implantação de um sistema de gestão ambiental nas estações...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
FILIPE ELOY BONIFASSIO
Implantação de um sistema de gestão ambiental nas Estações de Tratamento de Esgoto de Pindamonhangaba
Lorena
2013
2
FILIPE ELOY BONIFASSIO
Implantação de um sistema de gestão ambiental nas Estações de Tratamento de Esgoto de Pindamonhangaba
Lorena
2013
Monografia apresentada à Escola de Engenharia
de Lorena da Universidade de São Paulo, como
requisito para a conclusão de graduação no curso
de Engenharia Industrial Química.
Área de concentração: Qualidade e
Produtividade; Engenharia Ambiental.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Diovana A. S. Napoleão
3
SUMARIO
RESUMO .................................................................................................................................................. 8
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 9
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................10
2. OBJETIVO ......................................................................................................................................11
3. TRATAMENTO DE ESGOTO .......................................................................................................11
3.1 TRATAMENTO SECUNDÁRIO ......................................................................................................... 12
3.1.1 Processo de tratamento por Lodo Ativado ................................................................................ 16
3.1.1.1 Sistema de lodos ativados convencional ........................................................................................18
3.1.1.2 Sistema de lodos ativados de aeração prolongada (fluxo contínuo) ............................................18
3.1.1.3 Sistema de lodos ativados de fluxo intermitente (batelada) .........................................................18
3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E AS ETE´S ......................................................................................... 20
4 A ISO 14001 .....................................................................................................................................22
4.1 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E A ISO 14001...................................................................... 23
4.2 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ......................................... 25
5 DESCRIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO .....................................................................................29
5.1 CHEGADA DO ESGOTO BRUTO ......................................................................................................... 30
5.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO ................................................................................................................. 30
5.3 ELEVATÓRIA DE ESGOTO BRUTO ..................................................................................................... 31
5.4 SISTEMA DE DESARENAÇÃO .......................................................................................................... 32
5.5 REATORES BIOLÓGICOS ................................................................................................................ 32
4
5.7 TANQUE DE ACÚMULO ................................................................................................................... 35
5.8 TANQUE DE CONTATO – DESINFECÇÃO ......................................................................................... 36
5.9 CONTROLE DOS PARÂMETROS OPERACIONAIS DO EFLUENTE FIN AL ........................................... 36
5.10 DESCARTE E DESIDRATAÇÃO DE LODO ............................................................................................ 37
6 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DA ETE ARARETAMA ......................................................39
6.1 ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO SGA................................................................................................ 39
6.2 SERVIÇOS EXTERNOS CONTRATADOS .......................................................................................... 39
6.3 DIAGNÓSTICO INICIAL .................................................................................................................. 40
6.4 POLÍTICA AMBIENTAL ................................................................................................................... 41
6.5 PLANEJAMENTO ............................................................................................................................. 42
6.6 TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO ........................................................................................... 50
6.7 SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ....................................................................................................... 52
6.8 DOCUMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................. 52
6.9 CONTROLE OPERACIONAL ............................................................................................................ 53
6.10 PLANO DE PREPARAÇÃO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS ..................................................... 57
6.11 VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA ............................................................................................... 57
6.12 CONTROLES DE REGISTROS .......................................................................................................... 58
6.13 AUDITORIAS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................... 60
6.14 ANÁLISE CRÍTICA PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO ......................................................................... 60
7 CONCLUSÕES................................................................................................................................61
8 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................62
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema do tratamento de esgotos do tipo lodos ativado (VON SPERLING,1996). ...... 16
Figura 2 – Esquema do tratamento de esgotos lodos ativados do tipo regime intermitente (VON
SPERLING, 1996). .............................................................................................................................. 19
Figura 3 - ETE Araretama .................................................................................................................. 30
Figura 4 - Levantamento de aspectos e impactos Ambientais (PO-ES0165 - LAIA) Fonte: SOE –
Sabesp 2012 ..................................................................................................................................... 48
Figura 5 - Lista de Legislações aplicáveis ETE Araretama Fonte: SIGA – Intranet Sabesp 2012 ...... 49
Figura 6 - Inventário de produtos Químicos (FE-MB0008) .............................................................. 55
Figura 7 - - Relatório de Inspeção Mensal de ETEs (FO-ES0303) ..................................................... 56
Figura 8 - Lista Ocorrência abertas para ETE Araretama (Ferramenta empresarial DocAction) ..... 58
Figura 9 – Controle de Registros (Ferramenta empresarial MaxDoc) ............................................. 59
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise comparativa dos principais sistemas de tratamento de esgoto (VON SPERLING,
1996) ................................................................................................................................................ 13
Tabela 2 - Análise dos principais sistemas de tratamento de Esgoto (VON SPERLING, 1996) ........ 15
Tabela 3 - Área e volume e reatores da ETE Araretama .................................................................. 33
Tabela 4 - Previsão de vazões e carga orgânica ............................................................................... 33
Tabela 5 - Classificação e pontuação quanto a frequência e/ou probabilidade. ............................. 43
Tabela 6 - Classificação e pontuação quanto a severidade ............................................................. 44
Tabela 7 - Classificação e pontuação quanto a abrangência ........................................................... 45
Tabela 8 - Classificação e pontuação quanto a imagem .................................................................. 45
Tabela 9 - Matriz de nível de significância ....................................................................................... 46
7
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT..............Associação Brasileira de Normas técnicas
CLP.................Controles Lógicos Programáveis
CONAMA........Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO,,,,,,,,,,,,,,,,Demanda Biológica de oxigênio
ETE.................Estação de Tratamento de Esgoto
FISPQ............. Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico
GOPE........ .... Grupo Operacional de Projetos e Engenharia
ISO...............International Standardization for Organization
LAIA.......... .....Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais
NBR................Norma Brasileira
OD..................Oxigênio Dissolvido
PDCA...............Plan, Do, Check, Action
RVDP.............. Setor divisional de Pindamonhangaba
SABESP...........Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SESMT............ Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho
SGA.................Sistema de Gestão Ambiental
SIGA................Sistema de informações e Gestão Ambiental
SOE.................Sistema de Organização Empresarial
8
RESUMO
As questões relacionadas ao meio ambiente e sustentabilidade estão se tornando estratégias
cada vez mais fundamentais para o destaque de empresas no mercado. É fundamental que
as empresas busquem uma relação harmônica com o meio ambiente, mediante a adoção de
praticas de controle sobre: os processos produtivos e o uso de recursos naturais renováveis
e não-renováveis. A remoção da carga poluidora no tratamento, de forma a adequar o
lançamento a uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente está associada aos
conceitos de nível do tratamento e eficiência do tratamento.
O Sistema de Gestão Ambiental indicado na Série de Normas ISO 14000 baseia-se no
aprimoramento contínuo com estabelecimento de objetivos e metas, revisão destes, além
de ações preventivas e corretivas para acidentes e emergências. Levando, assim, a
organização a um processo de aperfeiçoamento de suas relações com o meio ambiente.
Para implantar um sistema de gestão ambiental, é necessário preparar uma série de
documentos. A estrutura desses documentos é baseada em cinco etapas, de elementos
seqüenciais Política Ambiental; Implementação e Operação; Verificação e Ação Corretiva;
Análise Crítica.
Através deste trabalho foi possível acompanhar e avaliar as etapas e os requisitos
necessários para a implantação da NBR ISO 14001. Concluindo-se que o Sistema de
Gestão ambiental funciona efetivamente para certificação de conformidade da NBR ISSO
14001 mas é altamente dependente do comprometimento e devoção da equipe técnica e
operacional do setor.
9
ABSTRACT
Issues related to the environment and sustainability strategies are becoming increasingly
critical to the prominent companies in the market. It is essential that companies seek a
harmonious relationship with the environment, through the adoption of practices of control
over: the production processes and the use of renewable natural resources and non-
renewable. The removal of the pollutant load treatment in order to tailor the release to a
desired quality or the quality standard is associated with the current level concepts of the
treatment and the treatment efficiency.
The Environmental Management System specified in ISO 14000 series of standards is
based on continuous improvement with setting objectives and targets, reviewing these in
addition to preventive and corrective actions to accidents and emergencies. Taking this the
organization to a process of improving their relationships with the environment. To
implement an environmental management system, it is necessary to prepare a number of
documents. The structure of these documents is based on five steps of sequential elements
Environmental Policy, Implementation and Operation, Checking and Corrective Action;
Critique.
Through this work it was possible to monitor and evaluate the steps and requirements for
the implementation of ISO 14001. Concluding that the Environmental Management
System works effectively for compliance certification of NBR ISO 14001 but is highly
dependent on the commitment and devotion of the crew and operational sector.
10
1. Introdução
Segundo dados da ONU a população mundial atingiu a marca de sete bilhões de
pessoas, o que torna a preocupação com os recursos naturais ainda maior. O Saneamento
ambiental é uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento econômico e social;
para manutenção da saúde humana e para proteção e melhoria do meio ambiente (Ramos,
2004). Neste aspecto, o gerenciamento adequado dos sistemas de tratamento de esgoto será
fundamental para que o mesmo não prejudique o meio ambiente.
O estado atual do gerenciamento das estações de esgotos enfrenta problemas por
não possuírem um sistema de Gestão Ambiental (SGA) implantado, tais como: Entraves
burocráticos com conseqüente morosidade nas decisões, descontinuidades das ações
provocadas pelas freqüentes mudanças políticas nas organizações públicas, cultura de
gestão antiquada baseadas em apenas cumprir leis, visão de investimentos baseados em
resultados imediatos, recursos humanos não comprometidos em assegurar um
posicionamento que reflita o compromisso do saneamento com o desenvolvimento voltado
para a proteção do meio ambiente, bem como as comunidades não atuantes, por falta de
treinamento em educação (Ramos, 2004).
As questões relacionadas ao meio ambiente e sustentabilidade estão se tornando
estratégias cada vez mais fundamentais para o destaque de empresas no mercado. É
fundamental que as empresas busquem uma relação harmônica com o meio ambiente,
mediante a adoção de praticas de controle sobre: os processos produtivos e o uso de
recursos naturais renováveis e não-renováveis (Cartilha FIESP, 2007).
Neste sentido a Sabesp busca excelência em resoluções ambientais atuando na
prevenção da poluição hídrica e gestão dos resíduos sólidos, assim buscando certificar
todos seus sistemas de tratamento de esgoto com a ISO 14000, agregando maior valor a
sua marca e garantindo a preservação do meio ambiente.
11
2. Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar a implementação da gestão
ambiental nos sistemas de tratamento de esgoto de Pindamonhangaba. Para o
desenvolvimento desta proposta de trabalho, estão previstos os seguintes objetivos
específicos:
1) Determinar os requisitos necessários para o atendimento da Norma NBR ISO
14000;
2) Apresentar as melhorias realizadas de para certificação da Estação de Tratamento
de Esgoto Araretama.
3. Tratamento de Esgoto
O processo de tratamento de esgotos tem por finalidade separar a fase líquida da fase
sólida, tratando-se separadamente e de forma adequada cada uma destas fases, objetivando
reduzir ao máximo a carga poluidora. Ao final do processo, tanto a fase líquida quanto a
sólida devem estar aptas, segundo legislações específicas – Resolução nº 357, de 17 de
março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Ministério do Meio
Ambiente, bem como artigos 18 e 11 do regulamento da Lei Estadual n° 997/76, aprovado
pelo Decreto n° 8.468/76, e suas alterações, – a serem descartadas nos corpos hídricos
receptores (fase líquida), aterro sanitário ou outra aplicação específica (fase sólida), sem
prejuízo ao meio ambiente.
