ilustração: césar bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o...

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Exclusivo SUPLEMENTO DO JORNAL EXCLUSIVO N o 6 - MARÇO/2006 Gestão & Negócios Gestão & Negócios Mercados Mercados Mercados Mercados Mercados Leste europeu mostra seu potencial econômico Up Grade Up Grade Up Grade Up Grade Up Grade Coaching é a mais nova mania entre executivos. Confira! Entrevista Entrevista Entrevista Entrevista Entrevista Robert Wong, autor de O Sucesso Está no Equilíbrio, fala sobre talentos Tão importante quanto a visão de mercado, o planejamento de um empreendimento é fundamental para se atingir o sucesso no mundo corporativo. Apesar de parecer óbvio, uma pesquisa revela que a grande maioria dos brasileiros não se preocupa com essa etapa, apostando apenas na persistência e dedicação. Pgs 8 e 9 Ilustração: César Bressane Planejando o empreendimento Planejando o empreendimento

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Page 1: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

ExclusivoSUPLEMENTO DO JORNAL EXCLUSIVONo 6 - MARÇO/2006

Gestão & NegóciosGestão & Negócios

MercadosMercadosMercadosMercadosMercadosLeste europeu mostra seupotencial econômico

Up GradeUp GradeUp GradeUp GradeUp GradeCoaching é a mais nova maniaentre executivos. Confira!

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaRobert Wong, autor de O SucessoEstá no Equilíbrio, fala sobre talentos

Tão importante quanto a visão de mercado,

o planejamento de um empreendimento é

fundamental para se atingir o sucesso no

mundo corporativo. Apesar de parecer óbvio,

uma pesquisa revela que a grande maioria

dos brasileiros não se preocupa com essa

etapa, apostando apenas na persistência e

dedicação. Pgs 8 e 9

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Planejando oempreendimentoPlanejando oempreendimento

Page 2: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

Empreender requerplanejamento

Editorial22222 MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

Edição: Eduardo Zilles Borba (51) 3065-8047

[email protected]

Colaboração: Juliana Berwig, Litiane Klein,

Luciane Weber e Sílvia Kröff.

4 - MercadosPaíses do leste europeu atraeminvestimentos internacionais

5 - E-businessB2B na internet garante resultados

8 e 9 - ReportagemPlanejamento é essencialpara empreender

10 e 11 - EntrevistaRobert Wong sugere que o sucessoestá no equilíbrio pessoal e profissional

12 - Notícias e NegóciosBrasil é sede de congressosinternacionais de empreendedorismo

15 - Up gradeCoaching auxilia executivos na buscados objetivos pessoais e empresariais

OPINIÃO

Muitas pessoas acreditam que

para iniciar um empreendimen-

to basta ter capital financeiro e

persistência. Elas não estão er-

radas, mas existe um ingredi-

ente extra que deve ser inserido

nessa receita: o planejamento.

Cada vez mais, os empresários

brasileiros são reconhecidos

como natos empreendedores, e

por isso trazemos nessa edição

do Gestão & Negócios uma re-

portagem especial sobre o

tema, com foco principalmente

no mercado nacional.

Especialistas, cases de sucesso

e pesquisas comprovam que o

planejamento é fundamental na

hora de empreender. Sejam cál-

culos de custos, sejam estratégi-

as de comunicação, é preciso ter

conhecimento do cenário em

que se está investindo para não

deixar o trem passar.

Aproveitando o gancho do em-

preendedorismo, na editoria No-

tícias e Negócios o leitor pode

conferir os eventos que estão por

vir nos próximos meses. Entre

eles, o Fórum Mundial de Marke-

ting e Vendas, que apresenta seis

palestrantes (cinco internacio-

nais) com larga experiência em

administração. Outra atividade

Nós queremos fazer umjornal que atenda às suasnecessidades. Por isso, suaopinião é tão importante.Entre em contato com nossaredação para fazer críticas,elogios e sugestões. Estamosesperando por seu contato.

Fone: 51 [email protected]

Rua Jornal NH, 99 - Cx. Postal 333CEP 93334-350 - Novo Hamburgo/RS

Fones PABX: (51) 3065.4000 e (51) 3594.0444Fax: (51) 3594.0441

ExclusivoGestão & NegóciosGestão & Negócios

S U P L E M E N T O I N T E G R A N T E D O J O R N A L E X C L U S I V O

que promete reunir executivos e

empresários, é o Congresso

Mundial de Administração, a

ser realizado em Gramado, com

a presença do consultor e escri-

tor americano James Hunter (O

Monge e o Executivo).

Na página de mercados, apre-

sentamos algumas característi-

cas sobre o leste europeu, re-

gião que promete ser uma nova

potência econômica mundial.

Além de atrair grande volume

de investimento nos últimos

anos, os países do leste europeu

podem ser um mercado oportu-

no para incremento nas expor-

tações brasileiras.

O equilíbrio do sucesso corpo-

rativo e da vida pessoal é mais

um assunto interessante desen-

volvido pela redação do Gestão

& Negócios. O assunto pode ser

conferido nas páginas 10 e 11,

numa entrevista com o escritor

Robert Wong.

Boa leitura!

Eduardo Zilles Borba

Editor (interino)

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Boas Notícias33333MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Brasil finaliza acordo deautolimitação chinesa

A delegação brasileiraque esteve em Pequim(China) obteve no dia 9 defevereiro uma importantevitória nas negociaçõescom autoridades chinesaspara autolimitação deprodutos têxteis. Em reu-nião comandada peloMinistério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comér-cio Exterior (MDIC), oschineses concordaram emrestringir as exportaçõesde oito grupos de produtostêxteis para o Brasil, o querepresenta algo em tornode 70 itens.

Em Pequim, o secretá-rio-executivo do Ministé-rio do Desenvolvimento,Ivan Ramalho (foto), e ovice-ministro de comérciochinês, Gao Hucheng,assinaram o Memorandode Entendimento entre osdois países que, entre ospontos, define cotas para aentrada de alguns produ-tos têxteis chineses no

Missão indianagerou negócios

A missão empresarial daÍndia no Brasil, realizadadesde o dia 15, e encerradadia 17, no Vale do Sinos/RS,foi bem sucedida. Apesar dofoco de aproximação instituci-onal para possíveis aliançasestratégicas a médio prazo,alguns negócios foram fecha-dos durante o evento. ADenka, trade hamburguenseque trabalha com importaçõese exportações no setor cou-reiro- calçadista, negocioucom os empresários indianospedidos que somam US$ 1milhão para os próximoscinco meses.

Bancos reduzem projeçãopara inflação neste ano

O mercado financeiro reduziua previsão para a inflaçãoneste ano e manteve a expec-tativa em relação à taxabásica de juros na reunião demarço do Comitê de PolíticaMonetária (Copom) do BancoCentral. De acordo com oRelatório de Mercado divulga-do pela autoridade monetária,os bancos reduziram de 4,66%para 4,64% a projeção para oÍndice Nacional de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA) em2006, antes em 4,61%. Aexpectativa do mercado para ainflação acumulada nospróximos 12 meses caiu de4,49% para 4,46%.

Piauí terá centrode moda em abril

O Piauí ganhará em abril omaior centro de vestuário doestado. É o Piauí CenterModas, que será inauguradono dia 28 de abril. Erguido noantigo Pavilhão de Feiras eEventos de Teresina, o Centrorepresentará uma verdadeirarevolução para a indústria e ocomércio de confecções,afirma o presidente do Sindica-to da Indústria do Vestuário,Calçados e Artefatos de Teci-dos de Teresina (Sindivest),Francisco Marques de Melo.Segundo ele, o local será umcentro de referência de vestuá-rio, atraindo revendedores econsumidores de municípios doPiauí e de outros estados. OPiauí Center Modas terá umaárea livre de 15,726 mil metrosquadrados e contará com 123lojas de fábrica, sala de estilo ede modelagem, modateca,áreas de serviços, praça dealimentação, além de uma áreapara desfiles de moda e amploestacionamento.

RápidasRápidasRápidasRápidasRápidasFevereiroregistrasuperávit

CNI diz que isençãoajuda atração de capitaisO ministro do Desen-

volvimento, Indústria eComércio Exterior, LuizFernando Furlan (foto),teve em fevereiro umaconversa com o ministrodo Comércio Internacio-nal do Canadá, DavidEmerson, por telefone.

O contato foi agenda-do a pedido do ministrocanadense, que gostariade falar sobre a impor-tância do Brasil na estra-tégia comercial do seupaís, e explorar novoscaminhos de cooperaçãona área de ciência etecnologia e nas negoci-ações internacionais daOMC. A aproximaçãopode gerar benefíciospara o Brasil.

O Canadá é o 16º prin-cipal comprador deprodutos brasileiros,tendo importado US$1,9 bilhão em 2005, umcrescimento de 62% emrelação a 2004. Os prin-cipais itens exportados

De olho no Canadá

Brasil. “Estamos satisfeitoscom o resultado das nego-ciações conduzidas comêxito pelo governo emparceria com o setor priva-do”, ressaltou o secretário.

Este acordo passará avaler trinta dias após aassinatura dos ministros doDesenvolvimento, LuizFernando Furlan, e doComércio chinês, Bo Xilai,

o que deve acontecer embreve. O memorandoprevê a adoção de limita-ção voluntária de exporta-ções chinesas de oito prin-cipais categorias deprodutos têxteis e de ves-tuário para o Brasil, totali-zando aproximadamentesetenta posições tarifárias ecorrespondendo a 60% dasimportações têxteis. (AE)

O presidente da Con-federação Nacional daIndústria (CNI), Arman-do Monteiro Neto, elo-giou a edição da MedidaProvisória 281, que re-duz a tributação sobreinvestimentos estrangei-ros no Brasil.

