processo que se encontra sob controle estatístico e é inevitável, e

causas especiais, cujas fontes de variações são relativamente grandes sendo identificáveis,

evitáveis e devem ser eliminadas, pois causam defeitos. Segundo Paladini (1995), o processo

cujas variações são devidas somente a causas aleatórias é um processo sob controle

estatístico.

2.1.3. Cartas de controle

As Cartas de Controle são o principal elemento do CEP. Essa ferramenta utiliza como dados

de entrada medições realizadas de uma característica de qualidade ou parâmetro de processo

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que influencie na qualidade dos produtos manufaturados. As medições são realizadas em

pontos espaçados de tempo e registradas graficamente nas cartas, sendo então comparadas

contra as linhas horizontais, chamadas de limite superior de controle (LSC), linha média (LM)

e limite inferior de controle (LIC). A Figura 1 apresenta um exemplo de carta de controle com

os respectivos limites.

Figura 1 - Carta de controle (Fonte: Adaptado de Rotondaro, 2002)

A teoria estatística desenvolvida por W. A. Shewhart para o cálculo dos limites de controle

afirma que quando o processo é estável, as amostras terão uma probabilidade próxima a um

de estar no intervalo de três desvios-padrões, a partir da média da população. Quando um

valor observado cair fora desse intervalo, assume-se que a hipótese de estabilidade do

processo não é válida, indicando uma causa especial de variação (ROTONDARO, 2002).

As cartas de controle se dividem em duas categorias: variáveis, cujo valor da característica de

qualidade é uma medição (peso, tempo) e atributos, no qual o resultado de uma característica

da qualidade é uma contagem (número de defeituoso, número de erros).

2.2.4. Subgrupos racionais

Para definir um subgrupo ou amostras é necessário compreender a funcionalidade dos

gráficos R e X . O gráfico R mede a amplitude que é a variação dentro de cada amostra, em

um dado momento. No gráfico X é monitorada a variação entre as amostras, ao longo do

tempo. Ao controlar um processo através de gráficos, é preciso maximizar a probabilidade de

ocorrer variação entre amostras e minimizar a probabilidade de haver variação dentro de

amostras (VIEIRA, 1999).

Não se pode estabelecer nenhuma regra geral para a escolha do tamanho e a freqüência do

subgrupo (PARANTHAMAN, 1990). Vieira (1999) apresenta duas estratégias para

estabelecer a coleta de dados: (i) tomar amostras pequenas e freqüentes ou (ii) tomar

amostras grandes e pouco freqüentes.

2.2.5. Cartas de controle para variáveis

As cartas de controle para variáveis são utilizadas quando as características de qualidade

podem ser expressas em uma escala contínua de valores (MONTGOMERY, 2004). Se for

escolhida a forma de medição variável, as cartas usadas dependem do tamanho da amostra e,

conforme: Kume (1993), Montgomery (2004), Costa (2004) e Rotondaro (2002) são: Gráfico

“ X e R” (média e amplitude, Gráfico “ X e S” (média e desvio-padrão, Gráfico “X e R”

(mediana e amplitude) e Gráfico “Xi e AM” (X individual e amplitude móvel).

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2.2.6. Cartas de controle para atributos

As cartas de controle para atributos são utilizadas quando a característica de qualidade

avaliada não pode ser representada numericamente, classificando-se cada item inspecionado

como conforme ou não conforme (MONTGOMERY, 2004). Se for escolhida a forma de

medição por atributo, as cartas usadas irão depender da categoria do gráfico (classificação ou

contagem) e do tamanho da amostra, conforme Kume (1993), Montgomery (2004), Costa

(2004) e Rotondaro (2002) são:

Gráfico p ou da Proporção de Defeituosos, Gráfico np ou do Número Total de Defeituosos,

Gráfico c ou de Número de Defeitos na Amostra e Gráfico u ou de Defeitos por Unidade.

2.2.7. Interpretação das cartas de controle

Um processo é considerado estável quando não apresenta causas especiais, ou seja, quando os

pontos estão dentro dos limites de controle e distribuídos aleatoriamente. O padrão de

comportamento apresentado na carta de controle indica a estabilidade do processo.

