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    Planeamento Estratgico de Destinos Tursticos

    Autor: Lus Ferreira

    Instituio: ISCET Instituto Superior de Cincias Empresariais e do Turismo / CIIIC -

    Centro de Investigao Interdisciplinar e de Interveno Comunitria

    Contacto: [email protected]

    RESUMO

    As mudanas no mercado turstico e a necessidade de novas estratgias que respondam

    aos desafios actuais e futuros reclamam polticas capazes de responderem aos

    problemas de reestruturao econmica, social e ambiental nas zonas urbanas e rurais,

    bem como em alguns pases/regies que, desejam, tambm agora, desenvolver o

    turismo com o objectivo de atrair investimento, promover o crescimento econmico e

    gerar emprego.

    Vrios so os destinos que testemunharam um declnio no nmero de visitas, como

    resultado de alteraes nos padres da procura, bem como num aumento na

    concorrncia por parte de outros destinos mais populares, promovidos por poderosos

    operadores tursticos. Na realidade, alguns destinos estabelecidos no eram

    suficientemente pr-activos para identificar as foras impulsionadoras de mudana em

    mercados de turismo mais competitivos. Por outro lado, algumas regies naturais, nunca

    planeadas como destinos tursticos, estabeleceram-se, ao longo dos anos, como

    atraces populares para a prtica de turismo e outras actividades recreativas.

    Embora muitos dos governos foquem, principalmente, os benefcios econmicos, tem-

    se vindo a reconhecer os potenciais custos ao nvel social e ambiental e a necessidade de

    investigao cuidadosa ao nvel dos efeitos no econmicos. A necessidade da

    realizao de planeamento estratgico em turismo e da interveno do governo, no

    processo de desenvolvimento, so as respostas tpicas para os efeitos no desejados do

    desenvolvimento do turismo, particularmente ao nvel local.

    Neste sentido, justifica-se a necessidade de um conhecimento aprofundado da gesto do

    turismo nos destinos tursticos bem como o desenvolvimento sustentado do turismo comuma forte componente de planeamento estratgico. Assim, so analisados ao longo do

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    presente artigo, as variveis da macro envolvente global de um destino turstico: a

    evoluo dos fluxos tursticos, das motivaes dos turistas e dos impactos no turismo do

    destino, bem como o planeamento em turismo e o desenvolvimento sustentado do

    turismo apresentam-se como aspectos determinantes para a sobrevivncia a mdio prazo

    dos destinos tursticos. O estudo e o conhecimento das variveis em anlise tm-se

    revelado, para os destinos tursticos que as conhecem, um factor determinante da sua

    competitividade.

    Neste contexto, apresentam-se, ainda, as pesquisas recentes associadas aos modelos de

    planeamento estratgico de destinos tursticos realizadas no mbito de um projecto de

    investigao em curso: Polticas Pblicas e Modelos Planeamento de Destinos

    Tursticos. Assim, ser apresentado o benchmarking realizado na investigao em curso,

    tendo por base o estudo de case studies, que permitem conhecer as melhores prticas

    internacionais em planeamento estratgico de destinos tursticos.

    INTRODUO

    O presente artigo pretende destacar a relevncia do planeamento estratgico de destinos

    tursticos apresentando a pesquisa realizada no mbito de um projecto de investigao

    aplicada: Polticas Pblicas e Modelos de Planeamento de Destinos Tursticos

    A sua estrutura constituda por uma introduo e pela apresentao das cinco variveis

    da macro envolvente de um destino turstico, entendidas como relevantes para o

    planeamento estratgico: a evoluo dos fluxos tursticos, as mudanas nos

    comportamentos e nas motivaes, os impactos do turismo no destino, o

    desenvolvimento sustentado do turismo e a necessidade de planeamento em turismo.

    No ponto dois apresenta-se o planeamento estratgico de destinos tursticos com

    destaque para o planeamento em turismo e para o processo integrado de planeamento

    estratgico em turismo.

    De seguida apresenta-se o projecto de investigao: Polticas Pblicas e Modelos de

    Planeamento de Destinos Tursticos, destacando a investigao realizada no mbito doPlan Maestro de Desarrollo Turstico Sostenible, 2007-2020, do Panam, com

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    referncia ao processo metodolgico e ao Plano, com relevo para as suas fases,

    objectivos, regies, produtos, mercados, comercializao, gesto e viabilidade.

    No ltimo ponto apresentam-se as principais reflexes associadas presente

    investigao e que se pretende contribuam para um melhor conhecimento e

    compreenso dos modelos de planeamento estratgico de destinos tursticos,

    conduzindo criao de destinos tursticos mais sustentveis e competitivos, face ao

    constante ambiente de mudana que se verifica na envolvente turstica.

    Neste contexto, nos pontos seguintes desenvolvem-se os aspectos centrais que

    permitiram a construo do presente artigo e apresentar os primeiros resultados da

    investigao realizado no mbito do projecto: Polticas Pblicas e Modelos de

    Planeamento de Destinos Tursticos.

    1. Variveis da Macro Envolvente Global de um Destino Turstico

    Vrios so os destinos que testemunharam um declnio no nmero de visitas, como

    resultado de alteraes nos padres da procura, bem como num aumento na

    concorrncia por parte de outros destinos mais populares, promovidos por poderososoperadores tursticos. Na realidade, alguns destinos estabelecidos no eram

    suficientemente pr-activos para identificar as foras impulsionadoras de mudana em

    mercados de turismo mais competitivos. Por outro lado, algumas regies naturais, nunca

    planeadas como destinos tursticos, estabeleceram-se, ao longo dos anos, como

    atraces populares para a prtica de turismo e outras actividades recreativas (Ferreira,

    2004).

    Neste contexto afigura-se pertinente o estudo das variveis da macro envolvente global

    de um destino turstico (Ferreira, 2005) (Figura 1.).

