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III Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho Novo Hamburgo, RS - 2005 GT de História da Midiologia _______________________________________________________________ Pra não dizer que não falei das flores: a modernidade do projeto pedagógico fundador do curso de jornalismo da ECA e seu impacto nacional Por Profa Dra Ruth Penha Alves Vianna (Professora do CJO-UFMS e aluna do Pós-doutorado do Núcleo de Jornalismo Comparado,do Departamento de Jornalismo e Editoração – da ECA-USP) [email protected]

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III Encontro Nacional da Rede Alfredo de CarvalhoNovo Hamburgo, RS - 2005

GT de História da Midiologia_______________________________________________________________

Pra não dizer que não falei das flores: a modernidade do projeto pedagógico fundador do curso de jornalismo da

ECA e seu impacto nacional

Por Profa Dra Ruth Penha Alves Vianna(Professora do CJO-UFMS e aluna do Pós-doutorado do Núcleo de Jornalismo

Comparado,do Departamento de Jornalismo e Editoração – da ECA-USP) [email protected]

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Resumo

Esta comunicação focaliza a implantação do Projeto Pedagógico Fundador do Curso de Jornalismo da ECA –USP, no período 1967-1972. Centralizado na relação dialética entre teoria e prática, ele se fortaleceu através de atividades laboratoriais; corpo docente eficiente e grades curriculares multidisciplinares. Avançadas para a época, essas diretrizes renovaram e oxigenaram o ensino do jornalismo no país, abrindo portas para atender às mudanças provocadas pela sociedade da informação que hoje vivenciamos.

Através da análise desse projeto histórico, pretendemos evidenciar a gênese do Pensamento Jornalístico Uspiano, cuja figura-chave foi o professor doutor José Marques de Melo, mento e realizador de tal pioneirismo, bem como o seu trabalho na solidificação destes alicerces. Vamos resgatar também seu desempenho pessoal e político; seus projetos, teorias e os estudos das raízes e matrizes européias, norte-americanas e luso-brasileiras, bem como as práticas profissionais ali estabelecidas e empregadas desde o início da primeira turma do curso de jornalismo. Serão aqui privilegiados como verdadeiros celeiros das bases do ensino de jornalismo os integrantes da primeira geração de estudiosos do Jornalismo Brasileiro, integrantes do corpo docente inicial do Curso de Jornalismo da então Escola de Comunicações Culturais, hoje denominada Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

O Projeto Pedagógico engendrado pela equipe liderada pelo professor Marques de Melo é pioneiro e moderno não somente no estudo de graduação, mas também no ensino da pós-graduação e da pesquisa em jornalismo. Por isso mesmo, ele se disseminou por todo o Brasil, alcançando também repercussão no exterior. Infelizmente esse projeto foi desarticulado durante o endurecimento do regime militar, em meados dos anos 70, resultando na cassação política do professor Marques de Melo e de vários integrantes de sua equipe. Anistiado em 1979, o professor Marques de Melo retornou à USP, onde lutou para restaurar o projeto original, com o apoio de vários dos seus antigos alunos. Durante o Governo da Nova República (Tancredo-Sarney), ele foi convidado pelo ministro da Educação para instalar a primeira Comissão de Especialistas em Comunicação Social do país, realizando um diagnóstico crítico do ensino na área e esboçando as primeiras diretrizes dos padrões de qualidade que continuam válidos até hoje.

Após os anos 80 e 90, muitas outras propostas de projetos desta natureza têm sido tentadas pelas novas administrações responsáveis pelo ensino superior do País, mas se verifica que apesar das grandes polêmica causada, nenhuma destas propostas tem respondido a contento às demandas exigentes da comunidade, particularmente no campo do jornalismo, que necessita de especialidades e habilidades próprias. Daí a significação do resgate histórico daquele projeto inovador da ECA-USP que pode iluminar as novas lideranças do ensino de jornalismo no Brasil.

Palavras-chave: Jornalismo Brasileiro/Pensamento Jornalístico/Ensino/Padrões de Qualidade/ECA-USP.

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1. Introdução

A rica experiência da participação de José Marques de Melo na construção do Departamento de Jornalismo, da Escola de Comunicações Culturais (ECC), na Universidade de São Paulo, na metade dos anos 60, em momentos históricos, culturais e políticos tão marcantes para o Brasil -, período da mais crucial ditadura militar – e que em 1970 se transformaria na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) e Curso de Jornalismo e Editoração (CJE) -, representa não só a trajetória intocável e profícua de um dos mais importantes intelectuais brasileiros, mas também o erguimento das bases e matrizes do Ensino de excelência de jornalismo no País, por ser moderno e modelo de padrão de qualidade em toda a Nação brasileira e Latina América.

Em Para não dizer que não falei das flores pretendemos evidenciar a figura-chave do personagem José Marques de Melo, mento e realizador de tal pioneirismo, bem como o seu trabalho na solidificação destes alicerces; seu desempenho pessoal e político; seus projetos, teorias (Construção da Gênese do Pensamento Jornalístico Brasileiro) e os estudos das raízes e matrizes européias, estabelecidas e empregadas desde o início da primeira turma do Curso de Jornalismo. A Primeira Geração de Estudiosos do Pensamento Jornalístico Brasileiro que compartilharam com José Marques de Melo na antiga ECC será aqui privilegiada como verdadeiro celeiro das bases do ensino de jornalismo brasileiro.

A ênfase específica, não obstante, será a de focalizar o aspecto da implantação da linha-mestre de um Projeto Pedagógico centralizado na teoria e prática, através de atividades laboratoriais; corpo docente eficiente; grades curriculares multidisciplinares, modernas para a época, que renovaram e oxigenaram o ensino de jornalismo deste período, abrindo portas para atender as mudanças provocadas pela sociedade da informação que hoje vivenciamos.

O Projeto Pedagógico de ensino de jornalismo engendrado por José Marques de Melo é pioneiro e moderno não somente nos estudos de graduação, mas também no ensino da pós-graduação e da pesquisa em jornalismo, que ele disseminou por todo o Brasil e no exterior. Marques de Melo foi o primeiro membro e presidente da Comissão de Especialistas de Ensino de Jornalismo do MEC no Governo Sarney, da Nova República. É dele as primeiras diretrizes na criação dos padrões de qualidade que continuam válidos até hoje.

Após os anos 80 e 90, muitas outras propostas de projetos desta natureza têm tentado ser implantados pelas novas administrações responsáveis pelo ensino superior no País, mas se verifica que apesar das grandes polêmicas causadas, nenhum deles têm respondido a contento às demandas exigentes da comunidade acadêmica, cuja área é específica e necessita de especialidades e habilidades próprias, que é o ensino de jornalismo.

2. Construção da ECC-USP: um mergulho profundo na história do próprio Brasil

Desta forma, falar sobre a implantação da Escola de Comunicações Culturais na Universidade de São Paulo, em 5 de fevereiro de 1968, em São Paulo, que em 1970 se tornaria a Escola de comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, considerada até hoje, como o maior centro produtor de intelectuais do País e em toda a América Latina, com prestigio na Europa, América do Norte e demais países do mundo, trata-se de uma tarefa muito maior do que dar a conhecer tal fato. Trata-se na verdade não só em dar um mergulho profundo na história do próprio Brasil, cujo período

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histórico é um dos mais significativos na busca do povo brasileiro pela construção das liberdades democráticas e consolidação das bases intelectuais nos estudos do jornalismo, da comunicação e da cultura brasileira como um todo, período no qual o País passava por momentos de maior grávida de sua vida política institucional com o Golpe Militar de 64 e a instauração do terrorismo; mas é também mergulhar na história de vida de um dos personagens central desta história considerado um dos mais polêmicos e instigantes pensadores do jornalismo no Brasil, o professor Emérito José Marques de Melo criador do Curso de Jornalismo nesta Universidade, cujas histórias estão profundamente cruzadas e são indissociáveis até hoje, pois mesmo criando o Departamento de Jornalismo da ECA-USP, em momento tão truculento do Brasil, Marques de Melo conseguiu imprimir ao projeto pedagógico e atividades culturais ali desenvolvidas da maior relevâncias, pluralidade e crítica.Não obstante seria punido ano mais tarde em 1974, por ter dado uma simples aula sobre o lead jornalístico, sendo acusado de difamador do Brasil e subversivo pela Ditadura Militar, tendo seus direitos cassados na USP, sendo anistiado somente no final dos anos 70.

É fundamental portanto, que tracemos umas sínteses do Brasil dos anos 50 (Desenvolvimentista do governo JK) e o dos anos 60 (Regime Militar) do ponto de vista histórico, econômico, político e cultural deste período, considerado como Anos de terror. Logo depois do golpe de 64 e principalmente no período 1968-74, quando cresceram os casos de torturas e mortes devidos à violenta repressão política, que revelaria a verdadeira face autoritária do novo regime brasileiro.

Mesmo antes, quando a Universidade de São Paulo foi criada pelo Decreto estadual nº 6.283, de 25 de janeiro de 1934, do governador Armando Salles Oliveira, o cenário brasileiro já era a de um contexto marcado por importantes transformações sociais, políticas e culturais, “tendo como mentor intelectual Júlio de Mesquita Filho, então diretor do Jornal O Estado de São Paulo que publicava artigos e estudos favoráveis á criação de uma universidade e sobre os problemas do ensino superior e universitário no Brasil”. Conforme os historiadores, “o primeiro reitor a administrar a universidade foi Reynaldo Porchat, da Faculdade de Direito, e a primeira aula inaugural foi ministrada pelo professor francês Pierre Deffontaines, da cadeira de Geografia Física e Humana”, demonstrando, assim desde o início, a sua origem com fortes traços da concepção do ensino europeu, que neste caso era o francês. Tendência esta já vindas desde 1927, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, instituição, à qual caberia a missão de integrar o conhecimento literário, humanístico e científico da nova universidade, e que mais tarde se subdividia em unidades autônomas. Os primeiros professores eram todos estrangeiros de origem francesa, italiana e alemã, que foram convidados para dar aulas na nova instituição.

A animação produzida pela presença dos estudantes no residencial bairro de Vila Buarque, em 1949, “transformada no maior centro nervoso das atividades estudantis, em São Paulo, local onde estavam as Faculdades de Filosofia e Letras estabelecida no suntuoso prédio da Rua Maria Antônia, os prédios da Faculdade do Mackenzie e da Faculdade de Arquitetura, da Faculdade de Economia, da Escola de Sociologia e Política, da Fundação Armando Álvares Penteado, não tardaria poucos anos depois em se transformar no cenário de lutas e resistência em favor da democracia do País”.

Já nos anos 50, a rua Maria Antonia ocupava destacado papel no panorama cultural brasileiro, momento no qual o Brasil vivia sob o ícone do desenvolvimentismo do governo JK. Não obstante, as políticas nacionais e internacionais passaram a viver momentos conflituosos no início dos anos 60, ganhando força em outubro de 1968, marcado pelas várias manifestações estudantis, que motivou a transferência da Faculdade para o distante campus da Cidade Universitária, sendo instalada em improvisados barracões, como forma de desarticulação política dos estudantes, pelo recente governo militar que havia se instalado no Brasil, relatam os historiadores.Não só o Brasil passava por momentos de inquietações econômicas e políticas, conforme os historiadores, mas o mundo em 1968 vivia a efervescência dos conflitos políticos, “a revolta dos estudantes na França, as manifestações estudantis

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nas Universidades da Califórnia, Berkley, a Primavera de Praga, a revolta dos negros nos Estados Unidos”.

O Brasil, em 1964 seria surpreendido pelo Golpe Militar. Já na posse de Humberto de Alencar Castello Branco como Presidente da República, em 15 de abril de 1964 o Marechal não deixava dúvidas a que vinha: “prometia muita repressão, aos que o movimento dos militares de 64, considerava traidores e para os quais, assumiriam toda truculência e força. Os traidores a que Castello Branco se referia eram os responsáveis pela desordem (estudantes, ligas de camponeses, intelectuais, etc.) e os que comunizavam o País, segundo o Marechal”.

2.1-Os traidores da pátria

Os traidores, segundo Castello Branco, estavam incluídos os grupos estudantis representados pela UNE, os professores, intelectuais, jornalistas; as cabeças das organizações de esquerda e das entidades de massa como o Comando Geral dos Trabalhadores; as Ligas Camponesas; a Frente Parlamentar Nacionalista; o movimento dos sargentos; dos marinheiros, etc. A repressão pregada por Castello Branco e o seu governo assumiram parecia ter dois objetivos: destruir no primeiro golpe com as prisões e as cassações dos que considerava “traidores” e impedir, pela mudança de qualidade do aparelho repressivo, uma rearticulação de curtos e médios prazos dessas forças sociais.

Dos 21 anos de autoritarismo militar (1964-1985), o período de 1964 a 1968 fora um dos mais perverso, com censura às artes, prolongada até 1984, momento em que se abriam às portas ao enlatados estrangeiros, como filmes, desenhos, literatura (gibis), modismos, alvitação do idioma português por expressões como as utilizadas para o consumo dos produtos também importados do país do Tio Sam: hot doogs; hamburgues, chiclets, coca-cola, chips; “estamos cercados de vídeo-cassetes, videogames, ataris; vestimos T-shirts e blue-jeans; skates; pranchas de surf; motocross; rocks e souls; bands; os jovens são beatniks, hippies e agora punks, etc.; com uma forte penetração da cultura americana no país; a entrada das multinacionais e principalmente a censura à imprensa brasileira. Não obstante, em 1950, o cenário cultural brasileiro também já era marcado pela reprodução da cultura americana: “ as crianças brasileiras já brincavam de bandido e mocinho, reproduzindo o famoso camôni, boy!, consagrado nas telas do cinema ... já dizíamos okay, morávamos num big país, líamos gibis; víamos filmes de far-west, Batman; Capitão Marvel, Jesse James e o mito John Wayne..” O brasileiro tomava coca-cola; passou a consumir o sorvete Kibon, era o tempo de ouvir fox trot, jazz e o boogie-woogie que seria depois substituído pela bossa nova dos anos 60, enquanto voavam nas asas da Panair (Pan Americana). Os EUA impunha a sua política de boa vizinhança, conhecida como American way of life, promovendo na verdade uma via de única mão nos países considerados de terceiro mundo e subdesenvolvidos, pois os EUA queriam sim impor a sua política de planejamento ideológico e conquista de mercado; “ além disto pretendia mostrar que esse processo de exportação cultural era parte integrante de uma estratégia mais ampla, que procurava assegurar no plano internacional o alinhamento do Brasil (e da América Latina) aos estados Unidos, que procurava afirmar-se como uma grande potência e centro de um novo sistema de poder no plano internacional. Por outro lado, “os pontos positivos desta American way of life se deram na difusão cultural norte-americana, contribuindo com o intercâmbio de idéias e a aquisição real de saber técnico e científico, mas de outro lado, ficavam claros o preconceito e o viés que orientavam boa parte desse intercâmbio, como também o fato de que essa difusão cultural constituía um elemento-chave de uma construção imperialista durante a guerra e o pós-guerra”, situação à qual os intelectuais, a classe trabalhadora e a esquerda brasileira e a classe estudantil viriam a se opor no início dos anos 60 anos em que o Exército tomou o poder no Brasil.

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2.2. Palavra proibida

O controle à palavra foi instaurado pelo regime militar em 64, não medindo forças para calar a imprensa, sobretudo no período 1968-78, quando usaram de pressões econômicas, violência e terror.No mesmo dia do golpe, a 1º de abril de 1964, historiadores afirmam que “destacamento dos fuzileiros navais ocupam o Jornal do Brasil, a Tribuna da Imprensa, o Globo e Última Hora. Nos meses seguintes, mas ainda de forma intermitentes vários jornais opocisionistas são fechados, como O Semanário, Novos Rumos (do PCB), O Panfleto, Brasil Urgente e outros”. Até o final do governo Castelo Branco, em março de 67, “funcionava uma espécie de censura branca, disfarçada. pressões policiais e econômicas do governo provocaram o fechamento das publicações que nasciam como é o caso da Revista Pif-Paf, de Millör Fernandes, que só resistiu oito edições, de maio a agosto de 1964”, Reunião, jornal da Editora Civilização Brasileira, não passam de três edições. Outros como a Folha da semana, e o jornal estudantil Amanha têm o mesmo destino, registra a história.

Em 1967, sob o governo Costa e Silva, o regime caminhará rapidamente para a institucionalização da censura, com a Lei de Imprensa e a Lei de Segurança Nacional. Em maio deste ano, por exemplo, é apreendido na gráfica o livro do Deputado Márcio Moreira Alves, Tortura e Torturadores, primeira sistematização das violências cometidas pelo regime. Em julho, por ter publicado na Tribuna da Imprensa um editorial contundente contra o mal, Castello Branco (falecido em desastre de avião no dia 19), o jornalista Hélio Fernandes é preso e mandado para a Ilha de Fernando de Noronha, relatam os historiadores.

2.3.O AI-5

Em 1968, quando o mínimo de resistência se organiza – com lutas populares e o incremento das ações de guerrilheiras -, o governo na ânsia de evitar, de qualquer maneira, que o noticiário possa gerar simpatia pelos que visavam ao fim do regime, dá uma guinada ainda maior para o terror aberto e sem escrúpulos, atingindo também a imprensa, com a edição do AI-5, em dezembro de 1968. É o período em que a Junta Militar toma o poder, em agosto de 1969, o episódio mais grave, relativo à Imprensa, será o que envolve o jornal Correio da Manha que mesmo tendo apoiado ao golpe, rapidamente passou a fazer oposição ao regime. Desta forma o Correio da Manhã sofreu atentado, teve sua redação invadida e sua circulação suspensa por cinco dias, finalizando suas atividades de forma definitiva em 11 de setembro de 1969, retratam as páginas escritas sobre esse nosso Brasil dos anos de 1964 a 1985.

Os atos arbitrários do regime militar não parariam por ai, agindo não somente contra a imprensa mas em todos os setores e contra o cidadão brasileiro. A censura estará presente na imprensa escrita (jornais, revistas e livros), radiofônica, televisiva, filmes, peças teatrais, publicidade, e principalmente na imprensa alternativa combativa, que será a vítima predileta da censura.

3. A Escola de Comunicações Culturais nasce em plena ditadura: José Marques de Melo sofrerá com as arbitrariedades da Reitoria da ECA

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Contraditoriamente ou pelo menos estranho, é que neste cenário de impedimentos às liberdades democráticas, principalmente a relativa à Imprensa e aos meios de comunicação em geral, é que se dá o interesse por criarem em São Paulo o Curso de Jornalismo na Universidade de São Paulo. Não obstante, é neste período (1966), em plena ditadura que começam a gestar as idéias e planificações da criação da Escola de comunicações Culturais da Universidade de São Paulo para o ensino do jornalismo, sendo,entretanto, que a primeira escola de jornalismo implantada foi a da Cásper Líbero (SP), depois e paralelamente, em Brasília na UnB, período em que alguns políticos, professores e intelectuais em São Paulo, também traçavam as diretrizes da criação da ECC, na USP, uma vez que passava a ser estudada a obrigatoriedade do diploma de jornalistas e a demanda desenvolvimentista da indústria cultural para os meios de comunicação passaram a exigir mão-de-obra qualificada dos profissionais que deveriam atuar no jornal, revista, televisão, rádio, publicidade e propaganda e relações públicas da época.

Uma das pessoas – chave deste episodio será o jornalista, advogado e professor alagoano, José Marques de Melo, discípulo de Luiz Beltrão em Recife, Pernambuco, que com os seus ainda e apenas 25 anos deixa Pernambuco para vir viver em São Paulo, motivado por questões políticas e também por questões de âmbito familiar como a morte de sua primeira filha por descuidos médicos logo ao nascer.

Em 1966, dois anos após o golpe militar e a deposição do primeiro governo de Miguel Arraes (PE), do qual fez parte, Melo ingressou na USP, tornando-se um dos fundadores da Escola de Comunicações Culturais – que em 1969 passaria a chamar-se Escola de Comunicações e Artes (ECA), como vimos a seguir nesta pesquisa. Em Recife (1966) Melo passou a ser intimado a depor em Inquéritos Policiais-Militares (IPMs), por isso resolveu deixar o nordeste e vir para o Sudeste, em São Paulo, com sua família, mas sofreria com as arbitrariedades cometidas pela Reitoria da USP.

Não obstante, o jornalista e professor alagoano iriam sofrer fortes represálias, vetos e impedimentos por parte da Reitoria da USP, sendo inclusive enquadrado no Decreto 477, levando-o a perder seus direitos de trabalho na USP e outras universidades públicas ao ser acusado de insuflar estudantes de jornalismo contra o regime militar instaurado no país, por uma simples aula de lead que dera, bem como pela II Semana de Estudos de Jornalismo, sobre o tema Censura e liberdade de Imprensa, que na verdade foi onde tudo começou até o seu impedimento de continuar na USP, direito este readquirido somente em 1979, com a anistia para outros professores da USP, que também tinha sofrido com a mão pesada do autoritarismo militar no Brasil.

3.1. Caminhos cruzados

José Marques de Melo formou-se em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica de Pernambuco, Recife, em 1964 e em Direito, em 1965 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Ainda enquanto estudante já integrava a equipe que montou o moderno jornalismo no nordeste brasileiro, no jornal Última Hora- Nordeste (que apoiava o governo de Miguel Arraes), cujas figuras marcantes de seu aprendizado foram à sensatez de Múcio Borges e a pedagogia do grito de Milton Coelho da Graça (experiente jornalista de esquerda). Mas como já vimos anteriormente este trabalho não pôde ter continuidade, pois o jornal fora fechado com o golpe dos militares em 1964, revelam os historiadores.

O currículum vitae de José Marques de Melo é longo e rico de experiências profissionais desde bem jovem: “De 1962 a 1964, com apenas vinte anos, desvinculado das atividades jornalísticas, foi chefe de gabinete do Secretário de Educação Germano Coelho, do governo Miguel Arraes e depois diretor do movimento de Cultura Popular em Pernambuco. Entre 1964 e 1966, coordenou o Serviço de editoração e Divulgação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), cuja

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permanência fora muito pequena , pois aconselhado por seu mentor intelectual, Luiz Beltrão, passou a integrar à equipe do Jornal do Comércio, atuando como repórter free lancer”.

Em 1965 passa a atuar como docente, sendo professor assistente de Técnica de Jornal e Periódico, na Universidade Católica de Pernambuco. “Luiz Beltrão o convida neste momento também para assumir a coordenação do Departamento de Investigação Científica do INCIFORM (Instituto de Ciências da Informação, da Universidade Católica de Pernambuco). José Marques de Melo tinha na época, apenas 21 anos. No INCIFORM realiza vários estudos de sondagens junto ao público receptor (leitores, telespectadores, etc), desenvolve no Departamento de Pesquisas do INCIFORM diversas pesquisas com o intuito de oferecer aos veículos de comunicação essas informações. A primeira pesquisa foi realizada em 1966 para o Jornal do Comércio, sendo publicada posteriormente pela revista comunicação & Problemas (Ano III, nº 7). Retoma ainda seu emprego público na SUDENE onde se deparou com problemas burocráticos e políticos, momento em que começa a idealizar a sua “fuga” do Nordeste”, relembra em suas entrevistas..

3.2. Perseguições políticas no Recife e a vinda do jornalista para São Paulo

Intimado a depor em Inquéritos Policiais- Militares (IPMs) no Recife, “Melo resolvera deixar o

ambiente ‘assaz opressivo’ do Nordeste e migrar para o Sudeste. Porém, teria agora de se defrontar com as arbitrariedades cometidas pela Reitoria da USP”, conforme diz a Revista ADUSP nº 33, outubro de 2004.De férias na SUDENE, vem para São Paulo, em junho de 1966, com o propósito de ficar vivendo aqui, tendo como seu primeiro emprego em São Paulo o INESE (Instituto de Estudos Sociais e Econômicos), como prestador de serviços, dedicado a pesquisas para empresas jornalísticas, agências de propaganda e instituições governamentais. Realizou projetos editoriais para a Editora Abril; Folha de S. Paulo, concomitantemente escrevia artigos para o jornal A Gazeta a convite de seu antigo chefe no Recife. Produziu projetos editoriais ainda para a Revista Realidade, nos conta.

