impactos quantitativos do turismo nas finanÇas … · receptores aumento nos preços dos bens e...

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IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS MUNICIPAIS Deusdedit Soares dos Santos * Cláudio Burian Wanderley ** 1 Introdução O turismo - setor de crescente relevância para a economia mundial - tem apresentado crescimento bastante significativo nas últimas décadas. Este, além de manter relação direta com atividades intensivas em capital humano, apresenta importante capacidade de encadeamento com outros setores (CRUZ, ROLIM E HOMSY, 2006). Diversos benefícios econômicos advêm do turismo. Pode-se citar sua contribuição para o equilíbrio da balança de pagamentos, o fomento da atividade empresarial e dos empregos e o aumento e a distribuição da renda local. Pode haver, entretanto, alguns impactos negativos, como a diminuição na qualidade física do meio ambiente, congestionamento e deteriorização da infraestrutura física, além de piora das condições sociais existentes. Além disso, poderá desencadear nos núcleos receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, diminuindo a renda real da população local (CASIMIRO FILHO, 2002). No caso brasileiro, os impactos do turismo na produção, renda e emprego tendem a ser crescentes, algo entre 2,23% e 7,54% do produto nacional e por forte geração de postos de trabalho 1 . Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor obteve receita líquida de R$ 76 bilhões e empregou 5,5 milhões de pessoas em postos de trabalho formais e informais em 2003. Assim, é natural que estas atividades acabem por impactar tanto as receitas quanto as despesas municipais no país. Este texto busca estimar estatisticamente estes impactos e, para tanto, dividiu-se em cinco seções distintas. Inicialmente, discute-se de forma sucinta as relações entre as atividades turísticas e as sociedades locais, especialmente seus sistemas produtivos e os possíveis impactos Texto elaborado a partir de pesquisa desenvolvida pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro patrocinada pelo Ministério do Turismo. E-mail: [email protected] * Mestre em Geografia pela UFMG. Pesquisador do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro. E-mail: clá[email protected] ** Doutorando em Economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas. Pesquisador do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro e Professor do Departamento de Economia da PUCMINAS. 1 O menor número se refere a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2003. O maior se encontra em Casimiro Filho (2002).

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Page 1: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS MUNICIPAIS

Deusdedit Soares dos Santos*

Cláudio Burian Wanderley**

1 Introdução

O turismo - setor de crescente relevância para a economia mundial -

tem apresentado crescimento bastante significativo nas últimas décadas. Este, além

de manter relação direta com atividades intensivas em capital humano, apresenta

importante capacidade de encadeamento com outros setores (CRUZ, ROLIM E

HOMSY, 2006).

Diversos benefícios econômicos advêm do turismo. Pode-se citar sua

contribuição para o equilíbrio da balança de pagamentos, o fomento da atividade

empresarial e dos empregos e o aumento e a distribuição da renda local. Pode haver,

entretanto, alguns impactos negativos, como a diminuição na qualidade física do meio

ambiente, congestionamento e deteriorização da infraestrutura física, além de piora

das condições sociais existentes. Além disso, poderá desencadear nos núcleos

receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais,

diminuindo a renda real da população local (CASIMIRO FILHO, 2002).

No caso brasileiro, os impactos do turismo na produção, renda e

emprego tendem a ser crescentes, algo entre 2,23% e 7,54% do produto nacional e

por forte geração de postos de trabalho1. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o setor obteve receita líquida de R$ 76 bilhões e

empregou 5,5 milhões de pessoas em postos de trabalho formais e informais em 2003.

Assim, é natural que estas atividades acabem por impactar tanto as

receitas quanto as despesas municipais no país. Este texto busca estimar

estatisticamente estes impactos e, para tanto, dividiu-se em cinco seções distintas.

Inicialmente, discute-se de forma sucinta as relações entre as atividades turísticas e as

sociedades locais, especialmente seus sistemas produtivos e os possíveis impactos

Texto elaborado a partir de pesquisa desenvolvida pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro patrocinada pelo Ministério do Turismo. E-mail: [email protected] * Mestre em Geografia pela UFMG. Pesquisador do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro. E-mail: clá[email protected] ** Doutorando em Economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas. Pesquisador do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) da Fundação João Pinheiro e Professor do Departamento de Economia da PUCMINAS. 1 O menor número se refere a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) com dados de 2003. O maior se encontra em Casimiro Filho (2002).

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em suas finanças municipais. Em um segundo momento, faz-se exposição rápida

sobre as principais características das contas públicas municipais brasileiras.

Posteriormente, descreve-se rapidamente a distribuição territorial das atividades

turísticas no país. Os testes econométricos feitos são descritos em seguida. Por fim,

descreve-se as principais conclusões encontradas.

2 Turismo e finanças municipais

As atividades turísticas são vistas, dentro da ciência econômica, como

exportação de serviços (ou bens não comercializáveis). Isto explica seu caráter

idiossincrático frente a outros setores econômicos, assim como os efeitos

diferenciados que este pode causar em nível local.

Estas tendem a se consolidar, cada vez mais, como um importante

segmento econômico, principalmente em nível local (DEITZ, 2004; LUZZI;

FLUCKIGER, 2003). Bram (1995), por exemplo, mostra que as atividades turísticas no

município de Nova Iorque, entre 1977 e 1994, cresceram seis vezes mais que a cidade

como um todo, absorvendo grande parte da oferta de mão-de-obra não especializada

e permitindo ao município manter seu status de economia eminentemente

exportadora, mesmo com o declínio das indústrias exportadoras tradicionais. Guisan;

Aguayo (2002) mostram o forte crescimento do emprego não-agrícola, dos serviços

públicos prestados e do valor adicionado pela indústria gerado pelas atividades

turísticas para 98 regiões européias.

Entretanto, pode-se também gerar empobrecimento ou recrudescimento

da miséria quando os recursos locais são não reproduzíveis e sua propriedade é

concentrada. O aumento do turismo (e consequente elevação do consumo destes

recursos por turistas) ocorre concomitante à majoração dos preços locais, diminuindo

o salário real local. A propriedade concentrada dos recursos faz com que a população

local não se beneficie deste aumento e somente sofra o efeito destes custos

crescentes. Como estes recursos são não reproduzíveis, só é possível o aumento de

seu consumo por turistas caso o consumo pelos habitantes locais caia - diminuindo o

consumo pela população local da infraestrutura e dos recursos naturais existentes

(inclusive água) e deteriorando as condições socioculturais (ASHLEY et al, 2000).

Cooper; Morpeth (1998), por exemplo, mostram como a expansão das

atividades turísticas em Praga (capital da República Tcheca) gerou tensões básicas

entre as atividades comerciais e a população residente local. Esta última acaba por ser

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continuamente expulsa do centro histórico da cidade pela expansão das primeiras2.

França (2005) mostra que o mesmo processo ocorreu em Belém, onde os espaços

públicos mais nobres - a beira do rio Guamá - acabaram por serem privatizados por

empresas privadas de lazer cujos preços seriam inacessíveis para a maior parte da

população local.

A necessidade de introdução de políticas públicas redistributivas de

cunho local se tornam, portanto, fundamentais para que os ganhos proporcionados

pelas atividades turísticas sejam efetivamente apropriados por toda a população, e

não apenas por pequena parte desta. Políticas pró-concorrência também seriam

desejáveis, uma vez que os efeitos seriam magnificados com a presença de oferta

monopolista de tais serviços (HAZARI; KAUR, 1995).

As atividades turísticas também tendem a apresentar fortes

externalidades - tanto positivas quanto negativas - geradas. Estas se referem tanto ao

consumo dos recursos naturais existentes quanto à inter-relação inevitável que

acontece entre os turistas e a população local. Ao contrário de atividades exportadoras

de bens, o turismo requer que o turista se desloque para seu destino turístico,

podendo gerar fortes consequências sociais (CHAO et al, 2004). Citando Hazari; Kaur

(1995:279), “turismo requer a movimentação de pessoas de um país para outro antes

destes se transformarem em turistas e não é o caso onde o turismo pode ser

exportado como uma mercadoria de seu país original para o país importador”3.

Um claro efeito danoso se refere à deteriorização dos recursos naturais

e ambientais locais. Ou seja, é possível que as atividades turísticas acabem por gerar

externalidades negativas clássicas, passíveis de serem amenizadas mediante

cobrança de taxas pigouvianas locais4. Cerina (2006), utilizando modelo de equilíbrio

geral dinâmico, encontra resultado curioso. Este também mostra a necessidade de

2 Enquanto a população total de Praga se expandiu cerca de 5% entre 1990 e 2000, a

população vivendo no centro histórico desta cai, no mesmo período, 21% e aquela vivendo nos distritos próximos 16%.

3 Caserta; Russo (2002) dá exemplo curioso de externalidade negativa relativa ao turismo. Como o consumo de bens locais por turistas tende a não se repetir (uma vez que o turista não permanece no local), a concorrência entre as firmas locais via preço (uma vez que a qualidade não é observada) acaba por diminuir a qualidade e os preços cobrados, piorando o bem-estar da parcela da população local que valorizaria a qualidade dos produtos consumidos.

4 A geração de externalidades negativas por uma atividade configura uma falha de mercado porque os custos sociais desta seriam maiores que os custos privados incorridos pelo produtor. Uma solução para este problema é a introdução de impostos sobre o produtor que igualasse ambos os custos (o custo privado seria aumentado até o nível do custo social). Este tipo de imposto é conhecido como pigouviano em homenagem ao economista inglês Arthur Pigou (1877-1959).

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introdução de taxa pigouviana para impedir a depredação dos recursos naturais locais

por atividade turística. Entretanto, esta aumenta também o bem-estar dos próprios

turistas, ao permitir a manutenção da qualidade destes recursos no longo-prazo,

evitando ocorrência de fenômeno de “tragédia dos comuns” com estes5. Hunt et al

(2005), por exemplo, usando modelo de preços hedônicos, calcula quanto o turista

médio estaria disposto a pagar por cada facilidade específica em atividade ecológica

de caça e pesca em sítios naturais afastados.