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    Figura 1. Variveis da macro envolvente global de um destino turstico

    Fonte: Adaptado Ferreira (2005)

    Como enquadramento ao tema central do presente artigo so apresentadas e analisadas

    as cinco variveis da macro envolvente de um destino turstico (2.), entendidas como

    relevantes para o planeamento estratgico (Figura 1.): (1.1.) a evoluo dos fluxos

    tursticos, (1.2.) as mudanas nos comportamentos e nas motivaes, (1.3.) os impactos

    do turismo, (1.4.) o desenvolvimento sustentado do turismo e (1.5.) a necessidade de

    planeamento em turismo.

    1.1. A Evoluo dos Fluxos Tursticos

    A dimenso do fenmeno turstico tem, nos ltimos anos, apresentado uma evoluo de

    crescimento. Em 2005, pela primeira vez, o nmero de chegadas tursticas

    internacionais ultrapassou a barreira dos 800 milhes, cifrando-se em 806 milhes

    (OMT, 2007).Em 2007, as chegadas internacionais atingiram o nmero recorde de 903

    milhes de turistas, o que equivale a um aumento de 6,6% em relao a 2006 (OMT,

    2007).Entre Janeiro e Abril de 2008as chegadas internacionais apresentaram uma taxa

    de crescimento prxima dos 5%, quando comparadas com igual perodo de 2007(OMT,

    1.2. Mudanas noscomportamentos e nas

    motivaes

    1.1. Evoluo dosfluxos tursticos

    1.5. Necessidade deplaneamento em

    turismo

    1.4. Desenvolvimentosustentado do

    turismo

    1.3. Impactos doturismo: ambientais;econmicos, scio-

    culturais

    Gerao devisitantes e

    turistas

    2. Destinoturstico

    Partidas

    Regressos

    Acessos ao destino/regio

    Envolvente: humana, econmica,scio-cultural, tecnolgica, fsica,

    OfertaProcura

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    2008). No ano de 2008 o nmero de chegadas tursticas internacionais alcanou os 925

    milhes (UNWTO, 2009).

    O estudo de tendncias da Organizao Mundial do Turismo: Panorama 20201, aponta

    para uma previso das chegadas tursticas internacionais em 2020, de 1,56 bilies

    (OMT, 2000).As previses da Organizao Mundial do Turismo para a Europa, para

    2020, apontam para 717 milhes de chegadas tursticas internacionais, correspondendo

    a uma quota de mercado de 46%, ajustando-se o crescimento de chegadas tursticas

    internacionais para 3% ao ano(OMT, 2003).

    1.2. As Mudanas nos Comportamentos e nas Motivaes

    Tipos de Turismo

    Segundo Cunha (1997, p. 23), as vrias distines, que se fazem entre os tipos de

    turismo, prendem-se com as motivaes e as intenes dos viajantes. Distinguem-se

    vrios tipos de turismo, devido grande variedade de motivos que levam as pessoas a

    viajar. De entre os diferentes tipos de turismo que podem ser identificados, salientam-se

    os tipos de turismo, a seguir enumerados: turismo de recreio, turismo de repouso,

    turismo cultural, turismo desportivo, turismo de negcios, turismo poltico e turismo

    tnico e de carcter social (Cunha, 1997).

    Os diferentes tipos de turismo tm vindo a evoluir para novos segmentos de mercado

    como consequncia da diversificao das motivaes das pessoas na escolha das suas

    viagens. A identificao dos diferentes tipos de turismo e o conhecimento das

    tendncias internacionais, nomeadamente os novos segmentos de mercado, so

    importantes para o processo de planeamento estratgico de destinos tursticos na medida

    em que condicionam o desenvolvimento da oferta turstica, principalmente no que diz

    respeito aos atractivos tursticos a desenvolver.

    Neste contexto, Jayawardena (2002) refere que alguns tipos de turismo, com especial

    interesse, tm vindo a reflectir um rpido crescimento, alguns deles extravasando a sua

    1

    A Organizao Mundial do Turismo encontra-se a trabalhar na sua pesquisa de longo prazo oprograma: UNWTO Future Vision: Tourism Towards 2030.

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    esfera de influncia, criando sinergias e desenvolvendo novos segmentos de mercado.

    Os tipos de turismo identificados so: turismo cultural e patrimnio; turismo de

    aventura, turismo com base na comunidade local; turismo de sade e agro-(ou agri-)

    turismo. Este autor refere ainda, que, em muitos casos, possvel combinar dois ou

    mais tipos de turismo, como forma de melhor suportar o desenvolvimento local do

    turismo. Neste contexto, estes tipos de turismo, que incluem o surgimento de novos

    segmentos, desempenham, segundo Jayawardena (2002), um papel fundamental no

    planeamento estratgico do turismo ao nvel dos destinos tursticos.

    Novos Mercados e Novos Destinos

    Segundo a WTO (2001), as chegadas internacionais aumentaram de 25 milhes em

    1950, para 698 milhes de turistas em 2000. Mas os destinos das suas viagens tm

    muito a ver com o que neles se oferece. Em alguns casos, so as marcas deixadas por

    culturas passadas, noutros, so as de cultura do nosso tempo. Raramente h um motivo

    nico a atrair os turistas. preciso que ele seja muito forte para dominar a cena em

    exclusivo. Nas circunstncias mais comuns, articula-se a histria com a arte, com o

    shopping, com a gastronomia e com muitos outros elementos de atraco (Oliveira,

    2000).

    De acordo com a Organizao Mundial do Turismo (2000), verificou-se uma

    diversificao dos destinos, salientando-se os destinos que surgiram no Norte de frica,

    na sia, na Amrica Latina e nas Carabas. Em 1950, apenas quinze pases recebiam

    cem por cento dos vinte e cinco milhes de turistas internacionais. Em 1999, eram mais

    de setenta os pases e territrios que recebiam mais de um milho de turistas

    internacionais.

    Identificam-se, na Tabela 1., os segmentos de mercado mais importantes at 2020

    previstos pela Organizao Mundial do Turismo (OMT, 2000). Para alm de uma

    expanso generalizada, assistiu-se simultaneamente a uma disperso crescente dos

    turistas pelo planeta, traduzida numa maior diversificao dos destinos tursticos (DGT,

    2002).

