ii seminÁrio a Ética e os fiscos -...

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Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp ICMS Como é dividido o dinheiro em São Paulo » Página 6 GUERRA FISCAL Cada Estado tem suas leis e interesses » Página 7 GLOSSÁRIO Conheça os termos do mundo fiscal » Página 8 Reunidos no auditório da Assembleia Legislativa, Luciana Veloso, Carolina Souza Dias, Luiz Felipe Pondé e Clóvis de Barros Filho falaram sobre variados aspectos da ética no trabalho de fiscalização, no seminário promovido pelo Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp) São Paulo, 3 de junho de 2015 ESPECIAL Alan Teixeira II SEMINÁRIO A ÉTICA E OS FISCOS PRODUZIDO POR

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Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

ICMSComo é dividido

o dinheiro

em São Paulo

» Página 6

GUERRA FISCALCada Estado

tem suas leis

e interesses

» Página 7

GLOSSÁRIOConheça

os termos do

mundo fiscal

» Página 8

Reunidos no auditório da AssembleiaLegislativa, Luciana Veloso, Carolina SouzaDias, Luiz Felipe Pondé e Clóvis de BarrosFilho falaram sobre variados aspectos daética no trabalho de fiscalização, noseminário promovido pelo Sindicato dosAgentes Fiscais de Rendas do Estado deSão Paulo (Sinafresp)

São Paulo, 3 de junho de 2015

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II SEMINÁRIO A ÉTICA E OS FISCOS

PRODUZIDO POR

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Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

Os Agentes Fiscais de Rendas (AFRs) são servidores públicos estaduais cuja princi-

pal responsabilidade é planejar e executar as ações de fiscalização e arrecadação

das rendas públicas (especialmente tributos, taxas, royalties e participações espe-

ciais) do Estado de São Paulo.

O ICMS (incidente sobre circulação de mercadorias e alguns serviços) é o principal im-

posto estadual, compondo a maior parte da receita do Estado. Fiscalizado pelos AFRs, en-

cerrou 2014 com uma arrecadação de R$ 125,5 bilhões.

Ao incluir os outros importantes tributos, como IPVA (incidente sobre a propriedade de

veículos) e ITCMD (incidente sobre transmissões em heranças e doações), a receita tribu-

tária total do Estado foi de R$ 146 bilhões em 2014.

Há, ainda, royalties e participações especiais, que decorrem da extração de petróleo e

gás natural. Alguns anos atrás, essa receita era pequena, mas, devido à exploração de no-

vos poços, está crescendo e provavelmente será logo uma parcela muito importante da

renda estadual.

São esses recursos que alimentam o orçamento do Estado de São Paulo, encaminhado

todos os anos pelo governador à Assembleia Legislativa, que discute e aprova. O orçamen-

to define onde e em quais montantes serão aplicados aqueles recursos arrecadados pelos

AFRs. Dessa maneira, o governo prevê a construção de escolas e hospitais, manutenção de

estradas, pagamento de salários. Tenta atender às necessidades do povo paulista.

O Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas existe desde 1988 e hoje representa 95%

da categoria, contando com aproximadamente seis mil filiados (ativos, aposentados e pen-

sionistas). Uma de suas finalidades insti-

tucionais, definidas em estatuto, é divul-

gar e debater temas de interesse da so-

ciedade, com ênfase nas questões tribu-

tárias. Daí decorreu a realização desta

segunda edição do Seminário “A Ética e

os Fiscos”.

Eventos institucionais costumam

ser realizados em hotéis e centros de

convenções. Porém, diante do elevado interesse sobre o tema, o Sinafresp recebeu o su-

porte da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que gentilmente cedeu um de

seus auditórios. Dessa maneira, o debate pôde ser feito no mesmo local onde são toma-

das as decisões sobre a coisa pública.

Assim, no interesse da concretização do bem comum, conseguimos fomentar o es-

tudo e o debate sobre ética envolvendo os agentes que arrecadam os recursos do Es-

tado, bem como os eleitos para definir a aplicação de tais recursos através de políti-

cas públicas.

