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IDENTIFICAÇÃO E MAPEAMENTO DE UNIDADES DE PAISAGEM NA MICRORREGIÃO DE FOZ DO IGUAÇU/PR COM USO DE GEOTECNOLOGIAS. Polianna Teixeira Olegário 1 PatriciaAntonio de Oliveira 2 Samuel Fernando Adami 3 Alexandre Vogliotti 4 1 UniversidadeFederalda Integração Latino-Americana [email protected] 2 Universidade Federal da integração Latino-Americana [email protected] 3 Universidade Federal da Integração Latino-Americana [email protected] 4 Universidade Federal da Integração Latino-Americana [email protected] 1. INTRODUÇÃO Analisar a paisagem em unidades significa dividir conjuntos hierárquicos, bióticos e abióticos, naturalmente semelhantes. As divisões espaciais devem sempre respeitar a noção de escala permitindo, ao classificar elementos circunscritos no espaço e no tempo, qualificar a paisagem e ao mesmo tempo abstrair sua unidade sistêmica o que possibilita conhecer as dinâmicas que ocorrem e/ou ocorreram na área de estudos. Eleita como método para classificar unidades de paisagem a escola norte americana de Ecologia de Paisagens (METZGER, 2001) divide os conjuntos hierárquicos em manchas, corredores e matrizes. As manchas maiores servem como hábitats de espécies animais como também de vegetais. Corredores exercem a função de proteção, de conexão, e de disponibilidade de alimentos. Matriz é a superfície dominante, seu papel é contribuir para a conectividade, para o fluxo de energia, o ciclo de substâncias e o regime das espécies. (LANG &BLASCHKE, 2009).

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IDENTIFICAÇÃO E MAPEAMENTO DE UNIDADES DE PAISAGEM NA MICRORREGIÃO DE FOZ DO IGUAÇU/PR COM USO DE

GEOTECNOLOGIAS.

Polianna Teixeira Olegário1

PatriciaAntonio de Oliveira2

Samuel Fernando Adami3

Alexandre Vogliotti4

1 UniversidadeFederalda Integração Latino-Americana

[email protected]

2 Universidade Federal da integração Latino-Americana [email protected]

3 Universidade Federal da Integração Latino-Americana

[email protected]

4 Universidade Federal da Integração Latino-Americana [email protected]

1. INTRODUÇÃO

Analisar a paisagem em unidades significa dividir conjuntos hierárquicos,

bióticos e abióticos, naturalmente semelhantes. As divisões espaciais devem sempre

respeitar a noção de escala permitindo, ao classificar elementos circunscritos no espaço

e no tempo, qualificar a paisagem e ao mesmo tempo abstrair sua unidade sistêmica o

que possibilita conhecer as dinâmicas que ocorrem e/ou ocorreram na área de estudos.

Eleita como método para classificar unidades de paisagem a escola norte

americana de Ecologia de Paisagens (METZGER, 2001) divide os conjuntos

hierárquicos em manchas, corredores e matrizes. As manchas maiores servem como

hábitats de espécies animais como também de vegetais. Corredores exercem a função de

proteção, de conexão, e de disponibilidade de alimentos. Matriz é a superfície

dominante, seu papel é contribuir para a conectividade, para o fluxo de energia, o ciclo

de substâncias e o regime das espécies. (LANG &BLASCHKE, 2009).

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Nessa pesquisa os dados capturados do satélite Indian Remote SensingSatellite

(IRS-P6 ou Resourcesat-1) foram tratados no software livre Integrad Land

WaterInformation System (ILWIS). E a partir do Modelo Digital de Elevação (MDE)

derivado de dados SRTM (Shuttle Radar TopographyMission) e do mapa pedológico

foram identificadas unidades de paisagem que formam a base física da microrregião de

Foz do Iguaçu, localizada entre24°30’S e 26°S e 53°30’W e 55°W, com o intuito de

determinar o grau de fragilidade e de fragmentação da paisagem.

Os resultadoscontribuem para práticas que objetivem garantir o desenvolvimento

sustentável já que a constituição geomorfológica e pedológica da superfície da Terra são

fatores importantes e determinantes na vida humana.

