impacto da ti na gestÃo de negÓcios: um estudo com …€¦ · quase metade de todo o...

15
IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE) Guilherme Lerch Lunardi (FURG) [email protected] Decio Dolci (FURG) [email protected] Pietro Cunha Dolci (UFRGS) [email protected] É amplamente reconhecida a importância das micro e pequenas empresas (MPE) para um país atingir e sustentar o seu desenvolvimento sócio-econômico, formando uma estrutura de divisão do trabalho adequada e melhorando economias regionais e communidades. No Brasil, houve um substancial crescimento no número de MPE, alcançando em 2010 a maior taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) entre países membros do G20 e do Bric Paralelamente, na medida em que a aquisição de tecnologia da informação (TI) se torna mais acessível financeiramente, populariza-se o uso da TI na administração dos negócios dessas empresas. Um cenário estimulador para a realização de pesquisas que investiguem questões relacionadas à TI nas MPE brasileiras. O presente artigo tem por objetivo verificar o impacto da TI na administração das MPE, relacionando o uso da TI às atividades administrativas exercidas nas diversas áreas funcionais das MPE brasileiras. Realiza-se uma pesquisa survey junto a 4.341 MPE localizadas em 29 cidades da região sul do Estado do Rio Grande do Sul, cujos respondentes eram os proprietários de suas respectivas empresas, sendo que parte delas usa computadores e Internet e outra não. O instrumento utilizado avalia dez diferentes constructos da gestão de negócios: Planejamento, Clientes, Pessoas, Fornecedores, Qualidade e Produtividade, Ponto de Venda, Estoques, Vendas, Crédito e Caixa. De modo a se analisar o impacto da TI na gestão de negócios das MPE, três análises foram realizadas: a primeira, comparando-se a gestão de negócios das empresas que afirmaram utilizar computador no seu trabalho com empresas não informatizadas; a segunda, comparando-se a gestão de negócios das empresas que afirmaram utilizar internet para o trabalho com aquelas empresas sem internet; e a terceira, analisando-se os possíveis relacionamentos entre o uso do computador e da internet no trabalho e a realização das diferentes atividades administrativas investigadas. Os resultados mostram diferenças significativas entre as empresas informatizadas e não informatizadas, tanto em termos de uso de computadores como de Internet, no que se refere ao nível de execução das atividades XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

Upload: others

Post on 04-Jul-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE

NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM MICRO

E PEQUENAS EMPRESAS (MPE)

Guilherme Lerch Lunardi (FURG)

[email protected]

Decio Dolci (FURG)

[email protected]

Pietro Cunha Dolci (UFRGS)

[email protected]

É amplamente reconhecida a importância das micro e pequenas

empresas (MPE) para um país atingir e sustentar o seu

desenvolvimento sócio-econômico, formando uma estrutura de divisão

do trabalho adequada e melhorando economias regionais e

communidades. No Brasil, houve um substancial crescimento no

número de MPE, alcançando em 2010 a maior taxa de

Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) entre países membros do

G20 e do Bric Paralelamente, na medida em que a aquisição de

tecnologia da informação (TI) se torna mais acessível financeiramente,

populariza-se o uso da TI na administração dos negócios dessas

empresas. Um cenário estimulador para a realização de pesquisas que

investiguem questões relacionadas à TI nas MPE brasileiras. O

presente artigo tem por objetivo verificar o impacto da TI na

administração das MPE, relacionando o uso da TI às atividades

administrativas exercidas nas diversas áreas funcionais das MPE

brasileiras. Realiza-se uma pesquisa survey junto a 4.341 MPE

localizadas em 29 cidades da região sul do Estado do Rio Grande do

Sul, cujos respondentes eram os proprietários de suas respectivas

empresas, sendo que parte delas usa computadores e Internet e outra

não. O instrumento utilizado avalia dez diferentes constructos da

gestão de negócios: Planejamento, Clientes, Pessoas, Fornecedores,

Qualidade e Produtividade, Ponto de Venda, Estoques, Vendas,

Crédito e Caixa. De modo a se analisar o impacto da TI na gestão de

negócios das MPE, três análises foram realizadas: a primeira,

comparando-se a gestão de negócios das empresas que afirmaram

utilizar computador no seu trabalho com empresas não informatizadas;

a segunda, comparando-se a gestão de negócios das empresas que

afirmaram utilizar internet para o trabalho com aquelas empresas sem

internet; e a terceira, analisando-se os possíveis relacionamentos entre

o uso do computador e da internet no trabalho e a realização das

diferentes atividades administrativas investigadas. Os resultados

mostram diferenças significativas entre as empresas informatizadas e

não informatizadas, tanto em termos de uso de computadores como de

Internet, no que se refere ao nível de execução das atividades

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

Page 2: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

2

administrativas investigadas, sendo maior a diferença nas questões

relacionadas a suprimentos, clientes e planejamento. Também o estudo

revelou uma relação positiva e significativa estatisticamente entre a

quantidade de recursos computacionais disponibilizados na empresa e

o nível de atividades administrativas realizadas Espera-se que esta

pesquisa possa auxiliar os executivos de diferentes MPE a melhor

planejarem seus projetos de TI, sem esquecer que muito

Palavras-chaves: Tecnologia da Informação, micro e pequenas

empresas, gestão de negócios

Page 3: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

3

1. Introdução

No cenário econômico atual, é amplamente reconhecida a importância das micro e pequenas

empresas (MPE) para um país atingir e sustentar o seu desenvolvimento sócio-econômico,

sendo fundamentais não só para a criação de empregos e distribuição de renda (BERRY,

2002) como também, em alguns países desenvolvidos, na produção de patentes e geração de

empregos para profissionais que trabalhem com alta tecnologia (BHARATI, 2010). No Brasil,

houve um substancial crescimento no número de MPE, mais de 17% da população estavam à

frente de alguma atividade empreendedora em 2010, conforme mostra a pesquisa Global

Entrepreneurship Monitor (GEM, 2010), alcançando a maior taxa de Empreendedores em

Estágio Inicial (TEA) entre países membros do G20 (grupo que integra as maiores economias

do mundo) e do Bric (grupo que reúne os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China).