Nós, do Sinafresp, acreditamos que, através de uma atuação eficaz do Estado, é pos-

sível melhorar muito a qualidade de vida da população e desenvolver ainda mais a ativida-

de econômica. Mas acreditamos também que, para isso, é necessário que todos nós, ser-

vidores, políticos e cidadãos, tenhamos a clareza do que é um comportamento ético e nos

comportemos dentro desse padrão. Afinal, para que o Estado e a sociedade sejam eficien-

tes, tanto o governo como a sociedade precisam atuar de maneira construtiva. ■

Miriam Arado é presidente do Sinafresp

Ações construtivas

» Mesa de abertura: o presidente do Sindifisco Mato Grosso, Ricardo Bertolini;

o vice-presidente do Sinafresp, Igor Lucato Rodrigues; a presidente do

Sinafresp, Miriam Arado; o diretor-executivo da Deat, João Marcos Winand;

e o presidente do Sindifisco Nacional/DS São Paulo, Luiz Fuchs

» Deputado Itamar Borges: tema atual » Clóvis Cabrera: sem autoritarismo

É necessário que todostenhamos a clareza do que éum comportamento ético enos comportemos dentrodesse padrão

ARTIGO | MIRIAM ARADO SEMINÁRIO

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Mais que jurídico, tributário oueconômico, o Fisco é sociológico,psicológico, filosófico. Para que

a sociedade exista e haja mínima condiçãode igualdade, a arrecadação é necessária. Edeve ser justa, de modo a não exagerar noônus e produzir bônus. A arrecadação detributos tem de ser assim: objetiva como atécnica, subjetiva como a ética.

Estes foram os focos do II Seminário “AÉtica e os Fiscos”, promovido pelo Sindica‐to dos Agentes Fiscais de Rendas (Sina‐fresp) na Assembleia Legislativa de SãoPaulo, no dia 28 de maio último. O seminá‐rio reuniu cerca de 200 agentes fiscais devárias partes do Estado, coordenados peladiretoria do sindicato: a presidente MiriamArado, o vice‐presidente Igor Lucato Ro‐drigues, os diretores Cláudio Fambrini,Waldomiro Abbondanza, Flávio Werneck,Francisco Eloy dos Santos e Fabio de Al‐meida, e o presidente do Conselho do Sina‐fresp, José Aparecido Ciocca.

Além, claro, dos quatro palestrantes,escolhidos a dedo: Luciana Veloso, audito‐ra do Ministério do Trabalho e Empregoem São Paulo; Carolina Souza Dias, da

ONG Artemis (que substituiu a colega ad‐vogada Ana Lúcia Keunecke); o polêmicofilósofo Luiz Felipe Pondé; e o professor defilosofia Clóvis de Barros Filho. Cada umem sua área perguntou: afinal, o que é éti‐ca, em especial no âmbito dos agentes fis‐cais de rendas?

É de ética que se fala quando é exigidodos legisladores previsibilidade e normas.É de ética que se trata quando se fala detransparência. E é ela que deve guiar as re‐lações entre governos e servidores.

IMPOSIÇÃO COLABORATIVA – É verdade queimposto significa, sim, imposição, isto é,um poder de força sobre os cidadãos. Masé igualmente verdade que quando a tribu‐tação cresce em larga escala e os proble‐mas sociais também, diz o prêmio Nobel deEconomia Amartya Sen, 81 anos, indianode nascimento, “a natureza da economiamoderna foi substancialmente empobreci‐da pelo distanciamento crescente entreeconomia e ética”. Nas palestras do II Se‐minário “A Ética e os Fiscos”, essas visõesestiveram em discussão. Afinal, existe umamoral ou uma ética tributária?

“Sim”, diz José Clóvis Cabrera, titularda Coordenação da Administração Tribu‐tária (CAT) da Secretaria da Fazenda doEstado. “Hoje, a atitude dos agentes fiscaisde rendas caminha na direção de eliminaro autoritarismo pelo convencimento danecessidade e conveniência de a popula‐ção exercer sua cidadania.”

Ou seja, não se trata de aplicar san‐ções – embora o poder coercitivo sempreesteja presente, por ser necessário. Trata‐se, sim, de ajudar o contribuinte a cumprirsuas obrigações para com a sociedade. En‐fim, impor sem imposição: gerar a respon‐sabilidade pelo simples respeito à lei. Malcomparando, diz Cabrera, é como se a polí‐cia convencesse os cidadãos a não cometercrimes pelo bem da sociedade, e não ape‐nas pelo medo de ser preso. Mas o poderda força permanece, como uma espécie deimposição colaborativa.

Foram estes questionamentos que oSindicato dos Agentes Fiscais de Rendas doEstado de São Paulo (Sinafresp) colocouem discussão durante o II Seminário “A Éti‐ca e os Fiscos”. Veja a seguir o que os pales‐trantes disseram. ■

A arrecadação é necessária para dar à sociedade condições de igualdade

» AFRs reunidos: cerca de 200 agentes fiscais assistiram ao seminário

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

“Gostei muito do seminário. Primeiro por ser

na Alesp, que dá uma visibilidade muito boa

à categoria. Depois pelo tema, que é muito

pertinente para a nossa carreira. As palestras

foram de excelente nível. Deveríamos

promover eventos dessa natureza com mais

frequência. Cada um que assistiu ao

seminário certamente saiu de lá melhor e

com condições de contribuir ainda mais para

a valorização da nossa carreira.”

