idoso com questÕes

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WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR CRIMES CONTRA OS IDOSOS (LEI Nº 10741/2003) (Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação) VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidad de Granada-Espanha Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium Coordenador do www.conteudojuridico.com.br Chefe da Assessoria Jurídica do Varjão - DF Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF [email protected] LEI N o 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1 o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2 o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se- lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 3 o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

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Page 1: IDOSO COM QUESTÕES

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CRIMES CONTRA OS IDOSOS (LEI Nº 10741/2003)

(Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação)

VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidad de Granada-Espanha

Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium

Coordenador do www.conteudojuridico.com.br Chefe da Assessoria Jurídica do Varjão - DF Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal

Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF

Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF [email protected]

LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I Disposições Preliminares

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

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II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Obs.: Recomendamos a leitura dos artigos art. 69 a 71 relativo ao Acesso à Justiça, bem como os artigos 73 a 77 relativo às atribuições do Ministério Público, no trato com pessoa idosa.

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TÍTULO VI Dos Crimes

CAPÍTULO I Disposições Gerais

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.

O art. 10 da Lei. 7.347/85, prevê: “constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações do Tesouro Nacional – OTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público”.

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF):

Surgiram 6 correntes interpretando o art. 94 do Estatuto do Idoso: 1) Houve ampliação total do conceito de infração penal de menor

potencial ofensivo; 2) Houve ampliação do conceito de IPMPO somente em relação

aos crimes do Estatuto com pena máxima entre dois e quatro anos, os quais serão processados perante o Juizado Especial Criminal, com direito à transação penal;

3) Estes delitos devem ser processados perante o Juizado, com o rito sumaríssimo, mas sem direito à aplicação de transação penal;

4) Os delitos devem ser processados perante o juízo comum, com direito ao benefício da transação penal e com o procedimento sumaríssimo;

5) Os delitos devem ser processados perante o juízo comum, sem direito ao benefício da transação penal, apenas como o procedimento sumaríssimo;

6) O dispositivo é inconstitucional, não devendo ter qualquer aplicação;

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 E 94 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). RESTRIÇÃO À GRATUIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS DE TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS. APLICABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS CRIMES COMETIDOS CONTRA IDOSOS. 1. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o art. 39 da Lei 10.741/2003. Não conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade nessa parte. 2. Art. 94 da Lei n.

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10.741/2003: interpretação conforme à Constituição do Brasil, com redução de texto, para suprimir a expressão "do Código Penal e". Aplicação apenas do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95: benefício do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de aplicação de quaisquer medidas despenalizadoras e de interpretação benéfica ao autor do crime. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição do Brasil, com redução de texto, ao art. 94 da Lei n. 10.741/2003. (ADI 3096, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 16/06/2010, DJe-164 DIVULG 02-09-2010 PUBLIC 03-09-2010 EMENT VOL-02413-02 PP-00358 RTJ VOL-00216- PP-00204)

CAPÍTULO II Dos Crimes em Espécie

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, NÃO se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

DISCRIMINAÇÃO DE PESSOA IDOSA

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.

§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.

• Tutela jurídica: dignidade da pessoa idosa, garantido-se a liberdade de exercer os atos da vida civil e de cidadania.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa, admitindo-se, na forma comissiva a modalidade de co-autoria ou participação.

• Sujeito passivo: pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos. • Tipo subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a realização das condutas descritas no tipo. • Ação penal: pública incondicionada. • Cidadania: é a aptidão para o exercício dos direitos políticos. Decorre do

alistamento eleitoral e se exterioriza no direito de votar, ser votado, se filiar, ou criar partido político e promover a ação popular.

• Competência: Juizados Especiais Criminais, com aplicação das medidas alternativas da Lei n. 9.099/95.

OMISSÃO DE SOCORRO À PESSOA IDOSA

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

• Tutela jurídica: proteção à vida ou a saúde do idoso. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos. Se a

vítima ainda não atingiu a idade de 60 anos, caracterizar-se-á o crime do artigo 135 do CP (omissão de socorro – detenção de 1 a 6 meses)

• Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a mera omissão do agente. • Tentativa: não é cabível por se tratar de crime omissivo. • Competência: Juizados Especiais Criminais, com aplicação das medidas

alternativas da Lei n. 9.099/95.