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    Tabela 1. Os segmentos de mercado mais importantes at 2020

    Sol e praia

    Desportos

    Aventura

    Natureza

    Cultural

    Urbano

    Rural

    Cruzeiros

    Parques temticos

    Reunies e conferncias

    Fonte: OMT (2000)

    Durante anos, o turismo foi caracterizado pela concentrao: (1) concentrao

    geogrfica: os 15 principais pases, todos da Europa Ocidental e da Amrica do Norte,

    atraam 97% do total mundial; (2) cobertura sazonal (no Vero); e (3) concentrao em

    termos do objectivo da viagem, lazer e frias de Vero (WTO 2001). Hoje em dia, o

    turismo muito mais diversificado. Viajar tende a ser mais espalhado ao longo do ano

    graas crescente fragmentao das frias escolares e de trabalho e muito mais

    diversificada em termos de objectivo de viagem, durao de estada e alojamento (WTO,

    2001).

    No seguimento desta tendncia de diversificao do turismo, na literatura surgem alguns

    estudos levados a cabo para examinar a interface entre o comprar (shopping) e o turismo

    (Finn e Erdem 1995, Timothy e Butler 1995), e sobre o aparecimento do turismo de

    jogo (Loverseed, 1995) e sua capacidade de captar turistas (Long, 1995) para certa rea

    geogrfica (Nickerson, 1995). Finn e Erdem (1995) analisam o desenvolvimento de

    mega-centros comerciais, como atraces tursticas e a combinao do conceito de ir

    s compras com o de parques temticos, como um factor importante no

    desenvolvimento do turismo urbano. Timothy e Butler (1995) estudaram o aumento do

    movimento de turistas entre o Canad e os Estados Unidos e o papel do acto de ir s

    compras como um dos geradores do turismo de compras (shopping tourism).

    Um exemplo do surgimento de novos segmentos de mercado o ecoturismo (Herbig e

    OHara (1997). Um outro aspecto marcante do desenvolvimento do turismo tem sido a

    concentrao em zonas costeiras, enquanto as tendncias actuais dos gostos tursticos

    esto a criar oportunidades de desenvolvimento em regies interiores e em segmentos

    especficos de mercado, menos dependentes de atraces baseadas nas condies

    climticas (DGT, 2002).

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    As oportunidades criadas pelo turismo geram impactos nas regies onde o seu

    desenvolvimento se verifica, neste sentido, apresentam-se, no ponto seguinte, os

    impactos ambientais, econmicos e scio-culturais do turismo.

    1.3. Os Impactos do Turismo

    Mings e Chulikpongse (1994) referem que o turismo actua como um agente de

    mudana, trazendo inmeros impactos s condies econmicas regionais, s

    instituies sociais e qualidade ambiental. Segundo Rushmann (1999), os impactos do

    turismo referem-se s modificaes provocadas pelo processo de desenvolvimento

    turstico nos destinos.

    Os impactos do turismo so a consequncia de um processo complexo de interaco

    entre os turistas e as comunidades receptoras. Por vezes, tipos similares de turismo

    podem originar impactos diferentes, dependendo da natureza das sociedades em que

    ocorrem (Rushmann, 1999). A este propsito, Holloway (1994, p. 264) e Mathieson e

    Wall (1996, p. 22) argumentam que a extenso do impacto depende no s da

    quantidade, mas tambm do tipo de turistas que se deslocam a esse destino.

    Para a WTO (1993), os impactos do turismo resultam das diferenas sociais,

    econmicas e culturais entre a populao residente e os turistas e da exposio aos

    meios de comunicao social. O turismo , muitas vezes, criticado pelos impactos

    scio-culturais negativos que causa nas comunidades locais, principalmente nas de

    menor dimenso e nas mais tradicionais (WTO, 1993). Face s implicaes do

    desenvolvimento do turismo nas comunidades dos destinos, importa examinar os

    respectivos impactos. Na Tabela 2. apresentam-se de forma resumida os impactos

    ambientais, econmicos e scio-culturais do turismo.

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    Tabela 2. Impactos do Turismo

    Impactos Positivos Negativos

    Ambientais

    Criao de planos eprogramas de preservaode reas naturais

    Empreendedores tursticosinvestem em medidas deproteco da natureza

    Convvio directo com anatureza

    Poluio sonora

    Poluio visual

    Eroso do solo Congestionamento

    Consumo de gua (1)

    Poluio da gua e do ar

    Destruio da paisagem natural e darea agro pastoril

    Destruio da fauna e da flora

    Degradao da paisagem, de stioshistricos e de monumentos

    Econmicos

    Aumento do rendimento

    dos habitantes Criao de empregos

    Modificao positiva daestrutura econmica

    Industrializao bsica daeconomia regional

    Custos de oportunidade

    Dependncia excessiva do turismo

    Inflao e especulao imobiliria Sazonalidade da procura turstica

    Modificao negativa da estruturaeconmica

    Vias de acesso

    Acidentes desportivos

    Avalanches de neve

    Scio-culturais

    Modificao positiva daestrutura social

    Aumento dos nveisculturais e profissionais dapopulao

    Valorizao do artesanato

    Valorizao da heranacultural

    Orgulho tnico

    Valorizao e preservaodo patrimnio histrico

    Efeito de demonstrao

    Alteraes na moralidade

    Movimento intenso (neocolonialismo)

    Conflitos religiosos

    Prostituio

    Crime

    Descaracterizao do artesanato

    Vulgarizao das manifestaesculturais (2)

    Arrogncia cultural (3)

    Destruio do patrimnio histrico(1) A actividade turstica consome muita gua (piscinas, jardins, campos de golfe, banhos), quepor vezes necessria para as actividades das populaes locais.(2) A cultura considerada uma mercadoria - cerimnias e manifestaes culturais com datashistricas, so efectuadas diversas vezes durante o ano como espectculos para turistas.(3) Nos resorts quase no existe contacto com pessoas e culturas locais.Fonte: Adaptado de Holloway (1994), Ruschmann (1999) e Ignarra (1999)

    Todos os impactos ambientais, econmicos e scio-culturais devem ser tidos em

    considerao num processo de planeamento estratgico de destinos tursticos. Assim, e

    face presso que os impactos do crescimento mundial do fenmeno turstico exercem

    sobre destinos tursticos, importa que a entidade responsvel pelo desenvolvimento do

    turismo oriente as suas aces com base num planeamento estratgico cumprindo

    padres de sustentabilidade.