Logo começa a lecionar jornalismo em São Paulo, inicialmente na Faculdade de Jornalismo Cáper Líbero, então vinculada à Universidade Católica de São Paulo. Desta forma, abandou completamente seu emprego público na SUDENE em Recife.Neste período recebeu de Luiz Beltrão um convite concreto para ir ministrar aulas em Brasília, mas como já havia tido a experiência de ter sido quase contratado pela equipe que havia sido demitida da UnB por questões políticas, sentiu-se impedido de aceitar o convite de Beltrão e decidiu-se por ficar em São Paulo.

4. 1966: JMM faz parte da equipe fundadora da ECC

Em 1966, cria-se a Escola de comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, na qual Marques de Melo participou desde a fundação, integrando a equipe fundadora, em 1966, e, ingressando por concurso público como professor instrutor da Disciplina introdução ao Jornalismo, cujo incentivador foi o professor Júlio Garcia Morejón.Em 1968, Marques de Melo, então com 25 anos, foi convidado a assumir a cátedra Técnica e Prática de Jornalismo na ECA/USP e já que a USP exigia dedicação exclusiva, abandou suas demais atividades profissionais como pesquisador e jornalista para dedicar-se integralmente à vida acadêmica.

Além de ter sido nomeado Regente de Cátedra de Técnica e Prática de Jornalismo, foi designado a ser Chefe do Departamento de Jornalismo, cuja implantação se fez sob a sua

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responsabilidade, nascendo ai o Departamento de Jornalismo (CJ), da Escola de comunicações Culturais da Universidade de São Paulo, conforme veremos a seguir através do estudo de suas primeiras gerações, período de 1968 a 1972, registrados no Dossiê Oficial deste Departamento.

Passados mais de trinta anos, ao nos debruçarmos nos documentos oficiais, mantidos em um Dossiê, dos Relatórios do CJ relativos ao período de 1968 a 1972, que explicam detalhadamente a construção do Departamento de Jornalismo na, hoje, Escola de comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, verificam em nossas análises, que não só a criatividade do jovem jornalista alagoano, recém-chegado a São Paulo, mas todo o seu dinamismo, vigor e principalmente a excepcionalidade de um ser humano e profissional à frente de seu tempo, construiu bases e pilares do ensino de jornalismo e da comunicação como um todo; sedimentando os estudos de graduação no jornalismo, pós-graduação em jornalismo; pesquisa e extensão; intercâmbios nacionais e internacionais.

Em plena ditadura, o projeto pedagógico adotado para o período de 1968 a 1972 (que sofria aprimoramento durante todo o período); já para o início do curso de Jornalismo na antiga ECC, não deixava de tratar os temas considerados fortes e censurados pelo regime militar; havia uma efervescência cultural e política, não só do ponto de vista brasileiro, mas como eram tratados temas candentes da América Latina, Europa, América do Norte, enfim todas as culturas ocidentais e orientais, como forma plural de se ver o mundo, refletidos nas obras cinematográficas, jornalísticas (escrita, radiofônica e televisiva); na literatura; nas artes plásticas, teatrais, música, dramaturgia, publicidade, relações públicas,designers, etc, embora os todos os ventos do regime autoritário militar conspirassem e soprassem sempre contra, levando-o em 1974 à perda de seus direitos adquiridos por ser cassado, por motivos políticos

Não obstante, em 1979 o processo de anistia política o traz José Marques de Melo de volta a seu posto na ECA/USP, permanecendo e finalizando em 1993, ao concluir sua gestão como Diretor da ECA/USP, e depois de haver cumprido 34 anos de serviço público. Agora, em 2002, retorna para o CJE-ECA, USP, como Professor Emérito, ministrando aulas no Programa de pós-graduação deste Departamento, retomando a disciplina Pensamento Jornalístico Brasileiro, do Núcleo de Jornalismo Comparado e para a qual tem levado vários projetos adiantes como o da Revista Pensamento Jornalístico Brasileiro: PJ:Br, que se encontra na sua terceira edição já aprovada pela CAPES; Grupo de Estudos do Pensamento Jornalístico Brasileiro entre outros inúmeros projetos que realiza no Brasil e no mundo, como os da Universidade Metodista de São Paulo; na Cátedra Unesco de comunicação; como presidente da Rede Alfredo de Carvalho; da INTERCOM; ALAIC, etc. O estudo que realizamos agora é fruto deste seu projeto.

4.1. Implantado o Departamento de Jornalismo da E. C. C - USP em 5 de fevereiro de 1968

O Estudo sobre o Dossiê Oficial da Criação do Departamento de Jornalismo (Relatórios das Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração – ECA-USP, 1968 a 1972), da então chamada Escola de Comunicações Culturais (ECC) da Universidade de São Paulo, hoje Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) é fundamental para se poder compreender o ensino de jornalismo contemporâneo, cujo valor histórico e seu resgate são essenciais, não somente para se compreender o desenrolar das atividades traçadas no CJE naquele período e quais foram os seus principais preceitos didático-pedagógicos no ensino do Jornalismo até os dias atuais, mas principalmente, também, para se compreender as mudanças ou não área do jornalismo que se ensina e se praticam no Brasil até os dias atuais, frente às novas demandas midiáticas da comunicação, tecnológicas, políticas e profissionais de

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um mundo globalizado; da sociedade do conhecimento; da sociedade inteligente e da informação, e, no qual estamos todos inseridos.

Estudamos, desta forma, cinco documentos oficiais, denominados Relatórios de Atividades do Departamento, que correspondem aos anos de 1968, 1969, 1970, 1971 e 1972. Estes documentos estavam organizados por um sumário, que, em geral, tratavam dos seguintes temas: I – Histórico; II – Estrutura; III Ensino; IV – Pesquisa; V – Experimentação; VI – Extensão Cultural; VII – Publicações; VIII – Administração e IX – Concurso de Reportagens (Sumário, Relatório de Atividades do CJ-ECC-USP, 1968, 1969; 1970; 1971 e 1972)2.

Todos estes Relatórios de Atividades do Departamento de Jornalismo têm a data de final de dezembro de cada ano e eram dirigidos ao Diretor da Escola de Comunicações Culturais. No final de 1968, o Diretor do Departamento de Jornalismo da ECC, apresentou seu Relatório ao então Diretor da ECC, Prof. Dr. Antonio Guimarães Ferri, que a título de não só curiosidade, mas por se tratar de um elemento histórico de nosso País, o diretor Ferri tinha como membros do seu Conselho Técnico Administrativo os seguintes professores: Dr. Alfredo Buzaid; Prof. Dr. Laerte de Almeida Moraes e o Professor Dr. Reynaldo Furlanetto3.

4.2. A primeira geração de professores do CJE-ECA-USP

As primeiras gerações dos docentes ali contratados pelo seu primeiro diretor, o hoje Professor Emérito José Marques de Melo, criador do Departamento de Jornalismo na USP eram, também, em geral profissionais já bastante qualificados e que deixaram marcas profundas na formação de um modelo referência de escola de jornalismo no Brasil. Referência esta que se dá, tanto em nível nacional como internacional, primando pelo seu prestigio e excelência no ensino da graduação e do pós - graduação, pesquisa, extensão e administração.

Desta forma, a Primeira Geração de docentes inicial do CJ-ECC-USP, no ano de 1968 era composta dos seguintes professores: José Marques de Melo (Professor – Regente); Flávio Galvão (Professor-Colaborador); José Freitas Nobre (Professor - Colaborador); Alfredo Weissflog (Professor- Instrutor); Hélcio Deslandes (Professor Instrutor-Voluntário) e Francisco Morel (Professor- Instrutor Voluntário)4.

4.3. Personalidades

Todos os cinco professores e mais o próprio José Marques de Melo, contratados em 1968 para darem início ao Curso de Jornalismo na ECA, USP são hoje considerados grandes personalidades públicas elos grandes serviços prestados à comunidade acadêmica e também como profissionais em suas diferentes áreas de atuação. Também já, em 1968, estes professores foram contratados exatamente por serem profissionais diferenciados e capacitados, cujo perfil profissional era invejável e a contratação se deu ao já apurado faro de José Marques de Melo, que desejava compor uma equipe para seu quadro docente formada pelo que havia de melhor, não só em nível profissional-acadêmica, mas também como seres humanos destacáveis, cujo efeito e resultados positivos dos trabalhos por eles realizados já se fariam conhecer logo ao final deste primeiro ano letivo.

4.4. A estrutura departamental

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A Estrutura departamental adotada foi a que contemplada as quatro pilastras básicas que compõem uma formação superior adequada e completa e ao mesmo tempo criativa e crítica. Desta forma, o Departamento obedeceu à seguinte divisão de tarefas: Ensino, Pesquisa, Experimentação e Extensão Cultural. Vejamos que havia de forma criativa e original um espaço para a EXPERIMENTAÇÃO, considerada pelos educadores modernos um avanço em termos educacionais. Das atividades de Ensino os alunos trabalharam com a teoria e a prática de se produzir jornal e periódico; em Pesquisa se trabalhou na construção do Arquivo de Documentação Jornalística, na criação de um Museu da Imprensa e na implantação do Centro de Pesquisas de Jornalismo Comparado e da Hemeroteca e, em Extensão Cultural o CJ manteve vários contatos com entidades congêneres do Brasil e do Exterior; editaram-se publicações especializadas, entre outras atividades acadêmicas13.

No Ensino se privilegiou o exercício das práticas profissionais em consonância com os estudos e embasamentos teóricos críticos, sendo oferecidas as seguintes disciplinas: “Práticas de Rádio e Telejornalismo; Jornalismo Especializado; Jornalismo Comparado e Administração de Empresas Jornalísticas. Os alunos ainda puderam receber aprendizados sobre Jornalismo Informativo; Jornalismo nas Agências Noticiosas; Jornalismo Interpretativo; Artes Gráficas; Processos de Impressão e Fotojornalismo”14.

O CJ deu ênfase ainda à Extensão Cultural, mantendo intercâmbios sistemáticos com entidades congêneres do país e do exterior, editou publicações, realizou conferências e prestou assessoramento especializado. O CJ recebeu as seguintes visitas: Professor Darwin Brandão (Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro); Professor Jacques do Parado Brandão (Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Minas Gerais); Professor Roberto Emerson Câmara Benjamin (Diretor do Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco); Prof. Luiz Beltrão (Diretor da Revista Comunicação & Problemas e coordenador do Curso de Jornalismo Polivalente da Fac. De Filosofia Epitácio Pessoa – Brasília); Prof. Guadêncio Torquatro do Rego (Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero); Prof. Perci Moro (Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná); Professor José Seixas Patriani (Coordenador do Centro de Pesquisas de Comunicação Social da Fac. De Jornalismo Cásper Libero); Profa Maria José de Andrade Lima (do Curso de Jornalismo da Fac. De Filosofia Epitácio Pessoa – Brasília); Prof. Roberto Escardó (Diretor da Fac. De Ciencias de la Información y de Opinión, de la Universidad Museo Social Argentino- Buenos Aires)15.

Esta visão futurista e de mundo, de interações e intercâmbios nacionais e internacionais que marcou desde o início a política e projeto pedagógico do CJ-ECC-USP e todas as gestões de Marques de Melo é traço característico da personalidade do próprio Maques de Melo e que deu maior visibilidade ao ensino de jornalismo na USP. Já em 1968 o professor José Marques de Melo mantinha contatos com instituições e entidades estrangeiras e internacionais. Neste ano de 1968, o CJ contatou e se fez representar nas seguintes entidades: Associação Internacional de Estudos e Pesquisas Sobre a Informação (AIERI), com sede em Lousanne (Suíça); o Centro Internacional de Estudos Superiores de Periodismo para a América Latina (CIESPAL), com sede em Quito (Equador); Federação Católica Internacional dos Docentes e Pesquisadores da Comunicação, com sede em Pamplona (España); União Latino-americana de Imprensa Católica (ULAPC), com sede em Montevidéu (Uruguai); Federação Latino-americana das Escolas Católicas do Jornalismo, com sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; Instituto Belga de Informação e Documentação (INBE), com sede em Bruxelas (Bélgica); Instituto Francês de Imprensa (IFP), com sede em Paris (França); Centro Internacional de Estudos Superiores de Jornalismo (CIESL);Conselho Nacional de Imprensa, da Espanha (Madrid); Centro de Estudos dos Técnicos de Difusão Coletiva (CETEDI);com sede em Bruxelas (Bélgica)16.

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4.5. Valorização de eventos e publicações

José Marques de Melo também valorizou deste o início à realização de eventos de toda natureza e publicações de obras sobre os mesmos ou resgatando memórias sobre o ensino e a pesquisa em jornalismo, comunicação e cultura. Promovem seminários, mesas-redondas, congressos sobre os temas mais candentes que ocorrem no país e no mundo voltados para a comunicação em seus diversos setores e aspectos. Assim, o ano de 1968, embora tenha sido rico em atividades, com projetos realizados pelos alunos e professores, alguns entraves burocráticos tenham impedido a realização de algumas das atividades propostas como, por exemplo, o convênio com o Serviço de Documentação. Alguns dos eventos realizados em 1968 pelo CJ foram: Seminário Esso de Jornalismo (RJ); Mesa-redonda sobre Pesquisa em Cinema e TV na América Latina; Congresso Brasileiro de Radiodifusão Rural e Seminário sobre Economia e Informação17.

Importante também ressaltar o quanto foi profícuo o item publicações, pois foram publicados 14 estudos todos referentes ao jornalismo, os meios de comunicação e sua linguagem. São eles: Boletim do Departamento de Jornalismo – Ano I nº 1 (março); Diretrizes para um jornal – Laboratório (José Marques de Melo); Bibliografia Brasileira de Pesquisa em Comunicação (José Marques de Melo); Jornalismo Industrial, uma Especialização (Kardec Pinto Vallada); Boletim do Departamento de Jornalismo – nº 2 (Junho); Captação da Notícia e acesso às fontes de informação (Flávio Galvão); Para um estudo da linguagem da imprensa brasileira (Zdenek Hampeja); III Seminário Esso de Jornalismo – Teses; Marshall McLuhan: prós e contras; Boletim do Departamento de Jornalismo – nº 3 (setembro); A aventura da notícia (Luiz F. Mercadante);Técnica do Lead (José Marques de Melo); Uso dos meios de Comunicação da Universidade de São Paulo (Relatório de Pesquisa)18.

Em sínteses, para um curso que mal acabava de nascer, 1968 foi um ano de muita produção acadêmica, embora tenha havido muitas dificuldades e entraves burocráticos para se dar conta do projeto pedagógico proposto e aceito pelo Conselho Universitário da E.C.C – USP, ao que diz respeito a sua estrutura básica que era: Ensino, Pesquisa, Experimentação e Extensão Cultural.

O CJ fará ainda relacionamento e intercambio com os vários departamentos da ECC e da USP como um todo, ministrando também cursos monográficos aos alunos de outros departamentos da E.C.C: Departamento de Relações Públicas – Jornalismo e Técnica de Redação (Professor Flávio Galvão); Departamento de Ciências e Técnicas da Comunicação –Mensagem e Canal no Jornalismo (Professor José Marques de Melo) e para o Departamento de Estudos Históricos e Filosóficos – Jornalismo no período entre guerras (Professor Flávio Galvão e Freitas Nobres)19.

5. As primeiras linhas de pesquisa do CJ

José Marques de Melo já desde os primeiros dias do funcionamento do CJ planeja as primeiras linhas de pesquisas que serão desenvolvidas, alavancando assim a produção acadêmica na época.Em termos de pesquisa, em 1968, o CJ já havia programado em 1967, quando do planejamento de sua implantação, algumas linhas de pesquisas que deveriam seguir. Estava programado que a cadeira de Introdução ao Jornalismo se realizariam as pesquisas e trabalhos de tabulação, análise e interpretação dos resultados de dois objetos de estudos: Uso dos meios de comunicação na Universidade de São Paulo e Escolha de um nome para o Jornal-Laboratório da Escola de Comunicações Culturais. Estas pesquisas que tinham sido iniciadas em 1967 foram concluídas em 196820.

Segundo o documento oficial do CJ-ECC (1968), pág. 7 “as atividades programadas para 1968 estiveram diretamente relacionadas com a implantação dos seguintes órgãos complementares: Centro

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de Pesquisa de Jornalismo Comparado; Museu de Imprensa; Hemeroteca e Arquivo de Documentação Jornalística”21.

Já neste ano de 1968 o Centro de Pesquisa de Jornalismo Comparado realizou estudos iniciais com alunos voluntários: um estudo de morfologia e conteúdo dos Jornais Diários de São Paulo, sob a direção de José Marques de Melo. O modelo seguido foi o de um estudo anterior realizado com o patrocínio da Folha de S. Paulo, com o objetivo de avaliar as mudanças introduzidas na imprensa paulistana, num período de um ano, sob a influência dos novos, processos de impressão e a elaboração do noticiário. Nesta mesma perspectiva, outro projeto importante realizado pelo CPJC foi o estudo de um acontecimento especial noticiado na imprensa de São Paulo, que era sobre o “primeiro transplante de coração na América Latina, realizado pela equipe do Dr. Zerbini; cujo objetivo era o de analisar o tratamento técnico e editorial dado pelos jornais de São Paulo à cobertura dessa ocorrência de grande repercussão em todo o país”22.

5.1. Construindo o Museu de Imprensa

As atividades relativas ao Museu de Imprensa também logram grandes avanços, pois em 1968 conseguiram-se importantes doações: 1 – A Opinião Editorial pela Imagem – exemplar do primeiro estudo de Jornalismo Comparado no país; 2 – Primeira Edição da Folha da Tarde, impressa pelo sistema offset; 3- Primeira edição da Última Hora, impressa pelo sistema offset; 4- Edição 000 (dominical) do jornal Última Hora, que passa a adotar exclusivamente o jornalismo interpretativo; 5- Primeiro número de Revista Veja, editado pela Editora Abril; 6- Primeiro número do jornal Popular da Tarde, editado pelo Diário Popular; 7-Edição especial da Realidade dedicada à mulher brasileira e que foi apreendida pela Justiça, sendo posteriormente liberada pelo Supremo Tribunal Federal; 8 - Primeiro número da revista Mundo Econômico; 9- Número “O” da Revista ARS Curandi; 10- Edição piloto do Suplemento feminino (A Mulher) da Folha de S. Paulo; 11 – Exemplares de jornais estrangeiros, principalmente latino-americanos; 12 – Exemplares dos primeiros jornais editados pelos cursos de Jornalismo do país e os criados no exterior; 13 – Edição especial do Jornal da Tarde sobre transplante de coração no país (contemplada com o Prêmio Esso de Jornalismo de equipe -1968)23.

5.2. Construindo a Hemeroteca

Com a Hemeroteca (1968) a contribuição para o seu acervo conseguido não foi diferente: O Estado de S. Paulo; Notícias Populares; Última Hora (SP); Folha de S. Paulo; Folha da Tarde; Diário da Noite; Diário de S. Paulo; Jornal da Tarde; Diário Popular; Diário Com. E Indústria de SP; Correio da Manha; Jornal do Brasil; Tribuna da Imprensa; Última Hora (GB); Última Hora (MG); O Globo; A Tribuna de Santos; Jornal do Comércio (Recife); A Tarde (Bahia); Gazeta Mercantil; Correio do Povo (Porto Alegre); São Paulo Shimbum; Cidade de Santos; Fatos e Fotos; Manchete; Veja; Realidade; Jóia; Time; Life; Banas Informa; Diversas publicações científicas; Diversas publicações de Empresas; Diversas publicações sobre Jornalismo; Diversos Jornais Universitários24.

Todas estas publicações o CJ conseguiu como doações, mas em sistema de assinaturas, isto é, a Hemeroteca recebia os jornais diariamente e as revistas a cada nova edição.

5.3. O processo de construção do Arquivo de Documentação Jornalística do CJE

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Da mesma forma o Arquivo de Documentação Jornalística foi organizado inicialmente por recortes de temas importantes, mediante a aquisição de uma assinatura do Lux Jornal e também, o acervo tendo em vista a colaboração das principais empresas jornalísticas do país, que passaram a fornecer gratuitamente, sob forma de assinatura, exemplares de jornais diários e revistas. Estas informações não só eram usadas pelos docentes, discentes da ECC, mas por toda a comunidade acadêmica e científica da USP e também de outros pesquisadores e jornalistas fora da Universidade25.

6. Administração: Marques de Melo usa da criatividade para solucionar a crise econômica na USP

A riqueza da proposta pedagógica implementada por José Marques de Melo e sua equipe para dar início às atividades do Departamento de Jornalismo era grande, mas necessitava de uma infra-estrutura ampla também por parte da administração da Universidade de São Paulo, que nem sempre pôde dar os recursos necessários, devido a grande crise em que estava mergulhada a universidade naquele ano.

Em 1968 a Universidade de São Paulo vivia em uma grande crise, principalmente a E.C.C, em vistas das rotinas burocráticas o que impediam o total desenvolvimento das atividades de Experimentação. Assim sendo, por não poder utilizar os laboratórios de oficinas gráficas, a direção do CJ de forma alternativa, passa a editar um jornal especializado, o Jornal da ASUSP – dirigido aos funcionários da USP, em convênio com a Associação da classe do funcionalismo da USP. Foram realizadas três edições deste jornal26. A falta de infra-estrutura material e dos equipamentos dos laboratórios fez com que os alunos se mobilizassem na luta por melhores condições. Paralelamente a direção do CJ implementava outra atividade, a da Agência Universitária de Notícias (AUN), órgão que se destina a preparar e distribuir material noticioso à imprensa em geral, especialmente à imprensa estudantil. Não obstante, segundo o doc. Oficial do CJ houve enfrentamento dos alunos com a administração central da USP:

“Durante a realização da Mesa - Redonda sobre a Pesquisa em TV e Cinema na América Latina, patrocinada pela UNESCO, nesta Escola, os alunos de Jornalismo passaram a trabalhar na cobertura dos acontecimentos daquele certame, preparando boletins diários da AUN, distribuídos a todos os jornais de todo o país. Este trabalho inicialmente realizado sob a direção dos professores do Departamento, apresentou bons resultados pedagógicos. Lamentavelmente, foi interrompido quando os alunos ocuparam as dependências do Pavilhão B-9, onde funciona o Departamento de Jornalismo, bem como os outros Departamento Profissionais desta Escola”27.

6.1. 1969: Diretor, docentes e discentes do CJ lutam por melhores condições de trabalho e infra-estrutura

O ano de 1969 para o CJ da ECC-USP foi marcado pela formulação de diretrizes no campo pedagógico; constituição de uma infra-estrutura de serviços técnicos necessários à formação profissional dos jornalistas. Também para este ano de 1969 estavam programadas as seguintes atividades, segundo o Sumário do Doc. Oficial do CJ: Histórico; Estrutura; Ensino; Pesquisa; Extensão Cultural, Experimentação; Publicações; Administração e Concursos de Reportagens.

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Marques de Melo continuaria ampliando seu quadro de docentes, cuja equipe e perfil profissional era montada com profissionais de melhor nível. Esta também é uma das artes do Mestre JM. De Melo: formar equipe de profissionais competentes. Thomas Farkas viria fazer parte deste corpo de professores para ministrar História da Imprensa, cujo potencial é enorme, com habilidades não só no jornalismo, mas nas ciências e artes do cinema, da pintura e da literatura; bem como Francisco Guadêncio Torquatro prêmio Esso de Jornalismo. Assim, fizeram parte deste ano letivo os seguintes professores: José Marques de Melo, que além de Diretor do CJ, era o “regente” da disciplina Técnicas de Jornal e Periódicos –I e Francisco Guadêncio Torquatro, como professor instrutor; Flávio Galvão (Professor Colaborador), com a disciplina Técnica de Jornal e Periódico I; HeIcio Deslandes (Professor –Instrutor), ministrando Artes Gráficas e Diagramação; José Freitas Nobre (Professor- Instrutor), com a disciplina história da Imprensa e Thomas Farkas (Professor-Instrutor), lecionando Fotografia e Fotojornalismo28.

Neste ano de 1969 os projetos iniciados em 1968 continuaram sendo desenvolvidos como o Museu de Imprensa, que teve suas obras atrasadas; campanhas de doações de obras, livros, jornais e periódicos nacionais e estrangeiros. Para estas tarefas participavam professores, alunos e alunos – monitores. No dia 11 de agosto de 1969 o Museu de Imprensa, que infelizmente hoje não existe mais no CJE-ECA, foi inaugurado e reconhecido oficialmente pelo Conselho Universitário da USP, cujo nome era Julio de Mesquita Filho, falecido em julho daquele ano.