Do ponto de vista social, é interessante notar que a inter-relação

turistas e população local pode gerar tanto efeitos benéficos quanto maléficos. Os

primeiros se referem a todos os efeitos de transbordamento da melhoria dos bens

públicos locais exigidos pela atividade turística (oferta de bens e serviços culturais,

melhoria da infraestrutura urbana, entre outros). Os segundos se referem à

deteriorização das condições sociais geradas também por tais atividades (aumento da

criminalidade, da prostituição, inclusive infantil, entre outros).

Assim, é possível identificar alguns efeitos básicos sobre as finanças

municipais que inevitavelmente aumentam os gastos públicos locais necessários para

a manutenção de atividades turísticas (segurança, manutenção de atrativos culturais e

ecológicos locais, entre outros). Essas atividades também alavancam as receitas

públicas locais, seja pelo aumento da atividade econômica, seja pelo aumento do valor

das propriedades locais.

Quanto mais inelástica for a demanda por serviços turísticos locais

(fruto, basicamente, da inexistência de roteiros turísticos alternativos), mais esta carga

tributária é absorvida diretamente pelo turista, minimizando os efeitos políticos de tal

tributação. Bonham; Gangnes (1996), por exemplo, mostram que a introdução de

imposto indireto de 5% sobre as receitas hoteleiras em 1987 no Havaí não diminuiu os

lucros do setor nem suas taxas de crescimento (indicando ser os turistas aqueles que

efetivamente pagaram por tal taxa).

5 Este ponto, entretanto, é controverso. Garcia; Tugores (2006), utilizando modelo de duopólio

na indústria hoteleira local, juntamente com demanda diferenciada por qualidade por parte dos turistas, mostra que incentivos políticos que transfiram atividades turísticas de baixa qualidade para aquelas de alta qualidade não aumentariam o bem-estar nem diminuiriam as externalidades negativas geradas. Neste caso, é ótimo a manutenção de ambos os serviços (um hotel provendo serviços de baixa qualidade e outro de alta), e a política implementada deveria diminuir as atividades de ambos os setores. É importante notar que, neste texto, existe perfeita informação dos consumidores a respeito da qualidade dos serviços ofertados, o que não permite que o efeito anteriormente descrito (de existência de moral hazard no mercado hoteleiro ocorra).

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A absorção de grande parte do custo fiscal por turistas (não residentes)

seria forte razão para que se taxem estes. A existência de diferenciação de preços

entre residentes e não-residentes na oferta destes serviços (muito comum em diversas

partes do mundo) explicitaria esta questão política (HAZARI; NOWAK, 2003).

Gooroochurn; Milner (2005), utilizando modelo de equilíbrio geral computável para as

ilhas Maurício (os impostos indiretos nesta respondem por mais de três quartos da

arrecadação pública), mostram que mudanças marginais na estrutura de impostos

cobrada (aumentando os impostos sobre hotéis, restaurantes e serviços de

comunicação e transportes) poderiam impactar fortemente o bem-estar local, uma vez

que a carga tributária destes setores é fortemente absorvida pelos turistas não-

residentes.

Entretanto, os efeitos das variações dos preços locais vis-à-vis os

preços de sítios turísticos concorrentes podem ser muito fortes. González; Moral

(1995) mostram que as atividades turísticas espanholas são fortemente influenciadas

pelos preços locais (comparados com aqueles existentes nos principais países de

origem dos turistas) e pelos preços de destinos concorrentes6. Huybers (2003)

encontra resultados similares para a Austrália. A escolha de qual sítio turístico visitar

seria fortemente influenciada pelas atrações locais existentes (vis-à-vis aquelas

existentes nos sítios concorrentes) assim como de série de características dos

próprios turistas (o que indicaria a necessidade de melhor matching das políticas

públicas locais de oferta de bens públicos e o público-alvo preferencial de turistas que

se almeja).

3 Finanças públicas municipais no Brasil

As receitas orçamentárias dos municípios podem ser classificadas,

segundo a categoria econômica, em correntes e de capital. Quanto à origem dos

recursos, as receitas correntes podem ser próprias e/ou oriundas de transferências.

As próprias compreendem basicamente as receitas tributária,

patrimonial, industrial e de serviços. Vale destacar as tributárias que provêm da

arrecadação de impostos - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS),

Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Transferência de Bens

Imóveis (ITBI) -, de taxas - de iluminação pública, coleta de lixo e alvará de

6 As principais origens dos turistas que visitaram a Espanha entre janeiro de 1979 e dezembro

de 1993 foram Alemanha, França, Holanda, Portugal, Reino Unido, Suécia e Estados Unidos. Os principais destinos concorrentes seriam Portugal, França, Itália, Grécia, Turquia, Egito, Tunísia e Marrocos.

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funcionamento, por exemplo -, e de contribuições de melhoria - cobradas por obras

realizadas pelo poder municipal.

As transferências estaduais são representadas, principalmente, pela

cota-parte (25%) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas

também pelos repasses de 50% do Imposto sobre a Produção de Veículos

Automotores (IPVA), além de outras, como 50% das multas do IPVA, 25% das multas

do ICMS e 25% da dívida ativa tributária.

As transferências federais advêm do repasse de 22,5% do Imposto

sobre Produtos Industrializados (IPI) e de 22,5% do Imposto de Renda (IR), por meio

do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A União repassa também 50% do

Imposto Territorial Rural (ITR), o imposto retido na fonte do funcionalismo municipal e

2,5% do IPI via participação no Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos

Industrializados, ou Fundo de Exportação (FPEX).

Uma maior ou menor dependência do FPM ou ICMS reflete o porte

econômico-fiscal dos municípios. Enquanto as transferências de FPM são

determinadas principalmente pelo critério população, não se vinculando à base

econômica e tributária do município, as de ICMS são determinadas

predominantemente pelo Valor Adicionado Fiscal (VAF) e, portanto, estão diretamente

relacionadas ao dinamismo econômico municipal7.

Pode-se inferir que um alto grau de dependência ao FPM é reflexo de

uma base econômica e fiscal frágil, ao passo que os municípios com elevada

dependência do ICMS caracterizam-se por um dinamismo econômico mais intenso.

Ou seja, enquanto o FPM seria fortemente redistributivo (permitindo uma maior

equidade entre as receitas correntes municipais per capita), a cota-parte do ICMS

seria função básica da capacidade produtiva local, reproduzindo, portanto, a

assimetria observada na distribuição da atividade produtiva entre os municípios.

Já as receitas de capital seriam dadas pelas operações de crédito,

alienação de bens, amortização de empréstimos concedidos, entre outros.

Assim sendo, do lado das receitas, foram analisadas as receitas

municipais per capita, as receitas correntes per capita, a razão entre estas receitas

7 O VAF corresponde à diferença entre as saídas e as entradas de mercadorias e serviços realizadas pelos

contribuintes do ICMS em cada município. A soma dos VAF de todos os contribuintes será o VAF do município e a soma dos VAF de todos os municípios será o VAF geral do estado. A relação percentual entre o VAF do município e o VAF geral do estado determinará os critérios de rateio de pelo menos três quartos das transferências do ICMS para os municípios (ALBUQUERQUE, 2007).

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correntes e o produto local (indicativo da “alíquota” efetiva de tais receitas), as

transferências totais per capita, aquelas específicas do FPM per capita, as receitas

tributárias per capita, a arrecadação de impostos per capita (tanto total quanto relativa

a cada um dos impostos municipais específicos, ITBI, ISS e IPTU), a razão entre a

arrecadação de ITBI e o produto municipal total (a “alíquota” efetiva deste imposto), a

razão entre a arrecadação de ISS e o produto terciário local (a “alíquota” efetiva deste

imposto) e a razão entre a arrecadação de IPTU e a economia urbana local – dada

pela soma dos produtos secundário e terciário – o que geraria a “alíquota” efetiva

deste imposto.

Atividades turísticas afetariam os três impostos citados. Espera-se que

a arrecadação de ISS seja incrementada devido ao próprio aumento dos serviços

municipais. Um exemplo se refere à cidade de São Paulo. Os dados da Empresa de

Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam) mostram um forte

crescimento da arrecadação de ISS com o segmento turístico. O valor movimentado

pelo setor, entre janeiro e agosto de 2007, foi 17% superior ao do mesmo período em

2006. E os resultados de 2007 superaram em 15% os de 2003 e foram 88%

superiores ao mesmo período (janeiro a agosto) de 2001 (FISCOSOFT, 2007).

Atividades turísticas influenciariam a arrecadação de IPTU pela

mudança gerada nos preços das propriedades urbanas. O fato gerador deste imposto

é o valor de mercado destas propriedades, cujo preço depende do fluxo de serviços

que este gera. Estes serviços são derivados tanto das características físicas quanto

dos serviços disponíveis no local onde o imóvel se localiza. Dessa forma, pode-se

diferenciar as características da habitação pelos serviços de infra-estrutura básica

(energia, água, esgoto) existentes, pelos serviços provenientes da habitação em si

(espaço interno, tipo de acabamento, vagas na garagem), pela acessibilidade às áreas

importantes da cidade, pelos serviços de comércio e prestação de serviços no entorno

e pelas características naturais ou amenidades do entorno (Lucena, 1985). A forte

influência das atividades turísticas sobre alguns destes fatores explica os efeitos

arrecadatórios esperados. O mesmo pode ser dito em relação ao ITBI.

Já as despesas municipais podem ser classificadas, de acordo com a

Lei nº 4320, por categoria econômica (correntes e de capital) ou por funções (saúde,

educação, planejamento, etc.).

A classificação funcional das despesas implica distribuí-las entre

conjunto predeterminado de funções e subfunções que agregariam os gastos públicos

por área de ação governamental (segurança, habitação, educação, saúde, entre

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outros).

Já a classificação econômica das despesas classifica-as entre

despesas correntes e de capital. As primeiras se refeririam a despesas de pessoal (e

encargos sociais), juros e encargos da dívida e outras despesas correntes. As

despesas de capital se referem aos investimentos, às inversões financeiras e à

amortização da dívida.

Assim, do lado da despesa, são analisadas as despesas municipais per

capita (tanto total quanto corrente e de capital), a relação entre despesas correntes e o

produto local, as despesas per capita com pessoal e com investimentos e as relações

destas despesas com as despesas e as receitas correntes. Algumas despesas

classificadas por função também foram analisadas seja do ponto de vista per capita,

seja em relação às receitas ou às despesas correntes. Foram elas os gastos em

educação, cultura, habitação, urbanismo, saúde, saneamento, segurança e turismo.

