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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA BETHÂNIA DE MELO CARVALHO MENDONÇA IMPACTO DA PERDA DENTAL NO DESEMPENHO DE ATIVIDADES DIÁRIAS: ESTUDO DE CASO-CONTROLE Recife 2006

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Page 1: Impacto da Perda Dentária no Desempenho de Atividades ... · Com o objetivo de estabelecer a relação entre os aspectos relacionados ao número de dentes presentes na cavidade bucal

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO EM ODONTOLOGIA

BETHÂNIA DE MELO CARVALHO MENDONÇA

IMPACTO DA PERDA DENTAL NO DESEMPENHO DE ATIVIDADES DIÁRIAS:

ESTUDO DE CASO-CONTROLE

Recife 2006

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BETHÂNIA DE MELO CARVALHO MENDONÇA

IMPACTO DA PERDA DENTAL NO DESEMPENHO DE ATIVIDADES DIÁRIAS:

ESTUDO DE CASO-CONTROLE

Recife 2006

Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia com área de concentração em Clínica Integrada, Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Odontologia. Orientadora: Profª Dra. Renata Cimões Jovino Silveira Co-orientadora: Profª Dra. Ana Cláudia da Silva Araújo

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Mendonça, Bethânia de Melo Carvalho.

Impacto da perda dentária no desempenho de atividades diárias: estudo de caso-controle / Bethânia de Melo Carvalho Mendonça. – Recife : O Autor, 2006.

82 folhas : il., tab.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Odontologia, 2006.

Inclui bibliografia, anexos e apêndices.

1. Perda dentária - Impacto. 2. Saúde bucal. I. Título.

616.314 CDU (2.ed.) UFPE 617.6 CDD (21.ed.) CCS2009-089

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BETHÂNIA DE MELO CARVALHO MENDONÇA

IMPACTO DA PERDA DENTAL NO DESEMPENHO DE ATIVIDADES DIÁRIAS:

ESTUDO DE CASO-CONTROLE

Aprovado em: 11 de Abril de 2006.

BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof. Drª. Lúcia Carneiro de Souza Beatrice – UFPE Presidente __________________________________________ Prof. Dra. Estela Santos Gusmão – FOP/UPE 1º Examinadora __________________________________________ Profª. Dra. Márcia Mª B. V. Vasconcelos - UFPE 2ª Examinadora

Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia com área de concentração em Clínica Integrada, Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Odontologia. Orientadora: Profª Dra. Renata Cimões Jovino Silveira Co-orientadora: Profª Dra. Ana Cláudia da Silva Araújo

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AGRADECIMENTOS

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Ao autor e consumador da minha fé...ao meu Cuidador, Abençoador,

Amado e Senhor, a quem dedico tudo que sou e que tenho...ao meu

Deus;

Ao meu amado esposo, Eduardo, um presente que Deus colocou na

minha vida e que, com toda sua firmeza, carinho e amor, tem tornado a

minha vida verdadeiramente bela;

À minha amada família. Alicerce da minha vida e os personagens mais

amados e importantes da minha história;

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Às minhas orientadoras

À profª Dra. Renata Cimões Jovino Silveira e profª Dra. Ana Claudia da Silva

Araújo

É fabuloso ver como a gente pode se surpreender com o que nos acontece. De

professoras tão novas, que mais pareciam uma irmã, foi de quem eu recebi as

maiores lições. Em vocês, Renata e Ana, vi verdadeiras docentes, que davam suas

aulas de forma magistral, simples e de forma extremamente objetiva, como há muito

eu não via. Vi pesquisadoras sérias, que, muito sabiamente, realizam seus trabalhos

estimulando aqueles que estão envolvidos a superar limites, buscar soluções,

compartilhar conhecimentos, experiências, de forma que a produção não se

restringe ao campo intelectual, mas também ao pessoal. Vi, principalmente, como

vocês são especiais. Em tempos de extremo individualismo. Vocês chamaram para

si a responsabilidade de um problema que não era de vocês, mas que o tomaram

como se assim o fosse. Não havia nada em troca, muito pelo contrário, seria mais

trabalho. Mas assim são vocês, e eu só tenho a agradecer e agradecer, não só

pelos ensinamentos, mas principalmente pela amizade. Muito obrigada.

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À Universidade Federal de Pernambuco, na pessoa do Magnífico Reitor Prof. Dr.

Amaro Henrique Pessoa Lins;

À Pós-graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de

Pernambuco;

A CAPES pelo incentivo financeiro durante todo o curso de Mestrado;

A todos os professores da Pós-graduação pela contribuição para minha formação

científica;

Ao Prof. Arnaldo França Caldas Júnior; pela contribuição científica;

Aos funcionários da Pós-graduação, em especial a Oziclere Senna de Araújo Silva

e Tânia Maria de Souza Esteves;

À Polliana Vilaça Silva, um anjo que Deus colocou na minha vida, e com quem

compartilho esta vitória, que também é sua. Muito obrigada;

Aos colegas do curso, em especial à amiga Renata Patrícia de Freitas Soares e

Kátia Pimentel de Lima, pelo companheirismo e amizade, tornando as atividades

do mestrado bem mais leves e divertidas;

Às amigas Isabele Almeida, Patrícia Lira e Jaqueline Guerra, com as quais posso

sempre contar em qualquer situação;

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Ao Prof. Edmilson Mazza pela consultoria estatística na confecção desse trabalho;

A todos os pacientes que participaram da pesquisa, pois sem eles não seria

possível a realização do mesmo.

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo o grupo a que

Pertence 45

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as variáveis de

caracterização 46

Tabela 3 – Distribuição dos pesquisados segundo a quantidade de atividades diárias

afetadas 47

Tabela 4 – Avaliação das atividades diárias afetadas ou não afetadas 48

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as variáveis de

caracterização por grupo 49

Tabela 6 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as atividades diárias

afetadas por grupo 50

Tabela 7 – Estatística das variáveis idade e renda segundo o grupo 51

Tabela 8 – Estatística da quantidade de dentes presentes, anteriores e posteriores

por grupo 51

Tabela 9 – Estatísticas do índice dos impactos odontológicos no desempenho diário,

da freqüência dos impactos e severidade dos impactos por grupo 52

Tabela 10 – Distribuição dos pesquisados segundo a quantidade de atividades

diárias por grupo 53

Tabela 11 – Avaliação do IODD em faixas segundo o grupo 53

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SAÚDE BUCAL E QUALIDADE DE VIDA

2.2 CONDIÇÃO DE VIDA E SAÚDE

2.3 ARCO CURTO

2.3 ÍNDICE DOS IMPACTOS ODONTOLÓGICOS NO DESEMPENHO

DIÁRIO - OIDP

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

3.2 ESPECÍFICOS

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

4.2 SELEÇÃO DA POPULAÇÃO

4.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA

4.4 DESENHO DO ESTUDO

4.4.1 Seleção dos casos e controles

4.5 COLETA DOS DADOS

4.5.1 Instrumento de pesquisa

4.5.2 Conteúdo do índice e sistema de classificação

4.5.3 Método de classificação

4.5.4 Cálculo para o IODD

4.6 ELENCO DE VARIÁVEIS

4.6.1 Variável dependente

17

21

22

25

27

28

33

34

34

35

36

36

36

37

38

38

38

40

41

41

42

42

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4.6.2 Variáveis independentes

4.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

4.8 PLANO DE DESCRIÇÃO DOS DADOS

4.8.1 Fase descritiva

4.8.2 Fase analítica

5 RESULTADOS

6 DISCUSSÃO

7 CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS

ANEXOS

APÊNDICES

42

42

43

43

43

44

54

62

64

71

78

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RESUMO

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RESUMO

Com o objetivo de estabelecer a relação entre os aspectos relacionados ao número

de dentes presentes na cavidade bucal e o impacto no desempenho diário, foi

realizado um estudo do tipo caso-controle, que incluiu 75 pacientes voluntários que

se apresentavam em tratamento odontológico e que foram divididos em três grupos:

arco curto (caso), dentadura completa e desdentado. Para avaliar o impacto foi

utilizado o IODD (Índice dos Impactos Odontológicos no Desempenho Diário). Os

resultados evidenciaram que 81,3% da amostra foi constituída por mulheres, 16%

dos pesquisados teve pelo menos uma atividade diária afetada. Embora não tenha

sido registrada diferença significante entre os grupos em relação a cada uma das

atividades, destaca-se que: o percentual dos que tiveram a atividade mais afetada

foi menos elevada no grupo de arco completo, para as atividades: mastigar, falar /

pronunciar palavras claramente e sorrir; e o menor percentual de atividades afetadas

ocorreu no grupo controle desdentado, para as atividades: limpar a boca/escovar os

dentes e dormir. Em relação à média do IODD, esta foi menos elevada no grupo

controle com arco completo e foi similar entre os outros dois grupos. As médias das

variáveis: freqüência e severidade dos impactos foram menos elevadas no grupo

controle arco completo e tiveram valores aproximados nos outros dois grupos. Com

base nos resultados, pôde-se concluir que não foram registradas diferenças

significativas entre os grupos em relação a cada uma das atividades diárias

afetadas.

Descritores: Impacto. Saúde bucal. Qualidade de vida. Perda dentária.

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RESUMO

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ABSTRACT

To aim establish the relation between the aspects related to the nunber os the theeth

and the impact on daily performance, were realized a case-control study, included 75

voluntary patients that were in dentistry treatment and had been divided in three

groups: short arch (case), complete and toothless. To evaluate the impact the IODD

was used (Index of the Oral Impacts on Daily Performance). The results had

evidenced that 81,3% of the sample were constituted by women, 16% of the

searched had at least one affected daily activity. Although it does not have been

registered significant difference between the groups in relation to each one of the

activities, the percentage of the group complete arch was less afected with the

actvity: to chew, to speak/to pronounce words and to smile clearly, while that to the

tothless group the activity less afected were: to clean the mouth/teeth and to sleep.

In relation to the mean of the OIDP, that was less raised in the group with complete

arc and it was similar between the others two groups. The means of the variable:

frequency and severity of the impacts were less in the group with the complete arch

and had values approached in the others two groups. Based on the results, could be

concluded that they had not been registered significant differences between the

groups in relation to each one of the affected daily activities.

Keywords: Impact. Oral health. Quality of life. Dental loss.

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

Cada indivíduo, família, comunidade e grupo populacional têm necessidades

e riscos específicos à sua conformação biológica, localização geográfica, estilo de

vida e condição social, e estes aspectos se traduzirão em um perfil de problemas de

saúde-doença bastante peculiar (CASTELLANO, 1992).

