impacto das tecnologias digitais (mba/fgv): breve análise sobre o mercado editorial

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IMPACTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: MERCADO EDITORIAL Fundação Getúlio Vargas (FGV) MBA em Marketing Digital – T2 Gestão de Tecnologias Digitais Professor Fábio Flatschart Alunos: Daniel Carmona Luiz Santiago Priscila Dutra Yong Yu

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Page 1: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

IMPACTO DAS

TECNOLOGIAS DIGITAIS:

MERCADO EDITORIALFundação Getúlio Vargas (FGV)

MBA em Marketing Digital – T2

Gestão de Tecnologias Digitais

Professor Fábio Flatschart

Alunos:

Daniel Carmona

Luiz Santiago

Priscila Dutra

Yong Yu

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O CENÁRIO PRÉ-DIGITAL

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Mídias de informação de massa

- Impressas: jornais, revistas (*esta análise terá ênfase nestes veículos)

- Audiovisuais: rádio, televisão

Fluxo da informação

- Sentido Único: do produtor para o receptor

- Narrativa impositiva: receptor passivo, pouco crítico

Publicidade

- Riscos relativamente pequenos: receptor não fazia barulho

- Retorno garantido, maior segurança

O CENÁRIO PRÉ-DIGITAL

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Leitores de jornais e revistas, telespectadores da TV e ouvintes do

rádio recebiam as informações midiáticas acreditando na

credibilidade dos meios transmissores

O receptor respeitava os transmissores, também considerados

como autoridades, fontes de informação superior com

credibilidade e qualidade

Marcas anunciavam nas mídias também por acreditarem que a

reputação e confiabilidade estavam nesses meios

O CENÁRIO PRÉ-DIGITAL

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O NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO

Page 6: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

O NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO Internet surge inicialmente através dos desktops como um

mecanismo de apoio e suporte aos veículos tradicionais de

mídia, acelerando o ritmo de produção de conteúdo das

publicações

Leitores e anunciantes mudam a maneira como interpretam e se relacionam com os meios tradicionais: os leitores e

espectadores, por exemplo, deixam de ser apenas receptores

de informação para se transformarem em novos atores da

comunicação

Migração das plataformas tradicionais, que passam a suportar

suas operações através da internet

Agilidade na circulação da informação

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Informação factual: os fatos que acabaram de acontecer

seguiam o ritmo, principalmente, dos jornais, telejornais e rádios.

As revistas tinham um papel mais reflexivo do noticiário

A internet, no entanto, muda essa lógica, assumindo o papel de

suporte às informações factuais

Jornais, revistas e telejornais perdem parcialmente o sentido e

passam a ser “ameaçados” em relação à velocidade dos fatos

Circulação e audiência das mídias tradicionais entra em queda

Investimento publicitário ganha uma nova lógica, com recursos

gradativamente em migração para as plataformas digitais

O NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO

Page 8: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

O NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO

Enquanto as mídias tradicionais eram passivas, as atuais são participativas e interativas. Como afirma Henry Jenkins, autor de “Cultura da Convergência”, as

mídias tradicionais e digitais passam a coexistir e em plena rota de colisão. A

convergência é uma expressão que define mudanças tecnológicas, industriais,

culturais e sociais no novo modo como as mídias circulam em nossa cultura. A

convergência, explica Jenkins, não depende de qualquer mecanismo de distribuição específico, ao contrário do que acontecia na Era Pré-Internet

As empresas jornalísticas, cujo foco era a produção de conteúdo, se deparam

com novos desafios: distribuir informações tendo por base a Internet, sem abrir

mão de negócios estruturados por décadas ou até mesmo séculos; compreender

rapidamente o papel ativo do leitor e da audiência; e oferecer alternativas

publicitárias para os anunciantes

Page 9: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

CORE BUSINESS

Page 10: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

CORE BUSINESS Quem vai pagar pelo conteúdo?

- Ao considerarmos que a atividade principal dos veículos de

comunicação é a informação, o desafio consiste inicialmente

em criar um modelo de negócios que contemple o universo

digital de modo que os leitores continuem pagando pelo acesso

a tal conteúdo mantendo o investimento dos anunciantes

- Com algumas exceções, esse modelo de pagamento da

informação encontra grande restrição: a informação já existe e

está disponível para todos. O desafio passa a ser gerar grande

quantidade de tráfego para rentabilizar a partir da audiência

- A informação passa a ser carregada, em grande parte, de

alguma forma de entretenimento, já que a internet suporta

diferentes tipos de conteúdo de forma simultânea

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CORE BUSINESS

Theodore Levitt, professor de marketing da Harvard Business

School, identificou nas novas tecnologias de comunicação e de

transporte de elementos fundamentais que criaram condições

para o surgimento de mercados globais para produtos mundialmente padronizados. “Uma força poderosa atualmente