Os produtos municipais per capita e os pesos, seja do setor terciário,

seja da economia urbana na produção local também foram analisados.

4 Distribuição dos municípios turísticos brasileiros

Dos 5.564 municípios brasileiros, 2.672 possuem até 10 mil habitantes.

Nestes, 9,24% dispõem de algum tipo de roteiro turístico. Já na faixa de população

entre 10 mil e 50 mil habitantes, o percentual de municípios com roteiro turístico passa

para 20,57%. Nas faixas seguintes, de 50 mil a 100 mil e entre 100 mil e 1 milhão de

habitantes, passam para 38,98% e 53,94%, respectivamente. Por fim, dos 14

municípios com mais de 1 milhão de habitantes, 13 deles (ou 92,86%) possuem algum

roteiro turístico8 (tabela 1).

Tabela 1: Número de municípios brasileiros com roteiro turístico, por faixa de população

Total %Até 10 mil habitantes 2.672 247 9,24Entre 10 mil e 50 mil habitantes 2.324 478 20,57Entre 50 mil e 100 mil habitantes 313 122 38,98Entre 100 mil e 1 milhão de habitantes 241 130 53,94Acima de 1 milhão de habitantes 14 13 92,86Total 5.564 990 17,79

Faixas de População Número de MunicípiosNúmero de municípios com Roteiro Turístico

Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

8 Baseado em Ministério do Turismo (2004, 2007).

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___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Parece claro, portanto, que os municípios com roteiros turísticos

tenderiam a ser maiores, em média, que aqueles menos turísticos (gráfico 1).

Gráfico 1: Distribuição percentual dos municípios totais e turísticos de acordo com seu tamanho populacional

48,02

41,77

5,634,33

0,25

24,95

48,28

12,3213,13

1,31

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

Até 10 mil habitantes Entre 10 e 50 mil habitantes Entre 50 e 100 mil habitantes Entre 100 e 1000 milhabitantes

Acima de 1 milhão dehabitantes

Total Turísticos Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. ___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

A região Norte abriga 89 destes municípios turísticos com destaque

para o Estado do Pará, com 39 destes. No Nordeste há 300 municípios – 52 no

Maranhão e 51 em Pernambuco. No Centro-Oeste encontram-se 49 – 24 em Mato

Grosso. O Sudeste é a região que possui maior número destes municípios – 321 (195

só em São Paulo). Por fim, na região Sul, existem municípios com roteiro turístico, dos

quais 138 no Rio Grande do Sul (Tabela 2).

Page 10: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

Tabela 2: Número de municípios brasileiros com roteiro turístico, por unidade da Federação

Total Proporção no Estado (%) Total Proporção no Estado (%) Total %Rondônia 48 92,31 4 7,69 52 0,93Amazonas (+Acre+Roraima+Amapá) 73 73,74 26 26,26 99 1,78Pará 120 75,47 39 24,53 159 2,86Tocantins 119 85,61 20 14,39 139 2,50Maranhão 165 76,04 52 23,96 217 3,90Piauí 212 95,07 11 4,93 223 4,01Ceará 140 76,09 44 23,91 184 3,31Rio Grande do Norte 129 77,25 38 22,75 167 3,00Paraíba 197 88,34 26 11,66 223 4,01Pernambuco 134 72,43 51 27,57 185 3,32Alagoas 85 83,33 17 16,67 102 1,83Sergipe 49 65,33 26 34,67 75 1,35Bahia 382 91,61 35 8,39 417 7,49Minas Gerais 798 93,55 55 6,45 853 15,33Espírito Santo 55 70,51 23 29,49 78 1,40Rio de Janeiro 44 47,83 48 52,17 92 1,65São Paulo 450 69,77 195 30,23 645 11,59Paraná 355 88,97 44 11,03 399 7,17Santa Catarina 244 83,28 49 16,72 293 5,27Rio Grande do Sul 358 72,18 138 27,82 496 8,91Mato Grosso do Sul 65 83,33 13 16,67 78 1,40Mato Grosso 117 82,98 24 17,02 141 2,53Goiás e Brasília 235 95,14 12 4,86 247 4,44Total de Municípios 4.574 82,21 990 17,79 5.564 100,00

ESTADOSTotal de MunicípiosMunicípios com roteiro turísticoMunicípios sem roteiro turístico

Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. ___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

São Paulo agregaria 20% de todos os municípios brasileiros com roteiro

turístico, o que representa 30,23% dos municípios do estado. O segundo estado em

número de municípios com roteiros turísticos é o Rio Grande do Sul, com 14%

(27,82% dos municípios do estado).

A maioria das transferências voluntárias do Ministério do Turismo

também se destinou a estes municípios. Estes absorveram 70,15% dos recursos

transferidos voluntariamente pelo órgão entre janeiro de 2005 e junho de 2008. Este

fato repetiu na maior parte dos estados da federação. As exceções seriam Ceará,

Maranhão, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e

Tocantins. Entretanto, só nos dois primeiros a proporção de municípios não-turísticos

atendidos foi maior que a relativa aos turísticos (tabela 3).

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Tabela 3: Transferências voluntárias do Ministério do Turismo aos municípios turísticos

e não turísticos por unidade da Federação – janeiro de 2005 a junho de

2008

absProporção no

estado (%) absProporção no

estado (%) absProporção no

país (%) absProporção no

estado (%) absProporção no

estado (%)Alagoas 23 22,55 9 52,94 61.575,22 2,80 38.375,50 62,32 23.199,72 37,68Bahia 73 17,51 17 48,57 102.476,84 4,66 72.145,23 70,40 30.331,61 29,60Ceará 108 58,70 24 54,55 119.117,68 5,42 42.287,27 35,50 76.830,41 64,50Maranhão 66 30,41 13 25,00 29.603,40 1,35 7.395,74 24,98 22.207,66 75,02Paraiba 119 53,36 15 57,69 99.807,53 4,54 53.442,06 53,55 46.365,48 46,45Pernambuco 74 40,00 22 43,14 119.097,36 5,42 99.506,03 83,55 19.591,33 16,45Piauí 45 20,18 10 90,91 49.226,77 2,24 39.305,95 79,85 9.920,82 20,15Rio Grande do Norte 74 44,31 15 39,47 103.530,37 4,71 80.601,64 77,85 22.928,73 22,15Sergipe 34 45,33 19 73,08 43.840,43 1,99 37.880,43 86,41 5.960,00 13,59Espírito Santo 42 53,85 14 60,87 36.282,22 1,65 25.497,00 70,27 10.785,22 29,73Minas Gerais 406 47,60 36 65,45 246.666,63 11,22 96.369,60 39,07 150.297,04 60,93Rio de Janeiro 39 42,39 22 45,83 87.743,55 3,99 80.732,05 92,01 7.011,50 7,99São Paulo 209 32,40 49 25,13 133.166,10 6,06 90.343,67 67,84 42.822,43 32,16Goiás 97 39,43 7 58,33 68.177,53 3,10 25.003,79 36,67 43.173,74 63,33Mato Grosso do Sul 31 39,74 8 61,54 39.858,98 1,81 17.790,00 44,63 22.068,97 55,37Mato Grosso 62 43,97 8 33,33 64.509,93 2,93 35.324,16 54,76 29.185,76 45,24Distrito Federal 1 100,00 1 100,00 490.532,97 22,31 490.532,97 100,00 0,00 0,00Santa Catarina 71 24,23 27 55,10 20.294,66 0,92 11.113,09 54,76 9.181,57 45,24Paraná 154 38,60 26 59,09 55.607,33 2,53 26.691,16 48,00 28.866,17 51,91Rio Grande do Sul 159 32,06 69 50,00 48.648,92 2,21 30.599,76 62,90 18.049,16 37,10Rondônia 13 25,00 3 75,00 7.030,18 0,32 6.273,03 89,23 757,16 10,77Acre 4 18,18 3 30,00 7.407,30 0,34 7.157,30 96,62 250,00 3,38Amazonas 6 9,68 4 40,00 55.639,28 2,53 37.783,03 67,91 17.856,25 32,09Roraima 10 66,67 4 100,00 29.947,46 1,36 27.746,86 92,65 2.200,60 7,35Pará 30 20,98 13 39,39 53.021,81 2,41 46.255,43 87,24 6.766,38 12,76Amapá 5 31,25 4 66,67 9.856,59 0,45 9.616,59 97,57 240,00 2,43Tocantins 20 14,39 9 45,00 15.768,27 0,72 6.390,24 40,53 9.378,03 59,47Brasil 1.975 35,50 453 45,80 2.198.435,31 100,00 1.542.159,57 70,15 656.225,74 29,85

Municípios não turísticosTotalValores repassados (R$ 1.000)

Estado

Municípios atendidosNúmero total Municípios turísticos Municípios turísticos

Fonte: Dados da Pesquisa.

Os 427 municípios com roteiros turísticos internacionais com apoio do

Ministério do Turismo não se concentram em algumas poucas unidades da Federação

(tabela 3.5). Em ordem decrescente, os estados com maior número de municípios

nesta categoria são Rio Grande do Sul (37), Ceará (32), Rio Grande do Norte (30), Rio

de Janeiro (26), Paraíba (25), Sergipe (25) e São Paulo (24).

Já os aos municípios com roteiros turísticos internacionais com apoio

das unidades da Federação se encontram apenas em Santa Catarina, Mato Grosso do

Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Já em relação aos municípios com roteiros nacionais

ressaltam-se os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul com maior número de

municípios nesta categoria (tabela 4).