Para concluir se um processo está fora de controle estatístico, deve-se observar os critérios a

seguir (DALLARETTI, 1994, KUME, 1993, PARANTHAMAN, 1990, e WERKEMA,

1995): Pontos fora dos limites de controle, periodicidade, seqüência, tendência, aproximação

dos limites de controle, aproximação da linha média.

2.2.8. Capabilidade do processo

O estudo de capabilidade de um processo refere-se à capacidade que este tem de produzir

produtos que atendam às especificações de projeto e conseqüentemente, possam satisfazer as

necessidades dos clientes quanto ao nível de qualidade esperada. Esse estudo é realizado

somente após a eliminação de causas especiais.

Para se avaliar a capabilidade do processo é necessário conhecer a distribuição da variável

que se controla e estimar a média e a variabilidade dos valores individuais, que representam

os limites naturais do processo. A capabilidade do processo se refere à uniformidade do

processo fazendo uma comparação entre os limites naturais de variação da variável de

interesse e os limites especificados para ela (MONTGOMERY, 2001).

A medida mais simples da capabilidade (Cp) é dada pela razão entre a faixa de especificação

e a variação natural do processo (isto é 3 desvios-padrão). (SLACK ET. AL, 1999)

Também pode-se usar a menor capabilidade unilateral (Cpk) como a capabilidade do processo

quando a faixa do processo é viesada em relação a faixa especificada.

3. A empresa

O presente estudo foi realizado em uma empresa de beneficiamento de castanha de caju,

constituída de três fábricas, situadas em Fortaleza-CE. Atualmente a empresa emprega 2.000

funcionários, com um processamento de 70.000 ton de castanha in natura por ano, isto

confere o título de maior empresa nacional do ramo. A empresa produz amêndoas de

castanhas de caju cruas e torradas para o mercado interno, exportação e produtos para

aperitivos snacks vendidos internamente.

É apresentado na Figura 2 o macro fluxograma do processo do beneficiamento da castanha de

caju, bem como as descrições das etapas desses processos.

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Toda castanha de caju que chega às fábricas é pesada em balanças rodoviárias e são

classificadas por tamanho nos tipos: pequena, média 1, média 2 e graúda. Este processo é

feito em classificadores de rolos, que consistem em cilindros rotatórios com paredes formadas

por chapas perfuradas.

As castanhas separadas por tipo são acondicionadas em silos e imersas em água. Essa etapa é

chamada de tratamento e o objetivo é aumentar a umidade da casca e da amêndoa para

facilitar a retirada do óleo da casca e proteger a amêndoa da alta temperatura do cozimento.

ETAPAS

PESAGEM

SECAGEM

CLASSIFICAÇÃO

LAVAGEM

UMIDIFICAÇÃO/

REPOUSO

COZIMENTO

RESFRIAMENTO

DECORTICAGEM

PENEIRAMENTO

ESTUFAGEM

DESPELICULAGEM

AMÊNDOAS INTEIRAS AMÊNDOAS EM PEDAÇOS

SELEÇÃO

DE REJEITOS

SELEÇÃO DE

REJEITOS

CORREÇÃO

DE REJEITOS

SEPARAÇÃO

POR TAMANHO

CLASSIFICAÇÃO

TAMANHO

CORREÇÃO DE

REJEITOS

SEPARAÇÃO

POR COR

ESTUFAGEM

EMBALAGEM

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 2 - Macrofluxograma – Beneficiamento de Castanha de Caju

O cozimento tem por objetivo fragilizar a casca para a decorticagem. O cozimento é realizado

no próprio LCC (líquido da castanha de caju) a uma temperatura de aproximadamente de

220°C. As castanhas após resfriadas são transportadas para os decorticadores onde é realizada

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a abertura da castanha mecanicamente por impacto. São separadas as amêndoas das cascas

através de peneiras e máquinas pneumáticas.

Após isso, as amêndoas são enviadas para estufa contínua que tem por objetivo reduzir a

umidade das amêndoas, facilitando a retirada da película na próxima etapa. O processo de

despeliculamento acontece através de uma corrente de ar comprimido, injetado em um cesto

metálico contendo uma tela perfurada regulada por uma mola, fazendo com que as castanhas

se atritem umas contra as outras, retirando a película.