impele o mundo a um único ponto convergente e essa força é a

tecnologia”, ressalta Levitt. Dessa forma, há de se pensar que o

negócio tradicional deve acompanhar a evolução da

tecnologia e a forma de explorá-la adequadamente

Page 12: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

A ERA DA BUSCA

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A ERA DA BUSCA

Considerando um contexto em transformação, que passou a ser

catalisado pelo digital, percebemos que o mercado mudou, o

consumidor mudou e, portanto, a sociedade mudou. O

marketing também passa a incorporar essas mudanças através

de novas ferramentas e plataformas de ação

Devido à facilidade de publicar e compartilhar conteúdo na

web, que proporciona um ambiente marcado pela

multiplicação de conteúdos em velocidade acelerada e descontrolada, cria-se um ambiente próspero para os motores

de busca

Page 14: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

A ERA DA BUSCA

Devido à natureza da web, na qual não existem limitações

físicas para mostrar e armazenar qualquer tipo de informação,

surgiu o fenômeno da cauda longa (long tail), conceito

marcado por Chris Anderson, em 2006, para mostrar que é

sempre possível oferecer e ter uma infinidade de opções, em

vez de apenas as mais populares

Como resultado, a coexistência de tudo de uma só vez traz

novamente a necessidade de filtros e validações. De acordo

com o Paradoxo da Escolha (Schwartz, 2005), quando as opções

aumentam sentimo-nos mais angustiados em vez de mais livres e felizes para escolher

Page 15: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

A ERA DA BUSCA

Assim, as ferramentas de busca, carregadas com filtros podem

beneficiar o cenário da escolha, facilitam a vida do usuário

diminuindo sua angústia. Finalmente, as melhorias na

conectividade on-line (acessibilidade à banda larga, smartphones, PDAs, GPS) potencializam a conveniência da

busca em qualquer lugar e a qualquer instante. Esse contexto

explica a importância da busca no cenário atual de marketing,

e justifica o crescimento das plataformas de busca e sua disputa

pelo mercado

Page 16: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

A ERA DA BUSCA

A busca permeia todas as tecnologias – redes de pessoas, redes

de dados e redes de informações. A busca ganha tamanha

relevância para a disseminação da informação que a palavra “Google” passa a ser verbalizada e a fazer parte do imaginário

popular como sinônimo de encontrar o que se deseja

Os mecanismos de busca, portanto, passam a ter um poder

cada vez maior sobre as ações das pessoas e da sociedade

Page 17: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

A ERA DA BUSCA

No mercado tradicional de mídia, considerando principalmente os jornais, a busca amplia ainda mais o desafio de manter o antigo status quo, já que a informação deixa de ser uma exclusividade de determinado veículo e passa a ser encontrada gratuitamente na web

Sob essa ótica, Luis Mauro Sá Martino explica que já se pode pensar no hibridismo entre informação e entretenimento como um fator construtivo na elaboração de representações na busca por voz, legitimidade e reconhecimento dentro de um espaço social mais amplo

Tanto a informação factual quanto o entretenimento, na medida em que são ambas narrativas sobre o mundo e não deixam de ser representações da realidade, constituídas de acordo com escolhas, critérios e seleções pautadas, por sua vez, em visões de mundo elaboradas social e historicamente

Page 18: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

IMPACTO DA MOBILIDADE

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IMPACTO DA MOBILIDADE Yochai Benkler, professor de Direito da Universidade de Yale, diz

que por 150 anos as democracias complexas modernas, para existirem, dependeram da indústria produzindo e fazendo

circular a informação e o conhecimento. Nas duas últimas

décadas, no entanto, as mudanças tecnológicas aumentaram

a participação da produção não-proprietária e não-comercial,

permitindo que as pessoas assumissem papéis mais ativos do

que era possível no modelo industrial

Benkler também acrescenta que o crescimento da força de

produção e de circulação da informação e da cultura, pelo

indivíduo e de maneira colaborativa, fora da economia de mercado, ameaça aqueles que se beneficiam com a economia

informacional, ou seja, baseada na produção e distribuição da

informação, de caráter individual

Page 20: Impacto das Tecnologias Digitais (MBA/FGV): Breve análise sobre o mercado editorial