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Tabela 4: Número de municípios com roteiros turísticos internacionais e com roteiros nacionais, por unidade da Federação

Estados

Roteiros turísticos

internacionais com apoio do

MinTur

Roteiros turísticos internacionais com

apoio das UF's

Roteiros nacionais

Rondônia 4Amazonas (+Acre+Roraima+Amapá) 19 12Pará 13 28Tocantins 18 2Maranhão 14 39Piauí 11 2Ceará 32 21Rio Grande do Norte 30 36Paraíba 25 1Pernambuco 18 34Alagoas 17Sergipe 25 14Bahia 18 27Minas Gerais 18 48Espírito Santo 13 11Rio de Janeiro 26 48São Paulo 24 182Paraná 12 5 44Santa Catarina 21 11 34Rio Grande do Sul 37 5 138Mato Grosso do Sul 9 10 13Mato Grosso 16 18Goiás e Brasília 7 11Total geral 427 31 763 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. ___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Duas outras caracterizações foram utilizadas no estudo - municípios

com potencial turístico e municípios indutores. Os estados com maior número de

municípios com potencial turístico são São Paulo (640), Minas Gerais (494), Paraná

(399) e Rio Grande do Sul (389). Já os municípios indutores estão distribuídos mais

equitativamente entre todos os estados (tabela 5).

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Tabela 5: Número de municípios com potencial turístico e municípios indutores, por unidade da Federação.

Estados Municípios com potencial turístico Municípios indutoresRondônia 27 1Amazonas (Acre+Roraima+Amapá) 74 5Pará 33 3Tocantins 50 2Maranhão 51 2Piauí 120 3Ceará 103 4Rio Grande do Norte 80 3Paraíba 57 1Pernambuco 52 3Alagoas 102 2Sergipe 75 1Bahia 137 5Minas Gerais 494 4Espírito Santo 78 1Rio de Janeiro 91 5São Paulo 640 2Paraná 399 3Santa Catarina 293 3Rio Grande do Sul 389 4Mato Grosso do Sul 78 3Mato Grosso 2Goiás e Brasília 243 5Total 3.666 67 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. ___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Os roteiros turísticos também podem ser classificados tematicamente:

de aventuras, culturais, ecológicos, sol e praia, negócios, esportivos, rurais, pesca,

náuticos, religiosos, gastronômicos, saúde e estudos (estes quatro últimos, devido a

seu pequeno número, são estudados conjuntamente). Ministério do Turismo (2004)

explicita os conceitos formais destes roteiros – base dos conceitos a serem descritos a

seguir.

O turismo de aventura compreende os movimentos turísticos

decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não

competitivo. Beni (2001) apud Edra (2005) asseguram que o turismo de aventura

ocorre com deslocamento da demanda para espaços naturais, com ou sem roteiros

programados e ausência de equipamentos receptivos, motivadas pela atração

exercida pelo desconhecido e desejo de enfrentar situações de desafio físico e

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emocional. Este tipo de turismo encontra-se em municípios de todos os estados

brasileiros, exceto Rondônia. E os estados com maior número de municípios com este

tipo de roteiro são: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará (tabela 6).

Tabela 6: Número de municípios por tipo de roteiro turístico, por unidade da Federação

Aventura Cultura Ecológico Sol e Praia Negócios Esporte Rural Pesca Náutico Outros (1)Rondônia 2 3Amazonas (Acre+Roraima+Amapá) 11 8 21 3 2 6 3 12Pará 13 28 17 11 17 2 13 13 15 6Tocantins 2 2 20 14 7 7 14 18Maranhão 21 52 52 27 27 34 25 12 46Piauí 4 11 7 6 11 6 11Ceará 43 39 43 27 36 38 35 1 15Rio Grande do Norte 11 24 25 27 12 14Paraíba 13 15 14 10 2 12 1 1 1Pernambuco 38 35 26 17 43 18 11 9Alagoas 12 11 17 17 17 12 17 17Sergipe 11 25 25 25 25 22 20Bahia 23 32 32 16 1 1 1Minas Gerais 25 44 21 1 16 1 21 6 2 5Espírito Santo 23 20 20 23 18 5 16 9 5 5Rio de Janeiro 47 42 47 33 46 46 45 31 20São Paulo 79 175 120 14 51 6 121 17 8Paraná 18 26 28 13 7 15 3 4 11Santa Catarina 36 39 38 26 22 5 9 1 20Rio Grande do Sul 74 118 60 20 62 7 50 34 23Mato Grosso do Sul 11 11 11 6 11Mato Grosso 21 24 23 10 9 14Goiás e Brasília 8 11 11 1 2 3Total geral 544 794 678 330 439 173 404 159 208 138

EstadosRoteiros Turísticos

Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e

Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil. 2003/2007 Brasília/DF. 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. ___. Secretaria Nacional de Politicas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/DF. 2004 Disponível em <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

(1) Refere-se aos roteiros gastronômicos, de saúde, religiosos e de estudos.

O turismo ecológico - também chamado de turismo da natureza ou

turismo verde – caracteriza-se pelo deslocamento da demanda para espaços naturais,

com ou sem equipamentos receptivos, motivadas pelo desejo ou necessidade de

fruição da natureza, observação passiva da flora, fauna, da paisagem e dos aspectos

cênicos do entorno. Pode ainda se caracterizar pela observação participante e

interativa com o meio ambiente, na prática de caminhadas, escalada, rafting e outros

“esportes radicais” em que a natureza atua como pano de fundo. O espaço para este

tipo de turismo é caracterizado pela flexibilização ou inexistência de restrições rígidas

e limites à utilização do espaço. Assim como o turismo de aventura, este se encontra

em todos os estados da Federação, exceto Rondônia. São Paulo destaca-se em

número de municípios com este tipo de turismo (tabela 6).

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O turismo cultural compreende a vivência do conjunto de elementos

significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos que valorizam e

promovem os bens materiais e imateriais da cultura. Numa visão mais restrita, para

Beni apud Edra (2005) o roteiro cultural é caracterizado pelo deslocamento da

demanda a núcleos receptores que contam com patrimônio e acervo cultural

encontrado em ruínas, monumentos, museus e obras de arte, a representação da

história do homem em distintas épocas. Este tipo de turismo encontra-se em

municípios de todos os estados brasileiros, com destaque para São Paulo (175

municípios) e Rio Grande do Sul (118).

O turismo de sol e praia - muito importante no país - constitui-se de

recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta

de água, sol e calor caracterizada pela oferta de serviços, produtos e equipamentos de

operação e agenciamento, transporte, hospedagem, alimentação, recepção e

condução de turistas e outras atividades complementares. Neste caso, a recreação, o

entretenimento e o descanso estão relacionados ao divertimento, à distração ou ao

usufruto e contemplação da paisagem. Também para fins desse segmento turístico,

considera-se praia a área situada ao longo de um corpo de água, constituída

comumente de areia, lama ou diferentes tipos de pedras. Deste modo, estão

contempladas praias marítimas, praias fluviais e lacustres (margens de rios, lagoas e

outros corpos de água doce) e praias artificiais (construções similares às praias

naturais à beira de lagos, represas e outros corpos de água).

Em documento recente9, o Ministério do Turismo condensa esta

definição mais ampla assegurando que o turismo de sol e praia constitui-se de

recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta

de água, sol e calor. Os principais estados, em relação ao número de municípios com

este tipo de turismo, são Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará,

Maranhão e Santa Catarina (tabela 6).

O turismo de negócios é realizado por executivos e homens de

negócios que se deslocam em direção aos grandes centros empresariais para

realizarem atividades profissionais, comerciais ou industriais. São grandes

consumidores com viagens custeadas pelas empresas. Isto os leva a gastarem mais

com entretenimento durante o tempo livre. Neste tipo de turismo, destacam-se os

estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco (tabela 6).

9 Definição de acordo com Ministério do Turismo (2008). Disponível em:

http://www.fbcvb.org.br/Imagens/Arquivos/Livro_SolePraia.pdf

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O turismo de esportes tem como principal produto o esporte. O

deslocamento da demanda é realizado em função do interesse de alguma modalidade

esportiva, para prática ou apenas para observação. Neste segmento incluem-se os

núcleos receptores que sediam olimpíadas, competições e torneios, por exemplo.

Nesta modalidade, os estados com maior número de municípios são Rio de Janeiro,

Ceará e Maranhão (tabela 6).

O turismo rural é caracterizado pelo deslocamento da demanda para

espaços rurais com ou sem pernoite para fruição de cenários e instalações rurícolas.

Na Europa, este tipo de turismo vem sendo alternativa às áreas turísticas em processo

de saturação. No Brasil, os estados com maior número de municípios com este tipo de

turismo são São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (tabela 6).

O turismo de pesca foi definido por Teixeira (2007) como a execução da

atividade pesqueira com os equipamentos permitidos por lei para tal esporte, com o

intuito único de lazer respeitando as cotas de abate para peixes impostos pela

legislação. No Brasil, destacam-se os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Alagoas

(tabela 6).

O turismo náutico caracteriza-se pela utilização de embarcações

náuticas com finalidade da movimentação turística. De acordo com a Secretaria de

Turismo de Estado do Paraná, isto é tradicional em países turísticos e não-turísticos

que possuem recursos aquáticos, cuja principal motivação está associada ao litoral,

rios e represas10. Estes devem contar com portos esportivos, tanto públicos como

privados, que apresentem tanto equipamentos de amarre, de assistência, estaleiro,

fornecimento de combustível quanto serviços complementares como restaurantes e

lojas. Os estados brasileiros com maior número de municípios com este tipo de

turismo são Maranhão, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe (tabela 6).

Por fim, devido ao pequeno número de municípios existentes, os

roteiros de saúde, religioso, gastronômico e de estudos foram agrupados em um único

tipo – descrito na tabela 6 como outros. Nesta categoria estariam 138 municípios

brasileiros.

5 Análise econométrica das variáveis

Para se identificar estatisticamente os possíveis efeitos do turismo

sobre as finanças públicas municipais, fez-se teste econométrico em duas etapas.

Inicialmente utilizou-se teste econométrico em painel com efeito fixo de forma a 10 Disponível em: http://www.pr.gov.br/turismo/turismo_tipo_esportivo.shtml?turistas.

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identificar as relações existentes entre as variáveis estudadas e o contexto sócio-

econômico de cada município. Uma vez feito isto. Calcularam-se tais “efeitos fixos” por

município, cruzando-os com as diversas características não variáveis destes. Fez-se

isto por dois motivos. Por um lado, permite a correção do viés gerado por método

tradicional de Mínimos Quadrados Generalizados (MQG), devido à inevitável

correlação destes efeitos fixos e as variáveis independentes utilizadas na primeira

etapa. Por outro, pressupõe-se que os efeitos fixos inerentes de cada município sejam

compostos por diversos efeitos separáveis e identificáveis, ao contrário de cada efeito

fixo municipal separadamente.