A percepção de saúde geral é considerada consistente, preditora de

qualidade de vida (CHEN; HUNTER, 1996). Argumenta-se que debilidades na saúde

geral e sintomas dolorosos na região orofacial aumentam a perspicácia dos

indivíduos quanto às dificuldades no desempenho diário, refletindo um maior

impacto (LACERDA, 2005).

A saúde bucal tem forte influência na qualidade de vida das pessoas e muitos

estudos já comprovaram que a falta de dentes prejudica tanto a ingestão de

nutrientes quanto o comportamento psicossocial dos indivíduos (KRALL; HAYES;

GARCIA, 1998; FISKE et al., 1998; DAVIS et al., 2000; SHEIHAM, 2001).

A definição atual de saúde envolve tanto aspectos clínicos quanto subjetivos

(LEAO; SHEIHAM, 1996), mas a preocupação com a saúde bucal é relativamente

recente e sofreu grandes modificações nos últimos anos (FERREIRA, 1997). Depois

de anos medindo apenas os sinais clínicos das doenças bucais, alguns

pesquisadores começaram a trabalhar também com medidas subjetivas. Estas

procuram refletir a percepção do paciente sobre sua condição bucal e podem incluir

desde uma auto-avaliação da quantidade de dentes presentes (KÖNNÖNEN;

LIPASTI; MURTOMAA, 1986), até a avaliação da sua aparência (GORDON; FRYER;

NIESSEN, 1988), problemas funcionais ou causados pelas doenças bucais

(KRESSING; ATCHINSON; MILLER, 1997).

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Gift; Atchison; Drury (1998) consideraram a percepção da saúde bucal uma

importante medida para Odontologia, por estar associada à predisposição dos

indivíduos, ao acesso a serviços de saúde e à condição clínica presente. Leão;

Sheiham (1995) argumentaram que diferentes níveis de saúde bucal proporcionam

diferentes impactos no cotidiano das pessoas.

De acordo com a maioria dos autores pesquisados, estudos sobre saúde

bucal e qualidade de vida devam abordar quatro dimensões: dor e desconforto;

aspectos funcionais referentes à capacidade de mastigar e engolir os alimentos sem

dificuldade, bem como falar e pronunciar as palavras corretamente; aspectos

psicológicos referentes à aparência e auto-estima; e aspectos sociais, refletindo

interação social e comunicação com as pessoas (SLADE, 2002).

Sabe-se que alterações relacionadas a esse sistema complexo, que é a

saúde bucal, podem desencadear estímulos dolorosos ou alterações psicológicas e

emocionais que interferem diretamente no desempenho das atividades diárias da

população, quer seja pela morbidade que a dor provoca, fazendo com que as

pessoas tenham suas atenções desviadas no intuito de aliviar seu desconforto, quer

seja por uma dificuldade de relacionamento interpessoal pela ausência de elementos

dentários (NARDI,2003).

Nos últimos anos tem sido dada grande importância às pesquisas que

envolvem o impacto das doenças sobre a qualidade de vida dos indivíduos, e muitos

estudos procuraram avaliar essa condição (CARDOSO, 2002; ARAÚJO, 2004;

CARDOSO; CALDAS JÚNIOR; JOVINO-SILVEIRA, 2005).

A histórica utilização quase exclusiva de indicadores clínicos na definição da

condição de saúde bucal da população e na avaliação dos serviços de saúde é um

aspecto em constante discussão no meio odontológico (LACERDA, 2005). A ênfase

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nos indicadores clínicos, segundo Chen; Hunter (1996), superdimensiona a visão

normativa do processo saúde-doença, mascarando as dimensões sociais de saúde

bucal.

Indicadores baseados em critérios normativos parecem ser insuficientes para

mensurar o impacto da condição bucal no cotidiano dos indivíduos. Tal aspecto

corrobora as reflexões de muitos autores que apontaram debilidades do

planejamento das ações de saúde orientadas exclusivamente por tais indicadores,

como Sheiham; Cushing; Maizels (1986), Leão; Sheiham (1995) e Chen; Hunter

(1996).

Reconhecendo a importância do impacto da saúde bucal na qualidade de vida do

indivíduo, o presente estudo teve como objetivo estabelecer a relação entre os

aspectos relacionados ao número de dentes presentes na cavidade bucal e sua

interferência na realização das atividades diárias.

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REVISÃO DE LITERATURA

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SAÚDE BUCAL E QUALIDADE DE VIDA

Estudos sobre qualidade de vida e sua associação com a saúde são

relativamente recentes, mas de significativo crescimento nas últimas duas décadas.

Grande parte deles teve como objetivo a definição do termo e a apresentação de

instrumentos de aferição (LOCKER;JOKOVIC;CLARKE, 2004).

Existe uma variedade de conceitos de qualidade de vida. Há definições gerais

que envolvem aspectos de satisfação, sensação de bem-estar e felicidade. Outras

identificam características consideradas essenciais a qualquer avaliação de

qualidade de vida, tais como, liberdade, dignidade, satisfação nos aspectos físicos,

sociais e mentais. Algumas se restringem à dimensão do estudo, como, por

exemplo, as que fazem referência à capacidade funcional no âmbito da saúde. Por

fim, as definições combinadas, mais adotadas pela literatura científica, englobam os

dois últimos modelos (FARQUHAR, 1995).

O conceito da Organização Mundial de Saúde é um claro exemplo desta

combinação: “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo acerca de sua posição

na vida, de acordo com o contexto cultural e os sistemas de valores nos quais vive e

em relação aos seus objetivos, expectativa, padrões e preocupações” (The

WHOQOL Group, 1995).

O conceito de qualidade de vida na Odontologia segue as mesmas reflexões.

A qualidade de vida dos indivíduos está fortemente influenciada por sua condição de

saúde, inclusive a bucal. Restrições físicas e psicológicas podem influenciar

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diretamente sobre aspectos da alimentação, fala, locomoção, convício-social e auto-

estima (SHEIHAM et al.,2001).

A saúde bucal nem sempre esteve ligada à qualidade de vida. Até os anos 60

a boa saúde bucal era baseada na extração de dentes e, na década de 70, a

Odontologia curativa pregava a saúde bucal como aquela que apresentasse dentes

restaurados. Atualmente, o investimento na prevenção tem mostrado muitos

indivíduos livres de cáries (FERREIRA, 1997). Porém, para que se possa analisar a

saúde bucal é importante considerar as desigualdades sociais em que vive a maioria

da população (BADEIA, 1984), pois a prática da Odontologia é essencialmente

liberal, e acessível a apenas 10% da população. O Estado presta assistência

precária e quase sempre restrita a tratamentos mutiladores como as exodontias

(CARDOSO, 2002).

Estudos sobre qualidade de vida e saúde bucal realizados majoritariamente

na população idosa têm demonstrado impactos significativos da condição bucal no

cotidiano dos indivíduos, sobremaneira nos domínios do bem-estar funcional, social

e psicológico (ALLEN, 2003).

Para que haja melhoria na qualidade de vida, se faz necessário o

entendimento do processo saúde-doença dentro de um contexto amplo, que envolve

não só as condições clínicas apresentadas pela doença, mas os indicadores sociais

em que o indivíduo que apresenta a doença está inserido (CHAVES, 1986; PINTO,

2000). Experiências pessoais, culturais e educacionais, experiência atual e passada

de morbidades bucais e do contato com serviços de saúde, estado emocional e

perspectivas satisfatórias com o futuro são fatores apontados como de forte

influência nos resultados de pesquisas sobre o tema (INGLEHART;BAGRAMIAN,

2002).

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A saúde bucal foi conceituada por Dolan (1993) como dentição confortável e

funcional, permitindo que os indivíduos continuem a sua função social desejada.

Diferentes níveis de saúde bucal proporcionam diferentes impactos no

cotidiano das pessoas e que é desejável que, no estudo das necessidades de saúde

bucal dos indivíduos, as dimensões sociais e psicossociais sejam consideradas

simultaneamente com a condição clínica (LEÃO;SHEIHAM, 1995).

Ainda são poucos os profissionais de Odontologia que atuam com uma visão

ampla sobre a importância da necessidade de aspectos subjetivos para qualidade de

vida (SEGRE; FERRAZ, 1997). A epidemiologia bucal tem usado indicadores

clínicos para identificar fatores de risco, avaliar prognóstico, tipos de tratamentos

mais eficazes, identificar a prevalência e incidência e avaliar políticas de saúde

bucal, no entanto a avaliação do impacto que as doenças podem causar na

qualidade de vida das pessoas não tem sido objeto de muitos estudos (MIOTTO;

BARCELLOS, 2001).

A saúde comprometida e ou a presença de doença não são necessariamente

indicadores de baixa na qualidade de vida. Pessoas com doenças crônicas, muitas

vezes relatam ter melhor qualidade de vida, percebida por eles, quando comparados

a indivíduos saudáveis (ASTRØM; OKULLO, 2004; ALLEN, 2003). Vered; Sgan-

Cohen (2004) mostraram que a auto-percepção para saúde bucal quando

comparada a constatações clínicas mostraram que o nível de percepção de saúde

foi mais elevado que as doenças apresentadas pelos pacientes (cárie e doença

periodontal).

2.2 CONDIÇÃO DE VIDA E SAÚDE

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A explicação do processo saúde-doença tem sofrido alterações, ao longo dos

tempos, consoante a forma de organização das sociedades, seus princípios, seus

recursos tecnológicos e seus avanços científicos (LACERDA, 2005).

O modo de vida a que os indivíduos estão submetidos resulta de sua inserção

na formação social, que é conseqüente ao modo de produção e de organização da

sociedade. A produção e o consumo interagem dialeticamente e, em última

instância, determinam o acesso do indivíduo aos bens materiais de vida: moradia,

lazer, saneamento, alimentação, escolaridade, assistência médica, entre outros

(CASTELLANOS, 1997). Segundo o mesmo autor, a inserção econômica e social

dos indivíduos confere necessidades e riscos específicos ao longo de sua

existência, o que se traduzirá em um perfil de problemas de saúde peculiar.

Considera-se importante classificar os pacientes segundo sua classe social,

devido ao fato das doenças que afetam os indivíduos não poderem ser explicadas

somente pelos fatores biológicos que as caracterizam, uma vez que a qualidade de

vida, decorrente dos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais de uma

sociedade, é determinantemente social (SILVA, 1999).