Segundo ele, a deso-neração dos investimen-tos de não-residentesem títulos públicos trarábenefícios inquestioná-veis como a melhoria doperfil da dívida públicae o custo de sua rola-gem.

“Estaremos atraindo apoupança externa para ofinanciamento da dívidapública e, com isso,abriremos mais um espa-ço para que a poupançainterna, que hoje supor-ta todo o peso da dívida,seja liberada para aten-der a necessidade decrédito do setor produti-

ao Canadá em 2005foram aviões (US$ 437milhões), produtos semi-manufaturados de ferroe aço (US$ 165 milhões)e açúcar de cana embruto (US$ 157 mi-lhões), além de óxidosde alumínio, automó-veis, cobre e calçados.

vo”, disse ele.Ainda na avaliação do

presidente da CNI,haverá, com a medida,uma concorrência saudá-vel entre a poupançaexterna e a interna, oque pode trazer impactopositivo na taxa de jurosdo País.

A MP 281 estabeleceque os estrangeiros te-rão zerada a alíquota deImposto de Renda inci-dente sobre ganhos comnovos investimentos emrenda fixa e títulos pú-blicos, além de isençãode Contribuição Provi-sória sobre Movimenta-ção Financeira (CPMF)nessas operações. Paraevitar especulações, asnovas medidas não serãoválidas para casos emque o estrangeiro com-pre títulos públicos como compromisso de re-vendê-los no futuro.

A balança comercialbrasileira registrou su-perávit de US$ 579milhões na terceira se-mana de fevereiro, comUS$ 2,162 bilhões emexportações e US$1,583 bilhão em impor-tações. Com isso, o su-perávit no segundo mêsdo ano subiu para afaixa do US$ 1,605 bi-lhão.

De janeiro até a ter-ceira semana de feve-reiro, o superávit atin-giu US$ 4,449 bilhões.Em igual período doano passado, o resultadotinha sido positivo, comUS$ 4,225 bilhões.

Conforme o Relatóriode Mercado divulgadopelo Banco Central(BC), a previsão dosbancos para a balançacomercial neste ano foimantida em US$ 40bilhões. Há quatro se-manas, a projeção esta-va em US$ 38,7 bilhões.

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Mercados

Mão-de-obra barata e qualificada na área industrial atrai investimento estrangeiro para região

Leste europeu promete seruma nova potência econômica

O crescente investimentode capital internacional nospaíses do leste europeu,devido a mão-de-obrabarata e especializada naárea industrial, tem geradoum aumento significativona economia da região.Países como Hungria, Tur-quia, Polônia, RepúblicaTcheca e a grande Rússiapassam a ter mais atençãode grandes corporações,recebendo uma injeçãoeconômica anual na médiade US$ 37 bilhões.

O resultado disso é aformação de um novo cen-tro econômico mundial,com uma promissora pers-pectiva de ótimos rendi-mentos. Todo esse proces-so também está rendendoum incremento no poderaquisitivo das repúblicasex-comunistas que, conse-qüentemente, passam a serinteressantes mercados paraa exportação brasileira.

Uma das áreas que sinali-za oportunidades para ocomércio exterior é a cons-trução civil. Devido à ala-vancada da economia, osinvestimentos locais emconstrução de fábricas,centros comerciais e resi-dências têm aumentadosignificativamente, e comisso a necessidade de ad-

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

quirir matéria-prima, comopor exemplo o aço, o metal eo cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence Unit, de 2003 a2007, é previsto que os in-vestimentos no leste europeusejam destaque em nívelglobal. Na perspectiva entreas nações que integram aregião, a Rússia é a primeiracolocada, seguida da Polôniae da República Tcheca (con-fira tabela 1).

Outra pesquisa, feita pelabritânica A.T. Kearney, indicaque, no ano de 2003, a Polô-nia garantiu a quarta coloca-ção como destino de investi-mento estrangeiro em nívelmundial, ficando atrás apenasda China, Estados Unidos eMéxico (confira tabela 2).

O setor calçadista é outroque comemora a expansãodos negócios com o destino.A Turquia, por exemplo, temaumentado significativamen-te a compra de calçadosbrasileiros. Em dados divul-gados pela Associação Brasi-leira das Indústrias de Calça-dos (Abicalçados), é possívelnotar que o faturamento dasexportações para o país em2004 aumentaram 108%, secomparados com o ano ante-rior. Segundo o gerente daempresa de logística Comis-

sária Ultramar (Blumenau/SC), Gabriel ScherrerArend, as empresas do pólocalçadista de São João Batis-ta/SC têm enviado produtospara Turquia. “Embarcamosno porto de Itajaí, tendocomo destino o porto deIstambul”, explica.

Já a mão-de-obra barata eespecializada na área indus-trial, tem atraído empresasdo meio automobilístico,transformando as ex-repú-blicas comunistas em verda-

deiros pólos de montagem deveículos. Esses investimen-tos podem ser consideradosvitais para a economia regio-nal, tendo em vista que,desde 2005, esse setor colo-cou mais de US$ 24 milhõesem projetos. Empresas comoVolkswagen, Toyota, Re-nault, Ford, Fiat e Suzuki,são algumas das que estãoinstalando centros de monta-gem no leste europeu, facili-tando também a logística dosprodutos na União Européia.

PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTO NO LESTE EUROPEU (média anual até 2007) *

DESTINOS DEINVESTIMENTOS

(em 2003)

1º China

2º Estados Unidos

3º México

4º Polônia

5º Alemanha

6º Índia

7º Reino Unido

8º Rússia

9º Brasil

10º Espanha

13º República Tcheca

17º Hungria

24º Turquia

- Tabela 2 -

Fonte A.T. Kearney

Fonte: Economist Intellingence Unit

- Tabela 1 -

Rússia Polônia Rep.Tcheca Casaquistão Eslováquia Azerbaijão Romênia Hungria Croácia

9.400

* em US$ milhões7.300

5.000

2.470

2.100 2.1001.800

1.7701.350

Lituânia

890

Símbolo: a Praça daCidade Velha, em Praga,é um dos principais íconesdo Leste Europeu

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E-businessMARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

MundoMundoMundoMundoMundoDigitalDigitalDigitalDigitalDigitalOtimize processos

com fornecedoresatravés da webBusiness-to-business online garante eficiência nas negociações

Muito mais do que umcanal de relacionamento como consumidor final, a internetpode ser uma eficiente ferra-menta com os fornecedoresda indústria e também comos prestadores de serviços.

Além de manter um conta-to estreito com seus prove-dores de matérias-primas ede serviços, as fábricas dosmais variados setores têm naweb a possibilidade de trocade documentos, pedidos decompras ou trocas e aindarastrear todo o processo,desde a primeira interação.O uso dessa estratégia,também conhecida na lin-güagem de negócios comobusiness-to-business (B2B),tem garantido a redução decustos e erros para ambos oslados responsáveis pelodesenvolvimento dos produ-tos, que chegam nas prate-leiras do comércio ou nasresidências dos consumido-res finais.

Conforme o diretor deTecnologia da Informação(TI) da Agência Internet(Porto Alegre/RS), GustavoTagliassuchi, a web é o

Eleição online

Prevista para maio, as eleições na Inglaterra vão contar

com dispositivos online para votação. Conforme divulgado

pelo ministro da Justiça do país, Charles Falconer, os elei-tores terão a possibilidade de votar através da internet,

telefones celulares, correios ou redes de supermercados.

Medida inovadora no quesito logística de voto, mas preocu-

pante em relação a segurança de dados.

GM investeem TI...

Em recente anúncio à im-

prensa, a General Motors afir-mou que pretende terceirizar

US$ 15 bilhões em serviços

de tecnologia da informação,

numa tentativa de reduzir

custos. Contratos de cinco

anos foram assinados com

EDS, HP, IBM, Cap Gemi-

ni, Compuware e Wipro.

... para economizarno global

Apesar de afirmar que vai

reduzir custos com a mano-bra, a maior montadora de ve-

ículos do mundo não informou

quanto pretende economizar.

A terceirização inclui suporte

técnico a áreas como desen-

volvimento de produtos auto-

motivos, fabricação e serviços

financeiros da GM.

Eduardo Zilles [email protected]

Sistema operacional gratuito?

A possibilidade do Google lançar um PC com sistema

operacional próprio movimenta o setor de computação e

deixa a Microsoft (criadora do Windows) em alerta. Apesar de

negarem o interesse para o jornal eletrônico The Register

(Inglaterra), os diretores do Google confirmaram estar utili-

zando o software livre Linux Ubuntu internamente, no com-

putadores da empresa. É aguardar pra crer.

Diminui o volume de spam em 2005

Conforme o Cert.br (Centro de Estudos, Respostas e Tra-

tamento de Incidentes de Segurança no Brasil), entidade que

fiscaliza o spam, em 2005, foram registradas na sua central 2,5

milhões reclamações de e-mails invasivos. Apesar do número

ser absurdamente alto, ele apresenta uma queda significativa

se compararmos com as 4,1 milhões ocorrências de 2004.

canal que tem proporcionadoo avanço e desenvolvimentodo B2B nos últimos dezanos. “Não existe meio maissimples, barato e que pro-porcione tamanho acesso àsinformações e integração dedados entre empresas. Essesfacilitadores é que seduzemempresas a iniciarem suasações de B2B, ainda que aredução dos custos de com-pra e venda venha imediata-mente em seguida”, afirma oespecialista.