Paralelamente, na medida em que a aquisição de tecnologia da informação (TI) se torna mais

acessível financeiramente, populariza-se o uso da TI na administração dos negócios dessas

empresas (LUNARDI, DOLCI e MAÇADA, 2010).

As MPE desempenham um papel fundamental na revitalização e desenvolvimento da

economia nacional em muitos países, fornecendo vários bens e serviços, formando uma

estrutura de divisão do trabalho adequada e melhorando economias regionais e comunidades

(BERISHA-NAMANI, 2009). No Brasil, as MPE em 2004 representavam 98% (4 milhões de

4,1 milhões) das empresas existentes no país, sendo responsáveis por 21% do Produto Interno

Bruto (PIB) do país, 57,2% da força de trabalho que possui carteira assinada e 26% do

pagamento total de salários (MCT, 2004; INDRUINAS, 2007). A TEA de 17,5% em 2010, no

Brasil, mostra que 21,1 milhões das 120 milhões de pessoas da população adulta estavam à

frente de atividades empreendedoras no ano. Em números absolutos de empreendedores,

apenas o registrado na China é maior (GEM, 2010).

Fundamentais para a renovação do sistema econômico, as MPE abrem caminho a novos

modelos de idéias e negócios, removem produtos e processos ineficientes, que por sua vez,

levam ao desenvolvimento econômico (SCHUMPETER, 1982). Assim, empresas menores

são necessárias para equilibrar o mercado através do aumento da concorrência e redução de

ameaças de práticas monopolistas. Portanto, não é surpreendente o apoio que tais empresas

recebem em diversas regiões, como na Comunidade Européia, em que apoiar as pequenas

empresas é uma das prioridades para o crescimento econômico, criação de emprego e coesão

econômica e social (EC, 2006; SANTOS et al., 2011). No Brasil, o papel de destaque das

MPE na economia ganhou ainda mais força com a entrada em vigor da Lei Geral da Micro e

Pequena Empresa, em 2007, e da Lei do Empreendedor Individual, em 2008, leis decisivas

para impulsionar o empreendedorismo no Brasil (SEBRAE, 2010).

No entanto, há evidências que as MPE apenas mais recentemente começaram a realizar

maiores investimentos em TI e usufruir de parte de seus benefícios (PALVIA e

PALVIA,1999; LUNARDI e DOLCI, 2006; LUNARDI, DOLCI e MAÇADA, 2010). A TI é

um dos fatores mais importantes de qualquer atividade empresarial, seja de produção de bens

ou prestação de serviços, recebendo grande volume de investimentos; nos Estados Unidos,

quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON,

2007). A maior utilização destas tecnologias é freqüentemente associada à maior

disponibilidade de informações, qualidade do trabalho, padronização e eficiência na

realização das tarefas. Além desses potenciais benefícios, investir em TI tornou-se uma

obrigação para muitas organizações, seja para acompanhar o que a concorrência tem adotado

ou atender às exigências de fornecedores, clientes ou governo (LUNARDI, DOLCI e

Page 4: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

4

MAÇADA, 2010). Ainda que o aumento do uso da TI ocorra principalmente nas funções

operacionais e administrativas, sendo muito pouco em atividades estratégicas e de apoio à

decisão (LIMA, 2007), cresce o interesse em compreender melhor o relacionamento entre TI e

práticas administrativas nas MPE (FINK e DISTERER, 2006).

No que se refere a estudos sobre TI nas MPE brasileiras, há muito pouca literatura científica,

podendo-se destacar os estudos de Moraes et. al (2004), Prates e Ospina (2004), Lunardi e

Dolci (2006). Um dos estudos, de Lunardi, Dolci e Maçada (2010), analisa o relacionamento

entre a adoção da TI e o seu impacto no desempenho organizacional percebido. Mostram que

os principais motivos que têm levado às MPE a adotarem TI estão relacionados

principalmente a pressões externas que a empresa enfrenta e à existência de um ambiente

organizacional favorável. Também identifica que o motivo que mais afeta o desempenho

organizacional é a adoção da TI para atender às necessidades internas da empresa.

No sentido de aumentar o conhecimento sobre TI nas MPE brasileiras, seguindo a linha de

pesquisa de Lunardi, Dolci e Maçada (2010), o presente artigo tem por objetivo verificar o

impacto da TI na administração das MPE, relacionando o uso da TI às atividades

administrativas exercidas nas diversas áreas funcionais das MPE brasileiras. É válido destacar

que variações nas definições sobre o tamanho de uma empresa (ATKINS e LOWE, 1997)

prejudicam estudos comparativos. Enquanto alguns pesquisadores definem o tamanho da

empresa apenas pelo número de empregados, outros têm usado o número de funcionários e as

vendas anuais. A definição do tamanho da empresa algumas vezes também pode estar

relacionada com o setor da empresa. Além disso, diferentes economias também têm

definições específicas de MPE (ABOUZEEDAN e BUSLER, 2004). No Brasil, conforme a

lei complementar Nº 123, de 2006 (RECEITA FEDERAL, 2006), a definição de

microempresa e de empresa de pequeno porte se dá em função da receita bruta anual, micro

empresas quando aufere receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta

mil reais) e empresas de pequeno porte, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e

quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil

reais).

2. Contexto Teórico

O presente estudo tem por objetivo mostrar associações entre o uso da TI e as atividades

administrativas exercidas nas diversas áreas funcionais das MPE brasileiras. A partir da

revisão bibliográfica realizada com esse propósito, primeiramente, apresentam-se definições e

classificações referentes a potenciais utilizações organizacionais da TI nas empresas e, após,

certos estudos sobre TI nas MPE.

2.1. Utilizações Organizacionais da TI

Conforme Alter (1999), empresas consistem de sistemas de trabalho inter-relacionados e

competem num ambiente de negócio. Em um sistema de trabalho, os participantes humanos

desempenham processos de negócios usando informação, tecnologia, e outros recursos para

produzir produtos para clientes internos e externos, sendo, um processo de negócio, um

conjunto de atividades logicamente relacionadas (LAUDON e LAUDON, 2007). É válido

observar que alguns desses processos podem estar inseridos em uma área funcional específica

da empresa, outros em várias áreas funcionais.