A compreensão dos diferenciais de saúde entre os grupos sociais e dentro de

cada um deles é ponto crucial nos estudos epidemiológicos. A constatação das

desigualdades sociais em saúde, de maneira geral, tem levado diversos autores a se

debruçarem sobre o tema da utilização de indicadores socioeconômicos em estudos

epidemiológicos. No âmbito da Odontologia, historicamente, predominou a

explicação do processo saúde-doença centrado nos aspectos biológicos e

comportamentais dos indivíduos. Conseqüentemente, as práticas de promoção de

saúde concentram esforços em estratégias que viabilizassem mudanças de hábitos

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e de comportamentos, basicamente a higienização dental e o consumo reduzido e

racional da sacarose (LACERDA, 2005).

Recentemente, autores como Hölst; Schuller (2000) evidenciaram a influência

do contexto social sobre os aspectos comportamentais e psicológicos e, destes

últimos, sobre o processo biológico em saúde bucal. Para eles, a estrutura e o

contexto social influenciaram diretamente o individual. Os comportamentos e os

hábitos relativos à saúde, mediada por fatores psicológicos e recursos materiais,

atuarão no nível biológico e, conseqüentemente, darão origem ou não a

enfermidades bucais.

Nos estudos de determinação social em Odontologia, seguem-se os mesmos

padrões das pesquisas de saúde geral (LACERDA, 2005). Uma revisão feita por

Pattussi (1999) identificou o predomínio da aplicação de indicadores unitários em

nível individual ou familiar, com destaque para a variável estrato social, seguida do

nível de escolaridade dos pais, renda familiar, locação de moradia e posse de carro.

Dentre os que utilizaram indicadores compostos, destaca-se a combinação de nível

de escolaridade e de renda familiar.

Carmichael et al. (1980) fizeram uma revisão de literatura e encontraram uma

proporção de 82,5% das pesquisas mostrando uma relação inversa entre classes

sociais e índices de cárie dentária, ou seja, quanto mais baixa a classe social, maior

o percentual de indivíduos com a doença. Os últimos estudos referiam-se a locais

onde o consumo de sacarose não fazia parte dos aspectos culturais locais, sendo

acessível à população com maior poder aquisitivo.

Demmers et al. (1990) fizeram uma revisão de literatura sobre os preditores

de cárie mais usados na identificação de grupos de risco: experiência passada de

cárie, condição sócio-econômica, higiene bucal, dieta, microbiota e fatores ligados à

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saliva. A prevalência de cárie foi maior nas populações de menor condição

socioeconômica, independente do acesso a fluoretação das águas.

Locker e Ford (1994) compararam medidas de renda familiar e medidas

socioeconômicas baseadas na área geográfica quanto às suas habilidades de

identificar iniqüidades em saúde bucal. Observaram que a despeito da renda familiar

apresentar-se um pouco melhor como preditor de cárie, as medidas baseadas na

área de habitação dos indivíduos apresentaram distintas vantagens na perspectiva

da Epidemiologia e do planejamento das ações de saúde.

2.3 ARCO CURTO

O número mínimo de dentes necessário para uma demanda funcional

satisfatória tem sido objeto de muitos estudos. Entretanto, esta demanda funcional –

e conseqüentemente o número de dentes necessários – pode variar de um indivíduo

para outro, ou seja, este número mínimo não pode ser definido exatamente.

Geralmente, uma dentição com os arcos completos é a preferível. Porém, este

objetivo poderá não ser atingido por razões diversas, dentárias ou financeiras.

Pessoas portadoras de arco curto apresentam uma dentição caracterizada pela

redução ou ausência dos elementos posteriores - pré-molares e molares –

resultando numa redução da plataforma mastigatória (WITTER et al., 1999).

Está estabelecido que a performance mastigatória, medida através de testes

de mastigação, declina linearmente com a diminuição da área desta plataforma

(KÄYSER, 1981). Conseqüentemente, os pacientes com arco curto podem

apresentar dificuldades com a mastigação. Entretanto, estudos têm demonstrado

que a maioria das pessoas que apresentam redução no número de dentes

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posteriores relataram ter suas atividades mastigatórias consideradas satisfatórias tão

logo apresentem pelo menos 20 dentes (dentes anteriores presentes e quatro pares

de posteriores ocluindo) bem distribuídos (AGERBERG; CARLSSON, 1981).

Nos portadores de arco curto, isso é observado quando, pelo menos, 3 a 4

pares de dentes estão ocluindo, preferencialmente, quando distribuídos em posições

simétricas (KÄYSER, 1981). Witter et al. (2001) também afirmaram que arco curto,

com região anterior e de pré-molares intacta, fornece adequada função oral.

2.4 ÍNDICE DOS IMPACTOS ODONTOLÓGICOS NO DESEMPENHO DIÁRIO -

IODD

Reconhecendo a importância do impacto da saúde bucal na qualidade de vida

dos indivíduos, vários pesquisadores têm apresentado instrumentos de medida

específicos na área, com o propósito de avaliar a condição de saúde e os serviços

odontológicos prestados (ALLEN, 2003).

Adulyanon; Sheiham (1997) idealizaram o Índice de Impacto Oral nas

Atividades Diárias (Oral Impacts on Daily Performances – IODP), baseado nas

dimensões dor, desconforto, limitação da função, e insatisfação com a aparência.

Eles analisam oito atividades cotidianas que representam as performances social,

psicológicas e físicas dos indivíduos, mediadas por aspectos da saúde bucal, quais

sejam: comer e mastigar bem os alimentos, falar e pronunciar claramente as

palavras, limpar os dentes e a boca, dormir e relaxar, sorrir e mostrar os dentes sem

embaraço, manter o estado emocional estável, desempenho no trabalho e contato

com as pessoas.

De acordo com os autores, o índice trabalha com a freqüência e a severidade

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da interferência da condição de saúde bucal nas atividades diárias, considerando

ambos na mensuração do impacto. Os autores ressaltaram que o cálculo do IODD

se baseia no terceiro nível de determinação do modelo teórico de Locker, ou seja,

mede o impacto a partir das limitações na performance física, psicossocial e social.

O formulário adotado, no entanto, possibilita paralelamente a identificação dos

principais sintomas e da condição bucal específica referida pelo indivíduo enquanto

responsável pelo impacto. Estas informações podem ser disponibilizadas

separadamente para cada uma das atividades ou para todas em conjunto.

Com o desenvolvimento de indicadores subjetivos, como o IODD, foi possível

a realização de diagnósticos mais precisos das condições de saúde bucal da

população. Biazevic et al. (2004) afirmaram que os indicadores subjetivos em saúde

bucal são mais eficazes na detecção de problemas que os indicadores objetivos,

pois a auto-percepção do paciente sobre sua saúde bucal, irá permitir um

diagnóstico mais próximo da condição real da sua saúde bucal.

Os índices subjetivos têm sido usados na Odontologia para avaliar diversos

aspectos como, saúde bucal em idosos (SLADE et al., 1996; SLADE, 1997;

TSAKOS; MARCENES; SHEIHAM, 2001b; SRISILAPANAN; SHEIHAM et al., 2001);

saúde bucal de indivíduos com poucos problemas odontológicos (ADULYANON;

VOURAPUKJARU; SHEIHAM, 1996); indivíduos com implantes dentários (MELAS;

MARCENES; WRIGHT, 2001); saúde bucal de estudantes universitários (MASSALU;

ÅSTRØM, 2003); pacientes com doenças periodontais (ARAÚJO, 2004; JOVINO-

SILVEIRA; MILHOMENS FILHO; GUSMÃO, 2003) e comparar as diferenças entre

as populações quando aplicados os mesmos índices (TSAKOS; MARCENES;

SHEIHAM, 2001a).

O IODD se baseia na classificação internacional de comprometimentos,

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incapacidades e deficiências da Organização Mundial de Saúde - OMS (WHO,

1980), sendo o mesmo modificado por Locker (1988) para que fosse usado na

Odontologia. Estudo realizado por Cardoso (2002) na cidade de Recife com

pacientes fissurados, ao utilizar este índice mostrou que o mesmo foi eficaz em

determinar o impacto da fissura nesses pacientes.

O índice que avalia o impacto das condições bucais no desempenho das

atividades diárias foi utilizado em alguns estudos realizados em vários países no

mundo. No estudo realizado no Brasil por Leão; Cidade; Varela (1998) foram

utilizados alguns itens do índice de impacto dental na vida diária para pacientes que

apresentavam problemas periodontais, sendo que as perguntas foram modificadas

de modo a direcionar os questionamentos para doença periodontal. Os autores

observaram que mais de 60% de 571 indivíduos estavam insatisfeitos com sua

saúde periodontal.

Uma versão abreviada do IODD foi usada por Massalu; Astrøm (2003) para

avaliar o impacto da saúde bucal em estudantes universitários da Tanzânia.

Observaram que a versão simplificada pode ser usada em pesquisas descritivas,

pois distinguiu entre os indivíduos que apresentavam ou não problemas de saúde

bucal.

Para pacientes com poucos problemas bucais na Tailândia, foi observado que

esses indivíduos, apresentaram alta incidência de impactos, quando comparados

aos indivíduos de países industrializados com muitos problemas de saúde bucal

(ADULYANON; VOURAPUKJARU; SHEIHAM, 1996).

O índice foi utilizado para comparar as diferenças culturais na Grécia e

Inglaterra, e foi observado que houve diferença na percepção de saúde bucal nos

dois países, sendo os gregos os que apresentaram a maior porcentagem de

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percepção da necessidade de tratamento (TSAKOS; MARCENES; SHEIHAM,

2001a). Para idosos foi utilizada uma versão modificada do IODD, também na Grécia

e Inglaterra e, as perguntas foram escritas de maneira mais clara e simplificada para

facilitar o entendimento pelos idosos. Concluíram que a modificação utilizada foi

válida e confiável para utilização em pacientes idosos desses dois países (TSAKOS;

MARCENES; SHEIHAM, 2001b).

Na Tailândia, o IODD também foi utilizado em uma população de idosos e

observou-se que 52,8% de 707 tiveram pelo menos um impacto detectado pelo

IODD, sendo a dificuldade na mastigação a condição mais afetada, concluiu-se que

os impactos na saúde bucal em idosos tailandeses foram comuns, mas não foram

severos (SRISILAPANAN; SHEIHAM, 2001).