No campo de tecnologias para tratamento de esgotos, a escolha entre as diversas
alternativas disponíveis é ampla e depende de vários fatores. Dentre elas estão: a área
disponível para a implantação da ETE, a topografia dos possíveis locais de implantação e
das bacias de drenagem e esgotamento sanitário, os volumes diários a serem tratados e
variações horárias e sazonais da vazão de esgotos, as características do corpo receptor de
esgotos tratados, a disponibilidade e o grau de instrução da equipe operacional responsável
pelo sistema; a disponibilidade e custos operacionais de consumo de energia elétrica, o
clima e variações de temperatura da região, a eficiência e confiabilidade do sistema, a vida
útil e a disponibilidade de locais e/ou sistemas de reaproveitamento e/ou disposição
12
adequada dos resíduos gerados pela ETE, o investimento de capital, a expectativa da
comunidade afetada e o atendimento a requisitos legais (RAMOS, 2004)
A remoção da carga poluidora no tratamento, de forma a adequar o lançamento a uma
qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente está associada aos conceitos de nível
do tratamento e eficiência do tratamento. O tratamento dos esgotos é usualmente
classificado através dos seguintes níveis:
- Tratamento preliminar: destina-se a remoção de sólidos grosseiros em suspensão
(materiais de maiores dimensões e o sólido decantam como areia e gordura). São utilizados
apenas mecanismos físicos (gradeamento e sedimentação por gravidade) como método de
tratamento. Esta etapa tem a finalidade de proteger as unidades de tratamento subsequentes
e dispositivos de transporte como, por exemplo, bombas e tubulações, além de proteção
dos corpos receptores quanto aos aspectos estéticos (VON SPERLING, 1996).
- Tratamento primário: destina-se a remoção dos sólidos sedimentáveis e de
pequena parte da matéria orgânica, utilizando-se de mecanismos físicos como método de
Tratamento (VON SPERLING, 1996).
- Tratamento secundário: são geralmente constituídos por reatores biológicos,
remove parte grande da matéria orgânica, podendo remover parcela dos nutrientes como
nitrogênio e fósforo. Os reatores biológicos empregados para essa etapa do tratamento
reproduzem os fenômenos naturais da estabilização da matéria orgânica que ocorreriam no
corpo receptor (VON SPERLING, 1996).
- Tratamento terciário: São geralmente constituídos de unidade de tratamento físico
químico, tem como finalidade a remoção complementar da matéria orgânica, dos
nutrientes, de poluentes específicos e a desinfecção dos esgotos tratados. O Tratamento
terciário é bastante raro no Brasil (VON SPERLING, 1996).
3.1 Tratamento Secundário
Os processos de tratamento secundários mais comumente utilizados no Brasil são os
sistemas de lagoas de estabilização, os sistemas de lodo ativados, os filtros biológicos
13
aeróbios, os sistemas anaeróbios (reatores e filtros anaeróbios) e os sistemas de disposição
no solo.
De acordo com Von Sperling (1996), o tratamento secundário geralmente inclui unidades
para tratamento preliminar, mas pode, ou não, incluir as unidades para tratamento primário.
A essência do tratamento secundário de esgotos é a inclusão de uma etapa biológica. Esses
processos são concebidos de forma a acelerar os mecanismos de degradação, que ocorrem
naturalmente nos corpos receptores. Assim, a de composição dos poluentes orgânicos
degradáveis é alcançada em condições controladas, em intervalos de tempo menores do
que nos sistemas naturais.
Os processos de tratamento de esgotos podem ser divididos entre sistemas simplificados
(sem mecanização) e sistemas mecanizados. Dentre os sistemas simplificados estão as
lagoas de estabilização, os sistemas de disposição no solo e os sistemas anaeróbios. Nos
sistemas mecanizados, encontram-se as lagoas aeradas, os sistemas aeróbios com biofilmes
e os sistemas de lodos ativados e variantes (VON SPERLING, 1996).
Através dos estudos realizados por Von Sperling (1996), é apresentado uma análise
comparativa entre as principais vantagens e desvantagens dos diversos sistemas de
tratamento de esgoto (vide Tabela 1)
Tabela 1 - Análise comparativa dos principais sistemas de tratamento de esgoto (VON SPERLING, 1996)
14
Sistema de Lagoas de Estabilização Sistemas Vantagens Desvantagens
Lagoa Facultativa
Satisfatória eficiência a remoção de DBO
Eficiência na remoção de patogênicos
Construção. Operação e manutenção simples
Reduzidos custos de implantação e operação
Ausência de equipamentos mecânicos
Requisitos energéticos praticamente nulos
Satisfatória resistência a variações de carga
Remoção de lodo necessárias apenas após períodos superiores a 20 anos
Elevados requisitos de área
Dificuldade em satisfazer padrões de lançamento bem restritivos
A simplicidade operacional pode trazer o descaso na manutenção (crescimento de vegetação)
Possível necessidade de remoção de algas do efluente para cumprimento e padrões rigorosos
Desempenho variável com as condições climáticas (temperatura e insolação)
Possibilidade de crescimento de insetos
Sistemas de lagoa
anaeróbia – lagoa
facultativa
Idem lagoas facultativas
Requisitos de área inferiores aos das lagoas facultativas únicas
Idem lagoas facultativas
Possibilidade de maus odores na lagoa anaeróbica
Eventual necessidade de elevatórias de recirculação do efluente , para controle de maus odores
Necessidade de um afastamento razoável às residências circunvizinhas
Lagoa aerada
Facultativa
Construção, operação e manutenção relativamente simples
Requisitos de áreas inferiores aos sistemas de lagoas facultativas e anaeriobio-facultativas
Maior independência das condições climáticas que os sistemas de lagoas facultativas e anaeróbio-facultativas
Eficiência na remoção da DBO ligeiramente superior à das lagoas facultativas
Satisfatória resistência a variações de carga
Reduzidas possibilidades de maus odores
Introdução de equipamentos
Ligeiro aumento no nível de sofisticação
Requisitos de área ainda elevados
Requisitos de energia relativamente elevados
15
Ainda, segundo Von Sperling (1996), esta análise é orientada principalmente para a
comparação de processos de um mesmo sistema, embora permita ainda, dentro de certas
limitações, comparações entre sistemas distintos, como podemos verificar na Tabela 2.
Tabela 2 - Análise dos principais sistemas de tratamento de Esgoto (VON SPERLING, 1996)
Sistemas de Lodos Ativados Sistemas Vantagens Desvantagens
Lodos Ativados Convencional
Elevada eficiência na remoção de DBO
Nitrificação usualmente obtida
Possibilidade de remoção biológica de N e P
Baixos requisitos de área
Processo confiável, desde que supervisionado
Reduzidas possibilidades de maus odores, insertos e vermes
Flexibilidade operacional
Elevados custos de implantação e operação
Elevado consumo de energia
Necessidade de operação sofisticada
Elevado índice de mecanização
Relativamente sensível a descargas tóxicas
Necessidade de tratamento completo do lodo e da sua disposição final
Possíveis problemas ambientais com ruídos e aerosóis
Sistema de Fluxo
intermitente
Elevada eficiência na remoção de DBO
Satisfatória remoção de N e possivelmente P
Baixos requisitos de área
Mais simples conceitualmente que os demais sistemas de lodos ativados
Menos equipamentos que os demais sistemas de lodos ativados
Flexibilidade operacional (através da variação de ciclos)
Decantador secundário e elevatória de recirculação não são necessários
Elevados custos de implantação e operação
Maior potencia instalada que os demais sistemas de lodos ativados
Necessidade de tratamento e da disposição do lodo ( variável com a modalidade convencional ou prolongada)
Usualmente mais competitivo economicamente para populações menores
16
3.1.1 Processo de tratamento por Lodo Ativado
O sistema de tratamento denominado lodos ativados é um sistema de tratamento de
efluentes líquidos que apresenta elevada eficiência de remoção de matéria orgânica
presente em esgotos de natureza doméstica/sanitária e efluentes industriais. O processo de
tratamento é exclusivamente de natureza biológica, onde a matéria orgânica é depurada,
por meio de colônias de microorganismos heterogêneos específicos, na presença de
oxigênio. Essas colônias de microorganismos formam uma massa denominada de lodo
(lodo ativo, ativado ou biológico).
O sistema de lodos ativados exige alto grau de mecanização e elevado consumo de
energia elétrica.Basicamente, os componentes de um sistema de tratamento de lodos
ativados são: tanque de aeração ou reator biológico, sistema de aeração, tanque de
decantação e sistema para recirculação de lodo, conforme se apresenta a Figura 1.
Figura 1 – Esquema do tratamento de esgotos do tipo lodos ativado (VON SPERLING,1996).
Tanque de aeração ou reator biológico: tanque onde ocorrem as reações e os processos
de biodegradação ou depuração da matéria orgânica presente no esgoto.
Sistema de aeração: sistema responsável pelo fornecimento de oxigênio necessário para
que ocorram as reações e os processos de biodegradação ou depuração da matéria orgânica
presente no esgoto.
17
Tanque de decantação: tanque onde ocorre a separação da fase líquida sobrenadante da
biomassa formada e que se deposita ao fundo do tanque formando o lodo.
Sistema para recirculação de lodo: sistema responsável pela recirculação do lodo
formado para o interior do tanque de aeração ou reator biológico com o objetivo de
aumentar a concentração da biomassa, ou seja, aumentar a concentração dos
microorganismos responsáveis pela biodegradação ou depuração da matéria orgânica
O efluente passa pelo reator, onde ocorre a remoção da matéria orgânica e depois
pelo decantador, de onde sai clarificado, após a sedimentação dos sólidos (biomassa) que
formam o lodo de fundo. Esse é formado por bactérias, ainda ávidas por matéria orgânica,
que são enviadas novamente para o reator (através da recirculação de lodo). Com isso, há
aumento da concentração de bactérias em suspensão no tanque de aeração. Para se ter uma
idéia, essa é mais de 10 vezes maior do que a de uma lagoa aerada de mistura completa
sem recirculação. Porém, uma taxa equivalente ao crescimento das bactérias (lodo
biológico excedente) deve der retirada, pois, se fosse permitido que as bactérias se
reproduzissem continuamente, alguns problemas poderiam ocorrer. A presença de
biomassa no efluente final, devido à dificuldade de sedimentação em um decantador
secundário sobrecarregado e a dificuldade de transferência de oxigênio para todas as
células no reator são exemplos destes (SABESP, 2005).
Algumas vantagens do sistema de tratamento por lodos ativados são:
• Necessidade de pequena área física disponível para sua implantação.
• Relativo baixo custo de investimento e elevado grau de eficiência de remoção de
matéria orgânica.
• Apresenta relativa flexibilidade de operação.
Quanto às desvantagens, pode-se mencionar:
• Elevado custo operacional (grande consumo de energia elétrica).
• Necessidade de análises físico-químicas e bacteriológicas freqüentes para
monitoramento e controle do processo.
18
3.1.1.1 Sistema de lodos ativados convencional
O sistema de lodos ativados convencional é constituído por reator e decantadores
primário e secundário. Esse sistema possui decantador primário para que a matéria
orgânica em suspensão sedimentável seja retirada antes do tanque de aeração, gerando
assim economia no consumo de energia. O tempo de detenção hidráulico é bem baixo, da
ordem de 6 a 8 horas e a idade do lodo em tomo de 4 a 10 dias. Como o lodo retirado ainda
é jovem e possui grande quantidade de matéria orgânica em suas células, há necessidade de
uma etapa de estabilização do lodo (VON SPERLING, 1997).
3.1.1.2 Sistema de lodos ativados de aeração prolongada (fluxo
contínuo)
A diferença desse sistema para o sistema convencional é que a biomassa permanece
mais tempo no reator (18 a 30 dias), porém, continua recebendo a mesma carga de DBO.