ABANDONO DE PESSOA IDOSA

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:

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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

• Tutela jurídica: proteção à vida ou a saúde do idoso. • Sujeito ativo: pessoas que sejam obrigadas por lei ou mandado a prover as

necessidades básicas do idoso (filho, cônjuge ou curador). • Sujeito passivo: pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos. • Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a prática das condutas “abandonar”, “não prover”. • Tentativa: não é cabível por se tratar de crime omissivo. • Não caracterização: se a intenção do agente for o efetivo tratamento do

idoso ou se o próprio idoso se recusa a receber os cuidados ou assistência devida.

• Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

MAUS TRATOS À PESSOA IDOSA

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

• Tutela jurídica: proteção à vida ou a saúde física ou psíquica do idoso, além do direito ao trabalho, sem qualquer discriminação.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa, incluindo aquelas obrigadas por lei ou mandado a prover as necessidades básicas do idoso.

• Sujeito passivo: pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos. Se a vítima tem idade inferior a 60 anos, o crime será o de maus tratos do art. 136 do CP, cuja pena de prisão é idêntica, sendo que a de multa é alternativa no CP e na Lei é cumulativa.

• Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a prática das condutas de “expor a perigo” “privar de

alimentos ou cuidados” ou “sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado”. • Tentativa: é admissível, nas condutas comissivas. • Competência: no caput é do JECrim. Nos parágrafos é da competência do

Juizo comum, com a aplicação do procedimento sumaríssimo da Lei n. 9.099/95.

OUTROS CRIMES

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

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I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

DESOBEDIÊNCIA INJUSTIFICADA DE ORDEM JUDICIAL EM AÇÕES ENVOLVENDO IDOSO

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

• Tutela jurídica: regularidade da Administração da Justiça • Sujeito ativo: qualquer pessoa, incluindo o destinatário ou responsável pelo

cumprimento e execução da ordem judicial. • Sujeito passivo: Administração da Justiça e, secundariamente a pessoa

idosa prejudicada. • Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a prática das condutas de “deixar de cumprir” “ retardar”,

“frustrar”, sem justo motivo. • Tentativa: é admissível, nas condutas comissivas. • Competência: Juizados Especiais Criminais, com aplicação das medidas

alternativas da Lei n. 9.099/95.

APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS DE IDOSO

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

• Tutela jurídica: proteção do patrimônio do idoso, representado pelos bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha a posse ou acesso ao patrimônio do idoso.

• Sujeito passivo: a pessoa idosa com idade igual ou superior a 60 anos. Se menor de 60 anos o crime será a apropriação do art. 168 do CP.

• Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a prática das condutas indicadas no tipo. • Tentativa: é cabível.

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• Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem aplicar as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA DE IDOSO EM ABRIGO

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

• Tutela jurídica: proteção à liberdade individual do idoso, em outorgar procuração quando e a quem desejar. Secundariamente, a proteção de sua vida e integridade corporal, representada pelo direito ao abrigo quando necessitar.

• Sujeito ativo: O responsável pela entidade de atendimento a quem o idoso solicite abrigo.

• Sujeito passivo: a pessoa idosa. • Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: com a efetiva negativa de abrigo. • Tentativa:não é cabível. • Competência: Juizados Especiais Criminais, com aplicação das medidas

alternativas da Lei n. 9.099/95.

EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES CONTRA PESSOA IDOSA

Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

• Tutela jurídica: patrimônio do idoso, assim como a administração da justiça. • Sujeito ativo: qualquer pessoa que seja credora. • Sujeito passivo: a pessoa idosa. • Elemento subjetivo: dolo, com a finalidade especifica de assegurar o

recebimento ou ressarcimento de dívida. • Consumação: com a efetiva retenção. • Tentativa: é cabível, no entanto de difícil configuração. • Competência: Juizados Especiais Criminais, com a possibilidade de

aplicação das medidas alternativas.

EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES DEPRECIATIVAS DO IDOSO

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

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• Tutela jurídica: tutela da honra, da imagem e da dignidade da pessoa idosa. • Sujeito ativo: qualquer pessoa, admitindo-se a co-autoria ou participação. • Sujeito passivo: a pessoa idosa. • Elemento subjetivo: dolo de expor a imagem do idoso, assim como

depreciar a sua pessoa. • Consumação: com a efetiva exibição ou veiculação das informações ou

imagens. • Tentativa: é cabível. Ex.: na forma escrita. • Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento

sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem aplicar as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

INDUÇÃO A ERRO DE PESSOA IDOSA

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

• Tutela jurídica: tutela o patrimônio de pessoa idosa. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a pessoa idosa sem discernimento. • Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: com a mera indução, não se exigindo que haja qualquer

prejuízo ao patrimônio do idoso. • Tentativa: é cabível, na hipótese do idoso, por circunstâncias alheias a do

agente, não outorgar-lhe a procuração. • Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento

sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem aplicar as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

COAÇÃO DE PESSOA IDOSA

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

• Tutela jurídica: proteção da liberdade de escolha de procurador, bem como o patrimônio do idoso.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a pessoa idosa. • Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: a consumação ocorre com a coação, sem exigir que a vítima

doe, contrate, teste ou outorgue a procuração. • Tentativa: é cabível. Por ex.: na forma escrita. • Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento

sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem aplicar as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

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PRATICA DE ATO JURÍDICO SEM REPRESENTAÇÃO LEGAL DO IDOSO

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

• Tutela jurídica: Administração Pública, considerando que o tipo penal não exige a ocorrência de prejuízo ao idoso.

• Sujeito ativo: crime próprio, praticado por tabelião de notas, oficial ou escrevente ou responsável, que no caso tem equiparação com funcionário público nos termos do art. 327 do CP.

• Sujeito passivo: a Administração Pública e a pessoa idosa sem discernimento.

• Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: com a efetiva lavratura do ato notarial. • Tentativa: é cabível. • Competência: juízo comum, com a aplicação apenas do procedimento

sumaríssimo do art. 77 da Lei n. 9.099/95, sem aplicar as medidas alternativas conforme entendimento do STF na ADI 3.096 (16/06/2010).

TÍTULO VII Disposições Finais e Transitórias

IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO DE AUTORIDADE

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

• Tutela jurídica: Administração Pública. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a Administração Pública e a pessoa idosa sem

discernimento. • Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: com o efetivo impedimento ou embaraçamento à atividade

fiscalizatória. • Tentativa: é cabível, na modalidade impedir. • Competência: Juizados Especiais Criminais, com aplicação das medidas

alternativas da Lei n. 9.099/95.

ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NO CP E LEGISLAÇÃO ESPEAL PELO ESTATUTO DO IDOSO.

a) No art. 61, II, h, a expressão “velho” foi substituída por “maior de 60 (sessenta) anos”.

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b) Tornou-se causa de aumento de pena no crime de homicídio doloso praticado contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, art. 121, §4º, in fine do CP.

c) No crime de abandono de incapaz, foi incluída causa de aumento de pena de um terço “se a vítima for maior de 60 (sessenta) anos” (art. 133, §3º, CP).

d) No crime de injúria (art. 140, CP), a utilização de elementos referentes à “condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência” trouxe nova redação ao §3º (injúria por preconceito).

e) Nos crimes contra a honra de calúnia e difamação, foi introduzida causa de aumento de pena se forem praticados “contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência” (art. 141, IV, CP).

f) Nos crimes de sequestro e cárcere privado, foi incluída qualificadora consistente em ser a vítima “maior de 60 (sessenta) anos” (art. 148, § 1°, I).

g) No crime de extorsão mediante sequestro foi incluída qualificadora pela qualidade da vítima em ser “maior de 60 (sessenta) anos” (art. 159, §1º, CP).

h) Foi vedado as escusas absolutórias (art. 183, III, CP) para os crimes contra o patrimônio, quando se tratar de vítima idosa.

i) Introduziu causa de aumento de pena, de um terço à metade, na contravenção de vias de fato, se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (art. 21, parágrafo único, do Dec. Lei n. 3.688/41).

j) No crime de tortura foi acrescentada causa de aumento de pena se o crime é cometido contra “maior de 60 (sessenta) anos (art. 1º, §4º, II, da Lei n. 9.455/97).