Para comparar o método de pesquisa utilizando o IODD em entrevista e em

questionários enviados pelo correio, Robinson et al. (2001) mostraram que quando

não se realiza entrevista pode-se perder dados importantes que podem acarretar em

vieses na pesquisa. Para pacientes com próteses sobre implantes e com prótese

convencional, Melas; Marcenes; Wright (2001) mostraram que os pacientes com

próteses sustentadas por implantes estavam mais satisfeitos com suas dentaduras e

experimentaram menos impacto quando comparados aos pacientes com dentadura

convencional.

Numa pesquisa, cujo objetivo foi avaliar a prevalência do impacto oral na

qualidade de vida de idosos no Norte da Tailândia, onde o instrumento de medida foi

o IODD, observou-se que praticamente a metade (52,8%) apresentava algum tipo de

impacto. A atividade diária mais acometida foi comer (47,2%), e os dois principais

sintomas que causavam impactos orais eram limitação da função e dor. Apesar de

serem relativamente comuns os impactos orais comprometerem a qualidade de vida

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dos idosos do norte da Tailândia, eles não foram severos. Os impactos foram

relacionados a algumas variáveis sociais e clínicas (SRISILAPANAN; SHEIHAM,

2001).

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OBJETIVOS

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3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Estabelecer a relação entre aspectos relacionados ao número de dentes

presentes na cavidade bucal e o impacto no desempenho de atividades diárias.

3.2 ESPECÍFICOS

• determinar o impacto do número de dentes presentes no desempenho de

atividades diárias de pacientes com perda dental total, com perda dental

parcial e sem perda dental;

• identificar qual dos grupos de pacientes apresentou os maiores impactos em

relação às suas atividades diárias;

• avaliar qual a atividade diária mais afetada em cada grupo investigado;

• verificar se existe associação entre a auto-percepção de saúde bucal e

variáveis sócio-econômicas e demográficas;

• analisar se existe associação entre o número de dentes ausentes e a auto-

percepção de saúde bucal em relação às atividades diárias.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo foi realizado na Clínica Integrada do Curso de Odontologia

da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e clínicas de Especialização e

Aperfeiçoamento em Prótese da Associação Brasileira de Odontologia – PE (ABO-

PE), localizadas na cidade de Recife.

4.2 SELEÇÃO DA POPULAÇÃO

A pesquisa teve como população-alvo os pacientes que se apresentaram,

através de demanda espontânea, nas clínicas odontológicas da UFPE e ABO-PE, a

fim de realizarem tratamento odontológico. A amostra foi de conveniência, ou seja,

não aleatória e, Pereira (2000) define este tipo de amostra como aquela que se

utiliza indivíduos selecionados por julgamento de valor e não por questão aleatória

estatística. Esse tipo de amostra é empregado para verificar se um problema existe

no contexto que está inserido, produzindo informações úteis sobre um determinado

evento.

4.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA

De acordo com critérios pré-estabelecidos, a amostra total foi constituída por

75 pacientes, dos quais 25 faziam parte do grupo caso, e 50 do grupo controle, onde

este fora subdividido eqüitativamente em dois grupos. Os grupos foram

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representados por 25 pacientes cada um, por ser este um valor estatisticamente

representativo diante da dificuldade de se encontrar pacientes com características

que os enquadrassem no grupo arco curto. Os pacientes foram escolhidos entre

aqueles que estavam em tratamento na Clínica Integrada de Odontologia da UFPE e

na Clínica da Especialização em Prótese da ABO-PE, no período que compreendeu

os meses de janeiro a fevereiro de 2006. Para participar da pesquisa os pacientes

tiveram que preencher os requisitos que seguem:

• adultos jovens e adultos, caso contrário, só poderiam participar com

autorização dos responsáveis;

• estar freqüentando as clínicas, já citadas,para tratamento;

• apresentar os requisitos para ser incluído em um dos grupos, conforme

descrição na seleção de casos e controles.

4.4 DESENHO DO ESTUDO

O estudo enquadra-se na modalidade de estudo caso-controle, não-pareado.

Segundo Rodrigues; Werneck (2003), é um tipo de estudo observacional que se

inicia com a seleção de um grupo de pessoas portadoras de uma condição

específica (caso), e um outro grupo de pessoas que não sofrem dessa condição

(controle). O propósito deste estudo é identificar características (exposições ou

fatores de risco) que ocorrem em maior ou menor freqüência entre casos do que

entre controles.

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4.4.1 Seleção dos casos e controles

No processo de definição e seleção dos casos e controles para o estudo foi

utilizado o critério relacionado à quantidade de elementos dentários presentes na

cavidade bucal, sendo caracterizados da seguinte forma:

• Casos: pacientes que apresentavam na cavidade bucal, no mínimo 16 dentes

presentes anteriores e quatro pares de posteriores ocluindo, sendo

considerado arco-curto. Destes poderia haver uma perda de elemento

anterior, e ter no mínimo um dente posterior de cada lado em oclusão com

seu antagonista. A justificativa para eleger este grupo controle é pelo fato de

vários estudos afirmarem que a maioria das pessoas que apresentam

redução no número de dentes posteriores relataram ter suas atividades

mastigatórias consideradas satisfatórias tão logo apresentem pelo menos 3 a

4 pares de dentes ocluindo, preferencialmente, quando distribuídos em

posições simétricas (KÄYSER,1981)

• Controle dentado: pacientes que apresentavam a dentição permanente

completa, ou seja, que estivessem presentes de 28 a 32 dentes;

• Controle desdentado: pacientes portadores de prótese total, inferior e/ou

superior, sendo caracterizado como desdentado.

4.5 COLETA DOS DADOS

4.5.1 Instrumentos de pesquisa

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Para a coleta de dados, foram utilizados nesta pesquisa dois formulários. Um

formulário com o objetivo de coletar dados sobre as variáveis socio-econômicas

(Apêndice A), e outro contendo as questões sobre o Índice de Impactos

Odontológicos no Desempenho Diário – IODD (Anexo A), elaborado por Adulyanon;

Sheiham (1997), a fim de se avaliar o impacto da saúde bucal nas atividades diárias.

O modelo no qual se baseia o IODD é a classificação internacional de

comprometimentos, incapacidades e deficiências da Organização Mundial de Saúde

(OMS), este foi modificado por Locker em 1988 para que pudesse ser usado em

Odontologia.

O instrumento de coleta do índice está baseado em quatro questões

aplicadas às oitos atividades cotidianas investigadas: mastigar, limpar a boca e

escovar os dentes, falar / pronunciar as palavras corretamente, sorrir, ficar à vontade

com as outras pessoas, manter o estado emocional usual, realizar atividades físicas

e dormir.

A primeira pergunta está dividida em dois eixos: ocorrência nos últimos seis

meses (Cartão 1) e freqüência do impacto (Cartões 2, 3 e 4). A ocorrência é

registrada como sim ou não, e a freqüência é medida por escores indicando o tempo

de duração do impacto nos casos de longa duração (regularmente) e nos casos de

períodos curtos (esporadicamente).

A segunda parte das perguntas mede a percepção da severidade do impacto

através de escores de 0 a 5 (Cartão 5). A severidade representa a gravidade da

limitação na atividade.

O impacto em cada atividade resulta da multiplicação da freqüência e da

severidade. O impacto para cada indivíduo resulta da soma do impacto de cada

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atividade, dividido pelo limite máximo de escore possível (8 atividades x freqüência 5

x severidade 5 = 200) e multiplicado por 100 (ADUYLANON; SHEIHAM, 1997).

4.5.2 Conteúdo do índice e sistema de classificação

O IODD é constituído por 5 cartões, contendo 8 perguntas referentes a

aspectos funcionais, psicológicos e sociais:

1 - Mastigar e saborear alimentos

2 - Limpar e higienizar os dentes

3 - Falar e pronunciar palavras sem dificuldades

4 - Sorrir, gargalhar

5 - Ficar à vontade com outras pessoas

6 - Manter seu estado emocional usual sem ficar nervoso

7 - Realizar atividades físicas

8 - Dormir

As respostas foram graduadas em relação à sua freqüência, para ordenar as

respostas a partir de "freqüentemente" até "raramente" ou "nunca" e em seguida

atribuir uma classificação numérica a cada categoria de resposta (SHEIHAM, 2000).

Além do impacto, o índice também verificou a severidade e a freqüência dos

impactos percebidos. Os entrevistados foram classificados através de escores que

variaram de 0 a 5, indicando o quanto a alteração ou o incômodo do impacto causou

às atividades diárias. Assim, o escore 5 representou o extremo e o 0 representou

nenhum impacto. A soma de cada classificação do desempenho contribuiu para o

total e para classificação final (SHEIHAM, 2000).

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4.5.3 Método de classificação

O impacto total em cada desempenho foi calculado multiplicando-se a

classificação de freqüência pela gravidade, sendo a classificação total a soma de

todas as classificações de desempenho. Em seguida, a soma foi dividida pelo escore

máximo possível, que é 225 (9 classificações de desempenho x 5 de freqüência x 5

de severidade), multiplica-se por 100 e obtém-se o valor percentual que

correspondeu ao IODD do paciente (SHEIHAM, 2000).

4.5.4 Cálculo para o IODD

A máxima pontuação correspondeu à soma das 8 categorias multiplicada

pelas 5 pontuações de freqüência e pelas 5 pontuações de severidade, 8 x 5 x 5 =

200. A fórmula do cálculo é (pontuação da freqüência do impacto oral em comer x

severidade da pontuação no impacto em comer) + (freqüência de falar x severidade

de falar) + (freqüência de limpeza dos dentes x severidade de limpar os dentes) +

(freqüência de dormir x severidade de dormir) + (freqüência de sorrir x severidade de

sorrir) + (freqüência da estabilidade emocional x severidade de estabilidade

emocional) + (freqüência de papel principal x severidade de papel principal) +

(freqüência no contato com as pessoas x severidade no contato com as pessoas) x

100 ÷200.

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4.6 ELENCO DE VARIÁVEIS

4.6.1 Variável dependente: impacto em relação ao número de dentes presentes no

desempenho diário.

Variável Definição Categorização Impacto em relação ao número de dentes presentes

O impacto que o número de dentes causa na sua vida diária no desenvolvimento de atividades de rotina

Após a coleta determinada pelo Índice de Impacto Odontológico no Desempenho Diário (IODD)

Quadro 1. Variável dependente.

4.6.2 Variáveis independentes: sexo, idade, renda, escolaridade, estado civil, e

grupo (arco curto, dentadura completa ou desdentado).