Sob essa perspectiva, um sistema de informação é um tipo particular de sistema de trabalho

que usa a tecnologia da informação para capturar, transmitir, armazenar, recuperar, manipular

ou apresentar informações, sendo a tecnologia da informação, o hardware e o software

utilizados nos sistemas de informação (ALTER, 1999). Entretanto, muitas vezes, para fins

Page 5: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

5

didáticos, encontram-se as tecnologias da informação relacionadas ao gerenciamento de banco

de dados e às redes de comunicação em separado do hardware e do software, como em

Laudon e Laudon (2007) e O’Brien e Marakas (2007).

Segundo Laudon e Laudon (2007), os sistemas de informação além de dar suporte à tomada

de decisões, à coordenação e ao controle, também auxiliam os gerentes e trabalhadores a

analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos. Dolci e Becker

(2007), percebendo o uso intensivo da Internet nas empresas, facilitando a troca de

informações ponto a ponto ou intermediada por base de dados, entre pessoas e processos,

demonstram a utilização organizacional da TI não só no apoio à estruturação e à direção, mas,

também, no apoio à interação. De fato, determinados padrões solucionaram problemas de

interação entre diferentes organizações, possibilitando a interligação entre parceiros,

favorecendo, inclusive, a desintermediação (DESANTICS e MONGE, 1999).

Examinando as atividades presentes nas diferentes áreas funcionais das empresas – vendas e

marketing; produção e operações; financeira e contábil; recursos humanos, entre outras –,

percebe-se que é vasto o potencial uso da TI. Adotando uma perspectiva funcional para

classificar um processo, em que se classifica esse segundo a sua principal função

organizacional, são alguns exemplos de processos da área de vendas e marketing:

processamento de pedidos, análise de preços, previsão de tendência de vendas; da área de

produção e operações: controle de maquinário, planejamento de produção, controle da

qualidade de insumos e produtos, localização de instalações; da área financeira e contábil:

controle do caixa e contas bancárias, análise do crédito, contas a receber, orçamento e

planejamento de lucros; da área de recursos humanos: planejamento de funcionários, cálculo

do pagamento de salários e análise de remuneração (LAUDON e LAUDON, 2007).

Observando os processos sob outra perspectiva, do operacional ao estratégico, percebem-se

algumas atividades essencialmente operacionais, enquanto outras se caracterizam por exigir

de quem realiza a atividade maior poder de análise das informações. Tal percepção propicia

classificar os sistemas quanto ao tipo de apoio à decisão: sistemas de processamento de

transações para realizar transações rotineiras necessárias ao funcionamento da empresa;

sistemas de informações gerenciais para disponibilizar consultas e relatórios relativos ao

desempenho corrente da organização; sistemas de apoio a decisão para ajudar na tomada de

decisões não rotineiras, não havendo um procedimento de resolução totalmente predefinido e

sistemas de apoio ao executivo para auxiliar em decisões não rotineiras, em que os dados são

menos estruturados e exige do decisor uma maior capacidade de avaliação e percepção

(LAUDON e LAUDON, 2007).

2.2. TI nas MPE

As pequenas empresas têm desempenhado um papel fundamental no nível de emprego e nas

economias de todas as sociedades industriais relevantes. Seu papel como uma importante

fonte de inovação e crescimento tem sido enfatizado na pesquisa contemporânea

(BRAUNERHJELM, 2008). No entanto, a adoção da TI nas MPE acentuou-se apenas a partir

do final da década de 1990, conforme Palvia e Palvia (1999), quando o uso dos

microcomputadores cresceu entre 30 e 80% nestas empresas, variando em função da

localização e natureza do negócio, sendo seu uso quase que restrito às funções operacionais e

administrativas e não em atividades estratégicas e de apoio à decisão (ALBANO, 2001).

Embora tenham muitas das necessidades administrativas presentes nas empresas de grande

porte, as MPE ainda permanecem excluídas dos benefícios propiciados por tecnologias mais

inovadoras (LIMA, 2007).

Page 6: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

6

Na academia, o tópico TI nas MPE tem recebido atenção dos pesquisadores desde a década de

1980 (FINK e DISTERER, 2006). Os primeiros estudos mostraram que o gerenciamento dos

sistemas de informação nas MPE é diferente das grandes organizações que podiam pagar para

contratar especialistas e gestores para maximizar a utilização desses recursos. Nos anos 1990,

os estudos foram marcados por investigações interessadas principalmente em levantar os

fatores que influenciam a adoção e entre os objetivos desses estudos estava o desejo de

estabelecer fatores-chave que guiariam as pequenas empresas a serem mais bem sucedidas na

adoção e utilização da TI. Mais recentemente, nos anos 2000, as questões foram direcionadas

para examinar o estágio de maturidade da TI em pequenas empresas. Estes critérios, segundo

Fink e Disterer (2006), incluem estratégia (alinhamento de TI, melhoria contínua, construção

de parcerias com as partes interessadas), estrutura (liderança compartilhada da TI,

envolvimento da equipe no gerenciamento), sistemas (planejamento de TI, seleção de

sistemas, contratação de consultores de TI externos), pessoal (gerência sênior, conhecimento

de TI), estilo (reuniões regulares), habilidades (habilidades de TI) e valores compartilhados

(qualidade de serviço ao cliente e melhoria contínua).

Nas MPE, assim como nas demais empresas, os sistemas de informação podem ser usados

para suportar as atividades presentes nos diferentes processos de negócios – vendas, contas a

receber, engenharia de produto, gerenciamento de estoques, processamento de compras,

controle de contas a pagar, gerenciamento da qualidade, planejamento da produção,

planejamento de distribuição e transporte, entre outros, conforme ilustrado na seção 2.1.

