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rz3, ' a moeaa eresceu ma7S-rllp1Q-a-m-e1fre~aQ~ap 574.20096 e os preços subi.' nheiro local, antecipando ram 2.572.20096. Por certo, consumo, adquirindo ati ~ -2-. J..-t-GII::.CAlJtl L.- o j 1 j 1/ ~L(. A distorção da moeda como meio de troca Silvio Figer (*) Perdemo-nos de vez na discussão dos efeitos, âes- considerando as causas. Desta vez, trsts-se dos suo postos nomes que deve riam ter a moeda bresileí- ra, em substituição ao cru- zeiro, que perdeu sua iden tidade. Pouco importa se a âe- sinâexsção será total ou parcial, institucional ou in formal, dolarizada ou ieni- zada. O que importa é que o sistema se tornou inopers- vel; e, como não podia âei- xar de ser, o respectivo meio de troca entrou em colapso. E continuará em colapso, inâepetuientemen- te do seu nome, enquanto não se resolver o âese- quilibrio básico: renda se- rada "versus" produto ob tido. E tão simples quanto parece, e rotular isto de monetarismo, keynesisnis: mo ou "supplr siâe" é o mesmo que rotular a análi se do balanço patrimonial de uma empresa de patri monialismo. As interpreta ções podem variar, mas os fatos são básicos e não comportam rótulos. Nas economias centralmente planificadas, os âese- quilibrios traduzem se em racionamento e naquelas de mercado, em inflação. No caso brasileiro, o âe- sequiltbrio do momento atual deve-se às principais conquistas da estratégia econômica recém implantada. A saber: • Superávit de balança comercial utilizado para formação de reservas cam- biais, que é inflacionário na medida em que cria renda sem a contrapartida do produto. . ~ Superá vit de balança comercial obtido via expor- tação de não excedentes, idem, idem. • Superávit de balança comercial obtido via com- pressão de importações, que é inflacionário na me- dida em que provoca âeii- ciência de oferta, vlsblll- zando a produção interna a preços não competitivos. • Eliminação do déficit público pela suspensão dos investimentos, mantendo- se o custeio, o que significa um quadro de funcionários ;;;;;I7;;"·i~t;;;;;;t;7~--;~;-h~~~:;;'õ;;iiHi'7Il:ri;;rr,r.-r.m~ftmir.~Ift8T'nr.-trrrã'aãgã'a~, ~ern':a~sili!'~.vrnsuo~r.""""1mm'l'!"\I'I"''''''III''.III[111f''11 resultado como sinal de mo um sinal de aumento da ultOJ ~.r autoconfiança num pais também visto o MurO que há apenas doze anos Berlim, ao retornar a .eu ainda era considerado um lares, uma estrutura qu pária", diz o jornal. E con- encerra fisicamente SI. tinua: lim Ocidental, mas que pII. "A mesma relativarnen- cologicamente é um mur te recém -descoberta certe- em torno de Berlim Orltn. za encontra-se por detrás tal par a impedir que seul da prontidão relaxada de cidadãos tenham acesso' Berlim Oriental em deixar líberdade. A Cheecslovâ- 40 mil alemães orientais quia é o único pais para o mudarem-se para a Alerna- qual os alemães orientall nha Ocidental nos últimos podem viajar sem um vii. doze meses (mesm o que Is. to, o que explica arado pe· so fosse parte de um pacote Ia qual a Embaixada da de medidas combinadas Alemanha Ocidental em com Bonn envolvendo um Praga se tornou um retú- intercâmbio de auxilio fi- gío." públicos ociosos, novamen- te recebendo renda sem ge- rar produto. Após três anos de reeessêo, este setor não conheceu o desemprego, sendo o seu maior se- criflcio a abolição de moro domias, enquanto emprei. teiras e indústrias depeno dentes dos inveStimentos públicos suportai'am Ina- dimplênciss, c4lncelamen- to de projetos e demitiram em massa. Acrescente-se a isto os m aleficios clássicos, reco- nhecidos por qualquer es- cola econômica, após anos. de processo inflacionário: inviabilizaçio dos investi mentos de médio/longo prazos, corrosão das ren das (lucros, sslérios, im- postos, etc.), âistorçêo dos preços relativos, e temos ai o Brasil de hoje. Perante tal realidade, espantar se com o psrc» resultado das politicas adptadas e discu- tir inflação inerçial ou no- vos nomes de moeda é no minimo uma questão de "econom ia lesuv« ". As sl- ternativas e suas respecti- vas consequênciss são ele- ras: 1) Transferência do de- semprego do sistem a pro- dutivo para o não produtl- vo. Isto aumentaria a ren- são.social numa camada de grande capacidade de mo- bilização política, que são os gabinetes das -estetsis e empresários não competiti vos. A compensação seria a distensão social nas áreas competitivas e naquelas dependentes do inves- timento público. Afinal. o salário de um tecnocrata ocioso paga uns dez peões de obra eo "pro-Isbore" de um diretor de instituição fi- nanceira sustentada pelo Fundo de Liquides d@Ban- co Central paga muitos peões mais. 2) Transferência dos re- cursos disponiveis para in- vestimento do sistem a não produtivo para o produtivo. Isto exigiria a suspensão de emissão da divida pública interna, estreitando enor- memente as alternativas de íJplicação financeira. RestariíJm as emissões do setor privado, como letras de câmbio, CDB e RDB. que, no entíJnto, têm seus recursos destinados à pro- dução. pois bancos e iinen- cetrss não costumam apli- car recursos em empresas deficitárias, que geram renda sem obter produto. E, se o fizerem, quebram. junto com as empresas. 3) Estimulo máximo ao investimento estrangeiro e transferência de tecno- logia. Isto exige apenas pa- ciência com a grita "na cio- neleirs ". De resto é uma questão de estipular as re- gras do jogo que melhor atenda aos interesses brs- silelros. Em qualquer ne- gócio mais cautela tem de ter quem entra com o cepi- tal. Trocar o nome para cru- zeiro novo é possivel e tun- ciona, quando o governo responsá vel pela moeda tem credibilidade e vonta de politica. Do contrário. o cruzeiro novo fica velho rá· pido, e acaba tudo voltando às discussões inerciais e pactos sociais. (') Economista e diretor fi- nanceiro da Manufatura Rio Ind. e Com. ltda. (iAZElA MERCANTIL Publicadi desde 1920 GAZETA MERCANTil S/A GAZ(TA MERCANTil S/A EDITORA JORNALlSTíCA GRAFICA E COMUNICAÇOES CONSELHO EDITORIAL Herbert VlOlor Levy I',.,Id,nl, lUlz Fernando Fer(e~ra Levy VIc••I',.,Id.nl. üiavo (gVd,o Setubar Cel'o laler fotnando Mor'lra Saltes Pdulo RObeno ler"", Lcvv LUI! reInando Cllne lima CO NSELHO DE ADMINISTRACAO Heroen VIClor tew I',.IkI.nl. turz Fernando Ferrell3 Levy VIc••,.,.IkI.nl, Abiho dos Santos OinlZ Paulo GUIlherme AgUI3r Cunha Fernando Mo/ella SaUes Paulo ROberlo FerreH3 Levy RODeflo de Souza AV,"' DIRETORIA LUfl ~elnandO Fellelc3·Levy Dlr./or a.r,' Rooeno Muller Frl110 Dlrolor Editor Henuc:jue Alves de Araulo DI,.'or Supor/nlO/III.nl. AnlOnlO canos Conese D/r./orAdmlnl",.,,.,o, Fln,/IC./ro HellOI Proença Dlrolor Com.re/., Direlores Adjuntos: Alexandle Machado J~,~: And';1I0 FilhO Diretores Regionlis: RonalOo Campos (BraSlhaJ ~~u~o TOll! (,RIO ~eJaneuo)

