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IDENTIFICAÇÃO E COMBATE A PERDAS COMERCIAIS DE ENERGIA ELÉTRICA EM UMA ÁREA DE OCUPAÇÃO IRREGULAR
NA CIDADE DE MANAUS-AM
Daniella Reis de Araujo¹
Livia da Silva Oliveira²
RESUMO
Os cidadãos responsáveis em pagar as tarifas referentes ao consumo de energia elétrica buscam alternativas para contribuir com a mitigação do furto e fraude na medição de energia elétrica, uma vez que as concessionárias, para tentar reduzir os prejuízos, repassam, através de aumento tarifário, ao consumidor. Diante desse cenário é necessário esse estudo analisa uma área de ocupação irregular nos aspectos de consumo de energia elétrica, a fim de conhecer a realidade do local em função combater as perdas comerciais, que vem se tornando cada vez mais intensas em áreas de ocupação irregular na cidade de Manaus, e através do Sistema Smart Gride, que atualmente é a solução mais viável e segura para essa problemática.
Palavras chave: energia elétrica, perdas comerciais, smart gride.
ABSTRACT
The residents of the city of Manaus are responsible for combating theft and fraud in the measurement of electric power, since the frauds damage the economic and financial imbalance to the concessionaires who consequently to try to reduce the damages passes the tariff increase to the consumer. In view of this scenario, it is necessary to combat these commercial losses, which have become increasingly intense in invasions of the city of Manaus and through the Smart Gride System, which currently the most feasible and safe solution to this problem.
Keywords: electric power, commercial losses, intrusions, smart gride.
______________________________ ¹ Discente de Engenharia Elétrica. Centro Universitário FAMETRO, Manaus-AM.
² MSc. Em Ciências ambientais pela Universidade Federal do Pará – UFPA, Professora do Centro
Universitário FAMETRO, Manaus – Amazonas.
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1. INTRODUÇÃO
Diante do cenário brasileiro aonde a economia vem buscando formas para
redução de gastos e melhores investimentos nas diversas áreas da sociedade, as
irregularidades na energia elétrica vem contra toda essa ideia, pois se tratam de
fraudes, desvios e perdas de energia, além de se tratar de crime previsto no Código
Penal Brasileiro, (art. 155, § 3º), o furto de energia elétrica prejudica a qualidade do
serviço prestado, e pode ocasionar curtos-circuitos levando até a ocorrência de
acidentes fatais como risco de incêndios, interrupções do fornecimento de energia e
outras consequências que além de afetar quem comete o crime como a área à sua
volta.
No que se trata de „‟gato‟‟ feito em residências, Yaccoub (2010) entende que
essa forma de desvio de energia elétrica geralmente é feito para sustentar um
conforto que determinada condição socioeconômica não pode arcar e não uma
questão de necessidade básica. A autora diz que rege a prática a adequação do
consumo energético ao padrão do nível de conforto almejado pelo consumidor, com
base na aquisição de bens eletroeletrônicos dependentes da luz elétrica para
funcionar, mas não querem, ou não conseguem arcar com o preço, o valor exigido,
no caso, a conta de luz no fim do mês.
Segundo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o furto de energia
elétrica chega a causar prejuízos da ordem de 5 bilhões de Reais por ano aos cofres
públicos. O custo de energia e sua distribuição são reparados e divididos por todos
os clientes de energia elétrica, ou seja, toda a população que paga suas contas em
dia, o que traz consequências no valor da tarifação dos serviços.
E sabemos que a sociedade seria inexistente sem a eletricidade, pois é um
recurso indispensável e um dos motivos que torna fundamental esta pesquisa, pois
há um preço a ser pago pela prestação do serviço de eletricidade e não são todos os
que estão dispostos a pagar. O fato da necessidade de solucionar os casos de
irregularidades na energia elétrica é cotidiano na cidade de Manaus, que tem o
maior índice em áreas habitacionais ocupadas de forma irregular, fugindo da ética
3
em favor de um beneficio próprio, correndo riscos em favor de não ter custos. A
redução dessas irregularidades traz benefícios que vão além da redução de tarifas,
tais como a incorporação desses consumidores no rateio de todos os custos, a
redução do consumo inconsciente ou perdulário e melhorias na qualidade do
fornecimento.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O setor elétrico brasileiro está em permanente evolução, fruto tanto de
mudanças legais e normativas quanto do avanço tecnológico. É um desafio levar
energia elétrica a mais de 61 milhões de consumidores, espalhados num território de
dimensão continental. O Brasil superou, no ano de 2007, a marca de 100 mil
megawatts (MW) em potência instalada (75% de fonte hídrica e 25% de fonte
térmica). E muito ainda pode ser feito para expandir o parque hidroelétrico, já que
menos de 30% foi aproveitado.