Contudo, conforme, Gable e Stewart (1999), na maioria das implantações de sistemas de

informações nas MPE, os aplicativos são para processamento de transações, subordinados às

necessidades contábeis; a experiência gerencial para planejar, organizar e controlar o uso dos

recursos de informação da empresa é baixo e os gestores normalmente subutilizam tais

sistemas.

Similarmente, destacam-se positivamente o apoio da TI nos processos contábeis e financeiros

nos estudos de Beheshti (2004), ao pesquisar o impacto da TI nas MPE dos Estados Unidos

da América. No referido estudo, foi identificado que é baixo o impacto da TI no

desenvolvimento estratégico das empresas pesquisadas. No que diz respeito aos processos

para atender os clientes, a TI mostra-se bem mais relevante para as empresas prestadoras de

serviços do que para as indústrias. Conforme o autor, os proprietários das MPE percebem

mais claramente o uso da TI na automatização de processos existentes, melhorando a

eficiência e produtividade no negócio, não visualizando o uso da TI para novas oportunidades

de negócio.

No Brasil, Lunardi e Dolci (2006) desenvolveram e validaram um modelo baseados em Leite

(2004) para avaliar os benefícios da TI em MPE. Usaram cinco diferentes categorias –

mecanização, redução de perdas, expansão da capacidade operacional, processo decisório e

uso estratégico –, sendo todas elas validadas estatisticamente. Dos potenciais benefícios

analisados, destacam-se como os principais os associados à redução de perdas e à expansão da

capacidade operacional, principalmente no que se refere aos ganhos de produtividade da

empresa e auxílio no seu controle interno. Também mostra que a TI tem sido utilizada com

menor intensidade para auxiliar os processos decisórios, conclusão semelhante a estudos

citados anteriormente nesta seção. Por outro lado, os benefícios relacionados à mecanização

foram os menos percebidos, contradizendo, conforme apontam os autores, algumas pesquisas

anteriormente realizadas.

3. Metodologia

Page 7: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

7

O estudo caracteriza-se como uma pesquisa survey, realizada junto a 4.341 MPE localizadas

em 29 cidades da região sul do Estado do Rio Grande do Sul, cujos respondentes eram os

proprietários de suas respectivas empresas. A pesquisa ocorreu de abril a novembro de 2010,

envolvendo a aplicação de um instrumento fechado elaborado pelo SEBRAE/RS, avaliando a

gestão de negócios das MPE gaúchas. O instrumento era formado por três blocos: um

contendo informações cadastrais da empresa e do proprietário (como nome fantasia, razão

social, endereço, código da atividade econômica principal, data de abertura da empresa,

número de funcionários, segmento, faturamento, sexo e escolaridade), outro contendo

informações gerais (como número de computadores e uso de internet) e o último bloco

composto por 37 questões fechadas, avaliando a gestão de negócios da empresa, sob a

perspectiva de atividades administrativas desempenhadas, sejam elas de planejamento,

execução ou controle. Os critérios de seleção da amostra exigiam que a empresa fosse

formalizada (possuindo CNPJ) e não tivesse mais do que quatro funcionários registrados em

carteira. A caracterização da amostra do estudo é apresentada na Tabela 1.

Característica n %

Segmento

Comércio

Serviços

Indústria

Não soube classificar/Não informou

3.385

836

47

73

78,0

19,2

1,1

1,7

Ano de Fundação

Antes de 2006

Entre 2006 e 2008

Depois de 2008

Não informou

2.152

932

978

279

49,6

21,5

22,4

6,4

Número de funcionários

Nenhum

Um

Dois

Três

Quatro

Não informou

2.335

779

516

323

384

4

53,8

17,9

11,9

7,4

8,8

0,1

Gênero

Feminino

Masculino

2.032

2.309

46,8

53,2

Escolaridade

Ensino Fundamental (completo ou incompleto)

Ensino Médio (completo ou incompleto)

Graduação (concluída)

Pós-Graduação (especialização, mestrado ou doutorado)

Não informou

1.042

2.569

560

154

16

24,1

59,4

12,9

3,5

0,4

Empresa possui computador

Sim

Não

2.665

1.676

61,4

38,6

Empresa utiliza Internet

Sim

Não

2.544

1.797

58,6

41,4

Média de computadores = 1,03; Desvio-padrão = 1,14

Média de dias que utiliza a internet = 2,57; Desvio-padrão = 2,37

Tabela 1. Caracterização da Amostra

O instrumento utilizado avalia dez diferentes constructos da gestão de negócios, quais sejam:

Planejamento, Clientes, Pessoas, Fornecedores, Qualidade e Produtividade, Ponto de Venda,

Estoques, Vendas, Crédito e Caixa – definidos pelo SEBRAE/RS no início da pesquisa. Da

Page 8: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

8

mesma forma, propuseram uma escala de 3 pontos, variando de uma situação em que não

realiza a atividade administrativa (1) até a sua realização por completo (3). A forma de

contato utilizada foi a entrevista pessoal, sendo o questionário aplicado no local de atuação da

empresa.

3.1. Caracterização da Amostra

Pôde-se perceber que as empresas investigadas eram predominantemente do ramo comercial

(78%), destacando-se empreendimentos como lojas de confecções, locadoras de CD e DVD,

bares e lancherias, padarias, mercearias, minimercados, ferragens e etc. Quanto ao ano de

fundação, percebe-se que quase metade da amostra possui mais de cinco anos de existência

(49,6%), enquanto o número de empresas que iniciaram suas atividades nos últimos dois anos

supera o grupo de empresas que possui de três a cinco anos. Esses dados corroboram com as

pesquisas realizadas com MPE quanto à elevada taxa de novos empreendimentos que abrem a

cada ano e do número de empresas que acaba fechando as suas portas em menos de cinco.

Com relação ao número de funcionários, percebe-se um grande predomínio das empresas que

não possuem empregados registrados com carteira. Esse fato pode ser justificado pelo grande

número de empresas familiares que contam com membros da família como força de trabalho

sem, entretanto, formalizarem sua situação. Da mesma forma, é crescente o número de

empreendedores individuais, que consiste em uma nova classe de empresários formalizados

que, por lei, não podem ter mais do que um funcionário registrado em carteira.

