ii. o japÃo pelos tempos - arquitectura paisagista · um dos pontos muito interessantes na...

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Jardim Japonês shakkei 5 5 II. O JAPÃO PELOS TEMPOS 1. INTRODUÇÃO O Japão, como se pode ver mais adiante, inicia o seu desenvolvimento muito depois do Ocidente, ou seja no inicio do seu povoamento o Ocidente encontra-se num período de sedentarização enquanto o Japão se encontra ainda em fase nómada. Um dos pontos muito interessantes na evolução do Japão, é a facilidade com que o povo Japonês conseguiu, não só alcançar uma cultura muitos anos mais desenvolvida, como a consegue ultrapassar. Hoje o Japão, tecnologicamente e socialmente, é um dos países mais avançados. Devido à sua conformação, o arquipélago não tem um acesso contínuo ao continente, tendo sofrido fases de introdução de conhecimentos e fases de institucionalização dos conceitos aprendidos. Esta forma de viver com o mundo exterior está interiorizada na cultura Japonesa. A partir de certo ponto da história a evolução tecnológica e de navegação facilita o constante contacto com o exterior, mas o Japão necessita de fechar as portas, e de compreender e tornar seu o que aprendeu fora, criando um ciclo, de poucos séculos, de contacto e reclusão com o exterior. A maior influência sofrida no Japão vem da China, mas devido à capacidade criativa e curiosa do povo Japonês, depressa esta se adapta e inova a cada nova introdução. Desta forma, o Japão consegue criar uma cultura tão particular e vasta na sua expressão, partindo de poucas fontes diferentes.

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II. O JAPÃO PELOS TEMPOS 1. INTRODUÇÃO O Japão, como se pode ver mais adiante, inicia o seu desenvolvimento muito depois do

Ocidente, ou seja no inicio do seu povoamento o Ocidente encontra-se num período de

sedentarização enquanto o Japão se encontra ainda em fase nómada.

Um dos pontos muito interessantes na evolução do Japão, é a facilidade com que o povo

Japonês conseguiu, não só alcançar uma cultura muitos anos mais desenvolvida, como a

consegue ultrapassar. Hoje o Japão, tecnologicamente e socialmente, é um dos países mais

avançados.

Devido à sua conformação, o arquipélago não tem um acesso contínuo ao continente,

tendo sofrido fases de introdução de conhecimentos e fases de institucionalização dos

conceitos aprendidos. Esta forma de viver com o mundo exterior está interiorizada na

cultura Japonesa. A partir de certo ponto da história a evolução tecnológica e de navegação

facilita o constante contacto com o exterior, mas o Japão necessita de fechar as portas, e

de compreender e tornar seu o que aprendeu fora, criando um ciclo, de poucos séculos, de

contacto e reclusão com o exterior.

A maior influência sofrida no Japão vem da China, mas devido à capacidade criativa e

curiosa do povo Japonês, depressa esta se adapta e inova a cada nova introdução.

Desta forma, o Japão consegue criar uma cultura tão particular e vasta na sua expressão,

partindo de poucas fontes diferentes.

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2. DADOS GEOGRÁFICOS

2.1 FORMAÇÃO DO ARQUIPÉLAGO Na Era Glaciar (cerca de 10 mil anos A.C.), quando o Japão se encontrava na Idade da

Pedra, o arquipélago Nipónico estava ligado ao continente asiático por terra. Os primeiros

Homens a habitar esta parte do continente asiático foram povos que chegaram ao Japão

perseguindo grandes mamíferos como o elefante Nauman. Estes povos utilizavam

instrumentos de pedra lascada para viver da caça e complementavam a sua halimentação

com a recolha dos frutos das árvores.

Com o fim da era glaciar, há cerca de 10 mil anos atrás. o nível do mar subiu e o

arquipélago japonês ficou separado do resto do continente assumindo a forma aproximada

do que é hoje em dia. O clima ficou ameno e agradável, floresceu uma vegetação de

árvores de folhas largas e surgiu um grande número de animais de pequeno e médio porte

como veados e javalis.

2.2 TERRITÓRIO E REGIÕES ADMINISTRATIVAS

O Japão ( Nippon ou Nihon que se escreve com os ideogramas que significam

“sol” e “origem”) é um arquipélago que se estende, aproximadamente, de

Nordeste a Sudoeste, Situando-se na costa Este do continente Asiático. A área

total de terra, em Outubro de 1989 era de 377.688 Km2. As quatro ilhas

principais são Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyusho. Para além destas, as ilhas

mais a nordeste – Kunashiri (Kunashir), Etorofu (Iturup) foram reclamadas

pelos japoneses, enquanto as ilhas Hamobai e Shikotan, foram ocupadas pela

União Soviética no fim da Segunda Guerra Mundial estando ainda ocupadas

pela Federação Russa. As ilhas Ogasawara e Okinawa, sob as regras

Americanas depois da Segunda guerra Mundial, foram devolvidas ao Japão em

1968 e 1972 respectivamente. As áreas das principais divisões geográficas do

Japão (incluindo ilhas distantes sob controle administrativo) são as seguintes:

Hokkaido 83.520 Km2, Honshu 230.940 Km2, Shikoku 18.808 Km2, Kyusho

42.164 Km2, Prefeitura de Okinawa 2.256 Km2. Seguindo a tendência entre países de

aumentar as águas territoriais, o Japão mantém o seu limite a 12 milhas náuticas da costa

desde 1977.

No ocidente por esta época inicia-se a agricultura e criação de gado.

1. O Arquipélago Japonês

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2.3 POPULAÇÃO Na época da Restauração Meiji (1868) a população do Japão rondava os 33 milhões. Em

1990 era de 123.612.0001, a sétima maior no mundo. Com uma densidade por km2 de

332 pessoas em1990. Esta ocupação apesar de equiparável à outros países como Holanda

ou Bélgica, tem uma densidade populacional por unidade de área cultivável das maiores no

mundo, uma vez que dois terços do Japão é ocupado por terreno montanhoso, e as

planícies aluvionares ocupam apenas 13% da superfície.

A população, distribuía-se igualmente por todo o terreno até há um século atrás, quando

o Japão dependia ainda essencialmente da agricultura. Nos dias de hoje 43.1% da

população situa-se nos três maiores centros urbanos: Tokyo, Osaka e Nagoya.

2.4 TOPOGRAFIA

A figura principal do arquipélago japonês é a instabilidade geológica, incluindo frequentes

actividades vulcânicas e tremores de terra. Outra característica importante é a topografia,

pelo facto do arquipélago Japonês ser essencialmente povoado por montanhas e ter muito

poucas planícies.

Ao longo da costa existem arribas de 1500- 3000 m onde Vales em ‘V’ cortam as

montanhas. Em contraste, na costa do Mar do Japão existem planaltos e baixas montanhas

com altura máxima de 500 – 1500 m.