Outros dois projetos importantes para a consolidação da pesquisa no, então, CJ da ECC foram:A Hemeroteca também foi construída com toda dificuldade e determinação de alunos e professores do CJ, material que seria microfichados29. Esta Hemeroteca foi fundamental para a pesquisa de todos os departamentos da ECA bem como de alunos e docentes pesquisadores da área. e o Arquivo de Documentação Jornalística, que havia se iniciado em 1968 e que passa a ser mais bem estruturado em 1969, com um número significativo de títulos e volumes de obras sobre o Jornalismo; Arquivo de fotografias e de diapositivos e, fundamentalmente, Arquivo de recortes de jornais que serviram aos pesquisadores não só da ECA, mas do Brasil como um todo, pois se tratava de um arquivo criteriosamente estruturado30.

6.2. Proposta Pedagógica: a dialética teoria e prática sempre presentes

A conjugação da teoria e da prática no desenvolvimento do ensino programado pelo Projeto Pedagógico do Curso de Jornalismo implantado por José Marques de Melo esteve sempre presente, motivo pelo qual se alcançou pleno êxito, servindo de modelo para os demais cursos de jornalismo no País e na América Latina já no seu segundo ano de funcionamento. Em 1969 a programação de conteúdos foi assim organizada:continuou-se com os cursos monográficos: Técnica de Jornal e Periódico –I (Teoria e Metodologia de Jornalismo -1º semestre e Jornalismo Informativo-2º semestre); Artes Gráficas e Diagramação (Artes Gráficas (1º semestre) e Diagramação (2º semestre); História da Imprensa (História da Imprensa e do Jornalismo (1º semestre) e História dos demais meios de difusão (2º semestre); e no terceiro ano: Técnica de Jornal e Periódico II (Funções de Direção e Secretaria no Jornalismo (1º semestre) e Jornalismo Opinativo (2º semestre); Fotografia e Fotojornalismo (Fotografia Básica (1º semestre) e Fotojornalismo (2º semestre) e, Jornalismo Audiovisual (Radiojornalismo (1º semestre) e Telejornalismo (2º semestre))))))31.

6.3. As primeiras pesquisas

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É importante notar que todas estas disciplinas desenvolviam não só os elementos teóricos, mas também os práticos, voltados para a realidade do mercado profissional das redações de jornais e emissoras de rádio e televisão existentes no Brasil naquele ano. O CJ neste ano de 1969 (estávamos em plena Ditadura) produziu muito como podemos ver ao que diz respeito a pesquisas, cujos projetos foram os seguintes: Funções de Direção e Secretaria na Grande Imprensa Paulista (Pesquisa de campo realizada pelos alunos do 3º ano, sob a orientação do Professor Flávio Galvão); Opinião no Jornalismo Brasileiro (Análise de conteúdo, enfocando preferencialmente o Jornalismo Opinativo; estudo realizado nos jornais diários das principais capitais brasileiras – alunos do 3º ano, coordenação do Professor Flávio Galvão); Levantamento da imprensa Paulista no período 1945-1969 (Pesquisa realizada pelos alunos do 3º ano, sob a direção do Professor Freitas Nobre)32.

Ainda sobre o item Pesquisa é importante registrar que estas atividades “estiveram vinculadas principalmente à organização e no início de funcionamento de órgãos básicos para o desenvolvimento de projetos de investigação na área de Jornalismo, nos próximos anos. Esses órgãos, incluídos na estrutura do Departamento, desde 1968, eram o Centro de Pesquisa de Jornalismo Comparado; Hemeroteca e o Arquivo de Documentação Jornalística. Houve muitas barreiras burocráticas e problemas criados pela deficiência de espaço físico, mas mesmo assim os trabalhos foram iniciados”:

“...o objetivo de testar instrumentos de análise científica, nos campos de morfologia e conteúdo de jornais”, registra o documento, que “sob a direção do Professor José Marques de Melo, e como trabalho complementar do curso de Teoria e Metodologia do Jornalismo, os alunos do 2º ano participaram de um projeto de pesquisa sobre a Imprensa de Bairros em São Paulo”. Este trabalho, segundo o documento, “foi dividido em quatro fases: Estudo do comunicador; Estudo do Canal; Estudo da Mensagem; Estudo do Público receptor”33.

6.4. Publicações: a arte de Deslandes e a consistência conteudísticas dos professores pesquisadores

Com o planejamento das atividades de pesquisa e a organização dos setores de produção e pesquisa, J. M. de Melo conseguia fazer funcionar um verdadeiro centro de estudo, pesquisa e produção do saber jornalístico, bem como da divulgação do mesmo, com competência, arte, qualidade e demandas cada vez maiores. Este celeiro de produção se refletiu, em 1969, da seguinte forma: contando com a supervisão e o planejamento gráfico de Hélcio Deslandes, o volume de obras editadas foi vasto. Citaremos apenas algumas delas a título de documentação: 1- Boletim do Departamento de Jornalismo – Ano II – nº 4 (março); 2 – Introdução a McLuhan (Benedito Ferri de Barros); 3 – Hipólito da Costa – A Ação Social e Política do Correio Braziliense (Carlos Rizzini); 4- A Reforma do Ensino de Jornalismo (José Marques de Melo); 5 – Boletim do Departamento de Jornalismo – Ano II – nº 5 (Junho); 6 – Bibliografia Brasileira da Pesquisa em Comunicação (José Marques de Melo); 7 – Boletim do Departamento de Jornalismo – Ano II – nº 6 (outubro)34.

Além disto individualmente, os professores do CJ publicaram muitas obras entre ensaios, artigos e livros: a) Artigos e Ensaios de José Marques de Melo (Telenovelas: cartase coletiva). Vozes. Petrópolis. Nº 1, Janeiro de 1969 transcrito pela revista Vox Christiana, nº 5, editada na Alemanha, em setembro, 1969; Composição da audiência do Rádio em São Paulo- Comunicações e Problemas, nº 10- Recife/Brasília, março de 1969; A reforma do ensino de jornalismo – Cadernos de Temas da Comunicação Social, nº 9 – Fac dos Meios de Comunicação Social – PUC de Porto Alegre, fev. de 1969; Ciências de la información: clasificación y conceptos – Estúdios de Información, nº 9. Madrid, Janeiro/Março de 1969; Conteúdo das revistas em quadrinhos no Brasil. Vozes. Petrópolis, nº 7. Julho

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de 1969; Comunicação, cultura de massas, cultura popular. Vozes, Petrópolis, nº 10. Outubro de 1969; Periodismo semanal ilustrado – Estúdio comparativo de cinco revistas semanales. Revista Española de la Opinión Pública. Madrid, 1969; Bibliografia Brasileira da Pesquisa em Comunicação (2ª edição) – CJ – ECC; Análise morfológica e de conteúdo de 10 jornais paulistanos – Revista da ECC, nº 2 35.

Marques de Melo, por seu lado, além de desenvolver todas as atividades administrativas com maestria e criatividade, jamais deixou de pesquisar e levar a público os conhecimentos adquiridos. Ainda neste ano sete resenhas de temas ligados ao jornalismo, folclore, profissão e dos meios de comunicação. O professor e jornalista Flávio Galvão igualmente publicou em 1969 vários artigos e ensaios, como, por exemplo, O jornalismo antes da tipografia; Fandango tem diversos nomes; A imprensa informativa; Da contingência do jornalismo; Justiça comum para processo de jornalista e Abram alas para os guardas da Rainha. Já o professor Guadêncio Torquatro do Rêgo publicou os seguintes artigos: Jornais precisam dar mais notícias em profundidade – Cadernos de Jornalismo e Comunicação, nº 18 – Guanabara – Janeiro de 1969; Jornalismo Católico no País: uma visão crítica - Revista Vozes, nº 1 – Petrópolis, Janeiro de 1969 e Imprensa Brasileira contemporânea – Estudo Analítico- Correio do Livro , Outubro de 1969 36.

6.5. Experimentação em 1969: JMM enfrentando os entraves tecnológicos e burocráticos

No campo da Experimentação também em 1969 o CJ não logrou esta atividade pedagógica como havia programado anteriormente, devido à “ausência do equipamento infra-estrutural para uso de professores e alunos”. Segundo o Doc. Oficial do CJ (1969):

“Não obstante, a Oficina Gráfica estivesse quase toda equipada (constituída de tipografia, linotipo, máquina de tirar provas, guilhotina, máquina de grampear, mesa de paginação, mesa de retoques, etc), a sua instalação não foi possível por falta de espaço físico. Com o atraso na entrega do novo prédio da Escola de Comunicações Culturais, a instalação do equipamento foi adiada para o próximo ano letivo. Completando o equipamento já disponível.. estavam sendo importados na época ... uma máquina impressora offset, uma máquina de dobrar em cru e um equipamento de fotolito. Previa-se o funcionamento total desse complexo industrial, servindo como laboratório e como executor de trabalhos comerciais para a Universidade, ainda no primeiro ano de 1970”37.

Não obstante, mais este obstáculo administrativo em termos de infra-estrutura tecnológica não significou desestímulo a continuação dos propósitos engendrados para a implantação das oficinas tecnológicas de experimentação por J. M de Melo.A Direção de José Marques de Melo não mediu esforços em suprir tais deficiências e o “Departamento de Jornalismo programou a publicação de cinco edições - piloto de um periódico quinzenal – JORNAL – tratando de assuntos relacionados com os diversos setores da Comunicação de Massas, e circulou entre alunos e professores da ECC, bem como nas demais Escolas de Jornalismo e Comunicação do País”, afirma o Doc. Oficial do CJ (1969). Ainda conforme o Documento do CJ, “O projeto foi coordenado pedagogicamente pelas disciplinas de Técnica de Jornal e Periódico; Artes Gráficas e Diagramação e Fotografia e Fotojornalismo”. A impressão deste jornal foi feita em gráfica comercial38.

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A alternativa encontrada pelo Diretor do CJE, Professor José Marques de Melo foi a já utilizada no ano de 1968, repetindo a experiência de realizar mais três edições do ASUSP, periódico destinado aos funcionários da Universidade de São Paulo.

6.6. Palavras duras e fortes em busca de esclarecer a verdade: respostas de José Marques de Melo ao Of. Circ. 108/69:

Não obstante, o Ano de 1969 para o CJ da ECC tenha se caracterizado também e marcado pelas lutas internas de alunos, professores e chefe de Departamento por melhores condições de infra-estrutura e trabalho pedagógico com a Administração Central. Veja Documento de 10 de fevereiro de 1969, com 30 páginas do Diretor (Chefe) do Departamento de Jornalismo, Professor José Marques de Melo ao Exmo. Sr. Prof. Dr. Antonio Guimarães Ferri, então Diretor da Escola de Comunicações Culturais da Universidade de São Paulo, no qual José Marques de Melo mostrava os fatos como eles eram; os trabalhos realizados e a sua competência em realizá-los, não admitindo, portanto, que as instâncias superiores da ECA-USP negligenciassem em pontos nevrálgicos e fundamentais de um Projeto Pedagógico que até então se mostrara de todo positivo e já dava muitos frutos, tendo, inclusive o CJ vir merecendo elogios e servindo de modelo para muitas outras escolas de comunicação que começavam a surgirem em todo o País.

O Of. Circ. 108/69 de 30 de janeiro de 1969 expedidos pelo Diretor da ECC, Prof. Dr. Antonio Guimarães Ferri ao Diretor do CJ, Professor José Marques de Melo cobrando explicação sobre a condução do Curso de Jornalismo se deu em virtude de alguns alunos terem se mobilizado e encaminhado um documento ao senhor Ferri no qual denunciavam que o curso não estava sendo conduzido bem e que não podiam realizar suas aulas práticas. Travavam-se logicamente de inverdades e afirmações de má fé, pois durante o percorrer dos dois anos do curso de jornalismo do CJ, da ECC, os extensos relatórios demonstram exatamente o contrário: mesmo com a burocracia emperrada da USP, o CJ não se deixava abater e encontrava sempre uma alternativa criativa para suprir as deficiências da Administração central da ECC e da própria USP. Marques de Melo não se deixou intimidar e rebateu em extenso documento todas as inverdades ditas por alguns alunos que usaram de ma fé e inverdades sobre o curso que já era sucesso nacional e internacional39.

6.7. Ousadia, efervescência cultural e reflexão crítica

Percebe-se que embora houvesse muitas dificuldades estruturais e administrativas por parte da Administração Central (a Reitoria), o CJ mantinha suas atividades com muita produção e realização de publicações e eventos. Para se ter uma idéia de março a setembro de 1969 foram organizados 13 eventos e mais uma semana de estudos sobre o jornalismo. Os temas dos eventos eram os mais instigantes possíveis: O Festival Internacional de Cinema; Marat - Sade: Teatro e Cinema; O conflito Sino-Soviético; O Caráter Linear da Comunicação Lingüística; Jornalismo e Literatura; Um repórter em Vietnã; Avaliação Crítica do Telejornalismo Brasileiro; Hipólito da Costa – Ação Social e Política do Correio Braziliense; Novas Tendências na Diagramação de Jornais e Revistas; Linguagem na Imprensa; Jornalismo Brasileiro no Século XX; Leiturabilidade em Jornais e Revistas; A Imprensa como fonte de informação histórica e a Semana de Estudos de Jornalismo “Jornalismo Sensacionalista”. Temas, que hoje, ainda seriam obrigatórios serem re-estudados nos cursos de jornalismo atuais40.

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Somente por esta programação tão rica culturalmente e, em plena ditadura, se pode ver como o CJ já nasceu ousando e oferecendo o melhor dos estudos em jornalismo, cuja preocupação era a de uma formação técnica, mas também crítica para se tornar um jornalista - cidadão do mundo. O CJ fecharia 1969 com chaves de ouro, dando, inclusive, como já comentamos acima, assessoria e consultoria para muitas escolas de comunicação que começaram a surgir em todo o Brasil, pois já se considerava a ECA como um modelo a ser seguido nacionalmente.

7. 1970: decretos alteram as nomenclaturas de CJ para CJE e E. C. C para E. C. A

O ano de 1970 para o Curso de Jornalismo da ECC da USP começa com muito vigor, renovando-se a cada momento. Até a capa do Documento Relatório de Atividades em 1970 recebeu uma diagramação especial e belíssima graficamente, cuja obra artística era a do Professor Hélcio Deslandes, que desde aquela época já se mostrava um exímio designer gráfico. O Relatório fazia um levantamento da safra já produzida no ano anterior, com a Série Jornalismo e Editoração. Também em 16 de dezembro de 1969, ocorreram as chamadas Reformas Universitárias, que foi instituída em 1970 (Decreto 52.326) e a então Escola de Comunicações Culturais passou a ser chamada de ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES e o Departamento de Jornalismo passou a se chamar DEPARTAMENTO DE JORNALISMO E EDITORAÇÃO, conforme Portaria GR 1023/70, de 5 de janeiro de 1970)41.

Com todas estas mudanças José Marques de Melo ampliou o quadro de professores, trazendo para a sua equipe outros personagens do jornalismo de mérito reconhecido em nível nacional: Juarez Bahia, Gileno Fernandes Marcelino, além dos professores colaboradores e dos alunos monitores, que hoje também são nomes de destaque no jornalismo como José Coelho Sobrinho, Carlos Marcos Avighi e Ethevaldo Siqueira.Segundo o Documento Oficial do Departamento de Jornalismo, agora CJE e da também, agora, chamada Escola de Comunicações e Artes – ECA-USP, “até abril de 1970, o CJE teria como diretor o Professor José Marques de Melo (regente de Cátedra, Ref. MS-6), o qual foi designado pelo Conselho Universitário para exercer a função de Coordenador, nos termos da nova legislação, presidindo a Comissão Especial Dirigente (com atribuições de Conselho Departamental), integrada pelos professores José Freitas Nobre, Flávio Galvão, Hélcio Deslandes e pelos estudantes José Coelho Sobrinho (titular) e Carlos Marcos Avighi (suplente).. A equipe de professores deste ano letivo ficou assim constituída: José Marques de Melo (Regente de Cátedra, Ref. MS-6); José Freitas Nobre (Professor de Disciplina, Ref. MS-4); Flávio Galvão (Professor Colaborador, Ref. MS-4); Hélcio Deslandes (Professor Instrutor, Ref. MS-2; Thomas Farkas (Professor Instrutor, Ref, MS-2); Gileno Fernandes Marcelino (Auxiliar de Ensino, Ref. MS).-1); Juarez Bahia (Auxiliar de Ensino, Ref. MS-1); Antonio F. Costella (Auxiliar de Ensino, Ref, MS-1) e Edson Rodrigues Chaves (Auxiliar de Ensino, Voluntário)42. Todos nomes com grande destaque hoje em nível nacional e internacional no ensino de jornalismo e das humanidades, conforme já foi mencionado anteriormente.

Os monitores de cada um destes professores que eram alunos do curso também são nomes importantes da história do jornalismo impresso, radiofônico e televisivo como, por exemplo, os de Walter Sampaio, primeiro escritor sobre o ensino de rádio e televisão no Brasil; José Coelho Sobrinho que é o atual Chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA (2003/2004); Wilson da Costa Bueno (Professor do CJE-ECA); Alice Mitika Koshiyama (Professora do CJE - ECA); Luiza de Oliveira e Jair Borin (ex- Chefe do CJE até abril de 2002) e, também dos funcionários administrativos, como por exemplo é o caso de José Salvador Faro (Secretário do CJE, em 1970)43 e que hoje é um dos

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importantes pesquisadores e docentes do ensino de jornalismo, além de membro de Comissão Especial do MEC e CAPES.

O ano de 1970 para o novo CJE será marcado pelos trabalhos de ensino, experimentação, pesquisa, extensão cultural, difusão, intercâmbio de viagens de estudos, a pós graduação e, principalmente pela profissionalização de seus discentes e docentes, bem como haverá grandes avanços no item administrativo do CJE, pois José Marques de Melo ampliará as atividades da pesquisa e da difusão da produção acadêmica.

7.1. Valorização da pesquisa

Assim, o ano de 1970 para o CJE também será muito rico em pesquisas. Implantou-se o Centro de Pesquisa de Jornalismo Comparado e o Museu da Imprensa. Desenvolveram-se as seguintes pesquisas: Imprensa de Bairros em são Paulo e Violência no Jornalismo Brasileiro. Assuntos que continuam sendo a pauta do dia e muito atuais até hoje. Por outro lado, os alunos realizaram as seguintes pesquisas: Análise morfológica e de conteúdo do Jornal da Tarde; Análise de conteúdo da programação de TV em São Paulo; Análise de conteúdo das revistas Mônica e Luluzinha; Análise de conteúdo da literatura de cordel editada em Pernambuco, Bahia, Ceará e São Paulo; Análise de conteúdo do noticiário sobre a morte de Nasser, Análise de conteúdo sobre a morte de Kennedy e de Sharon; Análise de conteúdo do noticiário sobre a construção da Transamazônica; Análise de conteúdo das revistas Time, L’Express, Veja e Panorama; Playboy e Fairplay e estudos de caracterização da personalidade da imprensa paulistana, todos estes trabalhos sob o comando de José Marques de Melo44.

7.2. Abrindo espaços para a prática: A Revista K

Prosseguindo no seu objetivo de incentivar a prática no ensino de jornalismo e editoração, José Marques de Melo, neste ano de 1970 realiza grandes gestões para a implantação da Oficina Gráfica e o Laboratório Fotográfico que faziam parte das Atividades de Experimentação, não obstante as obras retardaram e as atividades foram realizadas em outros espaços, como o Laboratório Fotográfico a serviço da Documentação da Reitoria da USP e; as aulas de Jornalismo Audiovisual foram realizadas na TV Educativa da USP.

Realizaram-se ainda os Projetos Experimentais: Agência Universitária de Notícias (AUN), sob a responsabilidade de Guadêncio Torquatro, tendo como monitor José Coelho Sobrinho; o Jornal – Laboratório prosseguiu em 1970 com a série de Edições Experimentais, antes de seu lançamento definitivo no campus45.

A Revista K, é fruto deste projeto de J. M. de Melo, nascendo também em 1970 como Projeto Experimental do Curso de Jornalismo Especializado, sendo publicada uma edição – piloto, órgão destinado a veicular matéria sobre os problemas de comunicação na sociedade contemporânea. A publicação esteve sob a responsabilidade do Professor Juarez Bahia. Neste período nasceram também outros meios de comunicação que procuravam responder as solicitações de alunos, professores e até da própria Reitoria: Boletim de Notícias e Jornal Mural da USP.

8. Pensando o jornalismo e a comunicação de forma plural: coroamento pedagógico do CJE e a diplomação da 1ª turma de bacharéis em jornalismo

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O ano de 1970 teria ainda como saldo positivo à diplomação de sua primeira turma de Bacharéis em Jornalismo, coroando os trabalhos pedagógicos adotados até então, pois dos 21 alunos que se formaram “16 já trabalhavam profissionalmente, exercendo regularmente funções jornalísticas em empresas de comunicação em São Paulo, antes mesmo de se formarem”. O mesmo ocorria com os alunos do 3º ano e do segundo ano.Havia já o início de um intercâmbio entre empresa-escola, o que levaria a propor para o próximo ano uma Agência de Orientação Ocupacional.

Marques de Melo além de pensar o ensino de jornalismo como atividades dentro da vida interna acadêmica, tinha ainda a visão expansionista, levando para a comunidade externa tais conhecimentos e, desde este ponto de vista, em termos de Extensão Cultural, Melo realizará através do CJE-ECA vários cursos de extensão cultural, demonstrando estar atento às necessidades comunicacionais da saciedade como um todo. Os cursos realizados por Melo foram:a) Dois cursos de aperfeiçoamento (Comunicação Social e Jornalismo, destinados a 30 bispos de todo o país) e Jornalismo Científico, curso de extensão universitária ministrado pelo prof. Manuel Calvo Hernando (Madrid);b) II Semana de estudos de Jornalismo, de 15 a 19 de junho de 1970, cujo tema central era CENSURA E LIBERDADE DE IMPRENSA.

Como expositores estavam Danton Jobim; Júlio de Mesquita Neto; Chaim Samuel Katz; Mario Fittipaldi e Dom Avelar Brandão. Produziu-se ainda:a) Seminários:1- História do Fotojornalismo;2- A imagem fora da lei;3 -Sociologia e Psicologia do Jornalismo

b) Palestras e conferências:

1) Jornalismo Econômico;2) Jornalismo Industrial;3) Jornalismo Feminino;4) Jornalismo Internacional;5) Planejamento Econômico nas empresas Jornalísticas;6) Jornalismo Científico;7) Tendências do Telejornalismo,8) Problemas de Linguagem no Jornalismo Audiovisual;9) Atuais tendências do Fotojornalismo.

8.1. Alto índice de publicações e o status de referência pedagógica em nível nacional

Pelo estudo que realizamos sobre os documentos oficiais do CJE, produção e publicação de conhecimento sobre o jornalismo e editoração e demais temas de comunicação eram um dos quesitos mais importantes da gestão de José Marques de Melo. Podemos ver como a direção e os professores do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP estavam à frente de seu tempo, uma vez que todos estes temas continuam atualíssimos nos dias de hoje, e, que já eram debatidos no CJE em 1970. Além disto, os professores do CJE também passaram a fazer conferências em outras instituições em todo o país. Em termos de divulgação, o CJE em 1970 realizou dois livros, sendo um do Professor José Marques de Melo, intitulado Comunicação Social: Teoria e Prática e o outro do Professor Antonio F. Costella, tendo por título O controle da informação no Brasil.