ESTUDO DIRIGIDO

1) DEFENSOR PÚBLICO - PA - 2009 - FCC - Questão 30. Para os efeitos do Código Penal em relação ao Estatuto do Idoso: (cód. Q28039) a) prevalecerá sempre a idade de 60 anos - seja para o réu, seja para a vítima - a sujeição aos efeitos determinados pelo Código sempre que se referir a circunstância modificável em função da idade. b) variam os efeitos conforme a idade estabelecida em dispositivos do Código Penal, pois uns foram alterados pelo Estatuto do Idoso e outros não. c) prevalecerá sempre a idade de 70 anos - seja para o réu, seja para a vítima - a sujeição aos efeitos determinados pelo Código sempre que se referir a circunstância modificável em função da idade. d) prevalecerá sempre a idade de 65 anos - seja para o réu, seja para a vítima - a sujeição aos efeitos determinados pelo Código sempre que se referir a circunstância modificável em função da idade. e) consideram-se revogados no Código Penal todas as disposições anteriores que não contemplarem o novo conceito de idoso estabelecido pelo Estatuto.

3) DELEGADO DE POLICIA - MS - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 09). - José, brasileiro, aposentado, nascido aos 15/12/1936, caminha pela Av. Afonso Pena, quando tropeça e cai. Na queda, bate a cabeça no solo, ferindo-se gravemente. Pedro, que caminhava logo atrás, vislumbra toda a cena, mas deixa de prestar assistência a José. Não havia qualquer risco pessoal para Pedro, bem como não havia qualquer iminência de perigo, mas ainda assim Pedro não prestou socorro nem acionou a autoridade pública. O Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento da conduta de Pedro, deverá: (cód. Q03497) a) Instaurar inquérito policial e indiciar Pedro pela prática de omissão de socorro prevista no art. 97 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do Idoso. b) Lavrar termo circunstanciado de ocorrência, inserindo Pedro como autor do fato e tipificando a conduta como omissão de socorro prevista no art. 97 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do Idoso, liberando-o após a assinatura do termo de compromisso de comparecimento em juízo. c) Instaurar inquérito policial e indiciar Pedro pela prática de omissão de socorro prevista no art. 135

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do CP. d) Lavrar termo circunstanciado de ocorrência, inserindo Pedro como autor do fato e tipificando a conduta como omissão de socorro prevista no art. 135 do CP, liberando-o após a assinatura do termo de compromisso de comparecimento em juízo. e) Instaurar inquérito policial e indiciar Pedro por lesão corporal grave - art. 129 § 1º CP, em virtude da relevância da omissão prevista no art. 13 § 2º do CP.

3) DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO AMAPÁ - AP - 2010 - ISAE/FGV (questão 47).

47 Relativamente ao Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), analise as afirmativas a seguir: I. O Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos. II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal. III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. Assinale: (cód. Q57645) a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

4) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA - 2010 - CESPE (Questão 131).

Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue os itens de 131 a 135: 131 Aos crimes previstos nesse estatuto e cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos aplica-se o procedimento previsto na Lei n.o 9.099/1995 e, subsidiariamente, no que couber, aplicam-se as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (cód. Q82532) a) Verdadeiro b) Falso

5) TABELIÃO DE NOTAS E REGISTROS/SP - 2009 - VUNESP - 73. Em relação à conduta do notário que lavra uma escritura de compra e venda em que o alienante é idoso sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal, tem-se que (cód. Q33456) a) caracteriza o delito de falsidade ideológica. b) configura apenas ilícito administrativo. c) constitui crime próprio previsto no Estatuto do Idoso. d) se enquadra no delito de prevaricação.