Persistimos em busca da geração de energia elétrica a partir de fontes
renováveis: em 2008 realizou-se o primeiro leilão de biomassa, energia gerada pela
queima do bagaço de cana-de-açúcar. Para isso foi necessário licitar novas
instalações de conexão à rede básica, para escoamento da energia produzida pelas
usinas de cana-de-açúcar localizadas na região Centro Oeste do Brasil. Numa
escala ainda reduzida e experimental, têm sido criados incentivos à produção de
energia pela queima do lixo urbano e pela utilização do metano associado a dejetos
de suínos. Ambos projetos apontam o caminho da correta sustentabilidade
ambiental, ao unir a despoluição das cidades e dos rios à geração de energia
elétrica.
O equilíbrio entre oferta e demanda não é alcançado apenas aumentando a
oferta. É possível e desejável atuar também pelo lado da demanda. Nesse sentido, é
de grande relevância a busca da eficiência energética. Os projetos apresentados
pelas distribuidoras de energia elétrica nessa área, desde o início do primeiro ciclo
em 1998, totalizam investimentos de mais de R$ 1,93 bilhões. Projetos que são
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aprovados pela Aneel e já atingiram uma economia de redução anual na ordem de
5.597 GWh/ano no consumo de energia elétrica.
A disponibilidade energética deveria se manter compatível com o acentuado
aumento do consumo provocado por um novo ciclo de crescimento econômico,
observado principalmente nos países em desenvolvimento. Entretanto, as fontes
tradicionais teriam que ser substituídas por recursos menos agressivos ao meio
ambiente. Além disso, os consumidores seriam induzidos a substituir energéticos
mais poluentes por outros de menor impacto ambiental e a aderir a práticas mais
eficientes, por meio das quais é possível obter o mesmo resultado utilizando menor
quantidade de energia.
Desde o início dos anos 90, estudiosos e cientistas alertavam para os efeitos
da deterioração ambiental provocada pela ação humana. Um deles é o aquecimento
global, provocado pelo elevado volume de emissões dos gases causadores do efeito
estufa (GEE), particularmente o dióxido de carbono (CO2), liberado em larga escala
nos processos de combustão dos recursos fósseis para produção de calor, vapor ou
energia elétrica. Outro é a possibilidade de esgotamento, no médio prazo, das
reservas de recursos naturais mais utilizadas. Entre elas, carvão mineral e petróleo.
Do ponto de vista econômico, este último, por sinal, durante quase uma década foi
caracterizado pela volatilidade e tendência de alta das cotações (que superaram
US$ 100,00 por barril em 1980 e, mais recentemente, em 2008), o que se revelou
como um forte estímulo para as iniciativas de substituição por outras fontes.
A atividade de produção de energia – e, particularmente, da energia elétrica -
ingressou no século XXI, portanto, em busca do desenvolvimento sustentável,
conceito que alia a expansão da oferta, consumo consciente, preservação do meio
ambiente e melhoria da qualidade de vida. É o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro. Em outras palavras: o desafio é reduzir o impacto ambiental
e, ao mesmo tempo, ser capaz de suportar o crescimento econômico – que, entre
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outros desdobramentos, proporciona a inclusão social de grandes contingentes da
população, com o aumento da geração de renda e da oferta de trabalho.
Os processos e as formas de produção de energia elétrica tem tido evolução
constante e contínua, sempre em busca das melhores técnicas e dos menores
custos, que resultem em eficiência. Cada vez mais é levada em conta a
sustentabilidade nos projetos de geração de energia elétrica, transmissão e
distribuição. Não se faz projetos desses sistemas hoje em dia sem levar em conta,
com grande ênfase, os impactos sobre o meio ambiente onde serão implantados.