Seja a seguinte regressão a ser estimada:

itiit

ititit XY

Onde Yit se refere à variável dependente do i-ésimo município no t-

ésimo período e Xit às variáveis independentes utilizadas também do i-ésimo município

no t-ésimo período analisado. O termo de erro (ε), por sua vez, pode ser decomposto

entre um efeito fixo específico de cada município (Ψ), não variável no tempo, e um

ruído branco - erro de média zero e variância constante (η).

Os Ψ’s utilizados acima são chamados de efeitos fixos pela literatura.

Estes se relacionariam a toda característica idiossincrática de cada unidade analisada

(cada i). Entretanto, é bastante razoável pressupor que tal efeito (síntese de todas as

características idiossincráticas de cada município) esteja intimamente relacionado com

os valores observados pelas variáveis independentes utilizadas, o que nos traz sérios

problemas. É possível mostrar que, caso os efeitos fixos de cada observação sejam

correlacionados com suas respectivas variáveis independentes, esta estimação via

técnicas tradicionais (Mínimos Quadrados Ordinários ou Generalizados) é viesada.

A resolução deste problema, entretanto, é muito simples. Basta

diferenciar a regressão (desaparecendo, portanto, os efeitos fixos) e estimá-la

normalmente (corrigindo os problemas gerados de heterocedasticidade).

itit

ititit XY

Note que os erros acima deixam de ser correlacionados com as

variáveis independentes utilizadas. Ou seja, o problema deixa de existir.

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Um grave problema do método acima é eliminar qualquer possibilidade

de se obter efeitos relativos a características imutáveis das observações em questão,

uma vez que a estimação dos efeitos fixos individuais citados acima é impossível (não

existem graus de liberdade suficiente para isto. A assintótica de painel se dá nos “i”s).

É possível, entretanto, pressupor que estes efeitos sejam junção de

série de efeitos relativos a características observáveis e não-observáveis dos

municípios. Ou seja,

itcráticoidios

iji

jiti

cráticoidiosi

ji

ji

sin

sin

A regressão acima pode ser facilmente estimada (pressupõe-se total

independência do componente idiossincrático dos demais). Devem-se corrigir

possíveis heterocedasticidades e se utilizar dummies temporais para corrigir o

problema relacionado ao intercepto (não estimado na primeira etapa).

Diversas foram as variáveis fiscais analisadas. Utilizaram-se dados

absolutos, em reais de 2005. Estes foram deflacionados com deflatores implícitos do

PIB estaduais (o que manteve o valor dos diversos índices utilizados calculados seja

em valores correntes, seja em constantes).

Utilizou-se, como variáveis explicativas na primeira etapa, aquelas

relativas ao produto municipal – basicamente, o produto municipal per capita e o peso

dos produtos setoriais no total.

Os controles utilizados na segunda etapa se referem aos estados

brasileiros, às características turísticas dos municípios, aos diversos instrumentos de

gestão utilizados por estes e a seu tamanho11.

É importante ressaltar que os resultados são líquidos. Ou seja, estes

seriam somáveis dadas as características de cada município. Isto só é possível porque

os controles utilizados permitem separar estatisticamente efeitos de variáveis distintas.

Para os gastos na subfunção turismo, utilizou-se método de Mínimos

Quadrados Generalizados tradicional, uma vez que só existiam dados para um único

ano, 200512.

11 O município base utilizado é paulista não turístico de menos de 10.000 habitantes. Ou seja, todos os

resultados gerados representam a diferença observada entre o município em questão e este. 12 Para maiores detalhes, ver DAVIDSON; MacKINNON (1993), GREENE (2003) ou HSIAO (1985, 1986).

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Utilizaram-se dados absolutos, em reais de 2005, deflacionados com

deflatores implícitos dos PIB’s estaduais (o que manteve o valor dos diversos índices

calculados, seja em valores correntes, seja em constantes).

É importante ressaltar que os resultados são líquidos somáveis, dadas

as características de cada município13. Isto só é possível porque os controles

utilizados permitem separar estatisticamente efeitos de variáveis distintas.

5.1 Municípios indutores e com potencial turístico

Os municípios com potencial turístico tendem a apresentar receitas

municipais per capita R$13,43 menores que os demais estados. Suas receitas

correntes em relação ao produto local também são menores em cerca de 1,86%. Suas

despesas correntes (em relação ao produto local), entretanto, também seriam

menores em cerca de 1,61%. Suas receitas tributárias per capita também se

mostraram estatisticamente menores em R$4,98 – arrecadação per capita de impostos

menor em R$4,86 (cerca de um terço da diferença observada para o total de suas

receitas municipais). Isto é explicado basicamente pela menor arrecadação de IPTU

per capita (menor em R$ 3,32) – a relação entre este montante arrecadado e o

produto urbano destes municípios é 0,02% menor que nos demais (tabela 7).

Estes municípios tendem a gastar R$ 8,30 adicionais em mão-de-obra

per capita (o que aumenta seu peso nas despesas correntes em 0,55%). O gasto em

educação per capita é menor em R$6,59 (o que diminui as proporções destes gastos

em relação às despesas correntes em 1,20% e em relação às receitas correntes em

1,23%). O mesmo ocorre com seus gastos per capita em habitação (menores em

R$1,15) e segurança (menores em R$ 0,53). Já os gastos per capita em cultura

tenderam a ser maiores (R$1,11 maiores) assim como em urbanismo (R$4,52

maiores). Entretanto, as relações entre os gastos em turismo dos municípios indutores

e suas receitas municipais, despesas municipais ou produto local se mostraram

maiores que nos demais (tabela 7).

Já os municípios indutores sistematicamente não apresentaram

diferenciações estatisticamente significativas em relação aos demais. Foi identificada

uma maior arrecadação tributária per capita de R$37,11 - maior arrecadação per

capita de impostos de R$31,31. Todos os impostos exibiram maior arrecadação per

capita (o IPTU com R$10,56, o ISS com R$12,55 e o ITBI com R$7,99). A alíquota

13 O município-base utilizado é paulista não-turístico de menos de 10 mil habitantes. Ou seja,

todos os resultados gerados representam a diferença entre este e o município em questão.

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efetiva do IPTU se mostrou também mais alta (1,47% maior que nos demais

municípios), mas não aquela associada ao ISS. Estes também tenderam a receber

maiores transferências per capita do FPM em R$ 78,06 (tabela 7).

Tabela 7: Efeitos líquidos dos municípios indutores e com potencial turístico – variáveis selecionadas – Brasil – 2002-2005

VariáveisPotencial turístico

Municípios Indutores

Receitas municipais per capita -13,43Receitas correntes per capitaProporção das receitas correntes em relação ao produto municipal (%) -1,86Transferências do FPM per capita 78,06Receitas de transferência per capitaReceitas tributárias per capita -4,98 37,11Receitas de imposto per capita -4,86 31,31Arrecadação de ITBI per capita 7,99Arrecadação de ISS per capita 12,55Alíquota efetiva do ISS (%)Arrecadação de IPTU per capita -3,32 10,56Alíquota efetiva do IPTU (%) -0,02 0,15Despesas municipais per capitaDespesas correntes per capitaProporção das despesas correntes no produto local (%) -1,61Despesas de capital per capitaDespesas com pessoal per capita 8,30 39,85Proporção das despesas com pessoal nas despesas correntes (%) 0,55Proporção das despesas com pessoal nas receitas correntes (%)Despesas de investimento per capitaProporção das despesas de investimento nas despesas correntes (%)Proporção das despesas de investimento nas receitas correntes (%)Gastos em educação per capita -6,59Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) -1,20Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) -1,23Gastos em cultura per capita 1,11Gastos em habitação per capita -1,15Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) -0,15Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) -0,14Gastos em urbanismo per capita 4,52Proporção dos gastos em urbanismo nas receitas correntes (%)Gastos em saúde per capita 18,81Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%)Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%)Gastos em saneamento per capita -11,19Proporção dos gastos em saneamento nas despesas correntes (%) -0,94Proporção dos gastos em saneamento nas receitas correntes (%) -0,77Gastos em segurança per capita -0,53 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional.

Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2002. Brasília, 2003. v. 48. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. ___. Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2005. Brasília, 2006. v. 51. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. IBGE, Produto interno bruto dos municípios, 2002-2005. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 7 fev.2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Nota: São reportados só os efeitos estatisticamente significativos a 5% de significância.

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Estes municípios também aumentaram o volume de gastos per capita

com pessoal (maiores em R$39,85). Também gastaram mais com saúde (R$18,81 per

capita a mais), mas menos com saneamento (R$11,19 per capita menor). Neste último

caso, este grupo de municípios gastou 0,94% de suas despesas e 0,77% de suas

receitas a menos com esta função (tabela 7).

5.2 Roteiros nacionais e internacionais

Os municípios com roteiros internacionais com apoio do Ministério do

Turismo apresentaram tanto menores receitas per capita (R$109,32 menor) quanto

menores despesas municipais per capita (R$155,80 menor). Como a diferença relativa

à segunda é bem maior que para a primeira, sua situação fiscal mostra-se melhor -

uma maior diferença entre receitas e despesas per capita de R$46,48 (tabela 8).

Suas receitas e despesas correntes per capita também se mostraram

menores que as dos demais municípios, mas com resultado final inverso. As primeiras

seriam R$129,98 menores e as segundas apenas R$88,06 menores (gerando, neste

caso, uma diferença negativa de R$41,92). A diferença entre os dois valores

estimados, inevitavelmente, deve ser gerada seja por maior receita de capital seja por

menores deduções destas receitas. As proporções das receitas e despesas correntes

em relação ao produto municipal também é menor - 8,30% e 8,12%, respectivamente

(tabela 8).

Os tributos per capita destes municípios também se mostraram

R$27,01. A explicação para isto é o menor montante de impostos cobrados per capita

nestas localidades (R$25,91 menor). A arrecadação de IPTU per capita é R$15,71

menor (sua alíquota efetiva seria menor em 0,11%) e do ITBI per capita em R$2,55. A

arrecadação de ISS não mostrou nenhuma diferença estatisticamente significativa. Em

contrapartida, suas transferências per capita seriam R$98,25 maiores que os demais –

mas não as relativas ao FPM (tabela 8).