» Rodrigo Spada, presidente da Associação

dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado

de São Paulo (Afresp)

“O Brasil vive hoje uma crise ética, tanto na

política como no futebol. Então esse

seminário veio em um momento oportuno

para que possamos discutir essa situação. O

Fisco é um dos organismos que efetivamente

mais buscam a ética, vinculada à seriedade,

à honestidade e à transparência. Para que

isso possa ser atingido, é preciso uma

reforma constitucional, com a aprovação da

PEC 186 e a aprovação nos estados e nos

municípios das Leis Orgânicas da

Administração Tributária, rompendo qualquer

vínculo com o ente político.”

» José Aparecido Ciocca, presidente do

Conselho do Sinafresp

“Os assuntos abordados são antigos, mas

têm relevância até hoje e certamente terão

no futuro. Esses temas estão bastante em

evidência em função do ambiente em que

vivemos na sociedade, que atropela as

pessoas com informações, o que não

significa conhecimento. Portanto, os

indivíduos esquecem que têm deveres, não

só direitos. E nós, como funcionários

públicos, temos muitos deveres com a

sociedade e conosco, como os deveres

hierárquicos, que todos temos de cumprir.”

» José Carlos Vecchiato, delegado da DRTC

III/Pinheiros

“Esses seminários que abordam

princípios constitucionais servem

para reafirmar os deveres e os

compromissos da categoria enquanto

servidores públicos com a sociedade.”

» Marcelo Bergamasco Silva, delegado da

DRTC II/Lapa

“Com muita honra participei do seminário

organizado pelo Sinafresp na Assembleia

Legislativa, principalmente pelo tema tão

importante e atual que é a ética. Uma

conduta que deve nortear todas as profissões

e acompanhar os agentes fiscais de rendas

do nosso Estado. Parabéns ao Sinafresp pela

organização deste importante evento.”

» Itamar Borges, deputado estadual (PMDB)

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Objetiva como a técnica,subjetiva como a ética

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Nas duas últimas décadas, os mé‐todos de gestão desenvolvidosem todo o mundo acabaram

acarretando riscos psicossociais causa‐dos aos trabalhadores. Os agentes fiscaisde rendas são especiais vítimas. A rela‐ção de trabalho é diferente e mais com‐plexa do que a dos funcionários da ini‐ciativa privada. Não faz muito tempo,nem se falava em assédio moral no servi‐ço público. Hoje, é uma realidade.

“O assédio moral não é um fenômenonovo. Ele é tão antigo quanto o própriotrabalho”, lembrou Luciana. “A diferençaé que o individualismo extremo em quevivemos atualmente deixa as pessoasmais suscetíveis ao assédio moral.”

Seria mais um sintoma e menos umgrande problema direto, disse ela. O pro‐fessor e médico francês Christophe De‐jours estudou o tema, desde a década de1970, e entende que as relações muitasvezes são difíceis. E as avaliações indivi‐duais, deletérias, do ponto de vista psi‐cossocial. A tolerância do Estado a essetipo de gestão fecha o círculo.

São questões sobre o trabalho em si,sobre as relações de trabalho, até sobresalários. São questões de ética. Segundoela, a palavra ética, de tanto ser usada,acabou desgastada. Mas o tema na ver‐dade é atual, e a palavra deve ser revalo‐rizada, principalmente nestes tempos dedesvio moral. ■

O assédio moral no trabalho

Ocontexto sociopolítico que enfrentamos em nosso

país está marcado por profunda crise de legitimidade

das instituições em geral. A sociedade reivindica

transformações, mudanças que possam extirpar da vida pú-

blica a corrupção e os desvios de verbas públicas. A socie-

dade brasileira clama, igualmente, por um Estado mais efi-

ciente, dotado de recursos que permitam a implementação

da infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico

e social do País. Estamos diante de um panorama que exige

a consolidação das promessas desenhadas na Constituição

Federal de 1988, dentre elas, a de fortalecimento das insti-

tuições capazes de assegurar a estrutura democrática da

administração pública.

Este é o cenário ideal para a edição da Lei Orgânica da

Administração Tributária (Loat), instrumento jurídico que

possibilitará a institucionalização das funções essenciais de-

sempenhadas, atualmente, pelos órgãos que integram a

Coordenadoria da Administração Tributária, na Secretaria da

Fazenda do Estado de São Paulo. O principal objetivo a ser

alcançado com a edição da Loat é a racionalização das fun-

ções exercidas pelos agentes fiscais de rendas, permitindo o

incremento da arrecadação, através de melhores condições

de trabalho.