No que diz respeito ao gênero dos proprietários dessas MPE, percebe-se um equilíbrio entre

homens e mulheres, com um leve predomínio para o gênero masculino. Já quanto ao grau de

escolaridade, os empresários com ensino médio incompleto ou completo (já estando ou não na

universidade) formam o maior grupo entre os respondentes investigados. Constata-se, ainda,

que o número de empresários com pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado)

não chega a 4% do total de respondentes.

Com relação à informatização dessas empresas, mais de 60% delas afirmou possuir

computador, o que mostra certo avanço quando comparado a estudos anteriores, onde em

2002 este número se aproximava de 50% (SEBRAE, 2003). Este incremento pode ser

explicado pela diminuição progressiva dos custos de aquisição dessas tecnologias, ou ainda

pela busca de vantagens competitivas ou até mesmo por exigências legais (LUNARDI,

DOLCI e MAÇADA, 2010). Outra constatação interessante é que 95,5% das empresas

informatizadas também afirmaram possuir internet, evidenciando a influência dessa

tecnologia no dia-a-dia dessas empresas.

3.2. Validação do Instrumento

Após a coleta de dados, procedeu-se aos procedimentos de validação do instrumento. Embora

os dez constructos propostos para compor o questionário tivessem respaldo na literatura

acadêmica de administração, dada a natureza subjetiva com que as questões foram elaboradas

e inseridas no instrumento, a sua simples aplicação não se caracteriza como uma medida

suficiente para validar as diferentes escalas propostas (MALHOTRA, 2001). Assim, dois

testes estatísticos foram realizados com os dados coletados: (i) a análise fatorial, que teve o

propósito de formar grupos de variáveis associadas entre si, elaborados através das cargas

fatoriais identificadas; e (ii) o alfa de Cronbach, de modo a confirmar a fidedignidade das

escalas propostas. Buscou-se, com isso, confirmar os constructos propostos na etapa anterior.

A análise fatorial (com rotação Varimax) confirmou oito dos dez fatores propostos,

obedecendo a dois critérios: o grau de associação entre as variáveis e o grau de subjetividade

das mesmas. Cinco questões foram eliminadas do instrumento original (“Você sabe quais são

Page 9: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

9

seus principais concorrentes, onde estão localizados e quais os seus diferenciais”, “Você

cumpre os compromissos assumidos com seus clientes”, “Você busca diversificar os

fornecedores e pesquisar constantemente os valores dos itens que adquire”, “Você sabe como

calcular a produtividade de sua empresa” e “Sua empresa possui uma previsão/controle de

vendas”) por apresentarem baixas cargas fatoriais nos fatores propostos inicialmente. Os oito

fatores explicam 54,4% das variações das medidas originais (32 questões), o que indica um

razoável nível de representação dos dados. Após a confirmação dos construtos, procedeu-se a

uma análise fatorial exploratória nos blocos (AFE), de modo a observar-se a

unidimensionalidade dentro do conjunto de indicadores de cada fator. A realização da AFE

revela se um indicador está presente em outro construto, comprometendo desta forma a

confiabilidade do indicador. Neste procedimento, o instrumento manteve o mesmo número de

itens da análise fatorial realizada anteriormente, indicando forte correlação entre os itens

alocados em cada um dos fatores. A Tabela 2 apresenta as cargas fatoriais de cada construto,

de acordo com a sua formação nos fatores e dentro do seu próprio bloco.

Indicadores Bloco F1 F2 F3 F4

Pessoas

Você treina seus funcionários para que eles conheçam os

produtos/serviços de sua empresa ,848 ,841

Você consegue identificar necessidades de treinamento ,792 ,831

Sua empresa possui uma equipe de vendas ,761 ,730

A equipe possui objetivos e estratégias de ação definidas ,715 ,687

A equipe possui metas de venda ,598 ,475

Você tem conhecimento da legislação trabalhista ,471 ,372

Caixa

Você possui informações referentes as suas disponibilidades

financeiras existentes ,731 ,649

Sua empresa controla as entradas e saídas de dinheiro ,711 ,642

Você sabe calcular o preço de venda do serviço/produto ,691 ,632

Sua empresa possui um controle para verificar os compromissos

a pagar ,683 ,610

Você sabe como calcular a necessidade de capital de giro ,630 ,593

Ponto de Venda

Você costuma fazer promoções nas datas comemorativas do ano ,803 ,797

Você faz contato com seus clientes para informá-los de

promoções ,769 ,731

Você sabe quais são as ações de promoção que são mais

adequadas ao seu negócio ,756 ,704

Você se preocupa em destacar seu ponto de venda dos da

concorrência ,581 ,489

Gestão de Suprimentos

Você sabe quanto tem em produtos e em valores no seu estoque ,778 ,682

Você utiliza alguma ferramenta para gerir a entrada e saída de

mercadorias ,741 ,628

Você realiza anotações referentes ao desempenho do fornecedor ,668 ,622

Você possui um cadastro básico de fornecedores ,666 ,609

Você controla os novos pedidos de mercadoria com o que já tem

no estoque ,577 ,507

Initial eigenvalue 7,36 2,31 1,60 1,45

% variância explicada – rotated (54,4%) 23,0% 7,2% 5,0% 4,5%

KMO medida de adequação da amostra (KMO = 0,91)

Teste de Bartlet: qui-quadrado = 37082,161 (p = 0,000)