O menor montante das despesas municipais per capita, por sua vez, é

explicado tanto por menores despesas correntes per capita (menores R$88,06) – as

despesas per capita com pessoal seriam R$25,96 menores - quanto por menores

despesas de capital per capita (R$60,94 menores). Entretanto, a participação das

despesas com pessoal nessas cidades (dado o menor montante seja das receitas,

seja das despesas) tende a ser 1,42% maior no caso das despesas correntes e 1,21%

maior no caso das receitas correntes. Os gastos com investimento per capita também

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seriam menores (em R$62,57), diminuindo também o peso destes, seja nas receitas,

seja nas despesas correntes – menores 1,93% e 2,96%, respectivamente (tabela 8).

Estes municípios gastariam menos (tanto do ponto de vista per capita

quanto em relação às receitas ou despesas correntes) com educação, cultura, saúde,

saneamento, segurança e urbanismo. Nenhuma diferença estatisticamente

significativa foi observada em relação ao turismo ou à habitação (tabela 8).

Os municípios com roteiros internacionais com apoio das unidades da

federação apresentaram quadro bastante similar. Tanto receitas quanto despesas

municipais per capita tenderam a ser menores do que as dos demais municípios.

Entretanto, a diminuição das primeiras (R$178,05 menos) foi menor que aquela

observada nas segundas (R$301,09), implicando melhora dos resultados fiscais

dessas localidades (aumento de superávit de cerca de R$123,04). O inverso ocorre

quando se analisam receitas e despesas correntes per capita. As primeiras seriam

R$228,52 menores que as dos demais municípios, enquanto as segundas seriam só

R$150,42 menores (não foi constatado, entretanto, modificação na relação entre essas

variáveis e o produto municipal). Logo, essas localidades também apresentariam

maiores receitas de capital ou menores deduções de suas receitas orçamentárias,

explicando este resultado. Constatou-se também maior arrecadação per capita de ITBI

em R$5,96. A alíquota efetiva do ISS se mostrou menor em 0,20%. Estes também

receberam maior volume de transferências per capita - R$111,08 (tabela 8).

A diminuição das despesas municipais desse grupo de municípios em

R$301,09 se distribui praticamente igual entre as despesas correntes (diminuíram

R$150,42) e as despesas de capital (R$143,96 menores). Não se observaram

diferenças estatisticamente significativas nos gastos em pessoal per capita, mas sim

na proporção entre estes e as despesas correntes (2,81% maior) e as receitas

correntes (2,87% maior). Os gastos per capita em investimento se mostraram menores

em R$129,69 – sua proporção em relação às despesas correntes se mostrou 6,09%

menor e em relação às despesas correntes 4,18% menor (tabela 8).

Os gastos per capita com educação, cultura, saúde e urbanismo foram

menores que nos demais municípios, respectivamente, em R$43,28, R$8,01, R$45,80

e R$39,51. A proporção em relação aos gastos e receitas correntes só se mostrou

menor no caso dos gastos em saúde (nos demais, as diferenças não se mostraram

estatisticamente significativas). Não se encontrou diferença estatisticamente

significativa nos gastos em turismo, habitação, saneamento e segurança (tabela 8).

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Tabela 8: Efeitos líquidos dos municípios com roteiros internacionais com apoio do Ministério do Turismo, das unidades da Federação e com roteiros nacionais – variáveis selecionadas – Brasil – 2002-2005

Variáveis

Roteiro internacional com apoio do

MinTur

Roteiro internacional

com apoio das UF's

Roteiro nacional

Receitas municipais per capita -109,32 -178,05Receitas correntes per capita -129,98 -228,52Proporção das receitas correntes em relação ao produto municipal (%) -0,83Transferências do FPM per capitaReceitas de transferência per capita 98,25 111,08Receitas tributárias per capita -27,01 -5,77Receitas de imposto per capita -25,91 -7,23Arrecadação de ITBI per capita -2,55 5,96 0,59Arrecadação de ISS per capita -3,00Alíquota efetiva do ISS (%) -0,20Arrecadação de IPTU per capita -15,71 -4,45Alíquota efetiva do IPTU (%) -0,11 -0,05Despesas municipais per capita -155,80 -301,09Despesas correntes per capita -88,06 -150,42Proporção das despesas correntes no produto local (%) -0,81Despesas de capital per capita -60,94 -143,96Despesas com pessoal per capita -25,96 -8,83Proporção das despesas com pessoal nas despesas correntes (%) 1,42 2,81Proporção das despesas com pessoal nas receitas correntes (%) 1,21 2,87Despesas de investimento per capita -62,57 -129,69Proporção das despesas de investimento nas despesas correntes (%) -2,96 -6,09Proporção das despesas de investimento nas receitas correntes (%) -1,93 -4,18Gastos em educação per capita -23,93 -43,28Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%)Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%)Gastos em cultura per capita -2,69 -8,01Gastos em habitação per capitaProporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%)Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%)Gastos em urbanismo per capita -42,31 -39,51Proporção dos gastos em urbanismo nas receitas correntes (%)Gastos em saúde per capita -27,58 -45,80 -6,12Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) -1,29 -2,41 -0,67Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) -1,17 -1,96 -0,59Gastos em saneamento per capita -7,73 -1,82Proporção dos gastos em saneamento nas despesas correntes (%) -0,75Proporção dos gastos em saneamento nas receitas correntes (%) -0,61Gastos em segurança per capita -2,99 -0,49 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional.

Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2002. Brasília, 2003. v. 48. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. ___. Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2005. Brasília, 2006. v. 51. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. IBGE, Produto interno bruto dos municípios, 2002-2005. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 7 fev.2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Nota: São reportados só os efeitos estatisticamente significativos a 5% de significância.

Por fim, os municípios com roteiros nacionais não apresentaram

diferenças estatisticamente significativas nas receitas e nas despesas municipais per

capita (totais ou correntes). Já as receitas tributárias per capita se mostraram R$5,77

menores que nos demais municípios – arrecadação per capita de impostos R$7,23

menor nestes. Isto pode ser explicado pela menor arrecadação per capita de IPTU

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(menos R$4,55) e de ISS (menos R$3,00). A alíquota efetiva do primeiro seria menor

em 0,46%). Entretanto, a arrecadação per capita de ITBI se mostrou maior em R$0,59

(tabela 8).

Já do lado das despesas, estes municípios apresentaram gastos per

capita com pessoal R$8,83 menores que os demais municípios. Estes também

gastaram menos (do ponto de vista per capita) com saúde (R$6,12 menos), com

saneamento (R$1,82 menos) e com segurança (R$0,49 menos). Isto implicou queda

da proporção dos gastos com saúde em relação às despesas correntes em 0,67%) e

em relação às receitas correntes em 0,59% (tabela 8).

5.3 Roteiros temáticos

Os roteiros temáticos também foram avaliados. Os municípios que

contavam com roteiros de sol e praia, ecológico, esportes e pesca apresentaram

maiores níveis tanto de receitas quanto de despesas municipais per capita. Em todos,

este impacto piorou as condições fiscais, uma vez que os aumentos das primeiras

foram menores que das segundas. Os aumentos nas receitas municipais per capita

foram, respectivamente, R$125,47, R$36,63, R$84,84, R$68,24. Já as despesas

municipais per capita aumentaram, respectivamente, R$245,03, R$74,51, R$189,26 e

R$153,70 (tabela 9).

Os municípios que contavam com roteiros de aventuras e rural

apresentaram queda tanto nas receitas quanto nas despesas municipais per capita.

Entretanto, essas quedas representaram melhoria das condições fiscais deste grupo

de municípios, uma vez que as primeiras caíram menos que as segundas. As receitas

municipais per capita caíram, respectivamente, R$36,38 e R$30,03. Já as despesas

municipais per capita diminuíram R$87,37 e R$42,03, respectivamente. Por fim, os

municípios que apresentam roteiros culturais apresentaram uma maior receita

municipal per capita (R$26,58 maior), sem efeitos estatisticamente significativos sobre

suas despesas (tabela 9).

Resultados opostos foram encontrados relativos às receitas e despesas

correntes per capita. Os municípios que contam com roteiros ecológicos, de sol e

praia, esportes e pesca apresentaram maiores receitas e despesas correntes per

capita. Entretanto, neste caso, o aumento das primeiras foi maior que das segundas.

O aumento nas receitas correntes per capita foi, respectivamente, R$63,95 (0,35%

adicionais em relação ao produto local), R$228,09 (0,72% a mais do produto local),

R$173,80 e R$141,56 (sem modificação estatisticamente significativa na participação

Page 25: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

no produto local nestes dois últimos casos). Já o incremento nas despesas correntes

per capita foi, respectivamente, R$43,62 (aumento de 0,25% na participação no

produto local), R$142,71, R$100,44 e R$80,77 - sem modificação, nestes três, das

respectivas participações no produto local (tabela 9).