IMPACTO DA MOBILIDADE

Os dispositivos móveis têm um processo histórico irreversível,

trazendo forte impacto social, nomeadamente em termos de

sobrevivência da mídia tradicional. Em comparação com a

mídia tradicional, a mobilidade ajuda na rápida e ampla distribuição com baixo custo, enquanto a mídia impressa tem

um alcance de transmissão bastante limitado. Se a mídia

tradicional era considerada muito forte, foi por força da sua

cobertura sobre relevantes notícias em um cenário de menor

dinamismo e maior controle das forças

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IMPACTO DA MOBILIDADE

Se antes era necessário comprar o jornal ou a revista para ter

acesso às informações, agora a informação está em tempo real

em todos os lugares, em tablets, smartphones, TVs e mídias out of

home, entre outros, o que exige rapidez na apuração das

informações e credibilidade para ainda ser atraente para seu

leitor, já que são várias fontes oferecendo o mesmo conteúdo e

ao mesmo tempo

Para a mídia constituída digitalmente, fica o desafio de entreter,

engajar e fidelizar o leitor para continuar sendo atraente e diferente para o mercado anunciante. E mais que isso, o próprio

leitor já participa da produção do conteúdo, uma vez que ele,

muitas vezes, está no local onde a notícia ocorre, podendo

transmitir a informação em tempo real

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A GESTÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

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A GESTÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

É um grande desafio para o mercado tradicional manter seu público e continuar recebendo investimentos de anunciantes

Não há, pelo menos até o presente momento, uma fórmula a ser

seguida já que as empresas tradicionais antigamente

dominantes hoje passam a competir até mesmo com startups

integralmente nascidas no ambiente digital

Ignorar ou adiar a adaptação ao pensamento digital é perder

tempo, ainda que não se saiba exatamente como monetizar

essa mudança de filosofia

Empresas tradicionais que pensam que informação ainda é um

produto, perdem a chance de compreender que a informação

hoje é um serviço (e na maioria das vezes oferecido de forma

gratuita)

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A GESTÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

Na visão tradicional, há dois grandes desafios nos tempos modernos:

- Manutenção de leitores e busca por novos

- Manutenção de investimento de anunciantes e vantagens

competitivas atraentes para adquirir novos

Algumas práticas de gestão para melhorar os produtos originalmente

tradicionais, hoje digitais ou cada vez mais inseridos no digital:

- Indexação

- Construção de conteúdo estruturado em categorias e sob taxonomia

- Conteúdo exclusivo e de qualidade

- Entendimento dos melhores caminhos decifrados na Big Data

- Valor agregado, fidelização, busca por parcerias para maior entrega

de audiência

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ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E NOVOS MODELOS

Next Issue: O Netflix de jornais e revistas

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ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E NOVOS MODELOS

A informação deixou de ser um bem de posse para se

transformar em um ativo de propriedade universal

A credibilidade já não é garantia de rentabilidade nos negócios

das empresas tradicionais

É preciso “descer do salto” e enxergar que as empresas

geradoras de informação são efetivamente prestadoras de

serviço

Independência midiática: não há mais exclusividade da mídia já

que a internet é multimídia

O Next Issue pode ser um novo modelo de negócio interessante e inspirador para as empresas, principalmente jornais e revistas

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ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E NOVOS MODELOS

TV e internet já caminham lado a lado, inclusive pelos meios:

televisores inteligentes; serviços computacionais dentro dos

aparelhos; desktops, laptops, celulares e tablets reproduzindo instantaneamente os canais de televisão (e com

interatividade/segunda tela)

A audiência medida de forma tradicional (Ibope) perde

representatividade, já que meios estão todos conectados

Convencer os anunciantes desenvolvendo ferramentas/métricas

para medir a entrega dos conteúdos, independentemente da

plataforma, configura uma demanda cada vez mais obrigatória

para o sucesso dos grandes veículos do mercado da informação

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BIBLIOGRAFIA

GABRIEL, Marta. O Marketing na Era Digital. Revista BSP – Edição Março 2011. Disponível em http://www.revistabsp.com.br/edicao-marco-2011/2011/03/01/marketing-in-the-digital-age/

RIGHETTI, Sabine; QUADROS, Ruy.Impactos da internet no jornalismo impresso. Revista Com Ciência. Disponível em http://www.extecamp.unicamp.br/gestaodainovacao/biblioteca/Righetti&Quadros_comciencia_2009.pdf

PINHO, J.B. Comunicação em Marketing: princípios de comunicação mercadológica. 11ª edição, pág. 37. Campinas, SP: Papirus, 2012.

JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Alephi, 2008.

SPYER, Juliano. Conectado: o que a Internet fez com você e o que você pode fazer com ela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007

ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, 5ª reimpressão

MARTINO, Luís Mauro Sá. A diversão que informa ou a informação que diverte? Notícias, lazer midiático e entretenimento. Revista Líbero. Disponível em http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/05/10-A-divers%C3%A3o-que-informa-ou-a-informa%C3%A7%C3%A3o-que-diverte.pdf

BIBLIOGRAFIA