1.1 Objetivos

O trabalho objetiva realizar mapeamento das unidades de paisagem, derivadasda

interpretação e sobreposição dos usos, das variáveis pedológicas e geomorfológicas, da

microrregião de Foz do Iguaçu.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Localizada ao sul do Brasil na porção do oeste paranaense a microrregião de Foz

do Iguaçu é a área de estudos epossui as seguintes características: altitude entre 150m e

700m, zona climática Subtropical Úmida (1ª grandeza); domíniomorfoclimático

Atlântico Subtropical (2ª grandeza), província geomorfológica (3ª e 4ª grandeza) Bacia

Sedimentar do Paraná, com remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual (Parque

Nacional do Iguaçu) incluindo pequeno trecho de Floresta Ombrófila Mista (mata de

Araucária), sintetizando o geossistema (4ª e 5ª grandeza). Seus rios principais são

Paraná e Iguaçu(MAACK, 1968).

Os 5.580 km² de área abrigam onze municípios: Céu Azul, Foz do Iguaçu,

Itaipulândia, Matelândia, Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu,

São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu e Vera Cruz do Oeste (fig. A),

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pertencentes ao antigo planalto de Guarapuava, com população total de 408.800

habitantes.

Figura A: Área de estudos

Para mapear os usos das terras, da área de estudos, foram utilizadas imagens do

satélite Indian Remote SensingSatellite (IRS-P6 ou Resourcesat-1) capturadas pelo

sensor multiespectral LISS-III (Linear Imaging Self-Scanner) que recobre área de 141

km com resolução espacial de 23,5 metros, possuindo 128 níveis de cinza.As imagens

selecionadas corresponderam às órbitas/ponto 325/096 (18/10/2012) e 324/096

(17/01/2013), escolhidas por apresentarem baixa presença de nuvens.

Desenvolveu-se o tratamento das imagens, a interpretação visual e as operações

de análise espacial no Sistema de Informação Geográfica Integrated Land

WaterInformation System - ILWIS (WESTEN & FARIFTEH, 1997) na versão 3.3.A

composição RGB, portanto seguiu a ordem (R) banda 3 (0,62 – 0,68 µm/vermelho), (G)

2 (0,52 – 0,59µm/verde) e (B) 4 (0,77 – 0,86 µm/infravermelho próximo) resultando

numa imagem colorida falsa-cor. A correção geométrica contou com base topográfica

em escala de 1:50.000, disponibilizadas pelo Banco de Dados Geográficos do Exército.

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A escala de interpretação visual-manual da imagempermitiu agrupar os

segmentosem classes de uso e cobertura do terreno segundo terminologias propostas

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006).

Nesse sentido, a classe Áreas Urbanizadas, corresponde a campo de uso

intensivo em que predominam superfícies artificiais não agrícolas. A classe Áreas

Antrópicas Agrícolas abrange todas as terras cultivadas ou em pousio (IBGE, 2006). A

classe Áreas Campos Antrópicos compreendem pastos onde há gramíneas de ocorrência

natural (macega) e outras ervas devido à elevação do terreno (ANDERSON,

1979).Áreas de Vegetação Natural representa o Parque Nacional do Iguaçu e área de

reflorestamento espalhadas na paisagem. A classe Águas representa o Lago de Itaipu, o

Rio Paraná e o Rio Iguaçu e outras pequenas represas.

Os dados sobre a constituição pedológica da Microrregião de Foz do Iguaçu

foram elaborados pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) (BHERING &

SANTOS, 2008).

As classes do mapa pedológico foram reorganizadas com o objetivo de facilitar

a interpretação e identificação sintetizada dos diferentes grupos de solos existentes na

Microrregião de Foz do Iguaçu.Assim, as classes água e cidade foram agrupadas como

não solo. As diversas unidades de Nitossolo Vermelho e de Argissolo Vermelho foram

agrupadas em uma única classe: solos com diferenças texturais ou estruturais. Os

Gleissolosháplicos foram reclassificados como solos hidromórficos e os

NeossolosRegolíticos como solos rasos. As várias unidades de Latossolos Vermelhos

Eutroférricos e os Latossolos Vermelhos Distroférricos foram agrupadas e renomeadas

como solos profundos ricos e em solos profundos pobres, respectivamente.