A Constituição Federal já consagra normas que reconhe-

cem que as funções exercidas pela administração tributária

são essenciais ao Estado, determinando a necessidade de lhe

assegurar recursos prioritários e admitindo, ainda, a sua pre-

cedência em relação aos demais setores administrativos. Es-

pecificamente à edição da Loat nacional, a discussão tem por

pano de fundo a PEC 186/07, que, acrescentando dois pará-

A justiça fiscal em prol da dignidade

e da cidadania

ARTIGO | ADRIANA SCHIER

LUCIANA VELOSO

Todo mundo reclama ao descobrircomo dados sobre sua vida estãodisponíveis na internet e nas re‐

des sociais. Mas são as próprias pessoasque alimentam essa base de dados comsuas escolhas. “Somos nós que alimenta‐mos o big brother”, disse Pondé, ao ex‐por o conceito de big data — um acú‐mulo gigantesco de informações quepermite afinar as escolhas de cada um, orastro que se deixa na internet.

“A rede social é nosso espelho”, dis‐se Pondé. E lembrou que nesse mecanis‐mo há lugar também para crenças eideologias opostas — graças a uma es‐magadora sensação de anonimato e in‐visibilidade. “As redes sociais são amaior ferramenta de luta contra a invi‐sibilidade neste cenário.” Porém ele jul‐ga que é muito cedo para avaliar conse‐quências. “Ninguém leva a sério os con‐teúdos de redes sociais. O que se fala lánão tem credibilidade. Elas só respon‐dem ao que dizem as mídias tradicio‐nais, como jornais e revistas.”

As redes sociais, segundo Pondé, sãoum palco que transporta conflitos políti‐cos. “São uma grande vitrine de egos in‐

flados. Hoje, todo mundo é famoso porum minuto, tempo em que as pessoasolham o que você fez. Nós sempre fomosseres dependentes da técnica, senãonão sobrevivemos. Para o futuro, nãovejo nenhum sinal de que a gente vá es‐capar de uma certa dependência dasferramentas tecnológicas, inclusive asredes sociais, mas também não achoque isso vá ser o caos.” ■

As consequênciasdas batalhas virtuais

LUIZ FELIPE PONDÉ

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Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

Filósofo e jornalista, Luiz Felipe Pondé é graduado em Filosofia Pura pela Universidade de São Pau-

lo (USP). Atualmente, é professor assistente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e ti-

tular da Fundação Armando Álvares Penteado.

Luciana Veloso é especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito, é mestre e

doutoranda em Direito Político e Econômico pelo Mackenzie. É auditora fiscal do Ministério do

Trabalho desde 2007.

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grafos no artigo 37, da Constituição Federal, autorizará a edi-

ção de lei complementar definindo as normas gerais da admi-

nistração tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos municípios. Tal lei deverá dispor sobre direitos, deveres,

garantias e prerrogativas dos cargos, assegurada autonomia

administrativa, financeira e funcional.

Interessante observar que os Estados e municípios não

precisam esperar a aprovação da PEC para editarem suas Leis

Orgânicas. Nesta esteira, Rio Grande do Sul, Pará e Pernam-

buco já têm suas Leis Orgânicas aprovadas. É também im-

portante referir que o Estado do Ceará, em 2014, aprovou

uma emenda constitucional autorizando a edição da Loat. No

Estado de São Paulo, o item 9, Parágrafo Único, do artigo 23,

da Constituição Estadual, já prevê a edição de tal lei.

A Loat a ser editada então, em nível estadual, deverá

outorgar autonomia funcional, administrativa e orçamentá-

ria a esta instituição, tomando-se por base o modelo adota-

do para a Magistratura, para o Ministério Público e para a

Defensoria Pública. Es-

sas prerrogativas permi-

tirão à administração tri-

butária atuar de forma

coordenada com o chefe

do Executivo, não estan-

do subordinada a ne-

nhum outro órgão den-

tro do Estado, competin-

do-lhe a sua gestão administrativa e o exercício técnico de

todas as suas atividades. Tal estatuto cria mecanismos que

impedem a ingerência de ações políticas e de grupos que

tutelam interesses econômicos em detrimento do interesse

público, dando igualdade na fiscalização de todos os grupos

de contribuintes.

A Lei Orgânica da Administração Tributária, então, apre-

senta-se como um instrumento de gestão pública que permi-

tirá a racionalização das funções exercidas pela administração

tributária, incrementando a arrecadação, através de melhores

condições estruturais de trabalho e da garantia de um conjun-

to de prerrogativas e direitos aos seus servidores, com a aspi-

ração de dotar o Estado de recursos que lhe permitam o al-

cance de todos os seus fins, previstos constitucionalmente. ■

Adriana Schier – Doutora em Direito Administrativo pela

UFPR, professora, advogada e consultora do Sinafresp na ela-

boração do anteprojeto da Loat.