VARIÁVEL DEFINIÇÃO CATEGORIZAÇÃO SEXO Distinção dos seres vivos

em relação à função reprodutora

MASCULINO (M) = 1 FEMININO (F) = 2

IDADE Anos completos em 2003

Categorização após coleta

RENDA Número de salários recebidos mensalmente

Categorização após a coleta

ESCOLARIDADE Número de anos estudados Categorização após a coleta

ESTADO CIVIL -------------

1 – vive só 2 -- vive com alguém

GRUPO Determinado pelo número de dentes que o paciente apresenta

1 – 28 a 32 2 – 16 a 24 3 – Desdentado total superior e / ou inferior

Quadro 2. Distribuição das variáveis independentes.

4.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Todos os pacientes que concordaram em participar da pesquisa assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B), conforme determina a lei

196/96 que regulamenta a pesquisa em seres humanos. O projeto foi encaminhado

ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Pernambuco

tendo sido aprovado sob o número de protocolo 115/2005 (Anexo B).

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4.8 PLANO DE DESCRIÇÃO DOS DADOS

4.8.1 Fase descritiva

Após a coleta dos dados os mesmos foram consolidados e disponibilizados

em proporções expressas em números absolutos e porcentagens. Durante a fase

descritiva foram usadas distribuições de freqüências e medidas de tendência central.

4.8.2 Fase analítica

Foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de

Fisher quando as condições para utilização do teste Qui-quadrado não foram

verificadas e o teste de Kruskal-Wallis e os testes de comparações pareadas do

referido teste. Destaca-se que a escolha dos testes foi em função da falta de

normalidade dos dados em cada grupo. A verificação da hipótese de igualdade de

variâncias foi realizada através do teste F de Levene (ZAR, 1999).

O nível de significância utilizado na decisão dos testes estatísticos foi de 5%

(0,05). Os dados foram digitados na planilha Excel e o “software” utilizado para a

obtenção dos cálculos estatísticos foi o SAS (Statistical Analysis System) na versão

8 (ALTMAN, 1991).

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5 RESULTADOS

De uma amostra de 75 pacientes foram formados três grupos (o grupo de

arco curto, arco completo e desdentado), cada um com 25 pacientes,

correspondendo a 33,3%, conforme resultados apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo o grupo a que pertence Grupo n % Caso de arco curto 25 33,3 Controle de arco completo 25 33,3 Controle desdentado 25 33,3 TOTAL 75 100,0

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Na Tabela 2, destaca-se que a maioria (81,3%) dos pesquisados era do sexo

feminino; o percentual das faixas etárias variou de 28%, na faixa de 60 ou mais anos

de idade até 37,3% na faixa de 16 a 39 anos; um pouco mais da metade dos

pesquisados vivia só; as duas faixas de renda per capta mais freqüentes foram até

300,00 (Um salário mínimo = SM) e mais de 5 SM, com percentuais de 28,0% e

26,7% respectivamente; os maiores percentuais corresponderam aos que tinham 1°

grau incompleto (32%) e 2° grau completo (25,3%), conforme resultados

apresentados.

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as variáveis de caracterização

Variável n % Sexo Masculino 14 18,7 Feminino 61 81,3 TOTAL 75 100,0 Faixa etária 16 a 39 28 37,3 40 a 59 26 34,7 60 ou mais 21 28,0 TOTAL 75 100,0 Estado civil Vive só 42 56,0 Vive com alguém 33 44,0 TOTAL 75 100,0 Renda per capta (salários mínimos) Não tem renda 3 4,0 Até 300 21 28,0 > 1 a 2 16 21,3 > 2 a 5 15 20,0 > 5 20 26,7 TOTAL 75 100,0 Escolaridade Não sabe ler ou escrever 3 4,0 1 grau incompleto 24 32,0 1 grau completo 2 2,7 2 grau incompleto 4 5,3 2 grau completo 19 25,3 Universidade incompleta 12 16,0 Universidade completa 9 12,0 Pós-graduação 2 2,7 TOTAL 75 100,0

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A Tabela 3 apresenta a distribuição dos pesquisados segundo a quantidade

de atividades diárias afetadas, que variou de 0 a 8. A quantidade de indivíduos que

não teve suas atividades diárias afetadas foram 15, correspondendo a 20% da

amostra, enquanto que apenas 1 indivíduo apresentou todas as atividades (8)

afetadas, correspondendo a 1,3% da amostra.

Tabela 3 – Distribuição dos pesquisados segundo a quantidade de atividades diárias

afetadas Quantidade de atividades diárias afetadas n % 0 15 20,0 1 12 16,0 2 11 14,7 3 12 16,0 4 11 14,7 5 9 12,0 6 2 2,7 7 2 2,7 8 1 1,3 TOTAL 75 100,0

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Na Tabela 4, relacionam-se os resultados da avaliação das atividades diárias

afetadas e não afetadas. Desta tabela, destaca-se que a atividade mais afetada foi

mastigar, citada por 65,3% da amostra, seguida por limpar a boca / escovar os

dentes (42,7%) e sorrir (41,3%), enquanto que dormir (10,7%) e realizar atividades

físicas (4%) foram as atividades diárias menos afetadas.

Tabela 4 – Avaliação das atividades diárias afetadas ou não afetadas

Variável n % Mastigar Sim 49 65,3 Não 26 34,7 TOTAL 75 100,0 Limpara a boca/ escovar os dentes Sim 32 42,7 Não 43 57,3 TOTAL 75 100,0 Falar/ pronunciar palavras corretamente Sim 27 36,0 Não 48 64,0 TOTAL 75 100,0 Sorrir Sim 31 41,3 Não 44 58,7 TOTAL 75 100,0 Ficar a vontade com as outras pessoas Sim 24 32,0 Não 51 68,0 TOTAL 75 100,0 Manter o estado emocional usual Sim 18 24,0 Não 57 76,0 TOTAL 75 100,0 Realizar atividades físicas Sim 3 4,0 Não 72 96,0 TOTAL 75 100,0 Dormir Sim 8 10,7 Não 67 89,3 TOTAL

75 100,0

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Na Tabela 5, apresentam-se as variáveis de caracterização segundo o grupo.

Desta tabela destaca-se que: todos os pacientes do grupo controle eram do sexo

feminino; o percentual de pacientes que vivia sozinho foi mais elevado entre os

pacientes do controle arco completo (76%) e foi menos aproximado entre os

pacientes de caso de arco curto. O percentual de pacientes com 1° grau incompleto

foi mais elevado no grupo controle desdentado, enquanto que o percentual de 2°

grau completo até a universidade foi maior no grupo controle arco completo. Para

todas as três variáveis existem diferença significantes entre os grupos ao nível de

significância de 5% (p < 0,05).

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as variáveis de caracterização por grupo

Grupo a que Pertence Caso de Controle Arco Controle Variável Arco Curto Completo Desdentado Grupo Total Valor de p n % n % n % n % Sexo Masculino 6 24,0 8 32,0 - - 14 18,7 p(1) = 0,006*Feminino 19 76,0 17 68,0 25 100,0 25 81,3 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Estado Civil Vive só 10 40,0 19 76,0 13 52,0 42 56,0 p(2) = 0,033*Vive com alguém 15 60,0 6 24,0 12 48,0 33 44,0 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Escolaridade Até 1 grau incompleto 8 32,0 3 12,0 16 64,0 27 36,0 p(1) = 0,008*1 grau até 2 grau incompleto 2 8,0 2 8,0 2 8,0 6 8,0 2 grau completo até universid. 11 44,0 15 60,0 5 20,0 31 41,3 incompleta Universidade completa até 4 16,0 5 20,0 2 8,0 11 14,7 pós-graduação TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 (*) – Diferença significante a 5,0%. (1) – Através do teste exato de Fisher. (2) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

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Na Tabela 6, embora não tenha sido registrada diferença significante entre os

grupos em relação a cada uma das atividades, destaca-se que: o percentual dos que

tiveram a atividade mais afetada foi menos elevada no grupo de arco completo para

as atividades: mastigar, falar/pronunciar palavras claramente e sorrir; o menor

percentual ocorreu no grupo controle desdentado para as atividades: limpar a

boca/escovar os dentes e dormir.

Tabela 6 – Distribuição dos pacientes pesquisados segundo as atividades diárias

afetadas por grupo Grupo a que Pertence

Caso de Controle Arco Controle Variável Arco Curto Completo Desdentado Grupo Total Valor de p

n % n % N % n % Mastigar Sim 17 68,0 12 48,0 20 80,0 49 65,3 p(1) = 0,056Não 8 32,0 13 52,0 5 20,0 26 34,7 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Limpar a boca/ escovar os dentes

Sim 14 56,0 11 44,0 7 28,0 32 42,7 p(1) = 0,133Não 11 44,0 14 56,0 18 72,0 43 57,3 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Falar/ pronunciar palavras Claramente Sim 10 40,0 5 20,0 12 48,0 27 36,0 p(1) = 0,105Não 15 60,0 20 80,0 13 52,0 48 64,0 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Sorrir Sim 13 52,0 6 24,0 12 48,0 31 41,3 p(1) = 0,094Não 12 48,0 19 76,0 13 52,0 44 58,7 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Ficar a vontade com outras Pessoas Sim 7 28,0 6 24,0 11 44,0 24 32,0 p(1) = 0,276Não 18 72,0 19 76,0 14 56,0 51 68,0 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Manter o estado emocional usual Sim 6 24,0 6 24,0 6 24,0 18 24,0 p(1) = 1,000Não 19 76,0 19 76,0 19 76,0 57 76,0 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Realizar atividades físicas Sim 1 4,0 1 4,0 1 4,0 3 4,0 p(2) = 1,000Não 24 96,0 24 96,0 24 96,0 72 96,0 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 Dormir Sim 5 20,0 2 8,0 1 4,0 8 10,7 p(2) = 0,257Não 20 80,0 23 92,0 24 96,0 67 89,3 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste exato de Fisher.

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Na Tabela 7, em relação a variável idade o grupo que apresentou a menor

média (32,76 anos) foi o dos pacientes que apresentaram arco dentário completo e a

maior média de idade (58,72 anos) ficou para o grupo de indivíduos desdentados. Já

a variável renda, a maior média ( R$ 2.568,80) foi atribuído ao grupo com arco

completo, e a menor renda (R$ 650,00) pertenceu aos pacientes desdentados.