Por isso, o reator terá que possuir maiores dimensões e, conseqüentemente, existirá menor
concentração de matéria orgânica por unidade de volume e menor disponibilidade de
alimento. Para sobreviver, as bactérias passam a consumir a matéria orgânica existente em
suas células em seus metabolismos. Assim, o lodo já sairá estabilizado do tanque de
aeração, não havendo necessidade de se ter um biodigestor. Esse sistema, também, não
possui decantador primário, para evitar a necessidade de uma unidade de estabilização do
lodo resultante desse.
Como a estabilização do lodo ocorre de forma aeróbia no reator, há maior consumo
de energia elétrica Porém, esse é um sistema de maior eficiência de remoção de DBO
dentre aqueles que funcionam com lodos ativados (VON SPERLING, 1997).
3.1.1.3 Sistema de lodos ativados de fluxo intermitente (batelada)
Nesse sistema, há apenas uma unidade e todas as etapas de tratamento do esgoto
ocorrem dentro do reator. Essas passam a ser seqüências no tempo e não mais unidades
distintas. A biomassa permanece no tanque, não havendo necessidade de sistema de
recirculação de lodo. Um sistema de lodos ativados de fluxo intermitente possui ciclos bem
definidos de operação. São eles: enchimento, reação, sedimentação, esvaziamento e
19
repouso. Em sistemas que recebem esgotos de forma contínua como, por exemplo, as
estações que recebem esgotos domésticos há a necessidade de se ter mais de um tanque de
aeração trabalhando em paralelo. Pois, um tanque que está no ciclo de decantação não pode
receber esgotos e para isso deve haver um outro tanque que esteja no ciclo de enchimento.
Esse sistema pode funcionar tanto como um de lodos ativados convencional como um de
aeração prolongada (VON SPERLING, 1997). A Figura 2 apresenta esquematicamente um
sistema de tratamento de esgotos constituído de lodos ativados regime intermitente.
Figura 2 – Esquema do tratamento de esgotos lodos ativados do tipo regime intermitente (VON SPERLING, 1996).
A massa biológica permanece no reator durante todos esses ciclos, eliminando
assim a existência de tanques decantadores como unidades físicas separadas. A duração
usual de cada ciclo pode sofrer alterações em função das variações da vazão afluente, das
características do esgoto, das necessidades do tratamento e da biomassa no sistema.
No ciclo denominado repouso é onde geralmente ocorre o descarte do lodo
excedente, mas como o descarte é opcional, tendo em vista que sua função é permitir o
ajuste entre os ciclos de operação de cada reator, ele pode se dar também em outras fases
do processo. Existem algumas modificações nos sistemas intermitentes, relacionadas à
forma de operação e à seqüência e duração dos ciclos associados a cada fase do processo.
Com estas variações permitem-se a simplificação adicional no processo ou a remoção
biológica de nutrientes.
20
3.2 Legislação Ambiental e as ETE´s
É incontestável a importância da legislação ambiental como instrumento norteador
das estratégias de controle da poluição, que os sistemas de saneamento geram.No entanto,
tem-se observado no país um grande distanciamento entre o desejado, tal como expresso na
legislação, e o efetivamente praticado. Várias são as causas deste distanciamento, mas a
realidade é que os padrões da legislação têm sido, via de regra,descumpridos, tanto por
parte dos poluidores privados, quanto pelos poluidores públicos(CASTRO, 1996).
Os órgãos ambientais vivem um conflito entre as tendências mundiais de restrição
dos padrões, de um lado, e as pressões para um relaxamento na sua implementação, de
outro lado. Órgãos ambientais, de posse de uma legislação baseada em padrões
internacionais restritivos, mas, também, cientes da dificuldade na implantação de
tratamento de água, de esgoto, de sistemas de drenagem e resíduos em nosso país,
encontram-se confinados por esta dicotomia entre o desejado e o atualmente praticável
(MALHEIROS, 1996).
A qualidade dos esgotos tratados deve satisfazer à legislação vigente. No caso de
ETE´s, deve-se considerar a legislação nas três instâncias: federal; estadual e municipal
(LA ROVERE, 2002).
A Constituição Federal, de 1988, estabeleceu a competência de todos os entes
federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - para legislarem sobre a
matéria ambiental e atuarem na proteção e defesa do meio ambiente (Artigos 23, 24 e30 da
Constituição Federal). A questão ambiental é fortemente enfatizada na Constituição
Federal em seu Capítulo VI - Artigo 225 Do Meio Ambiente. Capítulo inteiramente
dedicado ao meio ambiente, e consagra o direito de todos os brasileiros ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, considerado bem de uso comum do povo, essencial à
qualidade de vida (RAMOS, 2004).
A matéria está regulada, também, na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº
6.938, de 31/08/81, que incorpora o preceito da conciliação do desenvolvimento
econômico com a preservação ambiental. Cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
21
SISNAMA, integrado pelo CONAMA. Suas alterações posteriores, e na respectiva
regulamentação. Decreto nº 99.274, de 06/06/90, e resoluções específicas do CONAMA.
A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de 08/01/97,marco para a
gestão dos recursos hídricos no Brasil. Esta lei influencia muito nos sistemas de
saneamento, principalmente por instituir a bacia hidrográfica como unidade de gestão e por
descentralizar tal gestão, incluindo toda a sociedade no processo ,criando o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605, de 12/02/98, que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas, derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
determina que causar poluição de qualquer natureza, em níveis que possam resultar em
danos, tanto à saúde humana quanto à fauna e à flora, é crime e pode ser punido de
diversas maneiras.
A Resolução CONAMA nº 005, de 15/06/88 regulamenta o licenciamento de obras
de saneamento básico. Esta resolução estabelece que as obras desaneamento, para as quais
seja possível identificar modificações ambientais significativas, ficam sujeitas ao
licenciamento. Para os efeitos desta resolução, são consideradas significativas e, portanto,
objeto de licenciamento, as obras que por seu porte, natureza e peculiaridade forem assim
consideradas pelo órgão licenciador e, necessariamente, as atividades e obras especificadas
na própria resolução. Neste sentido, são, então, especificadas as obras de sistemas de
abastecimento de água, sistemas de esgotos sanitários, sistemas de drenagem e sistemas de
limpeza urbana, as quais estão sujeitas ao licenciamento. Entre as instalações de sistemas
de esgotos sanitários, encontram-se especificadas as estações de tratamento, sujeitas ao
licenciamento (RAMOS, 2004).
As ETE´s enquadram-se nesta definição e,portanto, estão sujeitas ao licenciamento
ambiental. De acordo com a distribuição de competências para proceder ao licenciamento
ambiental, estabelecida pela Lei nº 6.938,de 31/08/81, conforme as alterações introduzidas
pela Lei nº 7.804. de 18/07/89, o caso de atividades e obras com significativo impacto
ambiental de âmbito local, ou seja,impacto localizado no território de um único estado, o
órgão competente para proceder ao licenciamento ambiental será o órgão de meio ambiente
22
desse estado. Assim, em geral, o licenciamento das ETE´s é de competência dos órgãos
ambientais estaduais, já que o impacto causado por estas instalações normalmente é local.
Com relação à classificação dos corpos d`água, a Resolução CONAMA nº 357, de
18/03/2005, dividiu as águas do território nacional em águas doces (salinidade> 0,5%),
salobras (salinidade entre 0,5% e 30%) e salina (salinidade < 30%). Em função dos usos
previstos, foram criadas quatro classes para águas doces.A cada uma das classes
corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d`água. Esta qualidade é
expressa na forma de padrões, através da referida Resolução CONAMA (a nível federal), e
do Decreto (a nível estadual. SP) nº 8.468, de 08/09/1976. Além dos padrões de qualidade
dos corpos receptores, ambas as leis apresentam, ainda, padrões para o lançamento de
efluentes nos corpos d`água. Garantindo assim a satisfação dos padrões de lançamento, e
proporcionando condições tais no corpo receptor, de forma que a qualidade do mesmo não
seja alterada após a interação com o efluente lançado.
4 A ISO 14001
A Organização Internacional de Normalização é uma federação mundial, não
governamental, fundada em 1947, com sede em Genebra, na Suíça, que tem como objetivo
a proposição de normas que padronizem métodos, medidas, materiais e seus usos, em todos
os setores, com exceção das atividades da área de eletroeletrônica, que é normalizada pela
International Electrotechnical Commission. Além disso, esta normalização visa facilitar a
troca de bens e serviços no mercado internacional. Atualmente,aproximadamente 100
países são membros da Organização Internacional de Normalização (MOURA,
2004;MOREIRA,2006 e BARBIERI, 2007).
A existência de normas internacionais, como um critério de exigência ambiental,
pode servir como defesa dos interesses de preservação do meio ambiente, e, também, são
importantes para minimizar ou maximizar o boicote de produtos e fazer com que estes
sejam reconhecidos no mercado por meio de seus processos e sistemas de gestão.
Em 2004, a norma internacional de Sistema de Gestão Ambiental foi revisada,
atualizada e publicada em português pela ABNT, a NBR ISO 14001:2004, com o intuito de
permitir “....a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que
23
levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e informações
referentes aos aspectos ambientais significativos”,(ABNT, 2004).
A NBR ISO 14001:2004 fornece, em primeiro lugar, elementos de um Sistema de
Gestão Ambiental - SGA, o qual nada mais é que uma forma eficaz de planejar, organizar e
praticar as ações ambientais das organizações, o que pode integrar-se a outros elementos de
gestão empresarial, para que se alcancem objetivos ambientais e, também, econômicos. Em
segundo lugar, na norma, especificam-se os passos essenciais ou requisitos do SGA, que se
aplicam adequadamente a todos os tipos e portes e a diferentes condições
geográficas,culturais e sociais das organizações (FIESP, 2007).
Capparelli (2010) salienta que os benefícios de um SGA são muitos e, entre eles,
destacam-se as economias pelo melhoramento da produtividade e da redução no consumo
de energia, água e materiais de expediente; o estabelecimento das conformidades com a
legislação ambiental; reduzindo, assim, os riscos de incorrer em penalidades ou gerar
passivos ambientais; a evidência de práticas responsáveis e melhora na imagem externa da
instituição; e a geração de oportunidades de pesquisa.
Sanches (2011) esclarece que as normas da Série ISO não ditam à empresa qual o
desempenho ambiental que elas devem alcançar, mas oferecem os elementos construtores
de um sistema que as ajudará a alcançar suas próprias metas, possibilitando à organização
controlar e reduzir o impacto ambiental de suas atividades.
4.1 O sistema de gestão ambiental e a ISO 14001
Há cerca de uma década, muitas organizações, que elaboravam uma política
ambiental e tinham objetivos e metas ambientais a ser perseguidos, costumavam fazer
“análises” ou “auditorias” ambientais para avaliar seu desempenho ambiental, ou seja, se
os objetivos e metas ambientais estavam sendo alcançados. Porém, isso não foi
considerado suficiente para garantir que o desempenho ambiental atendesse, deforma
contínua, os objetivos e metas ambientais, fundamentados na política ambiental e,
consequentemente, no atendimento a requisitos legais e outros requisitos, com os quais as
organizações estivessem comprometidas (FIESP, 2007).
24
Concluiu-se, ao longo do tempo, que seria necessário que essas comprovações de
desempenho ambiental e de sua permanência e continuidade no tempo, fossem realizadas
dentro de um sistema de gestão, estruturado nas organizações e a elas integrado. A NBR
ISO 14001 contém requisitos para a implantação do SGA de uma organização, conciliando
uma melhoria contínua do desempenho ambiental com a responsabilidade voluntária.
O Sistema de Gestão Ambiental indicado na Série de Normas ISO 14000 baseia-se
no aprimoramento contínuo com estabelecimento de objetivos e metas, revisão destes,
além de ações preventivas e corretivas para acidentes e emergências. Levando, assim, a
organização a um processo de aperfeiçoamento de suas relações com o meio ambiente.