A Loat permitirá aracionalização dasfunções exercidaspela AdministraçãoTributária

Está sendo questionado por umaAção Direta de Inconstitucionali‐dade (ADI) um problema que co‐

loca em posições contrárias o governodo Estado de São Paulo e os servidorespúblicos. O problema é o tempo de li‐cença‐maternidade para servidoras emestágio probatório. Para o governo, a li‐cença‐maternidade para essas servido‐ras não deve ser considerado no cum‐primento do estágio. As servidoras di‐

zem que nem sempre se escolhe a ma‐ternidade. E, se for um caso de escolha,qual seria o problema?

“Não há afronta constitucional quesubsidie uma Ação Direta de Inconstitu‐cionalidade nesse caso, uma vez que a li‐cença‐maternidade é, por lei, dada comodia de efetivo exercício, e não de afasta‐mento”, afirmou a doutora Carolina Sou‐za Dias, em sua palestra.

Essa ação está no Supremo TribunalFederal contra a lei que regulamenta a li‐cença no regime probatório, isto é, o es‐tágio, que é de três anos de avaliação. Odispositivo questionado consta da LeiComplementar 1.199/13, cujo projetofoi enviado pelo próprio governador,mas passou por alterações na Assem‐bleia Legislativa.

Na ação, o governo paulista pedeque os seis meses da licença‐maternida‐de não sejam computados como tempode serviços prestados no estágio. A li‐cença‐maternidade também vai esten‐der o período probatório, fazendo comque a servidora fique para trás nas pro‐moções no resto de sua vida funcional,sofrendo assim grande prejuízo. ■

O direito das mulheres

CAROLINA SOUZA DIAS

De 30 anos para cá, o termo ética,antes usado só no meio acadê‐mico, ganhou a vida pública. In‐

cide sobre momentos particularmentegraves relacionados à convivência emsociedade. Mas ninguém sabe bem oque é, porque a palavra abriga váriossignificados.

O professor Clóvis de Barros Filhocomeça em Aristóteles, que via a éticacomo a excelência de si mesmo. Passoupor Jesus Cristo, que ensinou a conside‐rar todos iguais; por Maquiavel, que con‐sidera o pragmatismo como ética; pelosingleses, que consideram ética a satisfa‐ção do maior número de pessoas; e che‐

ga ao pensamento moderno de Kant.Na contramão dos anteriores, a ideia

central de Kant está no valor que se me‐de pelas ações que você possa fazer napressuposição de que todos agiriam damesma forma, complementando peloprincípio da publicidade. Isto é: não façanada que as pessoas não possam saber oque você fez.

“É no desalinhamento da moral e daética que encontramos a brecha da cana‐lhice no universo ao qual pertencemos”,alertou Clóvis. “Os problemas de ética dasociedade não são um problema do ou‐tro, mas de todos nós. Nós somos os va‐lores que respeitamos.” ■

Ética no serviço público

CLÓVIS DE BARROS FILHO

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Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

Carolina Souza Dias é advogada, capacitada para atuar em casos de violência obstétrica pe-

la Associação Artemis (Aceleradora Social de Promoção da Autonomia Feminina e Prevenção

e Erradicação de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres).

Clóvis de Barros Filho, formado em Direito pela USP e em Jornalismo pela Cásper Líbero é mes-

tre em Science Politique pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle). É professor de Ética na

Escola de Comunicações e Artes da USP.

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Maior fonte de recursos para oEstado de São Paulo, o Impos‐to sobre Circulação de Merca‐

dorias e Serviços (ICMS) está embutidono preço de todos os produtos e de al‐guns serviços. No final de contas, foramR$ 125,5 bilhões arrecadados no anopassado, segundo números do Departa‐mento Intersindical de Estatística e Es‐tudos Socioeconômicos (Dieese), e re‐presentou 63,2% da receita total do Es‐tado — R$ 198,6 bilhões (em valores deabril de 2015), com o que o governo es‐tadual em princípio provê o que o pau‐lista precisa. Todo esse dinheiro paga amanutenção de escolas, o funcionamen‐to de hospitais, policiamento e a segu‐rança pública, além dos salários de umcontingente de 570 mil funcionários es‐taduais. E os investimentos em metrô,trens, estradas por todo o interior, re‐presas e tratamento de água e esgoto. Éo ICMS, quase dois terços do total da ar‐recadação, que paga praticamente tudo.