Tabela 7 – Estatística das variáveis idade e renda segundo o grupo Grupo a que Pertence

Caso de Controle Arco Controle Variável Arco Curto Completo Desdentado Média ± DP Média ± DP Média ± DP Idade 45,72 ± 11,62 32,76 ± 14,24 58,72 ± 13,09

Renda 862,80 ± 871,09 2568,80 ± 2118,81 650,00 ± 720,92

A Tabela 8 mostra que as médias de todas as variáveis foram

correspondentemente menos elevadas no grupo controle desdentado e mais

elevadas no grupo controle arco completo.

Tabela 8 – Estatística da quantidade de dentes presentes, anteriores e posteriores por grupo

Grupo a que Pertence Caso de Controle Arco Controle Variável Arco Curto Completo Desdentado Média ± DP Média ± DP Média ± DP Número de dentes presentes 22,12 ± 2,05 29,60 ± 1,38 3,20 ± 4,20

Numero de dentes anteriores 11,80 ± 0,41 12,00 ± 0,00 1,96 ± 2,62 presentes Numero de dentes posteriores 10,32 ± 2,15 17,60 ± 1,38 1,24 ± 2,31

presentes

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A Tabela 9 mostra que a média do índice dos impactos odontológicos no

desempenho diário (IODD) foi bem menos elevado no grupo controle com arco

completo e foi aproximado entre os dois grupos (arco curto e desdentados). As

médias das variáveis: freqüência dos impactos e severidade dos impactos foram

correspondentemente menos elevadas no grupo controle arco completo e tiveram

valores aproximados nos outros dois grupos (arco curto e desdentados). A

variabilidade expressa através do desvio padrão se mostrou elevada, desde que, em

algumas situações, o valor da referida medida foi mais elevado do que a média.

Através do teste de Kruskal-Wallis comprova-se diferença significante entre os

grupos para cada uma das variáveis e através dos testes de comparações pareadas

do referido teste comprova-se diferença significante entre o grupo com arco

completo e cada um dos outros dois grupos.

Ressalta-se que a hipótese de igualdade de variâncias foi entre os três grupos

através do teste de Levene. Os valores de p foram: índice dos impactos

odontológicos no desempenho diário (p = 0,100); freqüência dos impactos (p = 0,323)

e severidade dos impactos (p = 0,210).

Tabela 9 – Estatísticas do índice dos impactos odontológicos no desempenho diário,

da freqüência dos impactos e severidade dos impactos por grupo Grupo a que pertence

Caso de Controle Arco Controle Variável Arco Curto Completo Desdentado Valor de p Média ± DP Média ± DP Média ± DP IODD 21,82 ± 16,35 12,38 ± 21,72 24,82 ± 24,84 p(1) = 0,104 Freqüência dos impactos 11,96 ± 8,00 7,04 ± 9,60 11,72 ± 10,22 p(1) = 0,116 Severidade dos impactos 10,36 ± 7,13 6,08 ± 8,93 11,08 ± 9,85 p(1) = 0,097 (1) – Através do teste F(ANOVA).

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Na Tabela 10, verifica-se que o grupo controle arco completo apresentou o

maior percentual para no máximo uma atividade diária afetada (52%), enquanto que

o grupo controle desdentado apresentou o maior percentual dos que tiveram 4 ou

mais atividades diárias afetadas (44%), entretanto no nível de 5,0% não se

comprova associação significante.

Tabela 10 – Distribuição dos pesquisados segundo a quantidade de atividades

diárias por grupo Grupo a que Pertence

Caso de Controle Arco Controle Quantidade das atividades diárias

Arco Curto Completo Desdentado Grupo Total Valor de p

n % n % n % n % Até uma 6 24,0 13 52,0 8 32,0 27 36,0 p(1) = 0,139Duas ou três 9 36,0 8 32,0 6 24,0 23 30,7 4 ou mais 10 40,0 4 16,0 11 44,0 25 33,3 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Quando se analisa o IODD em faixa observa-se que o maior percentual, dos

que tiveram até 20% , foi mais elevado no grupo controle arco completo e

aproximado entre os outros dois grupos (arco curto e desdentados), diferença esta

que se revela significante a 5,0% (p < 0,05) (Tabela 11).

Tabela 11 – Avaliação do IODD em faixas segundo o grupo

Grupo a que Pertence Faixa do IODD Caso de Controle Arco Controle Arco Curto Completo Desdentado Grupo Total Valor de p n % N % n % n % Até 20% 14 56,0 22 88,0 13 52,0 49 65,3 p(1) = 0,014* Mais de 20% 11 44,0 3 12,0 12 48,0 26 TOTAL 25 100,0 25 100,0 25 100,0 75 100,0 (*) – Diferença significante a 5,0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

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DISCUSSÃO

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6 DISCUSSÃO

Muitos estudos comprovaram que a saúde bucal influencia de forma

significante na qualidade de vida dos indivíduos (LEÃO; SHEIHAM, 1996;

FERREIRA, 1997; DAVIS et al., 2000; SHEIHAM et al., 2001; ALLEN, 2003;

ARAÚJO, 2004; ARAÚJO; GUSMÃO; JOVINO-SILVEIRA, 2006), estando

diretamente relacionada à qualidade de vida da população. A saúde bucal foi

conceituada por Dolan (1993) como dentição confortável e funcional, permitindo que

os indivíduos continuem a sua função social desejada. Atualmente, o conceito

ampliado de saúde inclui aspectos objetivos e subjetivos (MONNET-CORTI;

BORGUETTI, 2002; JOVINO-SILVEIRA, MILHOMENS FILHO, GUSMÃO, 2003).

Esse conceito é extremamente importante, uma vez que a saúde comprometida e ou

a presença de doença não são necessariamente indicadores de baixa na qualidade

de vida. Pessoas com doenças crônicas, muitas vezes relatam ter melhor qualidade

de vida, percebida por eles, quando comparados a indivíduos saudáveis (ASTRØM,

OKULLO, 2004; ALLEN, 2003; VERED, SGAN-COHEN, 2004).

As doenças têm sido medidas, ao longo do tempo, através de dados clínicos,

no entanto, as medidas subjetivas sobre os aspectos de saúde bucal têm sido pouco

exploradas (MIOTTO; BARCELLOS, 2001; BIAZEVIC et.al., 2004; CARDOSO,

2002). Ainda são poucos os profissionais de Odontologia que atuam com uma visão

ampla sobre a importância da necessidade de aspectos subjetivos para qualidade de

vida (SEGRE; FERRAZ, 1997).

Reconhecendo a importância do impacto da saúde bucal na qualidade de vida

dos indivíduos, vários pesquisadores têm apresentado instrumentos de medida

específicos na área, com o propósito de avaliar a condição de saúde e os serviços

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odontológicos prestados, como Adulyanon; Sheiham (1997) que idealizaram o Índice

de Impacto Oral nas Atividades Diárias (Oral Impacts on Daily Performances –

IODP), baseado nas dimensões dor, desconforto, limitação da função, e insatisfação

com a aparência (ALLEN, 2003).

O índice que avalia o impacto das condições bucais no desempenho das

atividades diárias, que é a metodologia empregada neste estudo, já foi utilizado em

vários países, sendo utilizado para verificar o impacto da fissura lábio-palatal

(CARDOSO, 2002; CARDOSO; CALDAS JÚNIOR; JOVINO-SILVEIRA, 2005), o

impacto da saúde bucal em idosos (SLADE et al., 1996; SLADE, 1997;

SRISILAPANAN; SHEIHAM, 2001; TSAKOS et al, 2001a; TSAKOS et al., 2001b),

para pacientes que usam próteses suportadas por implantes e convencionais

(MELAS; MARCENES; WRIGHT, 2001), para pacientes com poucos problemas de

saúde bucal (ADULYANON; VOURAPUKJARU; SHEIHAM, 1996), avaliando a

saúde bucal de estudantes universitários (MASSALU; ÅSTRØM, 2003) e pacientes

com problemas periodontais especificamente (LEÃO; CIDADE; VARELA, 1998;

JOVINO-SILVEIRA; MILHOMENS FILHO; GUSMÃO, 2003; ARAÚJO, 2004;

ARAÚJO; GUSMÃO; JOVINO-SILVEIRA, 2006).

O número mínimo de dentes necessário para uma demanda funcional

satisfatória tem sido objeto de muitos estudos (WITTER et al., 1999).

Conseqüentemente, os pacientes com arco curto podem apresentar dificuldades

com a mastigação. Entretanto, estudos têm demonstrado que a maioria das pessoas

que apresentam redução no número de dentes posteriores relataram ter suas

atividades mastigatórias consideradas satisfatórias tão logo apresentem pelo menos

20 dentes (dentes anteriores presentes e quatro pares de posteriores ocluindo) bem

distribuídos (AGERBERG, CARLSSON, 1981; KÄYSER, 1981). Neste estudo, ao se

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avaliar o índice dos impactos odontológicos no desempenho diário por grupo, pode-

se observar que a média foi bem menos elevada no grupo controle arco completo e

aproximada entre os grupos arco curto e desdentado. Diante deste resultado, não se

pode concluir que a condição bucal do pacientes arco curto interfira tanto quanto a

do desdentado, uma vez que o impacto odontológico também está relacionado ao

contexto da condição social e comportamental.

Nos três grupos estudados (arco curto, arco completo e desdentado), foi

observado que o impacto da condição bucal no desempenho diário foi predominante

para sexo feminino. Isso pode se dever ao fato da mulher possuir maior capacidade

de percepção dos agravos e das limitações impostas por eles (MCGRATH; BEDI,

2000). Os achados desta pesquisa corroboram com outros trabalhos, como os de

McGrath; Bedi; Gilthorpe (2000), McGrath; Bedi (2000), Peek; Gilbert; Duncan

(2002); Sanders; Spencer (2004), onde as mulheres relataram um grande impacto se

comparado aos homens no desempenho das suas atividades diárias. Outros

estudos, no entanto, não encontraram associação estatisticamente significante

(GONÇALVES et al., 2004). Aspectos culturais e sociais têm permeado a discussão

sobre esta temática, estando ambos associados a maior capacidade de percepção

das mulheres. Desde a infância, as mulheres desenvolvem uma maior capacidade

de percepção do seu corpo, seja por padrões estéticos, seja pelas transformações

biológicas iniciadas precocemente e comumente associadas à sintomatologias

dolorosas como a menarca. O papel de “cuidadoras” atribuído e assumido pelas

mulheres no ambiente familiar, e também no contexto dos serviços de saúde,

contribui igualmente para uma maior perspicácia de alterações no seu cotidiano. Por

fim, a relação entre a presença do desconforto bucal e maior relato do impacto,

referido anteriormente, pode se somar aos argumentos aqui evidenciados

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(MACFARLANE et al., 2002; TEIXEIRA et al., 2003; LACERDA, 2005).