No Japão, desde o período geológico quaternário que houve 188 erupções vulcânicas, 40

das quais continuam ainda hoje activas.

2.5 CLIMA

Localizado numa zona de monções, da costa Este do continente asiático, a figura mais

notável do clima do arquipélago japonês, é a larga amplitude térmica verificada nas

diferentes temperaturas anuais, assim como os ventos e a época das grandes chuvas. Por

todos os factores referidos e devido à complexidade da região, há uma diversidade de

manifestações climáticas ao longo das estações.

1 In Anónimo, “Japan Profile of a Nation”, Kodansha International, Tokyo, 1994

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Primavera - Quando as baixas pressões passam sobre o Pacifico,

na costa do Japão em Março, a temperatura sobe em cada chuvada

e um vento forte chamado haru ichiban sopra sobre o país. Estes

ventos causam inundações pelo degelo das montanhas. Instala-se

um clima ameno e agradável.

Verão - a estação das chuvas (baiu ou tsuyu) instala-se a 7 de

Junho. Começa pelo Sul do Japão movimentando-se para Norte. O

fim da época das chuvas dá-se por volta de 20 de Julho. Nesta fase

o tempo assume os padrões veraneantes.

Outono - Setembro é a época dos tufões, as condições

climatéricas assemelha-se ao da época das chuvas devido ás

frentes de chuva Outonais. O tempo abre em meados de Outubro, e

os ventos de Inverno começam a soprar.

Inverno - em Dezembro, os ventos de Nordeste trazem a neve

para as montanhas e planícies do lado do Mar do Japão, e um vento

seco sopra do lado do Oceano Pacifico. O pico do inverno ronda o

dia 25 de Janeiro.

O território do Japão é pequeno, mas, de estrutura muito complexa, assim sendo, o clima,

a flora e a fauna variam regionalmente, estendendo-se da Zona Subártica, a Norte, para

uma Zona Subtropical a Sul, que se reflectem em alterações estacionais muito marcadas.

As alterações sazonais no Japão trazem consigo muitos desastres naturais, como

chuvadas fortes, tufões e inundações. Para além destes desastres naturais o Japão

derivado dos seus 40 vulcões ainda activos e de se encontrar numa falha sísmica tem

frequentes erupções vulcânicas, terramotos e maremotos, por vezes associados a ondas

gigantes as tsunamis.

2. Condições climatéricas do Japão

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3. PELOS TEMPOS O isolamento e as condições naturais adversas atrasaram o povoamento do Japão pelo

Homem, mas não o impediram. A expansão da humanidade pelas terras do Sol estavam

reservadas ao Homo Sapiens.

Os vestígios humanos mais antigos que se conhecem datam de há cerca de 30.000 anos;

nessa época o arquipélago esteve por vezes ligado ao continente, devido ao abaixamento

do nível médio da água do mar derivado da glaciação.

Supõe-se, hoje, que o povoamento do país se fez pela China setentrional, Coreia e

Sibéria, não se sabendo porém, por qual delas terão vindo mais grupos. A origem do povo

Japonês continua assim, mal conhecida.

Terminada a última glaciação, as águas voltaram a subir e o Japão tornou-se

definitivamente num arquipélago adoptando as formas aproximada à que hoje conhecemos;

os seus habitantes ficaram isolados no continente e nunca mais se deu uma invasão maciça

do território por novas gentes. O país seguiu, assim, um percurso histórico autónomo.

3.1 PERÍODO PRÉ HISTÓRICO - ERA PRIMITIVA Os arqueólogos especializados nos primeiros desenvolvimentos da sociedade Japonesa

dividem este período em quatro fases principais:

Período Pré-cerâmico ou Idade da Pedra: até 10 000 a.C.

Período Jômon: 10 000 a.C. - 300 a.C. (cerâmica)

Período Yayoi: 300 a.C – 300 d.C. (metais e Agricultura sedentária)

Período Yamato ou Kofun: 300 d.C. – 710 d.C.(época dos grandes túmulos e princípio de

uma política centralizadora).

Este último é um período de transição para uma era onde aparecem já relatos escritos, é

conhecido também como o período proto-histórico.

No Período pré-cerâmico - aparecem os primeiros habitantes do arquipélago Nipónico

que eram caçadores colectores do paleolítico vindos do continente, utilizavam pedras

lascadas mas não tinham cerâmica nem faziam agricultura.

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O período Jômon é geralmente dividido em cinco épocas pelos arqueólogos:

Soki: época inicial 10 000 a.C. – 3 700 a.C.

Zenki: época anterior 3 700 a.C. – 3 000 d.C.

Chuki: época média 3 000 a.C. – 2 000 a.C.

Kôki: época posterior 2 000 a.C. – 1 000 a.C.

Banki: época final 1 000 a.C – 250 a.C.

Por esta periodização podemos ver como o progresso começa por ser bastante lento; só

após 5 000 anos de uma cerâmica extremamente incipiente e pouco decorada, é que se

reconhecem progressos significativos, quer na criação dos artefactos, quer na sua

decoração. O povo Jômon desde 1 000 a.C. praticava já a cultura de um condimento

conhecido como o shiso e o arroz que não é nativo do Japão.

Durante o período Yayoi ( séc. III a.C.) dá-se a introdução da cultura do arroz por

irrigação, da fundição de metais e ainda da domesticação do cavalo. Este período

demonstra-nos como a evolução da civilização nipónica se encontrava dependente das

novidades vindas do exterior. Podemos ler neste período um prenúncio de uma das

primeiras características da história japonesa: a um período de lento aperfeiçoamento das

técnicas importadas, sucede um período de grande afluxo de novas técnicas trazidas de

fora, rapidamente adoptadas pelos Japoneses que as ‘digerem‘ num período seguinte de

semi-isolamento.

Em cerca de oito séculos os japoneses passaram de uma civilização pré-histórica para um

estado centralizado e burocratizado que procurava ser uma cópia fiel da civilização chinesa.

Encontram-se testemunhos da fase Yayoi no Norte de Kyushu e em Honshu nas margens

do mar interior. Qualquer uma destas zonas é muito favorável ao acesso pelas populações

introdutoras de novas tecnologias, no entanto, Honshu apresenta melhores condições

naturais para a construção de infra-estruturas, como canais de irrigação para a cultura do

arroz.

O período proto-histórico prolongou-se desde os meados do século III até ao final do

século VI, e é designado por “época dos grandes túmulos” (Kofun jidai), expressão que

testemunha a monumentalidade das sepulturas dos chefes que governavam os territórios

do centro do Japão. Os ‘Grandes Túmulos’ mais antigos foram encontrados nas planícies do

Yamato, encontram-se em fases posteriores no Kinai e depois em Nagoya e Tokyo.