A disponibilidade e oferta de energia elétrica no sistema brasileiro têm sofrido,
em determinadas épocas, situações de risco de atendimento, contribuindo de certa
forma para a limitação do crescimento econômico do país. Isso se deve
principalmente pela composição da matriz energética ser de origem hídrica,
termelétrica, nuclear, eólica, solar, biomassa.
A predominância para a geração hídrica, de custo mais barato, torna a oferta
muito dependente do regime de chuvas. Isto é sentido na queda de volume de
energia entre 2013 e 2014, por ter sido este último ano de maior seca nas regiões
onde se situam as principais usinas hidráulicas. A consequência principal dessa
redução foi o aumento nas tarifas para o consumidor, o que contribui para aumento
na taxa de inflação.
2.1 Perdas comerciais
Segundo o ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel, 2010)
o Amazonas é o Estado campeão no país em número de perdas comerciais de
energia elétrica. O sistema elétrico é composto por geração, transmissão e
distribuição. As perdas referem-se à energia elétrica gerada que passa pelas linhas
de transmissão e redes da distribuição, mas que não chega a ser comercializada
seja por motivos técnicos ou comerciais.
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O transporte da energia resulta inevitavelmente em perdas
técnicas relacionadas à transformação de energia elétrica em energia térmica nos
condutores (efeito joule), perdas nos núcleos dos transformadores, perdas
dielétricas e outras. No entanto, perdas comerciais decorrem principalmente de furto
(ligação clandestina, desvio direto da rede) ou fraude de energia (adulterações no
medidor), popularmente conhecidos como “gatos”, erros de medição e de
faturamento.
2.2 A Resolução normativa 414/2010 da ANEEL e as Irregularidades no
Consumo de Energia Elétrica.
A Resolução Normativa 414, de 09 de setembro de 2010 da Agência
nacional de energia elétrica, trata-se de normas de fornecimento de energia elétrica
pela qual traz também os direitos e deveres tanto do consumidor quanto do emissor,
podendo ser analisada pelos consumidores e os distribuidores. Essa resolução
normativa veio para substituir a 456/2000. Levando em conta as legislações, novas
praticas para combate a perdas, faturamento e outros. (ROCHA, 2011)
A irregularidade no consumo de energia elétrica, perdas comerciais, é um
fator que leva a resultados na fixação de tarifas e na necessidade de investimentos
nesta área, já que quanto maior as perdas mais geração de energia será realizada e
nesse contexto umas faturadas e pagas e outras desviadas e não pagas. (ROCHA,
2011)
Entre as formas mais comuns de irregularidade estão as que são
cometidas pelos usuários do serviço de energia, os desvios que são as ligações
diretas feitas antes do contador de luz, impedindo o registro real do consumo de
energia feito pelo mesmo. Já os desvios clandestinos, trata-se de ligações diretas de
um determinado imóvel à rede elétrica da distribuidora de energia ou a um ponto
anterior a medição (desvio de pessoa não cadastrada no sistema de energia
elétrica). (ROCHA, 2011).
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Previsto no código penal, desvios de energia de forma irregular é crime:
artigo 155, caput, cominado com o § 3º, dispõe que o usuário ao subtrair, para si ou
para outrem, coisa alheia móvel, comete furto qualificado, e equipara-se a coisa
móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
2.3 Custos e benefícios do consumidor
Quando analisado o contexto dos serviços de energia elétrica é necessário
compartilhar do olhar do consumidor, desta forma partir do custo e benefício, ou
seja, analisar o preço pago e o quanto é usufruído do produto (energia elétrica), e os
custos para usar o produto. A energia elétrica tem um custo para ser produzida e
muitas vezes por ser um bem impalpável torna-se dificultoso compreender o
tamanho do seu custo para ser produzido pois deve ser entendido que não é
somente ligar um eletrodoméstico ou um interruptor. O consumidor necessita ter a
ciência e reconhecer os benefícios em torno de obter-se da energia elétrica regular,
entre elas então: fundamental para garantir segurança, conforto, bem-estar, está
cumprindo com as leis da sociedade e equilibrar a economia do país.
No Brasil, o preço médio da energia elétrica residencial gira em torno de R$
0,50/ kWh, é um dos mais elevados do mundo. Isto porque a carga tributária
incidente sobre o setor elétrico nacional que representam 45% do valor da tarifa
paga pelo consumidor residencial. As empresas que fazem o serviço de distribuição
dessa energia são as concessionárias, elas também atuam na cobrança e quanto
mais se consome mais caro é o serviço e mais alta é a conta a ser paga a cada mês
(MAYER, MARIANO e ANDRADE, 2009).