Apesar da maioria dos trabalhos sobre impacto das condições bucais

avaliarem pacientes com uma faixa etária elevada, como nos trabalhos de

Adulyanon; Vourapukjaru; Sheiham (1996); Tsakos; Marcenes; Sheiham (2001);

Sheiham et al. (2001); Massalu; Astrom (2002); Steele et al. (2004) e Lacerda

(2005), este estudo avaliou o impacto das atividades diárias em pacientes na faixa

etária de 16 a 60 anos ou mais, devido a necessidade de avaliar indivíduos que

apresentassem arcos dentários completos, sendo estes mais encontrados na

população jovem, o que pode ser observado neste estudo. Em relação à variável

idade, o grupo que apresentou a menor média foi o dos pacientes que apresentaram

arco dentário completo e a maior média, entre os desdentados.

Em relação à renda mensal, a menor média foi encontrada para os pacientes

que apresentavam o arco curto e a maior para o grupo que apresentava o arco

completo, a inserção econômica e social dos indivíduos confere necessidades e

riscos específicos ao longo de sua existência, o que se traduzirá em um perfil de

problemas de saúde peculiar (CASTELLANOS, 1997). A dificuldade de acesso às

ações e serviços de promoção, proteção e recuperação de saúde notoriamente

cresce à medida que a renda diminui, o que reflete em pacientes com menor poder

aquisitivo apresentando maiores ausências de elementos dentários. Na nossa

pesquisa, pode-se observar que, a variável renda, a maior média foi atribuída ao

grupo com arco completo e a menor aos pacientes dewsdentados.

Quanto à escolaridade, grande parte da amostra apresentaram primeiro grau

incompleto, enquanto que poucos possuíam pós-graduação, este fato vem reforçar a

afirmativa de que o impacto da condição bucal no desempenho diário insere-se

ainda no contexto da condição social e dos aspectos comportamentais, ou seja,

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quanto maior o acesso à informação, maior será a conscientização da saúde bucal

no desempenho diário, maior adesão às medidas preventivas e de auto-cuidado,

conseqüentemente, maior percepção das dificuldades advindas da condição de

saúde. O presente trabalho concorda com o de Massalu; Astrøm (2002), onde o

grupo que apresentou o maior número de dentes e menor impacto no desempenho

de atividades diárias foi o de universitários. Conforme refletido anteriormente, o

maior nível de informação pode levar a uma maior valorização e cuidado como

estado de saúde geral, resultando em uma mais nítida percepção dos problemas e

do relato de impacto.

Há concordância entre os estudos quanto à atividade cotidiana mais afetada

pela condição bucal ser: mastigar e saborear os alimentos. Foi referida pela maioria

dos idosos entrevistados no Reino Unido (SRISLAPANAN; SHEIHAM, 2001) e no

Brasil (BIAZEVICK et al. 2004), por jovens adultos na Tailândia (ADULYANON;

VOURAPUKJARU; SHEIHAM, 1996) e na Tanzânia (MASSALU; ASTRØM, 2003) e

por crianças tailandesas (GHERUNPONG; TSAKOS; SHEIHAM, 2004). Estes

estudos são consoantes com a presente pesquisa, onde a maioria dos indivíduos

pesquisada referiu a dificuldade em mastigar e saborear os alimentos como a

atividade diária mais freqüentemente afetada. É possível que, na perspectiva destes

indivíduos, mastigar os alimentos seja a principal tarefa dos elementos dentais,

explicando assim a conformidade encontrada.

As atividades apontadas como a segunda maior freqüência do impacto em

estudos como os de Jovino-Silveira;Milhomens Filho;Gusmão (2003) foram: falar,

sorrir, manter o estado emocional e limpar os dentes. Neste trabalho, limpar os

dentes e a boca foi a segunda atividade mais acometida, estando em acordo com os

achados de Massalu; Astrøm (2003).

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Nos estudos realizados por Adulyanon; Vourapukjaru; Sheiham (1996) e

Lacerda (2005), dificuldades para dormir e realizar atividades físicas foram as que

apresentaram os maiores escores, indo de encontro com a presente pesquisa, onde

estas atividades apresentaram os menores escores de impacto. As informações

adicionais coletadas pelo IODD permitiram evidenciar o principal sintoma e a causa

dental específica do impacto na perspectiva dos indivíduos. Falar, pronunciar

palavras claramente, sorrir, ficar à vontade com outras pessoas, manter o estado

emocional apresentaram escores intermediários. Comportamento semelhante foi

identificado por Adulyanon; Vourapukjaru; Sheiham (1996) entre adultos jovens

tailandeses.

Nesta nvestigação, o número de indivíduos que não teve suas atividades

diárias afetadas foi baixo, enquanto que, o número de indivíduos que apresentaram

suas atividades diárias afetadas foi elevado estando de acordo com os trabalhos de

Adulyanon; Vourapukjaru; Sheiham (1996) e Massalu; Astrøm (2003), que

apresentaram resultados semelhantes.

Em relação ao índice dos impactos, freqüência e severidades nos grupos

estudados não houve diferença estatisticamente significante. Uma vez que a

freqüência e severidade são utilizadas para medirem o impacto, e que este avalia a

interferência da saúde bucal nas atividades diárias das pessoas, o fato de não ter

sido observado diferença estatisticamente significante é bastante relevante para este

estudo. O cálculo do IODD se baseia no terceiro nível de determinação do modelo

teórico de Locker, ou seja, mede o impacto a partir das limitações na performance

física, psicossocial e social e, uma vez que essas variáveis podem interferir de

diferentes formas em cada indivíduo, o fato de condições de saúde bucal tão

diferente não ter apresentado diferenças significativas no impacto de atividades, nos

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leva a reafirmar a importância da utilização de índices subjetivos para a realização

de diagnósticos mais precisos da condição de saúde da população, fazendo,

inclusive, com que as políticas públicas de saúde sejam direcionadas de a cordo

com as especificidades e cada região. Biazevic et al. (2004) afirmaram que os

indicadores subjetvos em saúde bucal são mais eficazes na detecção de problemas

que os indicadores objetivos, pois a auto-percepção do paciente sobre sua saúde

bucal irá permitir um diagnóstico mais próximo da condição real da sua saúde bucal.

A influência do contexto social sobre aspectos comportamentais e

psicológicos e destes sobre o processo biológico, principalmente, em relação à

saúde bucal tem se tentado explicar em diversos estudos Carmichael et al. (1980),

Demmers et al. (1990), Locker; Ford (1994), Adulyanon; Vourapukjaru; Sheiham

(1996), Castellanos (1997), Massalu; Astrøm (2003), McGrath; Bedi; Gilthorpe

(2000), McGrath; Bedi (2000), Peek; Gilbert; Duncan (2002); Sanders; Spencer

(2004), Gherunpong; Tsakos; Sheiham, 2004), Biazevick et al. (2004) e Lacerda

(2005). Condições socioeconômicas desfavoráveis, debilidade de saúde, hábitos e

comportamentos deletérios têm se mostrado fortemente associado às precárias

condições de saúde bucal (BADEIA, 1984; CHAVES, 1986; CASTELLANOS, 1997;

PETERSEN; TANASE, 1997; SILVA, 1999; HÖLST, SCHULLER, 2000; PINTO,

2000; HJERN et al., 2001).

Os resultados destes trabalhos sugerem ainda que os indicadores, baseados

em critérios normativos, sejam insuficientes, para mensurar o impacto da condição

bucal no cotidiano dos indivíduos. Este aspecto vai de encontro as reflexões da

maioria dos autores que apontam debilidades do planejamento das ações de saúde

orientado exclusivamente por tais indicadores, ou seja, verificar apenas índices

objetivos não são suficientes para mudar as políticas de saúde pública (LEÃO;

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SHEIHAM, 1995; CHEN; HUNTER, 1996; PATTUSSI, 1999; JOVINO-SILVEIRA;

MILHOMENS FILHO; GUSMÃO, 2003, LACERDA, 2005).

O sucesso do tratamento odontológico e a eficácia das medidas preventivas

dependem diretamente da adesão dos indivíduos e da autopercepção dos mesmos

sob sua saúde e sob os reflexos dela decorrentes. No estudo das necessidades da

saúde bucal, portanto, é recomendável que a percepção dos indivíduos seja

considerada simultaneamente à sua condição clínica (LEÃO; SHEIHAM, 1995;

CHEN; HUNTER, 1996; JOVINO-SILVEIRA; MILHOMENS FILHO; GUSMÃO, 2003,

LACERDA, 2005), considerações estas sugestivas pelos resultados observados no

presente estudo

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CONCLUSÕES

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7 CONCLUSÕES

Os resultados desta pesquisa permitem concluir que:

• a média do impacto do número de dentes presentes em relação às atividades

diárias na amostra estudada foi baixa, assim como a freqüência e a

severidade;

• a média do índice dos impactos odontológicos no desempenho diário (IODD)

foi bem menos elevado no grupo controle com arco completo e aproximado

entre os dois grupos, arco curto e desdentado;

• não foi registrada diferença significante entre os grupos em relação a cada

uma das atividades, porém destaca-se que a atividade mastigar foi a mais

acometida entre os grupos;

• nos três grupos estudados, foi observado que houve associação entre a

autopercepção de saúde bucal e variáveis sócio-econômicas e demográficas,

onde o impacto da condição bucal no desempenho diário foi mais observado

no sexo feminino, e que a renda mensal e escolaridade interferiram na

autopercepção das dificuldades advindas da condição de saúde;

• não foi registrada diferença significativa entre os grupos em relação a cada

uma das atividades diárias afetadas.

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REFERÊNCIAS

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REFERÊNCIAS

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ANEXO

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ANEXO A

Formulários para avaliação do Impacto Odontológico no Desempenho Diário

CARTÃO 1

Eu tenho aqui uma lista de atividades que incluem aquelas em que você desempenha (faz) na

sua vida diária.