Através da separação por peneiras, as amêndoas inteiras são separadas dos pedaços que

seguem para o setor de pedaços da fábrica e são vendidas, ao final do processo como

subprodutos.

As amêndoas são classificadas eletronicamente por tamanho e manualmente por cor. As

amêndoas inteiras obtidas no final dessa etapa, após analisadas pelo controle de qualidade são

enviadas para estufagem, que tem por finalidade reduzir a carga microbiana que esteja junto

ao produto.

Após estufadas, as amêndoas passam por um detector de metais, são envasadas em sacos

aluminizados. Nessa etapa a amêndoa crua pode ser vendida ou pode ir para o setor de

torragem de inteiras.

A Figura 3 apresenta o macrofluxograma do processo de torragem a óleo de castanha de caju

inteira.

De acordo com a programação de produção, as amêndoas inteiras cruas aprovadas pela

qualidade são recebidas do setor de material cru para torrar. A castanha é torrada a óleo de

algodão a uma temperatura entre 140 - 145°C e tempo de contato de 4 – 5 minutos.

Após a torragem a castanha passa por exaustores para resfriar a 80°C, adiciona-se sal e o

produto é resfriado a temperatura ambiente por aproximadamente 24 horas.

A etapa da pesagem utiliza uma balança eletrônica que regula de acordo com peso do

conteúdo do produto que está sendo produzido, e então o produto final, pode ser envasado em

sachês ou em latas. Os sachês ou latas são acondicionados em caixas e enviados para

armazenagem.

ETAPAS

RECEBIMENTO

TORRAGEM

RESFRIAMENTO

C/EXAUSTORES

SALINADOR

REPOUSO

PESAGEM

ENVASE

EMPACOTAMENTO

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Fonte: Empresa pesquisada

Figura 3 - Macrofluxograma – Torragem a Óleo de Castanha de Caju Inteira

4. Proposta para implantação do CEP

4.1. Metodologia proposta e aplicação

Para o desenvolvimento deste estudo, a empresa selecionou o setor de torragem e a

característica de qualidade escolhida foi o conteúdo líquido do produto amêndoa de castanha

de caju torrada em embalagem sachê de 50 gramas.

Foi definida a metodologia para implantação do CEP baseada em um modelo apresentado por

Soares (2001), composto por 10 etapas.

4.1.1. Seleção da Linha Piloto

Foi definido o local de teste do modelo de implantação do CEP através de uma reunião entre

diretoria, gerência de produção e qualidade.

Escolheu-se o setor de torragem, por ser um processo simples e estar em expansão devido o

aumento de vendas no mercado interno. O produto escolhido foi a castanha de caju torrada em

embalagem sachê de 50 gramas e a característica de qualidade a ser estudada, o conteúdo

líquido do produto.

4.1.2. Formação da equipe de trabalho

Consiste em selecionar quais os funcionários envolvidos no projeto e definir o programa de

treinamento dos funcionários. O produto é produzido em uma linha com total de 21

funcionários.

Para o desenvolvimento da implantação do CEP montou-se uma equipe de operadores,

líderes, supervisores e analistas responsáveis pela produção do produto, além do gerente de

produção e coordenador de qualidade. Ministrou-se um seminário sobre CEP para a equipe.

4.1.3. Escolha das características da qualidade do produto

Definiu-se com o Departamento Técnico e Qualidade quais as Características da Qualidade

críticas do produto, do ponto de vista empresa e consumidor.

A característica escolhida foi o conteúdo líquido do produto, pois apresentou uma ocorrência

de notificação do INMETRO para o produto não-conforme nessa característica.

4.1.4. Elaborar o sistema de coleta de dados

Definiu-se o modelo de coleta de dados e verificou-se se os equipamentos que serão utilizados

nas medições são compatíveis com o nível de qualidade exigida nas especificações.

Para coleta de dados foi elaborada uma folha de verificação, na qual são registrados data,

turno, linha de produção, produto e o valor do conteúdo líquido pesado. Os dados coletados

são digitados em uma planilha para cálculos estatísticos e elaboração das cartas de controle.