Entre as ações da ferra-menta, Tagliassuchi apre-senta um exemplo de mon-tadora de veículos. “Asmontadoras de automóveisestão entre o grupo maisdesenvolvido neste aspecto.Quando um carro é enco-mendado numa concessioná-ria, imediatamente são dis-parados através da internetos processos internos paraprodução do veículo, assimcomo os processos externospara que os fornecedoresenviem as peças necessáriaspara as montadoras”, analisa.

Conforme o diretor de TI,esse processo garante a

redução do estoque, garan-tindo também que as peças,matérias-primas ou produtossejam encomendados apenasquando necessários, deforma rápida e imediata.

Apesar de ainda existiruma barreira cultural para oemprego de tecnologias noprocesso de compra, venda,pedido e entrega entrefornecedores e indústria, odiretor de TI, garante queesse é um caminho semvolta.

“Às vezes uma empresanão visualiza a importânciade integrar seus sistemas aosde seus clientes ou fornece-dores. Primeiro porque nemsempre é organizada o sufi-ciente para ser possível queseus sistemas possam serintegrados aos de terceiros,segundo porque existemainda algumas barreirasculturais a serem quebradas.Certamente as empresasmaiores ou com culturamultinacional fazem essaintegração mesmo que obri-gadas com seus fornecedo-res, clientes e parceiros”,finaliza Tagliassuchi.

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Artigos

José Augusto Wanderley

Foco é uma questão es-sencial para pessoas e empresas.Para pessoas, vale a Lei daAtenção Concentrada (Foco) deCharles Baudouin: “Quandouma pessoa foca a sua atençãonuma idéia, esta se concretizapor si mesma.” Para empresasvale Al Ries: “Foco, questão devida e morte para sua empresa.”Entretanto, esta questão não étão simples e existem trêsgrandes erros que são o fococaótico, o foco limitado/equivo-cado e o foco bode cego.

O foco caótico é, em simesmo, o antifoco. É ficarpulando de galho em galhosem nenhuma consistência edireção e é uma das principaisrazões de fracassos.

O foco limitado/equivo-cado é aquele que contrariaum velho ditado: não coloquetodos os ovos numa cesta sóou aponta para uma direçãoerrada. O Magazine Luiza, emnome do foco, foi orientado aabrir mão de uma de suaslinhas de produtos. Felizmen-te não seguiu a orientação,que como os fatos vieram amostrar posteriormente, seconstituía em grave equívoco.E, finalmente, um tipo muitocomum de equívoco é o dofoco bode cego.

Certa vez, um estudantede antropologia chinês foi

Você sabe o que é foco bode cego?fazer seu trabalho de gradua-ção com os Gruagrua, umatribo de aborígines das IlhasGalopalo. Os Gruagrua eramconhecidos como excelentescaçadores. Nosso estudantechinês ia participar de umacaçada ao bigú. Na véspera dacaçada os Gruagrua realiza-ram vários rituais, invocandoas divindades para que tives-sem boas caças. Quandocomeça a caça, nosso estudan-te percebeu uma pegadadiferente da do bigú. Chamouo líder aborígine e perguntouque tipo de pegada era aque-la. O cacique identificou apegada como sendo do ximú.O ximú, segundo o cacique,era um bicho muito mais raroe valioso do que o bigú.Então vamos caçar o ximú,sugeriu o estudante. Não,respondeu o cacique. Fize-mos o ritual do bigú e é istoque vamos caçar. Ou seja, asdivindades não só atenderamàs orações, mas enviaram umbicho muito mais raro e valio-so, mas como os Gruagruahaviam feito o ritual do bigú,não poderiam caçar ximú. Ouseja, os Gruagrua tinham ofoco bode cego. Mais tarde, oestudante chinês formou-se ese transformou num ferrenhopropagador do foco bodecego. E o que é mais interes-sante, teve muitos adeptos.

Em 1905, um químico

alemão desenvolveu a novo-caína como o primeiro anes-tésico local e, embora tentas-se, não conseguiu que osmédicos a usassem. Elespreferiram a anestesia geral.Mas sem mais nem menos, osdentistas começaram a usar omedicamento. E o inventorficou muito irritado com isto,afinal, o seu invento haviasido feito para médicos.Dizem que passou o resto dasua vida fazendo preleçõespara dentistas contra o uso danovocaína para fins odontoló-gicos. Portanto, se a sortebater na sua porta, não adespreze e cuidado com oVOA (Vaidade, Orgulho eArrogância).

A Enciclopédia Britânicaera líder absoluta no seusetor. Entretanto, não se deuconta de que estavam aconte-cendo drásticas mudanças nomercado com o advento dosmicrocomputadores. Outraspossibilidades começaram asurgir com a utilização deCDs. Por que comprar umaBritânica pelo preço de ummicrocomputador? Quando aBritânica percebeu isto, umaboa parte do seu mercado játinha ido. Não fique focadosó no seu sucesso. O sucessode ontem não é garantia dosucesso amanhã. Esteja aten-to às ameaças.

Um dos primeiros com-

putadores desenvolvidos parafins científicos foi o Eniac daUniversidade da Pensilvânia.Entretanto, o Eniac era muitomais adequado para aplica-ções empresariais, como oprocessamento de folhas depagamento, só que seus pro-jetistas não perceberam isto.A IBM criou a sua própriaversão do Eniac, que foilançada em 1953 e se consti-tuiu no padrão para computa-dores comerciais, multifunci-onais e centrais. AUniversidade da Pensilvâniateve o foco bode cego. AIBM, o foco voltado paraoportunidade. Busque ativapor oportunidades. Não espe-re apenas que elas venhamaté você.

Logo após a SegundaGuerra Mundial, uma peque-na empresa indiana de enge-nharia comprou uma licençapara produzir uma bicicletade projeto europeu, quepossuía um fraco motor auxi-liar. Embora o produto pare-cesse ideal para a Índia,nunca se saiu muito bem. Ofabricante notou, entretanto,que havia um grande númerode pedidos apenas para omotor. Foi verificar a razão edescobriu que os fazendeirosestavam tirando os motoresdas bicicletas e usando-ospara acionar bombas de irriga-ção que até então eram opera-

das manualmente. Esse fabri-cante se tornou o maior pro-dutor mundial de bombas deirrigação de pequeno porte.Suas bombas revolucionaramtoda a agricultura do sudoesteda Ásia. Esteja atento aossinais do mercado. Descubrasinais que identificam asnecessidades dos consumido-res. Pequenos sinais podemlevar a grandes sucessos.

Esteja atento ao fato deque, queiramos ou não, esta-mos sempre decidindo. Euma das decisões mais impor-tantes que podemos tomar éestá a relativa ao foco.

Mas é preciso ter cuidadocom conceitos simplórios eequivocados que podem re-dundar em graves prejuízos.Saber o que focar demandaaprendizado e muita compe-tência. Importa em avaliaçãoprecisa de cada situação, iden-tificação de oportunidades eflexibilidade. E conhecimentodos muitos erros que são come-tidos, para não se deixar envol-ver por nenhum deles.

Portanto, em matéria defoco, sempre tenha presenteuma música cantada pelo Pauli-nho da Viola: “o que dá para rirtambém dá para chorar.”

Autor do Livro NegociaçãoTotal: Encontrando Soluções,Vencendo Resistências,Obtendo Resultados

Alguns lembretes:

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Adilson Boeira*

A área de PPCP é estratégica para as

empresas, pois é a partir dela que se conse-

gue atender dentro de prazos compatíveis

seus pedidos, procurando, desta forma,

atender às expectativas dos clientes.

Outro aspecto fundamental é que esta

área é a responsável pela programação de

materiais, ou seja, a partir dos pedidos em

carteira é rodado o sistema de programação.

Se a empresa tiver um sistema informatiza-

do ERP - com MRPII - o passo a seguir é, a

partir das necessidades brutas e dos esto-

ques, gerar necessidades líquidas de com-

Gestão Empresarial - O que dá certo e é essencialGestão Empresarial - O que dá certo e é essencialGestão Empresarial - O que dá certo e é essencialGestão Empresarial - O que dá certo e é essencialGestão Empresarial - O que dá certo e é essencial

Programação, Planejamento eControle da Produção (PPCP)

pras. O sistema ainda permite identificar a

data ideal de compra considerando o prazo

de cada material e o ciclo produtivo.

Uma vez o material programado, o PPCP

passa a programar a produção. A partir da

sequência do processo produtivo é realizado

o estudo de carga máquina (tempo necessá-

rio para cada operação).

Todas estas etapas são programadas via

sistema de gestão integrado e a partir daí

vem uma outra etapa fundamental, que é o

acompanhamento de tudo que foi programa-

do desde a compra, a entrega e a produção.

Neste momento surgem as variáveis incon-

troláveis, e neste momento o perfil e o

conhecimento do programador da produção se tornam

importantes para superar as dificuldades que sempre

ocorrem desde da entrada do pedido a entrega do pro-

duto final ao cliente.