Neste período, enquanto no Japão se começa a cultivar arroz, e a utilizar metais, na Grécia, vive-se já um governo democrático

É importante reter esta tendência cultural manifestada pelos japoneses desde os seus primórdios em que a uma fase de introdução de ideias se segue uma fase de reclusão e institucionalização dos conceitos.

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Estas sepulturas de enormes dimensões eram sinal do tipo de sociedade que se

começava a instalar no Japão e que mais tarde iria dominar todo o país baseada

essencialmente no culto do clã, na qual o culto dos antepassados tinha um importante

papel. Durante este período, os grupos humanos foram aumentando, tornando-se mais

complexos tal como as suas relações. Dá-se a passagem de uma organização tribal para

um estrutura hierarquizada. A existência de um chefe que se dava pela autoridade deste

sobre os chefes dos outros clãs.

O poder dos chefes era dado pelo prestígio religioso do clã que dominava e por um

equilíbrio precário de vontades.

O Estudo arqueológico dos Grandes Túmulos levam a crer que a família que veio a deter a

suprema autoridade no Japão, começou por se deslocar do Norte de Kyushu para a planície

de Yamato. Esta deslocação do lendário Jimnu, fundador da casa imperial nipónica marca

sem dúvida, a consagração do Kinai como espaço político e estratégico.

Desde a Passagem de Jimnu para o Kinai, seguem-se 10 primeiros chefes de linhagem

imperial, estes representam a passagem de uma sociedade tribal a uma chefadura, sendo

Sujin, o primeiro chefe a consolidar o ascendente da sua tribo sobre todas as outras da

região, ficando conhecido pelo epíteto “O primeiro a governar o país”.

Nesta época, o Japão mantinha contactos regulares com o continente, principalmente com

a Coreia e, através dela, com a china; estes acentuaram-se em finais do século IV. Numa

Nos grandes túmulos aparecem os primeiros desenhos de um jardim, o “Jardim das Almas”, apresentado mais à frente neste trabalho.

No Período Kofun, no Ocidente assiste-se ao fim do Império Romano no Ocidente, e ao florescer do império Muçulmano.

3. Mausoléu do Imperador Nintoku. Inicio do Século V. Na prefeitura de Osaka.

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fase de rápido desenvolvimento tecnológico, os grandes senhores nipónicos sentiam ainda

a necessidade premente de manter contactos significativos com o continente.

O confucionismo, a escrita em caracteres chineses e depois o Budismo, acompanhados

de todos os outros valores da civilização chinesa, foram influenciando e começando a

mudar pouco a pouco, a civilização nipónica, ao longo do século V e VI. As reacções de

carácter nacionalista não impediram o modelo chinês de permanecer como pano de fundo

na estrutura civilizacional, embora possua características autónomas e bem vincadas.

No final da época dos grandes túmulos já se reconhecem os traços fundamentais da

cultura nipónica, o território encontra-se dividido por clãs (uji), directamente relacionados

com a casa real, estes tinham, por sua vez, um vasto conjunto de dependentes.

3.2 PERÍODO PROTO-HISTÓRICO Em 587 os soga tomam o poder em Yamato e colocam no trono a imperatriz Suiko. A

partir deste momento o Yamato começa a ser regido por leis escritas agrupadas em

códigos. Nesta época começa-se a firmar no povo um espírito religioso muito próprio,

intimamente ligado com o espírito social vigente, era o Xintoísmo: a via dos Deuses. Na

moral xintoísta prepondera, uma percepção natural do bem em detrimento de

determinações mais abstractas e teóricas sobre essa noção primordial. O método de

pensar dos Japoneses consiste em perceber os significados nos próprios fenómenos

naturais.

Esta religião, original do Japão, não se limitava a procurar unir os habitantes do

arquipélago à Natureza que os rodeava; também os ajudava a consolidar o sistema social

numa estrutura de clã que assistira à génese e florescimento do Yamato. Os espíritos dos

antepassados eram venerados ao lado das forças da Natureza, ajudando assim, a

fortalecer a solidariedade interna do clã, que possuía os seus próprios espíritos – forças

4. Primeiras formas sagradas na Natureza

Aparecem os primórdios dos arquétipos naturais, a veneração das pedras e árvores de formas raras. Os Santuários Xínto definem os primeiros arquétipos em Jardins.

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divinas que favoreciam apenas um determinado grupo e davam uma certa unidade nacional.

As divindades do clã estabeleciam os limites dessa mesma unidade. Os grandes túmulos

que então se erguiam, também se relacionavam com essa diferenciação, acentuando, pelas

suas dimensões, o prestigio dos clãs mais importantes.

Tal como a estrutura político administrativa do Yamato, também o pensamento religioso

do país foi abalado pela importação maciça de valores da civilização chinesa; o

Confucionismo e o Budismo, que então se difundiram pelo arquipélago, eram religiões

“centralizadoras”.

Dá-se a adopção do Budismo pela corte; tornava-se, assim, oficial, uma religião vinda do

exterior, que não se identificava com o espírito protector de nenhum clã. Ao mesmo tempo,

vinga a noção confucionista de uma autoridade central única – o imperador não era só filho

dos Deuses, mas o próprio filho do céu.

Inicia-se nesta época um comportamento político típico dos Japoneses, que com

episódicas interferências, se prolongou até aos nossos dias; os imperadores em título não

detinham o poder político, mas sim um príncipe herdeiro nomeado. Desta forma, as grandes

lutas pelo poder travar-se-iam, normalmente, entre facções que desejavam dominar a casa

imperial, e não substitui-la, para deter por essa via o verdadeiro poder.

Dão-se grandes reformas nos dois séculos que se seguem, até ao ano 710, quando é

completada a redacção definitiva do primeiro código de leis, a uniformização de medidas e

a cunhagem de moedas que reforçavam o poder do estado. Sob a reforma de Taika em

645, o sistema de administração Kokugun foi instalado , e o país foi dividido em 58 (mais

tarde 66) províncias (Kuni ou Koku) com sub unidades chamadas gun .

Nesta época, a corte, que nunca se estabelecera numa determinada cidade,

movimentando-se ao sabor da evolução política, fixa-se numa cidade especialmente

concebida para desempenhar o papel de sede do poder centralizado – Nara ; esta foi

criada segundo o modelo urbano chinês, procurando copiar a capital dos T’ang.

No final do século VII e no início do seguinte a casa imperial deteve momentaneamente o

poder efectivo, refugiando-se para isso numa endogamia, que a defendia da influência dos

grandes clãs.