Você vai me dizer se seus dentes causaram qualquer dificuldade na sua habilidade, para desempenhar (fazer) qualquer destas atividades nos últimos 6 meses. Vou ler uma a uma e você vai pensar e me responder:

Nos últimos 6 meses, os seus dentes causaram alguma dificuldade para você.....? (Para cada atividade, ler o enunciado da pergunta acima, e marcar no cartão) 1 - Sim 2 - Não 9 - Não sabe (Anotar SIM se tiver problema com qualquer uma destas atividades) (Se a resposta for NÃO para todas estas atividades, preencher as perguntas seguintes com 8 e terminar a entrevista).

LISTA DE ATIVIDADES SO1-2. [__] Mastigar e saborear os alimentos

SO1-3 [__] Limpar a boca, por exemplo escovar os dentes

SO1-4 [__] Falar e pronunciar palavras claramente e sem dificuldade

SO1-5 [__] Sorrir, gargalhar, mostrar os dentes para outra pessoa sem se

envergonhar.

SO1-6 [__] Ficar à vontade com outras pessoas, por exemplo, em festas,

passeios, trabalhos, namorar, paquerar.

SO1-7 [__] Manter seu estado emocional usual sem se sentir irritado, nervoso

SO1-8 [__] Realizar atividades físicas, por exemplo, trabalhar, fazer serviços de

casa, praticar esportes, andar, correr, brincar.

SO1-9 [__] Dormir

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CARTÃO 2 (para cada atividade respondida com 1 = SIM no CARTÃO 1, fazer a pergunta abaixo)

A sua dificuldade para ...............................ocorreu regularmente nos últimos 6 meses

ou esporadicamente (somente em parte desse tempo)?

(Para cada atividade, ler o enunciado da pergunta acima, e marcar no cartão)

1 - Regularmente

2 - Esporadicamente

8 - Não se aplica

9 - Não sabe

LISTA DE ATIVIDADES

SO2-2 [__] Mastigar e saborear os alimentos

SO2-3 [__] Limpar a boca, por exemplo, escovar os dentes

SO2-4 [__] Falar e Pronunciar palavras claramente e sem dificuldade

SO2-5 [__] Sorrir, gargalhar, mostrar os dentes para outra pessoa sem se

envergonhar.

SO2-6 [__] Ficar à vontade com outras pessoas, por exemplo, em festas,

passeios, trabalhos, namorar, paquerar.

SO3-7 [__] Manter seu estado emocional usual sem se sentir irritado, nervoso

SO4-8 [__] Realizar atividades físicas, por exemplo, trabalhar, fazer serviços de

casa, praticar esportes, andar, correr, brincar.

SO2-9 [__] Dormir

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CARTÃO 3

(Para cada atividade respondida como 1 - REGULARMENTE no CARTÃO 2, fazer a

pergunta abaixo)

Durante os últimos 6 meses quantas vezes você teve dificuldade de ..........................?

(Para cada atividade, ler o enunciado da pergunta acima e marcar no cartão)

1 - Menos de uma vez ao mês

2 - uma ou duas vezes ao mês

3 - uma ou duas vezes por semana

4 - três a quatro vezes por semana

5 - Todos ou quase todos os dias

8 - Não se aplica

9 - Não sabe

LISTA DE ATIVIDADES

SO3-2 [__] Mastigar e saborear os alimentos

SO3-3 [__] Limpar a boca, por exemplo, escovar os dentes

SO3-4 [__] Falar e Pronunciar palavras claramente e sem dificuldade

SO3-5 [__] Sorrir, gargalhar, mostrar os dentes para outra pessoa sem se

envergonhar.

SO3-6 [__] Ficar à vontade com outras pessoas, por exemplo, em festas,

passeios, trabalhos, namorar, paquerar.

SO3-7 [__] Manter seu estado emocional usual sem se sentir irritado, nervoso

SO3-8 [__] Realizar atividades físicas, por exemplo, trabalhar, fazer serviços de

casa, praticar esportes, andar, correr, brincar.

SO3-9 [__] Dormir

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CARTÃO 4

(Para cada atividade respondida como 2 -ESPORADICAMENTE no CARTÃO 2, fazer a

pergunta abaixo)

Durante os últimos seis meses quantas vezes você teve dificuldade de.......................?

(Para cada atividade, ler o enunciado da pergunta acima e marcar no cartão)

1 - Por 5 ou menos dias

2 - Mais de 5 dias até um mês

3 - Mais de um mês até 2 meses

4 - Mais de 2 meses até 3 meses

5 - Mais de 3 meses

8 - Não se aplica

9 - Não sabe

LISTA DE ATIVIDADES

SO4-2 [__] Mastigar e saborear os alimentos

SO4-3 [__] Limpar a boca, por exemplo, escovar os dentes

SO4-4 [__] Falar e Pronunciar palavras claramente e sem dificuldade

SO4-5 [__] Sorrir, gargalhar, mostrar os dentes para outra pessoa sem se

Envergonhar.

SO4-6 [__] Ficar à vontade com outras pessoas, por exemplo, em festas,

passeios, trabalhos, namorar, paquerar.

SO4-7 [__] Manter seu estado emocional usual sem se sentir irritado, nervoso

SO4-8 [__] Realizar atividades físicas, por exemplo trabalhar, fazer serviços de

casa, praticar esportes, andar, correr, brincar.

SO4-9 [__] Dormir

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CARTÃO 5

(Para cada atividade respondida como 1- SIM no CARTÃO 1, fazer a pergunta abaixo)

Vou lhe perguntar agora sobre a severidade (gravidade da limitação da atividade), isto é,

que tanto a atividade foi afetada.

Numa escala de 0 a 5 me fale o número que melhor representa esta severidade.

Qual a resposta melhor representará a severidade desta limitação na sua vida diária,

quanto esta atividade........................................foi alterada?

(Para cada atividade, ler o enunciado da pergunta acima e ler também o que representa a

escala de 0 a 5 e depois marcar no cartão:

0 - Atividade não afetada

1 - Atividade muito pouco afetada/

2 - Atividade pouco afetada

3 - Atividade moderadamente afetada

4 - Atividade muito afetada

5 - Atividade extremamente afetada

8 - Não se aplica

9 - Não sabe

LISTA DE ATIVIDADES SO5-2 [__] Mastigar e saborear os alimentos

SO5-3 [__] Limpar a boca, por exemplo, escovar os dentes

SO5-4 [__] Falar e Pronunciar palavras claramente e sem dificuldade

SO5-5 [__] Sorrir, gargalhar, mostrar os dentes para outra pessoa sem se

envergonhar

SO5-6 [__] Ficar à vontade com outras pessoas, por exemplo, em festas,

passeios, trabalhos, namorar, paquerar.

SO5-7 [__] Manter seu estado emocional usual sem se sentir irritado, nervoso

SO5-8 [__] Realizar atividades físicas, por exemplo, trabalhar, fazer serviços

de casa, praticar esportes, andar, correr, brincar.

SO5-9 [__] Dormir

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

FORMULÁRIO:VARIÁVEIS SÓCIO-ECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS

FICHA Nº________

SEXO: M ( ) F ( ) IDADE: _____________ ESTADO CIVIL:_________________

RENDA FAMILIAR: _____________________

ESCOLARIDADE

[ ] Não sabe ler ou escrever

[ ] 1º grau incompleto.Até que série?__________

[ ] 1º grau completo

[ ] 2º grau incompleto.Até que série? __________

[ ] 2º grau completo

[ ] 3º grau incompleto.Até que série? __________

[ ] 3º grau completo

[ ] Pós-graduação

[ ] Não sei

NÚMERO DE DENTES PRESENTES: _______

• Dentes anteriores: _______

• Dentes posteriores: ______

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: Impacto da perda dental no desempenho de atividades

diárias: estudo de caso-controle. PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Bethânia de Melo Carvalho (mestranda), Profª Drª Renata C. J. Silveira (orientadora) e Profª Dra. Ana Claudia S. Araújo (co-orientadora).

OBJETIVO: Estabelecer a relação entre aspectos relacionados à perda dental e o impacto

na qualidade de vida de jovens, adultos e idosos.

METODOLOGIA: Para essa pesquisa será adotado o Índice de Impacto Odontológico no

Desempenho Diário (IODD). Um formulário para avaliação dos fatores sócio-econômicos,

dois formulários do índice dos impactos odontológicos no desempenho diário (IODD), que

servirão para mostrar os dados relativos à dimensão biopsicossocial investigada, sendo que

um destes avaliará o impacto da saúde bucal e, o outro avaliará o impacto da perda de

elementos dentários. As entrevistas serão realizadas pela própria pesquisadora durante todo

o período do estudo. O modelo no qual se baseia o IODD é a classificação internacional de

comprometimentos, incapacidades e deficiências da Organização Mundial de Saúde (OMS),

este foi modificado por Locker em 1988, para que pudesse ser usado em Odontologia.

BENEFÍCIO: Conhecer o impacto em relação ao número de dentes perdidos no

desempenho de atividades diárias, através do Índice de Impacto Odontológico no

Desempenho Diário (IODD) dos pacientes atendidos na Clínica Integrada da UFPE e da

Clínica de Prótese da EAP-ABO/PE.

Os riscos da pesquisa são inerentes aos procedimentos, apenas poderá haver

algum constrangimento dos pacientes diante do questionário.

Eu, RG nº __________________,

Abaixo assinado, tendo recebido as informações acima, e ciente dos meus direitos abaixo

relacionados, concordo participar desta pesquisa, para o trabalho de dissertação de

mestrado, bem como autorizo toda a documentação necessária, a divulgação e a publicação

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da mesma, em periódicos científicos, na área de odontologia. Declaro, ainda, estar ciente de

que não haverá qualquer forma de remuneração ao participar da presente pesquisa.

DIREITOS: 1. A garantia de receber respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer

dúvida a cerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a

pesquisa;

2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no

estudo sem que isso me traga prejuízo;

3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido caráter confidencial da

informação relacionada com minha privacidade;

4. A disponibilidade de tratamento médico e a indenização que legalmente teria direito por

parte da instrução à saúde, em casos de danos que a justifiquem, diretamente causados

pela pesquisa;

5. O compromisso de proporcionar-me informação atualizada durante o estudo, ainda que

este possa afetar a minha vontade de continuar participando;

6. Caso existirem gastos adicionais estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa.

Tendo ciência do exposto acima, desejo participar da pesquisa.

Recife, _________ de ___________________ de 200__.

___________________________________ Assinatura do Paciente ou responsável

_____________________

Assinatura do Pesquisador

______________________ _______________________

Assinatura da Testemunha Assinatura da Testemunha