Desenvolver e implantar um SGA em uma organização, significa criar e
institucionalizar a função empresarial denominada Gestão Ambiental, da mesma forma que
outras funções já tradicionalmente aceitas: função de Desenvolvimento de Negócios,
função de Marketing, função de Planejamento, função de Produção, função de Gestão de
Recursos Empresariais, entre outras.
Um dos motivos que estimulam as organizações a implantarem um sistema de
gerenciamento ambiental é a possibilidade de obter vantagens competitivas e adequação
aos aspectos legais exigidos, uma vez que a ISO fornece uma estrutura de SGA que
possibilita à empresa equilibrar as demandas de cliente e, ao mesmo tempo, melhorar a
eficácia interna, reduzir as perdas e se adaptar aos regulamentos sobre o meio ambiente.
Pois o modelo de SGA é semelhante ao método de gestão denominado de Ciclo PDCA
(Plan, Do, Check, Action), comumente aplicado para gerenciamento de sistemas de
qualidade (RAMOS, 2004).
De acordo com MAIMON (1999), para a institucionalização da função Gestão
Ambiental na organização, é preciso ressaltar algumas condições ou princípios, em que ela
deverá se basear. São as etapas de um SGA, apresentadas sob a forma de princípios:
• Política Ambiental: uma organização deverá definir sua política ambiental e
garantir compromissos para o seu sistema de gestão ambiental;
• Planejamento: uma organização deverá formular um plano que satisfaça e
realize a sua política ambiental;
25
• Implementação e Operação: uma organização deverá desenvolver
conscientização, envolvimentos, capacidades e mecanismos de suporte necessários para o
atendimento de sua política, objetivos e metas ambientais;
• Verificação e Ação Corretiva: uma organização deverá monitorar, mensurar
e avaliar o seu desempenho ambiental, bem como propor e implementar medidas
destinadas à sua otimização;
• Análise Crítica: uma organização deverá inspecionar e aperfeiçoar
continuamente o seu sistema de gestão ambiental, com o objetivo de otimizar o seu
desempenho ambiental global.
4.2 Etapas de implantação de um Sistema de Gestão Ambiental
- Política Ambiental: o SGA existe para atender à política ambiental estabelecida,
e para gerenciar os aspectos ambientais do processo produtivo. Assim, este requisito
aborda a política ambiental e as condições para atender esta política, através dos objetivos,
metas e programas ambientais. A política ambiental deve expressar o nível de
comprometimento da empresa em relação ao meio ambiente. A alta administração deverá
definir e disseminar por toda a organização sua política, como também deverá divulgá-la
aos seus fornecedores, investidores, clientes, entre outros. A política ambiental da empresa
norteará os próximos passos para a implantação do SGA.
- Planejamento: tem por objetivo construir condições para a realização da política
ambiental da empresa. Esta etapa da implantação do SGA é composta por três itens:
Aspectos Ambientais: A identificação e avaliação dos aspectos e impactos
ambientais é o primeiro passo pelo qual uma empresa começa a considerar
sistematicamente as suas preocupações ambientais. Este requisito é fundamental para a
construção do SGA, uma vez que todo o outro requisito depende do que for estabelecido
neste. Um exemplo disto é a importância que os aspectos ambientais têm na formulação de
uma política ambiental eficaz e na definição de objetivos e metas, estabelecendo assim a
base para o sistema de gestão ambiental global. Neste requisito serão definidos os aspectos
e impactos ambientais associados à atividade, produtos e serviços da organização. Devem
ser identificados os aspectos que a organização pode controlar e os que ela pode
26
influenciar, bem como os impactos significativos, consequentemente gerados a partir
destes aspectos. Os impactos não significativos deverão ser excluídos do planejamento do
SGA.
É importante destacar que, embora os aspectos ambientais significativos formem o
alicerce no qual são construídos os sistemas de gestão ambiental, a norma não apresenta
métodos para realizar a identificação destes aspectos mais significativos. A eficácia desses
sistemas depende também da consideração dos aspectos significativos relacionados aos
produtos. Importantes fluxos de recursos estão diretamente relacionados aos produtos
(SANCHES, 2011).
• Requisitos legais e outros: Este requisito estabelece que é necessário
analisar (e monitorar) as legislações federal, estadual e municipal conforme as atividades
desenvolvidas pela empresa, relacionando-as com seus aspectos ambientais. É importante,
também, que a empresa monitore as alterações, substituições e revogações dos requisitos
legais, bem como dos outros requisitos subscritos pela empresa, como códigos de conduta
e diretrizes de acordos voluntários firmados pela organização.
• Objetivos, Metas e Programas: Os objetivos e metas ambientais devem ser
mensuráveis e coerentes com a política ambiental, observando também os aspectos
significativos e os requisitos legais. O objetivo pode ser visto como o propósito ambiental
geral, enquanto a meta é um requisito de desempenho detalhado, que pode ser aplicado a
toda a organização ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais, e precisa ser
estabelecido e atendido para que os objetivos sejam alcançados. Para atingir estes objetivos
e metas estabelecidas, a empresa deve desenvolver programas que atribuam
responsabilidades e que definam meios e prazos para se atingir os objetivos.
- Implementação e Operação: A terceira fase do processo de implantação do
sistema de gerenciamento ambiental é caracterizada pela execução do que foi planejado no
estágio anterior. Esta etapa é composta por sete itens:
• Recursos, Funções, Responsabilidades e Autoridades: A norma cita que a
empresa deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para que o sistema possa
funcionar adequadamente, entre eles: recursos humanos, tecnologia, recursos financeiros,
27
etc. As funções, responsabilidades e autoridade em relação ao SGA devem ser definidas,
documentadas e comunicadas à empresa toda. A indicação dos representantes da
administração junto ao SGA é feita pela alta administração. O comprometimento com o
SGA deve ser iniciado pelos níveis mais altos da empresa, porque é a alta administração
quem define a Política Ambiental e assegura que o sistema seja implantado.
• Competência, Treinamento e Conscientização: Os colaboradores e as
pessoas que atuam em nome da empresa devem ter competência profissional para realizar
as tarefas designadas. Os treinamentos relacionados aos aspectos ambientais e ao SGA
devem ser identificados e realizados pela empresa. As pessoas que trabalham para a
empresa devem ser conscientizadas sobre apolítica ambiental e sua importância, os
aspectos significativos e os seus impactos reais ou potenciais, as suas funções e
responsabilidades, e as consequências da não observância dos procedimentos
estabelecidos.
• Comunicação: Comunicar internamente, entre os vários níveis e funções da
organização, dados sobre seus aspectos ambientais e sobre o seu SGA, bem como receber,
documentar e responder as correspondências recebidas das partes externas interessadas
nestas informações. A empresa também deve decidir se publicará algum documento que
relate seus aspectos ambientais significativos.
• Documentação: todos os dados referentes ao SGA devem ser documentados,
tais como: a política ambiental, o escopo do SGA, os registros que demonstrem o
atendimento aos requisitos legais, entre outros. A elaboração de um manual do SGA,
apesar de não ser um requisito da norma, facilita a gestão dos documentos fundamentais
para operar e auditar o sistema.
• Controle de Documentos: a empresa deve controlar todos os documentos
necessários e requeridos pelo SGA.
• Controle Operacional: a empresa deve planejar as ações relacionadas aos
aspectos ambientais significativos identificados de acordo com sua política, objetivos e
metas. O controle operacional também deve se estender aos fornecedores, consequentes
produtos adquiridos, e prestadores de serviço. O controle desses agentes externos pode
ocorrer, por exemplo, por meio de critérios ambientais estabelecidos para selecionar e
avaliar produtos e serviços.
28
• Preparação e Resposta a Emergências: a empresa deve estabelecer
procedimentos para identificar potenciais situações de emergência e de acidentes que
possam ocasionar impacto sobre o meio ambiente, e como ela irá responder a estes
acontecimentos. Ela deverá prevenir ou mitigar tais eventos. Esta norma utiliza a
abordagem de prevenção da poluição.
- Verificação: nesta etapa, são desenvolvidas ações que objetivam avaliar o
funcionamento do SGA. Os itens que compõem esta fase são:
• Monitoramento e Medição: é o acompanhamento de atividades, por meio de
informações coletadas, para verificar se estão ou não atingindo os objetivos e metas
previamente estabelecidos. A empresa deve monitorar as atividades e as operações que
possam causar significativo impacto ambiental. Assim, a empresa poderá verificar se o
SGA está funcionando conforme o planejado. Caso não esteja, deve-se apontar quais
medidas corretivas e preventivas devem ser adotadas.
• Avaliação do Atendimento a Requisitos Legais e Outros: a empresa deve
avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos legais aplicáveis, e manter os registros
desta avaliação, como parte de seu comprometimento com a legislação vigente. O mesmo
deve ser realizado para os outros requisitos subscritos pela empresa.
• Não-Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva: uma não
conformidade é o não atendimento de um requisito da norma; a ação corretiva visa
eliminar a causa de uma não-conformidade, enquanto a ação preventiva visa eliminar a
causa de uma possível não-conformidade.
• Controle de Registros: Os registros apresentam os resultados obtidos pelo
SGA e demonstram conformidade com os requisitos da norma.
• Auditoria Interna: A auditoria interna, ou de primeira parte, como é
chamada, avalia a conformidade da empresa com os requisitos da norma, ou seja, fornece
informações para efeito de emitir ou não uma auto declaração de conformidade com os
requisitos; é uma auto avaliação do SGA. Pode ser realizada pelo próprio pessoal da
organização ou por profissional contratado.
- Análise pela Administração: análise crítica do SGA pela Administração para
assegurar a contínua adequação e efetividade do sistema. A alta administração deve avaliar
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o todo do SGA em intervalos de tempo previamente estipulados, analisando oportunidades
de melhoria e alterações necessárias, documentando todas as decisões.
- Melhoria Contínua: o conceito de melhoria contínua é um componente-chave do
sistema de gestão ambiental, pois através dele a norma ISO 14001 pretende estimular a
melhoria do desempenho ambiental da empresa. Esta empresa deverá avaliar
periodicamente o seu sistema, com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias,
avaliando a melhor forma de realizá-las conforme sua condição (tempo, recursos, etc).
A demonstração de conformidade com a norma NBR ISO 14001 pode ser realizada
por meio de: auto declaração da empresa, confirmação por partes interessadas na
organização(como os clientes), confirmação da auto declaração por meio de uma
organização externa ou certificação do SGA por uma organização externa.
Barbieri (2007) cita que há uma preferência pelas certificações realizadas por
entidades externas à organização, conhecidas como Organismos de Certificação
Credenciados, pois são designadas para tal fim no país onde o SGA opera.
5 Descrição do Objeto de Estudo
A Estação de Tratamento de Esgoto Araretama foi implantada para atender bairro
Araretama, distrito pertencente ao Município de Pindamonhangaba. A ETE Araretama
opera num sistema de lodo ativado em regime de bateladas. O efluente domestico passar
por um pré-tratamento (gradeamento, caixa de remoção de areia e gordura e medidor de
vazão) e segue para um reator biológico onde se encontra o lodo ativado e depois de
encher o reator, o conteúdo é aerado, resultando na depuração da água residuárias. A
aeração é então interrompida e, através de sedimentação, separa-se o lodo ativado da água
residuárias tratada. Após a descarga da água depurada introduz-se uma nova batelada de
água residuárias e inicia-se um novo ciclo.
5.1 Chegada do esgoto brut
O esgoto bruto chega até a ETE Araretama em dois coletores troncos, sendo
um da parte baixa e outra da pa
chegada. A caixa de chegada, construída em concreto armada, é abastecida por dois
coletores de ferro fundido 400 mm, que é o acesso para o sistema de gradeamento
mecanizado.