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3.3 A ANTIGUIDADE Foi Fujiwara no Fuhito (659-720) quem conseguiu quebrar o isolamento da família

imperial, casando uma filha com o imperador Monmu. A acção de Fuhito não teve grandes

consequências imediatas devido à morte precoce dos seus filhos durante uma epidemia que

assolou a capital em 737. O esforço destes, concentrou-se, então, em conseguir afastar os

imperadores adultos do trono (forçando-os a abdicar, ou eliminando-os pura e

simplesmente), fazendo-lhes suceder pequenos príncipes filhos de princesas Fujiwara, e

assumindo o avô a regência; quando o poder do clã se consolidou, foi estabelecido o

Kanpaku- a regência em nome do imperador adulto – título ostentado a partir de 887.

Este período prolongou-se até ao século XII, a melhor forma de ascender na hierarquia

da administração, ou de se ser apontado como pessoa exemplar, era conhecer

profundamente todos os ritos e códigos de comportamento.

Em 794 deu-se a última mudança de capital de Nara para Heian até ao século XIX (actual

Quioto). Heian marca o início do desenvolvimento do sincretismo Japonês, o apogeu da

cultura cortesã nipónica e o afrouxamento da influência da cultura chinesa, iniciando-se o

encerramento sobre si próprio em que o Japão mergulhou até ao século XVI.

A criação de um regime de códigos, a divisão do país em províncias e distritos, os

impostos e o novo sistema de posse de terras foram , acima de tudo, uma demonstração

de força da família real e dos cortesãos que se lhe associaram e depois a dominaram. As

reformas do século VII tinham eliminado a posse de terra, pelos clãs, mas os grandes

senhores transformavam-se nos governadores dos distritos. Os direitos históricos dos clãs

evoluíram assim, para direitos administrativos.

Enquanto nesta fase o Japão é ainda governado por clãs no Ocidente instala-se o Feudalismo.

Aparecem os “Jardins do Paraíso” nos palácios imperiais e Templos Budistas, já bastante desenvolvidos nesta época.

5. Jardins do Paraíso

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Apesar de por estas reformas o estado pretender relacionar-se com o indivíduo, o país,

longe de Heian assentava numa organização familiar e comunitária, que ganhava

consciência da sua autonomia num quotidiano vivido em vales estreitos e semi-isolados; a

organização tribal sobreviveu, desenvolvendo gradualmente novas tendências regionalistas

por todo o país. O espaço tende a reordenar-se sob a mão dos mais poderosos.

3.4 PERÍODO MEDIEVAL - IDADE MÉDIA A insegurança que se vinha acentuando desde o século X levou ao aparecimento, no

século XI, por todo o país, de grupos de guerreiros organizados, ao mesmo tempo surgia

na corte, um serviço de policiamento chefiado por duas famílias que se tornariam muito

importantes, Taira e Minamoto. O desenvolvimento destes grupos deu-se em paralelo, meio

cruzado com a autonomia crescente dos senhores do campo e com o desenvolvimento de

laços de relações pessoais na corte. – Aparece o modelo de feudalismo japonês.

Até agora a luta pelo poder fora subtil e jogava-se nos bastidores, no século XII, a luta

entre os grandes senhores transforma-se numa luta armada e sai para a rua. Tentando

obter o poder supremo desta forma.

Em 1156 morre o imperador retirado: Toba, deixando dois filhos que lutam pelo acesso

ao Trono, Não havendo forma subtil de evitar o conflito, a corte divide-se em dois campos,

apoiados um por Minamoto no Tamayoshi e outra por Taira no Kiyomori. Dá-se uma guerra

entre as duas partes saindo Taira no Kiyomori vencedor. Pela primeira vez um guerreiro

domina a capital.

Taira tenta governar como um cortesão, perdendo toda a sua força, pois os seus

ascendentes não justificam a sua posição; esquecendo-se das suas origens guerreiras; este

fica enfraquecido, sendo derrotado pela mão de Minamoto no Yoritomo onde se inicia a

idade média no Japão. Yoritomo preocupa-se com manter a fidelidade dos senhores das

províncias; não exige do imperador um título civil mas um título militar: tornando-se num

Xógum – o chefe de todos os exércitos.

O Japão passa a ser governado pela espada e não por um aparelho burocrático – já não

se precisava da corte para legitimar direitos adquiridos; bastava ter como os defender. Os

‘senhores dos ritos’ davam lugar aos ‘senhores da guerra’.

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O novo governo de Yoritomo encontra-se sediado em Kamakura, fora de Kioto, na região

de Kantô.

Quando Yoritomo morre, a família da mulher - os Hôjo, tomam para si o encargo da

educação dos filhos, governa o bakufu, criando um novo título, o shikken, o regente do

xógum. Os Hôjo exterminam os netos de Yoritomo, colocando no berço um bebé Fujiwara.

Por esta altura o Japão era governado por um sistema de figurantes.

Em 1338 o xogunato passou para as mãos dos Ashikaga, que se instalaram em

Muromachi, um quarteirão de Quioto. Mas os novos xóguns tiveram sempre um poder

reduzido; quem passou a dominar então o país foram os senhores da terra, nas províncias,

e o Japão entrou numa fase de anarquia que conheceria o seu apogeu entre 1467 e 1573.

A Autoridade central foi enfraquecendo, até que se extinguiu durante o xogunato dos

Ashikaga. O poder dependia agora da força militar e das alianças que se conseguiam

estabelecer. O clima de insegurança levava as pequenas comunidades a reforçarem os seus

laços de solidariedade interna e a se unirem a um poderoso chefe local. A classe de

guerreiros, possuidora de um código de honra próprio – o bushido – assegurava a defesa

de cada região. Não existia um verdadeiro sentimento nacional.

O feudalismo no Japão tal como na Europa, reflecte um período turbulento de ruptura

com um sistema já esgotado e um período de reorganização que dão lugar a alterações

profundas na sociedade; isto permitiu que as regiões, em primeiro lugar, depois as

províncias e finalmente o país se reestruturassem gradualmente.

Surge uma nova figura no tecido social japonês – o dáimio. Este era, normalmente, um

antigo governador militar de uma província, que tinha cortado os laços com o bakufu de

Murumachi. Os dáimios, novos senhores passam a actuar nas suas regiões. Aparecem

novos centros de disputa nas províncias entre os vassalos, aparecendo uma nova figura,

uma segunda geração de dáimios no século XV – os sengoku dáimios; estes procuram

tornar seus vassalos todos os que tivessem direito sobre a terra, ou autoridade sobre

comunidades de camponeses, eliminando assim vassalagens indirectas nos seus territórios.

Reorganizam a administração fiscal e desenvolvem a agricultura, o comércio e o urbanismo.