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    1.4. O Desenvolvimento Sustentado do Turismo

    O desenvolvimento sustentado tem como primeiro objectivo o fornecimento de um

    meio de vida durvel e seguro capaz de minimizar o esgotamento de recursos, a

    degradao ambiental, a ruptura cultural e a instabilidade social (Hall, 2000). O

    relatrio da WCED - Comisso Bruntland (WCED,1987), alarga este objectivo base

    para incluir os conceitos de equidade, as necessidades econmicas da populao

    marginalizada e a ideia da tecnologia e das limitaes sociais, como forma de dotar o

    ambiente para responder s necessidades actuais e futuras.

    Neste contexto, se a criao de locais (destinos) sustentveis um objectivo do

    planeamento em turismo, ento este deve ser um processo que abrange no s o

    governo, a indstria e o turista, mas deve alargar-se noo de stakeholders2, incluindo

    a comunidade local e o interesse pblico (Hall,2000).

    A actividade turstica e a economia em geral, em matria de meio ambiente devem ser

    dirigidas para o reconhecimento de que o crescimento econmico, o crescimento

    turstico e a proteco do meio ambiente so objectivos compatveis e complementares.

    Esta ideia conduziu ao denominado desenvolvimento sustentado definido pela

    Comisso Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento das Naes Unidas e que se

    baseia no princpio de que possvel manter um ritmo de crescimento, sem que seja

    preciso hipotecar a capacidade das geraes futuras para fazer frente s suas prprias

    necessidades, sempre e quando produzam uma srie de mudanas na sociedade,

    considerando o ambiente como um bem escasso que preciso administraradequadamente.

    Aplicada ao turismo, esta ideia traduz-se no turismo sustentado, que pretende chegar a

    uma a situao de equilbrio que permita ao sector do turismo funcionar com um critrio

    2 Stakeholders: de acordo com Gray (1989 p.5), so todos os indivduos, grupos, ou

    organizaes que so directamente influenciados pelas aces tomadas por outros.

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    de rentabilidade a longo prazo, mas no custa dos recursos naturais, culturais ou

    ecolgicos. O turismo sustentado apresenta-se em trs dimenses (Perret e Teyssansier,

    2001): (1) preservao do(s) recurso(s), (2) desenvolvimento local e (3) tica

    retorno/partilha

    As actuaes nesta linha devem resultar da aco dos trs agentes principais do sector

    turstico: (1) o consumidor (visitante); (2) o produtor ou o vendedor directo dos servios

    tursticos que , normalmente, uma empresa privada; (3) o produtor indirecto de uma

    grande parte dos servios oferecidos aos turistas: a Administrao Pblica em qualquer

    dos seus nveis territoriais (OCDE, 1980).

    A necessidade de estas trs dimenses estarem presentes no desenvolvimento local do

    turismo coloca em destaque a importncia do planeamento em turismo, tema que se

    analisa no ponto seguinte.

    1.5. A Necessidade de Planeamento e Turismo

    O turismo tem-se revelado, em muitos pases e regies, como um motor importante de

    desenvolvimento econmico e de transformaes sociais. Em alguns casos, o nico

    elemento de dinamizao econmica do pas/regio, quer como sada de um

    subdesenvolvimento crnico, quer para se recuperar do fosso gerado por outras

    actividades outrora prsperas (Muoz, 1996).

    Actualmente, no deixa de gerar surpresa o elevado nvel de rendimento por habitante

    que auferem as regies, cuja especializao a actividade turstica, destacando-se das

    outras actividades produtivas (Navarro, 2000 e Muoz, 1996).

    No contexto do planeamento e desenvolvimento do turismo, este definido como um

    fenmeno multifacetado e interdisciplinar que envolve a inter-relao de componentes

    dos produtos tursticos, de actividades e servios fornecidos por entidades pblicas e

    privadas (Gunn, 1994; Pearce, 1995, 1989). Um conhecimento destes componentes

    requerido para o sucesso do planeamento e gesto do turismo (Inskeep, 1991).

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    Embora muitos dos governos foquem, principalmente, os benefcios econmicos, tem-

    se vindo a reconhecer os potenciais custos ao nvel social e ambiental e a necessidade de

    investigao cuidadosa ao nvel dos efeitos no econmicos (Lui, Sheldon e Var, 1987;

    Murphy, 1981). A necessidade da realizao de planeamento estratgico em turismo e

    da interveno do governo, no processo de desenvolvimento, so as respostas tpicas

    para os efeitos no desejados do desenvolvimento do turismo, particularmente ao nvel

    local (Hall, 2000).

    O planeamento, no sentido amplo de um processo orientado, deve estar apto a

    minimizar os potenciais impactos negativos, a maximizar os retornos econmicos do

    destino turstico e a encorajar uma resposta mais positiva da comunidade local

    relativamente ao turismo, em termos de longo prazo. Como Murphy (1985, p. 156)

    argumenta,

    o planeamento est preocupado com a antecipao e a regulamentao das mudanas

    no sistema, em promover ordenadamente o desenvolvimento, assim como em

    incrementar os benefcios ambientais, sociais e econmicos resultantes do processo de

    desenvolvimento.

    Por esse motivo, o planeamento deve ser visto como um elemento crtico, que garanta, alongo prazo, o desenvolvimento sustentado do destino turstico.