Além disto o CJE em Jornalismo Comparado publicou, com a supervisão de JMM e trabalho Gráfico de Hélcio Deslandes, as seguintes obras: O controle dos meios de comunicação; Jornalismo como disciplina científica; A Imprensa como Fonte Histórica; Estudo da Caracterização da Personalidade dos Jornais; A imprensa como objeto de Estudos das Ciências Sociais; As sondagens de

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Opinião; Tendências de Pesquisa na Área das Comunicações de Massa; Análise Sistemática de Conteúdo; Uma Semana na Imprensa do Mundo; Aplicação de um Método de Imprensa; Análise de um dia de Televisão em Caracas entre outras obras que vão da área das Artes Gráficas e Diagramação, Fotografia e Fotojornalismo a temas diversos de cunho cultural. Além disto, individualmente, os docentes passaram a publicar várias obras. Também, em substituição ao Boletim do Departamento de Jornalismo, o CJE passou a editar Cadernos de Jornalismo e Editoração47. Segundo o Doc. Oficial do CJE-ECA, “sob a orientação do Professor Francisco Guadêncio Torquatro do Rêgo, e contando com a colaboração do monitor José Coelho Sobrinho, a AUN editou 10 boletins reunindo matérias preparadas pelos alunos do 2º ano do Curso de Jornalismo. Durante a II Semana de Estudos de Jornalismo, a equipe da AUN programou e realizou umas coberturas diárias, enviando aos jornais de São Paulo noticiário completo sobre os trabalhos do certame”48.

O Jornal – Laboratório em 1970 realizou uma série de edições experimentais, antes de seu lançamento definitivo, que segundo o Doc. Oficial do CJE (1970), esteve “sob a orientação dos professores Flávio Galvão (coordenador), Hélcio Deslandes e Thomas Farkas e o monitor Wilson da Costa Bueno, foram preparados seis números do referido periódico, dos quais apenas 3 chegaram a ser impressos, por razões técnicas”. Desta forma mais uma vez o lançamento oficial do Jornal – Laboratório para todo o Campus da USP foi adiado para o próximo ano49.

8.2. Jornalista cidadão do mundo: intercâmbios e viagens de estudos

O diretor – coordenador do CJE-ECA-USP, José Marques de Melo desde sempre teve a dimensão exata das coisas e os olhos abertos para o futuro no mundo globalizado das comunicações. Em 1970 o CJE realizou vários intercâmbios de forma sistemáticas com os outros cursos de jornalismo e comunicação por todo o Brasil e também no exterior. Também os intercâmbios surgiram entre professores e alunos vindos de várias partes do mundo e que realizavam viagens de estudos no CJE-ECA ou, por outro lado, alunos e professores do CJE-ECA iam realizar viagens de estudos em outros centros de excelência em diversos países. Outra forma de intercâmbio que se realizou em 1970 no CJE-ECA, e que continua sendo a marca registrada de José Marques de Melo, são as organizações e participações de Congressos, seminários, simpósios, encontros, tanto em nosso país como em outros países.

Para se ter uma idéia, o CJE, em 1970, através da figura de José Marques de Melo realizou e participou dos seguintes eventos: Encontro de Pesquisa em Comunicação (Recife); I Congresso Brasileiro de informação Rural (Universidade Federal de Brasília); Mesa - Redonda sobre Informação Científica(Reitoria da USP); Congresso Nacional de Jornalismo Católicos (União Cristã Brasileira de Comunicação Social- RJ); I Seminário de Relações Públicas (ECA) entre outros50.

O CJE-ECA-USP recebeu em 1970 os seguintes visitantes estrangeiros: Dr. Robert Lindsay – School of Mass Communication – University of Minnesota – USA; Dr. James F. Evans – School of Communication – University of Illinois – USA; Professor Manuel Salvo Hernando – Universidad de Madrid, Espanha além de professores visitantes das mais diferentes universidades federais e estaduais do Brasil51.Da mesma forma os professores do CJE-ECA-USP foram a viagens de estudos para outras universidades: José Freitas Nobre esteve em Paris, onde realizou seu doutorado sobre Direito e Economia da Informação junto a Universidade de Paris; o Dr. José Marques de Melo a convite da UNESCO participou do Simpósio sobre o Impacto da Violência nos Meios de Comunicação em Paris, passando pelas universidades da Bélgica e Espanha; o Prof. Thomas Farkas foi ao Japão efetuando visitas aos jornais Mainichi e Asahi Graphio e à Estação de Televisão NHK, onde teve a oportunidade de conhecer novos processos de técnicas de fotografia e fotojornalismo e o, então, monitor Walter

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Sampaio esteve nos Estados Unidos da América do Norte, visitando o Instituto Mary Hopkins, em Miami, e o Radicocience Departament da Universidad de Stanford, Califórnia, onde analisou as novas tendências do Telejornalismo e do Radiojornalismo no contexto do Rádio e da TV Educativos, registra o Doc. Oficial do CJE, 197052.

8.3. Capacitação docente:o primeiro embrião do programa de pós-graduação do CJE

Para finalizar, o ano acadêmico do CJE de 1970, realizou-se o doutoramento de vários professores. Tratava-se, segundo o Doc. Oficial do CJE (1970), de “atender às novas diretrizes fixadas pelo Conselho Universitário da USP para o Desenvolvimento da carreira universitária. Desta forma o Departamento procurou estimular os seus docentes para a elaboração e defesa de teses de doutoramento. O Professor Freitas Nobre foi o primeiro a defender sua tese de doutorado em Paris, como vimos acima. Do CJE trabalharam para defender suas teses no ano seguinte os docentes: José Marques de Melo, cujo tema era Jornalismo Comparado; Flávio Galvão, com a tese Legislação de Imprensa; Guadêncio Torquatro do Rêgo, com a tese Jornalismo Interpretativo; Hélcio Deslandes, que desenvolveu a tese sobre Artes Gráficas e o Prof. Thomas Farkas, com tese dobre Fotojornalismo53”.

9. Em 1971: preparação do Projeto Pedagógico para o Curso de Editoração do CJE

Em 1971 o CJE continuava sendo administrado e dirigido por José Marques de Melo, cuja função estava classificada como Professor – Colaborador – Titular. Presidia a Comissão Especial Dirigente, com atribuições no Conselho Departamental, que era integrada pelos professores Flávio Galvão, Hélcio Deslandes, Guadêncio Torquatro e pela estudante Neusa Fiorda54.

Igualmente aos anos anteriores o Sumário do Relatório traz as atividades que foram realizadas e que estavam previstas para 1971: I – Histórico; II Ensino; II Experimentação; IV – Profissionalização; V-Pesquisa; VI – Extensão Cultural; VII – Difusão; VIII Intercâmbio e viagens de estudos; IX - Pós - Graduação e X- Administração. Propostas pedagógicas que demonstram coerência, constância e evolução de um Projeto Pedagógico bem articulado a proporcionar uma formação sólida dos futuros jornalistas e editores gráficos55. No item referente ao Ensino, a equipe de professores aumentou consideravelmente e muitos dos ex-alunos monitores se tornaram professores auxiliares. A equipe era a seguinte: “a Escola de Comunicações e Artes tinha ainda como diretor, o Prof. Dr. Antonio Guimarães Ferri e o Vice-diretor o Prof. Dr. Erwin Theodor Rosenthal, enquanto no Departamento de Jornalismo e Editoração a Comissão Diretora era composta por Professor José Marques de Melo (Coordenador); Professor Hélcio Deslandes (Vice-Coordenador); Professor José Freitas Nobre; Professor Flávio Galvão e os discentes José Coelho Sobrinho (Titular) e Carlos Marcos Avighi (Suplente)”56.O corpo docente se manteve o mesmo do ano anterior e que se constitui a chamada Quarta geração de docentes: José Marques de Melo; José Freitas Nobre; Flávio Galvão; Hélcio Deslandes; Guadêncio Torquatro do Rêgo; Thomas Farkas; Gileno Fernandes Marcelino; Juarez Bahia; Antonio Fernando Costella e Edison Rodrigues Chaves, tendo como secretário o hoje prestigiado Professor José Salvador Faro57.

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Neste ano de 1971 observa-se que houve um aumento significativo de atividades e que muitos dos alunos monitores bolsistas assumiam a função de Auxiliar de Ensino, como já havíamos comentado acima, tais como: Jair Borin; Walter Sampaio, ocupando, portanto, funções iguais as de Cremilda Medina e Sinval Freitas Medina. Por outro lado, crescia também o número de monitores na condição de bolsistas ou simplesmente de voluntários, mostrando claramente que todos tinham prazer em participar do projeto pedagógico que vinha sendo conduzido por seu Coordenador, o Professor. José Marques de Melo58.

Como grade curricular o CJE, em 1971 ofereceu os seguintes cursos regulares: Ciclo Básico: 1 – Introdução ao Jornalismo e editoração (Professores José Marques de Melo e Cremilda de Araújo Medina); 2 – Ética e Legislação dos Meios de Comunicação (Professor Antônio Fernando Costella); 3 – Jornalismo Comparado (Profs. José Marques de Melo e Cremilda Medina). No Ciclo Diversificado de Jornalismo: 1 –Jornalismo Comparado (Professora Cremilda Medina); 2- História do Jornalismo no Brasil (Professor Antônio Fernando Costella); 3 – Jornalismo opinativo e funções de Direção e Secretaria (Professor Jair Borin); 4- Fotografia e Fotojornalismo (Professor Thomas Farkas); 5 – Jornalismo Audiovisual (Radiojornalismo e Telejornalismo) (Professor Walter Sampaio; 6 – Ética e Legislação da Imprensa (Professor Flávio de Almeida Prado Galvão); 7 – Administração de Empresas Jornalísticas (Professor Gileno Fernandes Marcelino); 8 – Jornalismo Especializado (Professor Francisco Guadêncio Torquatro do Rêgo))59.

9.1. CJE exportando conhecimento

Em outros Ciclos da ECA tínhamos: para alunos de Relações Públicas: 1 – Jornalismo empresarial (Professor Francisco Guadêncio Torquatro do Rego) (e Édison Rodrigues Chaves); Para alunos do 1º ano: 1 – Introdução às Comunicações e Artes (Parte do programa de Jornalismo e Editoração), com os Professores José Marques de Melo e Cremilda Medina. Segundo o Doc. Oficial do CJE (1971), “outros cursos ministrados pelo corpo docente do CJE eram oferecidos em convênio com o Governo de São Luiz do Maranhão, para os alunos do Curso de Comunicação Social da Escola de Administração Pública, em São Luiz”n.Vejamos:“1 – Introdução ao Jornalismo e á Editoração (Professor José Marques de Melo); 2 – Ética e Legislação dos Meios de Comunicação (Professor Antonio Fernando Costella)”60.

Também consta do Documento que a ECA realizou Convênio com o Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde foram ministrados os seguintes cursos: “1 – Pesquisa em Jornalismo e Editoração (Professor José Marques de Melo); 2 – Direito e Comunicação (Professor Antonio Fernando Costella) e 3 – Jornalismo Cinematográfico, com o Professor Thomas Farkas”61.Pelas propostas curriculares do CJE-ECA-USP, 1971, como se pode verificar tratava-se de um conteúdo pedagógico invejável para os melhores cursos de jornalismo da época e também de hoje, pois os alunos recebiam uma formação completa, não só teórica mas também prática, de uma forma crítica, analítica e humanística. Projeto pedagógico que, por sua qualidade, era exportada a outros centros de Comunicação ou de Administração, como se verifica nos convênios realizados com o governo do Maranhão e a UFJF62.

9.2. Experimentos e profissionalização

No campo da Experimentação: Jornal Laboratório (Professor Jair Borin); Revista K (Professores Guadêncio Torquatro e Sinval Freitas Medina); Agência de Notícias (AUN), com os professores Sinval de Freitas Medina e a monitora Maria Lea Maciel; Programas de Radiojornalismo

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e Telejornalismo (Professor Walter Sampaio) e Atividades de fotografia e Fotojornalismo (Professores Thomas Farkas e Victor Hugo da Costa Pires), as atividades foram bastante propicias, havendo um obstáculo ou outro ao que diz respeito á tecnologia, pagamento de funcionários condizente com a função; os programas de Radiojornalismo e Telejornalismo continuaram a serem realizados na Televisão Educativa da USP, problemas estes contornados administrativamente de forma satisfatória, fazendo com que os alunos e professores pudessem trabalhar a Atividade Experimentação de forma bastante adequada e com um bom volume de produções impressas, falada, televisionada e fotografada63.

Quanto à Profissionalização houve uma grande valorização dos formandos do curso de jornalismo por parte das empresas jornalísticas e de comunicação como um todo. Segundo o Doc. Oficial do CJE, 1971 este campo se configurou da seguinte forma:

“Este ano a Escola de Comunicações e Artes do Departamento de Jornalismo e Editoração, diploma sua segunda turma de Bacharéis em Jornalismo. Dos 22 bacharéis, 16 estão profissionalizados, exercendo as funções atribuídas ao jornalista; 3 desempenharam funções e atualmente estão ligados a cargos públicos de melhor remuneração e os outros 3 já receberam ofertas e não as aceitaram por estarem cursando paralelamente outras escolas superiores. O mesmo levantamento entre alunos do 6º semestre revelou um índice menos elevado. Em termos percentuais pode-se afirmar que 72% dos formandos são jornalistas profissionais e 14% já exerceram essas atividades, apresentando um total de 86% de formados com experiência na carreira. Em relação aos alunos que concluíram o 6º semestre, observa-se que 45% estão profissionalizados, alguns deles trabalhando em mais de uma empresa, e 55% nunca trabalharam por motivos que não comprometem o ensino do curso. O que se pôde notar este ano foi a grande valorização”. “Dos formandos do curso de jornalismo, visto que várias foram as empresas que entraram em contato com o CJE, oferecendo trabalho de estágios remunerados aos seus alunos. Por outro lado, dos alunos formados em 1970 vários atingiram postos de chefias nas empresas jornalísticas e outros foram requisitados por empresas públicas para Assessorias de Imprensa”64.

Por esta estatística realizada anualmente pela direção do CJE percebe-se claramente o zelo e a preocupação com a qualidade do Curso oferecido aos seus alunos, mas também um interesse humanista profissional e até afetuoso para com os seus alunos do curso.

9.3. Pesquisa em 1971: uma safra invejável

Nas atividades desenvolvidas referentes à Pesquisa, a produtividade do CJE em 1971 não foi diferente das outras atividades pedagógicas realizadas. Produziu-se uma safra enorme de pesquisas tratando de temas importantes para a época e que até hoje são referências de consultas obrigatórias para todos os pesquisadores que desejam iniciar alguma pesquisa na área. Vejamos, as pesquisas de 1971 foram desenvolvidas nos seguintes centros: Serviço de Pesquisas de Jornalismo Comparado; Museu da Imprensa e também dentro do planejamento da disciplina Jornalismo Comparado65:

As pesquisas realizadas pelo Serviço de Pesquisas de Jornalismo Comparado sob a direção do Professor José Marques de Melo foram: Imprensa de Bairros em São Paulo (Projeto iniciado em 1969); Noticiário sobre o transplante de coração (Projeto iniciado no 1º semestre); Influências européias na imprensa brasileira (Desenvolvida a pesquisa documental destinada à elaboração de um ensaio de natureza sócio-antropológica sobre o desenvolvimento da imprensa no Brasil); Os meios de comunicação no Maranhão (Realizada em São Luiz em colaboração com a Escola de Administração

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Pública do Maranhão); Uso dos meios de comunicação de Juiz de Fora (Pesquisa de campo realizada com a participação dos alunos de jornalismo da UFJF, durante o curso Pesquisa em Jornalismo e Editoração” 66.No Museu da Imprensa, o trabalho foi de grandes conquistas em termos de doações e intercâmbios:

“O MIM promoveu duas campanhas para a obtenção de jornais e revistas no ano de 1971. A primeira objetivou colher peças publicadas em países estrangeiros; a segunda, peças publicadas no Brasil. Como resultado recebemos a visita de representantes diplomáticos dos Estados Unidos, Iugoslávia e Suíça e doações: 34 jornais norte-americanos, 58 sul-americanos, 70 centro - americanos, 48 europeus, 42 africanos, 7 asiáticos, num total de 259 jornais estrangeiros. Através das prefeituras dos municípios brasileiros, obtiveram 416 exemplares de jornais brasileiros”67.

Segundo o Doc. Oficial do CJE, 1971, “com todo este material recebido, o MIM conta com cerca de 2000 exemplares de jornais no acervo, selecionados, catalogados e em fase de fechamento”, diziam. Momento em que também realizavam o fichamento da literatura de cordel existente no MIM. Ainda, neste ano de 1971, o MIM recebeu 1.5000 exemplares de revistas de histórias em quadrinhos, material que estava em fase de catalogação. Os colaboradores destes trabalhos no MIM em 1971 foram os monitores Luiza Oliveira e Marlene Godoy e o estudante de História, na época, José Salvador Faro.

Ainda em termos de pesquisas foi realizado um diagnóstico da Empresa Jornalística em São Paulo, atividades que o Professor Gileno Fernandes Marcelino já vinha desenvolvendo no ano anterior. Sob a direção do Professor Édison Rodrigues Chaves e a participação dos alunos do 4º ano de Relações Públicas, prosseguiram a tabulação da pesquisa sobre o conteúdo editorial das publicações de Jornalismo Empresarial.

9.4. Pesquisas exploratórias: Cremilda Medina orienta a 200 alunos

A professora e pesquisadora Cremilda Medina que havia se integrado ao corpo docente do CJE recentemente já dava mostras de sua competência, orientando só em 1971, mais de duzentos alunos, gerando igualmente um número de pesquisas elevado.Através da Disciplina Jornalismo Comparado – Pesquisas exploratórias -, sob a orientação da Professora Cremilda Medina68 realizou várias pesquisas.

PESQUISAS REALIZADAS POR MEDINA EM 1971

Segundo os documentos oficiais do CJE, 1971, “com o objetivo de realizar atividades de pesquisa na disciplina de Jornalismo Comparado, os 200 alunos se dividiram em 21 grupos e forma estruturados vários projetos: 1- Estudo comparativo da estrutura da frase de notícia radiofônica, notícia de telejornal e notícia de jornal , pelas alunas Dan La Laina Sene e Marina de Souza; Estudo de uma cobertura jornalística especializada (Congresso de Neurologia) e comprovação junto à fonte da terminologia e angulação no sentido de adequação e elaboração das informações pelo comunicador, realizo pelos alunos Silvio França Torres, Emmanuel Roberto, Públio Dias da Silva, Juçara Gonçalves Nunes e Celina Meyre Biondi; Conotações de erotismo no anúncio de propaganda na revista de informação geral, pelas alunas Elvira Venturelli, Maria Cecília de Moura Lopes e Silvia dos Santos Azevedo; Levantamento de gírias divulgados pelo Pasquim e sua penetração na juventude brasileira (estudo de público a se realizar em). (diversas capitais), estudo realizado pelos alunos Paulo Sérgio Scarpa e Conceição; Estudo comparativo de editoriais a fim de levantar a importância e abordagens dadas às informações locais, nacionais e internacionais, pesquisa feita pelos alunos Aparecida Fátima, Aureliano Biancarelli e Hélio de Souza; Análise morfológica e de conteúdo das informações de Ciência e tecnologia nos jornais diários de São Paulo, por Nernadette Cavalheiro Rodrigues, Maria Lea Maciel Monteiro, Sônia Barsocchi e Antônio Manuel dos Anjos; Estudo comparativo de redação do “press realese” e o anúncio publicitário. Comparação da

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formulação das informações e da persuasão a longo prazo, realizado por Emira Nicolas Kezh, Eliane Zacharias, Lea K. Leschiziner, Ters Cristina Marques; Estudo comparativo das técnicas de abordagem da reportagem da Florinda Bulcão (visita ao Brasil) na imprensa brasileira, trabalho de Maria da Graça Figueiredo, Maria de Lourdes Benassi, Rita de Cássia Pini Cirne e Sônia Jafet; Estudo Comparativo das técnicas de abordagem da cobertura esportiva (Campeonato Nacional) de uma semana de jornais de São Paulo, por Marisa Rodrigues de Melo, Jenevier Tu e Beatriz Petrucci; Elaboração de pesquisa realizada nos semestre passado: Análise de conteúdo sobre o tema Transplante de Coração, tratado nos jornais de São Paulo, por Elda Maria Muller de Almeida e Sônia Maria Audi; Análise morfológica e de conteúdo de uma amostra de revistas de avicultura, trabalho realizado por Anna Dias Gomes Ferreira, Ana Maria Delbeux Rodrigues, Nelsi Cappellari e Sônia Regina Carotta; Levantamento de livros de atualidade das editoras brasileiras, no período junho-1970 a junho 1971, alunas Maria Eugênia Sobral, Lina Gorenstein, Maria Sílvia Suriani, Vilma Gryzinski Maciel; Análise de conteúdo e tratamento de um tema comum a revistas e jornais, a fim de caracterizar as diferenças de carga informativa e abordagem , pelas alunas Ana Cristina de Albuquerque Lins Gómez, Mara F. Cauccio, Arnaldo Fazoli Filho; Estudo de apelos da fotografia de jornais de São Paulo, por Ariane, Eduardo, Vera, Regina, Fernando, Jorge e Silvana; Estudo da embalagem como elemento motivador da compra de um produto (produto estudado – latas de óleo). Análise de conteúdo e morfológica da amostra e sondagem de opinião, alunas Amanda, Evelyn, Gisela, Jairo, M. de Lourdes, Maria Terezia, Sílvia, Rosina e Sandra; Estudo da caracterização da personalidade de dois jornais semanários do Bairro de Pinheiros, SP , por Regian Machado Curi; Análise de conteúdo e morfológica de jornais e revistas de Bancos , por Aníbal Carlos, Magni, Cláudia, Sônia Ferreira dos Santos; Sérgio Sinoti e Guiomar; Análise de conteúdo e abordagem de um fato do Estado Novo, comparando imprensa clandestina, imprensa oficial e “O Estado de São Paulo”, por Ilana Kock, Leia Beigler, Matilde Araki, Neusa Fiorda, Odilon Guimarães Barros e Sérgio Gomes da Silva; Estudo comparativo de espaço de programação visual (linguagem icônica), áreas livres e texto na estrutura de anúncio publicitário, por Mauren Leni de Roque e Neli Matuyama; Análise de conteúdo e morfológica da violência ns anúncios de violência de filmes em jornais de São Paulo, por Lorien Plantullo Saviano, Maria Cristina S. Carrari e Norma Beyruti; Análise de conteúdo e técnicas de tratamento estilístico da cobertura da morte de Lamarca em jornais e revistas do Rio e São Paulo, por Selma, Adélia, Lucrecia, Luiz Carlos e Lia e, Levantamento da posição do Departamento de Radiojornalismo nas empresas de Rádio em São Paulo, pelos alunos Nanci, Celso, Suely e Regina69.

Como se pode ver foi um trabalho de grande fôlego, já naquela época, da Disciplina Jornalismo Comparado – Pesquisas exploratórias, comandada pela Professora Doutora Cremilda Medina Araújo, demonstrando também que os discentes do Curso de Jornalismo e editoração da ECA-USP, estavam sendo formados não somente teoricamente, mas também na prática e de forma científica, sem os velhos e rançosos achismos, que se costumam se perpetuar em cursos de jornalismo, cujo projeto pedagógico é sempre uma caixinha de surpresas para os seus alunos.

Outros dois exemplos desta mesma prática pedagógica foram os realizados nas disciplinas de Radiojornalismo, sob a orientação de Walter Sampaio, realizando uma série de pesquisas sobre a área e a de Editoração no Brasil, outro Projeto significativo de Cremilda Mediana, contando com a colaboração das monitoras (na época) Alice M. Koshiyama e Cecília Regiane Lopes, que realizaram estudos sobre os objetivos e estudadas a metodologia de pesquisa a ser aplicada no projeto Editoração no Brasil. Para este Projeto foi realizado também um levantamento bibliográfico e preparado um questionário para ser remetido a todas as editoras brasileiras. Segundo o Doc. Oficial do CJE, 1971, “o projeto ficou prejudicado por, a época, não ter sido aprovado o regime de vinte quatro horas da referida professora orientadora do mesmo, ficando assim limitado o seu tempo de pesquisa”70.

9.5. Extensão Cultural: estudos do Jornalismo em avaliação no Brasil e no mundo

Mantendo a sua preocupação com as atividades de extensão Cultural, José Marques de Melo realizará em 1971 várias atividades desta natureza, ampliando ainda mais o leque de projetos com a comunidade jornalística: sindicatos, empresas públicas e setores privados, dialogando enfim com a comunidade, realizando o que hoje ainda se recente muito nas demais escolas de comunicação: diálogo entre a escola, as empresas e os setores institucionais do país e do mundo.