3.5 PERÍODO PRÉ-MODERNO Em meados do século XV o país estava assim organizado a um nível regional, faltava

apenas um dáimio que fosse capaz de centralizar de novo o poder, que se encontra-se em

Dá-se a introdução do Budismo Zen no Japão, os shoguns são os grandes impulsionadores desta religião.

Aparecimento dos primeiros “JardimZen”, desenhados pelos monges Zennos seus templos.No Ocidente, pela altura em queaparece esta tipologia de Jardim, oRenascimento Italiano começatambém a ganhar as suas formas.

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zonas estratégicas e que aos poucos se conseguisse impôr sobre os outros dáimios. Esse

homem foi Oda Nobunaga (1534-1582).

Ao iniciar a nova centralização política do império Nipónico, Oda Nobunaga dirigiu-se para

Quioto e ocupou-a em 1568. Os anos das guerras crónicas foram no entanto muito

penosos. O Japão era então um país de samurais, estes constituíam um grupo aberto, em

que a ascensão era possível aos bons soldados; o caso mais significativo é o de Toyotomi

Hideyoshi, que nascido de uma família camponesa se distinguiu nos exércitos de Oda

Nobunaga, foi seu general e depois investido num feudo se tornou dáimio. Aquando da

morte de Nobunaga, ele sucedeu-lhe no governo dos territórios unificados e terminou o

esforço de centralização política.

“Os guerreiros viviam sob o código de honra o bushido (...) que assentava em cultivar as

sete virtudes: a rectidão, a coragem, a bondade, a polidez, a veracidade, a honra e a

fidelidade, complementadas por uma oitava qualidade moral que as torna possível, o

domínio de si mesmo.” (Costa, J.;1995)

Entre as diferentes correntes de pensamento que animavam o bushi, deve-se destacar o

budismo zen do ramo rinzai, introduzido no Japão no século XII e que ensinava o desprezo

pela vida e a aceitação natural da morte. O guerreiro habituado à acção, aprendia com os

monges zen que não interessava a compreensão filosófica do sistema de pensamento

budista, mas antes a prática de meditação e a aceitação de que tudo está em constante

mudança e nada é permanente.

Os mosteiros ocupavam áreas consideráveis do território e os monges, nomeadamente os

da seita zen, desempenhavam então um papel importante, pois serviam de intermediários

nas negociações entre as grandes famílias e ainda nas relações com a china.

Cada região, no período medieval, sob a direcção dos sengoku dáimios, tornou-se mais

produtiva, mais rica e por isso mais colectável pelo fisco senhorial. Formaram-se pequenas

cortes responsáveis pelo surgimento de novas cidades. Com este surto urbanístico

desenvolveu-se também o comércio e o artesanato. Os dáimios procuram a

complementaridade entre regiões a nível produtivo, havendo uma troca de bens entre

cidades; devido ao terreno acidentado do território e as dificuldades na circulação

monetária, ainda escassa; surgiu então a letra de câmbio.

Era samurai, todo o guerreiro de origem nobre que tinha o direito de usar dois sabres. Era necessária a posse de determinada porção de terra para se ser samurai.

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Os Portugueses, chegados ao Índico em 1498, vinham consolidando posições nas águas

do oriente, apropriando-se de importantes redes de comércio marítimo.

Quando se estabeleceram relações contínuas entre os Portugueses e Japoneses, em

meados de quinhentos, havia já vários séculos que o Japão vivia fechado sobre si mesmo,

mantendo apenas contactos esporádicos e limitados com a China.

O Império Nipónico recebeu, então um conjunto variadíssimo de novos conhecimentos em

campos tão variados como a geografia ou a medicina; foi abalado pelo esforço de difusão

de uma nova religião, muito mais radical nas suas exigências de adesão do que as outras

há séculos difundidas entre a população do arquipélago. Foi afectado pela rápida

conversão de milhares de pessoas a essa religião ocidental.

Os japoneses ficam seduzidos com o vestuário estranho daqueles novos visitantes, tendo

chegado os chapéus dos Portugueses, por exemplo, a fazer furor em Quioto; o Japão teve,

ainda, acesso a novas máquinas, como a imprensa, e, sobretudo, novas armas.

A espingarda, levada pelos portugueses, uma vez reconhecida, foi reproduzida

rapidamente e introduzida nos campos de batalha. Esta veio alterar significativamente a

estratégia das guerras civis e acabar com um certo equilíbrio e indefinição que então se

verificavam.

A introdução do cristianismo no Japão a princípio, não apresenta grandes dificuldades, as

religiões orientais eram extremamente tolerantes. O Budismo, aceitava os Deuses

Xintoístas, os Bonzos budistas tomavam normalmente parte durante os festejos Xíntus. A

versatilidade e sincretismo característica do budismo contrasta com o caracter rígido do

cristianismo, destruindo, quando podia, os templos Xíntus e Budistas.

Os conceitos cristãos, tal como os Jesuítas os apresentaram, entravam em grande

divergência com regras muito estabelecidas na sociedade, como o conceito básico que dá

unidade à família japonesa, que é o culto dos mortos, que se reflecte na prática de certos

ritos familiares pelo chefe da família em memória dos mortos.

Os portugueses, que tinham sido recebidos com grande entusiasmo devido à ligação

comercial que estabeleciam entre a China e o Japão2, instalaram a instabilidade pelas

2 Rotas que tinham sido proibidas pela China.

Em 1519 Fernão de Magalhães inicia a volta ao mundo e em 1557 Os Portugueses estabelecem-se em Macau.

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alterações profundas que propunham na sociedade, derivadas da implantação do

Cristianismo. Desta forma Ieyasu e os seus sucessores Xóguns, mantiveram uma estrutura

feudal centralizada controlando os domínios dos Dáimios na cidade de Edo, erradicando o

cristianismo, controlando os contactos do exterior, e aumentando os regulamentos para

samurais, nobres e templos.

Os Portugueses no entanto deixaram uma grande influência a vários níveis, ciência,

medicina, arquitectura, urbanismo, linguagem, expressão artística, etc.

Depois da saída dos portugueses chegaram os holandeses e os espanhóis, mas o maior

receio dos japoneses era a perda da sua identidade nacional e, de que estes comerciantes,

chegassem com um intuito de conquista, tal como acontecera nas Filipinas. Assim, a

permanência destes no Japão foi limitada, e, com a sua saída o Japão mergulha numa fase

de isolamento, onde interioriza todos os seus conhecimentos da anterior fase de abertura

ao mundo até ao Século XIX, onde se sucede a restauração Meiji em 1868 e a revolução

industrial.

3.6. PERÍODO MODERNO O sistema Tokugawa, exigente como era, deu ao país

dois séculos de paz, numa reclusão relativa do mundo

exterior. No século XIX esta reclusão foi quebrada pelo

aparecimento de Russos, Ingleses e Americanos em

águas asiáticas, pressionando as trocas com a China e

Japão.