Page 7: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

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Cursos & EventosMARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

AGENDA

Como conquistar e

manter clientes

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Consultoria - em Por to

Alegre/RS e Florianópo-

lis/SC

Período: 1º e 2 de

março, das 9h às 18h e

19h às 22h30min

Investimentos:

R$ 250,00

Informações:

(51) 3464-3910

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Equipes Pró-Ativas

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Alegre/RS

Período: 7 a 9 de março,

das 19h às 22h15min

Investimento: R$ 100,00

(associados) e R$ 135,00

(não associados)

Informações: (51)

3211-0399

Administração e

gerenciamento de

soluções de conflitos

Promoção: JRB Consulto-

ria - em Porto Alegre/RS

Período: 9 março, das 9h

às 18h e das 19h às

22h30min

Investimentos: R$ 250,00

Informações: (51)

3464-3910

Excelência em Vendas -

Etapas Fundamentais

Promoção: ADVB - Porto

Alegre/RS

Período: 14, 15 e 16 de

março, 19h às 22h15min

Investimento: R$ 100,00

(associados) e R$ 135,00

(não associados)

Informações: (51)

3211-0399

Managing the Family

Business

Promoção: HSM - São

Paulo/SP

Período: 15 e 16 de

março, 9h as 18h

Investimento:R$ 4.800

Informações: (11)

4689-6666

10º Congresso

Mundial de Jovens

Empreendedores

Promoção: Nações

Unidas em conjunto com

governos, agências multila-

terais e empresas multina-

cionais - São Paulo/SP

Período: 15, 16 e 17 de

março, das 7h às

18h30min

Investimento: R$1.815,00

(profissionais) e R$302,00

(estudantes)

Informações: (11)

3814-6401

Administração Básica

para Pequenas Empresas

Promoção: Sebrae -

Vitória/ES

Período: 27 a 31 de

março, das 18h30min

às 22h30min

Investimento: R$ 50,00

Informações: (27)

3331-5500

Curso de Extensão em

Marketing de Varejo

Promoção: Provar - São

Paulo/SP

Período: 28 de março a 20

de julho, terças e quintas-

feiras, das 19h às 23h

Investimento: R$

4.930,00

Informações: (11)

3894-5007

Como se preparar para

Feiras de Negócios

Promoção: Agility

Marketing

Período: 6 de abril, das

8h30 min às 13h

Investimento: R$ 300,00

Informações: (11)

6221-8406

Sistemas de informação

de marketing

Promoção: FVG - São Pau-

lo/SP

Período: 13 de abril a 3 de

maio, segundas e quartas-

feiras, das 19h15min às

22h30

Investimento:

R$ 3.742,20

Informações: (21)

2559-6000

Gestão de Pessoas

Promoção: Sebrae -

Salvador/BA

Período: 17 a 20 de abril,

das 18h15min às 22h

Investimento: R$ 65,00

Informações:

0800-2840000

Treinamento Gerencial

Básico

Promoção: Sebrae -

Salvador/BA

Período: 24 a 28 de abril,

das 19h às 22h

Investimento: R$ 65,00

Informações:

0800-2840000

O Futuro das Cidades:

Complexidade das

Transformações Urbanas

Promoção: Unisinos - São

Leopoldo/RS

Período: 27 de abril a 22

de junho, à definir horário

Investimento: R$ 485,00

Informações: (51)

3591-1122

Marketing Político:

antes, durante e depois

das eleições

Promoção: Unisinos - São

Leopoldo/RS

Período: de 13 de maio a

10 de junho, à definir

horário

Investimento: R$ 165,00

Informações: (51)

3591-1122

O processo de internacio-

nalização das empresas

Promoção: Unisinos - São

Leopoldo/RS

Período: 10 a 13 de julho,

à definir horário

Investimento: R$ 98,00

Informações: (51)

3591-1122

Web Marketing e

Comunicação Digital

Promoção: WBI Brasil -

Joinvile/SC

Período: 26, 27 e 28 de

julho, das 9h às 17h30min

Investimento: R$ 700,00

Informações: (51)

3233-1771

Page 8: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

Reportagem88888

Planejamento é essenciMuito mais do que obter recursos financeiros e boa vontade, empreeder com sucesso exige planeja

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Luciane Weber

A Global EntrepreneurshipMonitor (GEM)* realiza anual-mente pesquisas sobre o empre-endedorismo no mundo. Deacordo com dados destas análi-ses, realizadas em 2004 e divul-gadas em março do ano passado,o Brasil é o sétimo país maisempreendedor do mundo. Oestudo, que analisou 34 países,constatou que o Brasil possui 15milhões de empreendedores. Ofoco central da pesquisa é a taxade atividade empreendedoratotal, que é medida pela porcen-tagem de pessoas de um deter-minado país com idade entre 18a 64 anos, que estão iniciandoum negócio ou já abriram há nomáximo 42 meses.

As análises foram realizadascom empreendedores poroportunidades (pessoas quetêm vocação ou acham nichospouco explorados), e tambémcom aqueles que empreendempor necessidade, por não en-contrarem outra forma de gerarrenda. A taxa de empreendedo-rismo por necessidade no Brasilaumentou de 2003 (5,5%) para2004 (6,2%), colocando o Paísna quarta posição do rankingmundial. Por sua vez, a taxa deempreendedorismo por oportu-nidade praticamente se mante-ve na comparação entre 2003(6,9%) e 2004 (7%), equivalen-te ao décimo primeiro lugar emnível global.

Isso indica que a participaçãode empreendedores nacionaispor necessidade é alta (46%),embora seja ligeiramentemenor do que o percentual dosinvestidores por oportunidade(52%). Vale lembrar que os 2%restantes dos entrevistados nãose enquadram em nenhuma dascategorias.

“O fato de empreendermosmuito mais por necessidade doque por oportunidade provocaum índice elevado de empre-endimentos, que fecham asportas antes de completaremum ano de vida. Se contarmosaté o segundo ano, esse índicechega a 52%, o que é muitoalto”, analisa o consultor doSebrae (Serviço Brasileiro deApoio às Micros e PequenasEmpresas) e coordenador doDesafio Sebrae e do Empretec

(Brasília/DF), Ricardo AlbertGarcia.

Na análise dele, o prejuízofinanceiro é possível de serecuperar, porém o prejuízo emauto-estima nem sempre seconsegue resgatar com sucesso.Para o consultor, o brasileiro émuito criativo, mas planejapouco e tem uma persistênciaenorme, o que pode equipararquase a uma teimosia. “Temosuma herança cultural ao contrá-rio, por exemplo, dos asiáticos -o que nos induz a pensar que oplanejamento não é trabalho eentão já saímos fazendo. Essetraço de nossa sociedade fazcom que tenhamos que desen-volver o poder de adaptabilida-de e, talvez daí, venha nossacapacidade de atuar em váriasfrentes.”

Garcia acredita que seriamuito interessante que as esco-las incentivassem o planeja-mento, e que a idéia de planejarfosse introduzida em nossacultura, a fim de que pudésse-mos usar a criatividade inata dapopulação para a constantebusca de inovações. Para ele, noentanto, o empresário brasileiroacaba aprendendo pela maneiramais cara: pelo erro. “É comumvermos pessoas que abrem umalanchonete, fecham, abrem umapadaria, fecham, abrem umavídeo locadora, fecham, e assimsucessivamente. Cada fracasso,além de muito oneroso financei-ramente, representa um enormeataque à auto-estima”, destaca.

Planejamento - De fato,empreender não é uma aventu-ra. O candidato a empresáriodeve conhecer a área ondepretende atuar, buscar informa-ções, calcular riscos. Tudo issonasce naturalmente quando sefaz um plano de negócios. “Éfundamental escrever a respei-to do negócio que se pretendemontar”, sugere Garcia. Segun-do ele, a internet é atualmenteuma fonte em que se podeencontrar excelentes modelosde planos de negócios.

Conforme o consultor, antesde iniciar um empreendimentoé preciso estabelecer metasclaras, específicas e planejarmuito antes de abrir as portas, oque significa conhecer a fundo,ter muitas informações sobre a

área de atuação,manter uma atitu-de de permanenteinteresse sobreoportunidades einiciativa. “Épreciso manter-secomprometidocom seu projeto eter persistênciapara enfrentar osmomentos dedificuldades quepor certo aparece-rão. Há outrascaracterísticasainda, como umapermanente preo-cupação comqualidade e saberalimentar boasredes de contatos.De uma maneirageral, o empreen-dedor de sucessoconsegue antever com clarezaonde quer chegar e sabe mobili-zar os recursos (financeiros e nãofinanceiros) para alcançar seusobjetivos”, avalia.

Para o engenheiro agrônomoEder Bolson, no perfil ideal doempreendedor estão: visão esonho, criatividade, liderança,inteligência emocional, aspira-ção por dinheiro ou reconheci-mento, autoconfiança, otimis-mo real, experiência, paixão,trabalho, energia, poder deimplementação, decisão, relaci-onamento social e carisma.“Acho que a disposição paracorrer riscos calculados é o quehá de melhor num empreende-dor de sucesso. É muito difícilencontrar uma pessoa dotada detodas essas características. Oimportante é que já existemtécnicas para melhorar oudesenvolver muitas delas naspessoas”, afirma.

De acordo com Bolson, oempreendedorismo no Brasilainda enfrenta outras dificulda-des. “Não é fácil abrir umaempresa em nosso País. Asbarreiras são muitas: recursosfinanceiros escassos, jurosaltíssimos, tributação excessiva,falta de informação e suporte,falta de preparo gerencial einexistência de uma culturapara o capitalismo de risco”,aponta.

O engenheiro já fundou cincoempresas, três delas já foram

vendidas, mas continuam emoperação e funcionando comsucesso. As empresas são doramo de produção de sementes,flores, biotecnologia, planeja-mento, turismo e lazer. Ele játem um plano para fundar umnovo negócio em breve, nosetor farmacêutico. Bolsontambém é autor do livro Tchau,Patrão!, publicado pela editoraSenac, que já está em sua segun-da edição, onde apresenta deforma simples e objetiva comotransformar uma idéia em umplano de negócio.

Para o engenheiro agrônomo EderBolson, algumas pessoas já trazem oespírito empreendedor no DNA eexpressam este dom naturalmente.Como exemplo, ele cita Sílvio Santos(Sistema Brasileiro de Televisão -SBT) e Bill Gates (Microsoft). “Outraspessoas nascem empreendedoras, masficam com este potencial latente eprecisam ser despertadas”, aponta.