No cálculo da conta de luz consta integrados o ICMS (Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um tributo de competência estadual,
com alíquotas que variam de estado para estado; o PIS/PASEP (Programa de
Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social),tributos
cobrados pelo Governo Federal e finalmente a contribuição social de iluminação
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pública - COSIP / CIP que é uma contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública de responsabilidade dos Municípios e do Distrito Federal
(ANEEL,2014).
3. METODOLOGIA
A realização desse estudo está fundamentada na metodologia de estudo de
caso que, segundo Schramm (1971), método da abordagem de investigação em
ciências sociais simples ou aplicadas. Consiste na utilização de um ou mais métodos
qualitativos de recolha de informação e não segue uma linha rígida de investigação.
O estudo de caso das perdas comercias de energia elétrica foi realizado em
uma área habitacional de ocupação irregular denominada de “Invasão Portelinha”,
localizada na zona leste de Manaus-AM (Figura 1). Aqui serão apresentados às
analises em torno do local, questionário realizado junto aos moradores, e um plano
de ação para esta problemática de desvio de energia elétrica.
Figura 1 – Invasão Portelinha.
Fonte: Google Maps, 2019.
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A comunidade avaliada apresenta uma estimativa media de 400 residências
na área das coordenadas geográficas 3°03'30.3"S 59°57'03.6"W de Manaus-AM,
com 29.389,42 m². O estudo acontecerá através da elaboração e aplicação de um
questionário junto aos moradores do local para coleta das informações necessárias
para calcular a média de desvio de energia nessa comunidade. O questionário
aplicado está mostrado no APÊNDICE A.
3.1 Investigação
O questionário é a técnica de levantamento de dados composta por um
número grande ou pequeno de questões apresentadas por escrito que tem por
objetivo propiciar determinado conhecimento ao pesquisador. O seguinte
questionário tem o objetivo de formato cauteloso e subjetivo para não amedrontar os
morados por se tratar de 6 (seis) perguntas pessoais sobre questões de seu dia a
dia .
A área de estudo é de extrema periculosidade, foi necessário muito cuidado e
sempre está acompanhada. Foi possível entrevistar 35 (trinta e cinco) famílias e a
partir dessas informações construírem os resultados desse estudo.
3.2 Análises dos Questionários
A análise do consumo de energia elétrica, em kWh, será obtida através da
equação 1 (Eq. 1), descrita a seguir:
Consumo = Potência do aparelho em Watts x horas de funcionamento por mês
1.000
(Eq. 1)
Esse resultado será de extrema importância na quantificação estimada do
desvio de energia elétrica da rede de distribuição.
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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Observou-se que, ao ser perguntado se o morador tinha conhecimento de seu
gasto médio de energia elétrica por mês na residência, 71% dos moradores
responderam que não tinham esse conhecimento e somente os outros 29%
responderam que sim. Em reflexo disso, 85% respondeu que não sabem quanto é o
seu gasto energético, em kWh, gastam por mês, 12% responderam que de 150 a
300 kWh e 3% gastam mais de 300 kWh. Deste modo, conforme as duas primeiras
perguntas do questionário, que de forma indireta, demonstram a falta de
informações referente ao consumo de energia de cada morador, subtende-se a
possibilidade de um desvio de energia, que é comum nas áreas de ocupação
irregular.
A quantidade de eletrodomésticos que existem nas residências é um forte
indicador do consumo de energia elétrica pelas famílias, conforme Figura 2, é
possível saber a distribuição real dos aparelhos por família na comunidade
Portelinha.
Figura 2 – Eletrodomésticos por residência.
Fonte: Próprio autor, 2019.
00,5
11,5
22,5
33,5
MÉDIA DE ELETRODOMESTICOS POR RESIDÊNCIA.
Série1
Série2
Série3
Série4
Série5
Série6
Série7
Série8
Série9
11
Conforme é possível observar na Figura 2, temos um demonstrativo do total
de eletrodomésticos existentes nas residências da comunidade. Todo equipamento
elétrico possui uma potência apresentada em Watts (W), através dessa informação é
possível calcular o consumo de qualquer equipamento multiplicando pelo seu tempo
de funcionamento em horas(h), conforme Eq. 1.