4.1.5. Coleta de dados

Essa etapa é composta pela implementação do sistema de coleta de dados bem como a

sistemática de coleta.

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Decidiu-se pela coleta de amostras de tamanho n=10 e freqüência de 30 minutos. As amostras

de sachês foram coletadas após a etapa de selagem na máquina, em seguida pesadas em uma

balança e os valores registrados na folha de verificação.

O valor do Limite Inferior de Especificação (LIE) para o conteúdo líquido foi estabelecido

pelo INMETRO, que fixa os procedimentos para execução dos exames de verificação

quantitativa em produtos pré-medidos comercializados em unidade de volume e conteúdos

nominais iguais. Ele estabelece valores para Tolerância Individual (Ti) e critérios de

Aceitação para a Média (CAx) . O Limite Superior de Especificação (LSE) foi estabelecido

pelo departamento de engenharia da empresa.

Um fator importante na busca dos dados corretos é que o equipamento de medição utilizado

na análise da característica do produto esteja calibrado. Para isso, a balança utilizada foi

previamente calibrada em laboratório credenciado de metrologia.

4.1.6. Montagem dos gráficos de controle

Foram definidos os tipos de gráficos de controle a serem usados. Sendo conteúdo líquido uma

variável contínua expressa em números, escolheu-se dentre os gráficos de controle para

variáveis, os gráficos X e R e n = 10.

Os dados coletados foram lançados em uma planilha para elaboração dos gráficos X e R e

cálculos dos limites de controle. Pode-se observar nas figuras 4 e 5 o comportamento dos

dados.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38

LSC = 56,37

Média = 55,18

LIC = 54,00

LSC = 6,83

Média = 3,84

LIC = 0,86

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 4 - Gráfico das Médias dos valores de conteúdo líquido coleta 1

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38

LSC = 6,83

Média = 3,84

LIC = 0,86

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 5 - Gráfico das Amplitudes para a variável conteúdo líquido coleta 1

4.1.7. Análise dos gráficos de controle

A etapa consiste na interpretação das informações obtidas nos gráficos elaborados com os

dados coletados.

Analisando o gráfico da Figura 4 para as médias de conteúdo líquido, verificou-se a presença

de pontos fora dos limites de controle, (um ponto acima do LSC e outro abaixo do LIC)

verificando-se a presença de causas especiais, caracterizando um processo fora de controle

estatístico. O gráfico da Figura 5 para as amplitudes ratifica esta conclusão, ao apresentar

causas especiais, com vários pontos excedendo os limites de controle.

As amostras são consequência de causas especiais por excederem limites de controle ou por

apresentarem comportamento tendencioso nos dados, ou seja, pontos em tendência crescente

ou decrescente, além de excesso de variabilidade.

O comportamento dessas amostras foi observado em toda a população coletada durante mais 4

programações de produção, confirmando a necessidade de um estudo maior dos agentes

causadores desse descontrole no processo.

Como forma de análise das possíveis causas especiais para variação de conteúdo líquido, foi

feita uma reunião e realizou-se um “brainstorming” para elaboração de um diagrama de

causa e efeito para o problema.

O diagrama de causa e efeito é utilizado para mostrar a relação entre uma característica da

qualidade e os fatores de causa de um processo, ajudando a identificar a causa que pode estar

afetando o processo. A Figura 6 mostra o diagrama de causa e efeito.

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Fonte: Empresa pesquisada

Figura 6 - Diagrama de causa e efeito para as prováveis causas de variação para conteúdo líquido

Realizado o levantamento e análises das causas, foram tomadas providências para solução das

mesmas. Foram elaborados procedimentos e listas de verificação visando padronização entre

turnos, checagem das máquinas durante a produção e ações corretivas.

Após a solução das causas especiais levantadas, foram coletadas novas amostras, repetindo a

amostragem anterior e montados os gráficos das médias e das amplitudes para verificação da

estabilidade do processo. Os gráficos são mostrados nas Figuras 7 e 8. Avaliando-os, verifica-

se a não existência de pontos fora dos limites de controle. Assim pode-se considerar o

processo sob controle.