    2. Planeamento Estratgico de Destinos Tursticos

    O desenvolvimento no turismo internacional incrementou a competitividade entre os

    destinos tursticos. Um dos objectivos do desenvolvimento e planeamento do turismo

    o de criar produtos tursticos e servios com maior valor para os actuais e potenciais

    turistas, para que os destinos e as suas comunidades recebam benefcios econmicos e

    sociais (Yoon, 2002). Contudo, face crescente concorrncia entre os destinos,

    necessrio compreender as capacidades de que um destino necessita para competir num

    mercado saturado (Evans, Fox e Johnson, 1995; Ritchie, Crouch 2000).

    De acordo com Hassan (2000), o planeamento e a promoo dos destinos tursticos

    dever ser conduzida por uma minuciosa anlise dos factores de competitividade e

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    desenvolvimento de estratgias. Assim, dever ser estruturado um criterioso processo de

    planeamento estratgico para o desenvolvimento do turismo em destinos tursticos.

    Um processo de planeamento estratgico em turismo inclui um conjunto de factores que

    se estendem desde os factores institucionais, factores culturais, valores dos stakeholders

    e atitudes, at sua envolvente social, poltica e econmica, influenciando todo o

    processo e o seu desenvolvimento formal (Hall, 2000).

    No sentido de ser efectivo, o processo de planeamento estratgico em turismo tambm

    necessita de ser integrado com os valores e com o desenvolvimento de uma estrutura

    organizacional apropriada, contudo, ao nvel do destino, essas medidas podem dar a

    impresso de que os stakeholders, no esto adequadamente includos no processo de

    planeamento. Nesta situao, o processo de planeamento to importante como o seu

    resultado, o plano. Para ter um processo de planeamento, em que, os que tm a

    responsabilidade de o implementar, so os mesmos que o ajudaram a formular, faz com

    que efectivamente a implementao seja aumentada (Heath e Wall, 1992; Hall e

    McArthur, 1998).

    Um processo de planeamento estratgico, normalmente, iniciado por algumas razes

    que incluem (Hall e McArthur, 1998): (1) a solicitao dos stakeholders empreender

    um plano estratgico pode ter origem na presso exercida pelos stakeholders, por

    exemplo, a indstria do turismo, os grupos de conservao da natureza, ou o governo;

    (2) a percepo da necessidade a falta de informao, para a tomada de deciso ou de

    uma matriz apropriada, com a qual se implementem os requisitos legislativos, pode

    estar na razo de que novas abordagens de planeamento e de gesto foram identificados.

    Este factor comea a ser extremamente importante, no que diz respeito necessidade dedesenvolver novas formas, estruturas e estratgias, com as quais se pode desenvolver o

    turismo sustentado; (3) resposta a uma crise empreender um exerccio de elaborao

    de um plano estratgico muitas vezes, o resultado de uma crise, no sentido em que o

    sistema de planeamento e a gesto falharam; na adaptao dos aspectos de gesto da

    envolvente, por exemplo, falhou na conservao de um local com patrimnio ou no

    rpido declnio do nmero de chegadas de visitantes; (4) boas prticas os gestores de

    locais com patrimnio podem ser pr-activos no que diz respeito adopo de novasideias e novas tcnicas. Alm disso, um processo de planeamento estratgico pode ser

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    uma forma de fazer melhor as coisas, incluindo benchmarking de destinos ou do

    desenvolvimento dos seus concorrentes; (5) adaptao, inovao e divulgao de ideias

    indivduos no seio da organizao podem encorajar como parte do processo de

    planeamento estratgico, a difuso de ideias do planeamento em turismo no seio da

    gesto de entidades pblicas.

    Para Hall (2000), um processo de planeamento estratgico est estruturado

    hierarquicamente de uma viso e uma misso, metas, objectivos e planos de aco. Cada

    nvel expande-se para os outros em termos de detalhe, direco e capacidade para ser

    alcanado.

    De acordo com Hall (2000), ao nvel do destino turstico, os elementos do processo de

    planeamento estratgico podem ser aplicados de forma a alcanar um plano integrado

    passvel de ser gerido, em tempo til e com eficincia de custos.

    Um processo integrado de planeamento estratgico em turismo pretende responder s

    seguintes questes: (1) para onde se deseja ir?(2) como se vai l chegar?e (3) como se

    sabe que se est a chegar l? Nos pargrafos seguintes procede-se anlise destas

    questes.

    Para onde se deseja ir?

    O primeiro passo de um processo de planeamento estratgico identificar os propsitos

    que a organizao e/ou o responsvel pelo planeamento deseja alcanar, para os ordenar

    pela sua importncia e para considerar como esto longe de se conciliarem uns com os

    outros. Como Hall (1992) estabelece: antes dos objectivos ficarem explcitos, ningum

    pode ter a certeza que eles sero partilhados pelas pessoas para quem foram planeados;nem possvel de forma racional preferir um plano a outro plano.

    A formulao da misso, meta e objectivo, porventura a componente crtica do

    planeamento estratgico em turismo. Uma misso organizacional, metas e objectivos

    so altamente interdependentes (Byars, 1984). A formulao da declarao de misso e

    o desenvolvimento de metas e objectivos necessitam de ser conduzidos em mo (hand-

    in-hand) com a anlise estratgica e a viso estabelecida. A seleco de metas e

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    objectivos tambm muito importante, em termos de turismo sustentado, porque eles

    conduzem seleco de indicadores, pelos quais se atinge o sucesso.

    Contudo, a seleco de metas, objectivos e indicadores no uma tarefa fcil, pois o

    problema surge da integrao de programas individuais (municpios) num plano

    coerente (regional/nacional). Esta questo levanta-se no s ao nvel do que est contido

    no seio do documento de planeamento, mas tambm no que respeita estrutura

    organizacional e aos valores possudos por aqueles que tm a responsabilidade da

    formulao e da implementao do planeamento estratgico.

    Como se vai l chegar?