Desta forma, obtida a quantidade de eletrodomésticos temos em sequência a
média de dados de como os residentes da comunidade lidam com o uso dos
mesmos, figura 3, chegando assim nas informações fundamentais para o estudo de
caso. Pois além de toda discussão envolvendo o consumo de energia elétrica ser
maléfico à sustentabilidade, a ANEEL,20017 orienta que é necessário combater o
desperdício para a melhor economia das finanças pessoais.
Figura 3 – Uso de aparelhos ligados em horas
FONTE: PESQUISA DE CAMPO, 2019.
Com a coleta de dados a área possui uma média estimada de gastos em
1081,15 KWh por mês em cada residência da comunidade. Segue abaixo no quadro
1, um demonstrativo do uso de cada eletrodoméstico apresentado conforme figura 2,
e seus respectivos valores de uso e gasto.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
DE 4 A 6 HORAS POR DIA
DE 6 A 8 HORAS POR DIA
DE 8 A 10 HORAS POR DIA
TEMPO ESTIMADO DE USO DOS APARELHOS EM HORAS
Série1
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Quadro 1 - Consumo médio mensal de eletrodomésticos.
Consumo médio mensal dos principais aparelhos eletrodomésticos
Aparelho Potência
média (watts)
Número estimado de
dias de uso/mês
Tempo médio de
uso por dia
Consumo médio mensal (kWh)
MICROONDAS 1300 30 20min 13
FORGÃO ELETRICO 1500 30 1h 45
GELADEIRA 300 30 12h 108
CHUVEIRO ELETRICO 3500 10 20 min 116
AR CONDICIONADO 3500 30 8 h 360
VENTILADOR 100 30 8 h 24
MAQ. DE LAVAR 1500 12 30min 9
SECADOR DE CABELO 1.300 15 1h 19,5
CHAPINHA 200 15 1 h 30
LIQUIDIFICADOR 400 20 10 min 133
BATEDEIRA 450 5 30 min 11,25
FREEZER 400 30 10h 120
MAQ. DE LAVAR LOUÇA 1500 30 40min 30
TELEVISÃO 200 30 10 h 60
DVD 20 30 4 h 2,4
Fonte: próprio autor,2019
A energia elétrica é uma das formas de energia mais úteis para a
humanidade. Ela é amplamente empregada em lares, comércios e indústrias, nesse
presente caso da coleta de dados foi possível analisar lares e comércios e de forma
indireta observar que muitos desses consumidores não têm noção da média do uso
de energia e nem agir de forma econômica, por trata-se de pessoas de classe baixa.
Desta forma é preciso torna-se real um plano de ação para todo esse caos de
irregularidades de energia cada vez mais crescentes na cidade Manaus e o Smart
Gride vêm tomando espaço para derrubar e controlar esta situação, tornando mais
fácil o trabalho dos agentes fiscalizadores e mais seguro. Segundo S. Massoud
Amin e Bruce F. Wollenberg- 2005, o termo Smart Gride possui vários termos, mas
todos voltam para o uso de elementos digitais e de comunicação das redes que
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transportam energia, ou seja, uma rede inteligente de comunicação que tem o poder
de controlar com demonstrativos de dados e informações diretamente para os
sistemas de controle, auxiliando controle e operação.
5. CONCLUSÃO
Esta pesquisa de campo foi realizada com o objetivo de analisar de maneira
clara e transparente os principais motivos pelos quais a rede de distribuição de
energia do Amazonas sofre perdas comerciais. Além disso, este estudo se propôs a
esclarecer também o que é considerado furto de energia, apresentando
consequências econômicas e técnicas que afetam os clientes. Mostramos que,
classifica-se como furto o completo desvio da energia, ou seja, nenhuma medição da
energia consumida é contabilizada pelo sistema da distribuidora, sendo crime no
código penal brasileiro. Por sua vez, as contas de luz dos brasileiros e
principalmente da população da região norte, embutem encargos com finalidades
diversas, como principal cobrir o consumo da população de baixa renda e sempre
com históricos de reajustes, afetando todos os clientes, em principal os regulares.