Tabela 9: Efeitos líquidos dos municípios com roteiros temáticos turísticos selecionados – variáveis selecionadas – Brasil – 2002-2005

VariáveisRoteiro

ecológicoRoteiro de sol e praia

Roteiro de esporte

Roteiro de pesca

Roteiro náutico

Receitas municipais per capita 36,63 125,47 84,84 68,24Receitas correntes per capita 63,95 228,09 173,81 141,56Proporção das receitas correntes em relação ao produto municipal (%) 0,35 0,72Transferências do FPM per capita 12,40 32,90 15,35 -13,10Receitas de transferência per capita -26,74 -87,35 -78,12 -56,60Receitas tributárias per capita 13,32 18,40 18,26Receitas de imposto per capita 6,45 12,16 18,41 17,05Arrecadação de ITBI per capita -1,43 3,30 1,58 -1,57 3,47Arrecadação de ISS per capita 4,47 4,66 14,49Alíquota efetiva do ISS (%) 0,13 0,09 0,13Arrecadação de IPTU per capita 2,80 -3,53 12,26Alíquota efetiva do IPTU (%) 0,04 -0,06 -0,08 0,16Despesas municipais per capita 74,51 245,03 189,26 153,70Despesas correntes per capita 43,62 142,71 100,44 80,77Proporção das despesas correntes no produto local (%) 0,25Despesas de capital per capita 27,68 92,48 76,43 64,42 -19,47Despesas com pessoal per capita 10,85 35,43 45,93 22,05 17,45Proporção das despesas com pessoal nas despesas correntes (%) -1,35 -1,08Proporção das despesas com pessoal nas receitas correntes (%) -1,34 -1,11 1,00Despesas de investimento per capita 26,07 86,03 75,83 64,66Proporção das despesas de investimento nas despesas correntes (%) 1,32 2,67 2,36 2,47 -1,20Proporção das despesas de investimento nas receitas correntes (%) 0,88 1,74 1,48 1,51 -0,88Gastos em educação per capita 13,86 31,35 18,57 12,58Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) -0,49Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) -0,68Gastos em cultura per capita 1,28 3,87 1,76 2,40 -1,70Gastos em habitação per capita 1,89 3,49Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%)Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%)Gastos em urbanismo per capita 10,15 45,32 39,87 34,20Proporção dos gastos em urbanismo nas receitas correntes (%) 0,91Gastos em saúde per capita 7,86 25,08 25,09 19,14Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) -0,70Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) -0,45Gastos em saneamento per capita 3,22 7,49Proporção dos gastos em saneamento nas despesas correntes (%) 0,54Proporção dos gastos em saneamento nas receitas correntes (%) 0,43Gastos em segurança per capita 1,13 2,09 1,64 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional.

Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2002. Brasília, 2003. v. 48. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. ___. Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2005. Brasília, 2006. v. 51. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. IBGE, Produto interno bruto dos municípios, 2002-2005. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 7 fev.2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Nota: São reportados só os efeitos estatisticamente significativos a 5% de significância.

Os municípios que contam com roteiros de aventuras e rural, por sua

vez, apresentaram diminuição tanto de suas receitas quanto de suas despesas

correntes per capita. Aqui, porém, houve uma piora de suas condições fiscais, uma

vez que as primeiras caíram mais que as segundas. As quedas relativas às receitas

Page 26: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

correntes per capita foram, respectivamente, R$76,16 e R$53,02. Já em relação às

despesas correntes per capita, estes números foram R$49,69 e R$28,67 (tabela 9).

Nenhum roteiro apresentou impactos negativos nas receitas tributárias

per capita. Só os municípios que contariam com roteiros de cultura, ecológicos, rurais,

de pesca e outros não obtiveram diferenciação estatisticamente significativa nesta

variável. É a arrecadação de impostos que vai explicar esta melhora na arrecadação

tributária dos municípios turísticos. Os municípios com roteiros ecológicos

apresentaram maior arrecadação de impostos per capita mas não maiores receitas

tributárias per capita (tabelas 9 e 10).

O maior efeito foi observado nos roteiros de esporte (ambas as

arrecadações per capita tributária e de impostos se mostraram maior em R$18,40).

Este resultado é explicado basicamente pela maior arrecadação de ISS per capita

(R$14,48) e, em menor grau, de ITBI per capita (R$1,58). A alíquota efetiva do

primeiro imposto é 0,13% maior que nos demais municípios (tabela 9).

Os municípios com roteiros náuticos ocupam a segunda posição

(arrecadação tributária per capita maior em R$18,26 e arrecadação de impostos maior

em R$17,05). Este resultado é explicado basicamente pela maior arrecadação de

IPTU per capita (R$12,26) e, em menor grau, de ITBI per capita (R$3,46). A alíquota

efetiva do primeiro imposto é 0,16% maior que nos demais municípios (tabela 9).

Em seguida aparecem os municípios que contam com roteiros de sol e

praia. A arrecadação tributária per capita deles foi maior R$13,32 e de impostos per

capita R$12,16. Neste caso, o maior peso provém da maior arrecadação de ISS per

capita (R$4,66) – implicando alíquota efetiva 0,09% superior. O ITBI per capita se

mostrou R$3,30 superior aos demais – comprovando a hipótese de possível aumento

da especulação imobiliária nestes roteiros (tabela 9).

A arrecadação tributária per capita dos municípios que contam com

roteiros de aventuras apresentou uma diferença de R$10,03 – arrecadação de

impostos per capita seria R$7,16 superior. A maior arrecadação de IPTU per capita

(em R$6,46) explica grande parte deste resultado. A alíquota efetiva deste imposto

seria cerca de 0,09% superior aos demais. A arrecadação de ITBI per capita também é

maior (em R$2,07) do que no restante dos municípios. Não se observaram diferenças

estatisticamente significativas na arrecadação de ISS per capita desses municípios

(tabela 10).

Page 27: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

Tabela 10: Efeitos líquidos dos municípios com roteiros temáticos turísticos selecionados – variáveis selecionadas – Brasil – 2002-2005

VariáveisRoteiro cultural

Roteiro de aventuras

Roteiro de negócio

Roteiro rural

outros roteiros

Receitas municipais per capita 26,58 -36,38 -30,03Receitas correntes per capita -76,16 -53,02Proporção das receitas correntes em relação ao produto municipal (%) -0,64 -0,61 -0,66Transferências do FPM per capita -12,15 -10,04Receitas de transferência per capita -22,98 22,10 29,93 -19,88Receitas tributárias per capita 10,04 5,60Receitas de imposto per capita 7,16 6,06Arrecadação de ITBI per capita -1,05 2,07Arrecadação de ISS per capita 3,35Alíquota efetiva do ISS (%) 0,07 -0,08Arrecadação de IPTU per capita 6,46Alíquota efetiva do IPTU (%) 0,09 0,02Despesas municipais per capita -87,37 -42,03Despesas correntes per capita -49,69 -28,67Proporção das despesas correntes no produto local (%) -0,52 -0,36 -0,49Despesas de capital per capita -32,99Despesas com pessoal per capita -9,06Proporção das despesas com pessoal nas despesas correntes (%) -0,72 0,49 0,43 -0,71Proporção das despesas com pessoal nas receitas correntes (%) 0,63 0,52 -0,53Despesas de investimento per capita -30,52Proporção das despesas de investimento nas despesas correntes (%) -1,28Proporção das despesas de investimento nas receitas correntes (%) -0,83Gastos em educação per capita -9,84 -9,32Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) 0,36 -0,96 0,45Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) 0,36 -1,00 0,56Gastos em cultura per capita 1,89 -2,33Gastos em habitação per capita -1,35Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%)Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%)Gastos em urbanismo per capita 7,18 -9,95Proporção dos gastos em urbanismo nas receitas correntes (%) 0,51Gastos em saúde per capita -7,85Proporção dos gastos em educação nas despesas correntes (%) 0,46 0,57Proporção dos gastos em educação nas receitas correntes (%) 0,41 0,43 0,42Gastos em saneamento per capita 4,48Proporção dos gastos em saneamento nas despesas correntes (%) 0,37Proporção dos gastos em saneamento nas receitas correntes (%) 0,31Gastos em segurança per capita -0,79 1,02 -0,43 Fontes: Dados básicos: BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional.

Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2002. Brasília, 2003. v. 48. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. ___. Finanças do Brasil, dados contábeis dos municípios: ano 2005. Brasília, 2006. v. 51. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 18 mai.2007. IBGE, Produto interno bruto dos municípios, 2002-2005. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 7 fev.2008.

Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).

Nota: São reportados só os efeitos estatisticamente significativos a 5% de significância.

Nos municípios com roteiros de negócios, o aumento na arrecadação

tributária per capita (R$5,60) é ligeiramente menor que de impostos arrecadados per

capita (R$6,06). Neste caso, o principal responsável é o montante de ISS per capita

arrecadado (maior em R$3,34) – o que aumenta sua alíquota efetiva em 0,07%.

(tabela 10)

Já os municípios com roteiro ecológico apresentaram impostos

arrecadados per capita superior R$6,45 em relação aos demais. A arrecadação de ISS

per capita explica este resultado (maior em R$4,47), seguida da de IPTU per capita

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(R$2,80). As alíquotas efetivas de ambos os impostos são superiores em 0,13% e

0,04%, respectivamente. A arrecadação de ITBI per capita, entretanto, cai em R$1,43

(tabela 9).

Por fim, os municípios que contam com roteiros culturais tenderam a

apresentar menor arrecadação per capita de ITBI (em R$1,05). Aqueles com roteiros

de pesca, por sua vez, obtiveram menores arrecadações per capita de ITBI em R$1,57

e de IPTU em R$3,52 (tabelas 9 e 10).

Os municípios que contam com roteiros de sol e praia são aqueles que

apresentam maior diferencial estatisticamente positivo em relação aos gastos

municipais per capita. Estes se mostraram R$245,03 superiores em relação aos outros

municípios. Deste montante, pouco menos de 60% se referem a aumento dos gastos

correntes (R$142,71), enquanto o restante se refere a gastos de capital (R$92,48). As

despesas per capita com pessoal atingiram um aumento de somente R$35,43. Esta

proporção se mantém relativamente constante em todos os roteiros que apresentaram

despesas municipais per capita estatisticamente distintas daquelas do restante dos

municípios (excluem-se os roteiros de negócios, culturais, náuticos e outros). Em

ordem decrescente em termos do impacto observado (tabela 9), podem-se citar

também os roteiros de esporte (aumento das despesas municipais per capita de

R$189,26, das despesas correntes per capita de R$100,44 e das despesas de capital

per capita de R$76,43), pesca (aumentos respectivos de R$153,70, R$80,77 e

R$64,42), e ecológico (R$74,51, R$43,62 e R$27,68).

Os roteiros de aventuras e rural apresentaram decréscimo de suas

despesas per capita, mas mantendo, de certa forma, as proporções já descritas

relativas ao peso das despesas correntes e de capital neste processo. No primeiro

caso, estes decaimentos foram de, respectivamente, R$87,37, R$49,69 e R$32,99. No

segundo caso, estes números foram de R$42,03 e R$28,67 (não sendo observada

diferença estatisticamente significativa em relação aos gastos per capita de capital).

Cabe notar que em todos eles onde foi observada significância estatística a variação

das despesas com pessoal per capita respondeu entre 10% (no caso de roteiro de

aventuras) e 25% (no caso dos roteiros de esportes) da variação nas despesas

municipais per capita (tabelas 9 e 10).