    Como observa Gunn (1977, p. 85), por causa do crescimento fragmentado da indstria

    do turismo, o planeamento global da totalidade do sistema do turismo est atrasado, no

    h uma poltica global, uma filosofia ou uma fora de coordenao que conduza as

    muitas peas do turismo para uma harmonia e assegure a continuidade do seu

    funcionamento harmonioso.

    A necessidade de coordenao comea a ser uma das mais evidentes verdades do

    planeamento e da poltica do turismo (Hall, 1994). Por exemplo, Lickorish et al. (1991,

    p. vi) argumentam que existe uma fraqueza sria na mquina dos governos na

    negociao com o turismo relativamente coordenao e cooperao com os

    operadores quer pblicos quer privados. As polticas governamentais ou a falta delas

    sugerem uma obsolescncia na administrao pblica dedicada ao turismo.... Como

    refere Spann (1979), a coordenao normalmente refere-se ao problema das decises

    relacionadas, para que elas se ajustem. No se est a falar de propostas cruzadas, mas

    sim, de que as propostas conduzam a uma razovel consistncia e coerncia dasdecises.

    Por seu lado, a coordenao uma actividade poltica e ser por causa disso que a

    coordenao se traduz numa extrema dificuldade, especialmente, na indstria do

    turismo, em que so em grande nmero as partes envolvidas no processo de tomada de

    deciso. Como refere Edgell (1990, p. 7), na economia, no existe outra indstria que

    esteja ligada a uma to grande diversidade e a to diferentes produtos e servios comoest a indstria do turismo.

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    De acordo com Hall (2000), numa abordagem colaborativa em relao ao planeamento

    estratgico, a ateno est direccionada para o desenvolvimento de um planeamento

    com os stakeholders, em vez de um planeamento para os stakeholders. Esta abordagem

    refora a natureza complexa da gesto de um destino turstico, pelo reconhecimento de

    que as opinies, perspectivas e recomendaes dos stakeholders (externos) so justas e

    legtimas, como so as dos responsveis pelo planeamento, dos especialistas e dos

    responsveis pela indstria. Os resultados deste processo tm mais sucesso na sua

    implementao, porque os stakeholders tm um maior grau de pertena, face ao plano e

    ao seu processo. Para alm disso, este processo pode estabelecer maior cooperao entre

    os vrios stakeholders no suporte s metas e aos objectivos das organizaes do

    turismo; pode tambm criar as bases para responder, de forma mais eficiente s

    mudanas (Hall e McArthur, 1996, 1998).

    Como se sabe que se est a chegar l?

    A avaliao, tomada numa base mais estratgica, est a comear a ser uma componente

    significativa da poltica e do planeamento em turismo. Segundo Hall (1982, p. 288), a

    avaliao consiste num qualquer processo que permita ordenar preferncias.

    Para outros autores, a avaliao confina-se a avaliar o que acontece aps a

    implementao da poltica/medida (p. ex. Dye, 1992). Hollick (1993, p. 125) refere,

    acerca da avaliao, que se espera que os erros ocorram, os projectos devem ser

    planeados de forma a facilitar a atempada deteco e correco. De forma semelhante,

    Hall e Jenkins (1995) argumentam que a monitorizao constante das polticas de

    turismo pode alertar os decisores e os legisladores para situaes, em como as polticas

    oficiais esto a enviesar o sistema ou situaes em que as polticas no esto a atingir o

    pblico desejado. A mesma posio partilhada por Hogwood e Gunn (1984, p. 220):avaliar o programa, em termos dos seus objectivos originais, pode revelar que a

    poltica no est ser correctamente aplicada e que no conduzir ao efeito planeado.

    O sucesso ou insucesso das polticas pode resultar de muitos dos aspectos relacionados

    com a sua elaborao (ambiguidade dos objectivos e das intenes), da implementao,

    da poltica (burocracia e foras incontrolveis) ou de foras imprevistas (econmicas,

    polticas e sociais) e, ainda, da criao de mudanas nas necessidades pblicas (Hall eJenkins, 1995).

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    Os objectivos centrais do Projecto so: (1) associar o planeamento estratgico de

    destinos tursticos ao desenvolvimento do turismo sustentado, (2) demonstrar a

    exequibilidade das politicas pblicas associadas ao desenvolvimento de planos de

    desenvolvimento do turismo em destinos tursticos, focalizados no bem-estar ambiental,

    econmico e social-cultural dos stakeholders, (3) assegurar os necessrios recursos de

    investigao e de benchmarking e (4) considerar as implicaes nas polticas pblicas

    do turismo tendo por base um modelo que agregue as melhores prticas do planeamento

    e desenvolvimento do turismo em destinos tursticos.

    Para a identificao e definio coerente dos destinos tursticos encontra-se a ser

    realizada uma pesquisa baseada em estudos de caso em destinos, referenciados na

    literatura em turismo (Ferreira, 2008) e que nos anos de 2005 a 2008 apresentaram os

    respectivos planos estratgicos de desenvolvimento do turismo.

    Como um dos resultados preliminares desta investigao apresenta-se a pesquisa

    realizada tendo por base o Plan Maestro de Desarrollo Turstico Sostenible, 2007-2020,

    do Panam, que permitiu validar os aspectos centrais identificados na literatura e

    averiguar novos aspectos no contexto da poltica pblica e na identificao da presena

    de outros, nomeadamente nas fases do processo, permitindo contributos inovadores para

    uma melhor compreenso do fenmeno de planeamento e desenvolvimento de destinos

    tursticos, ficando a conhecer aqueles que se pretende, que no longo prazo, garantam o

    sucesso do destino.

    3.2.Plan Maestro de Desarrollo Turstico Sostenible 2007-2020 - Panam

    Este Plano resulta das directrizes estabelecidas, em Setembro de 2004, pelo Presidentedo Panam para a indstria do turismo que deve: (1) criar oportunidades de emprego a

    nvel nacional, (2) produzir uma melhor distribuio das receitas e (3) contribuir para a

    descentralizao do Estado.