O Xógunato ainda existente falha na “expulsão dos

Bárbaros”. A concessão de tratados inigualáveis e a

abertura dos portos depois da visita do comodoro

americano Perry em 1853, pôs em movimento uma

cadeia de eventos que levaram a um poderoso domínio

de Stasuma, Chochu e Tosa, que usando a corte imperial

para desafiar o Xógunato o destronou na restauração Meiji de 1868.

O jovem samurai, que levou avante a restauração queria preservar, revitalizar e fortalecer

o país. Este processo é levado a cabo rapidamente, durante o período Meiji (1868 –

1912). O slogan da nova liderança do Japão era fukoku Kyohei (enriquecer o país,

No século XVI dá-se o aparecimento do Jardim do Chá, em grande parte impulsionado pelos monges Zen de forma a evitarem a sonolência durante a meditação. O chá foi trazido pelos portugueses da China para o Japão.

6. Pintura que representa a chegada de um navio comerciante português.

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fortalecer o poder militar). Isto significava reformas nas instituições sociais, políticas, e

económicas ao longo da costa Oeste do país.

O Japão adoptou uma nova constituição em 1889,

abrindo caminho para um governo parlamentar.

Alcançou um progresso militar suficiente para derrotar a

China em 1895 e a Rússia em 1905, e para anexar a

Coreia em 1910, emergindo como o maior poder

imperialista a Oeste da Ásia.

Depois da Restauração Meiji o país foi reorganizado

administrativamente no sistema de prefeituras. Tokyo,

Osaka e Kyoto foram transformadas em fu (prefeituras

urbanas) em 1871, e o resto do país foi dividido em 302 ken (prefeituras). Em 1888 este

sistema foi integrado num sistema de 3 fu e 43 ken. Hokkaido foi inicialmente administrado

directamente pelo governo central mas mais tarde passou a ser tratado como uma

prefeitura, apesar de ser tratado como uma do em vez de uma ken. Em 1943 Tokyo Fu foi

considerado como uma área administrativa especial passando a ser designada como Tokyo

To (oficialmente traduzida como Metrópole de Tokyo). O presente Japão é actualmente

administrativamente dividido em 1 to (Tokyo To), 1 do (Hokkaido), 2 fu (Osaka Fu e Kyoto

Fu) e 43 ken3.

Segue-se o período Taisho (1912 – 1926) que ficou marcado como uma época de

aceitação do Japão como um “poder supremo”, um período de divisão do governo algumas

vezes referida como a Democracia Taisho. O seguinte período Showa (1926 – 1989)

começou com uma nota de optimismo mas depressa caí perante uma ofensiva militar na

Manchuria e China, e com a saída do Japão da Liga das Nações. Ultranacionalismos e uma

opressão política no interior do país provavelmente levaram á guerra com os Estados

Unidos da América e os seus aliados na Ásia e no pacifico.

3 In Anónimo, “Japan Profile of a Nation”, Kodansha International, Tokyo, 1994

7. Representação da Constituição Meiji em 1989.

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3.7 ERA CONTEMPORÂNEA

A derrota do Japão em 1945 sobre um manto de nuvens atómicas trouxe a ocupação

aliada, desmilitarização, desmantelamento dos antigos complexos industriais, renúncia da

condição divina do Imperador, uma nova constituição, democratização e um novo sistema

educacional.

8. Um Jardim Contemporâneo no Japão.

9. Imagem de Tokyo depois dos Ataques aéreos e Tokyo hoje.

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Depois de um doloroso período de reabilitação pós – guerra, a economia japonesa

começou a desenvolver-se entre 1960 e 1970. Os Jogos Olímpicos de Tokyo em 1964

trouxeram para o Japão um reconhecimento internacional renovado.

O crescimento económico observado baseia-se num tratado de segurança com os

Estados Unidos, donde adveio um esforço continuado no desenvolvimento económico,

apostas numa política de negócios orientada e um grande ênfase na educação.

O povo japonês empenha toda uma grande energia e esforços, sob uma pressão enorme

internacional, para a abertura dos mercados, para que este não se desenvolvesse apenas

no sentido de exportação, e que fosse mais acessível a importações estrangeiras.

Todos estes esforços fazem parte de um largo empenho pelos japoneses de ultrapassar

uma forte tendência histórica de se verem de certa forma, como únicos e distantes das

outras nações. Os japoneses tentam agora uma verdadeira internacionalização da

sociedade tentando uma completa cooperação com um mundo, cada vez mais

independente.

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4. JAPÃO ACTUAL De 1945 ao Presente

Em Agosto de 1945, um Japão exausto pela guerra aceita os termos de rendição das

forças aliadas e por decreto imperial o povo depôs as armas. O Japão foi colocado sob

controle dos aliados, em especial dos Americanos, por mais de seis anos após a rendição.

O Imperador teve que renunciar ao seu estatuto Divino, atribuído pelo confucionismo.

Hoje o imperador é símbolo do povo japonês mas está proibido de ter qualquer

participação no Governo do país.

Em 1946 são realizadas várias reformas políticas e sociais pelas autoridades da

ocupação, comandadas pelo General Douglas McArthur. A terra cultivável foi redistribuída

aos antigos arrendatários. Assegurou-se aos trabalhadores o direito de organizar

sindicatos e de fazer greves. Foram dissolvidos os principais zaibatsu – as grandes

holdings baseadas nos laços familiares. As mulheres conquistaram o direito de voto e

outros direitos. Foram garantidos os direitos de reunião, a liberdade de opinião e de

religião. Em 1947, foi promulgada uma nova constituição liberal.

A nova constituição garante liberdade religiosa para todos, sendo que no artigo 20

declara: “Nenhuma organização religiosa receberá quaisquer privilégios do estado, nem

exercerá qualquer autoridade política(...). O estado e os seus órgãos abster-se-ão da

educação religiosa e de qualquer outra actividade religiosa”. (Anónimo, 1990)

Em 1951 o Japão assina o tratado de paz em São Francisco. Nos anos que se seguiram à

guerra, as tarefas mais importantes são a sua recuperação económica, com o apoio dos

Estados Unidos e outras nações, o Japão entra em várias organizações internacionais,

estas possibilitam ao país participar no livre comércio multilateral internacional. Em meados

dos anos 60, o Japão tornou-se economicamente forte o bastante para competir com

sucesso nos mercados livres do Mundo.

Em cerca de 20 anos o Japão atingiu um desenvolvimento tecnológico e social que supera

muitos países desenvolvidos, o que foi considerado um feito histórico, abandonando o

feudalismo japonês para um sistema social perfeitamente ocidentalizado. Este crescimento

acredita-se não ter sido possível sem a constante presença desde o século XV de

contactos com o Ocidente, mas também pela extraordinária disciplina do povo japonês.