No que tange a criação do Modelo Digital de Elevação (MDE) da área foram

tratados os dados obtidos por sistema de radar SRTM (Shuttle Radar

TopographyMission). Primeiramente as imagens do SRTM foram filtradas. Uma

primeira filtragem feita com janela maior, de 5x5, o que acarreta em uma maior

suavização da superfície. E posteriormente uma segunda filtragem com janela 3x3, com

a finalidade de corrigir possíveis degradações ainda existentes na imagem.

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Para o cálculo da declividade

altura do terreno em direção de x e em direção de y. Para tanto, foi necessário decompor

a imagem em suas componentes ortogonais seno e cosseno, definindo então a o

linear das vertentes. Possibilitando uma melhor visualização e interpretação, bem como

uma noção de tridimensionalidade do terreno.

Com o objetivo de reduzir informações e criar uma

declividade que mais corresponde com a que

de Informação (PI) de classes de declividade

gradientes, que indica a distribuição dos

transições da concentração dos mesmos

declividade, a primeira entre 0,0

relativamente suave, com velocidade de escoamento sup

amédias. Uma segunda classe, com valores de 5,1%

inclinadas, um relevo constituído normalmente por áreas suave

colinosas, com velocidade de escoamento superficial médio. A terceira classe

corresponde às declividades maiores que 10,0% com as superfícies mais incl

dentro da área de estudos, que poderia gerar velocidades de escoamento superficial

entre médio e forte. A constituição em hectare da pedologia e geomorfologia

reclassificada da microrregião de Foz do Iguaçu é apresentada

respectivamente.

Figura B: Classes de solosFigura C

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

Hectare

Para o cálculo da declividade foram calculadas linearmente as diferenças de

altura do terreno em direção de x e em direção de y. Para tanto, foi necessário decompor

a imagem em suas componentes ortogonais seno e cosseno, definindo então a o

linear das vertentes. Possibilitando uma melhor visualização e interpretação, bem como

uma noção de tridimensionalidade do terreno.

Com o objetivo de reduzir informações e criar uma divisão de classes de

declividade que mais corresponde com a quebra natural do terreno, gerou

de Informação (PI) de classes de declividade a partir da interpretação do histograma dos

, que indica a distribuição dos pixels da imagem, bem como

transições da concentração dos mesmos.Dividiu-se então, em três classes de

declividade, a primeira entre 0,0 - 5,0%, a qual corresponde ao domínio de um relevo

relativamente suave, com velocidade de escoamento superficial em sua maioria baixas

médias. Uma segunda classe, com valores de 5,1% - 10,0%, e diz respeito a superfícies

inclinadas, um relevo constituído normalmente por áreas suaves

colinosas, com velocidade de escoamento superficial médio. A terceira classe

corresponde às declividades maiores que 10,0% com as superfícies mais incl

dentro da área de estudos, que poderia gerar velocidades de escoamento superficial

A constituição em hectare da pedologia e geomorfologia

icrorregião de Foz do Iguaçu é apresentada nas figuras B e C,

Figura C: Classes de declividade

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

0,5 -5

Hectare

foram calculadas linearmente as diferenças de

altura do terreno em direção de x e em direção de y. Para tanto, foi necessário decompor

a imagem em suas componentes ortogonais seno e cosseno, definindo então a orientação

linear das vertentes. Possibilitando uma melhor visualização e interpretação, bem como

divisão de classes de

, gerou-se um Plano

partir da interpretação do histograma dos

da imagem, bem como maiores

então, em três classes de

5,0%, a qual corresponde ao domínio de um relevo

erficial em sua maioria baixas

diz respeito a superfícies

onduladas e/ou

colinosas, com velocidade de escoamento superficial médio. A terceira classe

corresponde às declividades maiores que 10,0% com as superfícies mais inclinadas

dentro da área de estudos, que poderia gerar velocidades de escoamento superficial

A constituição em hectare da pedologia e geomorfologia já

nas figuras B e C,

5,01 - 10 > 10,01

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A sobreposição dos usos

permitiram identificar as

corredores-matriz exposta

menor elemento individual observável da paisagem constituindo

específica de organismos abióticos e bióticos; corredores são estruturas lineares que

funcionam como espaços de conexão ent

área da paisagem, que funciona como plano de fundo, possuindo condição de controle

sobre a dinâmica da paisagem e conectando manchas e corredores.