De acordo com Bolson, uma escolapara empreendedores trabalha mais no“como ser?”do que no “saber”. Paraele, uma instituição de ensino poderiaatuar nos dois casos, fornecendo conhe-cimentos e habilidades para um empre-

É possível ensinar o em

Garcia: “brasileiro tem criatividade, mas planeja pouco”

endedor nato entrar em ação mais cee, também forjando atitudes empreendedoras e de planejamento naquelaspessoas que precisam ser despertadas“A escola que conhecemos foi concebida no início da revolução industriapara formar bons e fiéis empregadospara as indústrias e escritórios. O cenrio mudou, os empregos formais estãem extinção, mas as escolas continuaformando pessoas com a mentalidadede empregados”, afirma Bolson.

Conforme Ricardo Albert Garcia, aacademia tem a nobre missão (talvezesta seja a função mais nobre) de for-mar pessoas capazes de pensar, de

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REPORTAGEM

encial para empreenderexige planejamento estratégico e visão do mercado em que se está abrindo um negócio

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

nar o empreendedorismo na escola

Informações obtidasno estudo GEM- Entre os 34 países pesquisados, cerca de 40%

do capital necessário para inaugurar novos empreen-dimentos vem do investidor informal. Quase todo orestante do dinheiro sai do bolso do próprio dono.Curiosamente, em todo mundo a participação dofinanciamento formal é quase inexistente.

- O caso do Brasil é mais grave porque, além doempreendedor contar pouco com os bancos, a ajudaque recebe dos investidores informais é menor doque a média dos outros países. Isso se confirmaquando constatamos que menos de 1% dos entrevis-tados afirmam ter atuado como investidor informal,sendo bem menor do que a média mundial, que giraem torno de 3,6%.

- Ao todo, enquanto a média do montante investidoanualmente no Brasil não passa de US$ 600, amédia mundial chega a US$ 10 mil. Percebe-setambém que, no Brasil o financiamento do investi-dor informal corresponde a 0,1% do PIB (ProdutoInterno Bruto), bem inferior à média internacional,cujos investimentos informais chegam a 1,2% doPIB mundial.

- Segundo dados levantados pelo GEM, os familia-res brasileiros entram com 41,7% dos investimen-tos informais, contra 49,4% da média internacional.Em seguida, vêm os amigos e vizinhos, que noBrasil ajudam com 37,5%, ficando acima da médiamundial (26,4%). Outro grupo em que o percentualbrasileiro é maior do que o geral é o de outros pa-rentes, com 12,5% contra 9,4%.

- O empreendedor brasileiro tem baixa qualificaçãoacadêmica. Apenas 14% deles têm curso superior(completo ou incompleto), ficando abaixo da médiaper capita dos países de baixa renda, que é de23%. Quando comparado aos países ricos, a situa-ção do Brasil é mais séria, já que a formação acadê-mica daqueles empreendedores atinge 58%. Cercade 30% dos que estão à frente de negócios no Bra-sil não passaram nem cinco anos nos bancos esco-lares. A pesquisa afirma que quanto mais alto for onível de escolaridade de um país, maior será aproporção de empreendedorismo por oportunidade.

- O baixo índice de qualificação também explica aexistência de outros aspectos no perfil do empreen-dedorismo brasileiro, como concorrência e grau deinovação tecnológica. Para 65% dos empreendedo-res, o ramo de negócio em que atuam é muito dis-putado pelos colegas, contra 30% que acreditam terpoucos concorrentes. Apenas 5% afirmam não havercompetidores estabelecidos em seu mercado deatuação. Quando indagados se seus produtos ouserviços oferecidos trazem novidades para o merca-do em que atuam, 85% dos entrevistados respon-dem negativamente à questão.

to entrar em ação mais cedoforjando atitudes empreen-e planejamento naquelasprecisam ser despertadas.

ue conhecemos foi conce-io da revolução industrialbons e fiéis empregadosstrias e escritórios. O cená-os empregos formais estãoo, mas as escolas continuamessoas com a mentalidadedos”, afirma Bolson.

e Ricardo Albert Garcia, am a nobre missão (talvez

unção mais nobre) de for-capazes de pensar, de

relacionar fatos, de processar informa-ções e buscar o conhecimento, o novo.Segundo ele ainda existe prevalênciade um modelo que privilegia a forma-ção de empregados e não de empreen-dedores, mas esta realidade está mu-dando de maneira radical e rápida.“Vemos, cada vez mais, as universida-des preocupadas em provocar o debatesobre as oportunidades do mercado detrabalho, sem necessariamente falar-mos de emprego. Aquelas vagas, ondeo profissional entrava na empresa esaía somente no momento de se apo-sentar, não existem mais. O serviçopúblico, embora sendo uma opção de

segurança e salários razoáveis, oferecepoucas chances de realização, de desa-fios estimulantes”, afirma.

Para o consultor do Sebrae, empreen-der é fundamental num país que buscao desenvolvimento, que precisa deempresas inovadoras. “Há muitasoportunidades por todos os lados e umapermanente postura empreendedora éque abrirá as portas do sucesso. Auniversidade é o foro adequado paraque as pessoas possam se questionarsobre o que fazer com os conhecimen-tos adquiridos e como direcionar suaforça de criação e trabalho para o mer-cado”, finaliza.

Fonte: GEM (Global Entrepreneurship Monitor)

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EntrevistaMARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Sílvia Kröff - São Paulo/SP

Segundo o escritor Robert Wong, grande conhecedor de talentos humanos, o equilíbrio é a grande chavedo sucesso pessoal e profissional e pode ser conseguido por meio de uma viagem interior, de autoconhecimen-to. O autor mostra no livro “O Sucesso está no Equilíbrio” que a sabedoria não é privilégio dos sábios, surgindopor meio de uma combinação criativa entre as teorias (conhecimento) e práticas (experiência) assimiladas aolongo da vida. Baseado em sua vivência, combinando três diferentes culturas - a chinesa, a anglo-saxônica e abrasileira -, o autor desenvolve o conceito de genuíno interesse e de como viver a vida, em todos os seuspequenos momentos, com inspiração e plenitude. Durante 23 anos, com base em centenas de entrevistas,Wong conheceu a angústia de uma categoria profissional, a de headhunter, profissão que exerceu por mais de23 anos e que o tornou uma das maiores autoridades no assunto em nível mundial. Robert Wong conhece afundo a maior parte dos principais executivos brasileiros. E é enfático quando fala deles. A maior parte dosexecutivos é infeliz. A constatação é feita com base nas centenas, senão milhares, de entrevistas que fez comcandidatos a presidentes, diretores ou gerentes de grandes companhias ao longo do tempo em que esteve àfrente da Korn & Ferry, umas das principais empresas de recrutamento do mundo. Chinês de nascimento e forado mundo dos headhunters há um ano, Wong decidiu escrever um livro para tentar explicar a razão de tantainfelicidade. A causa, segundo ele, está no desequilíbrio generalizado que toma conta da sociedade ocidental.“As pessoas estão preocupadas demais em conquistar, ganhar dinheiro, status, e se esquecem delas mesmas”,afirma ele, um ex-desequilibrado que foi eleito pela revista inglesa The Economist como um dos 200 hea-dhunters mais influentes do mundo, em 2005. Família de origem chinesa, criação brasileira e educação ingle-sa. Essa é a mistura que levou Wong ao sucesso e à descoberta da receita desse item tão desejado pelas pessoasna carreira profissional e na vida pessoal: o executivo descobriu que o sucesso está no equilíbrio.

O segredo do sucessoestá no equilíbrioRobert Wong garante que felicidade é o resultado da harmonia entre profissional, pessoal e espiritual

Exclusivo - O livro OSucesso Está no Equilíbrio éuma crítica?

Wong - Não. É um abreolhos. Esses valores tambémsão bons. Tudo é bom. Oexagero é que não é bom. Oequilíbrio é bom. Isso não éuma crítica à sociedade, é umacrítica ao desequilíbrio.

Exclusivo - Esse livro éum desabafo em relação aoambiente corporativo, aodia-a-dia de uma empresa?

Wong - Talvez seja a extra-polação, colocar para fora meuspensamentos. Eu vivenciei issointimamente. Tem uma per-gunta que faço sempre nasminhas entrevistas com oscandidatos a executivos, que é:“se vocêpudessevoltar notempo o quevocê estariafazendohoje?” Tenho certeza que agrande maioria deles nãoestaria fazendo o que faz hoje.O jornalista gostaria de serescritor; o médico, ser jogadorde futebol. Isso mostra quehouve um erro de escolha lá nopassado. Tudo isso remete aoponto das causas de todas asfrustrações que é a falta doautoconhecimento. O serhumano não se conhece defato. Muitos estão ganhandomuito dinheiro. E daí? Conhe-ço muitas pessoas milionáriasque são infelizes. Algo lhesfalta, e eles procuram compen-sar isso com casa, dinheiro,sucesso, mulheres. Suas vidasse transformam em suas con-quistas e eles esquecem quemsão de fato em sua essência.

Exclusivo - Onde está araiz de tanta infelicidade?Trata-se de uma questãopessoal ou há uma fonteexterna, como a procuradesenfreada por lucros e acompetição?