EXTENSÃO CULTURAL DO CJE EM 1971

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Desta forma, JMM programou as seguintes atividades de extensão cultural durante esse ano: 1 – Cursos: Jornalismo e Comunicação (Série de cursos de extensão universitários destinados a jornalistas profissionais e estudantes de jornalismo, em convênio com o Sindicato de Jornalistas Profissionais de São Paulo). Em agosto (1971) realizou-se o Curso Direito, Comunicação e Jornalismo, tendo como ministrantes os professores Antonio F. Costella e Flávio Galvão. Em setembro (1971) realizou-se o Curso Jornalismo na Empresa Privada e no Serviço Público, cujos professores foram Guadêncio Torquatro do Rêgo e Edílson Rodrigues Chaves. Outubro de 1971, o Professor Dr. Luiz Beltrão ministrou o Curso Folk - comunicação, jornalismo e cultura popular. Foi realizado ainda, um curso especial pelo CJE, em outubro a novembro de 1971, de Laboratório fotográfico avançado, pelo Professor Victor Hugo da Costa Pires”71.

A segunda etapa de atividades de extensão cultural do CJE (1971) foi a referente às Semanas de Estudos. Para estas atividades, o diretor-coordenador do CJE, José Marques de Melo organizou os seguintes eventos: “Imprensa e Desenvolvimento –III Semana de Estudos de Jornalismo, da qual participaram 200 pessoas, coordenada e presidida pelo Professor José Marques de Melo, São Paulo, junho de 1971. Nesta Semana de estudos de Jornalismo foram realizados os seguintes painéis e mesas-redondas: Função do Estado no Desenvolvimento da Imprensa( Freitas Nobre; Edson Franco, Flávio Galvão e Antonio Costella); O papel da imprensa no Desenvolvimento Nacional (Muniz Sodré; Calazans Fernandes; Isaac Epstein, Nelson Dimas e Sara Chicid da Via); Imprensa, Educação e Desenvolvimento Urbano (Arnaldo Niskier; Jorge Mesquita; Samuel Pfrom Netto e Oswaldo Sangiorgi); Imprensa, Tecnologia e Desenvolvimento Social (Carlos Alberto Medina (CLAPCS); e as dirigentes da CERIS: professores Maria Isaura Pereira Queiroz, João Baptista Borges Pereira e Mário Mazzei Guimarães) ); Atuação do jornalista e do escritor no processo de desenvolvimento (Alexandre Barbosa Lima Sobrinho, membro da Academia Brasileira de Letras. Exº Governador de Pernambuco; Adriano Campagnole, Marcelo Casado D’Azevedo, Hélio Damante; Rolando Morel Pinto; Modesto Gomes)72.

Ainda em termos de extensão cultural, em 1971, o CJE realizou vários seminários: Fotografia e Fotojornalismo (Thomas Farkas); Funções Profissionais no Jornalismo Moderno (Jair Borin); Política de Distribuição nas Empresas Jornalísticas (Gileno Fernandes Marcelino); Surgimento e Crise da Noção de Opinião Pública (Jair Borin).O CJE, também em Extensão Cultural realizou várias palestras e conferências, ampliando assim, um leque ainda maior de aprendizado e debates, diálogos sobre o país e o mundo para os seus alunos e profissionais da área. As palestras foram as seguintes: Literatura de Cordel (Professor Raymond Cantel, da Sorbonne); Entropia e redundância no Jornalismo (Pro. Marcelo Casado d’Azevedo – URGS)73.

Em novembro de 1971, José Marques de Melo deu seguimento, ainda, ao Programa de Conferências sobre Jornalismo e Comunicação em convênio com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, e sob o patrocínio do Conselho Estadual de Cultura, cujos conferencistas foram os professores da ECA-USP, que falaram a respeito dos jornais do interior paulista: 1 – Sorocaba – O papel da imprensa na formação de uma corrente de opinião(Prof. Jair Borin); 2 – Jundiaí – O papel do Jornalismo na política de comunicação das empresas (Prof. Guadêncio Torquatro); Santos – Novas fronteiras do Direito da Comunicação (Prof. Antonio Costella) e Campinas –Estrutura da mensagem jornalística (Profa. Cremilda Araújo Medina)74.

Como se pode constatar o CJE em 1971 realizou um volume extraordinário de atividades de extensão cultural, dando alma viva ao corpo do Curso de Jornalismo e Editoração, considerando que o país estava sob a égide do Regime Militar, isto é bastante significativo, demonstrando o grau de competência da direção, coordenação e dos docentes e discentes do CJE. Fechando o ano de 1971 em termos de atividades de extensão cultural com grande brilhantismo, os docentes do CJE foram convidados a também darem conferências em muitos centros, faculdades, associações tanto em nível nacional como internacional. Vejamos algumas delas: J. M. Melo: Comunicação, linguagem e cultura de massas - PUC-RJ; Comunicação, conceitos, modelos pesquisa –Pia Sociedade de São Paulo; Teoria da Comunicação – Colégio São Bento – Centro de Informações Eclesiais de São Paulo; Comunicação e Educação – Congregação das Cônegas Agostinianas, São Paulo; Problemática do Ensino de Jornalismo – Departamento de Comunicação da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UFC, Fortaleza; Processo da Comunicação na Sociedade Contemporânea – Instituto de Letras e Artes da Universidade do Maranhão, São Luiz; Introdução à Comunicação – Instituto IDEAL – São Paulo; Comunicação e Jornalismo na Sociedade de Massas – Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas,com patrocínio do Sindicato dos Jornalistas e da Associação de Relações Públicas de Alagoa75.

O Professor Francisco Guadêncio Torquatro do Rêgo ministro as seguintes palestras: Informação Rural – Coordenação de Informação Rural do Ministério da Agricultura – Salvador, Bahia e Jornalismo Católico – Semana de Comunicação Social – Colégio São Bento – São Paulo. Já o Professor Antonio Fernando Costella fez as seguintes conferências: Direito e Comunicação – DCS - FCSF – UFC – Fortaleza; Direito da Informação – Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza da Fundação José Augusto, no Rio Grande do Norte, Natal; Direito das Comunicações PUC – Campinas e Direito e Comunicação PUC de Recife. A Professora Cremilda Medina realizou a seguinte palestra: As Ciências da Informação – IDEAL –SP e o Professor Walter Sampaio: I Curso de Rádio Educativo – Instituto de Pesquisa Espaciais – São José dos Campos, SP; TVE via satélite - Instituto de pesquisas Espaciais – São José dos Campos, SP;

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Radiojornalismo e Teleducação e Comunicação de Massa - Instituto de pesquisas Espaciais – São José dos Campos, SP; Importância do Ensino de Jornalismo em Nível Superior e Aspectos Profissionais do Jornalismo em Rádio e TV – Faculdade de Comunicações de Santos; O Teatro como veículo de Comunicação – Semana de Teatro de Fantoches – Secretaria da Educação da Prefeitura de são José dos Campos; Teleducação e Comunicação de Massa – I Semana de Comunicação – Escola de Biblioteconomia e Comunicação – Universidade Federal da Bahia, Salvador e Radiojornalismo – I Semana de Comunicação – Salvador, Bahia76.

O elevado número de participações dos professores do CJE ministrando conferências, cursos e seminários em diferentes centros de excelência, como é o caso do INPE entre outros constatados no DOC. Oficial do CJE-ECA-USP (1971) demonstra claramente como o trabalho profícuo de José Marques de Melo e dos docentes do Departamento de Jornalismo e Editoração eram respeitados por todos os setores da sociedade brasileira e também internacionalmente.

9. 6. Publicações em 1971: a colheita dos frutos

Com o empenho de J.M de Melo e de seus docentes e discentes, o CJE, em 1971 colherá muitos frutos em termos de publicações. No campo da divulgação da produção acadêmica dos docentes-pesquisadores do CJE, 1971 apresentou também excelentes resultados: foram editados quatro livros. Veja no Box a seguir:

Livros publicados pelo CJE em 1971

1- Comunicação Social: Teoria e Pesquisa (José Marques de Melo -2ª Edição – Vozes – Petrópolis, 1971, 318 págs.; Comunicação, Opinião, Desenvolvimento (José Marques de Melo – Vozes – Petrópolis – 1971, 114 págs.); Jornalismo Audiovisual (Walter Sampaio – Vozes – Petrópolis, 1971 e Introdução ao Estudo do Café (Jair Borin, Edições CPMA - São Paulo, 1971, 144 págs77.Individualmente alguns professores produziram um bom número de artigos, ensaios e monografias. José Marques de Melo, por exemplo, escreveu 11 artigos: A violência no jornalismo brasileiro – In Comunicações e Artes –nº 3-SP, 1970/71; Uma semana de estudos sobre sensacionalismo. In Comunicações e Artes, nº4 – SP, 1971; La investigação científica de la comunicación em América Latina. CEDAL- La Catalina, Costa Rica, 1971; A pesquisa em comunicação na América Latina: o papel do CIESPAL. In Comunicações e Artes, nº 5 – São Paulo, 1971; Uso dos meios de comunicação na USP. 2ª Edição. ECA – SP, 1971; Os estudos sobre a imprensa. In Cadernos de Jornalismo e Editoração, nº 5, SP, 1971; Folk - comunicação. In Folkcomunicação – ECA-USP, SP, 1971; Bibliografia Brasileira de Jornalismo. In Cadernos de Jornalismo e Editoração, nº 6, 1971; Hemingway repórter. In Correio do Povo (Cadernos de Sábado). Porto Alegre, 1971; Periodismo Semanal Ilustrado – Estúdio Comparativo de Ciclo Revistas Semanales. In Revista Española de la Opinión Pública, nº 26-Madrid, 1971.Ainda neste ano Marques de Melo escreveu ainda 17 resenhas sobre os mais variados campos da educação, comunicação, jornalismo, Radiojornalismo e comunicação e folclore78.

O Professor Flávio Galvão publicou trabalhos “doutrinários diversos, entre os quais Sesquicentenário da liberdade de Imprensa; Monteiro Lobato, secretário de redação, no Jornal O Estado de São Paulo, sendo que Sesquicentenário da liberdade de Imprensa foi lido no Senado, para que constasse dos anais do Congresso – Transcrito no Diário do Congresso” . Já o Professor Guadêncio Torquatro do Rego publicou entrevistas em jornais de Salvador e em são Paulo, nos jornais Jornal da Tarde, Diário Popular e Popular da Tarde sobre o tema Jornalismo empresarial; Comunicação Rural e Jornalismo x Televisão. O Professor Antonio Costella publicou três importantes artigos: Fortalecimento do Direito de Resposta. In Revista Comunicações e Artes”, ECA, nº 1/71; Novas Perspectivas da História da Comunicação. In Revista Comunicações e Artes, nº 4/70-ECA e Notas sobre um Jornal: o Gigolô. In Revista Comunicações e Artes – ECA. Nº1/70. Cremilda Medina publicou a resenha Jornalismo Audiovisual. In Revista Vozes, nº 9 – Petrópolis, 1971 e teve a reportagem Comunicação publicada no Jornal da TardeI, 20 set de 1971. Sinval Medina teve sua pesquisa Pear Harbour publicada através de uma reportagem do Jornal da Tarde, em 08/12/1971, publicando ainda Como fazer uma monografia na Revista Vozes, nº 9 –Petrópolis, 197179.

Finalizando as atividades de Divulgação de 1971, o CJE editou vários textos, sob a coordenação editorial de José Marques de Melo e a supervisão gráfica do Professor Hélcio Deslandes: Estrutura Curricular da ECA; Guia/ 1 – Departamento de Jornalismo e Editoração – ECA; Esquemas do processo da comunicação – CIESPAL; Comunicação e Indústria Cultural. Lazarsfeld e Merton; Folkcomunicação, José M. Melo e outros; Uso dos meios de Comunicação na Universidade de São Paulo (Pesquisa realizada pelos estudantes do Curso de Jornalismo sob a direção do Prof. José Marques de Melo - 2ª Edição); Situação da Imprensa no Mundo. E. Lloyd Sommerland; O Império da notícia- Hector

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Mujica; O público da Imprensa, Bernard Voyenne: A tirania das técnicas – James Reston; Os “Pasquins” no Litoral Norte de são Paulo. Gioconda Mussolini; Regulamentação da Profissão de Jornalista; Introdução aos estudos de jornalismo comparado. Cremilda Medina e outros; Fotografia e Jornalismo, Mário Clark Barcellar e outros; Jornalismo Diversional, Roberto Muggiati e outros; Jornalismo Empresarial, Francisco Guadêncio Torquatro Rego; Introdução ao estudo do produto Editorial, Orlando da Costa Ferreira; A Revolução do livro, Robert Escarpit e José Ortega y Gaset; Editoração no Brasil, Olympio de Sousa Andrade e Edilberto Coutinho; Literatura de Cordel, Cavalcanti Proença, Renato C. Carneiro, Théo Brandão e Diègues Jr; O mundo das histórias em quadrinho, Antonio Lara; Cadernos de Jornalismo e Editoração nºs 3, 4, 5 e 6- Departamento de Jornalismo e Editoração, 197180.

9. 7. CJE atravessando oceanos

Marques de Melo imprimirá ainda ao CJE a característica de dialogar com o mundo sobre os ensinos de jornalismo, incentivando a participação de seus docentes e discentes em eventos internacionais, tais como está demonstrado no Box abaixo:

INTERCÂMBIOS ACADÈMICOS E CULTURAIS PROMOVIDOS PO JOSÉ MARQUES DE MELO NO CJE EM 1971

O intercâmbio e viagens de estudos com e entre outros centros de excelência continuaram acontecendo em 1971, além disto ocorreram participações em Congressos, Seminários e simpósios por parte dos docentes do CJE: seminário sobre Jornalismo de Comunidade – CEDAL – CIESPAL (José Marques de Melo); III Semana de estudos de Jornalismo – CJE –ECA-(USP) (participação de todos os professores do Departamento); I Assembléia Geral da União Crista Brasileira de Comunicação Social (José Marques de Melo, RJ); I Congresso Nacional de Comunicação – ABI – Comissão II – Integração dos meios de comunicação (José Marques de Melo, Cremilda Medina, Jair Borin; Flávio Galvão e Antonio Fernando Costella - ABI, RJ; II Encontro Nacional dos ex-Bolsistas do CIESPAL (José Marques de Melo, RJ, 1971); Primeira Semana de Comunicação(Antonio F. Costella e Walter Sampaio) – Escola de Biblioteconomia e Comunicação da UFBA, 1971 entre outros81.

Além de assessoramento a visitantes estrangeiros ao CJE, como por exemplo, ao Professor Raymond Cantel da Sorbone, José Marques de Melo realizou viagens de estudos à América Latina percorrendo as Escolas de Jornalismo do Panamá, Costa Rica, México, Colômbia e Venezuela, mantendo ainda contato com as entidades que trabalham no campo da pesquisa da comunicação82.

Quanto à Pós – Graduação, conforme registra o Doc. Oficial CJE (pág. 38,1971), o Professor Jair Borin ingressara no mestrado de Sociologia da Faculdade de filosofia, Ciências e Letras-USP. Momento, também, em que o CJE contribuía para a organização do Curso de Pós - Graduação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) – USP, que previa sua implantação definitiva para o início de 1972. Para iniciar o Programa de Pós - Graduação na ECA, o Professor Freitas Nobre elaborou um Programa para a Disciplina Direito da Informação, e que deveria ser ministrada em 4 semestres, em nível de mestrado83.

10.O CJE-ECA-USP em 1972: cassação e vetos com a truculência da mão da ditadura sob o trabalho de JMM

Igualmente a todos os outros anos, desde a criação do Departamento de Jornalismo, em fevereiro de 1968, o Relatório das Atividades desenvolvidas neste Departamento, foi enviado no mês de dezembro à Direção da ECA. Só que desta vez não era mais o Prof. Dr. José Marques de Melo que

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assinava a correspondência data como Memo./CJE – 629/72. Em seu lugar assinou o documento o Professor José Carlos Rocha de Carvalho, como sendo o Coordenador do Departamento de Jornalismo e Editoração84. Está documentado também que o Relatório do CJE-ECA-USP, 1972 foi elaborado graças aos dados fornecidos pelos professores do Departamento, diz o Doc:

“Este relatório anual foi elaborado a partir de relatórios fornecidos pelos professores do Departamento de Jornalismo e Editoração, por uma comissão composta pelos seguintes professores: Dulcilia Helena Schroeder (presidente); Sinval Freitas Medina; Cláudia Bozzo Pisaneschi e a secretária Maria Yvonnette Novaes Guimarães”85.

É importante também registrar que o Relatório das Atividades do CJE-ECA-USP, deste ano de 1972 encontra-se cheio de rasuras, páginas cuja numeração nem sempre confere, dificultando ao máximo o estudo deste documento, por haver ainda, muitas coisas reescritas à mão e textos riscados com caneta. O motivo disto não nos foi possível identificar. Esperamos poder fornecer as informações as mais netas possíveis.

O certo é que desde 1967 à frente do recém criado Departamento de Jornalismo, Marques de Melo passou a sofrer intensa perseguição a partir de 1970. Melo afirma que “Tudo começou quando coordenei a II Semana de Estudos de Jornalismo, sobre o tema Censura e liberdade de Imprensa. Vivíamos então a ameaça da censura prévia aos livros publicados em território nacional, agravando o controle que, o governo militar impusera aos jornais e revistas, depois da edição do AI-5” n, explica (Ver Revista Adusp, nº 33, de outubro de 2004.Segundo Melo, a iniciativa foi comunicada ao diretor da ECA, Antonio Guimarães Ferri, que “ a submeteu aos escalões superiores no âmbito da Reitoria”. Entretanto, Mel, paralelamente, enviou também telegrama convidando o então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, para que explicasse as motivações da legislação que restaurava a censura à edição de livros no país.Melo relembra que “O ministro Buzaid enviou-me telegrama declinando do convite, mas desejando êxito ao seminário. Enquanto isso, o serviço da segurança, que funcionava sigilosamente na Reitoria da USP, chamou o diretor da ECA e recomendou o cancelamento da Semana de Jornalismo. Mas, diante do telegrama recebido do ministro da Justiça, o drº Ferri lavou as mãos e transferiu ao Departamento de Jornalismo o ônus da sua manutenção”, afirma.

Marque de Melo, relata que “uma semana depois de ocorrido o evento ele recebeu a visita de policiais, que requisitaram as fitas gravadas: ‘Fui advertido informalmente de que minha vida estava sendo vasculhada’”.

10.1. Desligamento arbitrário do professor Freitas Nobre

Melo relembra ainda , que “o desligamento arbitrário do professor Freitas Nobre iniciara uma onda de cassações e perseguições na ECA, seguida pela demissão de Thomas Farkas e prisão (e tortura) do professor Jair Borin”. Conforme depoimento de J.M.Melo à Revista Adusp (2004), “em 1972, logo após a realização da IV Semana de Estudos de Jornalismo, que havia reunido mais de mil estudantes, Melo foi enquadrado no Decreto 477. No processo, baseado numa apostila sobre a técnica do lead produzida por alunos, foi acusado de insuflar os estudantes de jornalismo contra o regime militar”. (Ver Revista Adusp, nº 33, outubro de 2004).Segundo o depoimento de Melo à Revista Adusp, nº 33, outubro de 2004, o professor Emérito diz que “a comissão processante condenou-me liminarmente, recomendando a demissão sumária”, relata. Não obstante, o ministro Passarinho o absolveu, garantindo-lhe a permanência nos quadros da USP.

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10.2. Impedido burocraticamente de lecionar

Afastado da Direção do Departamento de Jornalismo e impedido burocraticamente de lecionar, José Marques de Melo dedicou-se a concluir sua tese. Primeiro-doutor em Jornalismo no Brasil, a defesa de sua tese, em fevereiro de 1973, foi assistida por mais de uma centena de amigos e colegas, que lotaram o auditório principal da ECA. Em vista do quadro político nacional que se agravava, resolveu seguir para o pós-doutorado na Universidade de Wisconsin, nos EUA, com bolsa da Fapesp.

Entretanto, ao regressar em meados de 1974 para as aulas na pós-graduação, foi surpreendido com o veto da Reitoria da USP à renovação de seu contrato de trabalho. Ficaram impedidas de proferirr palestras, dar aulas e participar de bancas examinadoras em universidades públicas.Somente foi reintegrado em 1979, junto com outros professores, o professor Emérito da ECA, autor de vários livros, admite, segundo a Revista Adusp, nº 33, outubro de 2004, ter adotado uma ‘atitude pró-ativa’, sem revanchismo””. Atualmente é Professor Emérito da ECA, consultor acadêmico e professor-visitante em várias universidades estrangeiras.

Voltando, ao seguimento das atividades do CJE em 1972, embora estivesse enfrentando todos estes problemas da repressão militar brasileira, continuou trabalhando no ritmo planejado por José Marques de Melo: Ensino;Experimentação; Profissionalização;Pesquisa; Extensão Cultural; Divulgação; Intercâmbio e Viagens de Estudo; Pós- Graduação e X- Administração86. Não obstante, no histórico do CJE, seguindo o padrão dos outros Relatórios enviados à Direção da ECA podemos constatar que o Prof. Dr. José Marques de Melo havia continuado ocupando a sua função de Coordenador até setembro de 1972, que segundo o Doc. Oficial do CJE –ECA-USP (1972), “se afastou voluntariamente da Coordenação, sendo substituído pelo Professor José Carlos Rocha de Carvalho”. Até então fizeram parte da Comissão Especial Dirigente do Departamento, durante o ano de 1972, os seguintes professores: José Marques de Melo; Flávio de Almeida Prado Galvão; Jair Borin; João Walter Sampaio Smolka e José Coelho Sobrinho, e os alunos Selma Santa Cruz de Freitas Ferraz (titular) e Aureliano Abel Biancarelli (suplente), registra o Doc. Oficial - CJE-ECA-USP, -Histórico, pág 400 ??*)87.

Como fora previsto no ano anterior além do Curso de Jornalismo o CJE passou a ministrar também o Curso de Editoração. Duas turmas de Jornalismo já haviam se formado: turma de 1970 e turma de 1971. Segundo o Histórico do Documento, “em 1972 foram criados, dentro do Departamento de Jornalismo e Editoração, órgãos técnicos e de pesquisa e órgãos de divulgação”. Esses órgãos, de acordo com o Histórico do Documento, “passariam a ser supervisionado por Comissões compostas por professores, tendo, cada um deles, um professor encarregado”88.

Em 1972 o CJE apresentava um organograma já bastante definido quanto às suas atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão Cultural, Iniciação Científica, Eventos, Publicações, Comissões de Atividades Extracurriculares e Conselhos de Editoração de suas publicações e dos Cadernos de Jornalismo, além das atividades de Pós Graduação89.

10.3. A robustez do CJE em 1972

Marques de Melo havia programado uma administração para as atividades pedagógicas dos cursos de jornalismo e editoração ainda mais robusta para o CJE, cuja Estrutura Administrativa poderia ser tocada com todo o vapor e rigor, resultado dos inegáveis trabalhos de planejamento dos anos anteriores, sob a batuta do então Prof. José Marques de Melo. Melo havia completado os seus esforços em manter um quadro atuante de professores com nível de referência em todo o Brasil, onde os discentes e técnicos tinham uma participação ativa e integrada nos diversos setores do CJE.