As reclassificações em unidades derivaram quatro classes de m

de Água e Mancha de Vegetação representando manchas de recursos de flora, Mancha

Agrícola e/ou Pastagem e Mancha Urbana que constituem manchas introduzidas pela

ação humana. Já a reclassificação de estruturas lineares, especificamente de ve

derivou a tipificação em Corredor de Vegetação. As matrizes levaram em conta os

critérios de extensão, conexão e poder de controle sobre a dinâmica da paisagem.

Assim, quatro matrizes foram definidas: Matriz Agrícola com áreas de pastagem

(MAp); Matriz de Pastagem com áreas agrícol

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos procedimentos metodológicos referentes aos usos da

área em que 7,3%pertence

naturais, recomposições florestais e florestas cultivadas, agrupadas na classe Vegetação

Natural, 34,2% do território sobre domínios agrícolas, Áreas Urbanizadas ocupam 5%

da paisagem e, 9,7% compõem Campo Antrópicos. O

segundo os usos em hectare é representado na

Figura D: Usos e Coberturas das Terras

50.000

100.000

150.000200.000

250.000

Hec

tare

A sobreposição dos usos, dos solos e das variáveis geomorfométricas

permitiram identificar as unidades de paisagem. Essa seguiu a hierarquia mancha

osta por Lang &Blaschke (2009), em que, mancha (patch) é o

menor elemento individual observável da paisagem constituindo-se da combinação

específica de organismos abióticos e bióticos; corredores são estruturas lineares que

funcionam como espaços de conexão entre possíveis hábitats; matriz se refere a maior

área da paisagem, que funciona como plano de fundo, possuindo condição de controle

sobre a dinâmica da paisagem e conectando manchas e corredores.

As reclassificações em unidades derivaram quatro classes de m

de Água e Mancha de Vegetação representando manchas de recursos de flora, Mancha

Agrícola e/ou Pastagem e Mancha Urbana que constituem manchas introduzidas pela

ação humana. Já a reclassificação de estruturas lineares, especificamente de ve

derivou a tipificação em Corredor de Vegetação. As matrizes levaram em conta os

critérios de extensão, conexão e poder de controle sobre a dinâmica da paisagem.

Assim, quatro matrizes foram definidas: Matriz Agrícola com áreas de pastagem

atriz de Pastagem com áreas agrícolas (MPa); Matriz Urbana.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos procedimentos metodológicos referentes aos usos das terras obteve

pertencem à classe Águas, 43,8%é ocupada por remanescentes

naturais, recomposições florestais e florestas cultivadas, agrupadas na classe Vegetação

Natural, 34,2% do território sobre domínios agrícolas, Áreas Urbanizadas ocupam 5%

da paisagem e, 9,7% compõem Campo Antrópicos. O resultado do recobrimento da área

ctare é representado na figura D.

: Usos e Coberturas das Terras

0

50.000

100.000

150.000200.000

250.000

, dos solos e das variáveis geomorfométricas

a hierarquia mancha-

mancha (patch) é o

se da combinação

específica de organismos abióticos e bióticos; corredores são estruturas lineares que

re possíveis hábitats; matriz se refere a maior

área da paisagem, que funciona como plano de fundo, possuindo condição de controle

As reclassificações em unidades derivaram quatro classes de manchas: Mancha

de Água e Mancha de Vegetação representando manchas de recursos de flora, Mancha

Agrícola e/ou Pastagem e Mancha Urbana que constituem manchas introduzidas pela

ação humana. Já a reclassificação de estruturas lineares, especificamente de vegetação,

derivou a tipificação em Corredor de Vegetação. As matrizes levaram em conta os

critérios de extensão, conexão e poder de controle sobre a dinâmica da paisagem.

Assim, quatro matrizes foram definidas: Matriz Agrícola com áreas de pastagem

as (MPa); Matriz Urbana.

s terras obteve-se uma

ocupada por remanescentes

naturais, recomposições florestais e florestas cultivadas, agrupadas na classe Vegetação

Natural, 34,2% do território sobre domínios agrícolas, Áreas Urbanizadas ocupam 5%

recobrimento da área

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Na área correspondente ao Parque Nacional do Iguaçu, foram identificadas cinco

unidades de paisagem, as quais foram determinadas a partir das características das

variáveis do meio físico, a saber, constituição pedológica e nível de declividade do

relevo da área. Assim, tem-se uma primeira unidade caracterizada como sendo Matriz

de Vegetação de relevo Ondulado com Solos Rasos e Profundos Ricos e Pobres

(MVO/SRPrp), que representam 5,5% da área. Uma segunda unidade, a qual

corresponde a uma Matriz de Vegetação de relevo Ondulado com Solos Rasos e

Diferença Estrutural e Textural (MVO/SRDet), equivalente a 7,5% da área. A terceira

unidade de paisagem é identificada como sendo Matriz de Vegetação de relevo Suave-