5.2 Tratamento primário
O tratamento primário tem a função de remoção dos resíduos grosseiros por
meio do gradeamento mecanizado e assim, proteger outras unidades como sistemas de
moto-bomba, tubulação, desarenadores entre outros.
- Gradeamento mecanizado
esgoto bruto como trapos, pedaços de madeira, papéis, etc., foi instalado um sistema
automatizado de gradeamento para remoção destes materiais. Este equipamento tem a
vantagem de reduzir o tempo de trabalho do funcionário no l
do mesmo em contato com o material gradeado e diminuir o impacto ambiental como
respingos de esgoto não tratado.
Figura 3 - ETE Araretama
Chegada do esgoto bruto
O esgoto bruto chega até a ETE Araretama em dois coletores troncos, sendo
um da parte baixa e outra da parte alta do bairro Araretama que despejam em uma caixa de
A caixa de chegada, construída em concreto armada, é abastecida por dois
coletores de ferro fundido 400 mm, que é o acesso para o sistema de gradeamento
Tratamento primário
tratamento primário tem a função de remoção dos resíduos grosseiros por
meio do gradeamento mecanizado e assim, proteger outras unidades como sistemas de
bomba, tubulação, desarenadores entre outros.
Gradeamento mecanizado: Devido à grande variedade de resíduos que chegam com o
esgoto bruto como trapos, pedaços de madeira, papéis, etc., foi instalado um sistema
automatizado de gradeamento para remoção destes materiais. Este equipamento tem a
vantagem de reduzir o tempo de trabalho do funcionário no local diminuindo a exposição
do mesmo em contato com o material gradeado e diminuir o impacto ambiental como
respingos de esgoto não tratado.
30
O esgoto bruto chega até a ETE Araretama em dois coletores troncos, sendo
rte alta do bairro Araretama que despejam em uma caixa de
A caixa de chegada, construída em concreto armada, é abastecida por dois
coletores de ferro fundido 400 mm, que é o acesso para o sistema de gradeamento
tratamento primário tem a função de remoção dos resíduos grosseiros por
meio do gradeamento mecanizado e assim, proteger outras unidades como sistemas de
de resíduos que chegam com o
esgoto bruto como trapos, pedaços de madeira, papéis, etc., foi instalado um sistema
automatizado de gradeamento para remoção destes materiais. Este equipamento tem a
ocal diminuindo a exposição
do mesmo em contato com o material gradeado e diminuir o impacto ambiental como
31
Todo o resíduo é removido automaticamente e depositados em uma caixa
metálica perfurada para escoamento do percolado para que o mesmo volte para o inicio do
processo. Após a secagem do material, o mesmo é removido e levado até as caçambas que
são destinadas para os aterros sanitários.
Se mantém reduzido o volume de material gradeado nos cestos para evitar
proliferação de vetores. O material, depois de depositados nos cestos é lavado para
remover o excesso de esgoto e assim reduzir o percolado e este é direcionado para ao inicio
do processo.
5.3 Elevatória de esgoto bruto
O sistema de elevatória de esgoto bruto tem como função o transporte do
esgoto até a próxima etapa do tratamento que é o sistema de desarenamento. A elevatória
de esgoto bruto é constituída em concreto armado e possui 3 (três) conjuntos de moto-
bomba e um medidor de nível ultra-sônico.
-Operação da elevatória: O sistema de elevatória de esgoto bruto opera automaticamente
por meio de Controles Lógicos Programáveis (CLP).
A altura do nível da lamina do efluente é medido pelo sensor ultra-sônico que
envia as informações ao CLP e quando o mesmo chega a 2 (dois) metros de altura um
conjunto de moto-bomba entra em operação e bombeia o efluente até ao sistema de
desarenação e desliga quando o nível chega a 1 (um) metro. Caso houver um aumento do
volume do efluente, um segundo conjunto de moto bomba entra em operação para auxiliar
o primeiro conjunto.
Há um terceiro conjunto reserva caso haja algum problema eletro mecânico em
um dos conjuntos titulares, evitando assim o transbordamento da elevatória.
- Medidor de vazão afluente: Para medir o volume e a vazão do efluente de entrada é
utilizado um medidor de vazão tipo tubular instalado próximo aos desarenadores. O sinal é
transmitido para o medidor secundário com a medida em l/s. A leitura é realizada
diariamente e registrada no controle de leitura de vazão da ETE.
32
5.4 Sistema de desarenação
O sistema de desarenação tem a função de remover as partículas de areia e outros
materiais que só o sistema de gradeamento não teve eficiência para remoção e assim,
evitarem a geração de matérias sedimentáveis nas próximas unidades como reatores e
tanque de contenção.
- Operação do sistema de desarenação: O sistema de raspagem é composto por 2 (dois)
conjuntos de raspadores de areia que funcionam por meio de redutor de engrenagem que
movem as pás arrastando o material sedimentavel até a próxima etapa que é o sistema de
remoção.
O sistema de remoção é composto por 2 (dois) conjuntos de removedores de
areia que funciona por meio de um conjunto de motor redutor com rosca helicoidal, que
remove a areia e outros materiais sedimentáveis até a caçamba.
- Caçamba de resíduos: No final das roscas transportadoras de areia há as caçambas para
o acumulo de areia e resíduos que passaram pelo gradeamento. Estas caçambas contem
drenos para drenagem do percolado que são retornados, por meio de tubulação para o
tanque de contenção. Os drenos assim como a contenção da caçamba são constantemente
limpos para evitar a obstrução, o acumulo de vetores e o transbordo para o meio ambiente.
Quando as caçambas chegam a 90% de sua capacidade, o sistema de raspagem
e a rosca transportadora reserva entra em operação. A caçamba cheia então é coberta por
lona para evitar a dispersão de resíduos, substituída e devidamente enviada para o aterro
sanitário credenciado.
5.5 Reatores biológicos
Após o tratamento primário de remoção dos resíduos grosseiros e
sedimentáveis inicia-se nos reatores biológicos o processo secundário de tratamento dos
esgotos, onde terá inicio a remoção do material orgânico não sedimentavel.
33
- Estrutura dos reatores: Os reatores são tanques de concreto, dotados de uma rede de
dispersores de ar onde o mesmo é insuflado por sopradores. Cada reator tem área e volume
conforme descrito da Tabela 3.
Tabela 3 - Área e volume e reatores da ETE Araretama
Área e volume total dos reatores somados
Largura (m) Comprimento (m) Altura (m) Área (M2) Volume (m3)
17 17 5 578 2890
Área e volume útil total dos reatores somados
17 17 2 578 1156
- Operação dos reatores:A ETE Araretama foi projetada para operar com as vazões e
cargas orgânicas previstas na Tabela 4.
Tabela 4 - Previsão de vazões e carga orgânica
Ano Qmin (l/s) Qmédio (l/s) Qmáximo. Hor (l/s) DBO (kg/d)
1994 12,67 18,85 26,84
2004 27,11 40,40 61,67
2014 44,31 67,68 115,83 1518
- Volume de preenchimento:As formas de operação dos reatores podem ter mais de uma
configuração. Porem o sistema ETE Araretama foi projetado para operar em três fases, que
no conjunto são chamadas de ciclos que são enchimento, sedimentação e descarte,
estimados em um prazo de 07h50minhs. Cada fase funciona da seguinte forma:
• Fase 1: Enchimento e aeração nos dois reatores simultaneamente com tempo
aproximado de 06h00min;
• Fase 2: Sedimentação simultânea dos dois reatores com tempo de 00h45min
• Fase 3: Descarte simultâneo dos dois reatores com tempo de 00h45min.
34
O sistema funciona automaticamente onde sensores de nível submersos fazem
a medição da altura de lamina de água dentro dos reatores sendo que aos 4 (quatro) metros
de lamina de água os sopradores são desligados, a válvula de manobra da tubulação que
vem do desarenador é fechada para os reatores e a válvula da tubulação que vai para o
tanque de contato é aberta. Após a realização completa do processo acima descrito abre-se
um contador de tempo de 00h45minhs para a sedimentação.
O descarte, após o processo de sedimentação, ocorre também automaticamente,
quando finalizado o contador de 00h45minhs então as válvulas de descarte dos reatores
abrem-se e o efluente é descartado até lamina de água chegar a 2 metros de altura do fundo
do reator. A abertura da válvula foi programada para que o descarte ocorra em
00h45minhs.
Após a finalização do descarte do efluente, o processo reinicia
automaticamente, onde a válvula da tubulação do desarenador abre, a válvula da tubulação
do tanque de contato fecha e os sopradores iniciam o processo de aeração.
Dependendo das condições de vazão de chegada na estação de tratamento de
esgoto, o tempo estimado das operações poderá variar.
5.6 Controles dos parâmetros operacionais
Os reatores são inspecionados visualmente, com o objetivo de verificar a
regularidade de sua operação. O lodo ativado, em operação regular apresenta coloração
marrom-chocolate e odor de mofo (sem mau cheiro). Escurecimento excessivo ou
branqueamento do lodo são sintomas de problemas operacionais.
São ser realizadas as seguintes analises para controle do sistema:
• pH ideal entre 6 e 8;
• Analise de sedimentação em cone inhoff em 1 (uma) hora. Deve-se manter o
nível de lodo entre 100 ml/l á 500 ml/l.
• Oxigênio dissolvido deve manter-se maior 5 mg/l.
35
Quando a leitura da analise do cone inhoff ultrapassa 500 ml/l é efetuado o
descarte de lodo para o tanque de adensamento de lodo. Quando o Oxigênio dissolvido
ultrapassa o valor de 5 mg/l as válvulas dos sopradores são fechadas para reduzir o nível de
ar enviado aos reatores e, quando o valor aproxima-se de 1 mg/lO2 as válvulas dos
sopradores são reabertas para aumentar o nível de ar.
5.7 Tanque de acúmulo
O tanque de contenção foi construído para auxiliar os reatores. Quando os
reatores entram em modo de sedimentação, o esgoto é transferido dos desarenadores para o
tanque.
- Estrutura do tanque: O tanque tem as medidas de 25 x 38 m de base e 4 m
profundidade, com inclinação de 1:2 no talude e um volume útil de 500 m3.Para evitar odor
há distribuído 2 aeradores submersos e, para o transporte do esgoto até os reatores a uma
elevatória com dois conjuntos de moto-bomba.
- Operação do tanque: No momento em que os reatores entram em modo de
sedimentação, o esgoto bruto é transferido para o tanque de contenção. Automaticamente
quando o ciclo dos reatores é finalizado, o esgoto acumulado é transferido para os reatores
por meio da elevatória.
A elevatória opera com dois conjuntos de moto-bomba submersível sendo uma
reserva para caso de problemas eletromecânico com a bomba titular. Os sensores são
constantemente verificados para que não ocorram problemas de transferência do esgoto
para os reatores e possível transbordo do tanque de acumulo.
Os conjuntos de aeradores têm a finalidade de aerar o esgoto bruto para que o
mesmo não torne séptico, gerando odor e incomodo à sociedade. Os sobrenadantes que
acumularem nos taludes são removidos e enviados para as caçambas.
36
5.8 Tanque de contato – desinfecção
Após a sedimentação nos reatores o clarificado é descartado para o tanque de
contato onde é aplicado o hipoclorito de sódio para desinfecção e sedimentação de algum
resíduo sólido que ainda possa conter no clarificado.
- Estrutura do tanque de contato:O tanque de contato mede 22,50 m de comprimento, 30
m de largura e 1 m de profundidade com uma área de 675 m2 e volume de 675 m3.
- Aplicação de Hipoclorito de Sódio: Por meio de bombas dosadoras, é aplicado o
hipoclorito na saída do efluente dos reatores. A concentração do hipoclorito é próximo de
10% e, na saída para calha Parshall, é feito a leitura do residual de cloro.