Atingido o controle estatístico, é fundamental avaliar se o processo é capaz de atender às

especificações, através da análise gráfica e do cálculo dos índices de capabilidade do

processo.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

LSC = 53,71

Média = 53,10

LSC = 3,51

Média = 1,98

LIC = 0,44

LIC = 52,49

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 7 - Gráfico das Médias dos valores de conteúdo líquido coleta 2

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11

53,31

53,4

53,96

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

LSC = 3,51

Média = 1,98

LIC = 0,44

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 8 - Gráfico das Amplitudes para a variável conteúdo líquido coleta 2

4.1.8. Cálculo dos índices de capabilidade

Além dos cálculos destes índices numéricos, é feita uma análise gráfica da capabilidade do

processo com a interpretação do histograma dos dados coletados. Esta etapa será executada na

avaliação da característica da qualidade cujo processo pode ser considerado sob controle

estatístico.

Para análise e cálculo da capabilidade do processo através da avaliação gráfica utilizou-se o

software MINITAB. As figuras 9 e 10 apresentam os histogramas com uma avaliação da

capabilidade do processo para o conteúdo líquido na primeira coleta, onde o processo foi

considerado fora de controle, e a segunda coleta após eliminação das causas de variabilidade.

Cada histograma representa os valores individuais das amostras comparando-as com os

limites superior e inferior especificados e cálculos de Cp e Cpk.

58,557,055,554,052,551,049,548,0

LSL Target USL

LSL 47,82

Target 52,32

USL 56,82

Sample Mean 55,1843

Sample N 380

StDev (Within) 1,12645

StDev (O v erall) 1,28122

Process Data

C p 1,33

C PL 2,18

C PU 0,48

C pk 0,48

Potential (Within) C apability

Within

Overall

Process Capability of Peso

Fonte: Empresa pesquisada

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Figura 9 - Histograma com estudo de capabilidade do processo coleta 1

56,455,254,052,851,650,449,248,0

LSL Target USL

LSL 47,82

Target 52,32

USL 56,82

Sample Mean 53,1017

Sample N 240

StDev (Within) 0,518524

StDev (O v erall) 0,597803

Process Data

C p 2,89

C PL 3,40

C PU 2,39

C pk 2,39

Potential (Within) C apability

Within

Overall

Process Capability of Peso

Fonte: Empresa pesquisada

Figura 10 - Histograma com estudo de capabilidade do processo coleta 2 após eliminação das causas especiais de

variabilidade

Na figura 9, verifica-se que distribuição da variável concentra-se entre o valor alvo e o limite

superior especificado, apresentando valores fora desse limite, constatando processo não capaz

de atender às especificações, com valores de Cp = 1,33 e Cpk = 0,48.

Na figura 10, após a identificação e eliminação de causas especiais de variabilidade, verifica-

se que distribuição da variável concentra-se próximo do valor alvo. Neste caso não foi

verificado nenhum valor fora dos limites de controle, constatando que o processo é capaz de

atender às especificações, com valores de Cp = 2,89 e Cpk = 2,39.

Com o objetivo de manter a variável dentro do controle estatístico elaborou-se um

procedimento e cartas de controle para preenchimento e acompanhamento pelo operador ao

longo do turno de produção. As cartas possuem regras de decisão para impedir a produção de

itens fora de especificação.

4.1.9. Avaliação do sistema CEP implantado

Durante a implantação do CEP devem ser testados os conceitos estatísticos aplicados e a

interação com o sistema de produção em estudo. É importante ter um referencial de controle

de melhoria que possa ser medido para a avaliação antes, durante e depois da implantação.

A avaliação do sistema de Controle Estatístico de Processo é analisada comparando os dados

detectados na primeira coleta de dados, que estavam fora de controle, com a segunda coleta de

dados onde foram estudadas as causas de variabilidade e tomadas ações corretivas. Os

resultados são vistos na tabela 1.

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Verifica-se uma redução da média e desvio padrão do processo. Na primeira coleta constata-

se que a média do processo está 5,4% acima do valor alvo, ocasionando perda financeira para

a empresa. Na segunda coleta, a média do processo ficou apenas 1,4% acima do valor alvo e

um desvio padrão 54% menor do que a primeira coleta, significando redução na variabilidade

do processo.