Ondulado com Solos Profundos Ricos e Diferença Estrutural e Textura

(MVSO/SPrDet), representando 9,2% da área. A quarta unidade de paisagem

corresponde aMatriz de Vegetação de relevo Suave com Solos de Diferença Estrutural e

Textural e Profundos Ricos e Pobres (MVS/SDetPrp), a qual abrange 5,3% da área. E a

quinta unidade de paisagem identificada diz respeito a uma Matriz de Vegetação de

relevo Suave com Solos de Diferença Estrutural e Textural e Profundos Ricos

(MVS/SDetPr), por sua vez representa 1,7% da área (Tabela 1).

Com base nas características espaciais dos elementos da paisagem e na

porcentagem dos usos, dos solos e das variáveis geomorfométricas se reclassificou o

mapa de unidades de paisagem (figura E).

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Figura E. Mapa de Unidades de Paisagem

Os elementos que possuem maior extensão e grau de conectividade são: a área

do Parque Nacional correspondendo a matriz vegetação com mais de 162 mil hectares,

correspondentes a 29,2%. Matriz predominantemente de pastos (MPa)totalizando

13,9%, proporcionais a 77 mil hectares. Matriz predominantemente agrícola (MAp)

domina mais de 162 mil hectares, correspondendo a 29% do território. Em menor

proporção áreas urbanizadas que compreendem mais de 10 mil hectares correspondentes

a 1,8% da paisagem (tabela 1).

Os corredores de vegetação distribuem-se por 7,8% da paisagem e as manchas

de vegetação correspondem a 6,8% do território. Comparando a porcentagem de

corredores e manchas de vegetação com a proporção das manchas de agricultura e

pastagem, que compreendem 0,9%, as manchas urbanas, com 3,2% e as manchas dos

corpos hídricos, que dominam 7,3% da área de estudos, esse quadro indica o forte

potencial ecológico disponível na microrregião. Já que somadas as áreas destinadas à

fauna e flora totalizam, com exceção dos corpos hídricos, 14,6% enquanto 4,1% são

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áreas destinadas às atividades humanas acrescidas de matriz urbana que compõe 1,8%

do espaço (tabela 1).

Tabela 1. Proporções referentes às Unidades de Paisagem

Dessa maneira, os resultados de usos das terras apontam o predomínio, na

microrregião de Foz do Iguaçu, de áreas de vegetação natural (43,8%) e áreas antrópicas

agrícolas (34,2%). Na reclassificação em Unidades de Paisagens (fig. E) prevalecem

ambas as matrizes: Agrícola com percentual de 29% e de Vegetação cuja área pertence

ao Parque Nacional do Iguaçu, que representa 29,2%.

Ao analisar as áreas de vegetação natural (43,8%) a existência de corredores de

Vegetação, que ocupam 7,8% da microrregião, e manchas de vegetação, distribuídas por

6,8% do território evidenciam o potencial ecológico dentro paisagem, já que em meio as

matrizes agrícolas (29%), urbanas (3,2%) e de pastagem (13,9%) a proporção de área

recoberta por usos de vegetação natural (43,8%) fragmentado em manchas de vegetação

(6,8%) corredores (7,8%) é forte indicador das possibilidades de conexão entre

diferentes hábitats.

Unidades Área (ha) %

Corredor vegetação 43.321 7,8

Mancha Agrícola e/ou pastagem 5.030 0,9

Mancha água 40.984 7,3

Mancha urbana 17.733 3,2

Mancha vegetação 38.178 6,8

MAp 162.117 29,0

Matriz urbana 10.261 1,8

MPa 77.902 13,9

MVO/SRDet 41.860 7,5

MVO/SRPrp 30.827 5,5

MVS/SDetPr 9.559 1,7

MVS/SDetPrp 29.641 5,3

MVSO/SPrDet 51.463 9,2

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Já nas unidades de paisagem do Parque Nacional percebe-se que as duas

primeiras unidades identificadas, MVO/SRPrpeMVO/SRDet, mesmo possuindo alto grau

de proteção da vegetação, podem sofrer processos erosivos mais intensos que as demais

unidades. Uma vez que tais unidades apresentam um relevo predominantemente

ondulado, cerca de 10% ou mais de declividade do terreno na área, onde o escoamento

superficial pode atingir maiores velocidades. Os tipos de solos encontrados nestas

unidades também contribuem para os processos erosivos mais acentuados, já que, os

solos rasos, por exemplo, sofreram menor grau de pedogênese, e consequentemente

possuem menor capacidade de reter água e menor resistência aos processos erosivos.