Crédito

Page 10: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

10

Sua empresa gerencia as cobranças de crédito em atraso ,859 ,842

Sua empresa consegue verificar a taxa de inadimplência ,841 ,786

Sua empresa possui um controle formal para verificar os valores

a receber de clientes ,775 ,661

Qualidade

Você avalia se a qualidade oferecida por sua empresa está de

acordo com a expectativa de seus clientes ,767 ,641

Sua empresa possui alguma forma de padronização para garantir

a qualidade e a agilidade ,719 ,614

Você busca conhecer quais os fatores que influenciam na decisão

de compra de seu cliente ,689 ,465

Indicadores Bloco F1 F2 F3 F4

Planejamento

Você costuma colocar no papel aquilo que deseja para seu

negócio ,749 ,813

Sua empresa possui definições de objetivos e Metas ,733 ,639

Você busca informações a respeito do seu mercado de atuação ,682 ,468

Clientes

Você sabe onde estão localizados seus clientes ,783 ,658

Sua empresa possui um cadastro de clientes ,759 ,651

Você conhece as expectativas de seus clientes ,666 ,502

Initial eigenvalue 1,34 1,23 1,1 1,0

% variância explicada – rotated (54,4%) 4,2% 3,9% 3,4% 3,2%

KMO medida de adequação da amostra (KMO = 0,91)

Teste de Bartlet: qui-quadrado = 37082,161 (p = 0,000)

Tabela 2. Análise Fatorial (rotação Varimax)

A fidedignidade dos fatores foi apontada pelos coeficientes do alfa de Cronbach. O

instrumento apresentou valor igual a 0,89, enquanto os coeficientes dos fatores situaram-se

entre 0,54 e 0,80, apontando boa consistência interna em cinco dos oito constructos (Tabela

3). Os constructos Planejamento, Clientes e Qualidade apresentaram coeficientes abaixo do

indicado pela literatura (que deve variar entre 0,60 e 0,70 para estudos de natureza

exploratória – Malhotra (2001)), mas por estarem próximos desse limite foram mantidos para

análise.

Constructos Número

de itens

Coeficiente

Alfa

1. Pessoas 6 0,80

2. Crédito 3 0,77

3. Caixa 5 0,72

4. Gestão de Suprimentos 5 0,72

5. Ponto de Venda 4 0,70

6. Planejamento 3 0,57

7. Clientes 3 0,54

8. Qualidade 3 0,54

Tabela 3. Alfa de Cronbach dos fatores do instrumento

4. Resultados

De modo a se analisar o impacto da TI na gestão de negócios das MPE, três análises foram

realizadas: a primeira, comparando-se a gestão de negócios das empresas que afirmaram

utilizar computador no seu trabalho com empresas não informatizadas; a segunda,

Page 11: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

11

comparando-se a gestão de negócios das empresas que afirmaram utilizar internet para o

trabalho com aquelas empresas sem internet; e a terceira, analisando-se os possíveis

relacionamentos entre o uso do computador e da internet no trabalho e a realização das

diferentes atividades administrativas investigadas.

Na primeira análise utilizou-se o teste t de student, objetivando verificar a existência de

diferença estatística significativa (ao nível de 5%) entre a percepção dos empresários das

MPE que possuem computador contra aqueles que não possuem esse recurso. Comprovou-se

a existência de diferença estatística significativa em todas as oito variáveis analisadas,

apontando um maior nível de execução de atividades administrativas para as empresas

informatizadas (Tabela 4).

Tabela 4 – Gestão de negócios nas MPE informatizadas e nas não informatizadas

Pôde-se perceber que em todos os constructos analisados as empresas que possuem

computador obtiveram média superior às demais empresas. Com relação às atividades ligadas

ao planejamento, à gestão de suprimentos e aos clientes, essas diferenças são mais acentuadas.

A gestão de suprimentos pode ser potencializada com o uso da TI, especialmente através de

sistemas que permitam controlar a entrada e saída de produtos, além de direcionar futuras

compras e acompanhamento das ordens efetuadas junto aos fornecedores – atividades

predominantemente operacionais, o que corrobora com resultados de estudos prévios

(ALBANO, 2001; LIMA, 2007). Diferentemente, é o caso do constructo clientes, em que o

enfoque do uso da TI é mais informacional, havendo a necessidade de explorar o uso de

bancos de dados que contenham informações a respeito dos seus clientes, bem como histórico

de compras e suas preferências. Chama a atenção o constructo planejamento, que

normalmente é apontado na literatura como um aspecto pouco impactado pela TI nas MPE e

que nesta pesquisa aparece como sendo facilitada pelo uso do computador.

A segunda análise também foi realizada utilizando-se o teste t de student, verificando dessa

vez a existência de diferença estatística significativa (ao nível de 5%) entre a percepção dos

empresários das MPE que utilizavam internet no trabalho contra aqueles que não a possuíam.

Da mesma forma que o teste anterior, comprovou-se a existência de diferença estatística

significativa em todas as oito variáveis analisadas, apontando para uma melhor gestão aquelas

empresas que fazem uso da internet para o seu trabalho (Tabela 5).

Variáveis n Média

Diferença p Internet Sem Internet Sem

1. Planejamento 2.544 1.796 2,27 1,92 0,35 0,000

2. Gestão de Suprimentos 2.544 1.796 2,17 1,87 0,30 0,000

Variáveis N Média

Diferença p Computador Sem Computador Sem

1. Planejamento 2.665 1.675 2,25 1,92 0,33 0,000

2. Gestão de Suprimentos 2.665 1.675 2,17 1,85 0,32 0,000 3. Clientes 2.665 1.675 2,27 1,98 0,29 0,000 4. Pessoas 2.665 1.675 2,12 1,84 0,28 0,000 5. Crédito 2.665 1.675 2,36 2,10 0,26 0,000 6. Caixa 2.665 1.675 2,33 2,13 0,20 0,000 7. Ponto de Venda 2.665 1.675 2,07 1,91 0,16 0,000 8. Qualidade 2.665 1.675 2,34 2,21 0,13 0,000

Page 12: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

12

3. Clientes 2.544 1.796 2,28 1,99 0,29 0,000

4. Pessoas 2.544 1.796 2,13 1,85 0,28 0,000

5. Crédito 2.544 1.796 2,37 2,11 0,26 0,000

6. Caixa 2.544 1.796 2,33 2,14 0,19 0,000

7. Ponto de Venda 2.544 1.796 2,08 1,91 0,17 0,000

8. Qualidade 2.544 1.796 2,35 2,20 0,15 0,000

Tabela 5 – Gestão de negócios nas MPEs que utilizam a internet no trabalho e as que não utilizam

Da mesma forma que no teste anterior, os constructos Planejamento, Gestão de

Suprimentos e Clientes aparecem como aqueles cuja diferença entre as empresas que

possuem tecnologia – desta vez utilizando a internet no seu dia-a-dia – é mais acentuada que

as demais. A internet pode auxiliar as MPE tanto na busca quanto na recuperação de

informações sobre o seu negócio, seus clientes e até mesmo seus fornecedores (TURBAN et

al., 2010). Além disso, permite uma maior aproximação de seus parceiros, seja consultando

sites de fornecedores ou ainda utilizando ferramentas de comunicação tanto com os

fornecedores quanto seus clientes. Segundo Chong et al. (2009) o uso de tecnologias,

especialmente a internet, torna a comunicação mais eficiente e efetiva entre os fornecedores e

clientes, possibilitando um melhor fluxo informacional.