6) O funcionário do banco em que Ana, de noventa anos de idade e com deficiência auditiva leve, recebe sua aposentadoria, impacientou-se durante um atendimento à cliente e, em voz alta, separando e destacando as sílabas, disse a Ana que ela estava atrasando o serviço dele e que, se ela queria alguma informação, deveria estar acompanhada de alguém que ouvisse bem. Surpresa com o ocorrido, Ana tentou argumentar e o funcionário se retirou, deixando-a sozinha no balcão, sem atendimento. Nessa situação, praticou crime previsto no Estatuto do Idoso.

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a) Verdadeiro b) Falso

7) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE ALAGOAS - AL - 2009 - CESPE (questão 100).

A respeito dos crimes praticados contra a criança e o adolescente, contra o meio ambiente e daqueles previstos no Estatuto do Idoso, julgue: 100 Constitui crime de menor potencial ofensivo abandonar injustificadamente pessoa idosa em hospital ou casa de saúde. (cód. Q57777) a) Verdadeiro b) Falso

8) No que concerne ao Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), é CORRETO afirmar que constitui crime, apenado com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa, impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador. a) verdadeiro b) falso.

9 DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA - 2010 - CESPE (Questão 55).

Acerca da aplicação do direito penal e do entendimento jurisprudencial firmado nos tribunais superiores, julgue: 55 Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso são vedadas a aplicação das medidas despenalizadoras da composição civil dos danos e da transação, bem como a incidência das imunidades penais absolutas ou escusas absolutórias. a) Verdadeiro b) Falso

10) JUIZ AUDITOR MILITAR - TJM/SP - 2007 - PRÓPRIA - (Legislação Especial, questão 78). O crime patrimonial contra cônjuge idoso, ambos cidadãos comuns, na constância da sociedade conjugal, sem violência ou grave ameaça, face às imunidades penais, será possível alvo da seguinte ação penal: a) privada exclusiva. b) pública condicionada à representação. c) personalíssima. d) privada subsidiária da pública. e) pública condicionada à requisição do Ministério da Justiça.

11) DEFENSOR PÚBLICO - MA - 2009 - FCC - Questão 95.

Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência ou congêneres: (cód. Q28004) a) caracteriza crime de ação penal privada. b) caracteriza infração administrativa, sujeitando o infrator à pena de multa. c) trata-se de mero ilícito civil, passível de ação indenizatória se comprovados os danos. d) caracteriza crime de ação penal pública incondicionada. e) configura violação de regra moral, irrelevante do ponto de vista jurídico.

12) DELEGADO DE POLÍCIA - PCSC - 2008 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 44). "Crácio" encontrou o ancião "Mévio", 80 anos de idade e inválido, ferido em conseqüência de um desabamento, sem condições de socorrer-se por suas próprias forças. Dolosamente, deixou de

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prestar-lhe assistência, embora fosse possível fazê-lo sem risco pessoal, na expectativa de que outrem o socorresse. Da omissão resultou a morte de "Mévio". "Crácio" responderá por: a) modalidade especial de omissão de socorro prevista no Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), qualificada pelo resultado morte (preterdolo). b) crime de omissão de socorro, qualificado pelo resultado morte (preterdolo), previsto no Código Penal. c) crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte (preterdolo), previsto no Código Penal. d) crime de homicídio culposo, com aumento de pena, pois a vítima era maior de 60 (sessenta) anos.

13) Defensor Público do Estado de São Paulo - SP - 2009 - FCC (Processo Penal, questão 35). Existe previsão legal de prioridade no julgamento de ação penal se: (cód. Q20646) a) alguma das partes for mulher em situação de violência, a requerimento do Defensor Público. b) forem discutidos direitos relativos a criança ou adolescente vítima de abuso sexual, sem necessidade de requerimento ao juiz. c) for decretado segredo de justiça, a pedido do Ministério Público. d) o acusado for pessoa idosa, desde que requeira ao juiz. e) o acusado for integrante de organização criminosa.