5.9 Controle dos parâmetros operacionais do efluente final
Para controle operacional da ETE Araretama os seguintes parâmetros são
controlados:
• Residual de cloro entre 0,3 á 0,5 ppm;
• pH entre 6,0 e 10;
• OD em torno de 5 mg/l.
• Sólidos sedimentáveis< 1 ml/l.
Deve-se manter controle da abertura da válvula de descarte dos reatores para
que o tanque de contato não transborde ou vaze.
- Descarte do efluente: Após o processo de desinfecção o efluente é descartado na canaleta
da calha Parshall a qual deságua diretamente no corpo receptor. A vazão do efluente final é
medida por um medidor de vazão ultra-sônico instalado na calha Parshall. O resultado é
coletado diariamente e lançado em uma planilha de controle de vazão diária.
37
5.10 Descarte e desidratação de lodo
Conforme descrito no item 6.3, quando os reatores apresentam nos resultados
de analises de cone inhoff valores acima de 500 ml/l de lodo, o mesmo é descartado. O
procedimento de descarte ocorre da seguinte maneira:
• No fim do ciclo, o sistema é operado manualmente, colocando-se toda a
botoeira dos painéis no manual;
• Com o sistema de aeração ligado, abri-se as duas válvulas de descarte do fundo
dos reatores de maneira que a canaleta não transborde;
• Observa-se o nível do tanque de adensamento. Para que o mesmo encha até
ultrapassar os buzinotes que se encontram próximo a canaleta de descarte do
efluente do lodo de adensamento;
• Depois de efetuado a operação, fecha-se as válvulas de descarte e novamente o
sistema é colocado em operação no modo automático.
- Tanque de adensamento de lodo:O tanque de adensamento é mantido em aeração
continua, para que ocorra o processo de estabilização do material biológico. Quando o lodo
se sedimentada no fundo do tanque, são abertos os buzinotes para que o efluente seja
descartado de volta para a elevatória e assim retornar ao processo de tratamento. Deve-se
também observar o acumulo de vetores ou odor que possa ocorrer, assim como infiltração
nas paredes e comunicar o encarregado caso venha ocorrer.
-Tanque de lodo adensado:Após o adensamento do lodo, o material é bombeado por meio
de bombas de eixo horizontal para o tanque de lodo adensado para que o mesmo seja
desidratado por centrifuga ou por bag. Da mesma forma que o tanque de adensamento de
lodo, os buzinotes devem ser abertos quando houver o excesso de água. Deve-se também,
no momento do descarte, observar o nível do tanque para que não ocorra o
transbordamento.
-Descarte de lodo em bag: Após a preparação do polímero, para descartar o lodo no bag, é
necessário seguir o seguinte procedimento:
38
• Aciona-se as bombas de transferência de lodo do tanque de adensamento de
lodo para o tanque de lodo adensado;
• Aciona-se a bomba de transferência de lodo do tanque de lodo adensado;
• Aciona-se a dosadora de polímero de floculação (2%m/m);
• Coleta-se uma amostra do lodo misturado ao polímero e verificar a
floculação;
• Caso não houver floculação, aumenta-se a dosagem de polímero;
• Verifica-se a altura do bag. Ao chegar a 1,80m de altura, desliga-se a
dosadora e as bombas de transferência;
• Deve-se jatear o Bag com bombas de alta pressão,para que o percolado e os
resíduos de lodo retornem para o inicio do processo e não haja acumulo de
vetores no local.
• O bag após diversos enchimentos deve ser lavado e enviado para reciclagem.
- Descarte de lodo na centrífuga: Após a preparação do polímero, para descartar o lodo
na centrifuga, é necessário seguir o seguinte procedimento:
• Aciona-se as bombas de transferência de lodo do tanque de adensamento de
lodo para o tanque de lodo adensado;
• Aciona-se a bomba de transferência de lodo do tanque de lodo adensado;
• Aciona-se a dosadora de polímero de floculação (2%m/m);
• Aciona-se a centrifuga;
• Aguarda-se até o surgimento das primeiras tortas de lodo;
• As tortas devem estar visualmente bem compactas e com pouca umidade. Caso
ocorra o excesso de umidade, aumenta-se a dosagem de polímero;
• Deve-se manter a atenção na tubulação para detectar possíveis vazamentos e
caso ocorra geração de resíduo de lodo, limpar o local e enviar o resíduo para a
caçamba;
• Observa-se sempre o volume de lodo na caçamba. Ao chegar a 90% de sua
capacidade a caçamba então é coberta por lona para evitar a dispersão de
resíduos, substituída e devidamente enviada para o aterro sanitário credenciado.
39
6 Análise do Funcionamento da ETE Araretama
Serão analisadas, a seguir, as fases para implantação do Sistema de Gestão Ambiental
baseado na NBR ISO 14001 da ETE Araretama, desde o funcionamento da mesma, antes
da implantação do SGA, até os resultados obtidos como SGA certificado.
6.1 Antes da implantação do SGA
ETE Araretama começou a funcionar em 2003 sem um programa de monitoramento pré-
definido, com total despreparo dos técnicos que operariam o sistema e uma gerência
resistente a mudanças de postura e novos rumos.
Naquela época para desenvolver as atividades, a ETE Araretama contava com apenas um
funcionário, que tinha como atividade coleta de amostras e as manutenções gerais. Tais
atividades não dispunham de um sistema de programação, não tinham frequências pré-
definidas e as manutenções gerais aconteciam informalmente, ou seja, não eram
registradas, nem tão pouco sistematizadas.
Os dados analíticos, em função do não atendimento da legislação aplicável, pelo tipo de
tratamento, eram inconsistentes no que diz respeito ao que de fato deveria ser monitorado.
Não havia preocupação com as questões ambientais como controle dos resíduos gerados na
área.
6.2 Serviços Externos Contratados
A Divisão de Operação do Vale do Paraíba - Sabesp optou pela contratação da empresa de
consultoria. O contrato com a empresa previa que a orientação n acondução dos trabalhos
de implementação do sistema seria realizada por uma equipe de consultores que efetuavam
visitas periódicas à ETE Araretama, assim como consultoria em outros sistemas de
Tratamento de Esgoto da Divisão, quais também seriam licenciados.
40
Além desta orientação, a consultoria ministrou os treinamentos de:
• Educação ambiental a todos os envolvidos no sistema;
• Interpretação e implementação da norma NBR ISO 14001, ministrado à alta
administração, ao representante da administração e ao encarregado da área;
• Formação de auditores internos, à equipe de auditoria interna, formada por pessoas
diretamente envolvidas no sistemas e, também, de outras áreas da empresa.
A Divisão de Operação do Vale do Paraíba optou pela contratação de serviços de
consultoria, por entender que se tratava da implantação de uma norma que envolveria
outros departamentos da Sabesp e por ter se proposto a atingir tal certificação em curto
espaço de tempo, mas, também, principalmente por julgar que naquele momento, não tinha
profissional familiarizado com os requisitos da norma.
6.3 Diagnóstico Inicial
O diagnóstico inicial foi realizado por empresa contratada e funcionou como uma auditoria
inicial, levantando dados históricos e apontando necessidades de adequações, bem como
pontos a serem trabalhados durante o processo de implantação.
Foram levantados alguns elementos denominados de oportunidades de melhoria, fato este
que auxiliou na avaliação dos aspectos que iriam demandar maior dedicação e atenção por
parte da coordenação e/ou da equipe de implementação do projeto. Os pontos considerados
como oportunidades de melhoria foram:
• A gestão existente na ETE Araretama é caracterizada pela agilidade e inovação na
solução dos desafios. No entanto, o alto grau de informalidade, muitas vezes,
acrescenta situações corretivas desnecessárias e custosas. Neste sentido, um dos
desafios do projeto é o de sistematizar as ações de meio ambiente;
• Em consonância com a necessidade de sistematização, percebeu-se a oportunidade
de otimizar o fluxo de informações entre as diversas áreas e funções, no sentido de
eliminar a duplicação de informações desnecessárias, assim como de trazer os
dados estritamente necessários a quem realmente irá utilizá-los no processo de
tomada de decisão;
41
• Verificou-se a ausência de identificação das áreas e processos, como placas de
identificação do resíduo de gradeamento e chegada de esgoto bruto, não
assegurando o controle sobre possíveis aspectos e impactos do local;
• Ausência de cobertura na área de desaneração e caçamba de resíduos, podendo
contribuir com a proliferação de vetores e geração de odor devido a incidência de
aguas fluviais;
• Verificou-se também a necessidade da implantação de uma central de resíduos para
resíduos gerados como lâmpadas e outros materiais contaminado, além de tanques
de contenção para os reservatórios de hipoclorito e óleo diesel, afim de conter
qualquer vazamento em potencial.
Após esta avaliação prévia, o consultor afirmou que o cronograma de implementação
proposto pela Divisão de Operação do Vale do Paraíba - Sabesp era viável e dependia tanto
da efetiva disponibilidade de homens-hora das áreas envolvidas com o sistema, como dos
esforços do Representante da Administração e da equipe de implantação do projeto. Para
tanto, seria imprescindível o efetivo comprometimento da Alta Administração com o
futuro SGA e que caberia, ainda, à Alta Administração facilitar a condução do processo de
implantação do SGA, bem como acompanhar o mesmo dentro das metas estabelecidas.
6.4 Política ambiental
De modo a atender aos requisitos da norma NBR ISSO 14001, que são especifico
para o estabelecimento de um Sistema de Gestão ambiental, A Sabesp implantou em sua
política institucional a Política de Meio Ambiento que visa:
• Atuar na prevenção da poluição hídrica e gestão dos resíduos sólidos.
• Desenvolver as pessoas para promover a melhoria continua dos produtos
processos e serviços, visando a qualidade ambiental
• Assegurar a conformidade à legislação ambiental compromissos subscritos.
• Adotar critérios ambientais para gestão de fornecedores.
• Fomentar o desenvolvimento de tecnologias voltadas a proteção,
conservação e recuperação do meio ambiente
42
6.5 Planejamento
Com objetivo de atender a norma seguindo o ciclo PDCA, desenvolveu-se
primeiramente o “levantamento de aspectos e impactos ambientais” (LAIA) da ETE
Araretama. Estes foram avaliados para as atividades e produtos, que podem sem
controlados e sobre os quais a ETE tem influência, com o objetivo de determinar aqueles
que possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente. Este “levantamento” é
atualizado sempre que há mudanças no processo ou estrutura da ETE de modo a se
enquadrar nos objetivos e metas da norma.
Para o atendimento deste requisito, elaborou-se um procedimento operacional que
tem como linhas gerais:
• Definição do processo, divisão para facilitar a gestão dos aspectos, como
tratamento, manutenção, suplementos, etc;
• Definição das etapas do processo, subdivisão para estruturar aspectos de
acordo com as etapas e/ou local que acontece uma ação especifica num
determinado processo.
• Item, numeração para organização do LAIA;
• Atividade/Produto/Serviço, definição das atividades e/ou eventos (situações
de emergência, como incêndio, vazamentos, etc.) a serem considerados na
identificação dos aspectos;
• Estabelecimento de uma lista de aspectos ambientais e seus respectivos
impactos ambientais;
• Caracterização do aspecto (condição, intervenção, situação, probabilidade
e/ou frequência);
• Quanto às condições de operação, determinar a condição do processo em
que o aspecto se manifesta, visando diferenciar os aspectos que são
contínuos ao longo do processo daqueles que são intermitentes ou
ocasionais segundo sua situação (Normal Anormal ou Emergencial).
• Quanto à intervenção, identificar o tipo de interferência que a Sabesp pode
exercer sobre o processo, atividade, produto e serviço à qual o aspecto
ambiental está associado, podendo ser de forma Direta ou Indireta.
43
• Quanto à situação, avaliar se os aspectos ambientais ocorrem em situação
real ou potencial, considerando as consequências atuais e futuras no local.