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Page 1: I'I''''''III''.III[111f''11 2.572.20096. o ~.r J..-t-GII::.CAlJtl … utilizado para formação dereservas cam-biais, queéinflacionário na medida em que cria renda sem a contrapartida

rz3, ' a moeaa eresceu m a7S-rllp1Q-a-m-e1fre~aQ~ap574.20096 e os preços subi.' nheiro local, antecipandoram 2.572.20096. Por certo, consumo, adquirindo ati·

~ -2-. J..-t-GII::.CAlJtl L.- oj 1 j 1/ ~L( .A distorção da moeda como meio de troca

Silvio Figer (*)

Perdemo-nos de vez nadiscussão dos efeitos, âes-considerando as causas.Desta vez, trsts-se dos suopostos nomes que deve·riam ter a moeda bresileí-ra, em substituição ao cru-zeiro, que perdeu sua iden·tidade.Pouco importa se a âe-

sinâexsção será total ouparcial, institucional ou in·formal, dolarizada ou ieni-zada. O que importa é que osistema se tornou inopers-vel; e, como não podia âei-xar de ser, o respectivomeio de troca entrou emcolapso. E continuará emcolapso, inâepetuientemen-te do seu nome, enquantonão se resolver o âese-quilibrio básico: renda se-rada "versus" produto ob·tido. E tão simples quantoparece, e rotular isto demonetarismo, keynesisnis:mo ou "supplr siâe" é omesmo que rotular a análi·se do balanço patrimonialde uma empresa de patri·monialismo. As interpreta·ções podem variar, mas osfatos são básicos e não

comportam rótulos. Naseconomias centralmenteplanificadas, os âese-quilibrios traduzem·se emracionamento e naquelasde mercado, em inflação.No caso brasileiro, o âe-

sequiltbrio do momentoatual deve-se às principaisconquistas da estratégiaeconômica recém·implantada. A saber:• Superávit de balança

comercial utilizado paraformação de reservas cam-biais, que é inflacionário namedida em que cria rendasem a contrapartida doproduto. .~ Superá vit de balança

comercial obtido via expor-tação de não excedentes,idem, idem.• Superávit de balança

comercial obtido via com-pressão de importações,que é inflacionário na me-dida em que provoca âeii-ciência de oferta, vlsblll-zando a produção interna apreços não competitivos.• Eliminação do déficit

público pela suspensão dosinvestimentos, mantendo-se o custeio, o que significaum quadro de funcionários