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EXTRUTURA FUNCIONAL DO CJE EM 1972, SOB O COMANDO DE JOSÉ MARQUES DE MELO

Em 1972 o CJE-ECA-USP, ganhava a seguinte estrutura funcional: “1-Órgãos de Direção; 1.1. – Conselho Departamental; 1.2. – Coordenador; 2.Órgão Administrativo; 2.1. – Secretária, funcionários e monitores; 3. Órgãos Técnicos e de Pesquisa; 3.1. LAGRI – Laboratório de Artes Gráficas e Processos de Impressão (Professores e técnicos: Mário Motoda (encarregado); José Coelho Sobrinho; Paulo Roberto Lobo Leandro e Sinval Freitas Medina; 3.2. AUN – Agência Universitária de Notícias (Professores Cremilda Celeste de Araújo Medina (encarregada); Paulo Roberto Lobo Leandro; Sérgio Deodoro Gomes e José Kozel Júnior; 3.3. LAJI – Laboratório de Jornalismo Impresso (Professores Kardec Pinto Vallada; Jair Borin (encarregado); Paulo Roberto Lobo Leandro e Cremilda Medina; 3.4. COM-ARTE – Editora de Comunicações e Artes (Professores Sinval Freitas Medina (encarregado), Dulcília Helena Schroeder, Manoel Joaquim Pereira dos Santos, Joseph Luyten; 3.5. LAPEC – Laboratório de pesquisas de imprensa comparada (Professores Roberto Vicente Cobbe (encarregado), José Marques de Melo, Wilson da Costa Bueno, Maria do Socorro Nóbrega Fernandes, Davina Miranda Pinheiro e Éride D’Almeida Albuquerque Silveira; 3.6. MIM – Museu de Imprensa Júlio de Mesquita Filho (Professores José Marques de Melo (encarregado), Flávio de Almeida Prado Galvão, Helda Bullotta Barracco, Alice Mitika Koshiyama e Sonia Maria Bibe Luyten; 3.7. LAJA – Laboratório de Jornalismo Áudio-Visual (Professores Walter Sampaio (encarregado) e Cláudia Bozzo Pisaneschi; 3.8. LAJE – Laboratório de Jornalismo Empresarial (Professores Francisco Guadêncio Torquatro do Rego (encarregado), Éride D’Albuquerque Silveira, Edison Rodrigues Chaves, Gileno Fernandes Marcelino e Kardec Pinto Vallada); 3.9. Laboratório de Planejamento Gráfico – Editorial (Professores Mário Motoda (encarregado), José Coelho Sobrinho e Sinval Medina); 4 . Órgãos de Divulgação; 4.1. Comissão de Atividades extra-curriculares (Professores Manuel Joaquim Pereira dos Santos (encarregado), Cláudia Bozzo Pisaneschi, (Sonia Maria Bibe Luyten e Davina Miranda Pinheiro) e 4.2. Conselho Editorial dos Cadernos de Jornalismo e Editoração (Professores José Carlos Rocha de Carvalho (encarregado), Walter Sampaio Smolka, Francisco Guadêncio Torquatro Rêgo e Cláudia Bozzo Pisaneschi)90.

Para este ano de 1972, a equipe de professores tinha crescido bastante, pois já havia duas turmas de alunos de jornalismo formados e outras mais que ingressaram no curso de Jornalismo e também os alunos de Editoração. Assim, identificamos uma chamada Quinta Geração de docentes no CJE: José Marques de Melo, Flávio Galvão, José Freitas Nobre, Helda Bullotta Barrocco, Roberto Vicente Cobbe, José Carlos Rocha; Maria do S. N. Fernandes, Francisco G. T. do Rêgo e Gileno Fernandes Marcelino, na condição de professores colaboradores e como auxiliares de ensino estavam: Thomas Farkas, Hélcio Deslandes; João W. Sampaio Smolka, Jair Borin, Cremilda C. A. Medina, Sinval Freitas Medina, Éride D’ Albuquerque S., Alice Mitika Koshiyama, Cláudia Bozzo Pisaneschi, Dulcilia H. Schroeder, José Coelho Sobrinho, Manoel J. P. dos santos, Wilson da Costa Bueno, Paulo Roberto L. Leandro, Mário Motoda. Davina Miranda Pinheiro, Kardec Pinto Vallada, Sonia M. Luyten e os voluntários Edison Rodrigues Chaves e José K. Júnior91.

10.4. Laboratórios funcionam a todo vapor

Os laboratórios idealizados por JMM para dar sustentação ao projeto pedagógico do curso de jornalismo e editoração passarão a funcionar em toda a sua potencialidade.Melo imprimirá esforços para que os distintos laboratórios tenham plena autonomia e funcionem de forma integrada. Vejam no box abaixo as atividades e funcionamento dos mesmos:

LABORATÓRIOS DO CJE1- O Laboratório de Artes Gráficas e Processos de Impressão (LAGRI) sob a responsabilidade de técnicos especializados na área e da monitora Neuza Fiorda; Agência Universitária de Notícias (AUN), sob a responsabilidade de professores especializados e das monitoras: Maria Leal Maciel Monteiro, Antonio Manoel Vieira dos Anjos Faria, Olga Maria Sérvulo da Cunha e Rita de Cássia Pine Cirne; a Editora Comunicações e Artes (COM-ARTE), que além de professores especializados, das serventes contava com as monitoras Cecília Reggiani Lopes e Ana Cristina Gomez Bueno; o Laboratório de pesquisas de Imprensa Comparada (LAPEC), além de professores especializados contava com três monitores: Elda Maria Muller da Almeida, Vicente Daniezi Filho e Regina Rodrigues Guimarães Barros; o Museu de

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Imprensa Júlio de Mesquita Filho (MIM), além de professores especializados contava ainda com a escrituraria Maria Izilda Portugal Matta e da monitora Marlene Fernandes Godoy; o Laboratório de Jornalismo Impresso (LAJI), além de professores especializados contava com o monitor Sérgio Gomes da Silva; o Laboratório de Jornalismo Audiovisual (LAJA), além de professores especializados contava com técnicos e alunos monitores, Ciro Juvenal R.. M. Filho (monitor) e Gisela Swetlana Ortriwano como monitora voluntária enquanto o Laboratório de Planejamento Gráfico-Editorial (LAPEGE) estava ainda em fase de organização e implementação92.

10.5. Disciplinas oferecidas para os Cursos de Jornalismo e de Editoração

Ao que diz respeito às disciplinas a serem ministradas no ano de 1972 em jornalismo e editoração J. M de Melo e seus docentes buscarão dar disciplinas com caráter mais universalistas e integradas entre si, onde a teoria e a prática estejam perfeitamente em sintonia, além abrirem espaço para a análise crítica e diálogo com os distintos setores da sociedade. Vejamos o quadro abaixo da grade curricular deste período:

Grade Curricular

Ao que diz respeito ao Ensino, o Documento Oficial do CJE-ECA-USP (1972, págs.134 e 135??)93. Diziam o seguinte: “Em 1972, o Departamento de Jornalismo e Editoração ofereceu as disciplinas constantes do quadro anexo, sendo que algumas estão em fase de implantação”. Ao examinarmos o quadro das disciplinas oferecidas em 1972 constatamos a existência das seguintes disciplinas que tinha sido oferecida naquele ano: Introdução ao Jornalismo e à editoração (Professores José Marques de Melo e Cláudia Bozzo Pisaneschi) –CJE-101; Linguagem Jornalística e Editorial (Professores Maria do Socorro Nóbrega Fernandes e Èride de Albuquerque Silveira) – CJE-102; Artes Gráficas (Professor José Coelho Sobrinho) – CJE-103; Diagramação (Professor José Coelho Sobrinho) – CJE -104; Processos de Impressão (Professor Mário Motoda) – CJE 105; Jornalismo Comparado (Professores José Marques de Melo, Wilson da Costa Bueno e Davina Miranda Pinheiro) – CJE-121; História do Jornalismo (Professor Manoel J. Pereira dos santos) CJE- 122; Jornalismo Informativo (Professoras Cremilda Araújo Medina e Paulo Roberto Lobo Leandro) – CJE – 123; Jornalismo Interpretativo (Professores Cremilda Araújo Medina e Paulo Roberto Lobo Leandro) – CJE – 124; Jornalismo Opinativo (Prof. Jair Borin) – CJE -125; Fotojornalismo (Professores Thomas Farkas e Paulo Roberto Lobo Leandro) – CJE – 126; Jornalismo Radiofônico (Professores João Walter Sampaio Smolka e Cláudia Bozzo Pisaneschi) – CJE -127; Jornalismo Televisionado (Professor Joao Walter Sampaio Smolka) – CJE – 128; Jornalismo Cinematográfico (Professor Thomas Jorge Farkas) – CJE – 129; Funções de Direção e Secretaria no Jornalismo (Professores Flávio de Almeida Prado Galvão e Jair Borin) – CJE – 130; História da Editoração (Professora Alice MItika Koshiyama) – CJE – 155; Bibliologia (Professor Sinval Freitas Medina) – CJE – 161; teoria e Técnica Editorial I (Professora Dulcilia Helena Schroeder) – CJE-162; Redação e Edição dos Livros de Atualidades (Professores Sinval Freitas Medina e Maria do Socorro Nóbrega Fernandes) – CJE -163; Teoria e Técnica Editorial II (em implantação) – CJE -164; História em Quadrinhos (Professora Sonia Maria Bibe Luyten) – CJE -166; Teoria e Técnicas Editorial II (em implantação) – CJE – 165; Técnica de Ilustração (em implantação) – CJE 167; Produção de Discos (em implantação) – CJE -169; Técnica Editorial “Copy-Desk” (em implantação) – CJE-170; Programação e Seleção Editorial (em implantação) – CJE -171; Distribuição de Produto Editorial (em implantação) – CJE -172; Legislação Editorial –CJE -173; Técnica de tradução – I (em implantação) – CJE -174; Técnica de Tradução II (em implantação) – CJE -175; Redação e edição no Jornalismo Empresarial (Professor Francisco Guadêncio Torquatro) – CJE -175; Redação e Edição no Jornalismo Empresarial (Professores Francisco Guadêncio Torquatro do Rego e Èride de Albuquerque Silveira) – CJE – 192; Jornalismo Turístico (em implantação) –CJE-193.

10.6. Construir-(des) construindo, experimentos e aprendizagem: JORNAL, CIMPEC, Rádio, Televisão, Livros...

No campo da Experimentação, seguindo o Projeto Pedagógico inicial da criação do Departamento de Jornalismo, em 1968, prosseguiram as atividades do Jornal Laboratório com os alunos do sexto semestre, sendo supervisionado pelo Laboratório de Jornalismo Impresso (LAJI), cujo órgão era supervisionado pelos professores Jair Borin (encarregado), José Coelho Sobrinho, Cremilda

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Medina, Paulo Roberto Leandro e Kardec Pinto Vallada e o monitor Sérgio Gomes da Silva, que desenvolveram, naquele ano, as seguintes atividades: “Coordenação, Composição e impressão de oito números do JORNAL, órgão laboratorial dos alunos do sexto semestre de Jornalismo; Produção de 210 fotografias para o JORNAL94 e desenvolveram também estudos de forma e conteúdo de Jornal Laboratório, destinado a alunos do Curso de Jornalismo”.

Como novidade no campo da Experimentação, a Agência Universitária de Notícias (AUN) passaria por uma grande transformação decisiva em 1972, que conforme o Documento Oficial CJE, esta tomada de decisão estava apoiada em dois fatores: “ 1 – O Boletim da AUN entrou numa periodicidade rigorosamente semanal, sendo editados os números 6 a 33 (até 19 de novembro), além de uma série de seis extras (diários), durante a IV Semana de estudos de Jornalismo e um Boletim especial para a I Semana de Estudos de Editoração e, 2 – O Boletim, ao passar para órgão laboratório autônomo, no segundo semestre, deixou de estar preso à disciplina de Jornalismo Informativo (semestral), para funcionar o ano inteiro”, afirma o Documento (1972, pág. 145 ??)95. Esta transformação foi viabilizada graças a convênios realizados com o Centro Interamericano de Produção de Materiais Educativos e Científicos para a Imprensa (CIMPEC) e órgão da OEA, sendo possível contratar um repórter e uma redatora. De acordo com o Doc. Oficial do CJE, “a partir do número 25 o Boletim passou a editar serviço especial do CIMPEC, distribuindo materiais sobre educação, ciências e tecnologia, além de prosseguir na cobertura do noticiário da Cidade Universitária”96. Este Boletim era enviado para todos os jornais, emissoras de Rádio, TV, jornais do Interior de São Paulo, principais jornais das capitais brasileiras e Escolas de Comunicação do País, diz o Documento. Documenta ainda que a AUN, em 1972, foi coordenada pelos professores Cremilda Medina (encarregada) e Paulo Roberto Leandro, além dos monitores Maria Lea Maciel Monteiro, Antonio Manuel Faria, Olga Maria Sérvulo da Cunha e Rita de Cássia Pini Cirne.

Os programas de Radiojornalismo e de telejornalismo, atividades de Experimentação, em 1972 foram orientadas pelo Prof. Walter Sampaio, sendo que os alunos do sexto semestre produziram programas noticiosos de rádio, num total de 33 programas, totalizando 8 horas e 18 minutos, tendo cada equipe realizados noticiosos no total de 1 hora e 23 minutos. Já os alunos de sétimo semestre produziram 25 programas de telejornalismo, sendo 22 de 15 minutos cada um, e três de 25 minutos, num total de 6 horas e 45 minutos de programas gravados entre documentários e noticiosos.

A atividade de experimentação Livro de Atualidades foi desenvolvida nas disciplinas Redação e Edição dos Livros de Atualidades, sob a orientação dos Professores Sinval Freitas Medina e Maria do Socorro N. Fernandes; Processos de Impressão, por Mário Motoda, e a Diagramação, sob os cuidados do Professor José Coelho Sobrinho. O trabalho realizado foi o de um projeto didático do sexto semestre do Curso de Editoração, cujo livro de Atualidades era sobre Enerson Fittipaldi97. Os alunos realizaram os trabalhos de pesquisa, redação, copidesk e diagramação do material produzido.

A outra atividade de Experimentação foi a de Redação de Matérias de Jornalismo Especializado, sob a orientação da Professora Dulcilia Helena Schroeder98 os alunos do 7º semestre de Jornalismo elaboraram matérias sobre economia, trânsito, jornalismo feminino; redigiram pautas especializadas, sempre obedecendo aos condicionantes público-veículo. Redigiram as mesmas matérias sob diversos ângulos e pesquisaram a influência das funções da linguagem, segundo Jakobson, no caráter de matéria jornalística.Importante notar que todas estas atividades de experimentação davam a oportunidade ao aluno de aprender construindo e des - construindo o objeto estudado sob todos os pontos de vista, mas embasados em correntes teóricas científicas comprovadas, na sua prática, mas também em nível de cognição.

10.7. CJE profissionalizando o mercado de trabalho jornalístico

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No campo de profissionalização dos alunos do curso de Jornalismo e editoração em 1972, a contabilidade do CJE-ECA-USP, dizia o seguinte: dos 33 alunos existentes, 2 eram profissionais regulamentados; 10 estavam trabalhando também contratados em empresas jornalísticas, mas não eram regulamentados; 7 deles estagiavam na área; 5 faziam free lancer, resultando 24 profissionalizações efetivas; 6 já fizeram algum trabalho no campo de jornalismo e os outros 3 nunca trabalharam 99.A porcentagem de 72% (24 alunos) de profissionalização efetiva dos alunos do Curso de Jornalismo, dava a garantia ao CJE de estarem realizando um Projeto Pedagógico de excelência, pois se incluíssem os seis alunos que já trabalhavam no campo, a porcentagem seria de 90% de profissionalização frente a 10% de alunos que nunca trabalharam. Ainda, segundo o Doc. Oficial do CJE (1972), “do 7º semestre de Jornalismo, com 57 alunos, cerca da metade já haviam estagiado ou estavam realizando estágios em empresas jornalísticas e do 7º semestre de Editoração, com 7 alunos, e 2 alunos estavam contratados por uma Editora, 1 estava fazendo estágio e os outros dois eram monitores”100.

11. Pesquisa – ação: CJE sai a campo com os discentes consolidando Projeto Pedagógico

Depois de haver imprimido todo um organograma de atividades entrelaçadas entre o ensino, pesquisa, extensão cultural e práticas laboratoriais, Marques de Melo, em 1972 conseguirá um destaque ainda maior no campo da pesquisa. Docentes e discentes sairão aa campo e realizarão uma produção bastante significativa. Vejamos:

Pesquisa em campo

Em termos de Pesquisa101 também o CJE-ECA-USP prosperou em 1972. Do levantamento realizado pelo Departamento, foram desenvolvidas pelos alunos 34 pesquisas dos mais distintos temas do âmbito do jornalismo, editoração e da comunicação como um todo: 1- Meios de comunicação as masss nos países em processo de desenvolvimento – o caso brasileiro (Orientação do Prof. Roberto Vicente Cobbe); 2- Agências noticiosas e o Direito autoral e a produção de histórias em quadrinhos no Brasil (Orientada por Profª Cláudia Bozzo Pisaneschi); 3 – O Cinejornalismo no Brasil – análise de conteúdo (Orientadora Profª. Davina Miranda Pinheiro); 4 – Estrutura de um laboratório de artes gráficas para a Escola de Comunicações e Artes (Orientador Prof. Mário Motoda); 5 – Jornalismo, meio ambiente e desenvolvimento no Brasil (Orientador Prof. José Carlos Rocha); 6 - Visibilidade e legilibidade de cores e tipos na comunicação impressa (Orientador Prof. José Coelho Sobrinho); 7 - O esporte na imprensa paulista (Orientador Prof. Wilson da Costa Bueno); 8 - Proteção autoral em jornalismo e editoração (Orientador Prof. Manoel Joaquim Pereira dos santos); 9- O papel da informação de atualidade na ocupação do tempo livre paulistano (Orientador Prof. Éride D’ Albuquerque Silveira); 10 – A edição de livros de ficção em São Paulo (Orientadora Profª Dulcilia Buitoni); 11 – Os padrões de escolha no estilo jornalístico (Orientadora Profª Maria do Socorro Nóbrega Fernades); 12 – Fotojornalismo na Imprensa Brasileira (Orientador Paulo Roberto Lobo Leandro); 13 – Editoração em São Paulo: situação atual (Orientadora Profª Cremilda Medina); 14 – A estrutura de mensagens jornalísticas (Orientadora Profª Cremilda Medina); 15 - Pesquisa de forma e conteúdo de um jornal laboratório para alunos de Curso Superior de Jornalismo (Orientador Prof. Jair Borin); 16 – A linguagem do rádio e da televisão (Orientador Prof. Walter Sampaio Smolka); 17 – Direito de autor em quadrinhos (Orientadora Profa Sonia Maria Bibe Luyten); 18 – Monografia sobre o Radiojornalismo Paulistano (Orientador (Prof Walter Sampaio Smolka); 19 – Fatores que determinam a disponibilidade de meios de comunicação de massa nos países em desenvolvimento – o caso brasileiro (Orientador Professor Roberto Vicente Cobbe); 20 – Notícia de ciência e tecnologia: uma linguagem mais direta (Orientador Professor Paulo Roberto Lobo Leandro); 21 – América Latina e os jornais paulistanos (Orientador Prof. Wilson Bueno da Costa); 22 – Análise e levantamento das funções da linguagem em alguns veículos de imprensa brasileira (Orientadora Profª Dulcilia Buitoni Schroeder); 23 – Editoração no Estado Novo em São Paulo e a História da Editoração no Brasil (Orientadora profª Alice Mitika Koshiyama); 24 – A editoração em São Paulo (Orientador Prof. Sinval Freitas Medina); 25 – A imprensa em São Paulo (Orientador prof José Marques de Melo); 26 – Pesquisa sobre o primeiro transplante de coração em São Paulo e Análise da cobertura jornalística (Orientadores José Marques de Melo e Wilson da Costa Bueno); 28 – Estudo comparativo da imprensa diária em São Paulo (Orientador Prof. José Marques de Melo); 29 – O jornalista profissional no Estado de São Paulo – perfil sócio-econômico e cultural (Orientador Prof. Jair Borin; 30 – Influência do inglês dos estados Unidos na linguagem da imprensa de são Paulo (Pesquisa realizada pelo bolsista Argelino Farid ); 31 – Análise de conteúdo de revistas femininas (realizada pela bolsista Sonia Amorim); 32 – Legislação referente ao exercício profissional do jornalismo no Brasil (Pesquisa concluída pelo

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Professor Flavio de Almeida Prado Galvão); 33 – Legislação de imprensa no Brasil, de 1930 a 1939 (Pesquisa já concluída pelo Professor Flávio de Almeida Prado Galvão) e 34 – Cronologia da imprensa paulistana ( levantamento de dados) – pesquisa já concluída pelo Professor Flávio de Almeida Prado Galvão102.

O que nos chama a atenção em todas estas pesquisas é que todas elas estavam em sintonia com os conteúdos programáticos propostos pelo Projeto Pedagógico de Jornalismo e Editoração do CJE-ECA-USP, 1972 e que estas pesquisas fechavam a estrutural vertical e horizontal curricular da formação dos estudantes de Jornalismo e Editoração:

Ensino - Experimentação – Extensão Cultural - Pesquisa - Divulgação

Um formato e proposta pedagógicos criativos, críticos e analíticos dos fatos, oferecendo, assim, um trabalho completo em níveis de aprendizado e de cognição do alunado. Chama a atenção também à originalidade dos temas pesquisados e que, ainda, merecem atenção de estudos e análises nos dias atuais. Um exemplo clássico disto, são as pesquisas realizadas pelo Professor Flavio de Almeida Prado Galvão o Jornalismo no Brasil; a legislação referente ao exercício profissional dos jornalistas e a cronologia da Imprensa Paulista, estudos que vem merecendo uma análise mais profunda, pois os temas incandescentes da mesma, também, ainda, não foram satisfatoriamente debatidos em nível dos setores empresariais da comunicação jornalística, do sindicato dos jornalistas profissionais e dos órgãos governamentais deste país, já que Almeida Prado Galvão lançou as bases do alicerce da mesma e os temas pouco foram dissecados pelos pesquisadores paulistanos e, no Brasil como um todo.

Não obstante, ainda em termos de pesquisa, o CJE-ECA-USP, realizou a atividade Pesquisas Exploratórias. Em destaque temos: Histórias em quadrinhos e romance, trata-se de uma pesquisa realizada pelos alunos do sexto semestre de Editoração, que sob as orientações das professoras Sonia Bibe Luyten, Dulcilia Helena Schroeder, José Coelho Sobrinho e Mário Motoda analisaram cinco romances O moleque Ricardo, Memórias de um Sargento de Milícia, O tronco de Ipê, A moreninha e Tom Sawyer, em comparação com as suas respectivas quadrinizaçoes feitas pela Editora Brasil – América e publicados nas suas respectivas quadrinizaçoes na série Edições Maravilhosas. O romance e os quadrinhos foram analisados em vários aspectos: narrativa, tempo, espaço, personagens, recursos dos quadrinhos, qualidade da adaptação, conforme documenta o CJE-ECA-USP, 1972103.

Ainda em pesquisas exploratórias estudou-se Jornalismo Feminino, cuja pesquisa foi realizada por um grupo de alunos do 7º semestre de jornalismo, dentro da Disciplina Jornalismo Especializado, cuja orientação também foi a da professora Dulcilia Schroeder. A pesquisa foi desenvolvida da seguinte maneira:

“Primeiramente foram feitos o levantamento do volume e a análise do jornalismo feminino publicado durante uma semana nos principais jornais de São Paulo. Depois foi feito um levantamento e uma análise de forma e conteúdo das seguintes publicações (um número de cada): Suplemento de O estado de São Paulo, Cláudia, Desfile, Capricho. Algumas análises especiais complementaram o trabalho, tais como: Fotografia de Cláudia, Telejornalismo e Televisão para Mulher (programação do Canal 13), e estudo sobre as leis e a mulher jornalista”104.

A outra pesquisa exploratória realizada foi Diagnóstico da Empresa jornalística em São Paulo, com os alunos do 7º e 8º semestres de Jornalismo, com orientação do Professor Gileno Fernandes Marcelino. Esta pesquisa vinha complementar os trabalhos já realizados em 1971. Realizaram-se então duas pesquisas semelhante que visavam traçar um diagnóstico tanto quanto possível real do universo da indústria de comunicação de massa em São Paulo. Como era de se esperar: “o receio das empresas

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em revelar supostos segredos industriais, prejudicou sensivelmente os questionários aplicados e a tabulação das respostas”105, contam os professores.