• Quanto à frequência e/ou probabilidade, identificar e quantificar a
probabilidade ou frequência de ocorrência do aspecto ambiental, conforme
critérios apresentados na Tabela 5:
Tabela 5 - Classificação e pontuação quanto a frequência e/ou probabilidade.
Classificação Pontuação Definição
Baixa – B 1 Nunca ocorreu e a probabilidade de ocorrência
é remota
Media – M 2 O aspecto ocorre eventualmente
Alta – A 3 O aspecto ocorre com frequência
• Classificação do impacto ambiental (severidade, abrangência e imagem);
• Quanto à severidade, identificar o nível de criticidade do impacto ambiental
gerado ao meio ambiente, tendo em base a severidade que avalia temas
como: quantidade, concentração, toxicidade, patogenicidade, volatilidade e
outros e quantificar conforme tabela 6.
44
Tabela 6 - Classificação e pontuação quanto a severidade
Classificação Pontuação Definição
Baixa – B 1
Impactos com danos pouco significativos e
facilmente reversíveis;
Pequena extensão, facilmente remediada ou
desprezível ao Meio Ambiente.
Media – M 2
Impactos com danos de médio
comprometimento e com significativo esforço
para reversibilidade;
Média extensão, gerador de alguma
contaminação ou dano ao Meio Ambiente de
forma reversível.
Alta – A 3
Impacto com danos graves;
Grande extensão, irreversível ou dificilmente
reversível ao meio ambiente;
Dano permanente ou potencialmente
irreversível ao Meio Ambiente.
• Quanto à abrangência: identificar a escala do impacto ambiental gerado
pela empresa, considerando suas causas locais, regionais e globais em
relação ao meio ambiente e quantificar conforme tabela 7.
45
Tabela 7 - Classificação e pontuação quanto a abrangência
Classificação Pontuação Definição
Local – L 1
O impacto ambiental ocorre dentro dos limites
territoriais da planta, próximo do local de
ocorrência do aspecto, podendo causar danos
regionalmente, ou seja, nos limites da planta
até os limites do município.
Regional – R 2
O impacto ocorre fora dos limites do
município podendo causar danos aos limites
do Estado.
Global - G 3
O impacto ocorre fora dos limites do Estado,
podendo causar danos além dos limites
Nacionais.
• Quanto à imagem: avaliar a imagem considerando a visão das partes
interessadas, quanto a à preocupação individual ou em grupo com relação
aos aspectos e impactos ambientais das atividades, produtos e/ou serviços da
Sabesp e quantificar conforme tabela 8.
Tabela 8 - Classificação e pontuação quanto a imagem
Classificação Pontuação Definição
Preocupação
Remota –PR 1
Aspecto ambiental não manifestado pelas
partes interessadas e/ou não associado
diretamente com atividades, produtos e/ou
serviços da Sabesp.
Preocupação
Latente – PL 2
Aspecto ambiental que pode ser manifestado
pelas partes interessadas e/ou pode estar
associado diretamente com atividades,
produtos e/ou serviços da Sabesp.
Preocupação
Manifestada – PM 3
Aspecto ambiental manifestado pelas partes
interessadas e associado diretamente com
atividades, produtos e/ou serviços da Sabesp.
46
Determinação e Classificação do nível de Significância: calcular o nível
considerando os valores gerados quanto aos Aspectos e impactos, através da relação:
Nível de Significância = (frequência e/ou Probabilidade) x Consequência
Onde:
• Frequência e/ou Probabilidade = ocorrências de aspectos reais e potenciais;
• Consequência = severidade + Abrangência + Imagem.
• classificar o nível de significância em Baixo, Moderado ou Critico, de
acordo com os valores obtidos na Matriz de nível de Significância (Tabela
9)
Tabela 9 - Matriz de nível de significância
Consequência = Severidade + Abrangência +Imagem
Probabilidade 3 4 5 6 7 8 9
Baixa (1) 3 4 5 6 7 8 9
Média (2) 6 4 10 12 14 16 18
Alta (3) 9 12 15 18 21 24 27
Medidas de controle, estabelecer medidas de controle, considerando a classificação
do aspecto:
• CRITICOS: estabelecer medidas de controle operacionais e/ou formas de
monitoramento que visam mitigar e manter sob controle os impactos
ambientais inerentes ás atividades, produtos e serviço;
• MODERADOS: estabeleça formas de monitoramento visando à tomada de
ações corretivas e preventivas;
• BAIXOS: sujeitos a legislação: estabeleça medida de controle operacionais
e/ou formas de monitoramento para no mínimo o cumprimento da
legislação.
O levantamento dos aspectos ambientais a à avaliação quanto a significância foram
realizados pelo Grupo Operacional de Projetos e Engenharia (GOPE) , juntamente com a
47
equipe técnica Local, demonstrado pela Figura 4. Esta avaliação foi realizada
considerando-se os requisitos legais a serem atendidos, a magnitude do aspecto, a
probabilidade ou frequência de ocorrência e a existência de demanda das partes
interessadas.
48
Figura 4 - Levantamento de aspectos e impactos Ambientais (PO-ES0165 - LAIA) Fonte: SOE – Sabesp 2012
49
Para o atendimento tanto dos requisitos legais como o de outros, o grupo de
qualidade da Divisão do Vale juntamente com a equipe técnica da Divisão de
Pindamonhangaba (RVDP) realizou uma pesquisa na prefeitura e órgãos federais para
verificação de toda Legislação pertinente ao escopo de certificação.
De posse desta legislação e confrontando-a com o levantamento dos aspectos e
impactos, foi estabelecida qual é a legislação ambiental aplicável à ETE Araretama, em
que foram consideradas as atividades, produtos e serviços realizados no escopo. O
resultado deste levantamento foi inserido no sistema de informações ambientais (SIGA) e
permite que se acesse à legislação aplicável a cada aspecto ambiental nos níveis federal,
Figura 5 - Lista de Legislações aplicáveis ETE Araretama Fonte: SIGA – Intranet Sabesp 2012
50
estadual e municipal, conforme figura 5.
A identificação dos aspectos ambientais, juntamente a identificação da legislação aplicável
foram o ponto de partida para o estabelecimento dos objetivos e metas ambientais. Tais
como:
• À redução da poluição associada à contaminação do Solo, dos recursos
hídricos e atmosfera;
• Ao envolvimento dos colaboradores e fornecedores na conscientização
ambiental.
Para o monitoramento do desempenho destes objetivos e verificação do
atendimento às metas ambientais, foram definidos itens de controle específicos para o meio
ambiente. Para os dados que já eram monitorados, foi possível utilizar dados históricos e
estabelecer as faixas de operação e as metas a serem atingidas. Para os que não possuíam
monitoramento, iniciou-se a coleta de dados para a posterior definição das faixas normais
de operação e das metas.
6.6 Treinamento e Conscientização
O Grupo de Qualidade da divisão de Pindamonhangaba utilizou os procedimentos
existentes para identificação das necessidades de treinamento, assegurando-se de que todas
as pessoas que exercem atividades, que possam gerar impactos ambientais, recebam
treinamento apropriado, com base em educação, experiência, devendo estar conscientes:
• Da importância da conformidade com a política ambiental, procedimentos e
requisitos do SGA;
• Dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais, de suas
atividades e dos benefícios ao meio ambiente resultantes da melhoria de seu
desempenho pessoal;
• De suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com a
política ambienta, procedimentos e requisitos do SGA, inclusive os
requisitos de preparação e atendimento a emergências;
51
• Das potenciais conseqüências da inobservância de procedimentos
operacionais especificados.
Os primeiros treinamentos realizados na Divisão de Pindamonhangaba visaram a
conscientização de todos os funcionários. Começando com a gerência e encarregados em
um treinamento focado nos principais problemas ambientais do mundo e o porquê de se
buscar uma certificação ISO 14001.
Para os funcionários envolvidos diretamente com a ETE Araretama, como
operadores, equipe de manutenção, equipe rotativa, foi ministrado pela consultoria externa
um treinamento de educação ambiental, no qual foram explicados os problemas ambientais
mundiais, os conceitos do sistema de gestão ambiental (ISO 14001), a política ambiental
da Sabesp, conceituação de aspectos e impactos ambientais, atitudes a serem tomadas em
uma situação de emergência e o funcionamento do sistema de comunicação.
Os funcionários que não exercem atividades ligadas a ETE Araretama, receberam
um treinamento mais simplificado sobre educação ambiental, problemas ambientais
mundiais e a política ambiental da Sabesp.
Numa segunda etapa, foram reunidos funcionários que executam serviços na ETE
Araretama e ministrado treinamento referente ao conhecimento dos procedimentos
operacionais da ETE e aos aspectos e impactos ambientais (LAIA) de acordo com a
atividade especifica a qual realiza.
Numa terceira etapa foram reunidas as equipes as empresas terceirizadas que
prestam serviço na ETE Araretama e foi ministrado um treinamento sobre a política
ambiental da Sabesp e sobre educação ambiental, no qual foram explicados os problemas
ambientais mundiais e a importância do controle e destinação dos resíduos gerados pelas
atividades que eles executam.
Para a programação dos treinamentos a serem ministrados, a Divisão de Operação
de Pindamonhangaba (RVDP) utiliza como ferramenta a matriz de capacitação pessoal.
Nesta matriz cada funcionário tem definido quais os treinamentos necessários para o
desenvolvimento de suas funções, além daquelas consideradas complementares.
52
6.7 Sistemas de Comunicação
Para o atendimento ao requisito 4.4.3 Comunicação da NBR ISO 14001, foi
estabelecido um procedimento que define como o sistema de comunicação ambiental está
estruturado, destacando os processos de comunicação interna e externa.
Para se comunicar com o meio externo, foram implantadas placas de aviso nas
áreas da Sabesp de Pindamonhangaba com a disponibilização de seu telefone para contatos
relativos às questões ambientais e comunicações sobre emergência. Também foi divulgado
no jornal local um informativo sobre o meio ambiente e a ETE Araretama.
Para a comunicação interna foi utilizado a intranet, murais, folders e cartazes sobre
a política de meio fazendo com que todos colaborados recebessem as principais
informações do SGA. Complementando estes veículos de informação foi implantado nas
reuniões mensais da divisão o “Momento ISO” onde e repassada a todos os funcionários a
política de meio ambiente e informações do SGA.
Para informar os visitantes da ETE Araretama sobre a responsabilidade ambiental e
a ISO 14001, eles são abordados pelo vigia o qual informa a rota de fuga e entrega um
cartão informativo sobre a política de meio ambiente.
6.8 Documentação do Sistema de Gestão Ambiental
Nesta etapa, foram estabelecidos e mantidos procedimentos e instruções ambientais
para identificação das necessidades de treinamento e conscientização, para comunicação;
para os requisitos legais e outros requisitos, procedimentos de emergências, para
monitoramento e medição, para ações corretivas e preventivas, além de procedimentos
para controle de todos os registros gerados no SGA. Toda esta documentação é controlada
de forma a ser facilmente localizada, periodicamente analisada, revisada e quando
obsoletada, descartada.
53
Todos os documentos têm um código identificador, de acordo com seu emprego.
Cada documento apresenta: Código identificador, responsável pela elaboração, titulo do
documento, área emitente, área relacionada (abrangência) e data de vigência.
Estes documentos estão disponíveis em meio eletrônico (intranet) no Sistema de
Organização Empresarial (SOE) o qual é linkado ao Sistema MaxDoc, ferramenta utilizada
para controle, uniformização e distribuição de documentos na empresa. Neste sistema é
possível verificar a vigência de todos os documentos (formulários e procedimentos)
utilizados na Divisão.
Os documentos são revisados e atualizados de acordo com as necessidades e
sugestões de melhorias de suas áreas referentes, pelos editores responsáveis e colocados
para aprovação do representante da Administração e então são disponibilizados no Sistema
(SOE).