14) DEFENSOR PUBLICO - RN - 2006 - PRÓPRIA (Penal, questão 100). Nos crimes definidos pelo Estatuto do idoso é incorreto afirmar que (cód. Q03030) a) a ação penal será pública incondicionada. b) é isento de pena o filho que comete crime de furto em prejuízo da mãe idosa. c) constitui causa de aumento de pena para aquele que impede o acesso de idoso a operações bancárias, o fato de ser o agente responsável pelo idoso. d) ainda que seja cometido crime patrimonial em desfavor do cônjuge, na constância da sociedade conjugal, não se exigirá representação do cônjuge prejudicado.

15) TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/SEGURANÇA - MPU - 2010 - CESPE (Questão 134).

No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com o que dispõe o Estatuto do Idoso: 134 Walter, morador de um edifício, sentindo-se incomodado com os miados vindos do apartamento de sua vizinha, Nair, de 85 anos de idade, que cria quatro gatos, instalou uma câmera na janela de seu próprio quarto, de onde pôde fotografar cenas da intimidade da vizinha. Na semana seguinte, Walter divulgou, entre a vizinhança, as fotos acrescidas de legendas depreciativas. Nessa situação, a conduta de Walter viola os dispositivos do Estatuto do Idoso, visto que o direito ao respeito, assegurado aos idosos, abrange, entre outros aspectos, a preservação da imagem. (cód. Q86255) a) Verdadeiro b) Falso

16) DEFENSOR PUBLICO - RN - 2006 - PRÓPRIA (Penal, questão 99). Assinale a resposta correta. (cód. Q03031) a) Segundo o artigo 94 da Lei 10.741/2003, aos crimes contidos em seu texto, cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei 9.099/95, e subsidiariamente, o Código Penal e o Código de Processo Penal, no que couber. b) A legitimidade para a propositura de ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,

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individuais indisponíveis é do Ministério Público. c) Configura crime previsto no Estatuto do Idoso deixar de cumprir as determinações da lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso. d) As entidades governamentais que deixarem de cumprir as determinações do Estatuto do Idoso estão sujeitas às penalidades de advertência, multa, afastamento provisório ou definitivo de seus dirigentes e fechamento de unidade ou interdição de programa.

17) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/PR -2008 - PRÓPRIA (Direito do idoso, questão 56). Analise as assertivas abaixo e responda: I. Constitui crime discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania. II. Constitui crime deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública. III. Constitui crime abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado. IV. Constitui crime obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade. (cód. Q11510) a) Todas estão corretas. b) Nenhuma está correta. c) Apenas 1ª e 2ª estão corretas. d) Apenas 3ª e 4ª estão corretas. e) Apenas 1ª, 3ª e 4ª estão corretas.

18) A respeito de aspectos penais das leis especiais é correto afirmar que aos crimes previstos no Estatuto do Idoso -- Lei n.º 10.741/2003 --, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplicam-se o procedimento previsto na Lei dos Juizados Especiais Criminais e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do CP e do CPP.

a) Verdadeiro b) falso.

Gabarito 1) R: Alternativa B 2) R: Alternativa B 3) R: Alternativa B 4) R: Falso 5) R: Alternativa C

6) R: Falso 7) R: Falso 8) R: Verdadeiro 9) R: Verdadeiro 10) R: Alternativa D 11) R: Alternativa D 12) R: Alternativa A

13) R: Alternativa D 14) R: Alternativa D 15) R: Verdadeiro 16) R: Alternativa A 17) R: Alternativa A 18) R: verdadeiro

REFERENCIAS:

ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 3096 / DF - Distrito Federal. Disponível em: < http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%283096.NUME.+OU+3096.ACMS.%29&base=baseAcordaos > Acesso em: 12 jan. 2012.

BANCO DE QUESTÕES do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR . Disponível em: < http://www.conteudojuridico.com.br/?banco_de_questoes>. Acesso em: 13 jan. 2012.

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CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal - Legislação penal especial v. 4. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

NUCCI, Guilherme de Souza, Leis penais e processuais penais comentadas. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

PRADO, Luiz Regis (Coord.). Leis Penais Especiais. Parte I. São Paulo: Editoria Revista dos Tribunais, 2009.