As diferenças nos investimentos per capita feitos também ficam muito

próximas daquelas para os gastos per capita de capital. Assim, as proporções destas

nas variações dos gastos municipais per capita mostram forte estabilidade, situando-

se entre 35% e 40% destas últimas (tabelas 9 e 10).

Page 29: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

O comportamento em relação aos gastos nas diversas funções

analisadas foi bastante heterogêneo. Fazendo exercício de correlação simples entre

os coeficientes estatisticamente significativos encontrados, é fácil notar a existência de

dois grupos distintos. Existiriam fortes correlações positivas internamente destes e

negativas entre estes. No primeiro, os roteiros de esporte, sol e praia, ecológicos e de

pesca. No segundo, os roteiros de aventuras e rural.

Os municípios com roteiros de sol e praia contam com diferenciais de

gastos estatisticamente significativos maiores e tendem a gastar adicionalmente per

capita cerca de R$31,34 em educação, R$25,08 em saúde, R$45,31 em urbanismo,

R$3,87 em cultura, R$1,89 em habitação e R$3,22 em saneamento. Os municípios

com roteiros de esportes, pesca ou ecológico também apresentaram diferenciais

positivos consideráveis (tabela 9).

Os municípios com roteiros de aventuras tenderam a gastar menos que

os demais em uma série de funções distintas. Assim, estes gastos per capita se

mostraram menores R$9,84 em educação, R$7,85 em saúde, R$2,33 em cultura,

R$1,35 em habitação e R$0,79 em segurança (tabela 10).

6 Conclusões

As regiões Sul e Sudeste sistematicamente apresentam os maiores

produtos municipais per capita. Ao mesmo tempo, os menores níveis deste se

encontram nas regiões Norte e Nordeste. O Centro-Oeste sempre fica em posição

intermediária entre estes dois grupos. O mesmo pode ser dito em relação ao produto

terciário per capita e às mais variadas arrecadações e receitas per capita analisadas.

Ou seja, a arrecadação tributária municipal se concentra nas áreas

mais ricas do país. Isto é esperado uma vez que os principais tributos municipais têm

características eminentemente urbanas. As propriedades mais valorizadas e as

atividades de serviços encontram-se mais concentradas nos grandes centros e nas

regiões mais desenvolvidas do país. As transferências, em particular as do FPM,

serviriam para diminuir esta grande assimetria no padrão de financiamento dos

municípios brasileiros.

Uma vez que o turismo pode ser visto como exportação de bens não-

comercializáveis (basicamente serviços), seria possível esperar que as áreas turísticas

apresentassem maior peso relativo de seu setor terciário. Entretanto, este também é

influenciado pelos programas públicos de redistribuição de renda. O Nordeste, seguido

pelo Sudeste, são as regiões onde este peso é maior. Do outro lado, os menores

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pesos são encontrados no Centro-Oeste, no Norte e no Sul. O mesmo pode ser dito

em relação ao peso da economia urbana no total.

Municípios mais turísticos – qualquer que seja a classificação adotada -

tendem a apresentar maior produto per capita que aqueles menos turísticos. O mesmo

ocorre em relação às receitas municipais per capita. Entretanto, esta diferença não é

tão grande quanto deveria dada a diferença observada nos produtos per capita de

ambos os grupos. Dito de outro modo, ao se controlar pela produção local, estas

receitas seriam menores nestes municípios que nos demais. O mesmo ocorre em

relação às suas receitas correntes, suas despesas municipais e correntes. O mesmo

caso ocorre com suas receitas tributárias per capita. Apesar de se mostrarem maiores,

estas também seriam estatisticamente menores caso consideremos as diferenças

observadas na produção local – a arrecadação per capita de impostos é também

menor.

As maiores receitas e despesas municipais per capita identificadas se

diferenciam entre as diversas classificações turísticas utilizadas. Ou seja, tipos

distintos de turismo impactam distintamente as finanças públicas, com melhoria ou

piora da situação fiscal do município.

Uma melhoria das condições fiscais foi encontrada nos municípios que

contavam com roteiros de aventuras e rural (menores receitas e despesas municipais

per capita) e com roteiros culturais (maior receita municipal per capita mas mesma

despesa municipal per capita).

Já piora nas condições fiscais foi encontrada nos municípios que

contavam com roteiros de sol e praia, ecológico, esportes e pesca (maiores receitas e

despesas municipais per capita).

Os tributos per capita dos municípios com roteiros internacionais com

apoio do MinTur também se mostraram menores - menor montante de impostos per

capita arrecadados. A principal razão para isto é a menor arrecadação de IPTU per

capita (e em bem menor grau do ITBI per capita).

Nenhum roteiro apresentou impactos negativos sobre suas receitas

tributárias per capita. Somente os municípios que contariam com roteiros de cultura,

ecológicos, rurais, de pesca e outros não apresentaram diferenciação estatisticamente

significativa nesta variável. É a arrecadação de impostos que vai explicar esta melhora

na arrecadação tributária dos municípios turísticos.

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O maior efeito foi observado nos roteiros de esporte (maior arrecadação

de ISS per capita - com maior alíquota efetiva - e, em menor grau, de ITBI per capita).

os roteiros náuticos ocupam a segunda posição (maior arrecadação de IPTU per

capita - com maior alíquota efetiva deste - e, em menor grau, de ITBI). Em seguida

aparecem os municípios que contam com roteiros de sol e praia (maior arrecadação

de ISS per capita - maior alíquota efetiva deste - e, em menor grau, do ITBI), com

roteiros de aventuras (maior arrecadação de IPTU per capita - maior alíquota efetiva -

e, em menor grau, pela maior arrecadação de ITBI per capita), com roteiros de

negócios (maior arrecadação per capita de ISS, com maior alíquota efetiva), com

roteiro ecológico (maior arrecadação de ISS per capita e, em menor grau, de IPTU. A

arrecadação de ITBI per capita cai) e com roteiros culturais (menor arrecadação per

capita de ITBI). Aqueles com roteiros de pesca apresentaram menores arrecadações

per capita de ITBI e de IPTU.

Em relação às despesas, os municípios com potencial turístico tendem

a gastar mais em mão-de-obra per capita (maior peso nas despesas correntes). Têm

menores gastos em educação per capita (menores proporções destes gastos em

relação às despesas correntes e em relação às receitas correntes). Apresentam

também menores gastos per capita em habitação e segurança e maiores gastos per

capita em cultura e urbanismo. Apresentam maiores relações entre os gastos em

turismo dos municípios indutores e suas receitas municipais, despesas municipais ou

produto local. Os municípios indutores apresentam também maior volume de gastos

per capita com pessoal e com saúde mas menor com saneamento (menor proporção

de suas despesas ou receitas nesta função).

O menor montante das despesas municipais per capita dos municípios

com roteiros internacionais com apoio do MinTur é explicado tanto por menores

despesas correntes per capita – menores despesas per capita com pessoal - quanto

por menores despesas de capital per capita. Ocorre também maior relação das

despesas com pessoal com as receitas e as despesas per capita e menores gastos

com investimento per capita – com menor peso deste nas receitas e despesas

correntes. Apresentam também menores gastos per capita com educação, cultura,

saúde, saneamento, segurança e urbanismo. Nenhuma diferença estatisticamente

significativa foi observada em relação ao turismo ou à habitação.

A diminuição das despesas municipais totais dos municípios com

roteiros internacionais com apoio das UF’s se distribui igualmente entre as despesas

correntes e as despesas de capital. Apresentam também menores gastos per capita

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em investimento com menores proporções destes em relação às despesas e às

receitas correntes, assim como menores gastos per capita com educação, cultura,

saúde e urbanismo.

Os municípios com roteiros nacionais apresentaram menores gastos

per capita com pessoal, saúde, saneamento e segurança. Isto implicou em menor

proporção dos gastos com saúde em relação às despesas e às receitas correntes.

Os municípios que contam com roteiros de sol e praia apresentaram

maior diferencial positivo relativo aos gastos municipais per capita (60% referentes a

aumento dos gastos correntes e 40% a gastos de capital). As despesas per capita com

pessoal também são maiores. Esta proporção se mantém relativamente constante em

todos os roteiros que apresentaram despesas municipais per capita estatisticamente

distintas daquelas observadas para o restante dos municípios (ou seja, excluem-se os

roteiros de negócios, culturais, náutico e outros).

Em ordem decrescente em termos do impacto observado sobre as

despesas municipais per capita, pode-se citar os roteiros de esporte, pesca e

ecológico. Já os roteiros de aventuras e rural apresentaram decréscimo de suas

despesas per capita, mas também mantendo as proporções já descritas relativas ao

peso das despesas correntes e de capital.

Cabe notar que em todos eles (onde foi observada significância

estatística) a variação das despesas com pessoal per capita respondeu entre 10% (no

caso de roteiro de aventuras) e 25% (no caso dos roteiros de esportes) da variação

observada nas despesas municipais per capita.

É interessante notar também que as diferenças observadas nos

investimentos per capita feitos também ficam muito próximos daquelas observadas

para os gastos per capita de capital. Assim, as proporções destas nas variações

observadas para os gastos municipais per capita mostram forte estabilidade, se

situando entre 35% e 40% destas últimas.

O comportamento em relação aos gastos nas diversas funções

analisadas foi bastante heterogêneo.

Fazendo exercício de correlação simples entre os coeficientes

estatisticamente significativos encontrados, é fácil notar a existência de dois grupos

distintos. Existiriam fortes correlações positiva internamente destes e negativa entre

Page 33: IMPACTOS QUANTITATIVOS DO TURISMO NAS FINANÇAS … · receptores aumento nos preços dos bens e serviços comercializados nesses locais, ... externalidades negativas clássicas,

estes. No primeiro teríamos os roteiros de esporte, sol e praia, ecológicos e de pesca.

No segundo teríamos os roteiros de aventuras e rural.

Os municípios do primeiro grupo (sol e praia entre outros) são aqueles

que contam com diferenciais de gastos estatisticamente significativos maiores. Estes

tendem a gastar mais em educação, saúde, urbanismo, cultura, habitação e

saneamento. Os municípios do segundo grupo (aventuras e rural) tenderam a gastar

menos em educação, saúde, cultura, habitação e segurança.

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