Robert Wong - Não é

possível definir os percentuaisde responsabilidade, mas semdúvida os dois fatores sãopreponderantes. As pressões, acomparação com os outros e acompetição criam uma angús-tia terrível. Se você queralguma coisa e não consegue,você vai ficar angustiado. Sevocê quer alguma coisa econsegue, você está preparan-do sua próxima angústia,porque você vai querer algomais. No aspecto interno, eudigo que existem duas felici-dades. Há a felicidade instan-tânea, como ganhar mais umbônus, fechar um grandecontrato ou receber umapromoção. Essa felicidadecausada por fatores externos émomentânea. Quando os

efeitos passa-rem, vocêvolta ao queera antes. Vaiquerer mais emais. E tem

outra felicidade que eu chamode alegria, que é independen-te de fatores externos. É umacoisa que você carrega dentrode si. Poucas pessoas conse-guem chegar nisso. O proble-ma é que o homem não sabecomo parar para olhar para simesmo e encontrar seu equilí-brio. Você já viu um animalcomer mais do que precisa?

Exclusivo - Afinal, acausa desse desequilíbrioestá no indivíduo ou nomeio que ele habita?

Wong - O meio pode ser oestopim do desequilíbrio.Muita gente se diz vítima dascircunstâncias. Nós não somosvítimas de nada. Nós somosresponsáveis pelo o que ocorreconosco. Não existem proble-mas; existem desafios. Seencararmos os desafios comouma visão positiva, criamosuma oportunidade. Mas aoencaramos de forma negativa,aí temos um problema. Nósnão temos controle do meioexterno, mas meu papel em

A causa de todas asfrustrações é a falta de

autoconhecimento

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ENTREVISTA

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

relação a ele eu controlo. Acausa do desequilíbrio está emvocê mesmo.

Exclusivo - Para encon-trar o equilíbrio as pessoasprecisam ser mais naturais,não seguirem tão cegamenteas normas pré-estabelecidas.Esse não é um conselhoarriscado uma vez que amaioria das empresas aindasegue uma estrutura hierár-quica?

Wong - Tem muita gentecom criatividade e empresascom medo de perder o controlesobre essas pessoas, por issotantas regras para controlar. Éclaro que o ser humano éimperfeito e as regras sãonecessárias. Mas o que aconte-ce, novamente, é que há umdesequilíbrio. Existem muitasnormas, e boa parte delas sãohipócritas e falsas. Segui-las é,como eu chamo em meu livro,ser normal, e não natural. Oque acontece é que hoje nósestamos muito para o lado donormal, seguindo muitas nor-mas e regras. As pessoas maisfelizes hoje são as crianças,porque elas são naturais, espon-tâneas e não seguem tantasregras pré-estabelecidas. Sevoltarmos a ser mais crianças,nos libertarmos dessas amarrasmuitas vezes hipócritas eseremos mais felizes.

Exclusivo - Assim como opeixe é induzidoa comer demais,o ambientecorporativo dealta competiçãonão está indu-zindo os profissi-onais a fazeremdemais?

Wong - Tudo o que édemais é ruim, vira doença esofrimento. Existe uma compe-titividade grande. A sociedade,os governantes e as empresas,exploram o incentivo à compe-titividade. No Oriente, nasartes marciais, você tem apenasduas categorias: o mestre e oaprendiz. Quando o Ocidenteimportou essas artes marciais,também inventou característi-cas competitivas, que nãoexistem lá. Colocaram faixabranca, amarela, cinza e tantasoutras que nem sei. Todasessas hierarquias são umaforma de competição. Acreditoque a competição é uma coisaboa, só que o exagero não élegal. Da mesma forma quecoletivismo exagerado não ébom. Os dois lados precisamestar em equilíbrio.

Exclusivo - Qual a diferen-

ça entre observação e acrítica?

Wong - É uma palavrachamada julgamento. Observa-ção é observar coisas. O que euobservo eu guardo para mim eo que é bom para mim nãoquer dizer que seja bom para osoutros. Eu falo o que eu penso,sem emitir juizo de valor. Eununca digo que é negativo,porque o que pode ser bompara mim pode ser ruim para osoutros. Quando eu critico jápassei o meu julgamento sobrealgum evento, observação quealguém fez. Melhor do quecriticar é sugerir, ensinar,mostrar o caminho, alertar apessoa.

Exclusivo - De que formaolhar para dentro e desco-brir a vocação para realizara nossa missão?

Wong - Quando estamos emsintonia com nossa alma, ouniverso conspira a nosso favor.Por isso é preciso olhar paradentro e descobrir a vocaçãopara realizar a nossa missão. Deque forma? Meditando e ou-vindo a experiência alheia.

Exclusivo - Quais os pon-tos indispensáveis paraencontrarmos nosso cami-nho de sucesso e inspiração?

Wong - São três os itensindispensáveis para encontrar-mos nosso caminho de sucessoe inspiração: Mudança. Pode

parecer difícil no começo, masé uma questão de adaptação.Mudar conceitos, escolhas,pontos de vista e atitudes éessencial para acertar na vida.Mas para manter e ser real, temque se tratar de uma automu-dança, não apenas superficial.E isso só acontece em momen-tos de grande euforia ou degrande tristeza. Motivação. Paraser real, é preciso que ela surjada inspiração, da vontadeinterior de ser feliz. Autoconheci-mento. Ele só se dá por meio doconhecimento e da experiên-cia. Ambos, juntos, constituema sabedoria, que nos leva aconhecer nossos potenciais elimites.

Exclusivo - Você defendea idéia de que resultados nãotrazem felicidade, mas felici-dade traz resultados. Expli-que por quê?

Wong - Resultados nãotrazem felicidade, mas felicida-de traz resultados. Tenhonotado tristeza, insatisfação eangústia nas empresas. Quandopergunto a alguém sobre o queestaria fazendo se pudesse

apagar a realida-de, raramenteouço a resposta‘faria o que estoufazendo agora’. Éum grande sinalde frustração.

Exclusivo -Como saber quando estamosfazendo algo em excesso eque está causando mal?

Wong - Tudo em excessofaz mal, por isso temos quebuscar o equilíbrio em tudo oque fazemos. O começo doprocesso que leva ao equilíbrioestá em nós mesmos. Paratermos confiançaem algo, precisa-mos conheceraquilo. Da mesmamaneira, paratermos auto-confiança e buscaro sucesso, temosque ter autoconhecimento.Quem não se conhece, não temnoção de sua capacidade, nãosente segurança para agir erealizar.

Exclusivo - Quais as prin-cipais características de cadauma das culturas que você

Você só consegue excelência com pessoasexcelentes. É preciso selecionar bem, sabero que está procurando, as características

pessoais e profissionais

Há a felicidade instantânea, causada porfatores externos, que é momentânea. E tema felicidade que eu chamo de alegria, que

você carrega dentro de si e que poucaspessoas conseguem chegar

Foto

s: In

ézio

Mac

hado

aborda (brasileira, chinesa eanglo-saxônica)? O que cadauma pode acrescentar asdemais em busca do tãoesperado equilíbrio?

Wong - A cultura chinesa meensinou disciplina e trabalhoduro, foco. A americana meensinou ética no trabalho elógica. Já a brasileira me ensi-nou muita criatividade, jogo decintura, flexibilidade e calorhumano. Se juntar as trêstemos o melhor dos três mun-dos. É uma boa receita. Oimportante é pegar tudo debom de cada uma e acrescen-tar a si próprio.

Exclusivo - Num mundocompetitivo, em que o tem-po é cada vez mais escasso,como otimizar o processoseletivo de colaboradores,levando em conta que você

é um dos maiores especia-listas neste assunto?

Wong - Você só consegueexcelência com pessoas exce-lentes, com ingredientes bons.É preciso selecionar bem,saber porque está selecionan-do. O que está procurando,quais as características pesso-

ais e profissionais. Fazer umaboa entrevista mas não sóprofissional, tirar referências,levá-lo para um almoço, numambiente social para ver comoa pessoa se comporta, comoele é, o que pensa. Em algunscasos entrevistar a esposa,amigos, fornecedores, clientes.É um processo que demandamuito tempo e dedicação, masvale a pena.

Exclusivo - Afinal, comoequilibrar os diversos aspec-tos da vida (profissional,pessoal e espiritual)?

Wong - Não há sucesso nomundo que compense umfracasso pessoal. Não somos, por24 horas, um executivo nempodemos ser. O ser humano temque conviver com os três aspec-tos e o equilíbrio é representadopor um tripé e este deve ter a

atenção da pessoa.O tripé é a estruturamais estável na físicatanto que o fotógra-fo, o camaraman e ogeólogo colocam seuequipamento numtripé e nós estamos

no tripé profissional, pessoal eespiritual. Se alongar muito umlado e os outros dois ladospermanecerem iguais, a queda éinevitável. A nossa vida preci-sar ter um tripé estável, comtodos os três lados na mesmaaltura para termos relativoequilíbrio.

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1212121212 MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Notícias e Negócios

Dois dias de marketing eestratégias com as ferasCapital paulista recebe especialistas estrangeiros durante o Fórum Mundial de Marketing e Vendas

Durante os dias 6 e 7 de

junho, os profissionais de

marketing, vendas e estraté-

gias corporativas têm encon-

tro marcado no Fórum Mun-

dial de Marketing e Vendas

2006. Considerado um dos

mais importantes eventos de

idéias inovadoras no País, o

fórum conta com a participa-

ção de palestrantes reconhe-

cidos internacionalmente,

por suas teorias de gestão e

cases em grandes corpora-

ções. Exemplo disso é o

norte-americano Neil Ra-

ckham, mestre das aplica-

ções de modelos estratégi-

cos em gestão de vendas,

com passagem pela IBM e

Xerox.

Na programação, para essa

edição do evento, são espe-

rados seis palestrantes (Neil

Rackham, John Quelch,

Abílio Diniz, Terry Jones,

Paco Underhill e Don

Schultz), que ministram

apresentações sobre varia-

dos temas da área de gestão

estratégica como, por exem-

plo, novas metodologias de

negócios, posicionamento de

marcas no mercado online e

a importância do relaciona-

mento com os consumidores.