A quarta pesquisa exploratória foi Antologia de matérias jornalísticas, realizadas pela disciplina Jornalismo Interpretativo, com os alunos do sexto semestre, que tiveram a orientação dos professores Jair Borin, Paulo Roberto Lobo Leandro, Cremilda Medina e José Coelho Sobrinho. O estudo se deu através da “seleção e análise de conteúdo e estilo de textos jornalísticos que representavam as tendências de interpretação nos principais veículos da imprensa brasileira”, informaram os pesquisadores.Já na pesquisa exploratório Jornalismo informativo, os alunos do quinto semestre (1972) de Jornalismo trabalharam em cooperação com quatro disciplinas integradas, realizando análise de conteúdo e estrutura das informações na cobertura dos jornais de São Paulo sobre o incêndio do Edifício Andraus, relataram os docentes106.Por outro lado, as investigações sobre Jornalismo Comparado, ocorridas no ambiente do Laboratório de pesquisa de jornalismo comparado (LAPEC), segundo o relato do Doc. Do CJE-ECA-USP, 1972, foram realizadas as seguintes pesquisas exploratórias:

“Análise do noticiário do Sesquicentenário da Independência da Imprensa Paulista, com os alunos do quarto semestre de Jornalismo Comparado, no período matutino. No período vespertino na disciplina de Jornalismo Comparado, foram realizadas, sob a orientação do professor Wilson da Costa Bueno as seguintes pesquisas: apresentação formal do livro brasileiro; Levantamento do vocabulário da linguagem esportiva; Análise sócio-psicológica dos personagens de Mauricio de Souza; Análise de Saci - Perere; Análise da cobertura dos grandes times de futebol nos jornais paulistanos; O mundo dos fascículos; Os jornais paulistanos e a cobertura das Olimpíadas: reconstrução de um fato a partir das notícias; Cobertura de assuntos religiosos na Revista Veja; A cobertura de números (índios, total de mortos, feridos, pessoas presentes a um acontecimento qualquer na imprensa paulistana”107.

Na Agência de Noticias, segundo o Doc. CJE-ECA-USP, 1972, foram desenvolvidas as seguintes pesquisas, com os alunos (oitavo semestre de Jornalismo) da Disciplina Agências Noticiosas, ministrada pelo Professor José Carlos Rocha de Carvalho: 1- A Agência Nacional Brasileira; 2 – Relação entre o noticiário recebido e o noticiário utilizado, das Agências de Noticias; 3 – Evolução técnica das Agências Noticiosas; 4 – Os dois blocos de Agências no mundo atual; 5 – Personalidade das agências noticiosas através da análise de telegramas”; 6 – Relação entre a matéria-prima e o produto acabado na Editorial Internacional”; 7 – Agências noticiosas brasileiras e 8 – Agências noticiosas108.

11.1. O acervo do MIM

Aqui, nos relatos realizados pelos docentes reafirmamos que a página deste Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração – ECA - USP (1972) identificada à mão como sendo Página 133-A, encontra-se cheia de rasuras e textos escritos à mão, não nos dando uma linha de seguimento lógica, das atividades de pesquisa desenvolvidas pelo Professor José Carlos Rocha de Carvalho no CJE neste ano. Temos de forma legível os trabalhos realizados pelo Museu de Imprensa Júlio de Mesquita Filho, que segundo o Doc. Oficial – CJE, 1972, pág. 133-A, diz o seguinte:

“As atividades do MIM (Museu da Imprensa” Júlio de Mesquita Filho) foram regulamentadas em 1972, quando a Comissão Diretora do CJE designou as

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professoras Alice Mitika Koshiyama (encarregada), Helda Bullota Barracco e Cláudia Bozo Pisaneschi para a elaborarem o anteprojeto de funcionamento do órgão. Depois de aprovado pela resolução CJE/20/72, de 9/10/72, o MIM contou neste ano com a colaboração dos seguintes professores, que integram a Comissão encarregada dos trabalhos: Professor José Marques de Melo, Flávio de Almeida Prado Galvão, Helda Bullota Barracco, Sonia Bibe Luyten e Alice Mitika Koshiyama”109.

Segundo o Documento, no MIM “o ano de 1972 foi dedicado aos trabalhos de identificação e sistematização da parte do acervo, composto por: 1.356 jornais (1.024 nacionais e 314 estrangeiros); 853 slides; 8.910 revistas de histórias em quadrinhos e 188 folhetos de cordel”.Para o próximo ano deveriam ser ainda catalogados cerca de 950 revistas, 70 folhetos, 214 boletins, 58 livros e 20 diversos, informavam o Documento. Registrava também que “no primeiro semestre de 1972, durante a IV Semana de estudos de Jornalismo, o MIM realizou uma exposição de jornais - laboratório, visitada pelos alunos e professores do Brasil e do Exterior, participantes do conclave”. Além disto, o acervo teria servido, “durante o ano letivo, para trabalhos de docência e pesquisa de diversos professores e alunos do CJE”. O Documento informava também que “para 1973, o Museu deveria iniciar exposições regulares, tendo já sido adquirido mobiliário para essa finalidade”110.

11.2. Interlocutores nacionais e estrangeiros: lastros construídos por José Marques de Melo

As atividades referentes à Extensão Cultural de 1972 programadas pelo Departamento foram registradas no Relatório do Departamento, demonstrando como sempre um alto índice de acontecimentos e eventos realizados pelo CJE-ECA-USP, com temas da maior importância para a formação do jornalista e do profissional de editoração. Realizaram-se cursos; semanas de estudos entre outros eventos.

CURSOS OFERECIDOSOs cursos de extensão cultural oferecido, em 1972 foram os seguintes: 1 – Curso de Extensão Universitária sobre

Jornalismo Audiovisual e Teleducação, de 29 de maio a 19 de junho, sob a coordenação do Professor Walter Sampaio; 2 – Curso de Extensão Universitária sobre Teoria e Metodologia do Ensino em Comunicação, realizado em Ribeirão Preto, de 27 de maio a 15 de julho, em convênio com o CJE-ECA-USP; 3 – Curso de Especialização, em Nível de Pós Graduação, sobre “Imprensa e Humanismo na Renascença, ministrado no CJE, pela Profa Helda Bullotta Barracco, de 20 de abril a 7 de julho; 4 – Curso de Especialização, em Nível de Pós – Graduação, sobre “Literatura de Cordel: Canal de Comunicação Popular, ministrado pelo Prof. Raymond Cantel (Sorbonne, Paris), no CJE-ECA-USP, de 14 de agosto a 15 de setembro de 1972; 5 – Curso de Aperfeiçoamento, em Nível de Pós- Graduação, sobre Editoração na Idade Média , desenvolvida pela Professora Helda Bullotta Barracco, realizada de 11 de setembro a 20 de novembro no CJE-ECA-USP, 1972; 6 – I Curso de Especialização em Comunicação Rural (I CECOR). O Curso foi realizado em convênio com o Ministério da Agricultura, de 11 de abril a 22 de maio, sob a coordenação e estruturação do curso de José Marques de Melo, juntamente com o Professor Hiroshi Saito; 7 – Curso de Extensão Universitária sobre “A Imprensa Diária nos Países em Desenvolvimento , ministrado pelo Professor Luis Apostura (Sub-diretor do Jornal Ya de Madrid) e que foi realizado de 31 de agosto a 2 de setembro; 8 – Curso de Extensão Universitária sobre “Publicações de Empresa e Assessoria de Imprensa , ministrado pelo Professor Édison Rodrigues Chaves, realizado de outubro a novembro de 1972,segundo registra o Doc. Oficial do CJE-ECA-USP (1972, pág.156).111

Também como atividades de extensão cultural foi realizada a IV Semana de Estudos de Jornalismo, promovida pelo CJE em colaboração com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo; Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (FENAJ); Secretaria de Turismo da Prefeitura Municipal de São Paulo; Centro Acadêmico Lupe Cotrim da ECA112, tendo como tema principal O Ensino de Jornalismo, ocorrendo entre os dias 15 a 19 de maio de 1972.

A Semana

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A IV Semana de Estudos de Jornalismo do CJE de 1972 foi um gigantesco evento falando a respeito da Pedagogia do Jornalismo; avaliação e crítica; da situação da pesquisa em jornalismo na América – Latina; da estrutura curricular dos cursos de jornalismo no Brasil; da profissionalização dos jornalistas no Brasil; condições infra-estruturais dos cursos de jornalismo; corpo docente para os cursos de jornalismo; metodologia do ensino – atividades discentes, metodologia da pesquisa em jornalismo; significação da Pesquisa para as atividades profissionais; apoio financeiro aos projetos de pesquisa de jornalismo, estrutura curricular – formação humanística, Estrutura curricular – formação fenomenológica, estrutura curricular formação profissional (Jornalismo impresso, jornalismo audiovisual, integração escola – mercado de trabalho; regulamentação da profissão do jornalista; regulamentação dos profissionais pelo mercado de trabalho e proliferação das escolas; absorção dos profissionais pelo mercado de trabalho a proliferação das escolas ( norte , nordeste, centro e sul)113.

11.3. O destaque de José Marques de Melo no CIESPAL

A participação e prestigio de José Marques de Melo na CIESPAL trará para o CJE uma visibilidade ainda maior. Melo aproximará os pesquisadores e docentes da ECA aos pesquisadores e docentes da Latina América , Europa e América do Norte. Em discurso de abertura da IV Semana de estudos de Jornalismo, José Marques de Melo celará para sempre este intercâmbio, demonstrando uma vez mais a sua habilidade diplomática no campo da comunicação brasileira. O tema desta semana de estudos foi O ensino de jornalismo no Brasil e para tratar de todos os demais temas centrais das mesas de Palestras foram convidados para expor e debaterem importantes pesquisadores, docentes e profissionais da área tais como:

Programa da IV Semana de estudos de Jornalismo em 1972 na ECA_USP

Professor Marco Ordoñes Andrade (CIESPAL Quito); Prof. Mário Vilches (Escuela de Periodismo – Universidad de Conceipción); Profa Delia Maria Croui (Escuela de Ciências de La Comunicación – Faculdad Católica de Humanidades – Argentina); Prof. Rolando Morel Pinto (Membro da Comissão de Pós – Graduação da ECA – USP, SP); Estudante Christa Liselote Berger (Faculdade dos Meios de Comunicação – PUC – Porto Alegre – Brasil); Prof. Moisés Arroyo Huaniria (Diretor do Centro de Investigaciones de la Comunicación Colectiva – Escuela de Periodismo – PUC – Peru; Prof Julio Zapata (Escuela de Periodismo- Universidad de Chile – Valparaiso – Chile); Frederic M. Litto (Editor of Theatre Documentation – University of Kansas – E:U:A); Prof. Luiz Beltrão (Presidente da UCLAP); Prof. Angel Daniel Rosso (Escuela de Ciências de la Comunicación – Rosário – Argentina); Prof. Ambert Bovy (Doutor pela Universidade de Paris – Sorbonne e pela Universidad Greogoriana de Roma – Itália); Prof. Juarez Bahia (Faculdade de Jornalismo Cásper Libero, SP); Prof. Virgilio Noya Pinto (Departamento de Comunicações e Artes – ECA- USP); Prof. Nelly de Camargo (Departamento de Comunicações e Artes – ECA- USP); Estudante Mariluce de S. Moura (Escola de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal da Bahia, Brasil); Jornalista Adrinao Campanhore (Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – SP, Brasil); Jornalista Boro Miljovaski (Cônsul da Iugoslávia, SP, Brasil); Jornalista Milton Coelho da Graça (Diretor da Revista Realidade - Editora Abril, SP, Brasil); Prof. Reinaldo Santos (Escola de Comunicações – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Guanabara – (Brasil); Frei Clarêncio Neotti (Diretor da Revista Vozes); Estudante Augusto Nunes (Presidente do Centro Acadêmico Lupe Cotrim – ECA – USP, São Paulo)114.

Sub-temas específicos à legislação, mercado, ensino e à profissionalização

Debateram nos sub-temas mais voltados para o ensino – profissão - mercado jornalístico os professores Roberto Emerson Câmara Benjamin (PUC_PE); Profa Adisia Sá (UFC-Ceará); Profa Cremilda Medina (CJE-ECA-USP); Professor Wilson da Costa Bueno (CJE-ECA-USP); Professor Lélio Fabiano dos Santos (PUC - Minas Gerais); Professor José Salomão David Amorim (UnB, Brasília); Prof. (Emmanuel Carneiro Leão UFGRS); Prof. Fernando Cortes Muzzi (Chefe do Departamento da UFJF, Juiz de Fora, Brasil); Prof. Antonio Firmo Gonzáles PUC, Rio Grande do Sul); Prof. José Mendonça (UFMG, Belo Horizonte, Brasil) e Prof. Geral Queiroz (Diretor da Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza – Natal – Rio Grande do Norte, Brasil)115.

Como se pode ver são temas que ainda hoje são bastante polêmicos no ensino, na pesquisa e na profissionalização de nossos jornalistas, tanto no Brasil como na América Latina.

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11.4. I Semana de Estudos de Editoração

Ainda de 25 a 29 de setembro de 1972, foi realizada a I Semana de Estudos de Editoração, tendo como tema principal Editoração das histórias em quadrinhos no Brasil, e que foi coordenada pelo Professor José Marques de Melo e organizada pelos professores Sinval Medina, Sonia Bibe Luyten, Cláudia Bozzo Pisaneschi e Manoel Joaquim Pereira dos Santos e, ainda, pela aluna Cristiana Gomes Bueno, que também foi um grande evento e, que tinha como objetivo, segundo o Doc. Oficial do CJE-ECA-USP, 1972, pág. 159:

“Oferecer aos estudantes de Editoração a oportunidade de conhecer e discutir os diversos aspectos do campo escolhido para profissionalização”116.

O temário e expositores desta I Semana de Editoração (CJE-ECA_USP) foram o seguinte: Panorama das histórias em quadrinhos no Brasil (Naumim Rizem, da Editora Brasil América Ltda); Perspectiva histórica e análise crítica dos quadrinhos no Brasil (Álvaro Moya - ECA-USP); Temática e técnica dos quadrinhos nacionais (Moacy Cirne – Editora Vozes); Quadrinhos e Educação (Maria Lúcia Amaral, escritora e pedagoga carioca) e Legislação das histórias em quadrinhos no Brasil (Maurício de Souza, desenhista, criador de Mônica)117.

O CJE-ECA-USP, em 1972 promoveu ainda vários seminários destinados aos alunos dos Cursos de Jornalismo: “1 - Problemas de planejamento em geral e planejamento empresarial; problemas de produção gráfica; problemas de distribuição de jornais e revistas (Professor Gileno Fernandes Marcelino); 2 – Jornalismo especializado; Jornalismo econômico; Jornalismo Feminino; Rádio e Telejornalismo; Cinejornalismo; Jornalismo Turístico e Empresa de assessoria (Professor Kardec Pinto Vallada); 3 - A divisão de matérias especializadas no Jornal do Brasil; Programa Saci (Televisão e Educação no Brasil) (Professora Dulcilia Schoroeder e Ethevaldo Siqueira) e 4 – Cidadão Kane; Imprensa Sensacionalista; O Best-seller e as Editoras; Histórias em quadrinhos (Professora Cláudia Bozzo Pisaneschi” 118. Para os alunos de Editoração do CJE-ECA-USP foram oferecidos os seguintes seminários: 1 - História em quadrinhos (Profa Sonia Bibe Luyten) e Análise da narrativa no conto e no romance (Professora Dulcilia Schoroeder).

11.5. Professores do CJE são prestigiados por outras instituições de ensino

Também em 1972, por outro lado, os professores do CJE – ECA-USP realizaram várias conferências e cursos a convite de outras instituições, o que demonstrava, de certa forma, o grande prestigio dos mesmos, alcançados junto à comunidade acadêmica do Brasil e demais países pelo importante Projeto Pedagógico que vinha desenvolvendo na ECA, desde 1968. O Professor José Marques de Melo, neste ano de 1972, fez as seguintes palestras: Estrutura do Processo de Comunicação (Faculdade de Comunicação Social Alcântara Machado, SP) e Estudo da Comunicação no Brasil (I Salão Brasileiro de Comunicação & Audiovisual – Universidade Católica de Minas Gerais)119. Melo abria caminhos e portas para que os demais docentes pudessem também participarem. Veja quadro abaixo:

Conferências e cursos realizados pelo corpo docente do CJE em 1972

O Professor Walter Sampaio Smolka ministrou o Curso de Extensão; jornalismo, rádio, TV e Educação promovida pelo Centro de Educação, Ensino, Pesquisa e Comunicação Cultural, de Ribeirão Preto, em julho de 1972; ministrou também o Curso especial para formação de rádio –jornalistas e produtores de rádio educativo (Faculdade de

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Comunicações de Santos, no segundo semestre de 1972; realizou a conferência Panorama atual da Tel educação no Brasil – Primeira Semana de Comunicação Evangélica – Instituto Metodista de Ensino Superior – IMES, SBC, São Paulo, junho de 1972; participou ainda como conferencista da abertura do Ciclo de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria (RS), falando sobre O panorama atual da Tel educação no Brasil; ministrou o Curso de Extensão Universitária Jornalismo Audiovisual, na Universidade Federal de Santa Catarina, em outubro de 1972; falou sobre o Panorama atual da televisão no Brasil, na I Semana de Estudos de Comunicação Social da Família Paulina, em SP, agosto de 1972; foi conferencista especial do Conselho Estadual de Cultura, na Casa da Cultura, cuja conferência foi Televisão: veículo social, em São José do Rio Preto, em setembro de 1972; falou sobre a linguagem do rádio e da televisão, como conferencista especial no Curso de Expressão e Comunicação, Faculdade Ibero – Americana de Letras, Pedagogia e Turismo, SP, setembro, de 1972 e foi ainda conferencista especial do Conselho Estadual de Cultura, na Faculdade de Filosofia de Araçatuba (SP), onde deu a seguinte conferência: Televisão: veículo social 120.

Já o Professor José Carlos Rocha, em 1972, ministrou o Curso de Jornalismo Comparado, na Escola de Administração do Estado do Maranhão, em convênio com a USP e a Secretaria de Educação do Governo deste Estado; ministrou o Curso de extensão Comunicação de atualidade: aspectos sociológicos e antropológicos, no Centro de Educação, Ensino e Pesquisa e Comunicação Cultural de Ribeirão Preto, julho de 1972; proferiu a palestra A imprensa no mundo contemporâneo, no Simpósio de Comunicação das Edições Paulinas, setembro de 1972 e a palestra As funções sociais da Imprensa, no Conselho Estadual de Cultura de São José do Rio Preto e em Araçatuba, São Paulo.

A Professora Maria do Socorro Nóbrega Fernandes também ministrou vários cursos em 1972 a convite de outras instituições: Curso de Extensão Linguagem Jornalística do Centro de Educação, Ensino e Pesquisa e Comunicação Cultual (Ribeirão Preto); o Professor Sinval Medina ministrou o Curso de Extensão Jornalismo Científico; em julho de 1972 também no Centro de Educação, Ensino e Pesquisa e Comunicação Cultual (Ribeirão Preto) e proferiu a palestra Editoração no Brasil, no Curso Introdução às Comunicações, promovido pelo jornal A Tribuna, em Santos, maio de 1972.

Também chamado a dar conferências, o Professor Roberto Vicente Cobbe falou sobre O papel da comunicação na transferência de tecnologia para o meio rural, na II Semana de Pesquisa no Meio Rural, realizado pelo IPEACS (Universidade Rural do Rio de Janeiro) e no Instituto de tecnologia de Alimentos, da Secretaria de agricultura do estado de São Paulo, em Campinas proferiu a conferência Homem, comunicação, organização.

No Curso de Extensão promovido pelo Centro de Educação, Ensino e Pesquisa e Comunicação Cultual (Ribeirão Preto), a Professora Cremilda Medina deu um curso sobre Metodologia do Ensino de Jornalismo, em julho de 1972; falou sobre Estrutura da mensagem jornalística, Curso Introdução às Comunicações, promovido pelo jornal A Tribuna, em Santos, maio de 1972. Em abril de 1972 ministrou o Curso também sobre o tema Estrutura da mensagem jornalística, na Universidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.

11.6. Palestras e conferências no CJE

Por outro lado, José Marques de Melo trazia para o CJE – ECA-USP um número considerável de especialsitas na áea de jornalismo e editoração e da comunicação como um todo para complementar o aprendizado de seus discentes, através de projetos de extensão cultural em nível nacional e internacional.

ATIVIDADES DE EXTENSÃO CULTURAL DO CJE-ECA-USP, EM 1972

Extensão Cultural, palestras e conferências, convidando alguns profissionais ou especialistas na área de comunicação a ser oferecida para os alunos com atividades complementares dos cursos regulares: Problemas estruturais da imprensa na América Latina (Professor Marco Ordoñes de Andrade – CIESPAL); Metodologia da Pesquisa em Comunicação e Atualidades (Professor Moyses Arroyo Huaniria (Universidade Católica do Peru); O escritor, o livro e o editor (Professor e escritor Osman Lins); Programa Saci (professor Fernando Mendonça – Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Espaciais); As perspectivas dos Estados Unidos num mundo em evolução (Professor William Griffith, do Massachuste Institut of Technology)121.

Todas estas atividades promovidas pelo CJE-ECA-USP tornavam aqueles anos, embora conhecido como anos duros por estarmos vivenciando a ditadura militar no Brasil, a Escola de Comunicações e Artes como um todo, em um verdadeiro celeiro cultural do país bastante significativo.

12. Divulgação: docentes coletivizam conhecimentos em forma de publicações

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Em termos de Atividades de Divulgação no ano de 1972 o CJE-ECA-USP ofereceu também muitas contribuições por parte de seus docentes que publicaram um bom volume de literatura sobre as áreas do jornalismo, da editoração e da comunicação de um modo geral. Vejamos: O Professor José Marques de Melo publicou duas obras que são clássicas até hoje: Reflexão sobre temas de comunicação (ECA-USP, 1972, 128 págs.) e estudos de Jornalismo Comparado (Livraria Pioneira Editora, 1972, 300 págs.)122.

Marques de Melo publicou ainda O ensino de jornalismo no Brasil (ECA_USP, 1972); Bibliografia sobre ensino de jornalismo (ECA, USP, 1972); Pesquisa sobre ensino de jornalismo e Ciência da Comunicação Social na América Latina (co-autoria com Luiz Beltrão e Moisés Arroyo), Montevidéu, UCLAP, 1972; Bibliografia Brasileira de Jornalismo (Cadernos de Jornalismo e Editoração nº 7, SP. ECA-USP,1972; Uma bibliografia da editoração no Brasil (Cadernos de Jornalismo e Comunicação nº 38, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1972), coordenando, ainda, a produção de volumes e seleção de textos de seis publicações e apresentação ou prefácio de sete livros).A Professora Alice Mitika Koshiyama contribuiu com as seguintes publicações: Análise de conteúdos da literatura de cordel; presença dos valores religiosos (ECA-USP, 1972, 159 págs.) e com a tradução de As querelas entre protestantes e católicos na literatura popular do Nordeste Brasileiro (In Cantel, Raymond – Temas de Atualidade na literatura de cordel – ECA-USP, 1972).

Por outro lado o Professor Jair Borin publicou Mercado de trabalho e proliferação das Escolas de Comunicação (Revista de Cultura Vozes, em O ensino de Jornalismo, São Paulo – ECA-USP, 1972) e Jornalista profissional no Estado de S. Paulo – perfil sócio-econômico (Relatório de Pesquisa publicado no jornal O Estado de São Paulo, 1972).Já o Professor Flávio de Almeida Prado Galvão além de publicar diariamente no jornal O Estado de S. Paulo, veículo ao que sempre esteve vinculado como jornalista profissional, publicou os seguintes artigos: O primeiro processo de júri na Imprensa sob D. Pedro I; Uma sentença a favor de “O Estado de São Paulo”; série de cinco artigos sobre a Fundação da Ação Integralista: Há 40 anos criava-se em São Paulo a Ação Integralista; Precursores da AIB; SEP foi a antecâmara da ação Integralista; O manifesto de outubro de 1932 da Ação Integralista; Composição dos quadros dirigentes da AIB e A aclamação na noite de sete de setembro (Todos estes artigos foram publicados no O Estado de S. Paulo, em 1972).