;;;;;I7;;"·i~t;;;;;;t;7~--;~;-h~~~:;;'õ;;iiHi'7Il:ri;;rr,r.-r.m~ftmir.~Ift8T'nr.-trrrã'aãgã'a~, ~ern':a~sili!'~.vrnsuo~r.""""1mm'l'!"\I'I"''''''III''.III[111f''11resultado como sinal de mo um sinal de aumento da ultOJ ~.r

autoconfiança num pais também visto o MurOque há apenas doze anos Berlim, ao retornar a .euainda era considerado um lares, uma estrutura qupária", diz o jornal. E con- encerra fisicamente SI.tinua: lim Ocidental, mas que pII."A mesma relativarnen- cologicamente é um mur

te recém -descoberta certe- em torno de Berlim Orltn.za encontra-se por detrás tal par a impedir que seulda prontidão relaxada de cidadãos tenham acesso'Berlim Oriental em deixar líberdade. A Cheecslovâ-40 mil alemães orientais quia é o único pais para omudarem-se para a Alern a- qual os alemães orientallnha Ocidental nos últimos podem viajar sem um vii.doze meses (m esm o que Is. to, o que explica arado pe·so fosse parte de um pacote Ia qual a Embaixada dade medidas combinadas Alemanha Ocidental emcom Bonn envolvendo um Praga se tornou um retú-intercâmbio de auxilio fi- gío."

públicos ociosos, novamen-te recebendo renda sem ge-rar produto. Após três anosde reeessêo, este setor nãoconheceu o desemprego,sendo o seu maior se-criflcio a abolição de morodomias, enquanto emprei.teiras e indústrias depenodentes dos inveStimentospúblicos suportai'am Ina-dimplênciss, c4lncelamen-to de projetos e demitiramem massa.Acrescente-se a isto os

m aleficios clássicos, reco-nhecidos por qualquer es-cola econômica, após anos.de processo inflacionário:inviabilizaçio dos investi·mentos de médio/longoprazos, corrosão das ren·das (lucros, sslérios, im-postos, etc.), âistorçêo dospreços relativos, e temos aio Brasil de hoje. Perantetal realidade, espantar·secom o psrc» resultado daspoliticas adptadas e discu-tir inflação inerçial ou no-vos nomes de moeda é nominimo uma questão de"econom ia lesuv« ". As sl-ternativas e suas respecti-vas consequênciss são ele-ras:

1) Transferência do de-sem prego do sistem a pro-dutivo para o não produtl-vo. Isto aumentaria a ren-são.social numa camada degrande capacidade de mo-bilização política, que sãoos gabinetes das -estetsis eempresários não competiti·vos. A compensação seria adistensão social nas áreascompetitivas e naquelasdependentes do inves-timento público. Afinal. osalário de um tecnocrataocioso paga uns dez peõesde obra e o "pro-Isbore" deum diretor de instituição fi-nanceira sustentada peloFundo de Liquides d@Ban-co Central paga muitospeões mais.2) Transferência dos re-

cursos disponiveis para in-vestimento do sistem a nãoprodutivo para o produtivo.Isto exigiria a suspensão deemissão da divida públicainterna, estreitando enor-memente as alternativasde íJplicação financeira.RestariíJm as emissões dosetor privado, como letrasde câmbio, CDB e RDB.que, no entíJnto, têm seusrecursos destinados à pro-

dução. pois bancos e iinen-cetrss não costumam apli-car recursos em empresasdeficitárias, que geramrenda sem obter produto.E, se o fizerem, quebram.junto com as empresas.3) Estimulo máximo ao

investimento estrangeiro etransferência de tecno-logia. Isto exige apenas pa-ciência com a grita "na cio-neleirs ". De resto é umaquestão de estipular as re-gras do jogo que melhoratenda aos interesses brs-silelros. Em qualquer ne-gócio mais cautela tem deter quem entra com o cepi-tal.Trocar o nome para cru-

zeiro novo é possivel e tun-ciona, quando o governoresponsá vel pela moedatem credibilidade e vonta·de politica. Do contrário. ocruzeiro novo fica velho rá·pido, e acaba tudo voltandoàs discussões inerciais epactos sociais.

(') Economista e diretor fi-nanceiro da Manufatura RioInd. e Com. ltda.

(iAZElA MERCANTILPublicadi desde 1920

GAZETA MERCANTil S/A GAZ(TA MERCANTil S/AEDITORA JORNALlSTíCA GRAFICA E COMUNICAÇOES

CONSELHO EDITORIALHerbert VlOlor Levy

I',.,Id,nl,lUlz Fernando Fer(e~ra Levy

VIc•• I',.,Id.nl.üiavo (gVd,o Setubar

Cel'o lalerfotnando Mor'lra Saltes

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