Os métodos de perquisição e investigação através do questionário
apresentado em Apêndice A, trouxeram reflexões referente a essa classe de
consumidores que não possuem o exercício de cumprir com as obrigações legais da
sociedade. Onde é possível perceber que se houvessem mais meios, como limites
de créditos para aquisição de mais eletrodomésticos, para gastos excessivos de
energia eles não se limitariam por serem de baixa renda. Durante investigação a
reação de muitos entrevistados foi de não saber a real necessidade de suas
adequações perante o furto de energia.
Infelizmente as fiscalizações não controlam 100% de todas irregularidade
recorrentes na cidade de Manaus-AM pois muitas áreas não têm fácil acesso a
essas comunidades pelo ambiente perigoso e muitas vezes inacessíveis por conta
de pontes, igarapés e outros. Trata-se de uma problemática cuja responsabilidade
cabe às concessionárias de energia, como também citado nesta pesquisa, adotar
sistemas de rede inteligentes – Smart Gride – já que tornaria realidade o controle de
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distribuição mais eficiente (econômica e energeticamente) e principalmente,
confiável.
Dessa maneira, a viabilidade para regularização total do processo de
distribuição gerará grande relevância para concessionários, consumidores e meio
ambiente, visto que a quantidade de perda comercial é alta demais para ser
abonada, é preciso ajustar e demandar formas para que haja solução dessa
problemática que põe em perigo população, economia e sustentabilidade.
No que tange especificamente o tratamento regulatório a ser dado para as
perdas de energia, deve ser salientado que, embora haja alguma capacidade de
negociação dos preços de compra de energia elétrica, via de regra a distribuidora
não possui controle sobre os custos da parcela da tarifa, dadas as condições e
restrições determinadas pela legislação vigente. No entanto, é lícito afirmar que
possui razoável capacidade de gestão sobre as perdas de energia elétrica.
Ações importantes necessitam ser desenvolvidas no sentido de propiciar a
interação entre os agentes do setor de distribuição de energia elétrica com as
autoridades policiais, Ministério Público e o Poder Judiciário para fortalecer o
combate à fraude no consumo de energia elétrica e ao desvio de energia
beneficiando, desta forma, os consumidores honestos que pagam sua energia em
dia.
6. REFERÊNCIAS
ROCHA, Fábio Amorim da. As Irregularidades no Consumo de Energia Elétrica:
Doutrina, Jurisprudência e Legislação. Rio de Janeiro: Synergia,2011.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Missão. Disponível em . Acesso
em 27 jul. 14
ELETROBRAS, distribuição Amazonas.Eletrobrás, irregularidades de energia
elétrica ,2012 <http://www.eletrobrasamazonas.com/cms/index.php/eletrobras-
15
amazonas-energia-identifica-237-irregularidades-de-energia-eletrica-em-tres-dias-
de-operacao-no-centro-de-manaus/
MAYER, Verônica Feder; MARIANO, Sandra Regina Holanda; ANDRADE, Carla
Lourenço Tavares de. Percepção de Preço e Valor no Mercado de Distribuição de
Energia Elétrica: Proposta de um Modelo Conceitual. Disponível em Acesso em
25 jul.2014
ANEEL, Resolução Nº 414/2010. Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica de forma atualizada e consolidada. Brasília, 2010
YIN, Robert K; Estudo de caso: Planejamento e métodos. 2ª Edição. São
Paulo,2001.
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO NA COMUNIDADE PORTELINHA
QUESTIONÁRIO
1) Você sabe qual é o gasto médio de energia por mês em sua casa?
( ) Sim ( ) Não
2) Quanto é a média do consumo elétrico em sua casa?
( ) de 150 a 300 kwh ( ) mais que 300
kwh ( ) não soube responder
3) Você acha que gasta muita energia?
( ) Sim ( ) Não
4) Você tem mania de deixar aparelhos ligados, quase que o tempo todo?
( ) Sim ( ) Não
5) Quantas pessoas moram na sua casa?
( ) moro sozinho ( ) 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) mais de 4 pessoas
6) Qual a quantidade de cada produto você possui em sua residência?
( ) Microondas
( ) Fogão elétrico
( ) Geladeira
( ) Chuveiro
( ) Aquecedor
( ) Ar-condicionado
( ) Ventilador
( ) Máquina de lavar roupas
( ) Secador de cabelo
( ) Chapinha
( ) Liquidificador
( ) Batedeira
( ) Freezer
( ) Máquina de valar louças
( ) Televisão
( ) DVD