Representante das idéias

brasileiras, o presidente do

Conselho de Administração

do Grupo Pão de Açucar,

Abílio Diniz, apresenta cases

de sucesso da corporação,

que possui mais de 600 lojas

e 70 mil colaboradores. A

formatação da sua palestra

será na forma de um talk-

show sobre as experiências

em marketing e vendas da

empresa durante a trajetória

de sucesso.

OBJETIVOS - Segundo o

presidente da HSM do Brasil

(promotora do encontro),

Carlos Alberto Júlio, o maior

objetivo do fórum é inspirar

os empresários brasileiros a

realizarem grandes feitos na

vida profissional e pessoal.

“Acompanhamos de perto as

novas tendências que surgem

mundialmente, as já renoma-

das e as experimentais, para

garantir que o público do

evento tenha acesso ao me-

lhor conteúdo e esteja em

sintonia com o mercado

global”, salienta. Júlio tam-

bém enfatiza que, as áreas de

marketing e vendas estão

intimamente ligadas, por isso

o casamento dos dois temas

num único fórum. “Os convi-

dados apresentam conceitos

atuais, totalmente voltados à

criação de valor para as com-

panhias.” Inscrições podem

ser feitas pelo telefone (11)

4689-6666 ou pelo website

www.hsm.com.br/fmmv.

NEIL RACKHAMÉ mundialmente reconhecido como o mestre na aplicação de modelos estratégicos de ges-

tão de vendas. Seu primeiro reconhecimento internacional foi quando liderou a maior pesquisasobre o sucesso e efetividade em vendas. Este projeto, apoiado por empresas líderes comoXerox e IBM, envolveu uma equipe de 30 pesquisadores que estudaram 35 mil pedidos devendas em mais de 20 países. Como resultado, publicou os clássicos literários Spin Selling eMajor Account Sales Strategy. Seus livros, publicados em mais de 50 idiomas, figuram regu-larmente na lista dos mais vendidos no New York Times. Rackham tem atuado como consultorde desempenho de vendas para empresas em todo o mundo e treina suas equipes de vendasatravés dos seus próprios modelos de gestão. “Eu aprendi mais sobre gestão de vendascom Neil Rackham do que com qualuqer outro expert na área”, Philip Kotler.

JOHN QUELCHRenomado professor de administração em Harvard, Quelch já publicou mais de 50 artigos

sobre gestão de marketing e marcas nos principais veículos internacionais. Profundo conhece-dor sobre marcas e branding global para mercados emergentes e desenvolvidos, ele temtrabalhado na criação de conceitos e identidades para corporações, nos alinhamentosestratégicos com as condições da economia vigente e também nos levantamentos de tendên-cias com consumidores, na busca de vantagens competitivas. Quelch integra o conselho daPepsi Bottling Group, além de ser diretor do WPP Group, maior empresa de marketing de ser-viços no mundo, através da qual já prestou consultoria para clientes do porte de AT&T, Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Gillette, General Eletric, IBM e Walt Disney.

ABÍLIO DINIZPresidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açucar, maior rede de varejo do

Brasil, com cerca de 600 lojas, distribuídas por 14 Estados, com mais de 70 mil colaboradores,que representa um faturamento superior a R$ 16 bilhões. É o responsável pela construção e,principalmente, pela reconstrução da empresa no início da década de 90. Formado em Adminis-tração de Empresas pela EAESP-FGV, Diniz realizou cursos de pós-graduação e especializaçãonos Estados Unidos, com foco nas áreas de administração e economia. Durante dez anos este-ve no centro político do País, como integrante do Conselho Monetário Nacional. E, atualmente,participa do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Federal.

Conheça alguns dos palestrantes do FMMV 2006

Neil Rackham

Abílio Diniz

Page 13: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

1313131313MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

A terceira edição do Con-gresso Mundial de Administra-ção, evento que deve reuniralguns dos principais nomes doempreendedorismo internacio-nal, já tem data confirmada.Tendo como tema Administra-ção Empreendedora: FazendoAcontecer no Brasil e no Mun-do, a atividade acontece de 17a 20 de maio na cidade gaúchade Gramado/RS. O principaldestaque fica por conta dapresença do escritor americanoJames Hunter, autor do festeja-do best seller O Monge e oExecutivo, obra que já ultra-

James Hunter confirma presença noCongresso Mundial de Administração

Programação:

17 de maio (quarta-feira)

14 horas - Credenciamento dos aos congressis-tas, conferencistas e convidados no hall doHotel Serra Azul em Gramado.17h45min - * Abertura Oficial18h30min - * Conferência de Abertura: Lideran-ça Servidora20h30min - * Coquetel de confraternização

18 de maio (quinta-feira)

9h às 11h30min - Painel Peter Drucker - Umtributo a Peter Drucker pelos gurus brasileiros.Tema: Empreendedorismo e Inovação: FatoresDeterminantes do Sucesso nos Negócios13h30min - Painel: Desafios da Gestão na Améri-

ca Latina15h15min - Case: Gestão de Pessoas na Práti-ca (apresentação de cases de sucesso nacio-nais e internacionais)17h45min - * Conferência: Preparando LíderesPara a Era da Sustentabilidade19horas - * Conferência: Fatores Comporta-mentais para a Alta Performance21h - * Show Artístico

19 de maio (sexta-feira)

10h30min - Conferência: Como Revitalizar o Merca-do de Trabalho para Gerar e Redistribuir Riqueza13h30min - Conferência: Implementação de Estra-tégias de Inovação15h15min às 16h45min - Fóruns Temáticos

Workshop 1 - Mortandade das Empresas: Um CaosSocial. O que fazer?Workshop 2 - Educação Empreendedora e Forma-ção do ConhecimentoWorkshop 3 - Qualidade de Vida e Cultura Organi-zacional18h - * Conferência: Ética e ResponsabilidadeSocial na Empresa e no Governo22h - * Jantar de confraternização (por adesão)

20 de maio (sábado)

8h30min - Painel de Apresentação das conclu-sões produzidas nos workshops pelos exposito-res e conferencistas.

* Atividades compartilhadas com o ESARH que serão realizadas noCentro de Convenções do Hotel Serrano

passou mais de 420 mil exem-plares vendidos somente noBrasil. Outros nomes já confir-mados são Marco AurélioVianna, Paulo Gaudêncio,Mário Sérgio Cortella, Idalber-to Chiavenato e Carlos Hils-dorf.

De acordo com o presidentedo Conselho Regional deAdministração do Rio Grandedo Sul, Valter Luiz de Lemos,o evento deste ano traz umainovação: a realização conjun-ta do Encontro Sul-americanode Recursos Humanos (ESA-RH). A edição brasileira do

congresso - que no ano passa-do ocorreu na Alemanha - daráênfase a temas como empre-endedorismo, inovação, suces-so nos negócios, liderança,responsabilidade social eética. Todas as palestras eatividades acontecem noHotel Serra Azul, localizadono centro da cidade. O valorda inscrição é R$ 575 parapúblico em geral e R$ 391para sócios. Maiores informa-ções podem ser obtidas atra-vés do telefone (51) 32332733 ou no websitewww.mundialdeadministracao.com.br

SERVIÇO

Evento: 10º Congresso Mundial de Jovens EmpreendedoresInscrições: a partir de 6 de de dezembro de 2005Data: de 15 a 17 de março de 2006Local: Palácio das Convenções do Anhembi, São PauloSite: www.wsyebrasil.com.br

O Brasil será o primeiro país

da América do Sul a sediar o

Congresso Mundial de Jovens

Empreendedores (WorldSummit of Young Enterpre-

neurs), que está em sua 10a

edição e ocorre entre os dias 15

e 17 de março de 2006, no

Anhembi, em São Paulo/SP.

O evento é promovido pelo

Fórum de Jovens Empreende-

dores da Associação Comercial

de São Paulo. A atividade, que

tem como tema Let’s Make aNew Deal, é um programa de

parceria global desenvolvido

pela Organização das Nações

Unidas (ONU) em conjunto

com governos, agências multi-

laterais e empresas multinacio-

nais com o objetivo de criar

parcerias e gerar negócios entre

os jovens.

Nas edições anteriores, oevento reuniu mais de cinco

mil participantes e foram

assinadas 350 joint ventures

com valores que variam entre

US$ 20 mil e US$ 35 milhões.

A expectativa da organização é

de que o congresso movimente

o mercado brasileiro nos seg-

mentos da indústria, agronegó-

cio, alimentação, serviços,

turismo, têxtil, design, moda,

marketing e transportes.

Guilherme Afif Domingos,presidente da Associação

Comercial de São Paulo, come-

mora: “São Paulo oferece uma

excelente amostra dos desafios

para jovens empreendedores, é

um exemplo de liderança,

idéias e soluções inovadoras

para problemas comuns entre

países em desenvolvimento.”

Congresso mundial de jovens empreendedores

Evento, em sua terceira edição, vai enfatizar o empreendedorismo e suas inovações

Hunter: escritor americano é um dos palestrantes

Page 14: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

Informe-se1414141414

Esse livro não foi feito apenas para comerciantes. Atodo momento profissionais estão vendendo algo,como projetos, pautas, campanhas de marketing,serviços médicos, imagem corporativa, enfim, somossempre vendedores. Bruna Gasgon elaborou de ma-neira criativa este livro com os principais pontos quetodo profissional precisa conhecer acerca da arte devender. A cada capítulo, um atributo é comentado eilustrado por meio de uma cena ou de um conceito dealgum filme.