A terceira análise utilizou-se do coeficiente de correlação de Pearson (Tabela 6) com o intuito

de analisar os possíveis relacionamentos entre o uso do computador e da internet com o

desempenho da gestão de negócios das empresas estudadas. Este mesmo coeficiente já foi

utilizado em outros trabalhos da área de SI, buscando observar as relações existentes entre

diferentes variáveis e a tecnologia de informação (YIU, GRANT e EDGAR, 2007). Os

resultados apontam para uma baixa correlação positiva entre o uso do computador e da

internet na gestão de negócios dessas empresas.

Planeja-

mento Clientes Pessoas

Supri-

mentos

Quali-

dade

Ponto de

Venda Crédito Caixa

Computa-

dores ,253(**) ,284(**) ,280(**) ,286(**) ,096(**) ,115(**) ,189(**) ,203(**)

,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

4340 4340 4340 4340 4340 4340 4340 4340

Internet ,315(**) ,313(**) ,259(**) ,295(**) ,149(**) ,158(**) ,213(**) ,210(**)

,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

4340 4340 4340 4340 4340 4340 4340 4340

Tabela 6 – Gestão de negócios nas MPEs e a correlação com a informatização e a internet

Mesmo existindo uma baixa correlação entre as práticas de gestão de negócios das MPE e a

utilização de computadores e internet, pode-se ressaltar alguns aspectos. A gestão dos

suprimentos e clientes estão mais correlacionadas com a utilização de computadores da

empresa, pois ambos constructos são mais relacionados com aspectos de controle onde a

utilização de computadores podem auxiliar. Cadastro, localização e expectativas dos clientes,

por exemplo, podem ser controlados e realizados utilizando tecnologias simples, como

processadores de textos e planilhas, que auxiliam os gestores. Similarmente, essas tecnologias

podem ser utilizadas para controlar estoques, entradas/saídas de produtos, cadastros de

fornecedores e considerações sobre o desempenho do fornecedor.

Já internet, mais correlacionada com clientes e planejamento, pode ser utilizada para buscar

informações a respeito do mercado de atuação e conhecer mais as expectativas dos clientes.

Para desempenhar essas atividades, podem-se utilizar ferramentas na web com questionários e

Page 13: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

13

outras formas de captar a percepção dos clientes perante os produtos e/ou serviços oferecidos

pelas MPE. A utilização da internet, segundo Oh, Cruickshank e Anderson (2009), auxilia na

redução de custos e aumenta a eficiência em atividades como pesquisa de mercado e gerenciar

as relações com os clientes.

5. Considerações Finais

O presente estudo investigou o impacto da TI na administração das MPE, relacionando o uso

da TI às atividades administrativas exercidas nas diversas áreas funcionais das MPE do sul do

Brasil. Foram mensurados os impactos da informatização, através da utilização de

computadores, e do uso da internet na gestão de negócios, operacionalizadas pelos construtos:

Planejamento, Clientes, Pessoas, Fornecedores, Qualidade e Produtividade, Ponto de Venda,

Estoques, Vendas, Crédito e Caixa. Essa pesquisa foi realizada em um momento no qual o

Brasil se destaca positivamente no cenário mundial no aspecto empreendedorismo. Na medida

em que a TI se torna mais acessível financeiramente às MPE, cresce a importância de estudos

que contribuam para a adoção e uso adequados da TI por essas empresas.

Essa pesquisa mostra diferenças significativas entre as empresas informatizadas e não

informatizadas, tanto em termos de uso de computadores como de Internet, no que se refere

ao nível de execução das atividades administrativas investigadas, sendo maior a diferença nas

questões relacionadas a suprimentos, clientes e planejamento. Também o estudo revelou uma

relação positiva e significativa estatisticamente entre a quantidade de recursos computacionais

disponibilizados na empresa e o nível de atividades administrativas realizadas. Foi

identificado que o uso dos computadores está mais relacionados com aspectos internos nas

MPE, para controlar estoques e entradas/saídas de produtos e atividades de cadastros para

auxiliar a tomada de decisão dos gestores dessas empresas. Essas constatações estão de

acordo com Laudon e Laudon (2007), onde os autores colocam que os sistemas de informação

proporcionam suporte à tomada de decisões e ao controle das atividades nas empresas.

A internet é mais utilizada para aspectos relacionados ao mercado externo, na obtenção de

informações sobre fornecedores e clientes, este último possibilitando utilizar ferramentas via

web para melhor conhecê-los e possibilitar a criação de ações para atender suas expectativas.

Segundo Dolci e Becker (2007), o uso da internet nas empresas, facilita a troca de

informações ou intermediada por base de dados, entre pessoas e processos, demonstram a

utilização organizacional da TI não só no apoio à estruturação e à direção, mas, também, no

apoio à interação entre as empresas com seus fornecedores e clientes.

Os resultados obtidos na presente pesquisa são estimuladores no sentido em que demonstram

que os investimentos em TI realizados pelas MPE brasileiras, identificados nessa pesquisa

através da aquisição de computadores e acesso à internet, estão sendo convertidos em

melhores práticas administrativas. Espera-se que esta pesquisa possa auxiliar os executivos de

diferentes MPE a melhor planejarem seus projetos de TI, sem esquecer que muito do sucesso

da implantação de uma tecnologia passa pela estrutura que a organização possui e pela

identificação dos benefícios esperados, riscos e custos envolvidos na sua adoção. Dessa

forma, a TI poderá exercer um impacto ainda maior no desempenho dessas organizações,

justificando assim a realização de tais investimentos.