6.9 Controle Operacional
O controle operacional foi um dos itens que receberam maior dedicação, uma vez
que é nas atividades operacionais e no seu controle, que se tem o engajamento das pessoas,
e onde se pode tomar ações corretivas, preventivas e de melhoria, aperfeiçoando desta
forma o sistema.
Foram identificadas as operações associadas aos aspectos ambientais significativos
e planejadas as atividades, de forma a assegurar que estas fossem executadas, a fim de
prevenir a geração de impactos ambientais significativos. Nesta etapa, foram revistos e
elaborados diversos procedimentos, visando cobrir as exigências da Norma e atuas
preventivamente, onde sua ausência possa acarretar desvios em relação à política ambiental
e aos objetivos e metas, bem como efetuar a comunicação dos procedimentos e requisitos
pertinentes a serem atendidos pelos fornecedores. Entre os procedimentos que foram
estabelecidos para o atendimento aos requisitos da ISO 14001, estão os de:
• Controle de produtos e resíduos.
• Implantação de uma central de resíduos para armazenamento e posterior
destinação dos mesmos;
54
• Limpeza e conservação das áreas da ETE Araretama;
• Analises físico-químicas e atendimento a legislação para lançamento de
efluente no corpo receptor;
• Licenciamento ambiental;
• Medição de ruídos, odor e fumaça preta gerados na ETE Araretama;
Para o controle de produtos químicos foi implantado o Procedimento Empresarial –
Gerenciamento Ambiental de Produtos Químicos (PE-MB0009) o qual tem como objetivo
estabelecer sistemática para o gerenciamento de produtos químicos, contemplando a
aquisição, o transporte, o armazenamento, a utilização e o descarte dos mesmos, dentro do
escopo definido do sistema de Gestão. Vinculado a este procedimento está o inventario de
produtos químicos (Figura 6), que é utilizado para gerenciar os produtos químicos quanto a
quantidade, fabricante, local de utilização, classe de risco e controle de FISPQs.
55
Figura 6 - Inventário de produtos Químicos (FE-MB0008)
Da mesma maneira foi implantado o Procedimento Empresarial para
Gerenciamento de resíduos Sólidos (PE-MB0010), que define as diretrizes para
gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos processos de operação, manutenção e
administração dentro do escopo, assim como orientar quanto a identificação, classificação,
segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final
dos resíduos sólidos, sempre considerando a legislação aplicável
Para gerenciamento dos resíduos gerados é utilizado controle mensal de
movimentação e destinação de resíduos o qual e consolidado mensalmente no inventario de
resíduos sólidos, que descreve tipo, quantidade, local origem, classe forma de
acondicionamento e destinação final.
56
Um fator importante para o controle operacional da ETE foi a implantação de
planilha especifica conforme Figura7 para registro das avaliações das instalações, onde o
operador têm oportunidade de identificação de anomalias, além de atuar na resolução do
problema, assim, a geração de um impacto ambiental.
Figura 7 - Relatório de Inspeção Mensal de ETEs (FO-ES0303)
Para medição e controle da emissão de odores, ruídos e fumaça preta foram
adotados procedimentos específicos e formulários para seu gerenciamento. Apontando as
principais causas de emissão dos mesmos e auxiliando no planejamento de medidas
corretivas para sua redução.
Figura 7 - - Relatório de Inspeção Mensal de ETEs (FO-ES0303)
57
6.10 Plano de preparação de atendimento a Emergências
O plano de preparação a emergência foi estabelecido para contemplar os eventos
que podem gerar situações de emergência, tais como vazamentos, derramamentos,
incêndios, contaminações, inundações, entre outros. Este plano foi elaborado em conjunto
ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT) e a brigada de incêndio da Divisão de Pindamonhangaba e testado através de
simulados envolvendo todos os colaboradores e alguns fornecedores, os quais praticam
ações de evacuação das áreas de trabalho, uso da rota de fuga, prontidão no atendimento a
emergências pela equipe operacional, o tempo para resolução dos problemas simulados,
etc. Os simulados são programados anualmente e após sua realização é elaborado um
relatório com o objetivo de testar a eficácia do plano, detectar falhas e corrigi-las quando
necessário.
6.11 Verificação e ação corretiva
Para o atendimento especifico do item de monitoramento e medição, que prevê o
acompanhamento das atividades que posam gerar impactos ambientais significativos, são
monitorados os itens de qualidade do ar, vazões de efluentes, geração de resíduos sólidos e
ruído.
Para o tratamento de uma não conformidade real ou potencial, é aberta uma
ocorrência no Sistema empresarial DocAction. Neste registro o usuário informa a origem
de ocorrência, data do fato gerador, área, setor, natureza de ocorrência e então descreve a o
fato ocorrido. A ocorrência então é enviada para caracterização e identificações de causas
que é realizada através da utilização de ferramentas de qualidade como o diagrama de
Ishikawa. Depois de devida identificação da ocorrência é criado um plano de ação que
compreende todas as ações necessárias para melhoria e/ou correção da não conformidade.
O sistema então atenta os responsáveis pelas ações quanto ao prazo da implantação de
melhoria. Após a finalização do plano de ação um terceiro funcionário fica encarregado de
verificar se as ações tomadas foram eficazes ou não.
A figura 8 mostra uma relação de ocorrências abertas já sendo tratadas ou
finalizadas pela equipe operacional da Divisão de Pindamonhangaba.
Figura 8 - Lista Ocorrência abertas para ETE Araretama (Ferramenta empresarial DocAction)
6.12 Controles de Registros
O controle de registro ambiental é de responsabilidades do representan
administração, que distribui aos demais colaboradores, cópias dos documentos do SGA.
Este controle pode ser feito via papel impresso para sistemas remotos sem acesso a intranet
ou utilizando a ferramenta MaxDoc na intranet para elaborar relação conte
Lista Ocorrência abertas para ETE Araretama (Ferramenta empresarial DocAction)
Controles de Registros
O controle de registro ambiental é de responsabilidades do representan
administração, que distribui aos demais colaboradores, cópias dos documentos do SGA.
Este controle pode ser feito via papel impresso para sistemas remotos sem acesso a intranet
ou utilizando a ferramenta MaxDoc na intranet para elaborar relação conte
58
Lista Ocorrência abertas para ETE Araretama (Ferramenta empresarial DocAction)
O controle de registro ambiental é de responsabilidades do representante da
administração, que distribui aos demais colaboradores, cópias dos documentos do SGA.
Este controle pode ser feito via papel impresso para sistemas remotos sem acesso a intranet
ou utilizando a ferramenta MaxDoc na intranet para elaborar relação contendo as
59
informações de identificação dos responsáveis pela coleta, dados sobre o acesso,
arquivamento, indexação, armazenamento, tempo de retenção e disposição de todos os
registros do SGA, demonstrado na Figura 9 .
Figura 9 – Controle de Registros (Ferramenta empresarial MaxDoc)
A identificação de um registro consta do nome do registro, e de seu estado
revisional. O responsável pela coleta descreve a função da pessoa da área que gerou o
registro. O acesso indica quem são as pessoa e/ou função que podem acessar o registro. O
arquivamento indica o local da Divisão de Pindamonhangaba, onde os registros estão
arquivados. A indexação é a forma como este registro está sendo arquivado (ex. por data,
60
por numero, etc.). O armazenamento é o meio pelo qual o registro está sendo arquivado
(Ex: meio eletrônico, arquivo em papel, etc.), devendo garantir a boa manutenção do
registro. O tempo de retenção indica por quanto tempo um registro deve ser armazenado e
a disposição orienta o que deve ser feito com o registro, uma vez que vencido.
6.13 Auditorias do Sistema de Gestão Ambiental
As auditorias do Sistema de Gestão Ambiental são realizadas para avaliar o grau de
conformidade das disposições planejadas para o SGA e os requisitos da Norma NBR ISO
14001, determinar a eficácia do sistema implementado, prover ao auditado uma
oportunidade de melhorar o SGA e permitir com base no resultado da avaliação, analisar
criticamente o Sistema de Gestão Ambiental implementado.
Esta verificação é realizada periodicamente, através de auditoras internas realizadas
por equipes especializadas da própria empresa, em intervalos de aproximadamente seis
meses e, também, através de auditorias externas realizadas elos organismos de terceira
parte.
O planejamento das auditorias internas considera a importância das atividades ou
áreas a serem auditadas de acordo com o levantamento dos aspectos ambientais, o número
de não conformidades nas auditorias anterior, fatores externos, como reclamação de partes
interessadas, mudanças organizacionais e inclusão de novos projetos.
Ao final da auditoria é apresentado um relatório, indicando o desempenho das áreas
auditadas em uma reunião de acatamento, e posteriormente são abertas ocorrências para
tratar as não conformidades e as sugestões de melhoria.
6.14 Análise Crítica pela Alta Administração
A análise crítica pela alta administração é realizada em períodos não superiores a
três meses. Tem por objetivo assegurar a contínua adequação e eficácia do SGA em
61
atender aos requisitos da norma NBR ISO 14001, à política ambiental e aos objetivos e
metas estabelecidos.
Participam destas reuniões, gerentes de departamentos, de divisões, encarregados, o
representante da administração e convidados. A análise crítica é baseada nos resultados das
auditorias, sendo avaliadas as ações corretivas e preventivas tomadas. São analisados os
indicadores de desempenho do Sistema de Gestão Ambiental e o atendimento à política
ambiental, objetivos e metas ambientais propostos.
Nestas reuniões são tomadas decisões relativas a investimentos e plano de ações
necessários para o atendimento aos requisitos do SGA.
7 Conclusões
Com o presente trabalho foi possível observar a importância da conscientização
ambiental dos funcionários envolvidos com a ETE Araretama, pois suas ações impactam
diretamente na Gestão ambiental.
A implantação do Sistema de Gestão Ambiental trouxe vários benefícios e
melhorias, devido ao fato de o mesmo ser baseado na melhoria contínua. Com a
conscientização ambiental imposta pelo SGA, os colaboradores detectam em suas
atividades, quais ações impactam diretamente na melhoria do sistema proposto pelo SGA.
Assim, as ações ou atividades que antes não eram notadas como benéficas ou maléficas
para o meio ambiente, passam a ser identificadas e consideradas na tomada de decisão ou
na simples execução de uma operação.
Pode-se salientar, que mesmo com o empenho e comprometimento da Equipe
Técnica operacional da Divisão de Pindamonhangaba na implantação do SGA, não é
possível sanar ou alcançar a redução imediata de alguns impactos ambientais, pois o ritmo
de melhoria continua, por muitas vezes é determinado pela empresa, em função de várias
circunstâncias, inclusive econômicas.
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Para que a gestão ambiental do sistema de tratamento de esgoto seja efetiva, é
necessário primeiramente que o grupo gestor conheça o sistema tecnicamente, valorize
esse sistema preconizando sua importância, conheça os problemas e como eles podem
interferir em todo o sistema e, finalmente, leve em consideração as interferências que o
sistema de tratamento de esgoto têm com os demais sistemas de saneamento (de água, de
drenagem, de resíduos).
Com a definição de uma política ambiental, que procura determinar a minimização
dos impactos ambientais gerados por uma Estação de Tratamento de Esgoto, a preservação
da qualidade e quantidade dos recursos hídricos para o atendimento da população e das
gerações futuras está assegurada, pois é de suma importância este papel publico na
estimulação do desenvolvimento sustentável. Podendo se destacar a implantação do
gerenciamento ambiental, desde a entrada das águas residuárias, insumos, tratamento até a
saída do efluente tratado e geração de resíduos. O que mostra que o Sistema de Gestão
ambiental pode ser implantado em qualquer sistema de tratamento de esgoto.
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Ambiente.
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