Também, ao serem os solos com diferença estrutural e textural constituídos por blocos e

apresentar alto grau de fendilhamento e cerosidade, ocorridos pela saturação rápida dos

horizontes superficiais, acabam tendo maiores taxas de perda do solo, normalmente por

causa do abrupto aumento de textura em profundidade ao longo do perfil, sendo então

mais vulneráveis aos processos de erosão.

A quinta unidade de paisagem identificada, MVS/SDetPr, mesmo possuindo

relevo suave que não contribui tanto para os processos erosivos, acaba tendo índices

significativos dos mesmos. Pois, através de experiências de campo e relatos de pessoas

que trabalham para a conservação do Parque Nacional, a área sofreu vários

desmatamentos, justamente por localizar-se próximo a uma área altamente antropizada.

Assim, apesar das áreas de desmatamentos estarem regeneradas, demanda-se mais um

pouco de tempo para que a proteção da superfície seja suficiente e ideal.

4. CONCLUSÃO

Manchas agrícola (0,9%), hídrica (7,3%) e de vegetação (6,8%) cumprem a

função de abrigos para diferentes espécies. Os corredores (7,8%) cumprem a função de

conexão para a fauna entre as manchas maiores em meio a uma matriz de usos agrícolas

(29%), de pastagens (13,9%) e de forma mais restrita urbana (1,8%).

Logo, a homogeneidade da área de estudos é dada pela intensa dinâmica agrícola

e pelo Parque Nacional. Esses de igual maneira constituem o plano de fundo da

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paisagem, demonstrando que ainda há equilíbrio na microrregião de Foz do Iguaçu entre

atividades humanas e ecológicas.

No Parque Nacional percebe-se que aproximadamente 62% da área que o

constitui possui potencial de fragilidade natural mais elevado, mesmo sendo totalmente

recoberto por vegetação. Enquanto que as demais áreas, por possuírem relevo mais

suave contribuem para um menor desgaste dos solos constituintes,não apresentando

níveis tão significativos de processos erosivos.

Nesse sentido, é visível a necessidade de ações que auxiliem na conservação do

equilíbrio entreusos humanos do território e biodiversidade regional, constituindo esse o

grande desafio da microrregião de Foz do Iguaçu.

REFERÊNCIAS

ANDERSON, J.R, HARDY, E.E, ROACH, J.T., WITMER, R.E. Sistema de classificação do uso da terra e do revestimento do solo para a utilização com dados de Sensores Remotos. Rio de Janeiro: IBGE, 1979. BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. R. RA. E’ GA, Curitiba, Universidade Federal do Paraná, n.8,141-152, 2004.

BHERING, S. B.; SANTOS, H. G. Mapa de solos do Estado do Paraná: Legenda atualizada. Embrapa Florestas, Embrapa Solos, Instituto Agronômico do Paraná. Rio de Janeiro, 2008.

IBGE. Manual Técnico em Geociências: manual técnico de uso da terra. 2.ed. Rio de Janeiro, 2006.

LANG, S.; BLASCHKE, T. Análise da paisagem com SIG. São Paulo: Oficina de textos, 2009.

MAACK, R.. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba: Banco de Desenvolvimento do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas, 1968.

METZGER, J. P. O que é ecologia de ecologia de paisagens. Biota Neotropica, v.1 (n.12) nov/2001, p.01-09.

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VALERIANO, M. M. Dados Topográficos. In FLORENZANO, T. G. Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. Ed. Oficina de Textos, São Paulo, 2008.

WESTEN, C.; FARIFTEH, J. ILWIS-Integrated Land and Water Information System. User's Guide. Enschede: ITC-International Institute for Aerospace Survey and Earth Sciences, 1997.