    Para dar cumprimento a estas directrizes, o Instituto de Turismo do Panam definiu uma

    poltica cujo ponto de partida deveria ser o inventrio turstico do pas, provncia por

    provncia, com o objectivo de identificar os recursos naturais e humanos susceptveis deserem transformados em produtos e ofertas tursticas. Este primeiro passo deveria, por

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    um lado, permitir avaliar a capacidade de carga das reas escolhidas para o

    desenvolvimento do turismo de modo a assegurar a sua sustentabilidade, e por outro

    lado deveria identificar a percentagem de desemprego que deveria ser resolvido

    mediante a criao de oportunidades de emprego na indstria do turismo.

    Para poder garantir o sucesso no tempo do Plano foi necessrio criar uma estrutura legal

    de apoio para o seu cumprimento e gesto efectiva, assim como desenvolver uma

    capacidade de promoo nacional e internacional que permitisse ao Panam competir

    com as outras ofertas mundiais. Neste sentido, o Instituto de Turismo do Panam

    encetou um processo de transformao institucional que resultou na actual base de

    desenvolvimento do Plano: (1) nova legislao turstica, (2) nova abordagem na

    contratao de campanhas promocionais (3) novo espao fsico para a Autoridade do

    Turismo e (4) contemplao no Plano de uma srie de factores que permitam criar os

    estmulos s actividades tursticas nas diferentes reas do pas.

    O Plano possui, ainda, a capacidade de determinar as prioridades e todas as restantes

    condies para o desenvolvimento eficiente, sustentvel e contnuo do servio e da

    oferta turstica do Panam. Neste contexto e de acordo com Tourism&Leisure, (2008),o

    Plano solicitar Administrao Pblica que inclua nos seus planos e oramentos os

    fundos necessrios para apoiar as directrizes do Plano, sobretudo em termos de gasto

    pblico em infra-estruturas a nvel nacional. As propostas que constam do Plano sero

    apoiadas por uma Lei de Fomento ao Investimento Turstico supervisionada pelo

    Ministrio de Economia e Finanas.

    Processo Metodolgico

    A elaborao do Plano tem por base um processo metodolgico integrado numaabordagem de sustentabilidade de mercado/produto turstico. A fase da anlise foi

    constituda pelas seguintes etapas: (1) reconhecimento da situao de partida (2)

    avaliao da situao e (3) concluses do diagnstico e recomendaes preliminares.

    fase da anlise seguiu-se a fase da formulao de estratgias e estabelecimento de

    aces tendo por base uma abordagem participativa de todos os principais actores

    tursticos do Panam. Esta fase foi constituda pelas seguintes etapas: (4) planeamento

    estratgico e (5) plano de aces. O processo empregue no Plano encontra-seestruturado de forma a dar resposta s principais perguntas chave: (1) para qu? (2) o

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    pelo (1) aumento da estada mdia, (2) crescimento do nmero de pernoitas, (3) aumento

    do emprego; e (4) crescimento contributo turismo para o PIB.

    No campo dos produtos e destinos tursticos o Plano identifica doze produtos tursticos

    chave para desenvolver: (1) turismo de negcios (MICE), (2) turismo de shopping, (3)

    turismo de sol e praia, (4) turismo de cruzeiros, (5) ecoturismo, (6) turismo

    activo/aventura, (7) turismo nutico e de pequenos cruzeiros, (8) turismo de pesca

    desportiva, (9) turismo de wellness /mdico, (10) turismo cientfico, (11) turismo

    cultural/comunitrio e (12) agroturismo. De acordo com o Plano (Tourism&Leisure,

    2008), os produtos sol e praia e ecoturismo so os que podero apresentar uma maior

    evoluo, especialmente aps 2014. Os produtos nuticos estaro no mercado no

    perodo de 2014 - 2020. Ainda de acordo com a mesma fonte, em 2020, espera-se que

    se tenha produzido uma mudana notria no mix de produtos tursticos do Panam.

    No contexto dos destinos tursticos foram definidas oito regies com vinte e seis

    destinos tursticos, cada um com uma carteira de produtos prpria ajustada em funo

    da qualidade dos recursos e da tendncia da procura. A identificao dos destinos

    tursticos teve por base a observao das seguintes variveis: (1) situao do destino, (2)

    viabilidade da procura e (3) viabilidade do mercado.

    A estratgia de comercializao orienta a realizao de planos de marketing ao nvel

    nacional e internacional focalizados em: (1) mercados chave (2) mercados de

    oportunidade e (3) mercados de aposta (estes em duas etapas: 2008-2014 e 2014-2020).

    No contexto da criao de condies para o desenvolvimento o Plano, este pressupe a

    criao de uma estratgia de acessibilidade e distribuio interna dos fluxos tursticos.

    De acordo com Tourism&Leisure (2008), e no contexto da implementao do Plano,

    este articula vinte e um programas divididos em setenta e dois subprogramas de

    actuao. Os programas foram priorizados de acordo com o seu contributo para a

    viabilidade do Plano: alcance dos objectivos e consolidao dos produtos. Assim, os

    Planos de investimentos foram divididos em programas de: (1) prioridade mxima, (2)

    alta prioridade, (3) prioridade chave e (4) prioridade para a segunda fase ou de

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    oportunidade. De suporte implementao do Plano, existe um guia de implementao3

    que se traduz num documento, parte integrante do Plano.

    No que diz respeito organizao, gesto, monitorizao e avaliao do Plano e para

    uma efectiva gesto institucional, o Plano prope um esquema matricial da Autoridade

    Turstica do Panam (ATP), bem como trs estratgias a seguir: (1) estratgia

    institucional, (2) estratgias de fomento do desenvolvimento e (3) estratgias

    transversais para a sustentabilidade. A conta satlite do turismo do Panam surge como

    um instrumento central de gesto, monitorizao e avaliao do Plano.