O ICMS é um tributo não cumulativo.Ou seja, compensa‐se o valor devido emcada operação ou prestação com o mon‐tante cobrado anteriormente. Em cadaetapa da circulação de mercadorias e emtoda prestação de serviço sujeita ao ICMSsão gerados débitos que podem ser com‐pensados por créditos relativos às entra‐das, com regime periódico de apuração,em geral mensal. Os prazos de recolhi‐mento podem chegar a 90 dias.

ALÍQUOTAS E ISENÇÕES – Esse imposto po‐de ser seletivo. Na maior parte dos casos,o ICMS corresponde ao percentual de18% nas vendas dentro do Estado. Para

certos alimentos básicos, como arroz e fei‐jão, o ICMS cobrado é de 7%. No caso deprodutos considerados supérfluos, comocigarros, cosméticos e perfumes, o Estadocobra 25%. Os abatedouros de animaissão isentos. Mas os medicamentos, não.

Metade da arrecadação do ICMS vemde vendas de produtos e serviços de mas‐sa ou com distribuição muito fracionada,caso dos combustíveis, bebidas, energiaelétrica e telecomunicações. O tributo re‐cai, então, sobre as vendas de empresasgigantes, como Petrobras e Shell (caso doscombustíveis), Ambev e Coca‐Cola (bebi‐das), Eletropaulo e Elektro (energia), Vivoe Claro (telecomunicações) e outras. “Se‐ria muito mais difícil fiscalizar a arrecada‐ção de ICMS de combustíveis em cada pos‐to de gasolina ou das bebidas vendidas emcada bar e restaurante”, diz Igor LucatoRodrigues, vice‐presidente do Sinafresp.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – Sistemáticaadotada para tentar evitar a evasão fiscal,a substituição tributária começou a serimplantada na década de 1990 e, segundoo agente fiscal de rendas Ângelo de Ange‐lis, representante sindical da DelegaciaRegional Tributária de Campinas, concen‐tra‐se em um único contribuinte da cadeiaprodutiva, normalmente uma grande em‐presa, todo o recolhimento das operaçõesou prestações subsequentes. “Em produ‐tos de alto valor, como veículos e joias”,diz o vice‐presidente do Sinafresp, IgorRodrigues, “é um problema: o comercian‐te compra com o imposto embutido e vaidemorar a vender, o que aumenta sua ne‐cessidade de capital de giro.”

Um outro regime de cobrança do im‐posto é o diferimento, que concentra aarrecadação em uma grande empresa dacadeia de valor, o que é mais comum emsegmentos da agroindústria. Neste caso,explica Ângelo de Angelis, não é lançadoo imposto para o produtor rural. O im‐posto é recolhido nas saídas dos produ‐tos tributados de uma indústria do setor,que normalmente adquire toda a produ‐ção. “É o caso, por exemplo, da cana‐de‐açúcar em caule, em que o imposto é di‐ferido para a usina e desta para o distri‐buidor”, diz De Angelis. ■

Não cumulativo, seletivo, indispensávelEmbutido no preço de todos os produtos, o ICMS arrecadou 63,2% da receita total do Estado no ano passado

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ICMS

25% VÃO PARA OS MUNICÍPIOS

Os Estados têm pouca autonomia para legislar sobre a criação de tributos. Mas podem deci-

dir a distribuição. Em São Paulo, um quarto (25%) do imposto arrecadado vai para os municípios.

Como fazer a distribuição, entretanto, é um ponto de discussão. Hoje, o critério básico é da pro-

porção da arrecadação, isto é, o quanto determinado município contribuiu para o total arrecada-

do pelo Estado, representado pelo Índice de Participação dos Municípios (IPM), elaborado pela

Secretaria Estadual da Fazenda a cada ano, levando em conta a abrangência do movimento eco-

nômico (adição de riqueza).

ISENÇÕES: 165 CASOS

Contadas todas as isenções previstas na legislação, há 165 casos, segundo o Anexo I do Re-

gulamento do ICMS. A maioria das exceções são ligadas à saúde e a transportes públicos – tu-

do assentado em convênios firmados no Conselho de Política Fazendária (Confaz), que reúne as

secretarias de Fazenda de todas as 27 unidades da Federação. Quanto mais regimes de exce-

ção, porém, lembra Ângelo de Angelis, mais complexo e difícil se torna a cobrança do ICMS. E

mais, diz Igor Lucato Rodrigues, do Sinafresp: sempre que se cria uma isenção, abre-se uma

oportunidade para sonegação.