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Os Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964 simbolizam a nova confiança do povo Japonês e a

estrutura crescente do país na comunidade internacional.

Após meados da década de 60, o Japão começa a defrontar-se com vários novos tipos de

problemas, tanto interna como externamente. Com as necessidades de vida imediatas

satisfeitas, o povo começa a procurar outros objectivos, em especial melhoramentos da

qualidade de vida. Os estudantes expressam o seu descontentamento nas escolas e

universidades. O ambiente económico internacional cada vez mais austero, influencia a vida

em muito do povo japonês, originando grandes mudanças no seu modo de viver e pensar.

Os valores tornam-se mais diversificados e agora muitas pessoas dão mais importância à

expressão da própria personalidade e à busca de objectivos pessoais.

Culturalmente o Japão continua a apresentar as mesmas manifestações, ainda muito

enraizadas na sociedade apresentando os mesmos festejos anuais, muito ligados ainda ao

Budismo e Xintoísmo. As artes dramáticas evoluíram no sentido da junção das várias

formas, a dança, o teatro e a música, houve um aprofundamento das raízes, das suas

origens que se deram em diferentes épocas do passado.

Nas Artes Visuais as influências ocidentais começam a ser mais marcadas, na

Arquitectura, os materiais de construção, que originalmente eram apenas a madeira,

passam a ser estruturas tecnologicamente mais complicadas de materiais mais pesados,

mas com um grande respeito pelas tradições. Conseguiram uma boa coexistência do novo

com o tradicional.

A pintura é uma das artes que mais influência sofre, com a importação de novas técnicas

e conceitos ocidentais, que se desenvolvem e adaptam à cultura japonesa.

A liberdade de expressão vai influenciar todas as formas de comunicação, desde a

Literatura, que passa a permitir a entrada de todos os livros qualquer que possa ser o

pensamento, religião ou filosofia expressa. Os meios de comunicação desenvolvem-se e a

existência de mercados livres levam a uma grande importação de ideias, pessoas, etc.

O FUTURO? Em toda a história do Japão encontra-se um certo padrão temporal, dois acontecimentos

repetem-se de forma cíclica em cada dois séculos, uma fase de grande abertura a tudo o

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que é novo e uma fase de reclusão, de absorção das novas ideias, de um grande frenesi

para um estado calmo de verdadeira institucionalização dos novos conceitos.

A repetição cíclica no tempo de uma fase de abertura para uma fase de reclusão levam-

nos a pensar que algures no tempo o Japão irá entrar em fase de reclusão, numa fase de

institucionalização dos conceitos apreendidos desde o século XIX. Ou será que o Japão se

encontra já suficientemente ocidentalizado? Este simples facto implica a ausência de

necessidade de se fechar sobre si próprio? Será a religião, Confucionismo, Budismo, (com

todas as suas teorias de meditação e interiorização do conhecimento), a responsável pela

necessidade de reclusão dos japoneses?

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5. DATAS Tabela Cronológica Principais Acontecimentos Acontecimentos no Mundo Período Pré-Histórico

PRÉ-CERÂMICO Cerca de 10 mil anos

a.C. Formação do Arquipélago japonês Inicia-se a agricultura e criação de gado

O povo vive da caça e da pesca 3000 a.C. Floresce a civilização egípcia JOMON Século VIII a.C.

Século III a.C. Começa o cultivo de arroz e a utilização de utensílios de metais Governo democrático na Grécia

Século III a.C.

YAYOI Reforma unifica a península Italiana Século I a.C. A China, nessa época, chamava o Japão de “Wa”.

Começa a formação de mini estados.

Nasce Jesus Cristo 239 d.C. A Rainha Himico de Yamataikoku manda representantes

à China

KOFUN ou YAMATO Século III d.C. A Nação Yamato faz a unificação do Japão

476 Fim do Império Romano do Ocidente Século V d.C. Construção de gigantescas tumbas (Kofun)

Primeira jardim conhecido – “Jardim das Almas” Por volta dessa época floresce o Império Muçulmano

Século VI d.C. O budismo, o confucionismo e o alfabeto ideogramático (Kanji) são trazidos da China

593 Começa o governo, de facto, do príncipe Shotokutaishi como regente

607 Príncipe Shotokutaishi manda representantes a china. Período Proto-Histórico

Aparecimento do Xintoísmo apoiado pela Imperatriz Suiko dos Soga

ASUKA 645 Reforma Taika 668 Imperador Tenji é entronizado

Começa a institucionalização do Japão através do sistema de governo Ritsu-ryo (Leis e instituições)

673 Começa o governo do imperador Tenmu 701 Redigido o sistema de leis e instituições autenticamente

japonês, o Taiho- ritsu- ryo

NARA 710 A capital é transferida para Heijokyo (Nara) 712 Primeiro registo histórico do Japão, Kojiki fica pronto 720 Registo histórico Nihon-shoki fica pronto 743 A propriedade privada de novas terras para cultivo passa

a ser permitida

752 Conclusão do Grande Buda de Todaiji Antiguidade HEIAN

794 A capital é transferida para Heiankyo – actual cidade de Qyoto. Aparecimento de uma nova tipologia de jardim - “Jardim do Paraíso”, de influência essencialmente budista.

Faz-se uma nova tentativa de institucionalização através do sistema de governo ritsu-ryo 870 O Reino Franco divide-se em três

Domínio do clã Fujiwara na política Por volta dessa época instala-se o Feudalismo

894 Suspende-se o envio de representantes à China

Propriedades privadas (shoen) nas mãos dos nobres e templos espalham-se por todo o Japão.

1037 Instalação da Dinastia Seljuk Turks

Papa ganha força e influência

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SÉCULO X Fase áurea do domínio dos Fujiwara na política Nessa época concluo-se a obra literária Genji

Monogatari.