    No contexto dos benefcios e riscos do Plano, entende-se que o Plano contribui para a

    optimizao da gesto baseada numa melhoria das condies de vida da populao e o

    respeito pelo meio ambiente. Os principais benefcios apresentados pelo Plano

    traduzem-se em benefcios ambientais, scio-culturais e institucionais. O Plano

    apresenta, tambm, indicadores que suportam a viabilidade econmico-financeira. Os

    riscos associados implementao do Plano encontram-se apresentados em cinco

    cenrios, dois relacionados com o desenvolvimento do mix dos produtos e os outros trs

    restantes cenrios relacionados com os problemas de gesto. De acordo com

    Tourism&Leisure (2008),os riscos ocasionados pelos problemas de gesto so aqueles

    que geram impactos e perdas de oportunidade mais profundas.

    5. Contributos e Concluses

    Em resultado da pesquisa realizada e objecto de apresentao neste artigo importa

    compreender os contributos do case study para um melhor conhecimento dos modelos

    de planeamento e desenvolvimento estratgico do turismo em destinos tursticos, bemcomo a importncia das polticas pblicas e das fases que constituem o todo o

    Plano/processo.

    3 um instrumento orientado para o investimento e para o mercado, contendo informao

    atravs da sua documentao tcnica para todos os actores do turismo que desejem optimizar assuas actividades

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    No que respeita ao Plano importa destacar as seguintes polticas (1) o desenvolvimento

    sustentvel, (2) o funcionamento coordenado entre os actores do turismo, (3) a

    colaborao institucional, (4) a qualidade de vida dos residentes, (5) a reduo da

    pobreza e (6) o turismo social e para todos, como os contributos que o case study

    apresenta e que se associam construo de um plano de desenvolvimento turstico para

    um destino.

    No entanto, uma anlise mais fina permite verificar que o Plano incorpora outros

    aspectos inovadores nomeadamente: (1) na definio das polticas, (2) na capacidade de

    provocar transformaes institucionais, (3) na competncia de definir as prioridades e as

    condies necessrias para o desenvolvimento eficiente, sustentvel e contnuo do

    servio e da oferta turstica e (4) no suporte oramental.

    Por outro lado, na sua metodologia, a anlise diagnstico inovadora na medida em

    que, no momento do reconhecimento da situao de partida, contempla aspectos como

    (1) a reviso de planos e estudos prvios, (2) a reviso de estudos e documentos e a (3) a

    reviso das estatsticas do turismo. Por outro lado, na etapa da avaliao da situao,

    realiza (1) anlise institucional e legal, (2) anlise da procura, (3) anlise da oferta e (4)

    anlise de acessibilidade e infra-estruturas.

    Termina a fase das concluses do diagnstico e recomendaes preliminares com (1)

    anlise competitiva do destino e com (2) anlise SWOT, enquadrando-a: no

    ordenamento e desenvolvimento de destinos, mercados e procura e aspectos

    institucionais, e termina (3) com a identificao das linhas estratgicas de

    desenvolvimento turstico.

    Na fase da formulao de estratgias e estabelecimento de aces tendo por base uma

    abordagem participativa de todos os principais actores tursticos, o Plano apresenta as

    seguintes etapas: planeamento estratgico e plano de aces. Neste contexto importa

    destacar como inovador: (1) a validao dos modelos de desenvolvimento institucional,

    (2) a validao das estratgias e dos programas suportados pela viso e pela estratgia

    nacional de turismo sustentvel e (3) as anlises de viabilidade: tcnica, social,

    ambiental, econmica e institucional. A Conta Satlite do Turismo desempenha nestafase um papel fundamental como fonte de informao estatstica nacional.

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    Por ltimo, a novidade que mais se destaca neste Plano a que se prende com o facto de

    o processo empregue no Plano se encontrar estruturado de forma a dar resposta s

    seguintes perguntas chave: (1) para qu? (2) o qu? (3) para quem? (4) com que

    suporte? (5) como faz-lo? (6) como geri-lo? (7) riscos e benefcios, inovando em

    relao reviso de literatura que apresenta, no processo integrado de planeamento

    estratgico em turismo, a necessidade de apenas a responder s seguintes questes: (1)

    para onde se deseja ir? (2) como se vai l chegar? e (3) como se sabe que se est a

    chegar l?

    Neste contexto, os resultados desta pesquisa tendo por base o case study do Panam,

    permite cumprir os objectivos centrais do projecto de investigao, bem dar um

    contributo para os responsveis pelo planeamento e desenvolvimento do turismo dos

    destinos tursticos, conduzindo-os a uma melhor compreenso de todo o processo de

    planeamento e a uma identificao de polticas pblicas capazes de desenhar planos de

    desenvolvimento do turismo que permitam gerar a sustentabilidade e a competitividade

    do destino.

    Por outro lado, esta pesquisa contribui para reforar a compreenso de que estes planos

    devem contribuir para a criao de riqueza local num quadro de referncia ambiental,

    econmico e scio-cultural.

    A identificao das fases do processo de planeamento e as questes que se desejam ver

    respondidas pode permitir aos responsveis pelo planeamento do destino um melhor

    desenvolvimento turstico, de acordo com a capacidade de carga, tendo por base os tipos

    de turismo identificados, os atractivos tursticos existentes e a desenvolver, por forma acaptar mais visitas, gerar mais receitas e a conduzir repetio da visita e

    recomendao do destino.

    A permanente avaliao da implementao do Plano dever dar origem criao de

    indicadores que permitam gerir o destino e avaliar a sua viabilidade.

    Outro dos contributos desta investigao prende-se, tambm, com a relevncia da gestodo destino, especialmente no que diz respeito ao modelo de gesto e efectiva gesto do

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    plano. Neste contexto, importa ainda referir a importncia da definio do modelo de

    financiamento, pela sua relevncia ao nvel da gesto total do destino, mas tambm pela

    sua importncia ao nvel dos interesses dos stakeholders.

    Como concluso do presente artigo refere-se a importncia deste estudo de investigao

    aplicada, que para alm de contribuir para um melhor conhecimento do planeamento

    estratgico em destinos tursticos permitir contribuir para criar a base de um projecto

    mais extenso que ser um observatrio de boas prticas ao nvel do planeamento

    estratgico de destinos tursticos.

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