Índices e cotações

Fontes: IBGE , BC, FGV, FIPE, DIEESE e site Invertia

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

TR 0,11 0,11 0,24 0,18 0,09 0,26 0,20 0,25

INPC-IBGE Mensal (%) 0,17 0,44 0,86 0,86 0,44 0,73 0,91 0,70

IGP-FGV Mensal (%) 0,39 0,82 0,74 0,39 0,30 0,85 0,86 -0,22

IPC-FIPE (%) 0,62 0,56 0,67 0,56 0,36 0,79 0,83 0,35

ICV-DIEESE (%) 0,53 0,83 0,54 0,91 0,32 0,81 0,50 0,39

Taxa Selic (%) 16,24 16,74 17,25 17,74 18,26 18,75 19,24 19,52

Dólar Compra (R$) 2,861 2,784 3,750 2,706 2,576 2,762 2,597 2,477

Dólar Venda (R$) 2,862 2,785 2,750 2,707 2,575 2,761 2,596 2,476

2004/20052004/20052004/20052004/20052004/2005

2005/20062005/20062005/20062005/20062005/2006

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Este livro apresenta uma estratégia de marketing evendas que pode ajudar você a conquistar "seu pró-prio elefante" (clientes grandes) e aumentar suareceita, lucros e sucesso de maneira definitiva. Aestratégia do elefante apresenta táticas, ferramentase técnicas vencedoras, fundamentadas na experiênciado autor, visando preparar o leitor para desen-volver de maneira bem-sucedida um relaciona-mento duradouro com grandes clientes.

A Estratégia do Elefante

Autor: Steve Kaplan - Editora: CampusPáginas: 208 - Preço: R$ 59,00

Os sete hábitos do título constituem os princípiosfundamentais da eficiência humana. São hábitosprimordiais que representam a interiorização dosprincípios corretos, nos quais estão baseados osucesso e a felicidade duradoura. Mas será que essessete hábitos ainda são relevantes hoje? SegundoCovey, quanto maiores as mudanças e mais difíceisos desafios, mais importantes eles se tornam.

Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes

Autor: Stephen R. Covey - Editora: Best SellerPáginas: 448 - Preço: R$ 39,90

O que fazer para eliminar os sentimentos ruins e dar lugaràs boas idéias e à felicidade? O que realmente queremos denossas vidas e como direcioná-las em nosso benefício? Oobjetivo desse livro é ajudar executivos a encontraremrespostas para estas perguntas, transformado-as, também,em sucesso profissional. O autor não pretende tornar osseus ensinamentos em verdades absolutas, mas os apresen-ta reproduzindo, no que chama de “embalagem aceitávelpara pessoas educadas numa sociedade industrial”, exercí-cios e tarefas articulados por pessoas de grande sabedoria.

Você Está Pronto Para o Sucesso? O Vendedor Imbatível

Autor: Srikumar Rao - Editora: CampusPáginas: 240 - Preço: R$ 39,00

Autor: Bruna Gasgon - Editora: Prestígio Páginas: 140 - Valor: R$ 17,90

Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

TR 0,29 0,25 0,29 0,26 0,21 0,19 0,22 0,23 0,07

INPC-IBGE Mensal (%) 0,11 0,03 0,00 0,15 0,11 0,03 - 0,38 -

IGP-FGV Mensal (%) 0,44 0,40 -0,65 -0,13 0,63 0,33 0,07 0,92 -

IPC-FIPE (%) 0,20 0,30 -0,20 0,44 0,63 0,29 0,29 0,50 -

ICV-DIEESE (%) -0,17 -0,17 0,00 0,72 0,57 0,38 0,19 0,72 -

Taxa Selic (%) 19,75 19,72 19,74 19,62 19,31 18,88 18,23 17,68 17,25

Dólar Compra (R$) 2,445 2,350 2,408 2,25 2,253 2,206 2,339 2,274 2,117

Dólar Venda (R$) 2,444 2,349 2,409 2,25 2,254 2,207 2,340 2,275 2,118

Page 15: Ilustração: César Bressane empreendimento · 2017. 8. 14. · por exemplo o aço, o metal e o cimento. Em dados divul-gados pelo instituto de pes-quisa inglês Economist Inte-lligence

Andréa: coach ajuda profissionaisna busca de suas metas

Up grade1515151515

Em um terreno cada vez maisdisputado como o mundo dosnegócios, estar preparado - esobretudo qualificado - é condi-ção essencial para uma carreirabem sucedida. Além de investirem capacitação através de cursose especializações, muitos executi-vos estão recorrendo ao coaching,serviço que orienta o profissionalsobre os caminhos que deveseguir em sua trajetória corporati-va. Cada vez mais popular, aatividade vem ganhando força noBrasil, funcionando como umaespécie de orientador de carreirase ajudando empresários a alcança-rem seus objetivos em um merca-do cada vez mais acirrado ecompetitivo.

Apesar de freqüentementeconfundido com serviços detreinamento e assessoria, ocoaching se diferencia ao atuarno sentido de oferecer ao clien-te a possibilidade de atingir seusobjetivos e desenvolver seupotencial de acordo com suaprópria iniciativa. Segundo acoach executiva Andrea Lages,da Lambent do Brasil (SãoPaulo/SP) - e também co-fundadora da ComunidadeInternacional de Coaching(ICC) -, a atividade se compro-mete com os resultados docliente, fazendo com que estedesenvolva suas habilidades damelhor forma possível. “Ocoaching é diferente de consul-toria, já que não é especialistaem uma área específica e não

Coaching: buscando resultadosna vida pessoal e profissional

tem as respostas paraum determinadoproblema ou ques-tão. O papel docoach é fazer per-guntas poderosas osuficiente para ajudarseu cliente a encon-trar a própria solu-ção”, explica.

Entre os três tiposde serviço disponí-veis no mercado - denegócios, de vida ede esportes -, o maisprocurado ainda é orelacionado ao ambi-ente corporativo. Deacordo com Andrea,os executivos são osque mais se interes-sam pela atividade.“Este público aindaé nosso maior clien-te. Porém, se seguir-mos a tendência deoutros países, ocliente de coaching será todapessoa que quer crescer econtribuir para um mundomelhor”, analisa. A atividadeteve início no terreno esportivo,já que o termo - que em portu-guês pode ser traduzido comotreinamento - se aplica normal-mente à relação entre atletas etécnicos.

Um dos pontos chaves paraentender o serviço, segundo aespecialista, é entender que ocliente tem as respostas e ocoaching as perguntas. Um dos

princípios da atividade é nãooferecer fórmulas mágicas, masapenas orientar a pessoa, indu-zindo-a a encontrar as melhoresopções para sua vida profissionalou pessoal. “Ação é a colunavertebral do coaching, já que eleapenas leva o profissional atomar decisões mais acertadas.Não é esperado que alguémconsiga uma meta apenas porfalar dela, ou seja, nossa funçãoé apoiar o cliente para que elehaja de maneira congruente”,comenta.

Cada vez mais popular no Brasil, o serviço auxilia executivos a alcançarem objetivos diversos

MARÇO/2006 - EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS

Entendendo o coaching

Serviço não podeser confundido

com treinamentoA comparação entre

coaching e consultoria éum dos principais equívo-cos quando se pensa emcontratar um profissionalespecializado no assunto.A diferença entre os doistipos de serviço está naforma com que as ques-tões - tanto pessoaiscomo profissionais - sãotratadas em conjunto como cliente.

Segundo Andrea Lages,a consultoria normalmenteaborda a estrutura donegócio em geral, enquan-to o coaching analisa aspessoas, os recursoshumanos e o que temimpacto direto nos resulta-dos dos funcionários. “Émuito comum que umconsultor recomende ocoaching como parte dodesenvolvimento de umaempresa”, enfatiza.

A escolha do profissionaldeve ser feita tendo como

base um especialistacapacitado e com certifica-do internacional paraexercer a função.

A profissão ainda érelativamente nova noBrasil, apesar ser já existirdesde os anos 80 noexterior. De acordo comAndrea, é fundamental queo profissional tenha pas-sado por um treinamentoespecífico, já que a popu-larização do termo coachvem trazendo muitosproblemas para o serviço.

“Já tive vários clientesse queixando de ‘vulgoscoaches’ que funcionarammais como terapeutas econselheiros. No final, foiaveriguado que estaspessoas não possuiamtreinamento adequado,apenas se consideravampreparadas para exercer aprofissão por terem co-nhecimentos em outrasáreas.”

O que é coaching?

É um serviço que orienta profissionais a tomar decisões e desenvolver deforma melhor suas aptidões e talentos. A atividade leva em consideraçãoaspectos da vida da pessoa, ajudando-a a concretizar objetivos e aspira-ções. O mercado oferece a assessoria a empresários, executivos, espor-tistas e equipes de funcionários.

O que significa a palavra coaching?

O termo coaching vem do inglês ‘treinamento’ e foi usado originalmentenos esportes para denominar a atividade da pessoa que ajuda um atletaa melhorar sua performance e alcançar seus objetivos. Desde então, aidéia se espalhou a todos os outros campos da sociedade.

Quem contrata o serviço?

Qualquer pessoa pode ter um coach. As empresas contratam o serviço

para melhorar o trabalho das equipes, para aplicar a atividade emexecutivos e ajudar gerentes corporativos. Já as pessoas físicastambém contratam coachs, porém, para melhorar a sua vida e seusrelacionamentos do dia-a-dia

Que tipos de coaching existem?

Basicamente existem serviços para executivos, empresários, atletase pessoas em geral.

Onde procurar maiores informações?

Para saber mais, basta entrar na base de dados da ComunidadeInternacional de Coaching e procurar um profissional cadastrado queatue na sua região. Outras informações sobre o assunto podem seracessadas através do website da entidade(www.internationalcoachingcommunity.com/br).

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