Fonte: Sinafresp

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A arrecadaçãopossibilitaria

a construção de

31 novos hospitais ou

32 km de metrô ou

200 grandes escolas ou

200 km de BRT

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

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Os AFRs arrecadam

R$ 150 bilhõesanualmente em todo

o Estado (entre receita

tributária; royalties e

participações especiais

do petróleo; e multas e juros

dos tributos)

R$ 8 bilhõesde verba extra foram resgatados

pelos AFRs para o governo

nos últimos dois anos, por meio

de programas de parcelamento

dos autos de infração

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EXPEDIENTE

Menos impostoaqui, mais lá

Bom para o contribuinte? Sim, por‐que a competição pode gerar efi‐ciência e custos mais baixos. Mas,

na guerra fiscal entre estados, tudo pode vi‐rar de cabeça para baixo, com o exagero daspráticas competitivas. Em busca de investi‐mentos, os incentivos podem determinar amigração de agentes privados. Por isso,apesar de benéfica, em princípio, a guerrafiscal pode provocar distorções na arreca‐dação do ICMS. Todos podem ser vítimas.

A guerra fiscal é um problema ainda aser resolvido, porque em geral estabeleceuma dinâmica perversa: as condições fi‐nanceiras de todos os participantes – esta‐dos e até municípios – deterioram‐se e,com elas, as condições locais que a princí‐pio favorecem a produção.

Na década de 1980, a diferença de alí‐quotas foi usada como política de desen‐volvimento, para tornar melhor a partici‐pação na arrecadação dos estados do Nor‐te‐Nordeste. Entretanto, estados que fabri‐cavam argumentavam: se eu vendo para oBrasil todo, que arrecadação terei? Muitosestados do Sudeste iriam perder receita. NaConstituição de 1988, foram criadas duasalíquotas: para estados menos industriali‐zados (7%) e mais industrializados (12%).Na venda entre iguais, a alíquota é de 12%nos dois sentidos.

Mas alguns estados – praticantes deguerra fiscal – colocaram uma isenção dis‐farçada no produto. O ICMS é associado aum projeto de financiamento, por exem‐plo, o que faz a alíquota cair, na prática,para 1%, como explica Igor Rodrigues, doSinafresp. O estado de origem, ao venderpara um mais desenvolvido, não cobra oimposto, mas a alíquota aparece na nota eo crédito é registrado. Isso abre uma van‐tagem concorrencial. “Se o estado dimi‐nuir sua alíquota interna, ótimo. Se apro‐

veita da operação interestadual, é comousar o chapéu alheio”, diz Rodrigues.

UNIFORMIZAÇÃO DIFÍCIL – Hoje, as alíquotassão disciplinadas. Novas modificações de‐pendem do Senado e do Conselho Nacionalde Política Fazendária (Confaz). Recente‐mente, o Senado aprovou projeto de leicomplementar que permite a quebra daunanimidade do quórum do Confaz paraconvalidar incentivos fiscais já concedidos,sem ratificação do colegiado, como exige aConstituição. Agora, a discussão é sobre auniformização das alíquotas das operaçõesinterestaduais do ICMS. Estados do Sudeste

(principalmente São Paulo e Rio de Janeiro)e do Norte‐Nordeste e Centro‐Oeste tememperder investimentos já feitos em seus ter‐ritórios. Cabe ao Senado estabelecer as alí‐quotas mínimas e máximas.

Como explica o agente fiscal de rendasÂngelo de Angelis, a atual estrutura de alí‐quotas interestaduais é suficiente para ins‐tigar esquemas de guerra fiscal porque oimposto está configurado como de cobran‐ça predominante no estado de origem. Épor esta razão que São Paulo apoia a con‐vergência das alíquotas interestaduais para4% na maior parte das transações interes‐taduais. “Pior, alíquotas interestaduaismais altas provocam a distorção de penali‐zar os consumidores dos estados de desti‐no em prol da arrecadação dos estadosmais desenvolvidos”, diz De Angelis. ■

Dinâmica provoca distorções na arrecadação entre

os Estados, que pedem mudanças na legislação

Quanto cada unidade da Federação cobra da outra,

dependendo da origem e do destino da mercadoria

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GUERRA FISCAL

Imposto está configurado como de cobrança predominante no estado de origem

ICMS – OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

Fonte: Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz),

com base na Resolução 22/89 do Senado Federal.

AC

RR AP

AM PA

RO

MT

MA

TO

GO

MS

DF

PI

CE RNPB

PEAL

SE

BA

ESMG

RJSP

PR

SC

RS

❯ ALÍQUOTAS ORIGEM-DESTINO:

❯ ALÍQUOTAS INTERNAS

17% em cada um dos estados, menos

Minas Gerais, Paraná, São Paulo (18%)

e Rio de Janeiro (19%)

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio do Sinafresp

7%

É a alíquota cobradaentre os estados namaior parte do País

É a alíquota cobradana saída dasmercadorias dosestados do Sul eSudeste (menos ES)para os outros estados

12%É a alíquota cobradaentre MG, SP, RJ, PR,SC e RS

12%

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IMPOSTOS

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Entenda a linguagem fiscalO que significam os principais termos, expressões e siglas e o que cobre cada um dos tributos

GLOSSÁRIO

IMPOSTOS FEDERAIS:❯ Sobre a importação de produtos estrangeiros:

Pago pelo importador e calculado segundo as normas do

Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT).