ESPECIFICAÇÃO PROCESSO COLETA 1 COLETA 2

LSE 56,82 LSC 56,37 53,71

ALVO 52,32 MÉDIA 55,18 53,10

LIE 47,82 LIC 54,00 52,49

Desv Pad 1,28 0,59

Cp 1,33 2,89

Cpk 0,48 2,39

Tabela 1 - Comparação do processo fora de controle com o processo sob controle

Fazendo uma análise estimada de perda financeira e comparando a média do processo fora de

controle, a média do processo sob controle estatístico e a média de vendas mensal em

unidades no ano de 2011 (Tabela 2), verifica-se uma perda estimada de faturamento mensal

da empresa em torno de R$ 24.494,45.

Conclui-se que mesmo o processo sendo capaz de atender as especificações e estando sob

controle estatístico, a empresa ainda está embalando o produto com conteúdo líquido acima

do valor alvo, significando perdas financeiras. Verifica-se oportunidade de deslocar o

processo para o valor alvo, reduzindo mais as perdas decorrentes de conteúdo líquido acima

do especificado.

Média de vendas mensal 2007 (unid) 428.298

Média de peso por unidade no processo fora de controle (g) 55,18

Média de peso por unidade no processo sob controle (g) 53,1

Redução da média em gramas por unidade 2,08

Perda média mensal em peso (g) 890.860

Perda média mensal em unidades de produto 16.777

Valor de venda por unidade (R$) 1,46

Perda mensal de faturamento (R$) R$ 24.494,45

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Perda anual de faturamento (R$) R$ 293.933,42

Tabela 2 - Análise estimada de perda financeira

4. Conclusão

Este trabalho apresentou a implantação do controle estatístico de processo em uma empresa

de beneficiamento de castanha de caju, baseado no monitoramento e controle de variável para

o produto final, objetivando garantir a qualidade do produto através da atuação preventiva.

Foi proposta de implantação para o controle estatístico do processo e as fases de implantação.

Verificou-se inicialmente que o processo estava fora de controle estatístico para a variável em

estudo. Realizou-se um estudo de causas de variabilidade, tomadas as ações corretivas e

verificada a condição de controle estatístico sem a ocorrência de pontos fora de controle.

Na avaliação da capabilidade do processo em atender às especificações estabelecidas,

verificou-se que o processo é capaz, com média um pouco acima do valor alvo, significando

oportunidade de melhoria para centrar no alvo, diminuindo perdas por peso acima.

As cartas de controle foram implantadas como regras de decisão para manter a variável sob

controle, evitando a produção de itens fora de especificação. Os resultados obtidos foram

mostrados, bem como sugestões de melhorias apresentadas.

Os objetivos definidos foram alcançados, sendo os resultados obtidos satisfatórios. Como

trabalhos futuros, o CEP deverá ser implantado na produção dos outros produtos da empresa,

onde se esperam obter benefícios semelhantes aos obtidos no processo enchimento da

castanha de caju torrada sachê de 50 gramas.

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MONTGOMERY, D.C. Introdução ao Controle Estatístico da Qualidade. 4 ed, Rio de Janeiro: LTC, 2004.

OAKLAND, J. Gerenciamento da Qualidade Total. São Paulo: Nobel, 1994.

PALADINI, E. Pacheco – Gestão da Qualidade no Processo: a qualidade na produção de bens e serviços. São

Paulo: Atlas,1995.

PARANTHAMAN, D. Controle da qualidade. Technical Teacher´s Training Institute, Madras. São Paulo:

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Serviços. São Paulo: Atlas, 2002.

SLACK, N; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.;HARRISON A.; JOHNSTON, R. Administração da

produção. 3ª Ed.São Paulo: Atlas, 2009.

SOARES, M. V. P. P. Gonçalo. Aplicação do controle estatístico de processo em indústria de bebidas: um

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Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

VIEIRA, Sonia. Estatística para a Qualidade: como avaliar com precisão a qualidade em produtos e serviços.

Rio de Janeiro: Campus, 1999.

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WERKEMA, Maria Cristina. Ferramentas Estatísticas Básicas para o Gerenciamento de Processos. Vol. 2.

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