O CJE contou ainda com as publicações do Professor Sinval Freitas Medina: relatório geral dos trabalhos da IV Semana de estudos de Jornalismo, In O Ensino de Jornalismo, ECA-USP, 1972; O Ensino de Jornalismo: revisão crítica, In Cadernos de Jornalismo e Editoração do CJE, nº8, SP, ECA-USP, 1972 e Perspectivas do livro brasileiro, In Família Crista, São Paulo, 1972.Falando de metodologia de pesquisa e do status do jornalismo como objeto de estudo científico, o Professor Wilson da Costa Bueno publicou Metodologia da Pesquisa em Jornalismo, In O Ensino de Jornalismo (ECA-USP, 1972) e Jornalismo como disciplina científica: a contribuição de Otto Groth (ECA-USP, 1972).Tratando ainda de metodologia do ensino de jornalismo, a Professora Cremilda Medina publicou Metodologia do ensino de jornalismo, In O ensino de jornalismo (ECA-USP, 1972) e Reportagens no “Jornal do Brasil” sobre O pintor equatoriano Guayasamin e o escritor chileno Henrique Lafourcado, SP, 1972.O jornalismo audiovisual foi tratado por Walter Sampaio ao publicar Jornalismo audiovisual, In O ensino de Jornalismo (ECA-USP, 1972).

Publicações específicas do CJE

A safra de publicações do Departamento de Jornalismo e Editoração em 1972 também foi bastante significativa: Periódicos (Cadernos de Jornalismo e Editoração nº 7, março de 1972 (ECA_USP); Cadernos de Jornalismo e Editoração nº 8, junho de 1972 (ECA-USP) e Cadernos de Jornalismo e Editoração nº 9 (que estava no prelo, conforme doc. Oficial ECA_USP, 1972))123.

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Os livros e apostilas publicadas pelo CJE-ECA-USP, 1972 foram: Problemas brasileiros I, de Ítalo Bustamante Paolucci (2ª Edição); Problemas Brasileiros II, Ítalo Bustamante Paolucci (2ª Edição); Disponibilidade Gráfico – Editorial da Imprensa Especializada – Roberto Amaral; Cinema e Jornalismo – Christian Bodin e outros; Comunicação de Atualidades: TV e Cinema, de Juan Beneyto; Análise Psicológica do Ser Humano, de Modesto Farina (2ª Edição); A idéia de Progresso, Fernando de Azevedo; A História da Propaganda no Brasil, de Ricardo Ramos; Guia do I Curso de especialização em Comunicação Rural; Comunicação e Desenvolvimento Rural, de Vicente Alba e outros; Problemas Contemporâneos, de Cláudio de Ciclo; Jornalismo Sensacionalista (Documentos da I Semana de estudos de Jornalismo); Estatuto e Regimento da USP; Normas de Redação de Cinco Jornais Brasileiros , de Jose Marques de Melo; Panorama Histórico de Relações Públicas (Candido T. de S. Andrade); O negro na Imprensa e na literatura; Cose D’Italia, de Darly Nicolanna Scornaienchi; História da Imprensa em São Paulo, de Paulo Duarte; Temas de Atualidade na Literatura de Cordel, Raymond Cantel; Editoração na USP, de M. Guimarães Ferri e José Marques de Melo; Aculturação e Messianismo entre índios brasileiros, de E. Schada; Os estudos do índio brasileiro ontem e hoje, de Egon Schaden; Cultura e Arte no Alto Xingu, de Yolanda Lhullier dos Santos; Os crimes contra a honra e os meios de comunicação, de Antonio Fernando Costella; Portugueses e índios no Brasil Colonial, de Jaime Cortesão; Povos e trajes da América Latina, de E. Schaden e Gioconda Mussolini; O novo estilo da Ciência, de Henry Morgenau; A formação étnica e a Consciência Nacional, de E Schaden; Legislação Turística na América Latina (Peru e Chile); Os limites do Progresso técnico, de Max Wimmerheber; A Hispano América na Arte Seiscentista do Brasil, de Aracy Amaral; Comunicação e Cultura Popular, de MARIA Isaura P. Queiroz e João Baptista B. Pereira; Ah vous Dirá-je Maman, de Delamar Alvarenga; Vai e vem, de Gilberto Mendes e José Lino Grunewald; Economia Turística na Europa, de J. A. Castro Farinas e Y. Toul; Brasil Rural e Brasil Urbano, de Hiroshi Saito e Desenvolvimento Rural no Brasil, (Vários A., seleção de H. Saito)124.

12.1. Intercâmbios no país e no exterior

José Marques de Melo realizou com seus docentes em 1972 vários intercâmbios culturais, acadêmicos e profissionais, além das viagens de estudos, convênios e assessoramentos realizados pelo CJE-ECA-USP, onde o Professor Dr. José Marques de Melo teve papel preponderante. Segundo o Doc. Oficial do CJE-ECA-USP, 1972, págs. 170 a 172, estas atividades pedagógicas ocorreram da seguinte forma:

“Em 1972, o Departamento continuou a manter intercâmbio sistemático com outros cursos e escolas de Jornalismo e Comunicação do País e do Exterior, bem como com as unidades científicas e profissionais dessa área. Atualmente (1972), são enviadas regularmente publicações para 226 instituições ou personalidades brasileiras e para 299 instituições e/ ou personalidades estrangeiras. Por outro lado, 400 jornais da Capital, do Interior do Estado e de outras capitais brasileiras recebem semanalmente o Boletim da Agência Universitária de Notícias. O Departamento recebeu doações de livros, revistas e outras publicações que foram encaminhadas à Biblioteca da ECA para utilização de professores e alunos. Outrossim, o acervo atualmente (1972), no Museu de Imprensa é resultado, em sua quase totalidade de doações”125.

Os intercâmbios aconteceram ainda em forma de congressos, seminários e simpósios, com participação efetiva de José Marques de Melo, como a IV Semana de estudos de Jornalismo; a I Semana de estudos de Editoração; o II Congresso Brasileiro de Comunicação (União Crista Brasileira de Comunicação Social); XIV Congresso Nacional dos Jornalistas Profissionais (FENAJ, SP); V Conférence Internationale de L’UMOSEA (Union Mondiale dês Organismes pour la Sauvegarde de L’Enface et de l’ adolescence) – Temps libre et liberte, em Paris, sede da UNESCO, durante o mês de Dezembro de 1971 e com a participação da Professora Èride de Albuquerque Silveira; Comunicação e Desenvolvimento (Congresso Internacional realizado em Buenos Aires, juntamente com a IX Assembléia Geral da Association Internacionale dês Études et Recherches sur l’ information – AIERI (UNESCO) e por ela patrocinado, com a participação do Prof. Manuel Joaquim Pereira dos Santos; Curso de estudos Superiores de Jornalismo (CIESPAL, Quito, Equador, agosto/outubro de 1972, no

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qual a Professora Cremilda Medina apresentou o seguinte Projeto: A comunicação em grupos marginalizados dos meios de comunicação convencionais 126.Os convênios realizados por JMM neste ano de 1972 pelo CJE- ECA- USP, foram os seguintes, conforme documenta o Relatório do Departamento:

“1 – Cursos de Convênio ECA/USP e Governo do Estado do Maranhão, dados no Curso de Comunicações, implantado na Escola de Administração Pública do Maranhão. Jornalismo Comparado, pelo Prof. José Carlos da Rocha de Carvalho, maio de 72; 2 – Convênio com o Centro de Educação, Ensino e Pesquisa e Comunicações Culturais de Ribeirão Preto (Curso de Metodologia e pesquisa do Ensino, coordenados por José Marques de Melo, junho/agosto de 1972) e Programa de difusão de informações científicas, através da Agência Universitária de Notícias (AUN), em convênio com o CIMPEC (Centro Interamericano de Produção de Materiais Educativos e Científicos para a Imprensa), órgão da OEA. A partir do número 25, o Boletim passou a veicular regularmente o serviço especial CIMPEC, embora nos números anteriores já estivessem sendo aproveitadas matérias do CIMPEC”127.

Além de possuir papel preponderante nos convênios realizados pelo CJE-ECA-USP, o Professor José Marques de Melo ainda deu assessoramento a visitantes estrangeiros que estiveram no Brasil para conhecer o Projeto Pedagógico de Jornalismo e Editoração desenvolvido pela ECA e à USP, de um modo geral: Marques de Melo prestou assessoramento aos seguintes visitantes: Marco Ordoñez Andrade - Diretor do Departamento Técnico do CIESPAL (Centro Internacional de Estudos Superiores de Jornalismo para a América Latina), Quito-Equador; Moisés Arroyo Huaniria – Diretor do Centro de Pesquisas de Comunicação Coletiva da Universidad Católica do Peru, Lima (Peru); Josué Muñoz Q. – Diretor-Executivo do CIMPEC (Centro Interamericano para a Produção de Material Educativo e Científico para a Imprensa) – Bogotá (Colômbia); Raymond Cantel – Diretor do Instituto de Estudos Portugueses e Brasileiros da Sorbonne – Paris (França); Luis Apostura – Sub – Diretor do Jornal Ya, Madrid (Espanha); Luiz Ramiro Beltrán – Diretor do IICA –CIRA (Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas da OEA) – Bogotá (Colômbia) e Jaime Gutierrez Sanches – Professor da Universidad de Porto Rico e ex –diretor do Departamento de Ciência Sociais do Instituto Colombiano Agro – Pecuário. Em outubro de 1972, o Professor José Carlos Rocha recebeu uma comissão de 80 pessoas, oriundas de diversos países da América Latina, que participavam de um simpósio do Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para a Formação Profissional (CENAFOR), registra o Doc. Oficial do CJE-ECA-USP, 1972, pág. 172128.

12.2. Estímulos para a construção do Pós – Graduação no CJE-ECA-USP

Como já vinha ocorrendo no ano anterior, a pedido da Direção da ECA, o CJE vinha orientando e estimulado aos seus docentes para realizarem o pós - graduação e concluírem seus mestrados e doutorados, pois estas eram as novas condições fixadas pelo Conselho Universitário da USP para desenvolvimento da carreira universitária. José Marques de Melo foi o primeiro da lista a dar exemplo aos demais colegas:

Capacitação dos docentes do CJE em 1972

Os professores que defenderam teses naquele ano de 1972 foram: José Marques de Melo – Tese de Doutorado sobre Fatores Sócio – Culturais que retardaram a Implantação da Imprensa no Brasil, sob a orientação do Prof. Rolando Morel Pinto,

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Livre-Docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP; Guadêncio Torquatro do Rego – Tese de Doutorado sobre Jornalismo Interpretativo, tendo como orientador o Prof. Rolando Morel Pinto, Livre Docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP; Thomas Farkas – Tese de Doutorado sobre Cinejornalismo, tendo como orientador o Prof. Flávio Mota da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP129.

Estavam elaborando suas teses de doutorado: Maria do Socorro Nóbrega Fernandes (pós-graduada em lingüística pela Universidad de Bucareste, elaborava sua tese de Doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob a orientação do Prof. Dr. Nicolau Salum; José Carlos Rocha de Carvalho, mestre em Sociologia da Civilização pela Universidade de Paris, elaborava sua tese de doutorado em Comunicação, sob a orientação do Prof. Dr. Edgar Morin; Éride de Albuquerque Silveira elaborava sua tese de doutorado, sob a orientação do Prof. Dr. Gabriel Thoveron, da Universidade de Bruxelas).

Ainda elaboravam suas dissertações de mestrado Gileno Fernandes Marcelino, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. José Freitas Nobre; João Walter Sampaio Smolka, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. Júlio Garcia Morejón; Jair Borin, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. Hiroshi Saito; Cremilda Celeste de Araújo Medina, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr.Júlio Garcia Morejón; Sinval Freitas Medina, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. Modesto Farina; Alice Mitika Kosiyama, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr.Virgilio Noya Pinto; Cláudia Bozzo Pisaneschi; inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr.José Freitas Nobre; Dulcilia Helena Schoroeder, inscrita no Pós-Graduaçao da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob a orientação do Prof. Dr. João Alexandre Barbosa; José Coelho Sobrinho, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. Modesto Farina; Wilson da Costa Bueno, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. Hiroshi Saito; Paulo Roberto Lobo Leandro (cumpria disciplinas complementares prescritas pelo Prof. Dr. Egon Schaden); Divina Miranda Pinheiro, inscrita no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr.Virgilio Noya Pinto e Sonia Maria Bibe Luyten, inscrito no Curso de Pós Graduação da ECA, sob a orientação do Prof. Dr. José Freitas Nobre130.O Professor do CJE Dr. José Freitas Nobre ministrou cursos de pós-graduação na ECA – USP. Esta nova e significativa safra de professores que se tornavam mestres e doutores estavam lançando as bases para a criação do Programa de Pós – Graduação do CJE, da ECA-USP.

13. Conclusão

Em primeiro lugar, não temos o direito e nem a intenção de chegar a qualquer conclusão definitiva em relação a este estudo que ora realizamos, para não corrermos o risco de não sermos neta o bastante, ou precipitada em afirmações desnecessárias, pois o Documento Oficial do CJE fala por si só: ele é documento histórico vivo em sua plenitude, tendo corpo e alma dos profissionais que ali deixaram suas marcas inalienáveis (intocáveis) de trabalho, dedicação, suor, lágrimas, quem sabe (?), e sorrisos, orgulhosos pelo dever comprido.

Queremos, registrar isto sim que o estudo documental dos Relatórios de Atividades do, hoje, Departamento de Jornalismo e Editoração, da ECA - USP: anos 1968; 1969; 1970; 1971 e 1972, antes de tudo, foram extremamente enriquecedores em termos de conteúdo para esta pesquisadora e que, certamente, servirão de rica fonte para as investigações que estamos realizando e que ainda no futuro pretendemos fazer.Certamente também é luz para os novos lideres de ensino de jornalismo no Brasil e na América Latina. A pesquisa sobre estes documentos mostrou, isto sim, uma vez mais, que os trabalhos realizados, pelo, hoje, o Professor Emérito José Marques de Melo e suas equipes de docentes, discentes e técnicos que estiveram com ele nestes primeiros cinco anos de atividades na USP foram de extrema relevância, para que o CJE fosse e continua sendo um dos maiores centros de excelência no ensino do Jornalismo no Brasil e no Mundo.Como pudemos constatar em outras fontes bibliográficas, e, também das experiências tiradas no convívio pessoal com o mestre José Marques de Melo, a sua trajetória no CJE-ECA-USP não parou por ai. Ela é longa e continua acontecendo ainda hoje, embora tenha ocorrido algum intervalo de tempos, ora criado pelas mãos da ditadura militar, pois em 1973 ao se tornar o primeiro Doutor em Jornalismo pela ECA-USP, conquistou uma Bolsa de Estudos de Pós-Doutorado da FAPESP, para estudar na University of Winconsin – USA, onde permaneceu até 1974, retornando ao Brasil, em 1975 estava cassado pela Ditadura Militar Brasileira, ficando impedido de

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exercer suas funções de docente no CJE-ECA_USP, acusado de incitações políticas contra o Brasil junto aos alunos e professores da Universidade; por ter ministrado um curso sobre o Lead no jornalismo (1969) e, depois pela aposentadoria por tempo de serviço, mas em todas estas interrupções, José Marques de Melo nunca deixou de ser o prestigiado Professor da ECA-USP, voltando para o CJE como o Diretor da ECA (1988) e agora, 2002, como Professor Emérito, cuja bibliografia é vasta e não cabe aqui reescrevê-la, pois em 2003 José Marques de Melo foi amplamente biografado e homenageado de forma especial por toda a academia do Jornalismo, da Comunicação e de vários setores das áreas do saber, no Brasil e no mundo.

Não obstante, segundo a obra Grandes Nomes da Comunicação – José Marques de Melo, organizado por Maria Cristina Gobbi149 e produzido pela Editora do Centro de Estudos da Imprensa e da Cidadania em convênio com a Universidade Católica de Pernambuco, (Recife, 2001, pág. 41), podemos dar continuidade à trajetória deste honorifico Pensador do Jornalismo Brasileiro: “Ao iniciar sua carreira na Universidade de são Paulo, recebeu convite do Diretor da então Escola de Comunicações Culturais para dirigir o recém-criado Departamento de Jornalismo, com a responsabilidade de implantar esse novo organismo, reestruturar o Curso de Jornalismo e criar um Curso de Editoração. Permaneceu nesse cargo de 1968 a 1972”.

Continuando, diz o texto Liderança Acadêmica na ECA/USP (obra cit, pág. 41) “Afastado da USP, por motivos políticos, continuou a assumir funções dirigentes na administração universitária. Foi diretor de ensino da Faculdade Iberoamericana (1975); Chefe do Departamento de Jornalismo (1977) e do Departamento de Teoria e Pesquisa da Comunicação (1977/1981), bem como da Faculdade de Comunicação Social, além de Coordenador Geral do Centro de Pós Graduação (1978/1982) do Instituto Metodista de Ensino Superior, hoje transformado em Universidade Metodista de São Paulo”150.

Ainda, segundo a obra acima citada, “Seu conceito como administrador responsável, hábil e eficiente erigiu-se publicamente. Tanto assim que ao retornar a USP, no bojo da anistia política, logo foi instado pelos colegas a retornar ao exercício da chefia do departamento que fundara” (...) “Foi eleito por alunos, professores e funcionários para retornar a esse cargo em 1983, reeleito em 1985 e em 1987, permanecendo no seu exercício até 1988, quando foi convidado pelo Reitor José Goldemberg para candidatar-se a Diretor de Comunicações e Artes da USP. Lançou sua candidatura no final de 1988, recebeu o maior número de votos, especialmente dos professores e estudantes, sendo confirmado imediatamente pela Reitoria”151.

Conforme afirma a obra Grandes Nomes da Comunicação – José Marques de Melo e também por testemunha de nossa convivência pessoal com o mestre, pois fomos sua aluna na Metodista e na ECA, nestes períodos “sua administração foi marcada por intensa transformação didático-científica, modernização laboratorial, crescimento e atualização dos acervos documentais, expansão do programa de publicações, incentivo à titulação dos docentes, reciclagem dos funcionários, incentivo aos movimentos culturais promovidos pelos alunos” e “ao concluir a gestão, em janeiro de 1993, o Professor Marques de Melo fez uma prestação de contas das suas conquistas administrativas. Ela está contida no artigo O futuro das comunicações e artes na USP, (Revista Brasileira de Comunicação, vol. XVI, nº 1, janeiro de 1993, p. 172-173)”152.

A lista de livros, artigos, ensaios, palestras, cursos, cargos administrativos, prêmios, Catedrático da UNESCO, criador da INTERCOM, a mais importante associação dos pesquisadores de Comunicação da América Latina e tantas outras atividades no Brasil e no mundo já estão catalogas e é de domínio público. O importante deste nosso estudo dos Relatórios de Atividades do CJE-ECA-USP (1968 a 1972) é o de resgatar a memória e a trajetória de Pensadores do Jornalismo Brasileiro das primeiras gerações de docentes até os dias atuais no CJE-ECA-USP, pois foram e continuam sendo o maior celeiro de produções científicas do país no ensino do Jornalismo e da Editoração, bem como da Comunicação como um todo.

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As gerações de professores – pesquisadores, e, pensadores do Jornalismo e da Editoração do CJE, da ECA, vêm sendo estudados na Disciplina Pensamento Jornalístico Brasileiro, do Programa de Pós-graduação do CJE-NJC-ECA-USP, com o retorno do Professor Emérito José Marques de Melo, em 2002 para a Universidade de São Paulo. Em 2003, sob sua direção no de Pós - Doutorado atuei como Professora – Adjunta desta Disciplina, onde realizamos uma Oficina Investigativa com todos os seus alunos de mestrado e doutorado, resultando num produto final importante: o Portal, o Mural, a Revista e o Dicionário Pensamento do Jornalismo Brasileiro, que se pode encontrar no seguinte endereço eletrônico: www.eca.usp.br/prof/josemarques, que funciona de forma oficial, aprovada pela CAPES, representando mais uma marca registrada de seu Diretor: José Marques de Melo em ação, construindo, produzindo e refletindo o fazer jornalístico no Brasil e no Mundo.

Revisitar as atividades do CJE-ECA-USP desde 1968 a 1972 para mim foi muito significativo em termos de aprendizado, pois acreditamos que somente através do resgate histórico dos acontecimentos é que podemos lançar luzes para os próximos acontecimentos e investigações futuros às quais nos lançamos, com o objetivo de avançar em objetos de estudos já semeados por outros estudiosos da área. Fica sim o sentimento que mesmo em anos de torturas, exílios e devastação intelectual e cultural trazida pela ditadura ao Brasil, que mesmo assim ainda é possível falar em flores, as flores plantadas e semeadas pelo professor Emérito José Marques de Melo e todos os seus docentes, discentes e técnicos do CJE nos anos de 1966 (ano do planejamento do CJE) a 1972 e, principalmente depois quando Melo retorna a USP, momentos em que o Brasil respira os ventos da democracia.

Ressaltamos aqui, sim, em términos conclusivos a eficácia de um Projeto Pedagógico de Ensino de Jornalismo na graduação, pós-graduação e pesquisa, que foi criado pelo mestre José Marques de Melo como um de seus maiores legados à Nação Brasileira, por se constituir em obra prima a ser retomada e resgatada por toda a academia de intelectuais, docentes e administradores da Educação deste país.

14. Bibliografia (Notas e referências bibliográficas)

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1- VANDRÉ, Geraldo (nome artístico). Verso da música Pra não dizer que não falei de flores, 1964. SP, RJ, Brasil.

2- CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

3. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

4-CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

5. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

6. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

7. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

8. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

9. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

10. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

11. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

12.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

13. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

14. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

15. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

16. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

17. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

18. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

19. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

20. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

21. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

22. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

23. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

24. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

25. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

26. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

27. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17; Universidade de São Paulo, São Paulo.

28. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

29. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17;Universidade de São Paulo, São Paulo.

30. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a

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17;Universidade de São Paulo, São Paulo.31. CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1968, pp. 1 a 17; Universidade de São Paulo, São Paulo.

32.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40(mais 30 págs. De doc. Anexo) ;Universidade de São Paulo, São Paulo.

33.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo); Universidade de São Paulo, São Paulo.

34.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo);Universidade de São Paulo, São Paulo.

35.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo); Universidade de São Paulo, São Paulo.

36.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo);Universidade de São Paulo, São Paulo.

37.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo);Universidade de São Paulo, São Paulo.

38.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo); Universidade de São Paulo, São Paulo.

39.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo); Universidade de São Paulo, São Paulo.

40.CJ-ECC-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo, Dezembro de 1969, pp. 1 a 40 (mais 30 págs. De doc. Anexo); Universidade de São Paulo, São Paulo,

41.CJE-ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

42.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

43.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

44.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

45.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

46.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

47.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

48.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

49.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

50.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

51.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38;Universidade de São Paulo, São Paulo.

52.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

53.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1970, pp. 1 a 38; Universidade de São Paulo, São Paulo.

54.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

55.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41;Universidade de São Paulo, São Paulo.

56.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

57.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41;Universidade de São Paulo, São Paulo.

58.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

59.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41;Universidade de São Paulo, São Paulo.

60.CJE- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a

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41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

61.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

62.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

63.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

64.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

65.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41;Universidade de São Paulo, São Paulo.

66.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

67.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

68.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

69.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

70.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

71.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

72.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

73.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

74.CJE -ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

75.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

76.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

77.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

78.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

79.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

80.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

8.CJE 1- ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a

41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

82.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

83.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1971, pp. 1 a 41; Universidade de São Paulo, São Paulo.

84.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

85.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

86.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

87.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

88.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

89.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

90.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

91.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

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92.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

93.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

94.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

95.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

96.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

97.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

98.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

99.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

100.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

101.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

102.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123

a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

103.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

104.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

105.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

106.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

107.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

108.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

109.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

110.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

111.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

112.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

113.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

114.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

115.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

116.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

117.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

118.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

119.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

120.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

121.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

122.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

123.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123

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a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

124.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

125.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

126.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

127.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

128.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

129.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

130.CJE - ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

131.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

132.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

133.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123

a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

134.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

135.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

136.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

137.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

138.CJE - Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

139.- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

140- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

141- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

142- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177

(?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

143- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

144- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

145- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

146- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

147- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo.

148- Op. cit, 1968; 1969; 1970; 1971 e ECA-USP, Relatório de Atividades do Departamento de Jornalismo e Editoração, 1972, pp. 123 a 177 (?);Universidade de São Paulo, São Paulo. Ver também: www.eca.usp.br/prof/josemarques

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150 - José Marques de Melo/Maria Cristina Gobbi (org.). – Recife: UNICAP: Centro de Estudos da Imprensa e da Cidadania, 2001. 341p.:il.-(Série Grandes Nomes da Comunicação; v. 3). Ver também: www.eca.usp.br/prof/josemarques

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