Os guerreiros (samurais) começam a ter grande influência no Governo

1086 Começa o governo dos ex-imperadores

1156 Rebelião de Hogen 1096 Início das cruzadas Florescem as cidades na Itália

1159 Rebelião de Heiji 1167 Começa o governo de Taira no Kiyomori 1185 Fim do clã dos Heishi

Período Medieval Idade Média (Divisão da História do Japão em eras)

KAMAKURA Introdução da seita Zen no Japão. 1192 Minamoto no Yoritomo inaugura o governo militar

(Bakufu) de Kamakura. Início do Feudalismo japonês. 1206 Gengis Khan unifica a Mongólia

1219 Começa o domínio do clã dos Hojo no governo 1221 Rebelião de Jokyu 1232 Promulgado o código legal dos Samurais, o Goseibai-

shikimoku

Nessa época conclui-se a obra literária Heike Monogatari 1271 Mongóis instalam a dinastia Yuan 1274 Invasão do Japão pelos Mongóis 1299 Marco Polo publica os seus

relatos de viagem ao Oriente 1281 Invasão do Japão pelos Mongóis

Empobrecimento da vida dos vassalos Nessa época começa o renascimento italiano

1333 Fim do governo militar (Bakufu) de Kamakura MUROMACHI Aparecimento dos” Jardins Zen”.

1334 Início do novo governo Kenmu, do Imperador Godaigo Nasce o Império Turco-Otomano 1336 Começa o confronto das cortes do norte e do sul

(Nanboku-cho)

1338 Começa o governo militar (Bakufu) Muromachi Os vassalos Shugo- daimyo começam a ganhar força

1392 Unificação das cortes do norte e do sul 1467 Começa a guerra Onin (que vai até 1471) 1453 Fim do Império Romano do

Oriente: tomada de Constantinopla

Proliferam as guerras e batalhas entre senhores feudais guerreiros (Sengoku- daimyo)

1492 Colombo descobre o continente Americano

1498 Vasco da Gama descobre a rota marítima para a Índia 1517 Reforma Religiosa de Martinho de Lutero

1543 Portugueses chegam a Tanega-shima e introduzem as armas de fogo

1519 Fernão de Magalhães inicia a volta ao mundo Surgimento de monarquias absolutas

1549 Introdução do cristianismo 1557 Portugueses estabeleceram-se em Macau

1573 Oda Nobuganda pões fim ao Governo militar (Bakufu) de Muromachi

1588 Inglaterra derrota a frota naval espanhola, a Armada Invencível

Período Pré-Moderno Idade Moderna

AZUCHI-MOMOYAMA APARECIMENTO DO “JARDIM DO CHÁ” 1590 Totoyotomi Hydeioshi unifica todo o Japão 1592 Totoyotomi Hydeioshi manda tropas à coreia 1597 Totoyotomi Hydeioshi manda tropas à coreia 1600 A batalha de Sekigahara

EDO 1603 Começa o Governo militar (Bakufu) de Edo

Instituem-se as castas de guerreiros, agricultores, artesãos e comerciantes

1610 A nau portuguesa Nossa Senhora da Graça explode e afunda em Nagasaki

1639 Institui-se o isolamento nacional no Japão; proíbe-se a entrada de portugueses

Desenvolve-se o comércio e eleva-se a força dos

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habitantes das cidades

A vida dos guerreiros e dos agricultores torna-se cada vez mais difícil

O governo Bakufu realiza reformas políticas 1640 A nau portuguesa que veio de Macau, ao Japão para

tentar retomar o comércio é incendiada e os representantes da cidade de Macau são executados

1642 Reforma Anglicana na Inglaterra

1647 Duas naus portuguesas mandadas pelo rei e Portugal aportam em Nagasaki para tentar retomar o comércio 1688 Revolução Gloriosa na Inglaterra

1708 O missionário Gioanni Sidotti aporta em Yaku-shima 1762 Rousseau escreve “O contrato Social” Começa a Revolução Industrial

1782 Inicia-se o período da Grande Fome 1776 Declaração da Independência do EUA 1787 Inicia-se a reforma Kansei 1789 Revolução Francesa

1804 Napoleão coroa-se Imperador 1814 Congresso de Viena

1828 Incidente Siebold 1840 A guerra do Ópio na China 1841 Inicia-se a reforma Tempo 1853 Guerra da Criméia 1853 Almirante Mathew Perry aporta em Uraga 1854 Fim do isolamento nacional e início do comércio externo

com nações estrangeiras

Ganha força o movimento para derrubar o governo militar, Bakufu, principalmente através dos governos locais de satsuma e Choshu-han

1861 Guerra civil nos EUA; Guerras eclodem o mundo por disputa por colónias

1867 Fim do governo militar (Bakufu) de Edo Era Moderna MEIJI

1868 Começa o governo do Imperador Meiji 1872 Inaugura-se o primeiro caminho de ferro

Espalha-se o movimento para instalar uma Assembleia Nacional

1873 É revogada a lei que proíbe o cristianismo

1881 Decide-se a instalação de uma Assembleia Nacional em 10 anos

Formação de partidos políticos 1889 Promulgada a Constituição Meiji

1890 Instalada a Assembleia Nacional; Revolução Industrial em Curso

1894 Guerra sino-japonesa 1904 Guerra russo-japonesa 1910 Coreia torna-se colónia japonesa

TAISHO

1912 Criada a República da China, com o fim da dinastia Sing

1914 Início da Primeira Guerra mundial; Participação japonesa na Guerra; Economia japonesa em alta

1914 Primeira Guerra Mundial

1917 Revolução Soviética 1919 Assinado o Tratado de Versalhes

Com o fim da guerra a economia japonesa entra em crise 1919 Tratado de Versalhes

1923 Grande terramoto de Kanto 1920 Cria-se a Liga das Nações 1925 Direito de voto outorgado a todo o cidadão de sexo

masculino maior de 24 anos

Nessa época, a crise económica agrava-se e muitos bancos vão à falência

1929 A Grande crise Mundial

SHOWA 1931 Incidente na Manchúria 1933 Japão retira-se da Liga das Nações 1941 Segunda Guerra Mundial

Japão adere cada vez mais ao fascismo Incidente sino-japonês

1937 Começa a guerra sino-japonesa; Japão entra em estado de guerra

1940 Japão firma aliança militar com Alemanha e Itália 1941 Começa a Grande Guerra do Pacifico 1943 Rendição de Itália 1945 Bombas atómicas são lançadas em Hiroshima e Nagasaki

Japão aceita a Declaração de Potsdam e rende-se 1945 Rendição da Alemanha;

Criação das Nações Unidas;

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incondicionalmente Agrava-se o Confronto entre as Nações capitalistas e socialistas

Era Contemporânea 1946 Promulgada nova constituição

Democratização do Japão 1949 Fundação da República Popular da China

Revitalização da economia japonesa 1950 Guerra da Coreia 1951 Japão recupera a independência através do Tratado de

Paz de San Francisco 1955 Congresso A.A (Ásia – África) 1956 Retomadas as relações diplomáticas com a União

Soviética

Ingresso nas Nações Unidas Crescimento acelerado da economia

1964 Olimpíadas de Tokyo

1970 Exposição Mundial em Osaka 1967 Criação da Comunidade Económica Europeia

1972 Reinicio das relações diplomáticas com a China 1973 Crise do petróleo 1973 Crise do Petróleo

Japão entra em fase de crescimento estável 1975 Fim da Guerra do Vietname HEISEI 1980 Guerra entre Irão e Iraque 1990 Unificação da Alemanha

1995 Grande Terramoto de Hansehin-Awaji 1991 Dissolução da União Soviética