Como limitações do estudo, pode-se destacar a escala likert utilizada, proposta pelo

SEBRAE/RS, que possuía apenas três pontos, sendo este problema minimizado pelo tamanho

significativo da amostra, passando de 4000 MPE. Além disso, os resultados e as implicações

obtidas neste estudo devem levar em conta alguns cuidados no que diz respeito à amostra

Page 14: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

14

estudada, a qual foi realizada em algumas cidades do extremo sul do Rio Grande do Sul,

limitando, portanto, sua possibilidade de generalização.

Referências

ABOUZEEDAN, A. & BUSLER, M. Typology Analysis of Performance Models of Small and Medium-Size

Enterprises (SMEs). Journal of International Entrepreneurship. Vol. 2, n. 1-2, 2004.

ALTER, S. Information Systems: a management perspective. Reading, Mass: Addison-Wesley, 1999.

ATKINS, M. H. & LOWE, J. F. Sizing up the Small Firm: UK and Australian Experience. International Small

Business Journal. Vol. 15, n. 3, 1997.

BEHESHTI, H M. The impact of IT on SMEs in the United States. Information Management & Computer

Security. Vol. 12, n. 4, 2004.

BERISHA-NAMANI, M. The Role of Information Technology in Small and Medium Sized Enterprises in

Kosova. Fulbright Academy 2009 Conference.

BHARATI, P. IT Adoption in Small and Medium-Sized Enterprises: The Role of Knowledge Acquisition.

AMCIS 2010 Proceedings. Paper 141.

BRAUNERHJELM, P. Entrepreneurship, knowledge and economic growth. Foundations and Trends in

Entrepreneurship. Vol. 4, n.5, 2008.

CHONG, A. Y.; OOI, K.; LIN, B. & TANG, S. Influence of interorganizational relationships on SMEs' e-

business adoption. Internet Research. Vol. 19, n 3, 2009.

DESANTICS, G. & MONGE, P. Introduction to Special Issue: Communication Process for Virtual

Organizations. Organization Science. Vol. 10, n. 6, 1999.

DOLCI, D. B. & BECKER, J. L. Utilizações Organizacionais da TI e Influência destas nas Características

dos Sistemas de Informação. Enanpad 2007.

EC - European Comission. Promotion of SMEs competitiveness, 2006. Disponível em

http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/files/charter/conf2006/viennaflash_en.pdf . Acesso em 5 mar. 2011.

FINK, D. & DISTERER, G. International case studies: To what extent is ICT infused into the operations of

SMEs? Journal of Enterprise Information Management. Vol. 19, n. 6, 2006.

GABLE, G. & STEWART, G. SAP R/3 Implementation Issues for Small to Medium Enterprises. AMCIS 1999

Proceedings. Paper 269.

GEM. Global Entrepreneurship Monitor (2010). Disponível em:

http://www.sebrae.com.br/integra_noticia?noticia=11822282 Acesso em 27 abr. 2011.

INDRUINAS, L. "HowStuffWorks - Como funcionam as micro e pequenas empresas". Disponível em

http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/micro-e-pequenas-empresas-no-brasil4.htm . Acesso 12 de jan. 2010.

LAUDON, K. & LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

LEITE, J. Decisões de investimentos em tecnologia de informação. In: ALBERTIN, A; MOURA,

R.(org.).Tecnologia de Informação. São Paulo: Atlas, 2004.

LIMA, P. Barradas na festa. Revista Amanhã, Porto Alegre, ano 21. N.233, 2007.

LUNARDI, G. L. & DOLCI, P. C. Adoção de Tecnologia de Informação (TI) e seu Impacto no Desempenho

Organizacional: Um Estudo realizado com Micro e Pequenas Empresas. Enanpad, 2006.

LUNARDI, G. L., DOLCI, P. C. & MAÇADA, A. C. G. Adoção de tecnologia da informação e seu impacto

organizacional: um estudo realizado com micro e pequenas empresas. RAUSP. Vol. 45, n.1, 2010.

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Associativismo é a saída para o desenvolvimento. 16 ago.

2004. Disponível em:< http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/119754.html>. Acesso em: 10 mar. 2011.

MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MORAES, G.; TERENCE, A. & ESCRIVÃO FILHO, E. A tecnologia de informação como suporte à gestão

estratégica da informação na pequena empresa. Revista de Gestão a Tecnologia e Sistemas de Informação, v.1,

n.1, 2004.

Page 15: IMPACTO DA TI NA GESTÃO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO COM …€¦ · quase metade de todo o investimento anual privado envolve TI (LAUDON e LAUDON, 2007). A maior utilização destas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

15

O’BRIEN, J. A. & MARAKAS, G. M. Administração de Sistemas de informação - uma introdução. São Paulo:

McGraw-Hill, 2007.

PALVIA, P. & PALVIA, S. An examination of the IT satisfaction of small business users. Information &

Management, v.5, n. 35, 1999.

PRATES, G. & OSPINA, M. Tecnologia da informação em pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e

benefícios. Revista de Administração Contemporânea, v. 8, n.2, 2004.

RECEITA FEDERAL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em

http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2006/leicp123.htm. Acessado em 15 mar. 2011.

SANTOS, C.; SILVA, C.; CRUZ, L. & VARELA, M. A tributação das MPE na União Européia. Disponível

em: http://www.dosalgarves.com/revistas/N16/7rev16.pdf Acessado em 10 mar. 2011.

SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

SEBRAE, 2010. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-

estrategicos/empreendedorismo/livro_gem_2010.pdf. Acesso em 10/03/2011.

YIU, C.; GRANT, K. & EDGAR, D. Factors affecting the adoption of Internet Banking in Hong Kong –

implications for the banking sector. International Journal of Information Management, v. 27, n. 5, 2007.