❯ Sobre a exportação de produtos nacionais ounacionalizados (Imposto de Exportação/IE):Pago pelo exportador e cobrado na saída de bens nacionais

ou nacionalizados para o exterior.

❯ Imposto de Renda (IR): Pago por pessoas físicas e

jurídicas, conforme o rendimento obtido durante

determinado período.

❯ Sobre produtos industrializados (IPI):Incide sobre produtos importados, no momento

do desembaraço aduaneiro; na saída do produto

do estabelecimento industrial; ou no arremate em leilão

de produto apreendido ou abandonado. Valor varia

conforme o produto.

❯ Sobre operações de crédito, câmbio e seguro ourelativas a títulos ou valores mobiliários (IOF): Pago

pelas partes envolvidas nas operações, tem alíquotas

variáveis, dependendo da natureza da operação.

❯ Sobre propriedade territorial rural (ITR): Pago pelo

proprietário do imóvel localizado fora da área urbana, varia

de acordo com a área da propriedade e o grau de utilização.

IMPOSTOS ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL:❯ Imposto sobre operações relativas à circulação de

mercadorias e sobre prestações de serviços detransporte interestadual, intermunicipal e decomunicação (ICMS): Imposto seletivo, o percentual varia

de acordo com o produto e a origem e pode ir de 7% a

25%. É cobrado sobre o valor da operação ou prestação,

conforme nota ou cupom fiscal.

❯ Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação(ITCMD): É o imposto cobrado sobre heranças ou doação de

quaisquer bens ou direitos.

❯ Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): Substitui a antiga Taxa Rodoviária

Única (TRU), é cobrado anualmente.

IMPOSTOS MUNICIPAIS:❯ Imposto sobre a Propriedade Predial

e Territorial Urbana (IPTU): Incide sobre imóveis e terrenos

instalados na área urbana.

❯ Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de BensImóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis (ITBI):Incide sobre a venda ou qualquer ato oneroso de

bens imóveis.

❯ Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS):Incide sobre os serviços, salvo aqueles sujeitos à incidência

do ICMS. ■

❯ Alíquota: Percentual correspondente ao tributo sobre um

produto ou serviço.

❯ Ano-base: Período de 12 meses em que foi registrado o

pagamento de impostos. Geralmente se refere a um

período anterior. Exemplo: em 2015, paga-se o Imposto de

Renda referente ao ano-base de 2014.

❯ Arrecadação: Conjunto de verbas que vêm através da

cobrança de tributos.

❯ Autonomia: Direito de administrar livremente, respondendo

apenas a um poder central.

❯ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ):Referente às empresas. Corresponde ao Cadastro de

Pessoa Física (CPF).

❯ Contribuinte: Toda pessoa física ou jurídica a que a lei

atribui a obrigação de pagar o tributo.

❯ Deduções: Despesas que podem ser descontadas no valor

do tributo.

❯ Evasão fiscal ou sonegação: Desvio da renda tributária.

❯ Gestão orçamentária: Administração do orçamento de

uma empresa ou de uma entidade pública.

❯ Guerra fiscal: Disputa entre cidades e estados para ver

quem oferece melhores incentivos para a instalação de

empresas em seus territórios. Dentre os incentivos está a

isenção de pagamento de impostos.

❯ Incentivo fiscal: Medida governamental decorrente da

política econômica, destinada a favorecer o

desenvolvimento de determinado setor ou região por meio

de redução da carga tributária.

❯ Juros de mora: Juros cobrados quando há atraso no

pagamento de algum tributo.

❯ Pessoa física: Todas as pessoas.

❯ Pessoa jurídica: Qualquer instituição ou

empresa legalmente registrada.

❯ Receita: Soma de todos os valores

recebidos durante um determinado

período de tempo.

❯ Taxa: Tributo pago por um serviço prestado pelo poder

público, como coleta de lixo, licença para funcionamento,

emissão de passaportes e outros.

❯ Tributo: Toda obrigação de pagamento ao Estado, que

direciona essas verbas para o bem comum. Tributo

engloba impostos, taxas e contribuições (sociais, de

melhoria e outros). ■

❯ Imposto: Tributo pago por pessoas físicas e jurídicas para custear

despesas de administração, tanto de investimento quanto de manutenção

da máquina administrativa. Ao contrário das contribuições, os recursos

oriundos dos impostos não têm destinação específica.

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